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Odebrecht, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão desistem de Angra 3

Motivo seria inadimplência da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. As empresas estão entre as investigadas pela operação Lava Jato.

Fonte: G1

As construtoras Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa informaram nesta quarta-feira (12) que desistiram de participar do consórcio contratado para a construção da usina nuclear de Angra 3, devido à inadimplência da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras responsável pelo empreendimento, segundo a Reuters.

O G1 procurou a Eletrobras e a Eletronuclear, e aguarda retorno.

A construtora Camargo Corrêa informou que "formalizou para o Consórcio Angramon a solicitação de rescisão do contrato de participação nas obras de montagem industrial da usina Angra 3 em face do não pagamento pelo contratante dos serviços já executados."

A Odebrecht não quis se pronunciar. A assessoria de imprensa da Queiroz Galvão não pôde ser imediatamente localizada.

A Eletronuclear, a Queiroz Galvão, a Odebrecht e a Camargo Corrêa estão entre as empresas investigadas pela operação Lava Jato, que apura um escândalo de corrupção no país.

Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa faziam parte do consórcio Angramon, contratado para a montagem da usina nuclear e composto também por Andrade Gutierrez, UTC Engenharia, EBE e Techint.

Procuradas, a Andrade Gutierrez e a UTC Engenharia informaram que não irão se manifestar. O G1 procurou também a Techint, e aguarda retorno. A assessoria de imprensa da EBE não pode ser imediatamente localizada.

O consórcio Angramon disse, por meio da assessoria de imprensa, que não se manifestará em nome das consorciadas e nem sobre atrasos de pagamentos da Eletronuclear, informou a Reuters.

O contrato

O contrato de Angra 3 com o consórcio era de R$ 2,9 bilhões, em valores de fevereiro de 2013, e envolvia a montagem eletromecânica de sistemas da usina nuclear, com execução prevista em um prazo total de 58 meses, de acordo com a Reuters.

O negócio, porém, encontra-se sob ampla investigação. Em 31 de julho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informou que a Camargo Corrêa fechou um acordo de leniência para confessar "acordos de fixação de preços, condições e divisão de mercado para frustrar o caráter competitivo do edital" de licitação de Angra 3.

Segundo o Ministério Público Federal, todas empresas do consórcio Angramon estão atualmente no alvo da Operação Lava Jato.

Em despacho que justificou pedido de prisão preventiva de executivos da Odebrecht pela Polícia Federal, o juiz Sérgio Moro disse que há indícios de que houve discussões referentes a propinas em Angra 3 quando as investigações já apareciam na imprensa.

De acordo com o juiz, a revelação foi feita por Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa. A empresa teria formado "cartel" junto às demais componentes do consórcio e "ajustado duas licitações... com pagamento de propinas a empregados da Eletronuclear", que teriam colocado na licitação cláusulas para restringir a concorrência e favorecer o grupo.

A usina nuclear de Angra 3, que havia sido paralisada em 1986, teve as obras retomadas em 2010, com previsão de entrega de energia em janeiro de 2016.

Segundo informações do site da Eletronuclear, a usina recebeu investimentos de R$ 4,6 bilhões até março deste ano, de um orçamento de R$ 14,8 bilhões. A estatal trabalha com a expectativa de que a planta inicie a geração de energia em dezembro de 2018.

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