Clipping de Notícias
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- 01/07/2023 - CNEN é acionada por suspeita de furto de fontes radioativasFonte: CNEN
Na noite de 29/06/2023, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi acionada por mineradora, localizada em Minas Gerais, para informar que duas fontes seladas de Césio 137, encontravam-se desaparecidas, havendo probabilidade de terem sido furtadas. Estas fontes são duplamente encapsuladas com aço inoxidável e blindadas externamente em aço inox, resistente ao impacto. Com atividade individual de 5 mCi, compunham equipamentos medidores de densidade, sendo classificadas como de categoria 5, de baixo risco.
Técnicos do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), unidade da CNEN localizada em Minas Gerais, se dirigiram ao local nesta sexta-feira (30/06) para levantar todas as informações a respeito do evento e verificar as ações dos técnicos de radioproteção da empresa. Apesar de as autoridades policiais já terem sido acionadas, a empresa continua com a investigação interna e na procura das fontes.
Os técnicos da CNEN permanecem no local, apoiando as atividades de busca para a localização das fontes seladas extraviadas. A mineradora está regularmente licenciada pela CNEN e tem autorização para operação vigente até 30/12/2025.
Sobre as fontes extraviadas
Tais fontes, apesar de serem de Césio-137, têm atividade cerca de 300 mil vezes menor do que aquela do acidente de Goiânia. Além disso, essas fontes são confeccionadas em material cerâmico, ou seja, mesmo que fossem violadas em seus invólucros duplos de aço inox não seriam espalháveis como foi a fonte do acidente de 1987.
Essas fontes são classificadas como não perigosas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Por isso, não são esperados efeitos severos à saúde pelo contato com as mesmas. No entanto, é importante continuar as buscas para recuperá-las de tal forma a prevenir exposições desnecessárias.
Ações de resposta em curso
A CNEN foi a campo ainda no dia 30/06, colher e analisar todas as informações junto com a proteção radiológica da empresa. A busca e a localização das fontes, agora, será resultado de investigação policial.
Além disto, neste dia 05/07, a Diretoria de Radioproteção e Segurança (DRS/CNEN) envia uma equipe de licenciamento para apurar as circunstâncias do evento.
Para maiores esclarecimentos contactar:
Coordenação-Geral de Instalações Médicas (CGMI/ CNEN): 21 2586-1320
(Foto:CGMI/CNEN)
Medidor de densidade que utiliza a fonte de Césio 137
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- 29/06/2023 - Estratégias para atrair e reconhecer talentosEspecialistas discutem como ampliar o interesse dos jovens pela carreira científica e valorizar mais o trabalho dos pesquisadores no Brasil
Especialistas discutem como ampliar o interesse dos jovens pela carreira científica e valorizar mais o trabalho dos pesquisadores no Brasil
Fonte: Revista FAPESP
Uma carta publicada em fevereiro na revista Science expôs um mal-estar compartilhado por jovens pesquisadores brasileiros: a percepção de que, agora que chegou a vez deles, o país oferece pouquíssimas oportunidades de trabalho e baixo financiamento, tornando mais árduo o caminho para consolidar sua trajetória profissional. Intitulada "Invistam em pesquisadores em início de carreira no Brasil”, a carta assinala que, embora o país tenha elevado o número de doutores formados a um patamar de mais de 20 mil por ano, a escassez de recursos federais para a ciência a partir de 2015 criou um quadro inquietante: muitos dos cerca de 100 mil cientistas que ainda buscam se consolidar na profissão estão sem ocupação ou atuando em áreas que não exploram seu potencial e qualificação de alto nível.
"Fala-se muito de fuga de cérebros, mas grande parte dos jovens doutores fica aqui mesmo, em trabalhos que não exigem o longo preparo e investimento de uma carreira científica”, disse à Agência FAPESP a bióloga Thaís Barreto Guedes, pesquisadora no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que assina a carta com colegas das universidades federais de Goiás e da Bahia, da universidade de Richmond, nos Estados Unidos, e do Jardim Botânico Real de Kew, em Londres, Inglaterra. "Toda profissão é digna, mas o país optou por investir em formar pesquisadores e agora não busca recuperar esse investimento. É como construir uma mansão e abandoná-la.” Para ela, os jovens pesquisadores brasileiros precisam ser consultados e incluídos nas comissões de planejamento que discutem qual é o modelo mais adequado para fixar suas carreiras no Brasil. "Isso não está sendo feito”, queixa-se.
A trajetória da bióloga ilustra, de certa maneira, as dificuldades de fixação na carreira mesmo para quem tem um currículo consistente: ela concluiu o doutorado na Universidade Estadual Paulista (Unesp) há 11 anos e fez três estágios sucessivos de pós-doutorado, com bolsas da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq): no Instituto Butantan, na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e na Universidade Federal de São Paulo. Em 2022, obteve um auxílio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, da FAPESP, que apoia projetos que favorecem a formação de novos grupos de pesquisa em São Paulo e oferecem uma bolsa com duração de cinco anos ao pesquisador responsável, caso ainda não tenha vínculo empregatício com uma instituição.
A percepção de que o caminho dessa geração ficou obstruído se soma a evidências de que menos brasileiros são atraídos pela carreira científica. Muito por conta da pandemia, o número de doutores formados no país teve uma inédita queda em 2020 e 2021 e vários programas de pós-graduação se ressentem da redução do contingente de candidatos, mesmo após o fim do isolamento social (ver Pesquisa FAPESP nº 315). Até na FAPESP, cujas bolsas de doutorado não sofreram corrosão em seus valores como aconteceu com as oferecidas por agências federais, a demanda por esse tipo de apoio caiu cerca de 30% no período de 2020 a 2022, sem retornar por enquanto aos níveis de demanda anteriores à pandemia. Apesar da redução, a demanda continua bem superior à oferta.
O recente reajuste de bolsas de agências federais e a intenção declarada do governo de ampliar investimentos públicos em ciência podem representar um alívio nesse cenário adverso, observa o biólogo molecular Odir Dellagostin, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) e diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs). Ele ressalva que a mudança é muito recente e incipiente. "Tivemos um aumento de valor das bolsas federais, mas ainda não atingiu todas as modalidades com que o CNPq trabalha. Sou otimista. Acho que em 2024 teremos resultados no sentido de voltar a atrair pesquisadores e retê-los”, afirma. Um requisito para que isso ocorra é garantir financiamento contínuo. "Quando o pesquisador recebe aportes regulares, consegue avançar em seus projetos e gerar conhecimento. Se não há recursos, a motivação cai a zero e as equipes se desestruturam”, afirma Dellagostin, que também destaca a mudança de clima com a troca de governo. "O contexto hostil nos últimos quatro anos sinalizava para a população que a ciência não valia a pena.”
A perda de interesse na carreira científica tem razões complexas e ocorre em vários países. Estados Unidos e Reino Unido há décadas têm dificuldade em recrutar entre seus cidadãos mão de obra para seus sistemas de ciência e tecnologia e importam pesquisadores de fora, com destaque para países como Índia e China. "Muitos alunos talentosos das universidades que poderiam seguir carreira acadêmica são atraídos por oportunidades muito bem remuneradas no setor privado”, diz o físico Ricardo Osório Galvão, presidente do CNPq. Ele observa que a popularização das redes sociais também pode ter tido um papel na perda de interesse. "Há três anos, debati esse assunto em uma mesa-redonda com a pesquisadora Mariette DiChristina, que foi editora da revista Scientific American e hoje atua no Departamento de Jornalismo Científico da Universidade de Boston. Ela dizia que as redes sociais despertaram nas pessoas uma ansiedade por respostas rápidas e não complexas que as afastam das perguntas aprofundadas da ciência, como se não tivessem paciência para elas”, afirma. A única forma de enfrentar o problema, na avaliação de Galvão, é investir em educação para melhorar o letramento científico dos jovens brasileiros, cujo desempenho em avaliações de aprendizagem como a do Programa de Avaliação Internacional de Alunos (Pisa) é bastante precário (ver gráfico).
A socióloga Sandra Unbehaum, pesquisadora da Fundação Carlos Chagas, observa que, para a maioria das crianças e adolescentes de baixa renda, as escolas nem sempre são um ambiente estimulante para a curiosidade científica. "Muitas têm laboratório, mas são mal equipados. As bibliotecas normalmente são precárias – poucas têm um bibliotecário dedicado a orientar os alunos. Esses jovens encontram muitos obstáculos para poder alcançar a universidade e uma carreira científica e, mesmo com o apoio de ações afirmativas, ainda são poucos os que conseguem”, diz ela, que coordenou o recente relatório "Panorama de educação Stem no Brasil: Ensino de ciências e suas tecnologias: Análise de 2010 a 2020”, encomendado pelo British Council. O documento aponta outros entraves, como a escassez de professores de física e química nas escolas – as disciplinas acabam sendo ministradas por pessoas sem formação adequada.
A presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Mercedes Bustamante, considera que é preciso ter cautela na avaliação da crise na pós-graduação e afirma que há realidades distintas no país, que requerem estratégias peculiares para a fixação de jovens doutores. "Se há redução na procura pela pós-graduação em regiões mais consolidadas, na região Norte a demanda ainda é maior do que a oferta”, compara. Segundo diz, também falta clareza sobre variáveis como o real grau de influência da pandemia na crise do sistema. "Houve gente que adiou planos de entrar na pós-graduação apenas para poder fazê-lo presencialmente”, analisa. Ela aponta outros fatores envolvidos, como um desgaste no modelo de formação de pesquisadores, que é visível em várias partes do mundo e tem a ver com a rigidez dos cursos em um mundo cada vez mais interdisciplinar. "Os alunos querem mais liberdade de movimento em suas áreas e será necessário tornar a formação mais flexível e atraente”, afirma.
