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- 01/09/2022 - 'Pertencimento, parceria e propósito são os pilares que melhor representam o IPEN', diz ministro Paulo AlvimSessão solene comemorativa, com a presença de autoridades, ocorreu nesta última quarta-feira (31), no Auditório Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni
Sessão solene comemorativa, com a presença de autoridades, ocorreu nesta última quarta-feira (31), no Auditório Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni
Pertencimento, parceria e propósito. Foram esses os três pilares que mais representam o IPEN-CNEN, na visão do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim. Na cerimônia pelo 66º aniversário do Instituto, após assistir à apresentação da linha do tempo do Instituto – sua fundação, conquistas e as perspectivas para o futuro –, Alvim destacou a contribuição "inestimável” do IPEN para ciência brasileira na área nuclear e reafirmou o compromisso com a continuidade do empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
"Esses momentos de celebração e reconhecimento nos dão muito orgulho. Os nossos heróis da ciência precisam ser reconhecidos. O que se faz, num espaço como o IPEN, são trabalhos que não têm hora nem dia e cuja contribuição fica para a posteridade. São 66 anos de muita contribuição”, declarou o ministro, pontuando os três pilares que fazem do IPEN a instituição de referência que é para o Brasil. "Todas as pessoas que passam por aqui têm o conceito de pertencimento, por isso se dedicam, contribuem e continuam trabalhando como voluntários”.
O segundo "p” elencado por Alvim é de parceria: "Essa é uma instituição que pratica parcerias. Aqui, parceria é a palavra-chave”, acrescentou o ministro, em alusão aos projetos de arraste que o IPEN desenvolve em colaborações nacionais e internacionais. O ministro foi enfático ao mencionar o terceiro pilar: "propósito”. "Essa é uma instituição que tem um propósito. Não apenas de avanço, é mais do que isso. Quando vemos os cinco pontos de pesquisa do IPEN, vemos como a sociedade evoluiu”, completou.
Alvim se referia aos cinco focos de atuação do IPEN mencionados pela diretora substituta, Isolda Costa, em sua apresentação "Passado, Presente e Futuro”. Por fim, o ministro se dirigiu a José Augusto Perrotta – pesquisador emérito do IPEN e engenheiro que concebeu o projeto do RMB, garantindo os esforços para assegurar o fluxo estável e permanente de recursos, visando a implementação do empreendimento, que, segundo ele, é fundamental para o País.
"É uma estrutura de conhecimento do Estado, e precisa ser tratado como tal. E estamos nessa missão. O RMB não é relevante apenas para o IPEN, é para a pesquisa do País. É uma infraestrutura que vai transbordar conhecimento”, disse o ministro, lembrando que, atualmente, há uma posição favorável da comunidade científica brasileira em favor dos investimentos para o projeto – a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) aprovou, em sua última Assembleia Geral (no mês de julho), a Moção "Independência tecnológica e soberania nacional na área de radiofármacos e a finalização do RMB”.
Linha do Tempo – Passado
Para iniciar a cerimônia, Isolda Costa fez apresentação sobre a história do IPEN-CNEN, destacando as pesquisas e tecnologias desenvolvidas durante os 66 anos do Instituto. Também mencionou os 60 anos da então Divisão de Metalurgia Nuclear, hoje Centros de Tecnologia dos Materiais (CECTM), e Divisão de Engenharia Química, atual Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA).A tônica foram as conquistas nas seis décadas, até o momento atual, começando pela criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em 1956, do Instituto de Energia Atômica (IEA), em 1957, até sua mudança para IPEN, em 1970. Entre as conquistas da década de 60, destaque para o início dos estudos de purificação do urânio (1960), da produção de radiofármacos de forma rotineira (1962) e da fabricação de elementos combustíveis para todos os reatores nacionais (1964).
Na década de 70, Costa mencionou o estabelecimento de novas linhas de pesquisa
sob a liderança do professor Shigueo Watanabe (1972), o início do programa das aplicações das radiações na indústria e engenharia (1972), a criação do Centro de Processamento de dados do Instituto (1974) e da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear em associação com a USP (1976).Nos anos 80, começou o projeto de conversão de urânio (1980), início da produção dos geradores de Tecnécio-99 (1982), atuação no acidente radiológico com o Césio-137 em Goiânia (1987) – o IPEN foi o primeiro ator presente no local e a inauguração do Reator de potência zero, IPEN/MB-01 (1988).
Na década seguinte, houve uma "mudança de paradigma”, com destaque para a Integração das atividades de pesquisas ambientais, marco do atual Programa de Meio Ambiente do Instituto (1996), a irradiação na agricultura (1996), a conclusão do projeto de modernização do IEA-R1, que chegava a 40 anos de atividade (1997) e a instalação do Cíclotron de alta energia (1999), dentre outros.
Os anos 2000 foram marcados pelo início do programa de células a combustível (2000), a inauguração do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, uma tecnologia 100% nacional (2004), e do Laboratório de Laser de Altíssima Potência (2005), a marca de 1 mil teses e dissertações defendidas (2009) na pós-graduação e a inauguração do Espaço Marcello Damy (2010).
De 2011 a 2018, o IPEN foi muito longe: chegou à marca do 100º elemento combustível produzido para o Reator IEA-R1 (2011), criou o Prêmio de Inovação Tecnológica (2014) e a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São
Paulo IPEN/USP consolida-se com 109 empresas incubadas e 264 patentes e
marcas protocoladas (2014).Em 2016, os 37 radiofármacos do IPEN são protocolados na Anvisa. Em 2018, o Instituto desenvolveu a arquitetura do Projeto da Unidade Móvel de Radiação, foi contemplado em Edital da FAPESP para a modernização institucional e aquisição do SNOM e teve seu Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde aprovado na CAPES.
De 2019 a 2022
Em 2019, o IPEN produz 19 elementos combustíveis para o Reator IPEN/MB-01, um feito inédito. O ano de 2020, quando foi decretada a pandemia da Covid-19, o Instituto protagonizou uma série de ações de enfrentamento, entre eles, a esterilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), em colaboração com outros órgãos e entidades, e a inativação do SARS-CoV-2 por radiação ionizante para a fabricação de soro anti-Covid-19, em parceria com o Instituto Butantã.Neste ano, chegou ao Centro de Lasers e Aplicações o equipamento SNOM, o que há de mais avançado em microscopia sub-nano a laser. Em colaboração com a Poli-USP, foi aprovada a Graduação em Engenharia Nuclear. Além desses feitos, foi firmado acordo com a Nissan para desenvolvimento de um veículo movido por Célula a Combustível de Óxido Sólido (SOFC). Em 2021, a incrível marca de 3 mil teses e dissertações defendidas no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear.
O futuro
Ao projetar o futuro do Instituto, Costa seguiu com a temática do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), tema do colóquio e razão da homenagem a José Augusto Perrotta, com sua indicação como Pesquisador Emérito, no primeiro dia de comemoração ao 66º aniversário do IPEN-CNEN, terça-feira, 30."Acreditamos que o RMB é o futuro e queremos dar continuidade a esse projeto, que possibilitará a produção de radioisótopos para mais de 30 tipos diferentes de radiofármacos, vai dobrar, imediatamente, o número de procedimentos anuais em medicina nuclear e garantir a estabilidade do fornecimento de radioisótopos no País, além de contribuir para a ampliação do número de clínicas e hospitais que oferecem serviços em medicina nuclear e promover economia de mais de 15 milhões de dólares por ano com custos de importação”, pontuou a diretora substituta.
Costa acrescentou que tanto o projeto RMB quanto os trabalhos anteriores do Instituto têm sido realizados "tendo em vista a missão do IPEN”. "É o compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população brasileira: produzindo conhecimentos científicos, desenvolvendo tecnologias, gerando produtos de maneira segura e formando recursos humanos para a área nuclear”, destacou.
Antes da sessão solene, Costa e o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Madison Almeida, representando o presidente Paulo Pertusi, receberam o ministro Alvim, sua comitiva e demais convidados no espaço cultural Marcelo Dammy. Na sequência, para conhecer as instalações do Reator IEA-R1, no Centro do Reator de Pesquisas (CRPq), onde foram recebidos pelo gerente da área, Frederico Genezini.
Após a visita ao Reator, foi dado início à sessão solene, com execução do hino nacional brasileiro e a formação da mesa de honra, com a presença de Costa, Alvim, Almeida, e da professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP, Zeina Latif, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, vice-Almirante (EN) Guilherme Dionízio Alves, diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), vice-almirante Newton de Almeida Costa Neto, diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S. A. (AMAZUL), e Sergio Freitas de Almeida, secretário Executivo do MCTI.
Missão e parcerias
Representando o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, Arminda ressaltou a missão do Instituto e o notável "respeito em relação ao IPEN, por cumprir uma importantíssima missão que engrandece esse país”. "É a aplicação generosa dos resultados da pesquisa, na área da saúde, do meio ambiente e, ao mesmo tempo, sem se descurar da importância da ciência para a mudança e o desenvolvimento do país”, acrescentou.A secretária Zeina Latif ressaltou dois fatores do Instituto que chamaram a atenção. O primeiro foi "a clareza da missão do IPEN. Segundo ela, "isso não é tão presente nesse chamado ecossistema de inovação”, mas é um fator fundamental.O segundo fator é as parcerias: "tenho convicção que essas parcerias são essenciais.Quanto mais aprofundarmos essas parcerias, mais eficiente vai ser todo o investimento feito”
Latif também disse que o objetivo é aumentar essas parcerias e que espera que a visita seja o início de uma jornada de estreitamento das relações com o IPEN-CNEN. Por último, ressaltou o caráter inovador das pesquisas do instituto e disse pretender "usar da melhor forma o serviço público” e "trazer o setor privado” para atuar em conjunto.
Também falando sobre as parcerias, Almeida Costa destaca o vínculo com o IPEN-CNEN, como uma das formas de "superar uma série de dificuldades da cultura do país, para que a população entenda a importância das pesquisas realizadas no instituto”. "A história do IPEN sempre foi focada no limite da ciência e da tecnologia, daquilo que é o avanço, que não tem de onde tirar”, acrescentou.
Dionízio Alves ressaltou a importância da parceria existente entre a Marinha e o IPEN, que vem de "mais de quatro décadas”. Também destacou as qualidades e importância das competências do Instituto, como o domínio dos ciclos do combustível e do urânio. "Poucos têm, no mundo”, enalteceu
Madison Almeida mencionou que o IPEN é o maior instituto da América Latina edestacou todas as atividades do Instituto, que atribuiu ao legado do professor Marcelo Dammy."Hoje todos estão em prol da missão e, mais do que isso, da visão do IPEN. A CNEN é muito grata ao IPEN. Sempre lembramos e passamos para a sociedade e demais autoridades que o IPEN tem o seu famoso núcleo, seus 11 centros de pesquisa. Se o IPEN tem hoje os reatores nucleares, os aceleradores de partículas de elétrons e seus irradiadores gama, também tem as tecnologias correlatas intermediando a área nuclear. São inúmeras possibilidades”, disse.
