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- 23/05/2019 - Edital FAPESP para pós-doutorado na área de banco de tecidos e biomateriais que utilizam radiação ionizanteA bolsa de pós-doutorado destina-se a projeto com o tema "Elaboração de biobanco e avaliação de biocompaibilidade em arcabouços constituídos de biomateriais produzidos e esterilizados por radiação ionizante".
A bolsa de pós-doutorado destina-se a projeto com o tema "Elaboração de biobanco e avaliação de biocompaibilidade em arcabouços constituídos de biomateriais produzidos e esterilizados por radiação ionizante".
O projeto, financiado pela FAPESP, é composto por equipe multidisciplinar de pesquisadores do IPEN com atuação no desenvolvimento de novos radiofármacos e fontes radioativas. No caso, relacionado à engenharia tecidual aplicadas na área médica, contemplando arcabouços naturais ou sintéticos e células humanas. O objetivo é avaliar a possibilidade de utilização de arcabouços para disponibilização com radiofármacos, em terapia conjunta ou para liberação controlada, e a avaliação de biocompatibilidade para estudosin vitroein vivo.
A linha de pesquisa é coordenada pela Profa. Dra. Monica Beatriz Mathor (mathor@ipen.br), do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR) do IPEN, onde serão realizados os trabalhos de organização, catalogação e armazenagem das células isoladas de tecidos.
O candidato selecionado receberá bolsa no valor de R$7.174,80 mensais e reserva técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para despesas relacionadas à pesquisa. O prazo da bolsa é de 12 meses, prorrogáveis por mais 6 meses.
O candidato deverá enviar documentação via e-mail para egp01@ipen.brcom o título:"Bolsa - PD Institucional - Biocompatibilidade"
Prazo para envio de inscrições: até 23/06/2019 às 17h.
O resultado será divulgado no site do IPEN em 28/06/2019.
Edital -
- 22/05/2019 - Descontração e sinergia na segunda noite do IPEN no Pint Of Science, no tema tecnologia nuclearPesquisadores entraram no espírito do evento e falaram de temas 'hard' com desenvoltura e leveza, mostrando que ciência também pode ser assunto de mesa de bar
Pesquisadores entraram no espírito do evento e falaram de temas 'hard' com desenvoltura e leveza, mostrando que ciência também pode ser assunto de mesa de bar
Descontração foi a tônica do segundo dia do IPEN no Pint Of Science SP 2019, nesta terça-feira, 21, no Avareza Beer & Burger, na Consolação, São Paulo. Nem poderia ser diferente, afinal, não dá para falar de "Nêutrons que não sabem nadar e insetos comestíveis” sem que o público seja envolvido de forma criativa e divertida. Marcos Carvalho, Maria Elisa Rostelato e Jorge Sarkis se apresentaram com uma dinâmica diferente, um performático "bate-papo” sobre ciência entre eles, como se realmente estivessem bem à vontade numa conversa de amigos.
"Nós até ensaiamos um jogral, para cada um soubesse a hora de intervir e de passar a palavra ao colega”, diverte-se Carvalho. Brincadeiras à parte, é fato que os representantes do IPEN estavam muito motivados e se dedicaram ao máximo para que a ciência produzida no Instituto chegasse da maneira mais interessante possível ao público. "Vocês trouxeram um timaço, super animado, que tornou nossa noite um sucesso aqui. Parabéns ao IPEN”, afirmou Malu Tippi, do Instituto de Física da USP (IFUSP), coordenadora do Pint no Avareza.
Carvalho começou falando sobre a diferença entre reator de potência e de pesquisa, caso do Reator IEA-R1, do IPEN, em operação há mais de seis décadas. Falou das partículas (de nêutrons) que se chocam de forma controla, gerando energia que tem múltiplas aplicações. "Normalmente, você usa a energia de um reator nuclear para gerar eletricidade, porque, nesse choque, você libera energia, que libera calor, e esse calor aquece a água, que se transforma em vapor. Esse vapor você gira uma turbina, e essa turbina gera energia elétrica”.
No caso do reator de pesquisa, ele não é feito para gerar energia elétrica. "O IEA-R1, nosso reator tem fins de , fica no fundo de uma piscina com 300 mil litros de água e uma luz brilhante, azul, denominada efeito Cherenkov”, explicou Carvalho. No Brasil, só há dois desse tipo, o do IPEN, e um de pequeno porte do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Minas Gerais. "Mas a nossa luz é bem maior. Se vocês quiserem fazer uma selfie com esse efeito, é só nos visitar, teremos o maior prazer em recebê-los”.
Marcos falou ainda das múltiplas funções do IEA-R1, sua utilidade para pesquisas nas áreas de física, química, engenharias, biologia etc.. Salientou que uma das principais aplicações do reator do IPEN é na medicina nuclear. Foi a deixa para Maria Elisa Rostelato entrar falando da irradiação de fontes utilizadas para tratamentos de câncer. "Nós estamos fazendo pequenas fontes radioativas para tratamento de câncer. São chamadas sementes porque são menores que um grãozinho de arroz, e o material é o Iodo-125”.
Segundo Rostelato, as sementes, que na verdade são metálicas, são irradiadas com esse material para situações em que a radiação é necessária para "atacar o câncer apenas naquele local”, sem risco de atingir outros órgãos. "A radiação desse radioisótopo caminha apenas meio centímetro no tecido humano e é absorvida. Então, é possível matar o tumor num lugar muito localizado, sem atingir os outros tecidos que estão próximos. O IPEN produz essas fontes no Brasil, um dos mais importantes usos é para tratar câncer de próstata”, afirmou.
Com essas sementes, não é preciso fazer cirurgia, outra vantagem da técnica. "Além de não precisar cortar o paciente, a radiação é intensa o suficiente para atacar o tumor localizado, poupando tudo o que está em volta. Por enquanto, a maior parte dessas sementes é importada, mas nós já temos um protótipo, já enviamos o pedido de patente ao INPI [Instituto Nacional de Propriedade Intelectual] para fazer aqui. Com isso, diminuiremos os custos para que mais pessoas possam ser beneficiadas a esse tipo de terapia. Outro uso é para câncer oftálmico, que poupa muitas vezes o paciente de perder a visão.
"Câncer oftálmico atinge muitas crianças, e às vezes a solução, infelizmente, é tirar o globo ocular. Com essa técnica, você preserva o olho das pessoas”, explicou Rostelato. A pesquisadora comentou ainda que outro uso da semente de Iodo-125 é como marcador de câncer de mama. "Você usa a sementinha com energia um pouco menor, não para matar o câncer e sim para marcar o tumor na mama. Quando ele é muito pequeno, o médico tem dificuldade de localizá-lo na hora de extrai-lo, porque a mama é um tecido muito gorduroso, e acaba tirando mais do que o necessário”, acrescentou.
O uso como marcador é feito na hora da biópsia, quando o médico introduz a semente no local onde está o tumor, para orientar o médico. "Na hora da cirurgia, o médico vai com o detector de radiação e sabe exatamente onde está o tumor e o tecido com células cancerosas a ser removido. Esse uso é como marcador, não terapia, como os outros que expliquei. Mas nós, no IPEN, muitas pesquisas na área de saúde e em outras aplicações da tecnologia nuclear, como, por exemplo, na segurança alimentar”, disse Elisa, passando a deixa para Sarkis.
Bichos no prato – A área da segurança alimentar é uma das mais "populares” de aplicação da radiação. Sarkis começou fazendo uma breve explanação sobre regulação e controle dos alimentos, desde a produção até a comercialização. De acordo com o pesquisador, em termos de políticas macroeconômicas, é o campo de estudos de suplementação e para alimentar populações de diferentes regiões. "Há países onde existe um planejamento alimentar para cada tipo de comunidade, relacionado à quantidade de alimento e também ao meio ambiente. Essa é a grande área de segurança alimentar”.
A preservação de alimentos – manutenção do frescor, das suas propriedades nutricionais, organoléptica, como cor, textura, sabor e aroma – é um problema para a humanidade e também um fator importante ao desenvolvimento populacional e econômico. A radiação é uma das mais populares técnicas de preservação de alimentos, que, conforme Sarkis, "consiste em expô-los fontes radioativas ou fontes de elétrons. Dependendo da energia da radiação, é possível eliminar bactérias, pragas e outros micro-organismos, comumente presentes nos alimentos que vêm para as nossas mesas”.
Sarkis destacou que, ao eliminar os micro-organismos, impedindo-os de seguir adiante na cadeia alimentar, a radiação se torna um fator de extrema importância para a segurança da população. "Porque você não traz pra sua mesa essas pragas tão comuns no meio ambiente. Isso evita a perda das colheitas, aumenta o tempo de prateleira e, em alguns países, altera-se alguns grãos, como arroz e milho, de modo a tornar sua produção mais resistes a pragas, gerando aumento de produtividade”.
Salientando que o IPEN é um líder na área de irradiação de alimentos e que as pessoas não precisam ficar receosas porque esses alimentos não ficam "radioativos”, Sarkis falou da sustentabilidade de alimentos, comprometida pelo aumento exponencial da população, e mencionou as pesquisas com insetos comestíveis. "Estudos demonstram que até o ano de 2050 a população chegará a 9 bilhões de habitantes. Mantendo os atuais níveis de produção de alimentos, isso será insustentável. Nós teríamos que plantar três ‘brasis’ para dar conta da necessidade de proteína no mundo inteiro. Impossível”.
A busca de novas fontes de proteína é uma opção viável do ponto de vista da sustentabilidade, avalia Sarkis. É aí que surgem os insetos, "horrorosos e imundos” para boa parte das populações urbanas. "Comer insetos é uma ideia que choca, a priori. Mas eles são cepas produzidas por empresas certificadas de alta referência microbiológica e alimentados de forma controlada. Ou seja, têm um tremendo ‘pedigree’. São grilos, baratas, besouros, larvas etc.m uma infinidade de espécies, e todos podem ser aproveitados como alimentos e fontes de proteína”, explicou.
Fazendo uma comparação entre o teor de proteína de insetos – em torno de 50% - e outros alimentos, como a soja, por exemplo, que tem 22%, e a carne bovina, com 18%, Sarkis diz que é uma grande vantagem introduzir os insetos na alimentação de humanos e animais. "Os insetos, dependendo da espécie, possuem 20% de gordura e uma grande quantidade de ômega 3, ômega 6 e metais essenciais. E eles podem ser manipulados, como fazemos no IPEN atualmente, de modo a alterar as proporções de elementos essenciais a criações específicas”.