A Capes planeja organizar um censo nacional da pós-graduação. "Precisamos conhecer melhor as trajetórias dos nossos egressos para desenhar as soluções adequadas.” Esses percursos são diferentes tanto regionalmente quanto entre campos de conhecimento. "Há algumas áreas, como as que tratam de sistemas de informação, como automação e inteligência artificial, em que há carência de recursos humanos e os profissionais são rapidamente absorvidos pelo mercado, mesmo sem fazer pós-graduação. O Brasil vai precisar de pessoal qualificado nessas áreas e será necessário investir nelas”, prevê Bustamante. O ritmo e o rumo da economia vão ditar novos desafios ao sistema. "Os jovens pesquisadores precisam ser absorvidos pelo setor privado, que historicamente emprega poucos doutores. Há uma demanda pela reindustrialização do país, mas não no formato da indústria do século XX. Também vamos precisar de bons cientistas na gestão de políticas públicas.”
Para Renato Janine Ribeiro, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a realização, até o primeiro semestre de 2024, de uma Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação pode ajudar a modular as ambições do sistema de pós-graduação e atrair investimentos para áreas prioritárias para o país. "A conferência deve sinalizar para os pesquisadores em que áreas o Brasil pretende ser protagonista e líder na produção de conhecimento, e que serão tratadas como prioridade para o desenvolvimento do país”, afirma. "Isso certamente vai valer para as áreas em que o destino nos aquinhoou bem, como o meio ambiente e a biodiversidade da Amazônia.” Para ele, segue sendo essencial destinar mais recursos públicos para a ciência. "Praticamente não existe no país carreira de pesquisador separada da de docente em universidade pública. Ela será atrativa se houver concursos, valorização salarial, perspectiva de boa aposentadoria e plano de carreira.”
Há consenso de que algumas estratégias de fixação precisam ser reforçadas, como ampliar as bolsas de pós doutorado, fundamentais para manter um jovem pesquisador em atividade enquanto não ingressa em uma instituição em caráter permanente. "Em 2015, tínhamos 9 mil bolsas de pós-doutorado da Capes e do CNPq, hoje temos 4,3 mil. Considerando o aumento no número de doutores titulados nos últimos oito anos, teríamos que criar umas 7,5 mil bolsas para recuperar o terreno”, informa Dellagostin, do Confap.
Há outras frentes de discussão. No Brasil, a formação de pós-graduação é dividida em dois anos de mestrado e quatro de doutorado. Espera-se, nesse período, que os bolsistas se dediquem exclusivamente à atividade de pesquisa. Isso faz com que muitos obtenham o primeiro emprego formal tardiamente, depois dos 35 anos, quase 10 anos mais tarde do que o padrão de países desenvolvidos. Uma ideia que vem sendo amadurecida é incluir a contribuição ao INSS e a contagem do tempo de aposentadoria no período de pós-graduação. "Antigamente, isso não era necessário porque muitos ingressavam na docência ainda quando faziam o mestrado”, afirma Dellagostin. "Se esses alunos se formarem aos 38 anos e só então começarem a contribuir com o INSS, terão uma vida profissional muito diferente da que teriam em outras carreiras”, disse o diretor científico da FAPESP, Marcio de Castro (ver entrevista). Para ele, esse é o momento de discutir modelos diferentes dos que estão em vigor. "O mestrado virou um programa profissional. Só um terço dos mestres vai para o doutorado. Mas continuamos insistindo em exigir o mestrado na formação de um pesquisador. Não seria melhor reforçar o doutorado e o pós-doutorado?”, indaga.
O bioquímico Jorge Guimarães, que presidiu a Capes e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Empresarial (Embrapii), considera que há três iniciativas simples que o governo poderia tomar no curto prazo para melhorar as condições dos jovens cientistas. A primeira seria mudar o foco das bolsas de produtividade do CNPq, que hoje oferecem uma complementação à remuneração entre R$ 1.200 e R$ 1.560 a pesquisadores, como reconhecimento a sua produção e ao trabalho de orientar estudantes. "Essas bolsas foram instituídas pelo CNPq há muito tempo, quando ainda não estava disseminado o regime de tempo integral nas universidades e os salários dos docentes eram baixos. Hoje, elas significam pouco para pesquisadores seniores que as recebem, mas fariam toda a diferença se fossem redirecionadas, e com valores atraentes, a jovens docentes de universidades federais e estaduais, que têm salários ainda pouco compensadores”, afirma.
O CNPq planeja repatriar pesquisadores, oferecendo contratos de trabalho temporário em vez de bolsas
Outra sugestão se relaciona ao repatriamento de pesquisadores. "Países como Argentina e China criaram programas para atrair de volta cientistas que foram ao exterior, oferecendo oportunidades de trabalho e financiamento específico dos respectivos projetos. Poderíamos lançar inciativas de fomento a repatriados ou para que pesquisadores radicados no exterior passassem temporadas no Brasil e se conectassem com grupos daqui”, afirma. Uma terceira frente seria a criação de vagas dentro das universidades e em outras instituições de ciência e tecnologia, mas desvinculadas da docência. Guimarães propõe conceder recursos públicos a grupos já estabelecidos para contratar pesquisadores em regime de CLT [Consolidação das Leis do Trabalho] que atuem em seus projetos. "Várias instituições como Embrapa, CNPEM, Impa, têm seus pesquisadores e pessoal técnico contratados há vários anos pelo regime CLT. As 96 unidades da Embrapii contratam pesquisadores com carteira assinada. Isso é possível porque a Embrapii é uma organização social e não segue as regras das instituições públicas. Se grupos vinculados a programas de pós-graduação tivessem essa prerrogativa, poderiam incorporar a seus projetos um contingente de jovens talentos, ajudando a retê-los”, afirma.
Ricardo Galvão, do CNPq, conta que a agência planeja lançar um novo programa, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), para repatriar doutores brasileiros em atividade no exterior. A iniciativa já tem nome, Ciência em Reconstrução, mas seu formato ainda está em análise na área jurídica do órgão. A ideia inicial é oferecer aos pesquisadores não bolsas, mas contratos de trabalho temporários, que podem chegar a quatro anos de duração. "A nova legislação trabalhista permite que o serviço público faça contratações temporárias, possivelmente por meio de fundações de apoio a universidades”, afirma. A meta é trazer os pesquisadores não só para atuar em instituições de ciência e tecnologia, mas também em empresas. "O objetivo é repatriar doutores vinculados principalmente a áreas em que temos falta de profissionais, como tecnologias digitais, e ajudar a impulsionar a inovação em empresas”, afirma o presidente do CNPq. Ainda não há previsão de quando a iniciativa deverá ser lançada.
Nos últimos anos, a saída de pesquisadores para o exterior alimentou a ideia de que o país passava por uma inédita fuga de cérebros, tangidos pela falta de investimento e de oportunidades. Um estudo recente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) estimou que cerca de 3 mil pesquisadores foram trabalhar em instituições do exterior nos últimos anos. "O problema parece estar aumentando, mas o contingente é restrito quando comparado a ondas de evasão de talentos de outros países”, explica a socióloga Ana Maria Carneiro, pesquisadora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp, que está fazendo um levantamento para mapear a situação e as motivações de brasileiros altamente qualificados que atuam no exterior, em carreiras acadêmicas, órgãos governamentais, empresas e startups.
Dados preliminares de seu estudo serão apresentados em julho em Curitiba na reunião anual da SBPC. Eles dizem respeito a pouco mais de mil questionários respondidos por pesquisadores que trabalham no exterior, entre pós-doutorandos e docentes de universidades (cerca de 60%), estudantes (30%) e indivíduos que trabalham e estudam fora (por volta de 10%). A metade deles saiu depois de 2018 e 82% foram embora sem previsão de retorno. As razões alegadas para deixar o país foram variadas, como ofertas de trabalho no exterior, melhores condições de financiamento e de infraestrutura, chances de progressão na carreira, qualidade de vida, entre outras. "A situação política conflagrada do Brasil também aparece como motivação, em especial dos que saíram nos últimos quatro anos”, informa.
A boa notícia é que parte dos que saíram cogita retornar. Cerca de 35% condicionam o retorno a oportunidades de emprego, enquanto 11% aceitariam ter um vínculo parcial, mantendo atividades dentro e fora do país. Quinze por cento planejam voltar só depois da aposentadoria. O questionário termina com uma pergunta aberta sobre quais políticas públicas deveriam ser criadas para que o país aproveite melhor o potencial desses recursos humanos qualificados que estão no exterior. "É possível identificar três grandes temas”, explica Ana Maria Carneiro. O primeiro abrange a ampliação do financiamento à ciência. O segundo é incentivar a internacionalização. "Há a percepção de que o ambiente de pesquisa no Brasil ainda é avesso a colaborações, com entraves burocráticos e falta apoio à mobilidade”, afirma a socióloga. Um terceiro conjunto de recomendações trata de contribuições que eles poderiam dar. "Alguns se propõem a fazer atividades como participar de comitês de avaliação de agências de fomento e julgamento de concursos. A maioria se mostrou disposta a receber estudantes e colegas brasileiros em suas instituições.” Segundo Carneiro, com a mudança de governo, criaram-se perspectivas melhores para repatriar talentos brasileiros. "Mas é preciso avançar no sentido de dar condições de fixação a jovens cientistas e de investir na infraestrutura de pesquisa, que em muitas instituições está sucateada”, explica.
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- 23/06/2023 - CNEN divulga Edital para processo de seleção de bolsistas PCIFonte: Site da CNEN
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) torna público o Edital 02/2023 do Programa de Capacitação Institucional – PCI para a realização do processo seletivo de bolsistas para execução de projetos no âmbito deste Programa.
O objetivo é selecionar especialistas, pesquisadores, tecnologistas e técnicos que possam contribuir para a execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento.
O período de inscrição é de 23/06/2023 a 10/07/2023.