Homenagens
Dando sequência ao evento, foi realizada uma "homenagem in memoriam” aos 19 servidores falecidos entreagosto de 2021 e agosto de 2022. Em seguida, o ministro Alvin entregou certificado de menção honrosa ao pesquisador Lalgudi Ramanathan, em nome dos aposentados, e a Mitiko Saiki e Rajendra Narain Saxena, representando os colaboradores voluntários após a aposentadoria. Após o pronunciamento do ministro, a solenidade foi encerrada.-------
Leonardo Novaes, estagiário
(Com supervisão) -
- 31/08/2022 - Colóquio, nova marca do IPEN e homenagens na pós-graduação encerram primeiro dia de comemoraçõesRepresentantes de áreas do IPEN envolvidas no RMB expuseram detalhes do projeto, desde a sua concepção, e CPG homenageia docentes que não orientam mais no programa. Nova 'cara' do Instituto também foi apresentada.
Representantes de áreas do IPEN envolvidas no RMB expuseram detalhes do projeto, desde a sua concepção, e CPG homenageia docentes que não orientam mais no programa. Nova 'cara' do Instituto também foi apresentada.
Como parte da programação do primeiro dia de aniversário do IPEN, nesta terça-feira, 30, o Colóquio "A contribuição do IPEN-CNEN para o RMB”, reuniu representantes de áreas do Instituto envolvidas no projeto. A mesa foi formada pelos gerentes Elita Urano, do Centro do Combustível Nuclear (CECON), e Frederico Genezini, do Centro do Reator de Pesquisa (CRPq), José Claúdio Dellamano, do Serviço de Gestão de Rejeitos Radioativos (SEGRR), Nilson Dias Vieira Junior, ex-superintendente do IPEN e pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), Patrícia Silvia Pagetti de Oliveira, atual coordenadora técnica do RMB, e Ulysses D’Utra Biteli, gerente adjunto do Centro de Engenharia Nuclear (CEENG).
O tema do Colóquio foi o mote para a homenagem ao ex-coordenador técnico do RMB, José Augusto Perrotta, que recebeu o título de "Pesquisador Emérito", abrindo a programação do dia. Ele também participou do diálogo com os pesquisadores. A mediadora foi a diretora de Produtos e Serviços (COPRS), Tereza Cristina Salvetti. Ela conta que buscou direcionar a conversa para trazer um pouco da história do RMB, partindo, desde o início, da ideia do projeto com Perrotta. "E fomos conduzindo até chegar na conclusão dos licenciamentos e a expectativa, quem sabe no futuro, de que realmente seja implementado”.
Salvetti ressaltou que, apesar de o RMB ser um projeto da DPD (Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento) e contar com a participação de outras instituições, dos próprios institutos da CNEN, o IPEN teve uma participação muito importante, "porque os líderes do sistema todo eram pessoas do IPEN”, destacando a interação e a importância do Instituto para a realização do empreendimento. Ela começou pedindo a Perrorra que detalhasse mais o começo de tudo.
Na época, o superintendente do IPEN/CNEN era Vieira Junior, que falou sobre a concepção do RMB e a interface em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, a CNEN e o MCTI. O desenvolvimento do elemento combustível para o RMB foi tema comentado principalmente por Elita e Ulysses, devido suas contribuições específicas. As aplicações também foi um dos aspectos comentados, e, por último, houve maior espaço para a atual coordenadora técnica e do licenciamento nuclear do projeto, Patrícia Pagetti.
"Transmitir os grandes feitos”
O colóquio abordou todos os tópicos do RMB, "desde as licenças legais, o planejamento para a montagem do reator, os laboratórios de apoio e as aplicações que o reator terá”. Para Genezini, o principal destaque ficou por conta de o evento ter proporcionado "transmitir os grandes feitos” e resultados obtidos até o momento. Segundo o gerente do CRPq, a riqueza de detalhes transmitidos proporcionou que os próprios servidores do IPEN/CNEN tivessem maior conhecimento do empreendimento."Grande parte da comunidade do IPEN não conhecia muito, foi interessante o retorno que tivemos”, disse, lamentando não ter sido possível, dentro do tempo previsto, falar sobre "todos os esforços já dedicados ao RMB, projeto que ressalta já vir de "muito tempo” e que considera "muito maduro”. "Foi possível ter uma ideia dos resultados que já atingimos, mas não do ‘trabalho de formiguinha’ de todos os líderes presentes no colóquio. Em especial o Perrotta, de ir em universidades, eventos e fazer palestras”, concluiu.
Patrícia Pagetti participou do colóquio representando a contribuição do CEENG para o projeto do RMB e também as atividades que conduz "na parte de licenciamento ambiental e licenciamento nuclear do RMB junto aos órgãos e às autoridades competentes”. "São vários servidores do CEENG – engenheiros e físicos –, que participaram desde o começo do projeto de concepção, das discussões sobre avaliação e da análise crítica do projeto básico dos sistemas do reator”, disse.
Segundo Pagetti, cerca de 50% dos servidos do CEENG participam da implantação do RMB. "Em fase mais recentes, foram realizadas muitas reuniões técnicas com as empresas contratadas, que estavam desenvolvendo o projeto. E o pessoal do CEENG participando da avaliação crítica do projeto, colaborando para melhorar, evoluir. Além disso, temos uma participação bem forte na parte do licenciamento ambiental e do licenciamento nuclear pelo órgão regulador nuclear, para poder "começar a produzir o RMB”.
De "cara nova”
Ainda como parte da programação, o chefe da Assessoria de Comunicação do IPEN, Edvaldo Paiva, apresentou o Manual de Aplicação da Marca IPEN, elaborado pelo Design Lab, Núcleo Experimental do curso de Design da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em parceria com o Instituto. Foram apresentados o símbolo – elipses estilizadas em tons de azul, o logotipo, que são a composição da logo nova, agora mais moderna e dinamizada.Paiva explicou que houve a preocupação de passar aos designers a importância de a logo do IPEN "conversar” com as de outras unidades técnico-científicas da CNEN, com a elipse "em movimento”, simulando a energia de órbitas de um átomo. Também mostrou as diferentes formas de aplicação e as submarcas. Para as diretorias, foi mantido um tom de azul. Já os centros de pesquisa são grafados na cor laranja, a mesma da marca CNEN. Por fim, os núcleos, que serão representados pela cor lilás.
O Manual completo estará disponível em breve no site do IPEN, para download e orientações aos usuários. Aos poucos, a logo antiga será substituída em todos os documentos, produtos, serviços e material de divulgação. "A importância de ter o manual de fácil acesso vai possibilitar a uniformização e a organização do conjunto de manifestações visuais do Instituto”, disse Paiva.
Homenagens
Dando sequência à programação, a Comissão de Pós-graduação (CPG) de Tecnologia Nuclear homenageou os docentes que orientavam de forma voluntária no programa e que decidiram não continuar por motivos diversos. "Eles optaram por tomar novos rumos, mas não podem ser esquecidos em sua contribuição para a formação de recursos humanos – inclusive muitos de nós somos egressos, e então quisemos fazer essa homenagem”, explicou Eduardo Landulfo, presidente da CPG.A diretora do Centro de Ensino, Martha Marques Vieira, acrescentou que os homenageados deram uma contribuição "muito relevante” nos últimos 15 anos. Foram chamados os pesquisadores Nilson Dias Vieira Junior e Marina Koskinas, que representaram todos os docentes que não estão mais credenciados. Na sequência, a CPG e a direção do IPEN fizeram uma surpresa à Martha Vieira, ofertando-lhe um buquê de flores, por sua dedicação ao ensino, em todos os níveis, no Instituto.
A cerimônia foi aberta pela diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, e pelo superintendente do Instituto, Wilson Calvo, que fizeram uma saudação de boas-vindas aos convidados.
A celebração do 66o aniversário do IPEN continua na quarta-feira, 31, com as presenças confirmadas do ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, da secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo (SDE/SP), Zeina Latif, do diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S. A. (AMAZUL), vice-almirante (EN) Newton de Almeida Costa Neto, do secretário Executivo do MCTI, Sergio Freitas de Almeida, do titular da DPD/NEN, Madison Coelho de Almeida, do diretor do CTMSP, vice-almirante (EN) Guilherme Dionízio Alves e da vice-reitora da USP, professora Maria Arminda do Nascimento Arruda.
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- 31/08/2022 - 'Não desisti da minha missão na área nuclear e não abandonei o RMB', diz Perrotta, em celebração no IPENAposentado recentemente, ex-coordenador técnico do empreendimento é homenageado com o título de Pesquisador Emérito do IPEN no primeiro dia de ecelebração dos 66 anos de fundação do Instituto
Aposentado recentemente, ex-coordenador técnico do empreendimento é homenageado com o título de Pesquisador Emérito do IPEN no primeiro dia de ecelebração dos 66 anos de fundação do Instituto
"Não desisti da minha missão na área nuclear, não renunciei ao meu conhecimento adquirido e não abandonei a implantação do Empreendimento RMB. É uma forma de mudança de atitude para uma busca de soluções. Penso que devo me posicionar em defesa dos nossos ideais, das nossas instituições, da preservação da ética, da competência e da meritocracia nessa nossa área estratégica e importante da tecnologia nuclear.”
A afirmação é do engenheiro José Augusto Perrotta, a propósito de sua aposentadoria "não programada” e a consequente saída da coordenação técnica do Projeto Reator Multipropósito Brsileiro (RMB). Homenageado pelo IPEN/CNEN como "Pesquisador Emérito” no primeiro dia de celebrações do 66º aniversário do Instituto, terça-feira, 30, Perrotta fez um discurso emocionado e contundente sobre sua carreira e a importância do empreendimento para o Brasil.
Dizendo-se preocupado com "o futuro da instituição, do projeto RMB e da área de tecnologia nuclear do País", Perrotta mostrou os "números superlativos” do empreendimento: o investimento necessário de US$ 500 milhões, o terreno de 2 milhões de m2 com uma área de proteção ambiental de 730 mil m2, um reator de pesquisa de 30 MW e laboratórios de processamento e manuseio de radioisótopos, de feixe de nêutrons, de análise por ativação neutrônica e de análise pós-irradiação de combustíveis e materiais.
"São mais de 20 instalações suporte, mais de 60 mil m2 de construções e 10 Km de vias internas”, ressaltou Perrotta. E os números superlativos não param por aí. De acordo com Perrotta, já foram produzidos mais de 16 mil documentos de engenharia, com mais de 2 milhões de homens-hora de engenharia, mais de 2.500 reuniões técnicas realizadas e quatro projetos de encomenda do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e um total investido de R$ 280 milhões.
