Hospital de Base voltará a oferecer iodoterapia a pacientes com câncer
Desde 2016, tratamento estava indisponível na unidade. Previsão é de que quarto terapêutico seja reinaugurado no fim do próximo mês e beneficie 240 pessoas
A unidade de saúde pediu ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares a compra das doses de Iodo-131, substância utilizada nas sessões de iodoterapia. Segundo Rodrigo, por semana, o Hospital de Base trabalhará com uma quantidade de 800 miliquirri (mCi) do mineral. Pessoas que precisarem de uma dose de até 50 mCi receberão apenas atendimentos ambulatoriais e serão liberados após a sessão. Pacientes que necessitam de uma dose superior terão de ser internados.
"A dose para cada paciente varia. Dessa forma, é difícil estabelecer quantas pessoas poderemos atender por dia. De qualquer forma, a quantidade que teremos à disposição é muito boa. No HUB, por exemplo, o estoque disponibilizado é de apenas 100 mCi por semana”, afirmou Rodrigo.
Dentro do quarto terapêutico do Hospital de Base funcionarão dois leitos. A estimativa é de que pelo menos 150 pacientes com câncer na tireoide e 90 com hipertireoidismo sejam beneficiados. "Queremos dar qualidade a todos. Para as pessoas com um tumor avançado, o nosso objetivo será aumentar, prolongar a sua sobrevida. Já para aqueles com o câncer em estágio inicial, trabalharemos com o intuito de curá-los dessa oncologia”, ressaltou.
Esperança
Chefe da Unidade de Medicina Nuclear do HUB, Flavio Andrade comentou que o novo quarto terapêutico poderá otimizar o tratamento às duas doenças. "A partir do momento em que é evidenciada a necessidade da iodoterapia para um paciente, temos que atendê-lo para evitar que o risco seja prolongado”, frisou.
Com mais recursos para tratar os desdobramentos do câncer, quem é portador da enfermidade recebeu a notícia com otimismo. O aposentado Ernani da Mata, 77 anos, cuida de um câncer na tireoide desde 2012. No ano seguinte, a patologia afetou a pelve e ele quase teve um dos ossos fraturados. Recebeu o auxílio do Hospital de Base e, apesar de não ter se livrado do câncer, conseguiu evitar uma morte que era considerada iminente pelos médicos.
"Fico emocionado ao lembrar do quanto foi difícil para as dores passarem e eu conseguir lidar com o câncer. Cheguei a pensar que eu não conseguiria me salvar, mas, hoje, não sinto mais nada. Ainda preciso do tratamento à base de iodoterapia, porque o meu caso foi muito grave, e estou certo de que receberei o melhor apoio possível”, relatou.
A babá Luana do Nascimento, 36, descobriu que era portadora da oncologia há dois anos. Retirou o tumor, mas até maio deste ano não havia conseguido o tratamento de iodoterapia, quando foi direcionada ao HUB. "É uma satisfação saber que mais uma unidade de saúde abrirá as portas aos pacientes.”