Conheça o edital e os requisitos para participar da seleção:
■ Edital
■ Anexo I
■ Anexo II
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- 16/06/2023 - Documentário russo que trata sobre as relações entre Brasil e Rússia entrevista pesquisadores do IPENO segundo episódio da série Novo Mundo do canal russo Life.Doc trata das relações culturais, econômicas e científicas entre a Rússia e o Brasil. Na esfera científica e tecnológica são apresentados os intercâmbios no fornecimento de radioisótopos para produção de radiofármacos no IPEN para uso em medicina Nuclear e o convênio do Instituto com o Moscow Engineering Physics Institute (MEPhI), da National Research Nuclear University. São entrevistados, respectivamente, o gerente do Centro de Radiofarmácia do IPEN, Emerson Soares Bernardes e o responsável pela Internacionalização do Instituto, Niklaus Wetter.
A duração do documentário é de 47 minutos e a participação do IPEN se inicia aos 19 minutos e 16 segundos.
O programa mostra também as relações na área da cultura como dança e Carnaval.
Link para o episódio no canal do Life.Doc no YouTube
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- 16/06/2023 - Obras de artistas consagrados passam pelo processo de desinfeção por irradiação no Instituto de Pesquisas Energéticas e NuclearesFonte: Blog de Tânia Malheiros
Obras de artistas consagrados como Carmela Gross, Siron Franco, Claudio Tozzi, Leda Catunda, entre outros, acabam de passar pelo processo de desinfeção por ionização gama do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). A tecnologia, que consiste no uso de Cobalto-60,material radioativo, para descontaminar acervos e bens culturais de forma rápida e segura, tem sido cada vez mais utilizada mundialmente, e o IPEN é pioneiro na pesquisa e no desenvolvimento dessa área, no Brasil. As obras irradiadas pertencem ao acervo da Fundação Padre Anchieta – TV Cultura. De acordo com Lígia da Silva Farias, gerente de Documentação, elas haviam sido retiradas a fim de evitar a contaminação de outras peças.
A obra desta matéria é "Expansões Orgânicas", de Claudio Tozzi.
"O tratamento por irradiação possibilitará, incialmente, que sejam colocadas de volta na Reserva Técnica e, em um futuro próximo, integrem exposições ou eventos destinados ao público, cenários de programas da própria TV, garantindo o cumprimento da missão institucional da FPA”, anunciou. No IPEN, esse trabalho é desenvolvido no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, coordenado pelo pesquisador Pablo Vasquez, do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER).Ele conta que esse trabalho é realizado em colaboração principalmente com instituições públicas. A Biblioteca Mario de Andrade, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), o Museu Afro Brasil, do Instituto Lina Bo & Prieto Maria Bardi, foram algumas das beneficiadas, além de diversos acervos da Universidade de São Paulo (USP).
No caso da FPA-TV Cultura, 78 obras, cerca de 30 metros cúbicos passaram pelo processo, que levou apenas quatro dias (precisamente 32 horas), um trabalho que levaria meses para ser concluído em processo químico, com a vantagem de que o material poder ser manuseado tranquilamente, sem risco para o usuário e sem a necessidade de "quarentena", informou Vasquez. Outro benefício da técnica de irradiação, segundo ele, é que, dependendo da característica das obras, elas podem ser processadas dentro das caixas utilizadas como embalagem para transporte, evitando assim possíveis acidentes na sua movimentação.
Processo seguro
Vasquez garante que o procedimento é seguro. A explicação é simples: a radiação gama proveniente do Cobalto-60 não possui energia suficiente para desestabilizar o núcleo do átomo, ou seja, é uma radiação cuja energia está abaixo do limiar de ativação da maior parte dos elementos, diferentemente do que ocorre, por exemplo, no bombardeamento por nêutrons no interior de um reator nuclear, que pode deixar traços de radioatividade no material.
Segundo ele, a dose absorvida pelos produtos é o parâmetro fundamental a ser controlado. No caso de livros, por exemplo, geralmente, é utilizada dose muito baixa, mas suficiente para eliminar qualquer tipo de insetos como traças, cupins e outros microrganismos que causam danos. Para outras obras, os pesquisadores estudam as condições do objeto a ser irradiado (propriedades, dimensões, estado etc.) para definir a dose e o tempo de permanência na câmara de Cobalto-60. "Para cada benefício desejado, decide-se a dose mínima e a dose máxima aplicável ao produto, e a viabilidade de aplicação no irradiador. Toda obra ou produto que chega ao IPEN para ser desinfestado é devidamente embalado e não tem contato com material radiativo”, explica Vasquez.
O pesquisador ressalta a importância de transferir tecnologia e divulgar o procedimento para a sociedade, principalmente porque as instituições governamentais – acervos públicos – podem usufruir da colaboração com o IPEN de forma gratuita. "A excelência do trabalho realizado pelo IPEN e seu impacto na preservação do patrimônio cultural brasileiro e nas outras áreas de atuação é motivo de orgulho de todos. Sua manutenção deve ser apoiada por toda a sociedade, que se beneficia direta ou indiretamente das ações aí realizadas”, afirmou Lígia Farias.
Sobre o irradiador
O Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 com tecnologia 100% nacional, desenvolvido e implantado pela equipe técnica do CETER, está em operação há quase 20 anos. Foi idealizado para o desenvolvimento de novas aplicações utilizando a radiação ionizante gerada por fontes de Cobalto 60,dentre elas a redução da carga microbiana ou no combate a pragas em alimentos, a esterilização de produtos médicos-descartáveis e farmacêuticos, como os geradores de tecnécio-99m processados no Centro de Radiofarmácia do IPEN, e a indução de cor em pedras e gemas preciosas.
Fonte e fotos: IPEN
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- 12/06/2023 - Medicina Nuclear: país deve criar complexo econômico-industrial; quer reduzir a desigualdade na oferta do tratamento contra o câncerFonte: Blog da jornalista Tânia Malheiros
O Brasil deve criar um complexo econômico-industrial em saúde 4.0, para alavancar e integrar muitas áreas da medicina nuclear, como a radiofarmácia pública, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O assunto está sendo discutido entre o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Júnior, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN Wilson Parejo Calvo, representantes de unidades técnico-científicas da CNEN e da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear e o coordenador-geral de Serviços, Informação e Conectividade do Ministério da Saúde, Rodrigo Leite, em reunião recente. Reduzir as desigualdades na oferta do tratamento contra doenças como o câncer é uma das metas.
"O conceito advindo da indústria 4.0 trata de conectividade, automação e sistemas inteligentes”, afirmou Rodrigo Leite. Ele lembrou que 80% da população brasileira tem no SUS o único recurso para cuidar da saúde, destacando ainda "a importância do projeto de governo de uma neoindustrialização, com visão de futuro”.
Para Rondinelli, há oportunidade de cooperação em diversas áreas, como insumos, regulação, controle, tecnologia, a partir das atividades de produção dos radiofármacos, elementos radioativos essenciais no diagnóstico e tratamento de diversas doenças, nas áreas de oncologia, neurologia, cardiologia, entre outras.
No governo passado, o desabastecimento de radiofármacos(medicamentos que utilizam radiação)levou à crise diversas clínicas do SUS responsáveis pelo tratamento e diagnostico de pacientes com câncer e outras doenças.
Tratamento
O diretor de P&D da CNEN apresentou os diversos produtos desenvolvidos pelas unidades de pesquisa e frisou o quanto os institutos e centros da CNEN podem contribuir com a saúde pública. Citou estudos clínicos em curso e produtos essenciais para diagnóstico e terapia. Ao mesmo tempo, o uso de tratamentos como radioterapia, braquiterapia, o trabalho em metrologia das radiações, o licenciamento e controle, a radioproteção de trabalhadores, do público e do meio ambiente foram destacados em sua importância em saúde.
"Um dos grandes objetivos nossos é que os laboratórios façam parte do complexo industrial de saúde pública e já temos experiências bem-sucedidas, como o IPEN (Instituto de Pesquisas Energética e Nucleares), no Estado de São Paulo”, enfatizou Calvo, ex-diretor geral do órgão.
Recursos Humanos
O diretor lembrou que nas quatro unidades produtoras de radiofármacos da CNEN há infraestrutura essencial para propiciar produção e atendimento público e há necessidade de investimentos em recursos humanos, com recomposição de pessoal, e materiais, para que seja ampliada a escala de oferta desses insumos essenciais à saúde. O presidente da CNEN pontuou que já houve aporte do Fundo Nacional da Saúde em equipamentos e que com mais investimentos será possível ampliar a oferta para a população usuária da rede SUS.
Acesso aos radioisótopos
O IPEN foi pioneiro na oferta de vários produtos, os institutos têm expertise e desenvolvem pesquisas de grande importância e alcance. Alguns dos produtos são exclusivos, como é o caso do fluoroestradiol (¹⁸F) - ¹⁸FES, nome comercial Radiofes, radiofármaco desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear para detectar câncer de mama.
População mais carente
Alguns dos temas apontados na reunião como de destaque foram a atuação CNEN em medicina nuclear; participação das discussões que possibilitem que os radiofármacos sejam mais disponíveis e acessíveis à sociedade, especialmente para a população mais carente. Na pauta também, a integração de informações que permitam sistema mais completo de informações para a segurança radiológica de trabalhadores e pacientes; modernização para ampliar o potencial de participação das diversas regiões brasileiras no uso dos radiofármacos.
Para isso, o presidente da CNEN frisou a importância do Reator Multipropósito Brasileiro, projeto de arraste que trará autonomia no uso dos radiofármacos, estabilidade no fornecimento, já que o país se tornará autossuficiente com potencial inclusive para exportação de radioisótopos.