O pesquisador também mencionou as 10 mil mudas de árvores nativas plantadas para recomposição de mata ciliar do Ribeirão do Ferro, que corta o sítio do RMB, ratificando a preocupação para que o empreendimento seja "ambientalmente correto”, um dos pilares de sustentabilidade do projeto. Perrotta destacou a "grande missão” do RMB, de ser nuclear em dois sentidos, o de embrionário de um grande centro de pesquisas e tecnologia, na área nuclear.
"O RMB não é apenas o projeto de construção de um reator de pesquisa, mas sim, a exemplo do que ocorreu com a implantação do reator IEA-R1 para o IPEN, é o estabelecimento de um grande centro de tecnologia nuclear que nasce com a construção do reator de pesquisa e instalações associadas. Ele é efetivamente um projeto de arraste e estruturante para o Programa Nuclear Brasileiro. Ao redor do reator se expandirão laboratórios, conhecimento, desenvolvimento tecnológico, formação de recursos humanos, inovação e suprimento da sociedade com os produtos e serviços que trazem consigo os benefícios da utilização pacífica da energia nuclear”.
Em seu discurso, Perrotta fez um retrospecto da carreira e comentou que o interesse pela área nuclear surgiu quando ainda era criança, aos 10 anos. "Me lembro, ainda criança, talvez uns 10 anos, moleque de rua – eu vivia na rua jogando bola, soltando pipa –, no bairro do Engenho Novo, no Rio de Janeiro, que, numa dessas resenhas da molecada, veio a pergunta "o que eu seria quando crescesse”. Lembro, perfeitamente, até hoje, essa cena, e eu disse sem hesitar ENGENHEIRO NUCLEAR!!”, exclamou.
Vocação predestinada
Prestes a completar 69 anos (28 de outubro), Perrotta nasceu no "Dia do Funcionário Público” e dia de São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis, no mesmo ano do lançamento do Programa Átomos para a PAZ (8 de dezembro de 1953). Três anos depois, em 1956, veio a criação da CNEN, e, em 1957, a fundação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e do Instituto de Energia Atômica (IEA), atual IPEN. "Portanto, nasci na era da aplicação da energia nuclear para fins pacíficos em benefício da sociedade”, brincou.O pesquisador acredita ter nascido com a missão de atuar na área nuclear e de contribuir para esse fim. "A vida sempre me encaminhou nesse caminho. Vários foram os sinais de estímulos a perseverar, não desanimar, e os apoios e cuidados recebidos para que isso ocorresse foram muitos”, afirmou. Perrotta fez questão de mencionar que sempre estudou em escolas públicas, do então primário à faculdade, tendo se formado em dezembro de 1977 como engenheiro civil, no Instituto Militar de Engenharia (IME – Rio de Janeiro).
Em janeiro de 1978, casou-se com Rosângela, presente na cerimônia, e brincou que nem teve tempo de curtir o momento. "Nem tivemos lua de mel, pois já estava fazendo o mobralzinho do PRONUCLEAR para mestrado em Engenharia Nuclear no próprio IME. Ganhei a bolsa e fiz o mestrado especial que dava o direito de ir fazer doutorado nos Estados Unidos, mas preferi concluir no País”. Perrotta dedicou um agradecimento especial à esposa, a quem "deve grande parte do sucesso da carreira”.
Carreira de sucesso
O pesquisador mencionou sua passagem pelo Departamento do Combustível Nuclear de Furnas, onde acredita ter feito um trabalho "marcante” e "fantástico”, que se tornou metodologia padrão de Furnas para as curvas operacionais de valores de reatividade de barras de controle do reator. Gostava do trabalho, mas, após a morte do pai, a quem ajudava na função de jornaleiro, aceitou mudar para São Paulo e trabalhar no Programa Autônomo de Tecnologia Nuclear (PATN) e no IPEN.Com os dois filhos ainda pequenos – Gabriela tinha 3 anos e o André ainda não havia completado um ano – e sabendo que seria uma dificuldade maior para a esposa Rosangela, tinha consciência do grande desafio que lhe esperava, no auge de seus 29 anos. "Era para trabalhar no desenvolvimento autônomo da tecnologia nuclear nacional. Hoje tenho certeza de que esse era meu destino e foi uma decisão acertada”, disse, referindo-se à tarefa de projetar o combustível e o núcleo do reator de propulsão naval.
Foi na metade dos anos 90, em decorrência da famosa "pá de cal” no PATN, que passou a se dedicar à Divisão de Engenharia do Núcleo do Departamento de Reatores do IPEN (RT) e concluiu seu doutorado, sob a orientação de José Rubens Maiorino. "E convidamos, não por acaso, o Dr. Rex Nazareth, principal responsável do PATN, a fazer parte da banca da minha defesa”, afirmou. No final da década, ajudou na criação do Centro de Engenharia Nuclear, tendo sido o primeiro gerente eleito pelos pares no IPEN.
Em 2002, foi convidado a trabalhar na Seção de Segurança de Reatores de Pesquisa da AIEA, em Viena, onde atuou no esforço inicial do trabalho conjunto dos Departamentos de Segurança, de Energia e de Aplicações para organização de guias, documentos técnicos e serviços sobre os reatores de pesquisa para suporte aos países membros da Agência. "Hoje existem mais de cem documentos emitidos e vários serviços disponíveis aos países membros. O RMB também utiliza alguns desses documentos da IAEA”.
Em 2003, voltou ao Brasil para contribuir na estruturação do Programa de Células a Combustível, aglutinando os vários grupos técnicos que estavam se desenvolvendo na área. "Ganhamos projeção nacional e, através do MCTI, fomos indicados coordenadores do Programa Nacional de Células a Combustível (PROCAC) em projeto de encomenda através da FINEP”, contou.
Perrotta também falou de sua passagem pela Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Material Nuclear (ABACC), onde coordenou o desenvolvimento e a qualificação do método inovador de amostragem de UF6 em plantas de enriquecimento para determinação de teor isotópico. "Denominamos esse método de ABACC-Cristallini em homenagem ao Dr. Osvaldo Cristallini que trabalhava conosco. Esse é um fato relevante para a ABACC”.
No seu retorno ao IPEN, passou a dirigir projetos especiais. Segundo Perrotta, a cronologia dos fatos de certa forma o empurrou para o que considera o grande projeto de sua carreira profissional e talvez a grande missão que teria a realizar e para a qual foi preparado ao longo dos vários anos de trabalho: o Projeto RMB. No Programa de Ação Em Ciência Tecnologia e Inovação (PACTI 2007-2010) do então MCT, havia destaque para a área nuclear com a recomendação de construir um reator para autonomia nacional na produção dos radioisótopos para a medicina nuclear.
Liderado pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da CNEN, o projeto seria tocado por líderes e executores oriundos dos institutos da CNEN e a parceria do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP). Perrotta foi designado como coordenador de gestão e coordenava os trabalhos dos vários especialistas. Chegou a ser titular da DPD de julho de 2011 a outubro de 2012, concomitantemente, e, pela função de direção, tornou-se membro do Conselho Superior do IPEN.
"Como diretor da DPD fui designado Membro do Conselho Superior do IPEN e contribuí para a renovação do convênio CNEN-IPEN-SDE-SP-USP que é de grande importância à CNEN, ao IPEN e ao RMB”, disse Perrotta. Para ele, "muito foi realizado no projeto RMB, mas, ainda, aquém do que foi inicialmente planejado”. Essa realização – COMPLEMENTA – existiu por vontade dos muitos que apoiaram o projeto desde seu início,” como é o caso do IPEN, instituição líder do projeto”.
Antes de encerrar seu discurso com os agradecimentos, Perrotta mencionou a expansão do acordo de parceria com a empresa de engenharia Amazônia Azul (AMAZUL), também da Marinha, em 2017, para apoio na implantação de engenharia do empreendimento. Citando algumas das realizações do empreendimento, afirmou que, nos últimos sete anos, a falta de recursos financeiros e a falta de apoio efetivo e político contribuíram para que a construção do RMB não fosse iniciada.
Por fim, agradeceu os pares, afirmando que "todos os trabalhos e realizações se devem ao grupo de pessoas, técnicos, e especialistas que comigo trabalharam”. Perrotta lembrou de apoiadores do projeto "que nos deixaram ao longo do caminho”, entre eles, Afonso Aquino, que foi colaborador na área de comunicação do RMB, fez uma saudação especial ao atual superintendente do IPEN, Wilson Calvo, e agradeceu à diretora substituta, Isolda Costa, e aos ex-superintendentes Claudio Rodrigues e Spero Morato, "entre outros de igual importância”.
Emocionado, dirigiu-se à espoca Rosângela, com quem está casado há 44 anos, dizendo que tudo que fez ou pode fazer profissionalmente foi porque teve o seu incentivo e suporte. "Toda vez que decidi mudar de serviço e cidade, viajar por longos períodos e me dedicar à minha profissão tive seu apoio e compreensão. Eu ficava tranquilo sabendo que ela realizava todo o necessário para cuidar de nossa família. Grande parte do sucesso da minha carreira se deve a você Rosangela. Muito Obrigado! Beijo”.
Também foram citados os filhos Maria Gabriela e André e as netas Isabella e Valentina, presentes na cerimônia, "por nos dar brilho nos olhos”. Fez um agradecimento à mãe, dona Maria, ainda viva, 99 anos) e à irmã Carmen, que sempre o ajudaram e o acolheram nas idas de trabalho ao Rio de Janeiro. "Casa da mamãe é hotel 10 estrelas”, brincou.
Encerrou com uma dedicatória especial: "Gostaria também de dedicar essa homenagem de pesquisador emérito ao meu pai. Imigrante italiano, na década de 30, ainda jovem, foi de verdade um grande brasiliano que criou raízes, constituiu família e contribuiu para o crescimento do país através do seu trabalho honesto e dedicado, e na criação e educação da geração que o sucedeu. Meu orgulho e admiração por ele, a quem dedico essa homenagem”.
"Perrotta é Multipropósito”
Antes de Perrotta receber o diploma de Pesquisador Emérito, coube ao amigo e testemunha de sua dedicação ao RMB e à área nuclear brasileira, Francisco Rondinelli Júnior apresentar o homenageado aos presentes. Atual coordenador geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da CNEN, Rondinelli mencionou aspectos da carreira de Perrotta e ressaltou o fato de ele ser oriundo da rede pública de ensino, um exemplo "do mérito do ensino público brasileiro”.Enquanto elencava os trabalhos realizados por Perrotta, Rondinelli brincou dizendo que "Perrotta é multipropósito”, levando a plateia ao riso. Destacou que o homenageado foi o engenheiro que concebeu o RMB e que "o desenho do seu pensamento” está preservado em um quadro e deve ser guardado para a posteridade. Mencionou ainda outros prêmios e honrarias concedidos a Perrotta e encerrou dizendo que ainda "faltam 30 páginas a serem preenchidas com coisas a fazer”, elogiando a "forma humana com a qual Perrotta dedicou ao País”.
