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Conheça Agneta Rising, uma das raras mulheres de destaque na indústria nuclear

Sueca veio ao Rio falar sobre as novas formas de energia sustentável

Fonte: O Globo

Gilberto Júnior

Nos corredores do centro de convenções do hotel Windsor Marapendi, na Barra, local escolhido para sediar o World Nuclear Spotlight, no início do mês, a presença masculina era massiva. Traduzia a equidade de gênero (ou a falta dela) na indústria de energia nuclear, um setor amplamente dominado por homens. Entre engravatados do mundo todo, no entanto, despontava uma senhora de 64 anos, vestidinho verde H&M e casaquinho Topshop. Dona de uma voz suave, a sueca Agneta Rising, diretora-geral da Associação Nuclear Mundial, é uma das mulheres mais poderosas do ramo e, não por acaso, uma das estrelas do evento.

— É minha primeira vez no Brasil; o clima é gostoso demais. Na Suécia temos um verão tão quente quanto o do Rio, sabia? Mas só por uma semana — diz ela, sem conter o riso. — Vim trabalhar, o que significa que estou me divertindo. É minha paixão e algo realmente importante. Quero deixar um mundo melhor para meus filhos e netos, e a energia nuclear pode me ajudar nisso.

Agneta conta que entrou para a indústria há quatro décadas, depois de bater cartão em fábrica, hospital e banco.

— Quando terminei o ensino médio, estava cansada de estudar. Anos depois, quando decidi mergulhar, finalmente, na vida acadêmica, procurei a física, um curso que não era tão popular. Assim surgiu a radiação no meu caminho.

Como Agneta era a única mulher na sala de reuniões do escritório, costumava ser confundida com a secretária.

— Era o papel que esperavam que a gente desempenhasse. A mulher podia ser a secretária, mas nunca a cientista ou a chefe. Achavam que não existia o sexo feminino no setor, mas estávamos ali o tempo todo, só não éramos vistas. E ainda hoje somos minoria no alto escalão.

De Londres, onde vive atualmente, Agneta tenta convencer o mundo de que não há futuro sustentável sem a energia nuclear, por mais temida que ela seja. Foi, inclusive, esta a razão de sua visita recente ao Rio de Janeiro.

— O impacto no meio ambiente é muito menor, precisamos disso para reverter as mudanças climáticas e seus efeitos — explica. — Costumo dizer que a energia nuclear é como a feminina. Ou seja, tem um jeito muito mais inteligente de gerar eletricidade.

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