Desigualdade de oferta
Na reunião, eles concordaram que a aproximação entre todos os agentes da cadeia produtiva e os Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Saúde trarão ganhos para quem mais importa: o cidadão, que demanda por cuidados de saúde de qualidade. Nesse sentido, está sendo organizado um workshop pelo IPEN, que contará com a participação de todas as unidades técnico-científicas - sobre a radiofarmácia pública, sua importância e como as tecnologias podem ser cada vez mais acessíveis. O gerente do Centro de Radiofarmácia do IPEN, Emerson Bernardes, lembrou que a desigualdade na oferta e distribuição dos radiofármacos nas diferentes regiões do país e como isso precisa e pode ser aperfeiçoado para o acesso cada vez mais universal.
Leite parabenizou a nova gestão da CNEN por reativar o assunto. Afirmou que o momento é muito desafiador, mas que a reconstrução e a revalorização das instituições implicam na ampliação e fortalecimento do complexo industrial da saúde, e que há potencial também deste setor na geração de emprego. Rondinelli destacou a importância de todas as unidades CNEN na formação de recursos humanos para a saúde e como o RMB, projeto estruturante, trará fornecimento regular dos radiofármacos para o mercado nacional. A instalação a ser construída em Iperó, no interior de São Paulo, em área de dois milhões de metros quadrados, envolve também um acelerador de alta energia, um Laboratório de Fusão e vai alavancar o país em diversas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação, elevando-o a um outro patamar.
Leia no Blog diversas reportagens sobre a crise do desabastecimento de radioisótopos na rede pública, corte de verbas, durante o governo de Jair Bolsonaro. Lei também toda a história do projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
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- 12/06/2023 - Nota de falecimento - Odair Dias GonçalvesO velório será no dia 13 de junho, às 08 horas, no Crematório da Penitência, à R. Monsenhor Manuel Gomes, 307 – Caju, onde às 11h ocorrerá a cremação.
O velório será no dia 13 de junho, às 08 horas, no Crematório da Penitência, à R. Monsenhor Manuel Gomes, 307 – Caju, onde às 11h ocorrerá a cremação.
Fonte: CNEN
O físico Odair Dias Gonçalves, um dos expoentes da área nuclear brasileira, faleceu neste dia 11 de junho, deixando um legado para a pesquisa e desenvolvimento em diferentes instituições e entidades. Professor titular do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 1979, Odair foi presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) entre 2003 e 2011, acumulando, nesse período, a presidência dos Conselhos Executivos da Nuclebrás Equipamentos Pesados (NUCLEP) e Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Entre 2009 e 2012, também exerceu a presidência da Radiation Physics Society (IRPS), tendo permanecido como membro do Conselho Executivo dessa Sociedade. Em 2011, retornou à coordenação do Programa de Graduação em Física Médica da UFRJ e também comandava o Laboratório de Física de Raios Gama e X do IF-UFRJ.
Foi autor de 65 artigos, com mais de 400 citações nas áreas de pesquisa fundamental e aplicada de interações de fótons com a matéria, principalmente espalhamento de Rayleigh e Compton, Física Médica e Energia Nuclear (políticas, segurança e proteção), dentre outras.
O velório será no dia 13 de junho, às 08 horas, no Crematório da Penitência, à R. Monsenhor Manuel Gomes, 307 – Caju, onde às 11h ocorrerá a cremação.
Odair deixa um filho e duas netas.
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- 10/06/2023 - Energia renovada: programa nuclear volta com força à pauta do governoRetomada da construção de Angra 3, investimentos na exploração de urânio e apoio da iniciativa privada estão entre os projetos importantes do setor
Retomada da construção de Angra 3, investimentos na exploração de urânio e apoio da iniciativa privada estão entre os projetos importantes do setor
Um acordo firmado com a Alemanha durante a ditadura militar deu início ao programa nuclear brasileiro. Ele previa a construção de quatro ou cinco usinas até 2030, mas saíram do papel ao longo das últimas décadas apenas as instalações de Angra 1 e 2. A pressão ambiental e os acidentes ocorridos em Chernobyl (Ucrânia), em 1986, e Fukushima (Japão), em 2011, fizeram algumas nações repensarem esse modelo. O maior símbolo disso foi a própria Alemanha, que, em abril, desligou as últimas três usinas do tipo em operação por lá. Ironicamente, enquanto o sócio europeu que nos ajudou a entrar na era nuclear tira os pés do negócio, o governo Lula retoma agora com força vários projetos importantes nesse setor.
Um dos exemplos dessa política envolve a usina de Angra 3, no Rio de Janeiro, cuja construção foi iniciada há quatro décadas e paralisada inúmeras vezes. Em 2015, acabou sendo suspensa em razão de investigações da Lava-Jato contra desvios na Eletronuclear, estatal que detém o monopólio da energia nuclear brasileira. As obras, que estão 60% concluídas, foram retomadas em novembro do ano passado e a sua finalização, segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é uma prioridade. A União aguarda a liberação de empréstimo de 20 bilhões de reais junto ao BNDES para concluir o projeto até 2029. Quando entrar em operação, ela será capaz de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora por ano, energia suficiente para abastecer Brasília e Belo Horizonte nesse mesmo período.
A exploração de urânio também está nos planos. O Brasil tem a sexta maior reserva do mundo, mas opera somente uma mina, em Caetité (BA), que extrai 400 toneladas por ano. Segundo o Plano Nacional de Mineração, o próximo passo será a construção de outra em Santa Quitéria (CE), com capacidade para 2 300 toneladas anuais - o suficiente para abastecer as usinas em Angra e exportar o excedente. O empreendimento, segundo a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), está em fase de licenciamento. Outro projeto do governo Lula é tirar do papel o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), parceria de 500 milhões de dólares entre Brasil e Argentina em Iperó (SP). O objetivo é atingir a autossuficiência na produção de radiofármacos, medicamentos essenciais para o diagnóstico de câncer e que são, em grande parte, importados. "O preenchimento dessas lacunas no setor de saúde representa uma oportunidade de desenvolvimento econômico para o país”, diz a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. Em janeiro, ela foi à Argentina com Lula para discutir o projeto. Segundo o ministério, as obras devem começar em 2024 - a previsão é que o reator esteja operante em 2028. O modelo é semelhante ao OPAL, que opera na Austrália desde 2007 e que foi implantado pela empresa argentina Invap, a mesma parceira do empreendimento brasileiro.
Não chega a ser surpreendente a retomada nuclear em tempos de Lula 3. Desde a transição de governo, no fim do ano passado, a equipe do petista já sinalizava claramente que teria um apetite maior para o assunto do que o demonstrado pelo ex-presidente. Jair Bolsonaro chegou a ensaiar que seguiria por esse caminho, mas não conseguiu concretizar suas promessas. Além disso, foi justamente nas gestões de Dilma Rousseff e do próprio Lula no passado que alguns projetos nucleares foram lançados, sendo que vários deles ficaram marcados por denúncias de corrupção. Além de Angra 3, a lista inclui o submarino nuclear, outra iniciativa que sofreu com as denúncias da Eletronuclear. Presidente à época da estatal, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva foi preso no curso da Operação Radioatividade. No começo de 2022, a pena foi reduzida de 43 anos para quatro anos, dez meses e dez dias.
Apesar de ser uma das energias mais limpas disponíveis, o imaginário negativo associado a empreendimentos nucleares pode provocar resistências. O último incidente no país ocorreu em setembro passado, quando Angra 1 jogou material radioativo na baía de forma acidental - a empresa minimizou o episódio, mas o caso está sob investigação.
Apesar de especialistas argumentarem que os riscos são muito pequenos, quando comparados aos de outras indústrias energéticas, é quase certo que o plano atômico provocará discussões explosivas na Esplanada de Ministérios. Atual titular da pasta do Meio Ambiente, Marina Silva já se manifestou contrária a iniciativas do tipo no primeiro governo Lula. Hoje, a energia nuclear é responsável por apenas 2% da produção nacional (60% vêm de hidrelétricas). A ver se, com o novo impulso, virão mais investimentos e maior relevância para o setor - ou será suficiente apenas para acender a luz de novas polêmicas.
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- 09/06/2023 - Nuclear-Powered Cargo Ships Are Trying to Stage a ComebackFaced with the difficult task of decarbonizing, some shipping companies are taking another look at a polarizing solution—nuclear fission.
Faced with the difficult task of decarbonizing, some shipping companies are taking another look at a polarizing solution—nuclear fission.
Fonte: Wired
Chris Baraniuk
President Eisenhower had a simple dream. While the US military was busy expanding its young arsenal of nuclear weapons and launching, in 1954, the world’s first nuclear submarine, Eisenhower dreamed up a ship that would symbolize peace. Propelled by the superlative power of the atom, this vessel would travel the world under the stars and stripes, carrying nothing but a few US officials and goodwill.
But his aides weren’t buying it. Why couldn’t this floating ego trip at least try to make a buck or two? In the end, Eisenhower agreed to authorize a nuclear-powered merchant ship that would carry both cargo and passengers. As well as goodwill, naturally.
The nuclear ship Savannah, capable of hauling 14,000 tons of cargo, entered service in 1962. Its reactor was encased behind 4 feet of concrete, as well as thick layers of steel and lead. In the glitzy passenger lounge stood an 8-foot-long table topped with white marble—and an early CCTV system so passengers could keep an eye on the reactor while sipping martinis.
A zero-emissions cargo ship is a dream that might seem even more potent today, in an age when decarbonization is crucial to addressing the climate crisis. Shipping currently accounts for 3 percent of all greenhouse gas emissions and is viewed as a particularly difficult industry to decarbonize. Nuclear energy, at the point of use, produces zero emissions.
But heed this cautionary tale of nuclear hubris. The NSSavannahwas a failure. During its first year at sea, the ship dumped 115,000 gallons of radioactive waste into the ocean. It had inadequate cranes and poorly designed cargo hatches. Egregiously expensive to run, the vessel carried passengers for a mere three years, and cargo alone for another five, before retiring.