A celebração do 66o aniversário do IPEN continua na quarta-feira, 31, com a presença do ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, da secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo (SDE/SP), Zeina Latif, do diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S. A. (AMAZUL), vice-almirante (EN) Newton de Almeida Costa Neto, do secretário Executivo do MCTI, Sergio Freitas de Almeida, do titular da DPD/NEN, Madison Coelho de Almeida, do diretor do CTMSP, vice-almirante (EN) Guilherme Dionízio Alves e da vice-reitora da USP, professora Maria Arminda do Nascimento Arruda.
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Texto: Ana Paula Freire
Colaborou Leonardo Novaes, estagiário -
- 29/08/2022 - Inscrições abertas para a terceira edição do Projeto Embaixadores NuclearesInscrições vão de 19 de setembro a 19 de outubro; intuito do projeto é divulgar os benefícios da Tecnologia Nuclear
Inscrições vão de 19 de setembro a 19 de outubro; intuito do projeto é divulgar os benefícios da Tecnologia Nuclear
A Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN) realizará a terceira edição da competição de Embaixadores Nucleares. O objetivo desse programa nacional é aumentar o alcance das informações sobre a Tecnologia Nuclear, assim como o número de pessoas que compreendam os benefícios do desenvolvimento do setor no país.
Os selecionados participarão de competição, em que apresentarão e implementarão ideias para divulgar os benefícios da Tecnologia Nuclear a diversos públicos. As inscrições para a edição deste ano irão de 19 de setembro a 19 de outubro. A divulgação dos vencedores será em setembro de 2023.
Os interessados devem enviar um resumo em PDF – de até uma página – com informações sobre a inscrição e a proposta do estudo a ser implementado. O documento deve seguir as especificações do edital, e ser enviado ao e-mail: embaixadoresnucleares@aben.com.br.
Os projetos deverão relacionar-se com o desenvolvimento sustentável, para demonstrar como a tecnologia nuclear pode auxiliar a alcançar objetivos de sustentabilidade.
O Programa é aberto a alunos de graduação e pós-graduação de qualquer universidade do Brasil. Serão aceitas inscrições de professores de ensino fundamental, médio e superior de instituições públicas e privadas do Brasil. A competição prevê a formação de grupos de no máximo três pessoas. As equipes serão divididas entre as categorias "Graduação” e "Pós-Graduação e Professores”.
Os vencedores serão convidados a fazer uma apresentação do trabalho desenvolvido na "International Nuclear Atlantic Conference – INAC 2023” perante o setor nuclear e serão nomeados Embaixadores Nucleares da ABEN. Também poderão fazer uma visita a uma Instalação Nuclear a ser determinada.
Mais informações no site da ABEN
Projeto embaixadores nucleares
O projeto Embaixadores Nucleares é uma iniciativa do Programa de Aceitação Pública (APUB) da ABEN. Foi lançado na "International Nuclear Atlantic Conference – INAC 2017” em Belo Horizonte, Minas Gerais. A primeira e a segunda edição da competição apresentaram resultados na INAC 2019 e na INAC 2021.
Coordenação: Olga Mafra (olga.mafra@gmail.com) - ABEN
Leonardo de Moraes, estagiário
(com supervisão)
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- 26/08/2022 - Especialistas do IPEN fazem visita ao IEN para firmar colaboração em pesquisas com aceleradores cíclotronsObjetivo foi conhecer as condições técnicas do Acelerador de Partículas Cíclotron CV-28 do IEN
Objetivo foi conhecer as condições técnicas do Acelerador de Partículas Cíclotron CV-28 do IEN
A visita de três pesquisadores do Serviço de Operações dos Aceleradores Cíclotron (SEOAC) do IPEN/CNEN ao Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), sediado no Rio de Janeiro, é mais um passo para a concretização de um programa de parceria entre as duas instituições visando a adequação de instalações nucleares com fins de pesquisa e desenvolvimento, como alternativas à produção de radiofármacos.
O físico André Lapolli e os engenheiros Aguinaldo Negrini e Antônio Zanchetta, do IPEN/CNEN, realizaram uma avaliação técnica para viabiliazar a proposta de parceria, que envolve, respectivamente, o Centro de Radiofarmácia (CECRF) do IPEN e a Divisão de Radiofármacos (DIRAD), do IEN, que demandou a visita. Também houve reunião com o diretor do IEN, Fábio Staude.
A ideia, segundo Lapolli, é priorizar as ações "em comum acordo”. "O nosso trabalho foi conhecer as condições técnicas do Acelerador de Partículas Cíclotron CV-28, visando desenvolver alguns projetos em comum para direcionar os serviços da DIRAD e do SEOAC para pesquisa e desenvolvimento tecnológico”, diz Lapolli, que a exemplo de Negrini e Zanchetta, é especialista em cíclotrons, linhas de feixes e sistemas de irradiação de alvos.
Além de conhecer as equipes e instalações da DIRAD, o grupo do IPEN/CNEN se reuniu com os responsáveis pelas áreas do Serviço do Cíclotron (SECIC) e do Serviço de Radiofármacos (SERAD) do IEN. Foram discutidos aspectos no âmbito da linha de feixe para alvos sólidos do equipamento CV-28 e melhorias a serem implementadas nesse equipamento.
O objetivo é modernizar o Cíclotron CV-28 e viabilizar a irradiação de metais com prótons ou partículas alfa para aplicações em metalurgia, medicina nuclear, uso de radiotraçadores, na indústria, e para a preservação do meio ambiente. Em reunião com a equipe do SERAD, os técnicos do IPEN também debateram possíveis melhorias no sistema Kipros para a produção de iodo-123.
Julio Cezar Suita, chefe do DIRAD/IEN, fala dos ganhos com a parceria. "Nossa expectativa é a adequação de nosso cíclotron CV-28 e suas linhas de irradiação a um novo propósito focado na pesquisa e no desenvolvimento de técnicas nucleares, em alternativa à produção e fornecimento de radiofármacos, que não mais é realizada no IEN”, disse.
Segundo ele, a colaboração já se encontra na fase de definição de objetivos técnicos específicos, como a adoção, no IEN, de sistema de porta-alvos para irradiação em aceleradores desenvolvidos pelo IPEN, e o desenvolvimento, em parceria, de sistema para transporte de alvos irradiados.
Todas as etapas da parceria serão registradas de forma detalhada no Sistema Eletrônico de Informações (SEI). Suita diz que o projeto ainda está sendo instruído e que já foi aberto um processo SEI (01345.000245/2022-12) "para reunir toda documentação gerada a partir das reuniões e missões implementadas”. Em junho, o gerente do CECRF/IPEN, Emerson Bernardes, já havia ido ao IEN para prospectar a colaboração.
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Leonardo Novaes, estagiário
(Com informações da Ascom/IEN)
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- 24/08/2022 - IPEN celebra 66 anos de criação destacando sua contribuição para o desenvolvimento científico nacionalO evento acontece nos dias 30 e 31 de agosto e contará com um colóquio sobre a contribuição científica e tecnológica desenvolvida por pesquisadores, tecnologistas e demais profissionais do Instituto para o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)
O evento acontece nos dias 30 e 31 de agosto e contará com um colóquio sobre a contribuição científica e tecnológica desenvolvida por pesquisadores, tecnologistas e demais profissionais do Instituto para o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) completará 66 anos de existência na próxima quarta-feira (31). Para comemoração da data, será realizada cerimônia no auditório Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni, anexo ao bloco da Administração da Instituição.
O evento acontecerá nos dias 30 e 31 de agosto de 2022. No primeiro dia, será realizado um colóquio com o tema "A contribuição do IPEN-CNEN para o Reator Multipropósito Brasileiro - RMB”. O objetivo é reunir pesquisadores, engenheiros e demais servidores que participaram ativamente do projeto para o RMB e apresentarem depoimentos que resgatem o legado em conhecimento, tecnologia, inovação produzidos no Instituto desde 2008.
A abertura será realizada pela diretora substituta Isolda Costa. Na ocasião, será apresentado o manual de uso da marca do novo logotipo do IPEN, desenvolvido pelo Design Lab da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
O Presidente da comissão de Pós-Graduação IPEN-USP, Eduardo Landulfo, e a gerente do Centro de Ensino, Martha Marques Ferreira Vieira, homenagearão docentes que após décadas de contribuição para formação acadêmica de aproximadamente três mil profissionais, deixam o curso.
Pesquisador Emérito
O evento também contará com anúncio do Pesquisador Emérito do IPEN 2022, José Augusto Perrotta, até recentemente coordenador técnico do empreendimento RMB. O coordenador Geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Júnior, saudará Perrotta e prestará agradecimentos. O título de Pesquisador Emérito é concedido a pesquisadores aposentados e que tiveram valorosa contribuição na área do desenvolvimento científico e tecnológico no País.
Perrota foi tecnologista sênior da CNEN, exercendo a função de Coordenador Técnico do RMB, e se aposentou em 2022. Possui graduação em Fortificação e Construção pelo Instituto Militar de Engenharia (1977), mestrado em Engenharia Nuclear pelo Instituto Militar de Engenharia (1980) e doutorado em Tecnologia Nuclear pelo curso de Pós-Graduação IPEN-USP (1999).
O colóquio "A Contribuição do IPEN-CNEN para o RMB” será mediado pela coordenadora de Produtos e Serviços do IPEN,Tereza Cristina Salvetti. Ela anunciará os participantes que discorrerão sobre suas experiências no projeto e os desenvolvimentos alcançados.
Além de Perrotta e Salvetti, estão confirmadas as participações dos Drs. Elita Fontenelle Urano de Carvalho, Frederico Antônio Genezini, José Claudio Dellamano, Nilson Dias Vieira Junior, Patrícia da Silva Pagetti de Oliveira, e Ulysses D’Utra Bitelli.
Sessão Solene e homenagens
No dia 31, data de fundação do Instituto, a sessão solene comemorativa terá início às 10h, com a formação de uma mesa de honra e saudações de autoridades de instituições parceiras.
Isolda Costa, diretora substituta do IPEN-CNEN, destacará, na abertura, os principais desenvolvimentos realizados pelo Instituto cujos Centros de Ciência e Tecnologia dos Materiais e de Química e Meio Ambiente completam 60 anos de atividades. Também serão mencionados os 65 anos de operação do Reator Nuclear de Pesquisa IEA-R1.
A sessão contará com pronunciamentos de autoridades da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (AMAZUL), Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), Universidade de São Paulo (USP), Secretaria de Estado do Desenvolvimento econômico Sustentável (SDE/SP) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O evento encerra-se com a homenagem aos servidores que completaram 20, 25, 35, 40, 45 e 50 anos de atividades no IPEN. O servidor com mais tempo de atividade no Instituto representará os demais ao receber Menção Honrosa das mãos do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim. Na sequência, serão lembrados os servidores aposentados e os colaboradores voluntários que prestam serviços ao Instituto, muitos ainda na orientação de trabalhos acadêmicos.