Sarkis concluiu falando do manejo e sustentabilidade dos insetos, e das pesquisas do IPEN voltadas para a produção de suplementos minerais para grandes criações. Os insetos são irradiados no acelerador cíclotron do Instituto para aumentar o tempo de estabilidade e garantir que possa ser produzido em São Paulo e chegar à Amazônia com segurança. O pesquisador convidou o chef Casé Oliveira, seu parceiro na pesquisa, a oferecer uma degustação aos presentes. Grilos e besouros em fase jovem foram servidos em canapés.
"Eu costumo dizer que, na verdade, nós não estamos no planeta dos homens, mas nos estamos no planeta dos insetos, o maior grupo de animais e foram esquecidos no tempo com o advento da urbanização”, brincou Casé, para, em seguida, servir os canapés. Nem todo mundo encarou, mas, quem provou, gostou. "Parece algo com sabor de ervas. É bom”, disse Malu Cocato. "Tem um gosto amendoado, bem crocante. Gostei, mas comi no patê. Sozinho não tive coragem não”, brincou Walkiria Gomes.
Após as apresentações, o público fez algumas perguntas e foi encerrado o ciclo de apresentações. O músico Diogo Lima, que também trabalha no IPEN, encerrou a noite ao som de Raul Seixas e Nando Reis. Ele já havia feito a abertura e retornou ao palco para o bis. O público prestigiou a exposição fotográfica do servidor Edvaldo Paiva, presente no Avareza. O conjunto levou um pouco do que o artista classifica como "IPEN Cósmico”, "IPEN Natureza”, "IPEN Humano” e "IPEN Instalações”.
"O IPEN fez bonito. Fiquei muito orgulhosa do trabalho dessa equipe", disse a diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino, Isolda Costa, que foi com a família prestigiar o evento. "Nossos pesquisadores despertaram o interesse do público, que participou ativamente com muitas perguntas. Estavam bem entrosados e articulados. E tudo bem equilibrado", acrescentou.
O Pint Of Science é o maior festival de divulgação científica do mundo. No Brasil, é uma realização da Unifesp, Medhacker e Scientific American, com Patrocínio da Eppendorf. Hoje à noite, último dia do evento, o pesquisador Emerson Bernardes, do Centro de Radiofarnácia, estará a partir das 19h,30, no Bar Galeria 540 (R. Mourato Coelho, 540, Pinheiros) para falar do tema"A medicina nuclear na oncologia”, sob a coordenação do jornalista Moura Neto.
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- 21/05/2019 - IPEN estreia no Pint Of Science falando de tecnologia nuclear aplicada ao meio ambiente e saúdeFrederico Genezini, do CRPq, explicou como a análise por ativação neutrônica permite a determinação de efeitos da poluição na saúde humana
Frederico Genezini, do CRPq, explicou como a análise por ativação neutrônica permite a determinação de efeitos da poluição na saúde humana
Tudo começa em um reator nuclear. Mas falar de tema tão hard em um bar, para um público tão diversificado, não é tarefa fácil. O físico Frederico Genezini, do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN, aceitou o desafio e foi ao Armazém 77, nesta segunda-feira, 20, falar de ciência no Pint Of Science São Paulo 2019, o maior festival de divulgação científica do mundo e que, no Brasil, acontece em 85 cidades nos dias 20, 21 e 22 de maio, a partir das 19h30.
O tema de Genezini foi "Ativação neutrônica para a determinação de efeitos da poluição na saúde humana”. Ele começou explicando o que é reator nuclear, os tipos existentes, suas múltiplas funções e aplicações sociais. Também mencionou pesquisas desenvolvidas em conjunto com o grupo do professor Paulo Saldiva, médico patologista da Faculdade de Medicina da USP, que abriu a noite falando sobre "O ar que você respira”.
A análise por ativação neutrônica é uma técnica analítica que permite a determinação da concentração de elementos em qualquer tipo de amostra por meio de reações nucleares. Genezini citou alguns tipos de amostras e salientou as vantagens da técnica, que é muito precisa. O pesquisador explicou que líquens são coletados ao longo de grandes avenidas visando estudo de concentrações e impactos na saúde pública.
Em sua apresentação, Saldiva afirmou que a poluição é um dos maiores causadores de morte. Segundo o médico, "morrem sete milhões de pessoas por ano devido à poluição, e dessas, 600 mil são crianças”. Transportes públicos de qualidade são um meio eficiente de reduzir a emissão de material particulado e, consequentemente, de diminuir os casos críticos de doenças, sobretudo as cardiovasculares.
Outros assuntos correlatos ao tema da noite ("A radiação que diminui a poluição”) foram comentados após as apresentações, no debate com os presentes. Entre eles, a necessidade de os cientistas se comunicarem mais e melhor com a sociedade, ou mesmo de profissionalizar cada vez mais esse campo, incorporando-o como estratégico para a ciência. "Nós não sabemos nos comunicar, e quando fazemos, a narrativa é falha”, disse Saldiva.
Genezini concordou, citando a tecnologia nuclear como exemplo. "Apesar dos enormes benefícios sociais, o que fica marcado para o público em geral são as questões associadas à bomba atômica e a acidentes radiológicos e nucleares. Temos que investir em uma narrativa focando no ganho social que a tecnologia nuclear oferece. O RMB é um projeto que contribuir muito para a saúde da população brasileira”, afirmou, referendo-se ao Reator Multipropósito Brasileiro, projeto que dará ao País autossuficiência na produção de radioisótopos.
O Pint no Amarzém 77 está sendo coordenado pelo jornalista Samuel Antenor. É a primeira vez que o evento acontece na Zona Leste de São Paulo. "Não tivemos o público esperado, mas, para uma primeira vez, numa segunda-feira, dia em o bar tradicionalmente não abre, estamos satisfeitos. É só um começo. E a qualidade das apresentações valeu muito a pena”, disse. Na abertura da noite, ele leu o manifesto do Pint Of Science em defesa da ciência brasileira.
Bar da Avareza– Nesta terça-feira, 21, a partir das 19h30, o IPEN será o dono da noite no Bar da Avareza, na temática "Nêutrons que não sabem nadar e insetos comestíveis”. O físico Marcos Carvalho, do CRPq, abre a série de três apresentações com o tema "Desmitificando um reator nuclear”, explicando o que é, como funciona e qual a sua importância. Para quem quiser ter uma ideia melhor desse tipo de instalação, o IPEN deixará exposta a maquete do IEA-R-1, o primeiro reator nuclear de pesquisa do Brasil, ainda em operação.
Na sequência, a física Maria Elisa Chuery Martins Rostelato, do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), abordará um tema muito sensível: "Fontes radioativas reduzindo a mortalidade em cirurgias de mama e próstata”, usadas para tratamento de tumores. Encerrando a noite, o químico Jorge Eduardo de Souza Sarkis, do Centro de Lasers e Aplicações (CLA), abordará "Tecnologia nuclear aplicada à segurança alimentar e as pesquisas com insetos comestíveis”.
Sarkis vai revelar algumas curiosidades, como, por exemplo, a presença – sem que saibamos – desses bichinhos no nosso alimento de cada dia. Haverá uma degustação de canapés com alguns tipos de insetos estudados, preparados pelo chef Casé Oliveira, pós-graduado em Gastronomia e Cozinha Autoral pela PUC/RS. A noite começa e termina ao som de Diogo Lima, voz e violão, com repertório pop/rock nacional e internacional.
O público poderá prestigiar uma exposição fotográfica do servidor Edvaldo Paiva, da Assessoria de Comunicação do Instituto. Com olhar sensível e diferenciado, se aventura pelo Campus para os mais diferentes registros. Nesse conjunto, vai mostrar um pouco do que chamou de "IPEN Cósmico”, "IPEN Natureza”, "IPEN Humano” e "IPEN Instalações”.
O Avareza fica na Rua Augusta, 591, Consolação. A coordenação desse bar no Pint Osf Science é de Malu Tippi, do Instituto de Física da USP (Ifusp). O festival é uma realização da Unifesp, Medhacker e Scientific American, com Patrocínio da Eppendorf.
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- 15/05/2019 - IPEN participa pela primeira vez do Pint Of Science com cinco pesquisadores e um dia exclusivoInstituto estará presente nos três dias para falar de uma área na qual é excelência: a tecnologia nuclear e suas aplicações.
Instituto estará presente nos três dias para falar de uma área na qual é excelência: a tecnologia nuclear e suas aplicações.
Este ano o Pint of Science Brasil passou a Espanha e já é o maior festival de divulgação científica do mundo, com bares em 85 cidades do País abertos nos dias 20, 21 e 22 de maio, a partir das 19h30, para debater ciência de forma descontraída. Em São Paulo, serão 13 bares, e o IPEN estará presente nos três dias para falar de uma área na qual é excelência: a tecnologia nuclear e suas aplicações.
Na primeira noite, no âmbito da temática "A radiação que diminui a poluição”, o Instituto será representado pelo físico Frederico Genezini, do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq), que vai conversar sobre "Ativação neutrônica para a determinação de efeitos da poluição na saúde humana”. Ele fala na sequência do médico Paulo Saldiva, da Universidade de São Paulo (USP), que a abre a noite com o tema "O ar que você respira”. Esse encontro será no Armazém 77 (R. Betari, 525), na Penha. Não é necessário fazer reserva.
"A ativação neutrônica é uma técnica analítica que permite a determinação da concentração de elementos em qualquer tipo de amostra por meio de reações nucleares. Considerada uma técnica primária, o que lhe confere grande exatidão, tem muitas outras vantagens. Diversos estudos a utilizam, por exemplo, para a determinação de efeitos da poluição na saúde humana. Neste estudo, líquens ao longo de grandes avenidas são coletados e examinados por essa técnica, e para cada elemento estudado, é feito um mapa da concentração. Vamos falar dos resultados e seus impactos na saúde pública”, adianta Genezini.
O Pint no Amarzém 77 é coordenado pelo jornalista Samuel Antenor, com longa experiência em divulgação científica. Foi dele a iniciativa de levar, pela primeira vez, o evento para a Zona Leste de São Paulo. "É muito importante o Pint estar presente em outras regiões da cidade, onde também acontecem muitos eventos culturais. A Penha de França vai ser pioneira, a ideia é expandir ainda mais. Ciência e shop Artesanal, para ninguém ficar de fora”.
