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Estudo brasileiro evidencia suspensão do Sars-CoV-2 em locais fechados

Amostras coletadas no Hospital das Clínicas da USP reforçam que novo coronavírus consegue permanecer no ar por horas - mas boas práticas de ventilação reduzem riscos

Fonte: Revista Galileu

No início de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu um alerta que a comunidade científica vinha fazendo há um tempo: a presença do novo coronavírus (e possível via de transmissão) pelo ar. Entre os cientistas que já estavam de olho nessa possibilidade estão pesquisadores da startup Omni-electronica, residente na incubadora USP-IPEN-Cietec.

Desde junho, os especialistas vêm realizando testes no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) para investigar a presença aérea do Sars-CoV-2 no ambiente hospitalar.

Para conduzir a investigação, os cientistas utilizam o Spiri, um sistema de monitoramento da qualidade do ar em ambientes fechados desenvolvido pela Omni-electronica. O equipamento consegue monitorar, em tempo real, indicadores da Qualidade do Ar Interior (QAI), fator que aponta se a área interna de um edifício está adequada à saúde e ao bem-estar das pessoas. Entre esses indicadores está, por exemplo, a concentração de dióxido de carbono (CO2).

Segundo Arthur Aikawa, CEO da Omni-electronica e pesquisador responsável pelo estudo, o HC foi escolhido justamente por ser um ambiente fechado onde o vírus causador Covid-19 da está circulando. 

Os pesquisadores conseguiram capturar o Sars-CoV-2 suspenso no ar - até agora, foram coletadas mais de 20 amostras. As análises feitas pelo Spiri, no entanto, são animadoras: a ventilação adequada desses locais, feita a partir da circulação do ar através de janelas abertas, pode reduzir o risco de contaminação pelo agente infeccioso. 

Mas há agravantes a serem considerados. De acordo com Aikawa, a poluição é um deles, pois o vírus suspenso fica "grudado” no material particulado, partículas microscópicas de poluentes presentes no ar. "Além disso, o acúmulo de pessoas também faz o ar ficar carregado. Por isso, fazer o ar circular é importante para a manutenção de um ambiente mais limpo”, orienta o cientista.

O estudo corrobora, portanto, o que a ciência vinha alertando e a OMS demorou a reconhecer: não é apenas o contato direto com gotículas expelidas por tosse, espirro ou fala que disseminam a Covid-19. Esses bioaerossóis podem ficar no ar durante horas e, sem a ventilação adequada, ser transmitidos por essa via. 

Para Aikawa, o estudo servirá para embasar políticas públicas eficazes em auxiliar a retomada pós-quarentena e evitar uma nova onda de contaminação. Além disso, ele reforça que todos os cuidados propostos pela OMS — higienização frequente das mãos e distanciamento social - continuam sendo necessários.

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