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- 20/03/2024 - Centro de pesquisa brasileiro desenvolve protótipo de bateria nuclearDispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Dispositivo poderá gerar energia por centenas de anos sem necessidade de recarga
Fonte: Revista FAPESP
Imagine um telefone celular cuja bateria dure anos e não precise ser plugado na tomada para recarregar. Ou um drone capaz de voar indefinidamente sobre a Amazônia, registrando focos de desmatamento e de mineração ilegal. Situações como essas poderão se tornar realidade, em algum tempo, com o início da produção comercial de novos sistemas de armazenamento de energia que usam material radioativo para gerar eletricidade ininterruptamente, por dezenas ou centenas de anos.
Uma das inovações foi revelada no começo do ano pela startup chinesa Betavolt. A empresa desenvolveu uma bateria nuclear que poderá gerar energia por 50 anos sem necessidade de recarga. O dispositivo mede 15 milímetros (mm) de comprimento, por 15 mm de largura e 5 mm de espessura e opera a partir da conversão da energia liberada pelo decaimento de isótopos radioativos de níquel (Ni-63). Com 100 microwatts (µW) de potência e 3 volts (V) de tensão elétrica, o módulo é um projeto-piloto. A Betavolt planeja colocar no mercado em 2025 uma versão mais potente da bateria, com 1 watt (W). Ela tem função modular e, de acordo com a startup, poderá ser empregada em série para energizar drones ou celulares.
O Brasil tem estudos na área. Uma equipe do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), uma unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com sede em São Paulo, apresentou no fim de 2023 o primeiro protótipo de uma bateria nuclear termelétrica feito no país. O princípio de funcionamento do dispositivo, também conhecido como gerador termelétrico radioisotópico (RTG), é diferente do sistema da Betavolt: uma corrente elétrica é produzida a partir da conversão do calor gerado pela desintegração de um isótopo de amerício (Am-241). No módulo chinês, partículas beta (elétrons) transformam-se em corrente elétrica por meio de um sistema conversor específico.
O processo de decaimento ou desintegração radioativa ocorre quando o núcleo instável de um elemento químico se transforma no núcleo de outro elemento, que tem menos energia. O processo libera radiação eletromagnética e pode emitir partículas. Esse fenômeno é caracterizado pela meia-vida, queé o tempo necessário para que metade dos átomos do isótopo radioativo presente em uma amostra se desintegre.
"Durante nosso desenvolvimento, tivemos que dimensionar um módulo gerador termelétrico, responsável por converter a energia térmica em elétrica”, explica o engenheiro químico e doutor em tecnologia nuclear Carlos Alberto Zeituni. Ele é o gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (Ceter) do Ipen, uma das unidades envolvidas no projeto – a outra é o Centro de Engenharia Nuclear (Ceeng).
Alexandre Affonso/ Revista Pesquisa FAPESP
A principal vantagem das baterias nucleares é a possibilidade de fornecer carga durante um longo período de tempo. "Uma bateria química convencional dura cinco anos, enquanto uma de lítio chega a 10 anos. As nucleares podem ter duração de 50, 100 anos ou mais, dependendo do material radioativo utilizado. A nossa, estimamos que vá durar mais de 200 anos”, diz Zeituni.
O Ipen não mediu a potência do módulo, cuja tensão elétrica é de apenas 20 milivolts (mV). O próximo passo, segundo o centro, é construir uma versão com 100 miliwatts (mW) de potência, capaz de controlar uma estação meteorológica remota ‒ a tensão dependerá do termelétrico empregado. A pesquisa, iniciada há dois anos, vem sendo financiada por uma empresa nacional interessada em comercializar a tecnologia. Por contrato, seu nome não pode ser revelado.
Para criar o módulo, os pesquisadores do Ipen utilizaram 11 fontes de amerício que eram originalmente empregadas em equipamentos de medição de espessura de chapas. Para eliminar o risco de vazamento do material radioativo, as fontes foram empilhadas e encapsuladas em um tubo de alumínio.
"O parâmetro inicial de todo o projeto nuclear tem que ser a segurança. A bateria só será comercializada quando houver garantia de que o risco de vazamento é nulo. Por isso, vamos usar um duplo ou triplo encapsulamento do material radioativo e realizaremos testes de impacto e de quebra”, esclarece o engenheiro mecânico Eduardo Lustosa Cabral, pesquisador do Ceeng que participa do projeto.
Rovers da Nasa
Baterias nucleares como as projetadas pelo Ipen e Betavolt começaram a ser estudadas no início do século passado. Não há ainda fabricação comercial desses dispositivos. A produção, limitada, é feita principalmente por governos de países que dominam a tecnologia nuclear ‒ como Estados Unidos, Rússia, França, China e Inglaterra – e centros de pesquisa, geralmente estatais.