Protagonismo - A segunda noite de participação do IPEN, na temática "Nêutrons que não sabem nadar e insetos comestíveis”, será a de maior destaque para o Instituto em termos de participação e variedade de atrações. "Desmitificando um reator nuclear”, o físico Marcos Carvalho, também do CRPq, vai apresentar o que é, como funciona e qual a sua importância. Para quem quiser ter uma ideia melhor desse tipo de instalação, o IPEN deixará exposta a maquete do IEA-R-1, o primeiro reator nuclear de pesquisa do Brasil, ainda em operação.
Além de sua finalidade de pesquisa e desenvolvimento, o Reator IEA-R1 do IPEN é utilizado na produção de radioisótopos para uso em medicina nuclear, de fontes radioativas para gamagrafia industrial e irradiação de amostras para a realização de análises multielementares utilizando análise por ativação com nêutrons (técnica AAN) em materiais diversos como amostras arqueológicas, tecidos animais e humanos, dentre outros.
"Quando se fala em reator, via de regra se associa à geração de energia. Mas um reator de pesquisa é diferente e tem outras múltiplas finalidades. No caso do IEA-R1, ele não é utilizado apenas pelos Centros de Pesquisa do IPEN, outras instituições, como, por exemplo, o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), os Institutos de Geociências e de Física da USP, a Universidade Federal Fluminense (UFF) também se beneficiam de seus serviços de radiação”, explica Carvalho.
Na sequência, a física Maria Elisa Chuery Martins Rostelato, do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), abordará um tema muito sensível: "Fontes radioativas reduzindo a mortalidade em cirurgias de mama e próstata”, usadas para tratamento de tumores. "A marcação correta minimiza a quantidade de tecido sadio que é retirado durante os procedimentos. Esta diminuição gera um menor tempo do paciente no centro cirúrgico e menos riscos. São avanços que a população desconhece”.
Encerrando a noite, o químico Jorge Eduardo de Souza Sarkis, do Centro de Lasers e Aplicações (CLA), abordará "Tecnologia nuclear aplicada à segurança alimentar e as pesquisas com insetos comestíveis”. Sarkis vai revelar algumas c uriosidades, como, por exemplo, a presença – sem que saibamos – desses bichinhos no nosso alimento de cada dia. "Você não sabe, mas o besourinho da farinha, o caruncho, vai junto para o seu prato”, brincou. Nesse momento, haverá uma degustação de canapés com alguns tipos de insetos estudados,preparados pelo chef Casé Oliveira, pós-graduado em Gastronomia e Cozinha Autoral pela PUC/RS.
Essa noite de maior protagonismo do IPEN será no Bar da Avareza (Rua Augusta, 591, Consolação), que tem a coordenação geral de Malu Tippi, do Instituto de Física da USP (Ifusp). A colaboração IPEN/Ifusp, já consolidada na pesquisa, também começa a se estabelecer no campo cultural. "Estamos trabalhando no fortalecimento da parceria do Ifusp com o IPEN em atividades correlacionadas com ciência, para além da pesquisa propriamente dita. Daí a ideia de decidirmos conjuntamente essa programação”, afirmou Tippi.
Medicina Nuclear – No dia 22, último dia do Pint, no Galeria 540 (R. Mourato Coelho, 540, Pinheiros), o farmacêutico Emerson Soares Bernardes, que pesquisa novas moléculas para desenvolvimento de radiofármacos no Centro de Radiofarmácia (CR) do IPEN, vai abordar "A medicina nuclear na oncologia”, traçando uma espécie de linha do tempo da produção de radiofármacos no IPEN e as perspectivas para o futuro. Será no Galeria 540 (Rua Mourato Coelho, 540 – Pinheiros). Esse Bar é coordenado pelo jornalista Moura Leite, Assessor de Comunicação do A.C. Camargo, e a temática será "A radiação voltada para o diagnóstico e tratamento do câncer”.
Música e exposição fotográfica– Em paralelo à conversa com os pesquisadores, o IPEN vai levar ao Bar uma exposição fotográfica do servidor Edvaldo Paiva, que também é o chefe da Assessoria de Comunicação do Instituto. Com olhar sensível e diferenciado, E. R. Paiva, como o artista assina seus trabalhos, ele se aventura pelo Campus para os mais diferentes registros. Nesse conjunto, vai mostrar um pouco do que chamou de "IPEN Cósmico”, "IPEN Natureza”, "IPEN Humano” e "IPEN Instalações”.
Abrindo e fechando a noite, o engenheiro de controle de automação Diogo Lima, que desenvolve atividades no Centro de Radiofarmácia (CR) do IPEN, fará uma apresentação musical, voz e violão, com repertório pop/rock nacional e internacional. Nirvana, Red Hot, Legião Ubana, Raul Seixas e Nando Reis estão entre os selecionados. Lima é músico profissional há 15 anos e se diz muito motivado para essa participação no Pint, onde pode juntar dois universos: o científico e o cultural.
Histórico – O festival Pint Of Science surgiu pela primeira vez no Reino Unido, e acontece ao longo de três dias consecutivos todo mês de maio, Chegou ao Brasil como um projeto piloto na cidade de São Carlos, em 2015. Logo o evento conquistou as pessoas pela forma descontraída com a qual explica a dinâmica das pesquisas. Em 2016, foram sete municípios; em 2017, o festival esteve em 22 cidades e em 2018, foram 56 participantes! Este ano, 2019, serão 85 cidades recebendo o festival, conferindo ao Brasil o status de maior promotor. A Espanha, com 72, está em segundo.
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ServiçoO quê: Pint Of Science - Realização: Unifesp, Medhacker e Scientific American) - Patrocínio: EppendorfQuando: 20, 21 e 22 de maioHorário: 19h30 às 21h30
O IPEN no PintSegunda-feira, 20/05: Armazém 77 (R. Betari, 525), na Penha- Frederico Genezini (IPEN): "Ativação neutrônica para a determinação de efeitos da poluição na saúde humana".
Terça-feira, 21/05: Bar da Avareza (Rua Augusta, 591, Consolação)- Marcos Carvalho (CRPq) – "Desmitificando um reator nuclear”- Maria Elisa Chuery Martins Rostelato (CTR) – "Fontes radioativas reduzindo a mortalidade em cirurgias de mama e próstata”- Jorge Eduardo de Souza Sarkis – "Tecnologia nuclear aplicada à segurança alimentar e as pesquisas com insetos comestíveis”
* Nesta noite, pra encerrar o Pint Consolação, haverá uma exposição de fotos de Edvaldo Paiva e também uma apresentação musical, voz e violão, de Diogo Lima.
Quarta-feira, 22/05: Galeria 540 (R. Mourato Coelho, 540, Pinheiros)- Emerson Soares Bernardes (CR) – "A medicina nuclear na oncologia” -
- 14/05/2019 - Edital para bolsa de Pós-Doutorado com patrocínio da FAPESP para área de lasers e suas aplicaçõesO prazo de inscrições para bolsa de Pós-Doutorado em aceleradores de prótons a laser encerra-se em 30/06/2019, às 17h
O prazo de inscrições para bolsa de Pós-Doutorado em aceleradores de prótons a laser encerra-se em 30/06/2019, às 17h
O Projeto Institucional "Capacitação Científica, Tecnológica e em Infraestrutura em Radiofármacos e Radiações a Serviço da Saúde” (Processo FAPESP nº 2017/50332-0) abre vaga para bolsista de Pós-Graduação para atuar em projeto específico para o tema "Aceleradores de prótons a laser e suas aplicações”.
O projeto envolve equipe multidisciplinar com pesquisadores do IPEN, USP-SP, ITA e a participação internacional da Universidade de Nebraska-Lincoln, EUA, que desenvolve linha de pesquisa com aceleradores compactos de partículas a laser, elétrons e prótons e as radiações induzidas por esses feixes. No Edital encontram-se informações sobre as áreas em que o candidato deverá possuir experiência.
Poderão participar como candidatos brasileiros ou estrangeiros, preferencialmente com Doutorado em Lasers de Alta Intensidade e suas aplicações, boa fluência em Inglês e ativo histórico de publicações científicas.
O trabalho será desenvolvido no Centro de Lasers e Aplicações (CLA) do IPEN e a bolsa será de R$ 7.174,80 mensais com dedicação de 40 horas semanais. A bolsa terá duração de 18 meses prorrogável por mais seis.
Os interessados deverão enviar documentação via e-mail para: egp01@ipen.br com o título: "Bolsa – PD Temático – Aceleração – LWPA”
O Dr. Nilson Dias Vieira Junior (nilsondv@ipen.br) poderá fornecer mais esclarecimentos e informações adicionais sobre o programa de pesquisa.
Edital
Português
O resultado será divulgado no site do IPEN em 09/08/2019.
Outras informações: HTTP://www.fapesp.br/oportunidades/aceleracao -
- 13/05/2019 - Presidente da CNEN se reúne com dirigentes do IPEN para um 'diálogo aberto' sobre gestão e perspectivasPaulo Roberto Pertusi vem ao Instituto pela segunda vez, no espaço de um mês, e se diz satisfeito com ao encontro
Paulo Roberto Pertusi vem ao Instituto pela segunda vez, no espaço de um mês, e se diz satisfeito com ao encontro
O presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, esteve reunido com o superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo, diretores e gerentes de Centros de Pesquisa para o que chamou de um "diálogo aberto” com a comunidade. O encontro aconteceu na sala de reuniões da Superintendência (Cidade Universitária), entre 15h e 17h30. É a segunda vez que Pertusi vem ao Instituto com essa finalidade – a primeira foi no dia 12 de abril, mas não contou com a presença de Calvo, em missão fora de São Paulo.
Seguindo a mesma linha do encontro anterior, Pertusi abriu a conversa agradecendo a participação de todos e pedindo que cada um se apresentasse mais uma vez. Em seguida, ressaltou a "magnitude” do IPEN e a importância de as unidades da CNEN trabalharem com mais sinergia. "Reuniões como esta são excepcionalmente úteis para a troca de informações, e, para mim, foi uma experiência muito gratificante. Inclusive, eu pretendo voltar outras vezes, com todos os diretores da CNEN”, adiantou.
