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Energia gerada por fusão nuclear será utilizada a partir de 2030

Após produzir plasma superquente, a empresa Tokamak Energy propõe novos projetos para avançar na construção de reatores de fusão nuclear

Fonte: Galileu

Após anunciar a criação de um plasma superquente no mês de junho, a empresa britânica Tokamak Energy acaba de afirmar que a oferta comercial de eletricidade por fusão nuclear deve ser uma realidade a partir de 2030.

A promessa é fruto do teste bem-sucedido da empresa, que registrou a temperatura mais alta atingida por plasma produzido pelo homem: 15 milhões de graus Celsius (tão quente quanto o centro do Sol). A reação foi gerada no reator ST40, onde o material foi confinado em uma câmara à vácuo e mantido dentro de campos magnéticos poderosos.

Empolgados com o resultado, os cientistas da empresa estão se preparando para produzir um plasma ainda mais quente, com cerca de 100 milhões de graus Celsius. Este é o primeiro passo para começar a operar em temperaturas necessárias para a fusão nuclear.

A Tokamak Energy é uma das maiores empresas que apostam na produção de eletricidade por reatores de fusão. A meta é conseguir tirar a ideia do papel antes da metade da década de 2040, que é o período em que o reator concorrente, da francesa ITER, está projetado para produzir o seu primeiro plasma.

Por isso, a empresa planeja lançar em 2025 um novo reator, que será construído especialmente para produzir uma grande quantidade de megawatts de energia por fusão.

Jarras de estrelas

A transformação do hidrogênio em hélio através da fusão nuclear é a principal reação que mantém as estrelas brilhando por bilhões de anos — por isso, a ideia de construir um reator de fusão lembra a de "estrelas em uma jarra”. Mas o assunto não tão adorável assim.

A fusão nuclear também acontece em bombas de hidrogênio, onde o elemento é derretido por dispositivos de fissão de plutônio em altíssimas temperaturas, o que resulta numa explosão centenas ou milhares de vezes mais potente do que uma bomba nuclear que funciona pela fissão.

Projetos de fusão controlados como os da ITER e da Tokamak Energy fundirão combustível de hidrogênio em temperaturas muito mais altas e a pressões muito mais baixas do que as vistas no interior do Sol.

Defensores da fusão nuclear afirmam que esse tipo de geração de energia pode tornar outras fontes obsoletas. Isso porque é possível produzir grandes quantidades de eletricidade por uma quantidade relativamente pequena de deutério e trítio, isótopos pesados de hidrogênio que são relativamente abundantes na água do mar.

Na teoria, reatores de fusão nuclear podem produzir muito menos resíduos radioativos do que reatores de fissão. Além disso, de acordo com o projeto da ITER, é impossível que acidentes nucleares como os de Chernobyl ou de Fukushima aconteçam nessas condições.

O pesquisador veterano Daniel Jassby, ex-físico do Laboratório de Física do Plasma da Universidade de Princeton, discorda. Segundo ele, projetos como esses podem sim criar uma quantidade significativa de lixo radioativo.

Com informações do Live Science.

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