Leonardo de Novaes, estagiário
(com supervisão)
Arte: Mário Lima -
- 22/08/2022 - Pesquisadores do IPEN/CNEN têm participação de destaque em conferência da Agência de Energia AtômicaAlém dos dez trabalhos apresentados, pesquisadores foram convidados como palestrantes com o objetivo de mostrar as experiências de sucesso da tecnologia nuclear aplicada a diversos segmentos
Além dos dez trabalhos apresentados, pesquisadores foram convidados como palestrantes com o objetivo de mostrar as experiências de sucesso da tecnologia nuclear aplicada a diversos segmentos
Três pesquisadores do IPEN/CNEN estão em Vienna, Áustria, para apresentação de trabalhos na Second International Conference on Applications of Radiation Science and Technology – ICARST 2022 (Segunda Conferência Internacional sobre Aplicações da Ciência e Tecnologia da Radiação, em tradução livre). Financiado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o evento começou nesta segunda-feira, 22, e termina na sexta-feira, 26.
Pablo Vásquez, Yasko Kodama e Wilson Calvo, todos vinculados ao Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) do IPEN/CNEN são os participantes em Vienna. Vásquez também integra o Comitê Científico do ICARST e é o pesquisador com o maior número de trabalhos a apresentar, cinco no total. O pesquisador é responsável pela linha de pesquisa para preservação de objetos de patrimônio cultural e pelo Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do CETER.
Outros três pesquisadores, Rafael H. Lazzari Garcia, do Centro do Combustível Nuclear (CECON), Solange Sakata, do CETER, e Nelida del Mastro, docente no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, também apresentaram trabalho, no caso de Garcia e Sakata, de forma remota.
O ICARST é uma conferência internacional promovida a cada quatro anos pelo Departamento de Ciência e Aplicações Nucleares da AIEA e tem como objetivo de promover o intercâmbio de informações e a troca de experiência entre pesquisadores e profissionais do setor nuclear de todo o mundo, no que se refere às aplicações da tecnologia nuclear nos mais diversos segmentos, entre eles, a preservação de acervos culturais, uma área na qual o IPEN/CNEN é muito atuante e reconhecido internacionalmente.
Os cinco trabalhos de Vásquez são (1) Desenvolvimento de uma metodologia para a conservação de negativos de chapas de vidro fotográficos históricos com processamento por radiação ionizante; (2) Aplicações de emergências de processamento de radiação para descontaminação de equipamentos de proteção individual na pandemia de COVID-19 – a experiência brasileira; (3) Mais que veneno: acervos contaminados do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE-USP); (4) Novas tendências e aplicações das radiações ionizantes para a preservação de materiais tangíveis do patrimônio cultural e (5) O que poderia acontecer além do uso de radiação em herança cultural.
Calvo apresentará dois trabalhos: (1) Desenvolvimento de um Sistema de Irradiação para produção de radioisótopos gasosos e da Perfilagem Gamma Tomográfica 2-D para solução de problemas em processos industriais no Brasil e (2) Desenvolvimento e construção de um Acelerador de Feixe de Elétrons Móvel para tratamento de reciclagem de efluentes industriais no Brasil.
Sakata e Kodama apresentarão um trabalho cada, respectivamente "Óxido de Grafeno reduzido obtido por radiação gama para a produção de biossensores de glicose” e "Efeitos da dose absorvida de radiação gama no enxerto de VBC em filmes de LDPE e no desempenho de células de combustível de membrana de troca aniônica” (ver abaixo os títulos originais de todos os trabalhos, no inglês).
"Temos muito orgulho dos nossos pesquisadores que nos representam em diferentes fóruns acadêmicos e científicos, mostrando a excelência das pesquisas do IPEN e ao mesmo tempo divulgando o Instituto para o mundo. Na conferência ICARST, são trabalhos de extrema relevância para o País, que vão ao encontro das propostas da Agência Internacional, dentre eles, melhorar a saúde humana e a segurança alimentar, contribuir para a preservação do patrimônio cultural e do nosso meio ambiente”, disse Isolda Costa, diretora substituta do IPEN/CNEN.
Todos os projetos apresentados são financiados pela AIEA, assim como a participação dos pesquisadores na Conferência. Para que houvesse maior número de profissionais da ciência e da indústria, a AIEA buscou parcerias junto a instituições e programas internacionais com atuação e/ou interesse no tema. No caso da América Latina, foi articulada parceria entre o Departamento de Cooperação Técnica da AIEA e o Acordo Regional de Cooperação para a Promoção da Ciência e da Tecnologia Nucleares da América Latina (ARCAL), do qual o Brasil é signatário.
Sobre o ICARST
O sucesso da primeira ICARST, em 2017, motivou a AIEA a partir para esta segunda edição. Dois conceitos básicos definem essa conferência: o primeiro é a oportunidade de rever os principais desenvolvimentos nas aplicações da ciência e tecnologia da radiação, bem como o "estado da ciência" neste campo, e também as iniciativas nacionais, regionais e globais para a implementação de aplicações industriais comprovadas que levam a benefícios socioeconômicos e fortalecem a capacitação nos Estados Membro da AIEA.A outra motivação é que a conferência possa servir como uma plataforma composta por meio da qual a indústria e a academia podem fomentar novas iniciativas para garantir o sucesso das tecnologias de radiação no enfrentamento dos desafios emergentes em várias áreas.
Os trabalhos do IPEN/CNEN
Pablo Vásquez:
· Development of a methodology for the conservation of historical photographic glass negatives with ionizing radiation processing;
· Emergency applications of radiation processing for decontamination of personal protective equipment in the COVID-19 pandemic – Brazilian experience
· More than poison: contaminated collections at the Museum of Archeology and Ethnology (MAE-USP)
· New trends and applications of ionizing radiation for the preservation of tangible cultural heritage materials
· What can go beyond the use of cultural heritageWilson Calvo:
· Development of an Irradiation System for production of gaseous radioisotopes and of a Tomographic 2-D Gamma Scanning for industrial process troubleshooting in Brazil
· Development and construction of a Mobile Electron Beam Accelerator for industrial effluent recycling treatment in BrazilSolange Sakata
· Reduced graphene oxide obtained by gamma radiation for the production of glucose biosensorsYasko Kodama
· Effects of gamma radiation absorbed dose on VBC grafting onto LDPE films and on anion exchange membrane fuel cells perfomanceRafael H. Lazzari Garcia
· The Influence of Gamma Radiation Doses on rGO/Pt for Energy Storage ApplicationsNelidaLucia del Mastro
· Sustainable Packaging Materials for the Food Industry: Role of Radiation Technology -
- 22/08/2022 - Espécies vegetais biorremediadoras serão testadas para reduzir poluição atmosférica em São PauloEstudo pioneiro liderado pelo IPEN/CNEN avalia as melhores espécies visando mais qualidade no ar e o consequente benefício à saúde da população
Estudo pioneiro liderado pelo IPEN/CNEN avalia as melhores espécies visando mais qualidade no ar e o consequente benefício à saúde da população
Projeto liderado pelos pesquisadores Paulo Sergio da Silva, do IPEN/CNEN, e Silvia Ribeiro de Souza, do Instituo de Pesquisas Ambientais, além do professor Thiago Nogueira, da Faculdade de Saúde Pública da USP, tem como objetivo reduzir as quantidades de material particulado do ar utilizando espécies vegetais biorremediadoras. Trata-se do estudo "Avaliação de Espécies Vegetais das Unidades de Conservação no Emprego de Tecnologias Verdes para Remediação da Poluição do Ar”, implementado em 2021, cujos resultados podem oferecer uma melhora na qualidade de vida dos cidadãos de São Paulo.
A proposta inicial é caracterizar as quantidades de material particulado presente no ar de algumas regiões da cidade de São Paulo. Em seguida, os pesquisadores selecionarão espécies vegetais com melhor potencial para retirar esses poluentes e realizarão uma série de testes, a fim de obter ganhos duradouros para uma melhora na saúde do paulistano.
Elaborada em 2019, o estudo foi apresentado, pela primeira vez, em um webinar em outubro de 2020 e concorreu em edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) sobre propostas para resolução de problemas ambientais. Em 2021, foi readaptado para fazer parte do programa da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo (SIMA/SP). A duração estimada é de quatro anos, e a expectativa é de que, caso obtenha bons resultados, possa fundamentar a elaboração de políticas públicas.
O desenvolvimento de tecnologias verdes para proporcionar melhoras na saúde da população é uma alternativa em uma cidade caracterizada por alta emissão de poluentes, principalmente por veículos. Silva explica que isso ocorrerá a partir das propriedades naturais das espécies vegetais em retirar material particulado do ar. O pesquisador diz que a execução do projeto seria capaz de diminuir os índices de doenças respiratórias assim como os gastos em tratamento.
A adsorção é processo que permite às plantas retirarem as impurezas do ar. Trata-se da adesão do material particulado do ambiente à superfície das folhas, de modo que ambos fiquem interligados. As plantas que melhor tiverem essa propriedade sem que sua saúde seja comprometida serão as escolhidas.
Silva explica que o IPEN-CNEN será responsável por utilizar as técnicas desenvolvidas no Instituto para determinar a concentração dos elementos metálicos presentes no material particulado do ar, solo e folhas. A principal das técnicas aplicadas será a da Análise por Ativação Neutrônica.
Metodologia
A proposta é utilizar as plantas que melhor se adequem aos ambientes em que serão inseridas. Silva destaca a importância do planejamento na escolha das espécies vegetais, de acordo com cada local. O pesquisador diz que há critérios para essa escolha e indica que o perfil desejado para as plantas é que sejam resistentes, não consumam água em excesso, não causem danos ao ambiente e sejam 100% nativas, entre outros fatores.
Silva explica ainda que a primeira etapa consiste em caracterizar e identificar as espécies vegetais biorremediadoras para selecioná-las. O passo seguinte é a realização de testes efetivos, com monitoramento da eficiência das plantas colocadas em alguns pontos estratégicos.
De acordo com o pesquisador, as espécies de pequeno porte serão testadas em estufas e, dependendo da adesão da população, também podem ser monitoradas de dentro das casas de possíveis voluntários. Já os testes com árvores de grande porte incluem análises em unidades de conservação. Em uma terceira etapa, a partir dos dados obtidos, será feita uma estimativa percentual sobre a melhora na saúde da população com a implantação dessas espécies vegetais.
Foram selecionadas duas unidades de conservação para os testes iniciais: o Parque Estadual Fontes do Ipiranga – zona sul de São Paulo; e a Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade – Rio Claro-SP. O primeiro local foi escolhido por estar localizado na região da cidade de São Paulo, uma metrópole que sabidamente apresenta elevados níveis de poluição.