O primeiro ponto levantado pelo presidente da CNEN foi a necessidade de a autarquia e seus institutos se fazerem mais conhecidos para a sociedade, o que consequentemente trará mais recursos. "Quanto mais divulgarmos a importância e a qualidade do nosso trabalho, melhor ficará para se obter a atenção dos que distribuem os recursos. E tem outro aspecto: os servidores, em geral, se sentem mais felizes, mais recompensados, quando têm seus o reconhecimento de seu trabalho”.
De acordo com Pertusi, salários são importantes, principalmente para a qualidade de vida, mas, em termos de realização pessoal, o que conta mesmo é o reconhecimento. "E, para ser reconhecido, precisa ser visto. Então, esse é um aspecto que devemos aperfeiçoar na CNEN, pois não conseguimos fazer isso bem, por razões A, B ou C. A questão principal é que, fazendo uma autocrítica, a gente não quer ser visto. E eu gostaria de ser provocado nesse sentido, afinal, as coisas não podem sair só da cabeça do presidente”, afirmou.
Seminários e outros eventos que divulguem e desmitifiquem a questão da energia nuclear na opinião pública e para tomadores de decisão, realizados em Brasília, por exemplo, são fundamentais, na visão de Pertusi. "Não adianta falarmos o que fazemos para os mesmos, temos que chegar nos diferentes segmentos da sociedade. E eu acredito que a CNEN deve tomar à gente por ser a instituição de maior referência na área. Ótimo que outras entidades governamentais e organizações também façam, mas não podemos ficar à reboque”.
O presidente da CNEN comentou sobre a premência de os institutos serem "criativos” no uso dos meios de comunicação. Nesse momento, o gerente do Programa de Internacionalização do IPEN, Niklaus Wetter, interveio, informando sobre ações pioneiras que estão sendo planejadas no Instituto, no âmbito do projeto Mídia Ciência da Fapesp, voltadas para jovens estudantes, nas redes sociais. "Estamos empreendendo um grande esforço no sentido de promover às futuras gerações uma ideia melhor da energia nuclear e das atividades do IPEN”, disse Wetter.
Pertusi cogitou a centralização dos esforços na área de comunicação da CNEN em um único lugar – citou o IPEN, como exemplo, ficando a cargo das assessorias dos Institutos apenas notícias relativas a cada um, especificamente. Wilson Calvo ressaltou que o IPEN está muito comprometido com a divulgação, seja por meio de eventos nacionais e internacionais, seja por meio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) ou mesmo por iniciativas como a mencionada por Wetter.
Nessa perspectiva, Calvo sugeriu uma aproximação maior entre as assessorias de comunicação das unidades da CNEN, com cada uma, inclusive a sede, assumindo a divulgação a partir de seu ponto focal. "Havendo essa malha de comunicação, todos saberão o que o outro está fazendo, e a Coordenadoria de Comunicação da sede poderia replicar para a mídia o conjunto das informações recebidas”, ponderou o superintendente do IPEN. "Podemos realizar um grupo de trabalho de comunicação da CNEN para traçar um plano de ação integrada nessa área”, propôs a Assessoria do IPEN.
Separação da CNEN–A Reunião do Comitê de Desenvolvimento Nuclear Brasileiro, realizada recentemente em Brasília, também foi comentada por Pertusi. É o fórum responsável pelo assunto "mais polêmico” envolvendo a CNEN, segundo o presidente. Trata-se da separação da atividades regulatórias da autarquia. "Em linhas gerais, foi decidido pelo plenário do Comitê que realmente haverá a separação das atividades de regulação e de fiscalização da CNEN daquelas de pesquisa, desenvolvimento e formação. Na verdade, foi referendado, pois a conveniência dessa ação já havia sido discutida lá atrás”.
Segundo Pertusi, é uma decisão controversa, pois muitas pessoas da CNEN e externas a ela têm o entendimento de que essa mudança não deveria ocorrer. "Os dois lados têm razão: há vantagens e desvantagens tanto em deixar como está quanto em separar as atividades. Mas a questão transcendeu à CNEN, foi tomada com base em legislação internacional, em Acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) e na política nuclear definida no final do ano passado. O que está em discussão, agora, é como será implementada”, explicou Pertusi.
A priori, a ideia é de criação de uma agência nos moldes das demais agências reguladoras que já estão consolidadas no País. "Como primeiro movimento, a decisão foi de criar uma Autoridade Nacional de Segurança Nuclear – ANSN – que no futuro vai ser uma Agência Nacional de Segurança Nuclear. Por que autoridade? Porque, neste momento, é mais fácil de executar sem exigir tantos cargos, por exemplo. A proposta é de que a DRS [Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear] seja essa ‘autoridade’ e que ela receba alguns cargos para ter vida independente”.
Pertusi se refere a estruturas como Auditoria e Procuradoria Jurídica, que não podem ser a mesma da CNEN – que já está no limite, e também da área administrativa, que envolve recursos humanos. "O que se está discutindo é como colocar alguns cargos para que ela possa funcionar com o mínimo de condição. Isso será feito nos próximos meses, e até outubro essa estrutura estará criada e funcionando”, disse o presidente da CNEN.
Perguntado sobre a situação dos Institutos, ele respondeu que não muda nada, e que é "simpático à ideia de responderem diretamente à Presidência da CNEN”. Pertusi declarou estar aberto a propostas que possam – e devem, segundo ele – surgir dos servidores, a fim de tornar a gestão mais eficiente.
Gratificações– Apesar das dificuldades orçamentárias, Pertusi se empenhar junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para pleitear uma elevação de cargo da própria CNEN, de modo que dirigentes possam ser melhor recompensados por suas atribuições. "Um diretor de unidade tem que receber DAS 5, não 4, como hoje. Porque os diretores de unidades do Ministério são DAS 5”, afirmou, referindo-se aos cargos de Direção e Assessoramento Superior (DAS), aproveitando para reiterar que todos os institutos permanecerão vinculados à autarquia, cuja sede é na cidade do Rio de Janeiro.
O último ponto levantado por Pertusi foi relativo a afastamento de servidores para missão no exterior. Devido a casos pontuais em que o servidor viajou antes de a autorização do MCTIC ser publicada no D.O.U., ou mesmo tendo sido negada, o presidente da CNEN foi enfático ao afirmar que somente o ministro de Estado tem a prerrogativa de autorizar essas missões. "Se até a data da viagem não foi publicada autorização, não vá, porque sua ida irregular é passível de punição”, alertou.
Alguns dos presentes questionaram a burocracia e a demora nas respostas, o que tem dificultado a participação de pesquisadores em importantes eventos internacionais. Pertusi reiterou que somente o MCTIC pode autorizar e que, da parte da CNEN, o procedimento terá de seguir as todas as normas. Devido ao avanço da hora, que extrapolou o teto estipulado, o presidente da CNEN encerrou a reunião, dizendo-se gratificado e comprometendo-se a voltar quantas vezes for preciso.
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- 09/05/2019 - Em um ano, CCN produz 19 elementos combustíveis para o Reator IPEN/MB-01, um 'feito inédito'Capacidade produtiva do Centro do Combustível Nuclear era, historicamente, de dez elementos combustíveis por ano. Com pouca gente e muito esforço empreendido, praticamente dobrou
Capacidade produtiva do Centro do Combustível Nuclear era, historicamente, de dez elementos combustíveis por ano. Com pouca gente e muito esforço empreendido, praticamente dobrou
O Centro do Combustível Nuclear (CCN) concluiu a produção dos 19 elementos combustíveis que serão utilizados para operar o núcleo do Reator IPEN/MB-01, que, entre outros objetivos, vai simular a física de nêutrons do núcleo do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). A entrega oficial ao Centro de Engenharia Nuclear (CEN) aconteceu na segunda-feira, 6, no próprio CCN, e contou com a presença do superintendente Wilson Calvo, do coordenador técnico do projeto RMB, José Augusto Perrotta, e de todos os pesquisadores e técnicos envolvidos.
De acordo com a gerente do CCN, Elita Urano, a produção desses elementos é parte de um compromisso estabelecido no Projeto FINEP "Adequação das instalações para o fornecimento de combustível para o Reator Multipropósito Brasileiro”, convênio Nº 01.13.0389.00/ RMB-25. Também é objetivo desenvolver e adequar a infraestrutura de fabricação de elementos combustíveis e alvos de urânio para o atendimento de fornecimento continuo à operação do reator do RMB e produção de 99Mo.
"Para o CCN, foi um grande aprendizado e um grande desafio. O projeto do combustível foi feito pelo grupo do CEN. A especificação desse combustível é extremamente rígida visto que, no novo núcleo, serão obtidos dados de física de reatores visando o núcleo do RMB. Como será feito um benchmarking, tudo é extremamente controlado, desde as análises da composição isotópica, composição química do material combustível utilizado, até os processos de laminação. Todos esses dados, com suas incertezas e propagação de erros”, afirmou Elita.
A gerente do CCN salientou que planejamento é algo primordial para a minimização de erros. "Três grupos estavam envolvidos sendo assim tínhamos que ter organização, planejamento e comprometimento concatenados. Realizamos reuniões mensais com todo o grupo envolvido e, separadamente, reuniões semanais com os dois grupos do IPEN, o CCN e o CEN. Esses atores, juntos ao Centro Tecnológico da Marina em São Paulo (CTMSP), tiveram total harmonia no desenrolar desta meta”, comemorou Elita.
"O desenho técnico do elemento combustível foi efetuado pelos projetistas do CEN e fornecido junto com as rígidas especificações técnicas para sua fabricação no CCN. O grupo de engenheiros do CEN deu total apoio técnico ao CCN no acompanhamento da fabricação dos elementos combustíveis, participando em conjunto com seus especialistas na definição do processo de fixação do fio de cádmio (usado como veneno queimável) no interior das placas combustíveis dos elementos”, explicou Ulysses D’Utra Bitelli, gerente do Reator IPEN/MB-01.
Historicamente, o CCN tinham capacidade produtiva de dez elementos combustíveis por ano. A produção dos 19EC foi iniciada em setembro de 2017 e finalizada nos primeiros dias de outubro de 2018, ou seja, os 19 elementos combustíveis foram produzidos em 12 meses. "Ressaltamos que isso só foi possível pelo comprometimento de todos os servidores do CCN e do grande apoio institucional e do RMB”, disse Elita, acrescentando que foram entregues somente agora os combustíveis por questões burocráticas junto a CNEN.
