Menu Principal
Portal do Governo Brasileiro
Logotipo do IPEN - Retornar à página principal

Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

Ciência e Tecnologia a serviço da vida

 
Portal > Institucional > Notícias > Clipping de Notícias

Jogadores esquecem problemas dos países durante a Copa do Mundo

Irã e Nigéria se enfrentam na segunda-feira (16), na Arena da Baixada. Professora de Relações Internacionais fala sobre problemas políticos

Fonte: G1 Portal de Notícias

O primeiro jogo da Copa do Mundo em Curitiba ocorre nesta segunda-feira (16) entre Irã e Nigéria na Arena da Baixada, às 16h. Enquanto participam da maior festa esportiva do planeta, os jogadores precisam "esquecer" os problemas políticos dos países de origem. Na Nigéria, as autoridades da região nordeste do país proibiram os torcedores de se reunirem em locais públicos para assistir às partidas do Mundial. Os militares advertiram o governo do estado de Adamawa de que locais de concentração de torcedores em torno de telões são um alvo preferencial para o grupo islâmico ultraradical Boko Haram, que ganhou notoriedade internacional após sequestrar mais de 200 meninas. Os líderes do grupo querem estabelecer a lei do Islã no país. Além disso, condenam a educação ocidental e são contra mulheres frequentarem a escola.

A professora de Relações Internacionais do Centro Universitário Internacional Uninter Ludmila Culpi destaca o histórico de conflitos na Nigéria, que é o país mais populoso do continente africano com cerca de 170 milhões de habitantes. Embora a Nigéria seja um Estado laico, existe um predomínio de cristãos nas províncias do Sul e de muçulmanos nas províncias do Norte. Esta divisão, de acordo com a professora, provoca um confronto direto entre as regiões. É com este ambiente que o grupo Boko Haram tenta impor à totalidade do país o sistema legal muçulmano.

"O país tem uma história de conflitos étnicos e religiosos violentos, o que levou ao estabelecimento de uma missão permanente de paz da ONU na região em 1962. Esse sequestro que chocou o mundo, revelou os problemas do país, cujo governo sofre acusações de corrupção, com um exército decadente e ineficiente e cuja população vive em situação de pobreza extrema”.

O sequestro ocorreu no dia 14 de abril e até agora não há informações concretas sobre o paradeiro das meninas. O Reino Unido e a Grã-Bretanha já anunciaram o envio de ajuda em inteligência. França e China também ofereceram apoio, e a polícia da Nigéria divulgou que pagará uma recompensa de 50 milhões de nairas (cerca de US$ 300 mil, ou R$ 669 mil) para quem fornecer informações concretas sobre o paradeiro das vítimas. Esse não é o primeiro sequestro do Boko Haram, uma seita que se tornou grupo armado em 2009, mas é o rapto mais numeroso. Só neste ano, eles mataram 1.500 pessoas em sua luta para impor a lei islâmica (sharia) no país. O grupo liberou um vídeo em que mostra um de seus membros rindo ao dizer que venderá as meninas como escravas.

Já o Irã, país também caracterizado pelo rigor do islamismo, chama atenção do mundo por causa do programa nuclear. O país chegou a ser acusado pelas grandes potências e pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de violar os compromissos internacionais em relação à redução de seu programa nuclear, que é considerado um programa com fins bélicos.

O presidente iraniano o presidente Hassan Rohani afirmou que fará o possível para que o país faça um acordo com as grandes potências mundiais. "O Irã demonstrou que realiza um programa nuclear com fins pacíficos. Fará o que puder para alcançar um acordo final com o grupo 5+1", integrado por China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha, declarou Rohani em seu segundo dia de visita à Turquia.

A professora Ludmila Culpi lembra que em novembro de 2013, o Irã assinou um compromisso para congelar o programa de enriquecimento de Urânio. O acordo fez com que fossem eliminadas as sanções econômicas que haviam sido impostas ao país. "Neste ano, a AIEA e o Irã alcançaram um acordo para executar cinco medidas de transparência envolvendo a realização dos testes nucleares e a inspeção de duas instalações nucleares”, complementou.

A professora afirma ainda que protestos no Irã em 2009, que foram sufocados pelo governo, foram precursores da Revolução Árabe, em 2011, que culminando na queda de ditadores no Egito, na Tunísia e na Líbia. As manifestações, tanto no Irã quanto nos demais países, visavam maior participação popular e pediam democracia.

Eventos