"Já a escolha do segundo se deve às elevadas concentrações de material particulado nos arredores devido à presença de um polo cerâmico e episódios frequentes de incêndios em canaviais. Esses estudos permitirão testar a eficiência das plantas em casos mais extremos!”, explica Silva, que integra o Centro do Reator de Pesquisas (CERPq) do IPEN/CNEN.
O trabalho dentro das unidades de conservação consiste em analisar as espécies nativas que melhor se encaixem no perfil desejado. Inicialmente, elas serão analisadas na área central do parque e, gradualmente, serão implementadas e analisadas em pontos cada vez mais distantes. As espécies vegetais serão dispostas, gradualmente, das regiões com menos poluição até as mais poluídas, partindo do centro das unidades de conservação para o exterior.
O objetivo final é estabelecer o tipo de planta e a quantidade que deve ser inserida no ambiente para que seja capaz de reduzir os índices de determinado poluente presente no ar. A grande expectativa é poder contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população.
Parceiros
Também participam do projeto pesquisadores do Instituto de Pesquisas Ambientais, da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP-USP) e do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP). No IPEN-CNEN, Larissa Otubo, do Centro de Tecnologia dos Materiais (CECTM), é responsável por dar suporte na parte das análises da capacidade de resistência das espécies.
Em âmbito internacional, o projeto foi inserido e aprovado em outro edital da FAPESP, para concorrer a uma parceria entre São Paulo e Reino Unido na área de meio ambiente. Esta ampliação do projeto leva o nome "Infra-estrutura Verde das Cidades para Resfriamento Urbano (GreenCities)” e, no Brasil, é encabeçado pela professora Maria de Fatima Andrade, do IAG.
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Leonardo Noaves, estagiário
(com supervisão) -
- 20/08/2022 - Campanha do Agasalho da Cruz Vermelha em parceria com o IPEN-CNEN entra na reta finalNa próxima sexta-feira, 26 de agosto, encerra-se a campanha de doação de agasalho no Instituto
Na próxima sexta-feira, 26 de agosto, encerra-se a campanha de doação de agasalho no Instituto
A Campanha do Agasalho no IPEN-CNEN, em parceria com a Cruz Vermelha São
Paulo, se encerará na próxima sexta-feira, dia 26 de agosto.
A organização da campanha no IPEN-CNEN agradece a todos que colaboraram até o momento e solicita aos que porventura ainda desejam participar que deixem os agasalhos, roupas ou cobertores em bom estado, a serem doados nos pontos de coleta localizados no Instituto.Os pontos de coleta são: (Portaria Sul, Portaria Norte (Geral), Prédio do
Ensino, Restaurante, Bloco A, CEQMA, CETER, CEITEC, GREIC e CELAP)Até o momento, o IPEN-CNEN encaminhou três lotes de doações para a Cruz Vermelha. Assim, os participantes colaboraram para amenizar o frio das pessoas em situação de vulnerabilidade social ou em situação de rua.
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- 17/08/2022 - Nota de falecimento - Maria Imaculada da SilvaO IPEN-CNEN informa com extremo pesar o falecimento, em 16 de agosto, da técnica Maria Imaculada da Silva.
Maria Imaculada ingressou no IPEN em 3 de maio de 1982. Foi um exemplo de superação pois ingressou no Instituto como servente, retomou os estudos e aposentou-se como auxiliar técnico em 2015, no Centro de Radiofarmácia.
Velório e sepultamento
A família informa que o velório acontece hoje, 17 de agosto, das 9h às 13h, no Cemitério da Lapa, Rua Bergson, 347, Vila Leopoldina.
O sepultamento se dará em 18 de agosto em Aparecida, município em que a família vive. -
- 15/08/2022 - IPEN-CNEN realiza desinfestação de obras doadas ao Museu do Ipiranga, que reabre em setembroInstituto aplicou metodologias para livrar os objetos de contaminações por insetos; itens resgatam aspectos da história da sociedade paulista e paulistana do século 20.
Instituto aplicou metodologias para livrar os objetos de contaminações por insetos; itens resgatam aspectos da história da sociedade paulista e paulistana do século 20.
O Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP), também conhecido como Museu do Ipiranga, reabre para o público em setembro, em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil, após nove anos de reformas. Entre as atrações, obras da Coleção Ivani e Jorge Yunis (CIJY), doada em fevereiro. Antes de seguirem para o novo destino, elas passaram por processo de desinfestação por ionização gama no IPEN/CNEN.
O procedimento ocorreu no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do Instituto, a partir da aplicação da radiação gama. O método permitiu livrar os objetos da contaminação por insetos e realizar rápida entrega ao Museu. Uma das peças tratadas é uma escrivaninha, que poderá ser vista na exposição "Casas e Coisas", quando da reinauguração do Museu, no próximo mês.
Segundo Pablo Vasquez, pesquisador responsável pela linha de pesquisa para preservação de objetos de patrimônio cultural e pelo Irradiador Multipropósito, a tecnologia utilizada resolve o problema em poucas horas. A radiação gama atinge especificamente o contaminante biológico, e as peças ficam prontas para as próximas etapas que antecedem a entrega – higienização, acondicionamento, restauro e exposição –, sem oferecer risco aos profissionais envolvidos e sem a necessidade de quarentena.
"A nossa tecnologia oferece um processo sustentável. Utilizamos um radioisótopo que não deixa o material radiativo e nem contamina o ambiente”, diz o pesquisador, acrescentando que os objetos irradiados podem ser manuseados imediatamente após serem submetidos à radiação. "Se fosse um procedimento tradicional tipo químico, por exemplo, geralmente seria necessária uma quarentena em torno de 40 dias”, compara.
A ação foi realizada a partir da parceria existente entre o IPEN-CNEN e a CIJY, coleção que contém acervo artístico e documental datado do período entre o século 4 a.C. e os anos 1970. Na avaliação de Vásquez, essa colaboração é de grande importância: "Além de transferir nossa tecnologia para eles, temos acesso a materiais únicos para pesquisa na área da preservação”, diz.
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- 14/08/2022 - Homenagem ao Dia dos PaisA data de celebração do Dia dos Pais não é uma unanimidade. Sua comemoração varia de acordo com cada pais. Nos Estados Unidos, por exemplo, a data foi idealizada por Sonora Louise Smart Dood, em 1909, para homenagear seu pai pela dedicação ao criar os seis filhos após tornar-se viúvo. A ideia vingou e foi oficializada. Lá, é celebrada no terceiro domingo de junho.
No Brasil, a celebração do Dia dos Pais teve sua origem como uma ação de marketing em agosto de 1953. O publicitário Sylvio Bherinh, na época diretor do jornal e da Rádio Globo, idealizou um concurso para homenagear os pais que teve ampla repercussão. Foi celebrado pela primeira vez em 16 de agosto de 1953, dia consagrada a São Joaquim, pai de Maria e avô de Jesus. Contudo, a data passou a ser comemorada no segundo domingo de agosto.
Em países de forte tradição católica, como Itália, Espanha , Portugal e Bolívia, a celebração é em 19 de março, Dia de São José.
Seja qual for a data, o importante é celebrar o reconhecimento pelo amor, proteção e orientação dedicados aos filhos, biológicos ou não, pela figura paterna.
O IPEN-CNEN homenageia seus servidores, colaboradores e alunos que exercem em seu dia a dia o profundo afeto e dedicação a seus filhos.
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- 12/08/2022 - Oportunidades de bolsas de pós-doutorado para projetos do IPEN-CNENSão 11 projetos de desenvolvimento científico e tecnológico realizados entre os centros de pesquisa do IPEN, cada qual com uma vaga para bolsa de pós-doutorado. As inscrições estarão abertas de 12 a 28/08/2022
São 11 projetos de desenvolvimento científico e tecnológico realizados entre os centros de pesquisa do IPEN, cada qual com uma vaga para bolsa de pós-doutorado. As inscrições estarão abertas de 12 a 28/08/2022
A Coordenadoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (COPDE) do IPEN, por meio de seu Escritório de Gestão de Projetos (SEEGP) divulga edital para bolsas de pós-doutorado a candidatos de diversas áreas do conhecimento relacionadas a onze projetos de desenvolvimento científico e tecnológico realizados entre os centros de pesquisa do Instituto. Cada projeto de pesquisa descreve no Edital as habilidades e conhecimentos requeridos dos candidatos.
As inscrições estão abertas aos interessados no período de 12 a 28 de agosto de 2022. Os candidatos deverão enviar mensagem para o e-mail especificado em cada um dos projetos cuja documentação varia de acordo com a especificidade de cada um. Os bolsistas aprovados deverão ter disponibilidade para trabalho em período integral, 40 horas semanais, e poderão orientar alunos de iniciação científica. Outra exigência é a submissão de pelo menos um artigo por ano como autor ou coautor a periódico indexado
A avaliação das candidaturas acontecerá de 29 de agosto a 9 de setembro e a divulgação pela COPDE será divulgada no Portal do IPEN em 21 de setembro. Entrega das documentações e implementação das bolsas serão realizadas de 22 a 28 de setembro e o início das bolsas está previsto para 3 de outubro.
Edital para Bolsas de Pós-Doutorado para Projetos do IPEN-CNEN -
- 11/08/2022 - IPEN-CNEN e CDTN firmam parceria em projeto para materiais avançados e minerais estratégicosEmpreendimento objetiva apoiar o desenvolvimento de produtos e processos baseados em materiais avançados e minerais estratégicos.
Empreendimento objetiva apoiar o desenvolvimento de produtos e processos baseados em materiais avançados e minerais estratégicos.
Coordenadores do GraNioTer, empreendimento é do Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI), estiveram reunidos, nesta quarta-feira, 10, com Isolda Costa, diretora substituta do IPEN/CNEN, e com pesquisadores de três Centros de Pesquisa: Lasers e Aplicações (CELAP), Química e Meio Ambiente (CEQMA) e Ciência e Tecnologia dos Materiais (CECTM).
O propósito do GraNioTer é estabelecer um hub tecnológico de minerais avançados e minerais estratégicos para promover maior integração do potencial de oferta e capacidade científica e tecnológica com a demanda por aportes tecnológicos das empresas brasileiras. Em fase de visitas externas, o primeiro instituto visitado foi o IPEN-CNEN.
O empreendimento do MCTI conta com apoio da agência pública Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e é executado pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em Belo Horizonte (MG).
Maximiliano Martins, da coordenação de Formação Especializada do CDTN e coordenador do GraNioTer, e Tiago Hilário Ferreira, coordenador de inteligência de mercado do projeto, foram recepcionados por Isolda Costa, diretora substituta do IPEN-CNEN, no Espaço Cultural Marcello Damy.
Também participaram da reunião técnica pesquisadores do IPEN-CNEN, Jesualdo Rossi, representando o CECTM, Ademar Lugao (CEQMA) e Anderson Zanardi (CELAP).