Além da burocracia nas etapas de liberação de licenças de processamento de material, a carência de recursos humanos, problemas com equipamentos e maquinários e morosidade de retorno da adequação foram as principais dificultadas enfrentadas, segundo Elita. Antes, ela fez um trabalho de "corpo a corpo” com os servidores do CCN. "Foi o primeiro ponto a ser trabalhado: mostrar para os servidores do CCN a importância de cada um dentro do nosso objetivo comum”, contou, reconhecendo o êxito ao final da produção.
Perguntada se a sensação é de "dever cumprido”, Elita disse que não usaria esse termo, porque ainda há muito a se fazer. "Tenho a sensação de bem estar profissional. Crescemos com as adversidades. Não desanimamos e nem buscamos culpados pelo insucesso de um ou outro fato, de etapas. Não nos permitimos. Buscamos vencer tudo isso, sem acomodação. Como disse, tenho a sensação de bem estar profissional. É uma sensação muito boa e temos muito mais a fazer”.
"É um feito que abre fronteiras em termos de pesquisa e desenvolvimento, produção de radioisótopos, testes de combustíveis nucleares, e é fruto da dedicação dos servidores deste Centro e do CEN”, afirmou Calvo, referindo-se, destacando também a "união muito bem sucedida” entre os parceiros do projeto: a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), a Marinha do Brasil, a INB, a FINEP e a Fundação Pátria. Na sequência da apresentação oficial, os 19 elementos combustíveis fora levados para o CEN, onde está localizado o reator de potência zero IPEN/MB-01.
Reportagem especial sobre esse grande projeto em seus desdobramentos será capa da edição de Maio/Junho do Órbita IPEN, que circula início de julho.
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- 29/04/2019 - IPEN divulga resultado da seleção de candidatos a bolsa de pós-doutorado em banco de tecidos e biomateriaisO Escritório de Gestão de Projetos/Apoio ao Pesquisador – COPDE/SEEGP comunica o resultado da Seleção de Bolsista de Pós-Doutorado no âmbito do Projeto FAPESP2017/50332-0, intitulado “Capacitação científica, tecnológica, infraestrutura em Radiofarmácia e Radiações a serviço da Saúde”, na área de atuação: Biomateriais e produzidos e esterilizados por radiação ionizante.
O Escritório de Gestão de Projetos/Apoio ao Pesquisador – COPDE/SEEGP comunica o resultado da Seleção de Bolsista de Pós-Doutorado no âmbito do Projeto FAPESP2017/50332-0, intitulado “Capacitação científica, tecnológica, infraestrutura em Radiofarmácia e Radiações a serviço da Saúde”, na área de atuação: Biomateriais e produzidos e esterilizados por radiação ionizante.
A avaliação dos candidatos, por meio das informações constantes dos documentos apresentados, à luz do disposto no Edital, levando em conta as considerações de cada integrante da Comissão Julgadora deliberoupela seguinte classificação:
1)Dra.Maria Fátima Guarizo Klingbeil
2)Dra. Fabiane Nunes Ribeiro
_______________________________________________________________________________________________RESULT OF POS DOC GRANT SELECTION
The candidates, based on the information contained in the documents presented, according to the information published in the Edital, taking into account the considerations of each member of the Commission were evaluated. The final result of the commission is the following:
1)Dra. Maria Fátima Guarizo Klingbeil
2)Dra. Fabiane Nunes Ribeiro
The first classified for the implementation of the scholarship will be called and, in case of disability, the call will follow the waiting list.
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- 22/04/2019 - Workshop da AIEA sobre tecnologia das radiações na saúde, agricultura e meio ambiente acontece no IPENO 'Regional Workshop on Development of Functional Material by Radiation Technology for Agricultural Health Care and Environmental Applications' (ME-RLA 1013-1807590) acontece no IPEN durante o período de 22 a 26 de abril
O 'Regional Workshop on Development of Functional Material by Radiation Technology for Agricultural Health Care and Environmental Applications' (ME-RLA 1013-1807590) acontece no IPEN durante o período de 22 a 26 de abril
O Workshop Regional sobre Desenvolvimento de Material Funcional por Tecnologia de Radiação para Cuidados de Saúde Agrícola e Aplicações Ambientais, é parte do programa da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, na sigla em Português) conhecido como ARCAl, Arranjos Cooperativos Regionais para a Promoção da Ciência e Tecnologia Nuclear na América Latina.
O workshop terá a participação do expert Massao Tamada, da AIEA, e representantes de onze países da América Latina. As apresentações acontecerão na sala de seminários do Centro de Tecnologia das Radiações, CTR.
Estão previstas visitas técnicas às instalações do irradiador multipropósito do IPEN, localizado no CTR, ao Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) e ao Centro de Radiofarmácia (CR).
O superintendente do IPEN, Wilson Calvo, participa ativamente na organização do evento.
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- 16/04/2019 - IPEN é premiado em fórum internacional sobre tecnologias nucleares, realizado em Sochi, RússiaPara o superintendente Wilson Calvo, o prêmio é um reconhecimento ao que o IPEN vem fazendo com excelência para oferecer soluções que possam dar mais qualidade de vida à população brasileira
Para o superintendente Wilson Calvo, o prêmio é um reconhecimento ao que o IPEN vem fazendo com excelência para oferecer soluções que possam dar mais qualidade de vida à população brasileira
O projeto "Multipurpose Gamma Irradiation and Mobile Unit with na Electron Beam Accelerator Developed in Brazil”, apresentado pelo IPEN no 11th International Forum ATOMEXPO 2019, foi o grande vencedor na categoria "Nuclear Technologies for better life” ("Tecnologias nucleares para uma vida melhor”, em tradução livre). A cerimônia de premiação foi nesta segunda-feira, 15, na cidade de Sochi, Rússia, onde ocorre o evento.
Representando o superintendente do Instituto, Wilson Aparecido Parejo Calvo, o pesquisador Emerson Bernardes, colaborador do Centro de Radiofarmácia (CR), "É uma honra, em nome do IPEN, receber este prêmio. Gostaria de agradecer aos organizadores e também à Rosatom pela oportunidade de estar aqui esta noite”, disse Bernardes, referindo-se à Companhia Estatal de Energia Nuclear russa que concentra todo o programa nuclear daquele país, organizadora do ATOMEXPO 2019.
O tema principal do Fórum, que encerrou-se nesta terça-feira, 16, foi desenvolvimento das tecnologias nucleares para uma vida melhor. Foram discutidas perspectivas da energia nuclear, bem como os desafios enfrentados pelo setor nuclear em vários países. Bernardes foi convidado pela Rosatom para proferir palestra sobre os principais desafios e gargalos enfrentados pelos produtores e distribuidores de radiofármacos no Brasil e alternativas para superar as limitações atuais.
O pesquisador também abordou as novas oportunidades de mercado para o uso de diferentes radioisótopos terapêuticos combinados com traçadores novos ou convencionais, ampliando as opções terapêuticas para pacientes com câncer. Brasil e Rússia têm cooperação na medicina nuclear desde 2015, quando a empresa JSC Isotope e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) assinaram acordo de fornecimento do molibdênio-99, principal isótopo radioativo usado nos procedimentos de detecção de câncer e das doenças cardiovasculares.
Aplicações pioneirasO projeto vencedor, que em tradução livre significa "Irradiador Gama Multipropósito e Unidade Móvel com Acelerador de Feixe de Elétrons Desenvolvido no Brasil”, foi implementado pelo Centro de Tecnologia das Radiações (CTR) do IPEN e refere-se a duas importantes estruturas para a aplicação da tecnologia nuclear: um irradiador de uso contínuo de Cobalto-60 e um acelerador de feixe de elétrons para tratamento de efluentes industriais.
Com tecnologia totalmente nacional e design revolucionário, o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 está em atividade desde 2003 e é prioritariamente utilizado para as necessidades das várias áreas de atuação do Instituto, como a esterilização dos recipientes usados para transporte e uso de radiofármacos, esterilização de rações e outros insumos do biotério e irradiações de suporte às pesquisas desenvolvidas no IPEN e nas instituições parceiras.
Além disso, promove aplicações pioneiras no Brasil, como a desinfestação e a contenção da proliferação de microrganismos em bens culturais e obras de arte por meio da radiação ionizante do 60Co. Dependendo da dose de radiação aplicada, o material pode impedir a reprodução, garantindo a erradicação, ou esterilizar imediatamente o produto com uma dose maior, se os possíveis efeitos colaterais desta dose não forem deletérios ao material original.
Radiação para tratar efluentesO outro componente do projeto é a unidade móvel com um acelerador de feixe de elétrons para tratar efluentes industriais para fins de reutilização, com requisitos de segurança chancelados pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pela BSS Serviços de Blindagem e pela própria CNEN, autarquia federal do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), à qual o IPEN está vinculado.
A unidade móvel pode ser usada para o tratamento de efluentes da produção de petróleo, para a dessulfurização de petróleo (processo de remoção de enxofre) e para a degradação de compostos orgânicos tóxicos em águas residuais com fins de reutilização. Um dos objetivos do projeto é demonstrar a eficiência dessa tecnologia para resolver problemas de efluentes industriais no Brasil, principalmente no caso da Companhia de Saneamento de São Paulo (SABESP) e da Companhia de Petróleo PETROBRAS.
O Estado de São Paulo tem o principal parque industrial do país, e, na região metropolitana, existem indústrias metalúrgicas (incluindo mecânica e automobilística), têxtil, alimentícia, química, elétrica, celulose e papel, contribuindo com quase 40% da carga orgânica e inorgânica descarregada sem tratamento adequado, diretamente ao principal rio da cidade de São Paulo, Tietê.
"Queremos ampliar a capacidade nacional de tratamento de efluentes industriais utilizando aceleradores de feixe de elétrons e acreditamos que a unidade móvel será bastante efetiva nessa finalidade. Muitos estudos no país e em laboratórios estrangeiros já provaram que o tratamento por radiação oferece benefícios tecnológicos e econômicos em relação às técnicas convencionais para o tratamento de poluentes”, explicou Wilson Calvo.