Other countries also tried—and struggled—to make nuclear merchant ships work during the 20th century. West Germany’s demonstration nuclear cargo ship, theOtto Hahn, was refused entry to some ports and the Suez Cana lon safety grounds. TheMutsu, a Japanese vessel, suffered a minor failure in its reactor’s radiation shielding in 1974, causing outcry. Indignant fishers blocked the ship’s return to port for several weeks.
As of 2023, there is only one active nuclear-powered merchant ship in the world, the Russian-built container-carrying NS Sevmorput. It is tiny compared to most fossil-fuel-powered container ships andhas been plagued by breakdowns.
These four boondoggles handily illustrate why giant merchant ships still generally run on oil. And yet, for well over half a century, nuclear-powered submarines and aircraft carriers, as well as icebreakers, have been sailing the oceans with relatively little fuss. Hundreds of nuclear reactors have operated at sea and, given the urgency of reducing emissions now, one could argue that it is time to finally embrace nuclear cargo ships.
In February, a gaggle of organizations based in South Korea, including those behind multiple shipping lines, signed a memorandum of understanding with this in mind. The group aims to develop nuclear-powered merchant ships equipped with small modular reactors. But they won’t say much else about the project.
"We believe it is too early to mention details on the tangible results of this partnership,” Hojoon Lee, a spokesperson for HMM, one of the shipping lines involved, tells WIRED. "We still have a long way to go to achieve the commercial viability of nuclear energy sources.”
There is another project afoot, in Norway, called NuProShip (Nuclear Propulsion of Merchant Ships). The team behind it has come up with a short list of six possible reactor designs that could work in a demonstrator vessel, says project manager Jan Emblemsvåg of the Norwegian University of Science and Technology. "The progress is quite OK,” he adds, via email. He and colleagues plan to convert a liquefied natural gas tanker called theCadiz Knutsento run on nuclear power.
Both the South Korean and Norwegian efforts are considering molten salt reactors. Instead of solid fuel rods, the nuclear fuel in these devices is dissolved into, for example, molten fluoride salts. Such reactors first operated in the 1960s and are nothing new, but technical issues, including corrosion occurring inside the reactors, have hampered their widespread rollout. Despite concerns from some over the viability of this technology, multiple countries are pursuing it. Proponents say that, in principle, such reactors could have serious safety and efficiency advantages over other types, such as pressurized water reactors, which are used in the majority of nuclear power stations worldwide. Meltdowns—where reactions in the solid nuclear fuel get out of control, causing it to overheat, melt, and risk breaching the containment of the reactor—are made effectively impossible in a molten salt design because the fuel is already in a molten state and can be drained to prevent a runaway reaction.
Nuclear fuel is incredibly energy dense, stresses Luciano Ondir Freire of the Nuclear and Energy Research Institute in Brazil. Despite the significant upfront cost of building a new reactor, for the largest container ships, he estimates that switching from dirty fossil fuels to nuclear would be cost-effective in the long run.
Nuclear reactors can operate for many decades—take the one at Nine Mile Point in New York, which has been running since 1969. That sounds good, but for ship owners it could actually be a problem. A large container ship might only have a service life of around 20 years, which means you wouldn’t get much use out of the expensive new reactor specially made for it. Plus, you would be left with the headache of removing the nuclear power plant components and making the vessel safe so that it could be scrapped—the NSSavannah, now essentially a museum piece, has yet to be fully decontaminated, more than half a century after it ended commercial operations.
Ondir Freire and Delvonei Alves de Andrade, who also works at Brazil’s Nuclear and Energy Research Institute, have published multiple papers on the history and possible future of nuclear-powered merchant shipping—and they have a solution in mind: small reactors that can be detached from one ship and installed in another, or in some other kind of facility.
But figuring out what to do with a ship’s reactor is far from the only hurdle. People need to be convinced of the safety of nuclear energy and technology, says Alves de Andrade. Despite excellent safety records at many nuclear sites around the world, public perceptions remain understandably dominated by the Chernobyl and Fukushima disasters, as well as by concerns around what to do with radioactive waste.
And while there are lots of nuclear reactors operating at sea right now, they tend to be on vessels with some of the highest security in the world. Commercial ships are occasionally subject to piracy and accidents, including large fires and explosions—the thought of adding nuclear fuel to such scenarios is unlikely to be met with enthusiasm.
The task of switching to a world in which nuclear-powered vessels are commonly welcomed at commercial ports is "not trivial,” says Stephen Turnock, professor of maritime fluid dynamics at the University of Southampton. "You have to have protocols in place to say what would happen in the event of an emergency associated with a nuclear-powered vessel,” he explains.
Simon Bullock, a shipping researcher at the University of Manchester, says that there is not enough of a regulatory framework to define how nuclear ships would operate globally in the commercial sector, including detail on who would bear responsibility for any mishaps. Would it be the ship owner, the ship operator, the manufacturer of the nuclear reactor, or the country where the ship is registered, known as the flag state? There are six "decade-long problems” of this kind regarding nuclear vessels that the International Maritime Organization (IMO) and other agencies would have to sort out if nuclear-powered commercial ships were ever to become widespread, he says.
Liz Shaw, an IMO spokesperson, says that "there is a long history of IMO cooperating and coordinating with other entities where necessary.” There are guidelines for how member states may submit proposals to update existing regulations, she adds.
The crews on nuclear ships would also require special training and expertise, which raises the cost of running such vessels. Is it worth dealing with all these challenges, given the need to decarbonize right now? Probably not, says Bullock. "The critical thing here is the next 10 years,” he says, referring to the urgency of tackling emissions and climate change right now. "Nuclear can do nothing about that.”
Even the Norwegian NuProShip project won’t convert its first demonstrator ship until at least 2035. Meanwhile, there are other low- or zero-emissions fuels already being deployed in vessels—from methanol to ammonia, electric batteries, and hydrogen. None of these is perfect, and all will jostle for supremacy in the coming years. Nuclear, with its many complications, is "possibly a dangerous distraction” from the main horse race, says Bullock.
For what it’s worth, Turnock’s money is on hydrogen. Last month, sportswear brand Nike launched a hydrogen-powered barge in Europe, and there are various other hydrogen-powered vessels of a similar size already sailing.
Looking further ahead, however, perhaps ship owners will eventually adopt nuclear technology in earnest. Here’s a fun fact. The originalSavannah, a steamship, was also a technological pioneer. Built in 1818 in the US, it was the first steam-propelled vessel to cross the Atlantic. But its huge engines meant it could carry hardly any cargo and so was deemed unprofitable. Yet within decades, steam ruled the waves.
So while the NSSavannahmay appear a tantalizingly short-lived experiment, swathed in the long-faded atomic idealism of the 1950s, perhaps nuclear-powered merchant ships will somehow come to dominate after all. As President Eisenhower found out, dreams are one thing. Then there’s the future.
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- 07/06/2023 - Pós-doutorado em materiais óxidos para energia no IPENBolsista participará de projeto que busca desenvolver uma rota sustentável para a conversão de metano com uso de tecnologias eletroquímicas avançadas
Bolsista participará de projeto que busca desenvolver uma rota sustentável para a conversão de metano com uso de tecnologias eletroquímicas avançadas
Fonte: Agência FAPESP
Uma Bolsa FAPESP de Pós-Doutorado está disponível pelo projeto "Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas”, desenvolvido no Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O prazo de inscrição se encerra na sexta-feira (09/06).
Coordenado pelo pesquisador Fabio Coral Fonseca, o projeto está vinculado ao Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) apoiado por FAPESP e Shell.
O projeto se concentra nas áreas de eletroquímica de estado sólido e catálise, sendo necessária experiência em cerâmica, nanopartículas, deposição e caracterização de filmes finos, técnicas de síncrotron, cromatografia gasosa e materiais de alta temperatura.
O bolsista terá a oportunidade de fazer contribuições significativas para o avanço da pesquisa em eletroquímica de estado sólido e catálise.
Os candidatos devem enviar currículo e carta de interesse para o e-mail cecco@ipen.br.
Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/6057/.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 9.047,40 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em: www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em: www.fapesp.br/oportunidades.
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- 07/06/2023 - Brasil tem condições de liderar a produção de hidrogênio a partir de fontes renováveis, dizem cientistasFonte: Agência FAPESP
O hidrogênio é largamente usado na indústria e na agricultura e tem grande potencial para abastecer carros, ônibus e até mesmo aviões. No entanto, a produção demanda uma grande quantidade de energia, normalmente obtida a partir de combustíveis fósseis.
Por isso, o chamado hidrogênio verde, como é chamado aquele produzido a partir da energia solar ou mesmo do etanol de cana-de-açúcar, tem sido visto como um substituto ideal tanto do hidrogênio já usado como dos combustíveis feitos do petróleo.
Com uma matriz energética majoritariamente limpa, o Brasil desponta como um potencial líder mundial na produção do combustível, tanto para uso interno quanto para exportação.
O tema foi debatido durante o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação: "Hidrogênio Verde – Energia sustentável, oportunidade para São Paulo e para o Brasil”, realizado pelo Instituto do Legislativo Paulista e pela FAPESP.
O evento aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) no dia 29 de maio e pode ser visto na íntegra on-line.
"O Brasil tem uma matriz energética forte na área de renováveis. Mas a produção de outras fontes limpas será importante do ponto de vista dos compromissos globais sobre a redução de gases de efeito estufa e sobre as políticas para reduzir os impactos da mudança do clima. E o hidrogênio verde é uma dessas alternativas bastante importante”, afirmou Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, durante a abertura do seminário.
Ana Flávia Nogueira, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp), lembrou que cerca de 90% do hidrogênio produzido hoje é proveniente de fontes energéticas fósseis, como gás natural. O hidrogênio é usado na indústria petroquímica, alimentícia e de fertilizantes (amônia), entre outros.
