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Reinaldo Gonzaga: Decisão Nuclear

O Brasil tem uma situação privilegiada porque tem uma matriz energética predomi-nantemente hidrelétrica

Fonte: O Povo

Muito se tem falado sobre a paralisação das obras de Angra 3 devido a questões orçamentárias e a investigações no âmbito do Tribunal de Contas da União, mas as discussões parecem ter desviado o foco da importância estratégica de um programa nuclear dos mais bem-sucedidos do mundo. Quase seis décadas de esforço tecnológico nacional colocaram o Brasil no seleto grupo dos que dominam todo o ciclo do combustível nuclear.

Com uma das maiores reservas de urânio do mundo, o País desenvolveu todo o processo na fábrica da INB-Indústrias Nucleares do Brasil, em Resende, que abastece Angra 1 e 2, e temos todas as condições para alcançar a autonomia. Mas há ainda outras razões que apontam a necessidade de conclusão das obras.

O mundo aposta na substituição dos combustíveis fósseis, e muitos países estão aumentando a geração nuclear. Esta é a fonte que garante dois terços da energia limpa hoje disponível. No caso brasileiro, além das vantagens competitivas das reservas e do domínio tecnológico, temos a necessidade de reduzir o risco de esgotamento do potencial hidroelétrico.

O Brasil tem uma situação privilegiada porque tem uma matriz energética predominantemente hidrelétrica. Enfrentamos, porém, um problema estrutural: a opção por construir hidrelétricas a fio d’água, para atender às exigências ambientais, reduz a capacidade de acumulação e obriga as distribuidoras a recorrer a térmicas, mais caras e poluidoras. O problema se agrava com a escassez de chuva em várias partes do País, o que gera instabilidade no fornecimento. A alternativa nuclear é a mais recomendável por garantir energia limpa, segura e competitividade econômica.

O Brasil está retomando agora, no começo de 2018, a mineração de urânio, que esteve interrompida por três anos devido ao esgotamento da mina da Cachoeira, em Caetité (BA), e dificuldades para obtenção de licenças. Com o aumento da produção, a INB poderá atender plenamente as necessidades de combustível de Angra 1, 2 e, futuramente, Angra 3.

A interrupção das obras de Angra 3 exigiria a inclusão de usinas térmicas a gás natural, carvão ou óleo, com todos os problemas daí decorrentes. Sua conclusão, ao contrário, traria segurança ao sistema; consolidaria uma tecnologia de ponta desenvolvida no Brasil e fortaleceria a indústria nacional, gerando emprego e renda. São questões a serem levadas em conta agora para que não venhamos a lamentar no futuro.

Reinaldo Gonzaga
pr@inb.gov.br
Presidente da INB (Indústrias Nucleares do Brasil)

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