O custo total de investimento da unidade móvel é de US$ 1,5 milhão, e o custo operacional total (custos anuais fixos e variáveis) é de US$ 380,5 mil. O projeto conta com o apoio da AIEA, por meio do Fundo de Cooperação Técnica, cujo objetivo é fornecer treinamento e transferência de habilidades necessárias em termos de unidade móvel e contribuir com a identificação e aquisição de acelerador de feixe de elétrons, energia de 0,7 MeV e 20 kW.
Esforço coletivoCalvo afirma que o prêmio é motivo de muito orgulho para o IPEN e salienta o envolvimento de uma grande equipe do CTR. "[o prêmio] é um reconhecimento ao que o IPEN vem fazendo com excelência para oferecer soluções que possam dar mais qualidade de vida à população brasileira. Gostaria de destacar todos profissionais envolvidos no projeto, um esforço coletivo cujo resultado demonstra que estamos no caminho certo”, disse o superintendente.
Compõem o projeto, além de Calvo, os pesquisadores Celina L. Duarte, Samir Somessari, Francisco Edmundo Sprenger, Fabio Eduardo da Costa, Anselmo Feher, Pablo A. Salvador Vásquez, Nelson M. Omi, Leonardo G. Andrade Silva, Fabiana F. Lainetti, Renato Racher Gaspar, Paulo Roberto Rela e Maria Helena Sampa.
Além da AIEA, o projeto vencedor é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTIC), pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP/MCTIC), pela Nuclebrás Equipamentos Pesados (NUCLEP) e pelo próprio IPEN/CNEN.
-----Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 11/04/2019 - Quarteto Cromos abriu a temporada das Quartas Musicais no IPENO conjunto apresentou obras de Mozart, Villa-Lobos e Dvorák no auditório do Instituto.
O conjunto apresentou obras de Mozart, Villa-Lobos e Dvorák no auditório do Instituto.
Michael Alpert, coordenador do Laboratório de Música de Câmara (LAMUC) da Escola de Comunicações e Artes, ECA/USP, ressaltou os onze anos de apresentações musicais no auditório do IPEN ao anunciar a abertura da temporada 2019 de concertos no auditório Rômulo Ribeiro Pieroni. A parceria, iniciada com uma apresentação de chorinho em 2008, durante as comemorações do aniversário de fundação do instituto, já resultou em mais de 70 concertos e espetáculos, abrangendo música erudita, popular e autoral.A possibilidade de vivenciar emoções e exercitar a imaginação ao som de composições de grandes compositores foi ressaltada por Dário Santos, violinista do Quarteto Cromos, ao abrir o concerto inaugural da série Quartas Musicais no IPEN. O Quarteto Cromos, formado em 2018, conta ainda com a participação de David Monteiro (violino), Matheus Cavalari (cello) e Victor Ribeiro (viola).
O Cromos desenvolve um trabalho consistente e vem se consolidando como excelente grupo camerístico tendo participado de diversas materclasses com professores internacionais. O grupo destacou a valiosa orientação do violista Marcelo Jaffé, presente no concerto realizado no IPEN, como estímulo à carreira dos componentes do quarteto.
O programa teve obras de Wolfgang Amadeus Mozart, Heitor Villa-Lobos e Antonin Dvorák.
Após a apresentação, realizou-se o sorteio de favos de mel fornecidos pelo Apiário Viana.
Os concertos são gratuitos e abertos a toda comunidade. O próximo já está agendado para 22 de maio, das 12h30 às 13h30, no mesmo local. -
- 09/04/2019 - Pesquisadora do IPEN é laureada com título de 'Emérita' pela International Irradiation AssociationMaria Helena de Oliveira Sampa, que durante anos trabalhou no CTR e hoje integra o projeto RMB, teve seu trabalho reconhecido no International Meeting on Radiation Processing (IMRP19)
Maria Helena de Oliveira Sampa, que durante anos trabalhou no CTR e hoje integra o projeto RMB, teve seu trabalho reconhecido no International Meeting on Radiation Processing (IMRP19)
A química Maria Helena de Oliveira Sampa, pesquisadora aposentada do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR) e atualmente consultora do Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), foi laureada com o título de "Pesquisadora Emérita” no International Meeting on Radiation Processing (IMRP19), realizado em Strasbourg, França, no período de 1 a 5 de abril. Ela não pode estar presente para a homenagem, tendo sido representada pelo superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo.
De volta ao Brasil, Calvo recebeu Sampa nesta segunda-feira, 8, na sala de reuniões da Superintendência, para entregar-lhe o certificado e transmitir a mensagem da International Irradiation Association (IIA), organizadora do IMRP19. "Por todo o histórico de seu trabalho no IPEN, promovendo a interação entre a parte acadêmica e a indústria, ao longo de anos, intensificada quando ela foitecnical officerna AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica], a comissão da IIA foi unanime na escolha”, afirmou o superintendente.
Dizendo-se "muito honrado”, pelo IPEN, ao receber a homenagem da IIA em nome de Sampa, Calvo destacou a trajetória acadêmico-científica da pesquisadora, que, dentre tantas funções, foi presidenta da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), no período de 2000 a 2002, e membro da Sociedade Nuclear Americana –Seção Latino-Americana (ANS/LAS). Organização científica e educacional internacional sem fins lucrativos, a ANS conta com aproximadamente 11 mil cientistas, engenheiros, educadores, estudantes e outros membros associados.
De acordo com o superintendente, a indicação de Sampa foi uma surpresa. "Nós realmente fomos surpreendidos com o prêmio da Maria Helena, só soubemos lá, na hora. Quando foi anunciado o nome dela, o Martin [Comben, gerente da IIA], leu sua biografia, agradeceu seu trabalho e sua dedicação, destacando a sua experiência na área de radiação ionizante, e eu me comprometi que assim que voltasse repassaria todas as palavras de agradecimento e reconhecimento, que também representam o que nós, do IPEN, sentimos”, disse Calvo, dirigindo-se à homenageada.
Sampa foi chefe da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento do CTR, cujas principais atividades eram gerenciar e coordenar projetos de pesquisa e desenvolvimento no campo de aplicação de radiação ionizante (aceleradores de feixe de elétrons e radiação gama) em processo industrial e ambiental. Nesse período, foram desenvolvidos novos produtos de síntese e esterilização, que formaram a base para a implementação de novas tecnologias no Brasil.
"Maria Helena sempre esteve à frente dessas atividades e sempre aceitou os desafios que foram surgindo ao longo de sua carreira. Inclusive, eu comentei, lá em Strasbourg, durante a premiação, a respeito do seu mais novo desafio: o de trabalhar pelo desenvolvimento do RMB. É realmente gratificante poder contar com a sua colaboração nesse projeto, depois de todo o legado deixado no CTR. Então, gostaria, aqui, de mais uma vez destacar o seu legado para o Instituto”, acrescentou Calvo, ressaltando a emoção dos membros da IIA ao falar da pesquisadora.
"Fiquei surpresa quando recebi a foto da placa que o Calvo me mandou, e depois tantas outras pessoas também me enviaram mensagens de parabéns na sexta-feira [dia da premiação]. E é como eu disse: esse prêmio não é meu, é do Brasil. Quando eu fui para Viena trabalhar na Agência [Internacional de Energia Atômica], eu tive a oportunidade de lidar com outros países e vi o quanto o nosso País está avançado nessa área”, afirmou Sampa.
Segundo ela, as condições adversas enfrentadas pelo IPEN só engradecem e valorizam a premiação. "Às vezes com menos recursos e outras limitações, ainda assim nós sempre procuramos estar no na linda de frente. Então, eu fui indicada, mas o prêmio representa cada um do CTR e, principalmente, representa o nosso País. Porque quando vemos a infraestrutura do Japão, da Coreia, realizamos que o CTR faz muito, estamos sempre ali. Lutar contra essas potências nos engradece e engradece o Brasil”, acrescentou Sampa, emocionada.
A pesquisadora recebeu outros prêmios no campo nuclear: em 2001, a Medalha "Carneiro Felipe”, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia à qual o IPEN está vinculado, e, em 2002, a Medalha "Amigos da Marinha”, concedida pela Marinha do Brasil. Com muitas publicações na área, Sampa é consultora em tecnologia de processamento de radiação para a indústria, preservação do meio ambiente, descontaminação de objetos de arte e instalações de irradiação para a AIEA, o IPEN e a CNEN.
Na ocasião da entrega do prêmio a Maria Helena Sampa pelo superintendente Wilson Calvo, também foi homenageado Lucas Freitas de Freitas, pós-doc do CQMA contemplado com o prêmio "IIA Scientific Award” de melhor trabalho em pôster, na sessão "Young Scientific Session do mesmo IMRP19. Participaram da cerimônia a gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), Margarida Hamada, do coordenador técnico do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), José augusto Perrotta, da gerente do CQMA, Maricel Barbosa, e do pesquisador Ademar Benévolo Lugão, também do CQMA.
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Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 09/04/2019 - Pós-doc do IPEN ganha prêmio internacional com pesquisa sobre nanopartículas de ouro sem compostos tóxicosLucas Freitas realiza pós-doutorado no Laboratório de Materiais Biopoliméricos, divisão Nanotera, sob a supervisão de Ademar Benévolo Lugão
Lucas Freitas realiza pós-doutorado no Laboratório de Materiais Biopoliméricos, divisão Nanotera, sob a supervisão de Ademar Benévolo Lugão
O biomédico Lucas Freitas de Freitas, pós-doc do Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA), foi contemplado com o prêmio "IIA Scientific Award” de melhor trabalho em pôster, na sessão "Young Scientific Session”, no International Meeting on Radiation Processing (IMRP19), realizado em Strasbourg, França, no período de 1 a 5 de abril. O evento reúne mais de 500 profissionais de processamento de radiação de 45 países, e o prêmio é concedido pela International Irradiation Association (IIA).
Nesta segunda-feira, 8, Lucas foi homenageado no IPEN pelo superintendente Wilson Calvo, em reunião que contou com a presença de Gustavo Varca, coordenador do Laboratório de Materiais Biopoliméricos, ao qual Lucas está vinculado, da química Maria Helena de Oliveira Sampa, laureada no IMRP19 com o título de "Pesquisadora Emérita", da gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), Margarida Hamada, do coordenador técnico do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), José augusto Perrotta, da gerente do CQMA, Marycel Barboza, e do pesquisador Ademar Benévolo Lugão, também do CQMA.