"Estamos entrando na transição energética e não dá para imaginar isso sem considerar o hidrogênio como parte da matriz. E para ser certificado como verde, tem de ser produzido a partir de fontes renováveis, como fotovoltaica, eólica e biomassa”, contou a pesquisadora, que é diretora do Centro de Inovação em Novas Energias(CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) financiado pela Shell e pela FAPESP.
Carro a hidrogênio (verde)
Daniel Gabriel Lopes, sócio da Hytron Energia e Gases Especiais, lembra que a principal forma de obtenção do hidrogênio é usando eletricidade e água. Por meio do processo de eletrólise, as moléculas de hidrogênio são separadas das de oxigênio. Outra forma é pelo uso de biocombustíveis como etanol e biometano, que vem do biogás.
"Nesse aspecto, uma fonte muito promissora para o Estado de São Paulo são os biocombustíveis. Somos fortes produtores de bioetanol e cada vez mais do biometano”, diz.
O empreendedor lembrou como a FAPESP, por meio do Programa de Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), apoiou a empresa no desenvolvimento de um equipamento que produz hidrogênio a partir do etanol.
"Conseguimos chegar a um patamar tecnológico que nos habilitou a mostrar ao mundo como podemos exportar etanol e produzir o hidrogênio no local onde vai ser utilizado”, afirma.
Numa parceria com a Shell, Senai e Universidade de São Paulo (USP), a empresa vai inaugurar, em 2024, uma estação de abastecimento de veículos a hidrogênio obtido de etanol, com três ônibus que circulam no campus da universidade e um carro abastecidos com o combustível renovável (leia mais em: agencia.fapesp.br/39548/).
Para Lucia Helena Mascaro Sales, professora do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), temos o principal para a produção de hidrogênio verde, que é a matriz energética limpa. Mais do que puramente vendermos hidrogênio para outros países, porém, temos a chance de exportar produtos que têm a sustentabilidade como valor agregado.
"Tudo que entrar hidrogênio verde na produção será também verde, desde combustível, amônia e ureia até aço. Então poderemos vender esses produtos lá fora com outra pegada. Por isso, temos de diversificar”, avaliou.
Para a pesquisadora, numa economia de baixo carbono, o custo monetário não será mais o único fator, mas custos sociais e ambientais. Por isso, a necessidade de avançar em todas as frentes.
O evento teve ainda a presença de Edson Martins, diretor-executivo do ILP.
Para assistir ao debate acesse: www.youtube.com/watch?v=7UvDiaBi8t4.
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- 05/06/2023 - FAPESP reajusta valores de Bolsas no PaísAprovados pelo Conselho Superior, novos valores estão vigentes a partir de 1º de junho
Aprovados pelo Conselho Superior, novos valores estão vigentes a partir de 1º de junho
Fonte: Agência FAPESPO Conselho Superior da FAPESP aprovou, em reunião de 24 de maio, o reajuste da tabela de valores para Bolsas no País, com validade a partir de sexta-feira (01/06). O reajuste aprovado é de 6,7%, referente ao acumulado do período de março/2022 a fevereiro/2023 do IPC-Fipe."A FAPESP já tinha reajustado, em abril deste ano, o valor das Bolsas de Estágio de Pesquisa no Exterior e das Bolsas de Pesquisa no Exterior. Agora reajustamos as Bolsas no País. A expectativa da FAPESP é atrair, cada vez mais, os jovens para a ciência, apoiando sua formação, qualificação e lhes oferecendo oportunidades de inserção em projetos e grupos de pesquisa já consolidados”, diz Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.Também foi aprovado um reajuste para a Bolsa de Participação em Curso PC-IV a partir de 1º de junho de 2023. Levando-se em conta que esta bolsa se destina à realização de curso no exterior, o percentual aplicado foi o mesmo dado pela FAPESP para Bolsas no Exterior (BEPE e BPE), em 1º de abril de 2023.Para as bolsas em andamento, a FAPESP suplementará automaticamente as mensalidades restantes a partir da data de entrada em vigor das novas tabelas.Os novos valores válidos a partir de 1º de junho de 2023 estão disponíveis em: fapesp.br/valores/bolsasnopais.http://fapesp.br/valores/bolsasnopais -
- 02/06/2023 - Radiofarmácia pública é tema de reunião entre representantes da CNEN e do Ministério da SaúdeFonte: CNEN
O presidente da CNEN Francisco Rondinelli Júnior, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN Wilson Parejo Calvo, representantes de unidades técnico-científicas da CNEN e da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear se reuniram com o coordenador-geral de Serviços, Informação e Conectividade do Ministério da Saúde, Rodrigo Souza Leite, para discutir sobre a importância da radiofarmácia pública no SUS. Para Rondinelli, há oportunidade de cooperação em diversas áreas, como insumos, regulação, controle, tecnologia, a partir das atividades de produção dos radiofármacos, elementos radioativos essenciais no diagnóstico e tratamento de diversas doenças, nas áreas de oncologia, neurologia, cardiologia, entre outras.
O coordenador-geral afirmou que vê uma possibilidade de parceria de trabalho muito profícua com a autarquia e destacou a importância de um complexo econômico-industrial em saúde 4.0, que se pretende alavancar e que integra muitas áreas. O conceito advindo da indústria 4.0 trata de conectividade, automação e sistemas inteligentes. Afirmou ainda que 80% da população brasileira tem no SUS o único recurso para cuidar da saúde, destacando ainda "a importância do projeto de governo de uma neoindustrialização, com visão de futuro”.
O diretor de P&D da CNEN apresentou os diversos produtos desenvolvidos pelas unidades de pesquisa e frisou o quanto os institutos e centros da CNEN podem contribuir com a saúde pública. Citou estudos clínicos em curso e produtos essenciais para diagnóstico e terapia. Ao mesmo tempo, o uso de tratamentos como radioterapia, braquiterapia, o trabalho em metrologia das radiações, o licenciamento e controle, a radioproteção de trabalhadores, do público e do meio ambiente foram destacados em sua importância em saúde. "Um dos grandes objetivos nossos é que os laboratórios façam parte do complexo industrial de saúde pública e já temos experiências bem-sucedidas, como o Ipen, no Estado de São Paulo”, enfatizou Calvo.
O diretor lembrou que nas quatro unidades produtoras de radiofármacos CNEN há infraestrutura essencial para propiciar produção e atendimento público e há necessidade de investimentos em recursos humanos, com recomposição de pessoal, e materiais, para que seja ampliada a escala de oferta desses insumos essenciais à saúde. O presidente da CNEN pontuou que já houve aporte do Fundo Nacional da Saúde em equipamentos e que com mais investimentos será possível ampliar a oferta para a população usuária da rede SUS.
Acesso aos radiofármacos
O Ipen foi pioneiro na oferta de vários produtos, os institutos têm expertise e desenvolvem pesquisas de grande importância e alcance. Alguns dos produtos são exclusivos, como é o caso do fluoroestradiol (¹⁸F) - ¹⁸FES, nome comercial Radiofes, radiofármaco desenvolvido pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear para detectar câncer de mama.
Alguns dos temas apontados na reunião como de destaque foram a atuação CNEN em medicina nuclear; participação das discussões que possibilitem que os radiofármacos sejam mais disponíveis e acessíveis à sociedade, especialmente para a população mais carente; integração de informações que permitam sistema mais completo de informações para a segurança radiológica de trabalhadores e pacientes; modernização para ampliar o potencial de participação das diversas regiões brasileiras no uso dos radiofármacos. Para isso, o presidente da CNEN frisou a importância do Reator Multipropósito Brasileiro, projeto de arraste que trará autonomia no uso dos radiofármacos, estabilidade no fornecimento, já que o país se tornará autossuficiente com potencial inclusive para exportação de radioisótopos.
Todos os participantes entenderam que aproximação entre todos os agentes da cadeia produtiva e os Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Saúde trarão ganhos para quem mais importa: o cidadão, que demanda por cuidados de saúde de qualidade. Nesse sentido, está sendo organizado um workshop pelo Ipen - e que contará com a participação de todas as unidades técnico-científicas - sobre a radiofarmácia pública, sua importância e como as tecnologias podem ser cada vez mais acessíveis. Foi frisada, ainda, pelo gerente do Centro de Radiofarmácia do Ipen, Emerson Bernardes, a desigualdade na oferta e distribuição dos radiofármacos nas diferentes regiões do país e como isso precisa e pode ser aperfeiçoado para o acesso cada vez mais universal.
Souza Leite parabenizou pelo trabalho CNEN, afirmou que o momento é muito desafiador, mas que a reconstrução e a revalorização das instituições implicam na ampliação e fortalecimento do complexo industrial da saúde, e que há potencial também deste setor na geração de emprego. Rondinelli destacou a importância de todas as unidades CNEN na formação de recursos humanos para a saúde e como o RMB, projeto estruturante, trará fornecimento regular dos radiofármacos para o mercado nacional. A instalação a ser construída em Iperó, no interior de São Paulo, em área de dois milhões de metros quadrados, envolve também um acelerador de alta energia, um Laboratório de Fusão e vai alavancar o país em diversas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação, elevando-o a um outro patamar.
Lilian Bueno - IRD/CNEN
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- 01/06/2023 - FINEP anuncia transição nuclear como prioridade para investimentoFonte: Defesa Aérea e Naval
Por Luiz Padilha
A FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos - anunciou em um evento de negócios do setor nuclear (NT2E) que irá investir em projetos do segmento, sendo esta área uma das prioridades para a empresa, que é vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, neste ano. Especialistas do setor comemoram com esperança a declaração.
