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Delator diz que obra de Angra 3 teve 'promessa' de propina ao PMDB

Dalton Avancini disse que propina também iria para diretores da Eletronuclear. Ele revelou ainda que cartel combinou quais empresas venceriam licitação.

Fonte: G1 Portal de Notícias

O ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini, afirmou em depoimento de delação premiada que houve "promessa" de pagamento de propina ao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear, empresa do grupo Eletrobras, nas obras da usina nuclear Angra 3. As informações foram obtidas pelo Jornal Nacional.

O executivo é investigado pela Operação Lava Jato e foi preso em novembro de 2014. Ele deixou a prisão em 30 de março, após firmar acordo de delação premiada com a Justiça, homologado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato em primeira instância.

Segundo Avancini, a Camargo Corrêa foi informada em agosto de 2014 de que havia "compromissos" de pagamento de propina equivalente a 1% dos contratos das obras da usina ao PMDB e aos diretores da Eletronuclear. Somados, os contratos de Angra 3 chegam a R$ 3 bilhões, de acordo com o executivo.

Entre os beneficiários do esquema estaria o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. No interrogatório, Avancini não revelou o nome de nenhum político do PMDB que seria beneficiado pelo esquema. Ele disse ainda não saber se "efetivamente" houve algum repasse de propina a alguém.

O PMDB negou as acusações de recebimento de propina. O partido disse que jamais autorizou a quem quer que seja a usar o nome da legenda em operações com a Eletronuclear.

A Eletronuclear e o presidente da empresa, Othon Luiz Pinheiro, disseram que as acusações são infundadas, que a empresa age sempre em total transparência e que o Tribunal de Contas da União aprovou a preparação das propostas de preços em Angra 3.

De acordo com o executivo, que deixou a prisão no dia 31 de março após firmar acordo de delação premiada, a construtora UTC convocou uma reunião para acertar os detalhes do contrato às vésperas da assinatura, em agosto de 2014.

No encontro, segundo Avancini, cogitou-se a necessidade de contratar uma empresa de fachada para dar cobertura legal ao pagamento de propina. Entre os participantes da reunião estava o presidente da UTC à época, Ricardo Pessoa, apontado nas investigações como chefe do "clube" de empreiteiras.

As assessorias das construtoras Camargo Corrêa e UTC disseram que não iriam comentar as investigações. A defesa de Ricardo Pessoa disse que não conversou com o cliente sobre o assunto e por isso não poderia se manifestar.

Cartel

Além de revelar a promessa de propina, Dalton Avancini também afirmou aos investigadores que havia um acordo entre empreiteiras e a Eletronuclear para que determinadas empresas vencessem a licitação das obras de Angra 3.
O executivo disse no depoimento que foi informado que o acerto era para que as construtoras Camargo Corrêa, UTC, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Techint e EBE saíssem vencedoras no certame.

Segundo Avancini, as empresas se dividiram em dois consórcios para tocarem as obras da usina. O executivo disse que um contrato era no valor de R$ 1,3 bilhão e o outro de R$ 1,7 bilhão.

A Odebrecht disse que nunca participou de cartel, nem pagou propina em contratos com qualquer cliente. Disse ainda que as acusações são motivadas por vingança empresarial.

A Queiroz Galvão, a Techint e a Andrade Gutierrez, também disseram que nunca pagaram propina e que seus contratos são feitos dentro da lei. Ainda segundo a Andrade Gutierrez, as acusações são levianas e sem provas.
A EBE não foi encontrada para se manifestar até a publicação desta reportagem.

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