A pesquisa de Lucas trata de duas sínteses "verdes" de nanopartículas de ouro sem a utilização de compostos tóxicos ao meio ambiente e aos organismos vivos. Ele comparou as duas formas de síntese, seus efeitos biológicos e os impactos em organismos padrão para testes ambientais, e verificou que não apresentam toxicidade em células de organismos humanos e animais, além de terem vantagens em relação às outras síntese de nanopartículas de ouro conhecidas. Lucas é doutor em Bioengenharia pela Universidade de São Paulo, em São Carlos.
Parte de seu doutorado foi na modalidade "sanduíche”, no Wellman Center for Photomedicine – Harvard Medical School. Com dez anos de experiência pesquisando sínteses de nanopartículas metálicas e protéicas para fins biomédicos, atualmente, Lucas realiza pós-doutorado no Laboratório de Materiais Biopoliméricos, divisão Nanotera, do IPEN, sob a supervisão de Ademar Lugão.
"Esse trabalho é como se fosse o prólogo do nosso grande projeto de pesquisa, estamos tentando sintetizar essas nanopartículas visando a sua utilização como radiossensibilizadores, ou seja, buscamos potencializar a ação da radiação no tratamento de tumores sólidos ou também trabalhar com esses metais radioativos para serem as próprias fontes de radiação. A ideia é tratar qualquer tumor sólido com essas fontes”, afirmou Lucas.
O Laboratório de Materiais Biopoliméricos, divisão Nanotera, se dedica a pesquisar nanopartículas para teranóstica (conjunto de diagnóstico e terapia de forma simultânea), uma tendência nova, que, segundo Lugão, vem com muita força para oferecer tratamentos menos agressivos e mais eficazes para as pessoas com câncer. "A gente está realmente na linha de frente da pesquisa nessa área, e o prêmio do Lucas, que é um extensivo a todo o grupo, só confirma o nosso avanço”, acrescentou o pesquisador.
Para Lucas, foi "uma surpresa” receber o prêmio. "Considerando que foram apresentados dados do início do projeto, eu não esperava. Como disse, era apenas o prólogo de um projeto maior. O resumo foi submetido no ano passado, agora, já temos dados novos, muito mais incrementados. Então, esse prêmio é um incentivo, um ânimo a mais que a gente ganhou para continuar no projeto. O início foi premiado, então,imagina os próximos resultados, não é?”, comemora Lucas.
Lugão destacou a participação fundamental de Lucas na preparação do trabalho e fez questão de salientar que há um grupo grande envolvido, cujo resultado, segundo ele, "é uma sequência de prêmios que temos recebido, mostrando que o IPEN está trabalhando muito seriamente nessa área de nanopartículas para câncer, para diagnóstico e terapia”.
"O Gustavo [Varca], líder dessa laboratório, e varias outras pessoas, principalmente o Lucas, estão de parabéns. É realmente uma grande alegria, eleva o nome do grupo e do IPEN numa comunidade importante, de fato que promove muito o nosso trabalho”, concluiu Lugão.
O superintendente do IPEN, Wilson Calvo, comentou sobre a importância do evento para a área de processamento por radiação e ressaltou que o IPEN sempre ocupa uma posição de destaque. "Brasil e Polônia têm tradição em premiações nesse evento, pela inovação e pela pesquisa e desenvolvimento na área. Participam outras potências, como França, Estados Unidos, Coreia do Sul e China, e nós sempre temos o destaque. E dessa vez, fomos surpreendidos também com a indicaçãoda Dra. Maria Helena [de Oliveira Sampa] como "Pesquisadora Emérita”. Dois prêmios que muito honram o IPEN”.
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Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 09/04/2019 - Plano Diretor tem avaliação positiva e pode ser aberto a empresários no Ciclo 2020Satisfeita com os resultados, Diretoria de Planejamento diz que talvez seja o momento de um esforço seletivo e direcionado para que, no próximo ano, empresas sejam convidadas e conheçam mais sobre o IPEN
Satisfeita com os resultados, Diretoria de Planejamento diz que talvez seja o momento de um esforço seletivo e direcionado para que, no próximo ano, empresas sejam convidadas e conheçam mais sobre o IPEN
Os Seminários do Plano Diretor 2018 – Ciclo 2019 encerram-se no dia 28 de março, mas, em uma avaliação preliminar, os resultados considerados "muito positivos", com perspectivas de mudanças para o próximo ano. Uma das novidades pode ser a participação de empresas cuja natureza tenha afinidade com as atividades desenvolvidas no IPEN. A ideia surgiu durante a apresentação do Centro de Biotecnologia (CB), que recebeu representantes da direção do Senai, uma vez que o CB tem importante foco em inovação tecnológica.
"O nível das apresentações, em geral, é alto, isto é, sempre aparecem novidades de pesquisas de impacto na sociedade. Este ano, chamou a minha atenção a presença do Senai, na apresentação do CB, na área de inovação. Eu me perguntei, no momento das discussões, por que não convidávamos as empresas para essas apresentações. Por que tem que ser um evento mais interno? Então, ficou claro, para mim, que temos de fazer um esforço seletivo e direcionado para que, no próximo, empresas sejam convidadas e conheçam mais sobre o IPEN”, afirmou Willy Hoppe de Sousa, diretor de Planejamento do Instituto.
Os Seminários são coordenados pela Diretoria de Planejamento (DPD), com apoio de praticamente todas as unidades do Instituto. É um evento cujo objetivo é a "prestação de contas” para a sociedade dos principais avanços e dificuldades enfrentados pelo IPEN no ano anterior à sua realização e as perspectivas para o ano em curso. "De forma transparente, todas as unidades apresentam os resultados de suas ações e demonstram que cada centavo arrecadado, seja com impostos, seja pelo pagamento dos produtos e serviços prestados, está sendo bem aplicado”, acrescentou Willy.
Outro ponto destacado por ele foi a "maturidade” do evento. Realizado desde o ano 2000, passou por vários formatos e chegou a uma configuração otimizada e bem organizada. "Lá no começo, tínhamos uma centena de apresentações, todas sendo avaliadas pela plateia, e aconteciam no Auditório. Também fizemos tentativas de transmitir via web. Agora, esse formato atual dos últimos anos, itinerante, permite que haja maior interação da Direção e a comunidade dos Centros. Creio eu, é um formato que se estabilizou, e o Fábio dominou bem”, disse Willy, referindo-se ao servidor Fabio Menani, responsável pela organização do evento.
Assessor da DPG, Menani conta a sua experiência: "O trabalho da organização é bastante intenso, mas muito gratificante. Foram duas semanas muito produtivas de apresentações das realizações de 2018 e dos desafios a serem enfrentados neste ano, por cada área da organização. Procuramos cobrir da melhor forma possível todas as ações institucionais. Quando a gente vê os excelentes resultados alcançados, mesmo diante de condições conjunturais adversas, a gente fica orgulhoso de fazer parte de tudo isso. Fico muito feliz com o sucesso do evento”.
Renovação
Um terceiro ponto mencionado por Willy é a importância da renovação gerencial e da direção do Instituto. Novos gerentes de Centro assumiram em 2018 e, na avaliação do diretor da DPG, estão desempenhando muito bem o seu papel, apesar das diferentes adversidades. "A última gestão da DPDE eu avalio como extraordinária, pelos grandes avanços gerenciais na captação de projetos de inovação, na implantação da meritocracia e das premiações em diferentes categorias como reconhecimento aos servidores, aspecto que sempre considerei um ponto fraco na nossa instituição, mas que progredimos muito nesses últimos seis anos”.
A referência à DPDE – Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino – diz respeito à saída de Marcelo Linardi, substituído pela pesquisadora Isolda Costa. É consenso, internamente, que os últimos seis anos, tempo de gestão de Linardi, o Instituto obteve importantes conquistas em P&D e na inovação tecnológica. Projetos de grande vulto foram aprovados, vários convênios acadêmicos nacionais e internacionais estabelecidos, novo curso de mestrado profissional aprovado na Capes (Tecnologia das Radiações na Saúde) e muitas publicações em revistas de impacto.
Para Linardi, o IPEN tem sido "criativo e competente” em praticamente todas as áreas de atuação, considerando que mantém e até supera seus índices, apesar de toda a dificuldade provocada pelos constantes contingenciamentos e pela falta de reposição do pessoal que se aposenta. "Tivemos 70 publicações em periódicos internacionais de impacto e quatro produto tecnológico no CCTM [Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais], para ficar num exemplo. Fora os projetos com a Shell, Finep, Aneel e Fapesp. Estamos todos de parabéns, vida longa ao IPEN”.
O superintendente Wilson Calvo ressaltou a dedicação "extraordinária” dos servidores para que o Instituto alcançasse todas as conquistas mencionadas. No final do evento, ele elencou os pontos que considerou de maior relevância, mas deixando claro que todos os esforços para que o Instituto se mantivesse "nessa direção de avanços e superações” têm o reconhecimento da Direção da casa. "Continuem mostrando essa dedicação e essa competência, e contem conosco para o que for necessário. Não mediremos esforços para ajudar qualquer iniciativa que eleve o IPEN para um lugar cada vez mais de destaque”, finalizou.
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Mais sobre o evento na edição de março-abril do Órbita, que circula na primeira semana de maio.
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- 09/04/2019 - IPEN formaliza cooperação com universidade russa para pesquisas e intercâmbio na área nuclearBrasil e Rússia já têm um acordo bilaterial de longo prazo em tecnologias nucleares aplicadas à medicina, mas ambos os países querem incentivar e fortalecer a cooperação na área acadêmico-cientifíca.
Brasil e Rússia já têm um acordo bilaterial de longo prazo em tecnologias nucleares aplicadas à medicina, mas ambos os países querem incentivar e fortalecer a cooperação na área acadêmico-cientifíca.
O IPEN formalizou nesta segunda-feira, 8, um acordo de cooperação acadêmica, científica e tecnológica com o Moscow Engineering Physics Institute (MEPhI), vinculado à National Reseach Nuclear University, da Rússia. O Memorando de Entendimento (MoU, de Memorandum of Understanding), foi assinado pelo superintende do Instituto, Wilson Aparecido Parejo Calvo, e será encaminhado ao reitor Mikhail Nikolaevich Strikhanov, para formalização naquela instituição, na próxima semana. A cooperação terá vigência de cinco anos, podendo renovar-se havendo anuência expressa das partes.