Após breve apresentação do GraNioTer pelos visitantes, e dos Centros de Pesquisa, por parte dos pesquisadores, o grupo iniciou discussões sobre áreas de maior relevância para a parceria e como viabilizá-la operacionalmente.
À tarde, durante as visitas aos laboratórios, Martins e Ferreira puderam conhecer com mais detalhes as pesquisas realizadas em cada Centro e foram exploradas novas possibilidades de colaboração no âmbito do GraNioTer e de eventuais futuros projetos em conjunto.
Para Martins, o IPEN-CNEN possui grande expertise e conhecimento acumulado e tem muito a colaborar com o novo projeto. "Vemos, pelos trabalhos e temas desenvolvidos no IPEN, que há muita sinergia com toda a temática trazida pelo GraNioTer”, diz o coordenador, que se demonstrou otimista com relação à parceria. "Acho que a expectativa é muito boa. E, agora, a doutora Isolda colocou a possibilidade de fazermos chamadas entre as instituições da CNEN, visando desenvolver projetos conjuntos”.
O GraNioTer
O principal objetivo do GraNioTer é apoiar o desenvolvimento de produtos e processos baseados em materiais avançados e minerais estratégicos. Será implantado um laboratório voltado ao desenvolvimento de competências tecnológicas, visando a geração de aplicações comerciais para empresas brasileiras desse ramo.
Segundo Martins, "a ideia é justamente trazer o foco no desenvolvimento dos materiais avançados, visando suas aplicações”. Os principais minerais estratégicos visados, que nomeiam o projeto, são Grafeno, Nióbio e Terras Raras.
No momento, a busca é por mapear as expertises e conhecimentos de potenciais parceiros fornecedores de demandas e soluções tecnológicas. A iniciativa está aberta à comunidade Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) nacional e em sinergia com iniciativas e investimentos convergentes.
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Leonardo Novaes, estagiário
(Com supervisão) -
- 09/08/2022 - Moção da SBPC solicita investimentos para o Reator Multirpropósito Brasileiro (RMB)A Assembleia Geral Ordinária de Sócios da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) aprovou de forma unânime o texto de uma moção solicitando investimentos para a finalização do empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). O RMB é importante para políticas públicas e objetivos estratégicos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) do País.
A Assembleia Geral Ordinária de Sócios da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) aprovou de forma unânime o texto de uma moção solicitando investimentos para a finalização do empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). O RMB é importante para políticas públicas e objetivos estratégicos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) do País.
A aprovação ocorreu durante a 74ª Reunião Anual da SBPC, no dia 28 de julho, na Universidade de Brasília (UnB). O texto é destinado aos presidenciáveis, senadores da República, deputados federais e presidentes de associações e sociedades científicas.
A moção pede que os partidos políticos, congressistas e formadores de opinião conheçam a proposta do RMB e entendam aspectos como sua importância estratégica para o desenvolvimento da tecnologia nuclear no Brasil e a necessidade do estabelecimento de uma política de Estado para garantir a implantação do empreendimento em cinco anos.
A intenção é que esses agentes atuem para garantir a implementação estratégica do RMB, o aporte financeiro, a alocação de recursos humanos e o estabelecimento de um modelo de gestão adequado.
Os radioisótopos utilizados para a saúde são produzidos, em maioria, em reatores de pesquisa dedicados. O empreendimento do RMB contará com um reator nuclear de pesquisa multipropósito e infraestrutura que permitirão suprir a demanda nacional de mais de cinco mil procedimentos diários que requerem a utilização destes radioisótopos.
O RMB garantirá Independência tecnológica e soberania nacional na área de radiofármacos, cuja produção atual é dependente da exportação de radioisótopos de meia-vida longa vindos do exterior. Também propiciará inovação tecnológica e contribuirá para a formação de recursos humanos especializados.
O empreendimento tem custo total estimado em US$ 500 milhões para implantação em, pelo menos, 5 anos de forma contínua. Desde 2008, o RMB utilizou aproximadamente R$ 280 milhões de reais oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) por meio da FINEP. A partir de 2015, somente R$15 milhões foram alocados.
Apoio interinstitucional
As manifestações de apoio mais recentes são da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE) e da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental (SBFTE). A Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN) também republicou o texto em seu site.
Moção Independência tecnológica e soberania nacional na área de radiofármacos e a finalização do RMB
Atualizada em: 12/08/2022
Leonardo Novaes, estagiário
(Com supervisão) -
- 09/08/2022 - Selo comemorativo do bicentenário da Independência do BrasilEm comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil, celebrado em 2022, os órgãos ligados à Administração Pública Federal poderão utilizar Selo do Bicentenário em determinadas ocasiões
Em comemoração ao bicentenário da Independência do Brasil, celebrado em 2022, os órgãos ligados à Administração Pública Federal poderão utilizar Selo do Bicentenário em determinadas ocasiões
O selo será utilizado apenas como evento cívico que pretende representar, conforme o Manual de Uso do Selo do Bicentenário da Independência do Brasil e suas respectivas "Diretrizes sobre a aplicação do Selo do Bicentenário”.
As regras são comunicadas pelo Ofício Circular nº 322;2022/SEI-MCOM (1545502), da Secretaria Especial de Comunicação Social do Ministério das Comunicações, e pelo Parecer n. 00007/2022/CONSUNIÃO/CGU/AGU (1546068), da Consultoria-Geral da Advocacia da União, encaminhados pelo Despacho DPD (1549032).
O ofício enviado pelo Ministério das Comunicações, informa sobre o Manual de Uso do Selo do Bicentenário da Independência do Brasil, documento orientador para seu uso e que estabelece diretrizes para a utilização e aplicação.
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- 04/08/2022 - IPEN e USP lançam Hub de Ciências da Vida, um 'momento histórico' para o país, diz Wilson CalvoCom execução do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, novo polo nasce com a proposta de uma 'aliança estratégica para o desenvolvimento de um ambiente catalisador de inovação em ciências da vida'.
Com execução do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, novo polo nasce com a proposta de uma 'aliança estratégica para o desenvolvimento de um ambiente catalisador de inovação em ciências da vida'.
"Um momento histórico para o Estado de São Paulo e para o País, ligado fortemente à ciência, tecnologia, desenvolvimento sustentável e inovação, na busca de soluções para problemas da nossa sociedade”. Com essas palavras, o superintendente do IPEN, Wilson Calvo, iniciou sua saudação no lançamento do Hub de Ciências da Vida e Descarbonização, nesta quarta-feira, 3, na sala do Conselho Universitário, no prédio da Reitoria da USP, em São Paulo.
O Hub é resultado de parcerias para fomentar o desenvolvimento de inovações e soluções tecnológicas e radicais na área de saúde. IPEN e USP já têm história de cooperação de sucesso no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear, com mais de três mil títulos concedidos de mestre e doutor (3.146, precisamente) e conceito 6, na Capes. Calvo também mencionou a colaboração entre o Instituto, a CNEN e a Escola Politécnica para a criação do curso de Engenharia Nuclear, em 2021.
"São conquistas importantes, com a participação da SDE/SP, por meio de cooperações profícuas e gratificantes entre o IPEN e a USP, que remetem à criação do então Instituto de Energia Atômica (IEA), em 31 de agosto de 1956, por decisão da Universidade e do CNPq”, lembrou Calvo. A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN-CIETEC que, com a criação do Hub, passa a ser Unidade 1 do novo polo, também é uma ação de sucesso, de acordo com o superintendente do IPEN.
"Nossa Incubadora, em 25 anos de existência, abriga, em média, 100 empresas incubadas que fizeram a diferença no momento de pandemia da Covid-19 e atendimento às necessidades imprescindíveis da população brasileira na área de saúde”, lembrou Calvo. Fundação em 1997, tendo à frente o pesquisador Cláudio Rodrigues como superintendente, e o professor Flávio Fava de Moraes, então reitor da USP, a Incubadora, por meio de suas startups, fez a diferença no período crítico em 2020.
"Ex-alunos da USP, do ITA, dentre outras instituições de ensino, criaram, com apoio PIPE-FAPESP, as startups Magnamed, Timpel, TissueLabs, Omni-electronica, 3D Criar e Sonata Solutions, todas na Incubadora USP/IPEN-CIETEC, as quais fizeram a diferença na pandemia da Covid-19”, destacou Calvo. Ele também ressaltou o que chamou de "grande diferencial” para o HUB: o local, "muito adequado para instalação devido à existência da USP, do IPT, Instituto Butantan, CTMSP, Hospital Universitário, IPEN, dentre outras”.
A aprovação e execução de projetos de arraste da Radiofarmácia e também nas áreas de novas energias, ciência de alimentos, processos industriais, com equipamentos multiusuários e modernização das instalações e laboratórios financiados pela FAPESP, FINEP, CNPq e Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também foram mencionados por Calvo. "Nossas instalações, os laboratórios multiusuários, e toda a infraestrutura oferecida pelos parceiros serão fundamentais o sucesso do HUB”.
Calvo também mencionou o Projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e sua futura instalação em área já concedida de 2 milhões de m2, na cidade de Iperó/SP, empreendimento que conta com a colaboração da Marinha do Brasil e do Governo do Estado de SP, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, dentre outros parceiros. O RMB é a grande aposta para que o Brasil tenha autossuficiência na produção de radioisótopos e radiofármacos para a medicina nuclear do País.
Ao final, concluiu dizendo que "grandes empresas nasceram de iniciativas de profissionais oriundos das comunidades USP e IPEN, dentre outras renomadas, em nossa incubadora de base tecnológica. Ao longo de 25 anos, conseguimos construir um ambiente muito propício ao surgimento de soluções inovadoras.
Ao criar o Hub Ciências da Vida, pensamos em oferecer um novo espaço, onde diversos atores possam colaborar juntos para fortalecer o ecossistema de empreendedorismo e inovação”.
Lições da pandemia
Participaram da cerimônia de lançamento Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP, Paula Lima, diretora-presidente do Cietec, Arnado Silva, subsecretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, além de Calvo.
Carlotti fez um breve resumo da inovação na USP, reconhecendo o crescimento da área, mas apontando a necessidade de avançar ainda mais. Destacou a criação de uma pró-reitoria adjunta vinculada à então Pró-Reitoria de Pesquisa, que agora passa a ser Pró-Reitoria de Pesquisa de Inovação. "A inovação e o desenvolvimento sustentável são dois princípios basilares de nossa atuação à frente da Reitoria nos próximos quatro anos”, comentou
O reitor comentou sobre o desafio da USP, como ambiente de ensino e pesquisa, de apresentar soluções para os problemas sociais brasileiros, enfatizando que a colaboração com todos os setores da sociedade é primordial, e, nesse sentido, a parceria para a criação do Hub de Ciências da Vida é um exemplo.
Paula Lima reiterou a missão do Hub de entregar para a sociedade soluções inovadoras que estimulem o desenvolvimento socioeconômico brasileiro e comentou sobre a importância do investimento em ciência para salvar vidas, "uma das lições que aprendemos na pandemia”. Também citou a dependência brasileira de insumos medicamentos e equipamentos de saúde, evidenciados no momento crítico da pandemia.