Para o presidente da ABDAN (Associação Brasileira para Desenvolvimento Atividades Nucleares), Celso Cunha, o apoio da FINEP nos projetos do setor nuclear indica maiores desenvolvimentos para no Brasil: "Os investimentos da FINEP em projetos do setor mostram grandes chances de crescimento para inovação nos processos nucleares e de tecnologia sustentável. Essa iniciativa é extremamente importante, pois o setor nuclear tem um grande potencial para impulsionar o desenvolvimento do país em diversas áreas”.
Cunha explica que o setor nuclear tem sido tradicionalmente associado à produção de energia elétrica por meio de usinas nucleares. No entanto, ele vai muito além disso. "O uso da energia nuclear pode ser aplicado em diversos campos, como a medicina, a agricultura, a indústria, a segurança nacional, entre outros. Além disso, a tecnologia nuclear tem grande potencial para promover a inovação e a competitividade em diversos setores da economia. Com a crescente demanda por energia limpa e sustentável, a energia nuclear pode ser uma importante alternativa para reduzir a dependência de fontes não renováveis”, ressalta o presidente da ABDAN.
Os projetos da FINEP são orientados para ampliar a capacidade de pesquisa e de inovação no desenvolvimento de ações estratégicas com foco no alto impacto para o desenvolvimento sustentável do Brasil. As áreas prioritárias da FINEP hoje para esse investimento estão entre tecnologia de saúde, transição energética, transição ecológica, transformação digital e o complexo industrial de tecnologia de defesa.
Com relação as novas tecnologias, a FINEP tem participação ativa em projetos dentro desse setor. Desde 1973, a empresa realizou projetos com a Nuclebrás desenvolvendo o programa de tecnologia de reatores rápidos, com o projeto de reprocessamento do combustível e instalação do Ciclotron.
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- 01/06/2023 - CNEN restabelece parceria com o CENA/USPFonte: Site CNEN
No último dia 24 de maio, uma comitiva da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) liderada pelo presidente Francisco Rondinelli, e composta pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento Wilson Calvo e Pedro Maffia, diretor de Gestão Institucional visitou o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), localizado na Universidade de São Paulo (USP). A visita teve como objetivo principal discutir o estabelecimento de cooperação entre as instituições, nas áreas acadêmica e de pesquisa em tecnologia nuclear, agricultura e meio ambiente.
Além de visitas a laboratórios, houve breve apresentação do presidente da Comissão, que tratou de temas como a abertura de editais para fomento à pesquisa integrada entre as instituições CENA, CNEN e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade CNEN em São Paulo.
Na oportunidade CNEN e CENA firmaram o compromisso de desenvolverem parcerias para o fomento do setor nuclear em especial na promoção da excelência acadêmica e na inovação da tecnologia deste setor.
Comitiva da CNEN é recebida no CENA/USP (Foto: Divulgação/CENA/USP)
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- 31/05/2023 - Concurso MCTI 2023 tem comissão formada para novo editalFoi formada a comissão organizadora do novo concurso MCTI, que tem edital com 814 vagas de nível superior autorizadas para este ano.
Foi formada a comissão organizadora do novo concurso MCTI, que tem edital com 814 vagas de nível superior autorizadas para este ano.
Fonte: Folha Dirigida
Foi publicada nesta quarta-feira, 31, a portaria que institui a comissão organizadora do concurso MCTI 2023. A equipe é formada por oito servidores, que deverão elaborar o projeto básico do edital.
Com o documento finalizado, a próxima etapa será a escolha e contratação da banca organizadora. Somente com a empresa contratada, o edital poderá ser publicado.
Conforme a portaria autorizativa, o edital deverá ser divulgado em até seis meses (após o aval), ou seja, até 10 de outubro deste ano.
Já as provas serão aplicadas dois meses após a publicação do edital. Sendo assim, respeitando o prazo, os candidatos serão avaliados ainda este ano, até o mês de dezembro.
Autorizado em abril, o concurso do Ministério da Ciência e Tecnologia em Inovação contará com 814 vagas de analista, tecnologista e pesquisador, todos de nível superior.
Confira a distribuição entre as carreiras:
- analista em ciência e tecnologia - 296 vagas e ganhos previstos de R$13.718,81;
- pesquisador - 253 vagas e R$16.798,48; e
- tecnologista - 265 vagas e R$13.718,81.
Veja como foi o último concurso MCTI
Realizado em 2012, o último concurso para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação contou com 510 vagas em cargos dos níveis médio, médio/técnico e superior. Na época, os ganhos variavam entreR$2.705,38 e R$9.157,15.
Do total de vagas, 92 foram para o cargo de analista em ciência e tecnologia, sendo 35 na Administração Central, em Brasília, e 57 nas demais unidades, nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Pará e Minas Gerais.
A seleção contou ainda com 330 vagas de assistente em ciência e tecnologia e 84 de tecnologista.
Com a organização do Cebraspe, os candidatos foram avaliados por meio de provas objetivas, discursivas e de títulos, em todas as capitais.
É importante ressaltar que em 2012 as carreiras de nível superior exigiram experiência de três anos ou mestrado. Para a seleção autorizada em 2023ainda não se sabe haverá essas exigências.
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- 30/05/2023 - Brasil tem potencial para ter uma das três maiores reservas de urânio do mundoServiço Geológico do Brasil desenvolve o Programa Avaliação do Potencial de Minerais Radioativos no Brasil, visando identificar áreas para prospecção do minério
Serviço Geológico do Brasil desenvolve o Programa Avaliação do Potencial de Minerais Radioativos no Brasil, visando identificar áreas para prospecção do minério
Fonte: Serviço Geológico do Brasil
A necessidade de diversificação da matriz energética aumenta investimentos para o desenvolvimento de tecnologias seguras, e a geração nuclear retorna ao planejamento da política energética mundial. Diante da perspectiva de retomada do crescimento da energia nuclear como fonte de energia, o mercado mundial de urânio ganha relevância e coloca o Brasil em posição de destaque.
Atualmente, o país detém a sétima maior reserva de urânio do mundo, com cerca de 310.000 tU. No entanto, existe potencial para estar entre as três maiores reservas globais. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) tem papel determinante para identificar e avaliar a extensão das reservas brasileiras, bem como a análise de entraves e alternativas para a produção do urânio nacional e, por isso, fornece informações pertinentes à gestão estratégica da Política Nuclear Brasileira.
Por meio do Programa Avaliação do Potencial de Minerais Radioativos no Brasil, o SGB tem identificado novas áreas para prospecção do urânio, além de propor critérios de prospecção para os diferentes distritos e províncias minerais. A iniciativa também contribui para estimar com mais embasamento os recursos de minérios nucleares não descobertos e avaliar a viabilidade de aproveitamento econômico. A atuação está alinhada com o Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, que recomenda a retomada da prospecção de recursos minerais para o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil.O produto da primeira fase do programa – Mapa de Avaliação do Potencial de Urânio do Brasil (disponível aqui) – foi entregue em 2022. No mapa, é apresentado um conjunto de informações, com avaliação atualizada na escala 1:5.000.000, da distribuição dos depósitos e províncias uraníferas do Brasil. Há também delimitação das unidades geológicas mais favoráveis para ocorrência desse minério a partir de métodos de hierarquização mineral.
Potencial brasileiro – De acordo com pesquisadores da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM) do SGB, desde os anos de 1970, com a descoberta das jazidas de Itatiaia, no Ceará, e Lagoa Real, na Bahia, o país já alcançava posição de destaque em termos de recursos significativos do minério. Desde então, já foram identificadas novas ocorrências de urânio no território brasileiro, como os depósitos de Serra das Gaivotas, em Minas Gerais; Rio Cristalino, no Pará; e Figueiras, no Paraná.
Atualmente, a única mina de urânio em operação no Brasil explora o depósito de Lagoa Real, em Caetité, no estado da Bahia, onde os recursos minerais são estimados em 99,1 mil toneladas. Mais de 38 anomalias (áreas de alta concentração de urânio) foram identificadas nessa área. Só essa mina tem capacidade de produzir cerca de 400 toneladas/ano, com potencial para chegar a 800 toneladas/ano. -
- 30/05/2023 - Eletronuclear promove encontro aberto sobre plano de emergênciaFonte: Diário do Vale
Angra dos Reis – A Eletronuclear fará, na próxima terça-feira (30), às 18h30, o ‘Encontro PEE 2023 – Plano de Emergência Externo do Estado do Rio de Janeiro’, voltado para o público em geral. Segundo a empresa, o encontro tem por objetivo esclarecer dúvidas da população e desmitificar o tema junto aos moradores, abordando aspectos relativos ao PEE e à segurança das usinas nucleares.
Entre as apresentações do encontro está a da própria Eletronuclear, que falará sobre a importância da empresa para a Costa Verde.
Também estarão presentes ao evento a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibam), a Defesa Civil do Estado do Rio e a Defesa Civil do município de Angra. Além destes, participarão representantes de entidades ligadas ao setor nuclear brasileiro, bem como de instituições que integram o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI).
A Eletronuclear informa que disponibilizará transporte para que os moradores da região tenham facilidade em participar do encontro. Os inscritos serão informados posteriormente sobre os pontos de embarque. O evento acontecerá no Clube Náutico da Praia Brava, que fica na Rua 10 da Vila Residencial de Praia Brava. Mais informações podem ser obtidas no site da Eletronuclear.
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- 26/05/2023 - Especialistas debatem a produção de hidrogênio verde como oportunidade para São Paulo e para o BrasilFonte: Agência FAPESP
As potencialidades do hidrogênio verde (H2V) serão o tema da próxima edição do Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, que será realizada segunda-feira (29/05), de forma presencial, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Integram a programação pesquisadores que buscam superar as complexidades e os desafios que envolvem a produção e o uso dessa energia.
O hidrogênio é um elemento abundante no planeta e pode ser usado em transporte, geração de energia elétrica, aquecimento residencial e industrial, armazenamento de energia e produção de produtos químicos. Mas precisa passar por uma série de etapas até se converter em energia verde. A produção de hidrogênio verde por meio de fontes renováveis de energia é considerada limpa e sustentável.