De acordo com os termos do MoU, o objeto principal é promover colaboração nas áreas de pesquisa e ensino, inclusive com intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação, que possam ser de interesse para ambas as instituições. Dentre as principais ações, estão: organização de eventos acadêmico-científicos (conferências, seminários, mesas-redondas, simpósios e workshops) destinados a compartilhar conhecimentos, escolas de verão e outras atividades similares, publicações científicas conjuntas e material acadêmico que tenham correlação com as atividades do IPEN e do MEPhI.
Na formalização do MoU no IPEN, a Rússia esteve representada por Viktor Sheremetker, vice-adido Comercial no Brasil e chefe do Escritório Comercial da Rússia em São Paulo, e seu consultor, Alexander Govorov; e por Dmitry Korobov, chefe do Escritório da Agência Federal de Assuntos da Comunidade dos Estados Independentes, de Compatriotas no Exterior e de Cooperação Internacional Humanitária da Federação da Rússia, agência estatal ligada ao Ministério das Relações Exteriores, responsável pela cooperação em ciência, educação, cultura.
Do IPEN, além de Wilson Calvo, estiveram presentes a diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (DPDE), Isolda Costa, o gerente do Programa de Internacionalização, Niklaus Ursus Wetter, o diretor da Radiofarmácia, Jair Mengatti, e o gerente do Centro de Radiofarmácia (CR), Efraim Perini, que vai coordenar as atividades da parceria no Instituto, cuja missão, de acordo com o MoU, será de apresentar soluções e encaminhar questões acadêmicas e outras que possam ocorrer durante o prazo efetivo do acordo, bem como assegurar a supervisão das atividades. Pelo MEPhI, o indicado foi o professor Tikhomirov Georgiy Valentinovich.
Brasil e Rússia já têm um acordo bilaterial de longo prazo na área de tecnologias nucleares aplicadas à medicina. Segundo relatou Wilson Calvo, em reunião interministerial realizada em Brasília (DF), onde foi oficializada a cooperação, ficou definido que o IPEN seria responsável pelo fornecimento de radioisótopos com preços mais competitivos, para garantir o atendimento à população mais carente do Brasil. "Já temos um contrato de R$ 40 milhões/ano com a Rosatom [Companhia Estatal de Energia Nuclear] e, através da JSC Isotope, importamos vários radioisótopos rotineiramente para a área médica industrial aqui no Brasil”, afirmou.
Ainda pelo acordo bilateral, além da medicina, o IPEN também lidera atividades relacionadas a outras aplicações industriais que envolvem a utilização de aceleradores de elétrons, irradiadores gama e processamento de materiais por raios-x, explicou Calvo. "A Rússia tem um domínio muito grande em nível mundial, nessas áreas. A própria Rosatom é um exemplo”, disse o superintendente, referindo-se à estatal que, desde o declínio da ex-União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, concentra todo o programa nuclear russo, conforme explicou Viktor Sheremetker, na reunião para a assinatura do MoU.
"Tudo fica com a Rosatom, inclusive a pesquisa, que é uma parte muito importante para o nível que atingimos na área nuclear. Antigamente, o responsável nesse setor era o Ministério da Energia Nuclear, mas, com a quebra da União Soviética, o governo promoveu uma reforma e tornou-se uma empresa estatal, que congrega toda a indústria, a partir da mineração, até a produção de insumos para a medicina. Foi assim, integrando todas as áreas, que se conseguiu virar a opinião pública. A Rosatom consegue trabalhar muito bem com os movimentos contrários à energia nuclear”, afirmou Sheremetker.
Para Calvo, o acordo comercial está "caminhando muito bem”, mas o IPEN quer incentivar e fortalecer ainda mais o intercâmbio na pesquisa e no ensino. Nessa perspectiva, Dmitry Korobov afirmou que a Rússia tem programas de pós-graduação na área nuclear que poderiam receber alunos do Programa de Tecnologia Nuclear do IPEN/USP. "Poderíamos pensar um doutorado em regime de co-tutela, no qual o aluno faz uma parte do curso aqui e outra na Rússia, e recebe diploma com dupla filiação. Isso seria fantástico, inclusive porque abre mais oportunidades no futuro”, sugeriu Niklaus Wetter, gerente da Internacionalização.
Diante de tantas possibilidades no âmbito da parceria Brasil-Rússia, a expectativa no IPEN é muito positiva. "Ao promover a mobilidade acadêmica de professores, pesquisadores e estudantes, o Instituto dá mais um passo para o fortalecimento de seu Programa de Internacionalização. Convênios internacionais com instituições tão bem conceituadas possibilitam, além do intercâmbio, publicações importantes e de qualidade, o que estamos buscando ampliar no Instituto”, ressaltou Isolda Costa, diretora da DPDE.
"Foi grande prazer visitar o IPEN mais uma vez. Espero que possamos dar a continuidade ao desenvolvimento da cooperação entre os nossos países”, declarou Dmitry Korobov, chefe do escritório no Brasil da agência estatal responsável pela cooperação em ciência, educação, cultura. O reitor Mikhail Nikolaevich Strikhanov deverá assinar o MoU na próxima semana. Ele vai receber o documento original, assinado no IPEN, das mãos do gerente de Radiofarmácia, Efraim Perini, que viaja nesta sexta-feira para a Rússia participar do 11º ATOMEXPO 2019 Forum, na cidade de Sochi.
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Ana Paula Freire, Jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 08/04/2019 - IPEN sediou 4ª reunião do projeto ARCAL/AIEA para uso de tecnologia na radiação em tecidosA reunião realizou-se no período de 8 a 12 de abril e contou com especialistas de 19 países
A reunião realizou-se no período de 8 a 12 de abril e contou com especialistas de 19 países
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA em sua sigla para o Português), promoveu o 4th Research Coordination Meeting (RCM) of the Coordinated Research Projet (CRP) F23030-E31007 - Instructive Surfaces and Scaffolds for Tissue Engineering Using Radiation Technology, para apresentação e discussão dos avanços relacionados ao projeto. O evento é parte do ARCAL - Acuerdo Regional de Cooperación para la Promoción de la Ciencia y Tecnologia Nucleares en América Latina y el Caribe.
O encontro contou na abertura com a participação de Aldo Malasi, diretor geral do Departamento de Ciências Nucleares e Aplicações da AIEA, de Wilson Calvo, superintendente do IPEN e Margarida Hamada, gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), local que sediou a reunião. Participaram como especialistas da AIEA Bum Soo Han e Oleg Belyakov.
Na tarde do primeiro dia do encontro, os participantes visitaram as instalações do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), responsável pela gestão do Laboratório Nacional de Luz Sincroton (LNLS), SIRIUS, Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), em Campinas, SP.
Os participantes, representantes de instituições científicas de 19 países, participaram de intensos debates e apresentações técnicas sobre o desenvolvimento das tecnologias com radiação para a área de tecidos e biotecnologia. Dentre os países participantes encontravam-se Argentina, Bangladesh, Brasil, China, Egito, Malásia, México, Polônia, Portugal, Rússia, Eslováquia, Turquia, Inglaterra e Uruguai.
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- 08/04/2019 - Possibilidades em absorção e espalhamento de Raios-X moles no SIRIUSO seminário terá como convidado o Dr. Pedro Schio, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron/Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais. Inscrições abertas até o dia 07/04/2019
O seminário terá como convidado o Dr. Pedro Schio, do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron/Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais. Inscrições abertas até o dia 07/04/2019
No evento serão abordados alguns princípios de funcionamento dos aceleradores de partículas modernos e aspectos da interação entre radiação e matéria. Também será apresentado o projeto SIRIUS, o novo acelerador de partículas de quarta geração que se encontra em fase final de construção em Campinas e as possibilidades de utilização de técnicas de Raios-X moles.
Data: 8 de abril de 2019Horário: 14h - 15h30Local: Sala de Seminários do CCCH - Centro de Células a Combustível e HidrogênioInscrições aqui -
- 05/04/2019 - Nota de falecimentoMarcos Maciel atuou na área de rejeitos radioativos desde seu ingresso ao IPEN
Marcos Maciel atuou na área de rejeitos radioativos desde seu ingresso ao IPEN
É com pesar que o IPEN informa o falecimento do técnico de Química Industrial Marcos Maciel de Goes em 4 de abril de 2019. Maciel nasceu em 12 de julho de 1965 e ingressou no Instituto em 6 de abril de 1987. Desde então atuou na Gerência de Aceleradores Cíclotrons (GAC) e na Gerência de Rejeitos Radioativos (GRR), em sua maior parte.
Maciel deixa dois filhos.
O velório será realizado dia 6 de abril, sábado, a partir das 9h e o sepultamento às 11h no Cemitério Campo Grande, Av. Nossa Sra. de Sabará, 137, próximo de Interlagos.
Os amigos de trabalho, ainda impactados com a notícia, se solidarizam com a família nesse momento sensível de despedida.
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- 04/04/2019 - IPEN realizou curso para uso de impressora 3D em diversas aplicações tecnológicasO primeiro treinamento deu-se em 4 de abril, na sala de seminários do Centro de Tecnologia das Radiações, CTR, do IPEN
O primeiro treinamento deu-se em 4 de abril, na sala de seminários do Centro de Tecnologia das Radiações, CTR, do IPEN
Cerca de 60 pesquisadores, técnicos e estudantes do IPEN participaram da primeira fase de treinamento para utilização de impressão 3D para aplicações em diversas áreas de pesquisa, inclusive em tecidos biológicos. A aula foi ministrada por Pedro Massaguer, estrategista de inovação, Ana Luísa Millas, bióloga e Hamilton Oriente, projetista da 3D Biothechnology Solutions.
A pesquisadora Mônica Beatriz Mathor, do CTR, coordenou o treinamento.
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- 04/04/2019 - Treinamento para utilização de impressão 3D no IPENNo dia 04 de abril, quinta-feira, das 13h30 às 16h30 terá lugar, na sala de seminários do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), a primeira fase do treinamento para utilização do sistema de impressão 3D (fios, pellets e líquidos).
Os interessados devem se inscrever com antecedência, enviando nome completo e centro a que pertence, para a Sra. Claudia R. Nolla, email crnolla@ipen.br, com cópia para a Dra. Monica Mathor, mathor@ipen.br.