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Condenado a 43 anos de prisão na Lava Jato tentou suicídio

Ex-presidente da Eletronuclear, o vice-almirante Othon Silva tentou se matar após condenação, afirma advogado ao Globo. Aos 77 anos, acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina diz se considerar condenado a pena perpétua

Fonte: Congresso em Foco

O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva tentou se matar logo após ter sido condenado, no início de agosto do ano passado, a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisão e organização criminosa durante as obras da usina nuclear de Angra 3. Segundo o jornal  OGlobo, a informação foi confirmada pelo advogado do vice-almirante da Marinha, que está preso em uma unidade militar em Duque de Caxias (RJ).

"Ele tentou suicídio porque se julga na condição de injustiçado. Othon sempre lutou pelo bem do país”, afirmou ao jornal o advogado Helton Marcio Pinto. Segundo ele, por ter 77 anos de idade, o vice-almirante entende que a condenação de 43 anos é como uma pena perpétua. Helton disse que foi informado sobre a tentativa de suicídio pelo comando da Marinha, mas que não sabe de que maneira seu cliente tentou se matar.

Othon foi condenado em primeira instância pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas e tenta reverter a decisão no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). De acordo com a acusação, na presidência da Eletronuclear, ele recebeu R$ 4,5 milhões em propina por contratos com as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez para a construção da usina nuclear de Angra 3.

Preso pela primeira vez em 28 de julho de 2015, Othon foi mantido em uma cela especial da Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti, onde, segundo o juiz Marcelo Bretas, teve regalias "absolutamente incompatíveis”, como acesso a telefone celular. Ele passou para a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira, em dezembro daquele ano. Mas acabou preso novamente, em julho do ano passado, na Operação Pripyat, acusado de manter influência na estatal mesmo sem sair de casa.

Ele chegou a ser levado para a penitenciária de Bangu 8. Mas a Justiça Federal acolheu recurso da defesa e determinou seu envio para uma unidade da Marinha, onde se encontra atualmente.

 

Othon Luiz Pinheiro da Silva recebeu em 1978 a incumbência de iniciar os primeiros estudos para um submarino nuclear brasileiro e liderou o Programa Nuclear Paralelo entre 1979 e 1994. Executado sigilosamente pela Marinha, o projeto resultou no desenvolvimento da tecnologia 100% nacional de enriquecimento do urânio pelo método de ultracentrifugação.

Nascido em 25 de fevereiro de 1939 em Sumidouro, no interior do Rio, Othon é engenheiro naval formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com mestrado na área nuclear no Massachusetts Institute of Technology (MIT). De 1982 a 1984, acumulou com suas funções na Marinha do Brasil o cargo de diretor de Pesquisas de Reatores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), ocasião em que foi construído o Reator IPEN-MB-01 (único reator de pesquisas projetado e construído com equipamentos nacionais). Em 1994, foi para reserva na Marinha do Brasil no posto de Vice-Almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, o mais alto posto da carreira naval para oficiais engenheiros.

Leia a reportagem do Globo



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