Os especialistas estão convencidos de que investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento e na infraestrutura para produção, armazenamento e distribuição em larga escala possibilitarão que o H2V seja uma alternativa viável aos combustíveis fósseis.
A pesquisadora Lucia Helena Mascaro Sales, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais(CDMF), explica que o hidrogênio não está disponível na crosta terrestre na forma molecular, sendo necessários processos químicos para a sua produção. Atualmente, 94% do hidrogênio produzido no mundo vem de combustíveis fósseis, o que leva a emissão de grande quantidade de gases de efeito estufa, entre eles o CO2, que chega a cerca de 870 milhões de toneladas por ano. A produção verde requer investimentos em pesquisa e infraestrutura.
"Vários grupos de pesquisa no Brasil têm trabalhado na diminuição do consumo de energia na produção do hidrogênio verde, desenvolvimento de catalisadores mais baratos para a eletrólise da água, uso de biomassa para geração de H2V, desenvolvimento de membranas mais duráveis e formas alternativas de armazenamento e transporte. ”Segundo ela, outra questão importante é a segurança. "O hidrogênio é altamente inflamável e seu manuseio, armazenamento e transporte são desafios técnicos a serem enfrentados.”
O Brasil pode desempenhar um papel de destaque na corrida para a produção do H2V, uma vez que o país tem uma grande disponibilidade de fontes renováveis de energia, como solar e eólica, além de vastos recursos naturais. Ana Flávia Nogueira, professora do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (IQ-Unicamp) e coordenadora do Centro de Inovação em Novas Energias(CINE), diz que para impulsionar a produção do hidrogênio verde, principalmente no Estado de São Paulo, é necessário investir na implementação de mais usinas solares e eólicas.
"Embora o Estado de São Paulo seja o segundo colocado em geração solar fotovoltaica distribuída, aquela que encontramos em casas e prédios, estamos muito aquém em produção centralizada”, diz. A produção centralizada é importante para a instalação de grandes centrais de produção de H2V, uma vez que o hidrogênio produzido por eletrólise só é considerado verde se o sistema de produção é conectado a uma fonte renovável.
O hidrogênio também pode ser obtido a partir de etanol. O interesse da indústria pela pesquisa sobre produção e uso do hidrogênio verde é considerado fundamental para que ele deixe de ser apenas uma alternativa promissora. Daniel Gabriel Lopes, pesquisador e diretor da Hytron Energia e Gases Especiais, participará do evento. Ele trará para o debate as soluções tecnológicas em curso para tornar o H2V viável.
O evento terá início às 15 horas no auditório Teotônio Vilela da Alesp e será transmitido pelo YouTube. Interessados podem se inscrever em: www.al.sp.gov.br/ilp/cursos-eventos/detalheAtividade.jsp?id=9205.
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- 24/05/2023 - Curso de Química da UEMS/Naviraí desenvolve ações do 1º Ciclo Acadêmico de QuímicaAs ações começaram a ser desenvolvidas em abril de 2023 e tem promovido experiências diferentes aos acadêmicos da graduação
As ações começaram a ser desenvolvidas em abril de 2023 e tem promovido experiências diferentes aos acadêmicos da graduação
Fonte: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
O curso de licenciatura em Química da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), unidade de Naviraí, deu início em 2023 a uma série de atividades que fazem parte do1º Ciclo Acadêmico de Química. A coordenação do curso e do projeto explica que as atividades do 1º Ciclo Acadêmico de Química substituirão a tradicional semana acadêmica, que concentrava atividades em uma única semana. A ideia é que todos os meses, os alunos da graduação vivenciem uma ação diferente de aula.
O 1º Ciclo Acadêmico de Química prevê palestras presenciais e virtuais, oficinas, apresentações, visitas técnicas, confraternizações entre outras experiências de ensino, pesquisa, cultura e/ou extensão que enriquecem e complementam o conhecimento, além de promover o sentimento de pertencimento e integração à comunidade UEMS.
O projeto ainda espera que com as ações realizadas ao longo de 2023 sejam restaurados vínculos da comunidade acadêmica, que eventualmente, foram perdidos durante o período de afastamento social causado pela pandemia.
Conheça mais sobre o curso de Química da UEMS/Naviraí em www.uems.br/cursos/graduacao/quimica-licenciatura-navirai.
1º Ciclo Acadêmico de Química - ABRIL 2023
Um dia na UEMS
Como parte das ações do 1º Ciclo Acadêmico de Química foi realizada em abril de 2023 a atividade "Um dia na UEMS”, na qual o curso recebeu alunos da Educação de Jovens Adultos (EJA). Os acadêmicos foram responsáveis por apresentar o curso e as atribuições de um profissional de química. Alunos da Escola Municipal Marechal Cândido Rondon foram até a UEMS/Naviraí, visitaram as instalações, acompanharam experimentos e conheceram o curso de Química.
Os acadêmicos conduziram uma série de experimentos no laboratório e explicaram as atividades. A ação foi coordenada pelo prof. Dr. Wagner de Oliveira Valença e executada pelos acadêmicos do 2º. Ano de Química, dentro das atividades da disciplina de Química Geral Experimental.
Recepção e Integração Acadêmicos
Também no mês de abril, os acadêmicos do 3º ano da Graduação organizaram uma confraternização para a recepcionar os calouros do curso e integrá-los à comunidade acadêmica. O evento contou com a participação de alunos e professores do curso de Química. Além de confraternizar, os calouros também foram informados sobre as atividades do curso, projetos, bolsas e ações desenvolvidas pela UEMS.
1º Ciclo Acadêmico de Química - MAIO 2023
Competição de Foguetes de Garrafa PET
Na primeira ação do mês de maio, o 1º Ciclo Acadêmico de Química realizou uma competição com protótipos de foguetes de garrafas PET. A atividade envolveu acadêmicos de todos os anos e foi coordenada pelas professoras Dra. Daniela Cristina Manfroi Rodrigues e Dra. Tarsila Marília de Oliveira. A competição foi realizada em uma área aberta cedida pela Incorporadora São Bento.
A Competição de Foguetes de Garrafa PET foi cadastrada na Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG). A atividade consta no plano de ensino das disciplinas de Física 1 e Físico Química 1, sendo caracterizada por uma "metodologia ativa de ensino”, transformando os alunos de meros espectadores em solucionadores de problemas reais, aplicando os conceitos teóricos aprendidos em sala.
O evento teve a participação de 13 equipes dos cursos de Química e Engenharia de Alimentos, e contou com a participação da comunidade local que assistiram os lançamentos dos foguetes de garrafa PET e questionaram os acadêmicos sobre curiosidades e os processos envolvidos na atividade. Confira a classificação final:
- 1º. Lugar Equipe Missão Orbital, com o foguete atingindo 200 metros, com os acadêmicos do terceiro ano de Química Paulo, Fernando e Andreir.
- 2º. Lugar Equipe Tekoha, com o foguete atingindo 130 metros, com as acadêmicas do primeiro ano de química Natiely, Angescleia e Meria.
- 3º. Lugar Equipe Icarus, com o foguete atingindo 100 metros, com os acadêmicos do primeiro ano de Química, Luis Henrique, Gabriel Fonseca e Gabriel Soares.
Ao final da competição, os acadêmicos e professores participaram de uma confraternização organizada pelos alunos do 4º. Ano de Química, visando principalmente a integração entre a comunidade (docentes, discentes e técnicos).
1º Ciclo Acadêmico de Química 2023 - MAIO 2023
Visita Técnica ao IPEN
A segunda atividade do mês de maio do 1º Ciclo Acadêmico de Química, foi uma visita técnica ao Instituto de Pesquisas Energéticas (IPEN), localizado na Universidade de São Paulo (USP). A ação foi organizada pela Profa. Dra. Daniela Cristina Manfroi Rodrigues. 27 acadêmicos dos cursos da graduação em Química, Engenharia de Alimentos e da Pós-graduação em Recursos Naturais (PGRN) foram acompanhados pelos professores Ademir do Anjos, Daniela Manfroi Rodrigues e Tarsila Marilia de Oliveira até São Paulo para conhecerem as instalações do Reator Nuclear (IER1) e do Acelerador de Elétrons do IPEN. A atividade foi viabilizada pelo apoio da prefeitura de Naviraí, em especial a Gerência de Educação, que possibilitou o deslocamento até São Paulo.
O reator nuclear do IPEN é amplamente utilizado na produção de radioisótopos para fins médicos, para pesquisas nucleares, para irradiação de vários tipos de amostras com fins científicos, está em operação desde 1959 sendo pioneiro nesta área. Nesta etapa da visita os acadêmicos puderam entrar no prédio do reator, tiveram uma aula sobre fissão nuclear e radiação, adentraram a sala de operações e a piscina do reator com sua coloração azulada. O brilho azulado das águas ao redor do reator nuclear é ocasionada por um fenômeno chamado radiação de Cherenkov. Este fenômeno pode ser observado quando partículas carregadas, como por exemplo elétrons, se movimentam com velocidade muito alta na água.
O acelerador de elétrons do IPEN é um aparato tecnológico utilizado para desenvolvimento de novos produtos, processos, esterilização de alimentos, pesquisas em nanotecnologia, entre outros. Nesta etapa da visita, os acadêmicos foram conduzidos à sala de controle, entraram no recinto no qual estavam os aceleradores de elétrons e na fonte de radiação gama. Os acadêmicos tiveram a oportunidade, bastante impactante, de visitar e acompanhar o funcionamento do acelerador de elétrons instalado em uma carreta, combinado a um laboratório de análise de água, os quais foram projetados para levar esta tecnologia até as plantas industriais para tratamento in loco de efluentes e rejeitos industriais.