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Brasil e Argentina podem se complementar na área nuclear

Fonte: Revista Brasil Nuclear

O vice-presidente da Divisão Nuclear da empresa argentina Invap, Rubén Mazzi, acredita haver muitas possibilidades de parceria entre Argentina e Brasil na área de energia nuclear, além da já firmada para o projeto do reator multipropósito RMB. Segundo ele, os dois países podem se complementar, uma vez que a Argentina é especialista em um tema, enquanto o Brasil tem expertise em várias áreas. "Nós temos 40 anos de experiência no desenvolvimento de reatores. Já o Brasil tem o domínio da tecnologia do ciclo do combustível, o que a Argentina nunca conseguiu fazer de forma comercial”, explicou.

De acordo com Mazzi, além da área de enriquecimento – "muito importante para alimentar usinas nucleares de potência e também de pesquisa”-, o Brasil também está mais avançado no projeto de pequenos reatores, como é o caso do reator do submarino nuclear, que está sendo construído pela Marinha. "Por tudo isso, há uma forte possibilidade de colaboração”, disse, acrescentando ter bom diálogo com a Marinha e com a Amazul.

Desde 1950, a Argentina vem investindo no projeto de reatores de pesquisa, através da Comisión Nacional de Energia Atómica (Cnea). Em 1977, foi criada a Invap Sociedad del Estado, a partir de um convênio firmado entre a Cnea e o Governo da Província de Rio Negro. O primeiro reator lançado pela estatal foi o modelo RA-6, em 1986. A Invap exporta reatores desde 1989, tendo entre seus clientes países como Arábia Saudita, Argélia, Austrália, Egito e Holanda. Os equipamentos têm diferentes portes e aplicações como o reator de pesquisa NUR, da Argélia, originalmente com 1 MW e que está aumentando sua capacidade para 3 MW; ou o reator egípcio ETRR-2, com 22 MW, que produz silício dopado para a indústria eletrônica, entre outras atividades. 

O RMB utilizará o mesmo conceito do reator multipropósito Opal, de 20 MW, entregue pela Invap à Austrália em 2006. Segundo Mazzi, trata-se de equipamento de grande confiabilidade e alta disponibilidade, que permite sua utilização por mais de 300 dias ao ano. Além do RMB, o conceito do Opal é referência do reator multipropósito RA-10, instalado em Ezeiza, e do reator Pallas, na Holanda, destinado exclusivamente à produção de radioisótopos para uso medicinal. Além da produção de radioisótopos para as áreas médica e industrial, esses reatores também podem ser utilizados em física de neutrons, ciência de materiais, produção de combustível nuclear e terapia por captura neutrônica de boro, entre outras aplicações.

A Invap também produz unidades auxiliares ao reator, como plantas de radioisótopos e de rejeitos, que fazem todo o processo de sintetização e separação dos elementos produzidos após a irradiação. A primeira é utilizada para separar os produtos radioativos destinados a uso médico, como o molibdênio-99 - usado para produzir o gerador de tecnécio -, iodo 123, iodo 131 ou outro radioisótopo.

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