"Mesmo empresas que já possuíam tecnologia para produzir ventilador pulmonar não conseguiram suprir nossa demanda interna. Sem a expertise delas e de ICTs como o Instituto Butantan, que produziu a Coronavac, teríamos perdido muito mais vidas. A partir desse aprendizado, articulamos uma aliança estratégica para criação e operacionalização do Hub de Ciências da Vida”, afirmou.
Sobre o Hub
O Hub é uma realização do IPEN e da USP, com execução do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec). Nasce com a proposta de uma "aliança estratégica para o desenvolvimento de um ambiente catalisador de inovação em ciências da vida”. O empreendimento ocupará 20 mil m2 no Campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), onde novas tecnologias serão desenvolvidas e testadas a partir de janeiro de 2023.
O diferencial do projeto é a conexão entre Institutos públicos de Ciência, Tecnologia (ICTs) do Estado de São Paulo, startups e indústrias com o propósito de solucionar grandes desafios da sociedade e do mercado, por meio do suporte às empresas iniciantes intensivas em tecnologias — as chamadas deeptechs. A meta é que o Hub se torne a base para testes de novas tecnologias em saúde por meio do fomento ao empreendedorismo e das deeptechs.
Entre institutos e empresas envolvidos na criação do Hub estão Instituto Butantan, Inova HC, Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Merck e L´Oreal, dentre outros, além do apoio do Governo do Estado de São Paulo.
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- 04/08/2022 - IPEN prorroga até dia 30 inscrições para cursos com professores do Instituto de Engenharia Física de MoscowDocentes do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN-USP acompanharão e darão monitoramento a cada disciplina. Prazo foi prorrogado até 30 de agosto. Cursos são gratuitos.
Docentes do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN-USP acompanharão e darão monitoramento a cada disciplina. Prazo foi prorrogado até 30 de agosto. Cursos são gratuitos.
O IPEN/CNEN prorrogou, até o dia 30 de agosto, inscrições de alunos interessados em cursar disciplinas da área nuclear ministradas por professores do Instituto de Engenharia Física de Moscow (MEPhI, do inglês Moscow Engineering PhysicsInstitute), vinculado à National Reseach Nuclear University, da Rússia. Os cursos terão duração de seis semanas, sendo as quatro primeiras na modalidade on-line e as duas últimas, presenciais, em São Paulo. Docentes do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN-USP acompanharão e darão monitoramento a cada disciplina.
Embora direcionados predominantemente a alunos de pós-graduação e pós-doutorados, os cursos também possibilitam a participação de alunos especiais e estudantes de graduação da USP, servidores, técnicos, pesquisadores, docentes dos dois programas de Pós-Graduação do IPEN, da CNEN e interessados nas áreas de Física Nuclear, Segurança Nuclear e Cálculo de Nêutron-Físicos para instalações nucleares de potência. Não há número máximo de alunos regulares por curso, o mínimo é de 10 inscritos. As aulas serão ministradas em inglês.
As quatro disciplinas oferecidas são: (1) Segurança Radiológica em Instalações Nucleares (TNA5787), com início em 12 de setembro e término em 17 de outubro (2) Materiais Estruturais para Engenharia Nuclear (TNM5848), de 13 de setembro a 18 de outubro; (3) Métodos de laboratório para o estudo da corrosão e ensaios de corrosão associados a esforços mecânicos de metais e ligas (TNM5849), de 14 de setembro a 19 de outubro; e (4) Máquinas e equipamentos de Usina Nuclear com reatores VVER-1000 e VVER-1200 (TNR5780), de 15 de setembro a 20 de outubro.
Pela primeira disciplina (TNA5797), serão responsáveis os professores Udalova Alla Aleksandrovna (MEPhI) e Roberto Vicente (IPEN). Maxim Staltsov (MEPhI) e Jesualdo Luiz Rossi, Cristiano Stefano Mucsi e Rodolfo Politano (ambos do IPEN), ministrarão a segunda (TNM5848). Bogdanov Roman Ivanovich (MEFhI), Isolda Costa e Aline D'Avila Gabbardo (IPEN) se encarregaão da terceira (TNM5849). Por fim, Samokhin Dmitrii Sergeevich (MEFhI) e Delvonei Alves de Andrade (IPEN) coordenarão a última disciplina (TNR5780).
O acordo bilateral entre o IPEN/CNEN a MEPhI foi firmado em abril de 2019, por meio de um Memorando de Entendimento (MoU, de Memorandum of Understanding), assinado pelo superintende do Instituto, Wilson Aparecido Parejo Calvo, e pelo reitor Mikhail Nikolaevich Strikhanov. Em 2021 foram dados pela primeira vez três cursos on-line por professores russos dentro da pós-graduação da USP. Cada uma das três matérias contava com entre 19 e 33 alunos.
Também em 2021, o Programa de Internacionalização do IPEN/CNEN abriu edital para a seleção de alunos de mestrado e doutorado interessados em cursar disciplinas na Rússia com bolsa pela agência russa Rosatom. Cinco alunos foram aprovados e estão atualmente cursando disciplinas e desenvolvendo trabalhos no Obninsk Institute for Nuclear Power Engineering, da Universidade MEPhI.
De acordo com os termos do MoU, o objeto principal é promover colaboração nas áreas de pesquisa e ensino, inclusive com intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação, que possam ser de interesse para ambas as instituições. Dentre as principais ações, estão: organização de eventos acadêmico-científicos (conferências, seminários, mesas-redondas, simpósios e workshops) destinados a compartilhar conhecimentos, escolas de verão e outras atividades similares, publicações científicas conjuntas e material acadêmico que tenham correlação com as atividades do IPEN e do MEPhI.
Inscrições e links
Todos interessados em cursar as disciplinas deverão preencher o formulário de inscrição entrar em contato pelo e-mail bruna.s-topservice@ipen.br, exceto aqueles de outras unidades da USP, que também precisam do formulário, mas devem solicitar a inscrição nas suas próprias unidades. Para dúvidas e informações, o IPEN disponibiliza o telefone (11) 2810-1600. O formulário para alunos especiais (pós-graduação) está neste link. Alunos regulares devem seguir o passo a passo conforme este link. Também disponíveis as grades das disciplinas.
"Oportunidade única”
"Os cursos representam uma oportunidade de formação internacional na área nuclear com docentes renomados russos. Para quem fez os cursos existe ainda a possiblidade de um bolsa de estudos para mestrado (1 ano e 10 meses) ou para um estágio (10 meses), no famoso Obninsk Institute, que contempla o primeiro reator nuclear do mundo a produzir energia elétrica para uso comercial", ressalta Niklaus Ursus Wetter, gerente do Programa de Internacionalização do IPEN/CNEN.
Atualizada em 16/08/2022
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- 04/08/2022 - IPEN-CNEN realiza workshop sobre biofotônica com palestras de pesquisadores internacionaisCom inscrição gratuita, o evento é aberto a toda comunidade científica ligada a área.
Com inscrição gratuita, o evento é aberto a toda comunidade científica ligada a área.
O uso da biofotônica aplicada à saúde, como o uso de lasers para cirurgias, microscopia e imagens para diagnóstico , etc. – tem despertado cada vez mais o interesse de pesquisadores e profissionais. Para debater esse tema, o IPEN/CNEN promove, no próximo dia 12, das 14h às 18h, o Workshop "Biophotonics shedding light on diseases” ("Biofotônica lançando luz sobre doenças”, em tradução livre).
Organizado no âmbito do Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde (MP-TRCS) do IPEN/CNEN, o workshop terá nomes de ponta da área de Biofotônica mundial, entre eles, Anita Mahadevan-Jansen, diretora do Centro de Biofotônica da Universidade de Vanderbilt (USA), John Girkin, diretor do Instituto de Ciências Biofísicas da Universidade de Durham (UK), Lai Zhang, pesquisadora do departamento de física da Universidade de Durham (UK), e Mauro Baesso, do departamento de Física e ex-reitor da Universidade Estadual de Maringá.
"Trata-se de uma oportunidade de aprendizado e principalmente de interação com grandes nomes da área, em um ambiente mais informal e descontraído do que em congressos fora do país.”, afirma Denise Maria Zezell, coordenadora do Mestrado Profissional do IPEN/CNEN.
A inscrição é gratuita e poderá ser realiza até o dia anterior ao Workshop. O público-alvo são os interessados na área de aplicações de tecnologia fotônica na saúde. O evento é aberto a toda a comunidade científica.
Para se inscrever, basta preencher o formulário neste link.
Os pesquisadores de São Paulo e região que não participam do evento da sociedade internacional OSA/OPTICA (LAOP 2022) terão mais uma oportunidade de aproveitar a vinda destes especialistas ao IPEN/CNEN ( financiada pelo Projeto CNPq INCT de Fotônica e do Projeto MCTI/CNPq SISFOTON).
Biofotônica no IPEN/CNEN
A palavra biofotônica deriva de fotônica, que se refere às tecnologias baseadas no uso de luz, como nas fibras ópticas. Já a biofotônica usa a fotônica para aplicações na Sáude, principalmente Medicina e Odontologia. No Centro de Lasers e Aplicações (CELAP) do IPEN/CNEN, vários pesquisadores desenvolvem novos métodos ópticos de diagnóstico e terapia. -
- 03/08/2022 - Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde inicia sua 4ª turmaA recepção aos novos alunos se deu na tarde de 3 de outubro, no prédio de Ensino e marcou a retomada das aulas presenciais do curso
A recepção aos novos alunos se deu na tarde de 3 de outubro, no prédio de Ensino e marcou a retomada das aulas presenciais do curso
A física Denise Zezell, coordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde e pesquisadora do Centro de Lasers e Aplicações do IPEN, abriu a cerimônia de abertura para a quarta turma informando sobre a retomada das aulas presenciais após o período mais agudo da pandemia de Covid-19. Ofereceu, também, orientações sobre o funcionamento do curso e seu regimento.
Isolda Costa, diretora substituta do IPEN-CNEN deu as boas-vindas aos novos alunos estimulando-os no desenvolvimento de atividades que proporcionem o fortalecimento de suas carreiras no mercado de trabalho. Wilson Aparecido Parejo Calvo, superintendente do IPEN, complementou as informações citando as possibilidades do Instituto em parcerias e oportunidades na carreira acadêmica.
A pesquisadora do Centro de Ciência e Tecnologia das Radiações (CETER), e vice-coordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde, Maria Elisa Chuery M. Rostelato estava visivelmente emocionada ao receber os alunos da 4ª. Turma e com a possibilidade da retomada das aulas presenciais.
A aula inaugural do curso foi proferida pela pesquisadora do Centro de Radiofarmácia (CECRF) do IPEN e professora do Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde, Elaine Bortoleti de Araújo.