A tecnologia é empregada em dispositivos situados em lugares de difícil acesso, como faróis em ilhas desertas, cavernas, fundo do mar e laboratórios no Ártico e na Antártida. Na década de 1970, foram utilizadas na área da saúde. "Baterias nucleares de plutônio-238 foram usadas em marcapassos, aparelhos que monitoram e regulam os batimentos do coração, implantados em mais de 300 pessoas. Não houve nenhum relato de vazamento ou falha”, conta a engenheira química e doutora em tecnologia nuclear Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do Ceeng e líder do grupo.
Os rovers da agência espacial norte-americana Nasa empregam esse tipo de tecnologia, bem como a sonda espacial Voyager, lançada ao espaço em 1977 – suas baterias nucleares são usadas para girar os painéis solares que fornecem energia para a nave. Na mesma linha, o dispositivo desenvolvido no Ipen será destinado a aplicações em locais remotos.
"O uso dessa tecnologia é restrito por causa do custo de fabricação, da disponibilidade de matéria-prima e da dificuldade de produção, a começar pela manipulação e encapsulamento do material radioativo”, informa Ribeiro. É preciso muito cuidado para evitar vazamento durante a fabricação e a operação do dispositivo. Outra dificuldade diz respeito ao fato de toda a parte elétrica estar exposta à radiação, o que pode acarretar danos ao sistema. Tudo precisa ser muito bem selado.
Dura competição
Para o físico Hudson Zanin, da Faculdade de Engenharia Elétrica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador de uma pesquisa que visa desenvolver uma bateria à base de sódio (ver Pesquisa FAPESP no 329), o trabalho feito no Ipen é promissor, mas terá que superar desafios para resultar em um produto comercial.
"Em um momento que se discute como passar para uma sociedade 100% elétrica e baseada em fontes renováveis de energia, que irão substituir os combustíveis fósseis, o armazenamento de energia é uma tecnologia-chave. Por isso, o desenvolvimento dos mais diferentes tipos de baterias, inclusive essa do Ipen, é importante”, afirma.
"O longo tempo de operação sem recarga das baterias nucleares é seu grande diferencial, mas elas precisam evoluir para aumentar a tensão de saída”, ressalva o físico da Unicamp. "Além disso”, destaca, "irão enfrentar uma dura competição com outras tecnologias avançadas, mais baratas e já estabelecidas, como as baterias de lítio-fosfato-ferro (LFP) e de níquel-cobalto-manganês (NCM)”.
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- 20/03/2024 - Primeiras imagens do interior do Reator Nuclear de Fukushima são reveladasEm 2011, após a cidade de Fukushima, no Japão, ser atingida por um terremoto e tsunami, três reatores nucleares derreteram; veja imagens de drone!
Em 2011, após a cidade de Fukushima, no Japão, ser atingida por um terremoto e tsunami, três reatores nucleares derreteram; veja imagens de drone!
Fonte: Aventuras na História
Em 2011, a cidade de Fukushima, no Japão, foi palco de uma sequência de catástrofes extremamente graves. Primeiro, foi atingida por um terremoto, que foi logo seguido por um tsunami; após isso, três reatores da usina nuclear da região foram gravemente danificados, o que acarretou um grave desastre nuclear. Só recentemente foi possível observar imagens do interior do local.
Conforme repercutido pelo UOL, uma investigação de dois dias utilizando pequenos drones comandada pela TEPCO (Tokyo Electric Power Company Holdings), a maior empresa de energia do país, foi responsável pela captação de imagens inéditas do interior do reator 1 da usina nuclear de Fukushima.
Ao todo, estima-se que cerca de 880 toneladas de combustível nuclear derretido, ainda altamente radioativo, permanece dentro dos três reatores. As investigações recentes da TEPCO, por sua vez, pretendem descobrir mais sobre a localização e condição deste combustível, para que seja facilitada sua remoção e a eventual desativação da usina.
Nas imagens, é possível observar vários objetos marrons com formas e tamanhos variados pendurados em vários locais do pedestal. Vale mencionar que partes do mecanismo de acionamento da haste de controle, que controlaria a reação nuclear, além de outros equipamentos, já estavam desligados.
Embora estas imagens sejam de extrema importância para um melhor controle e segurança da região, os funcionários da TEPCO afirmam que ainda não conseguem dizer se os pedaços pendurados expostos era combustível ou equipamento derretido, sem que antes meçam os níveis de radiação. Os drones, no caso, não carregavam aparelhos que realizassem tal medição, pois precisavam ser leves e manobráveis.
As autoridades também destacam que as câmeras dos drones não conseguiram focar no fundo do núcleo do reator devido à escuridão do local. Ainda assim, com as imagens obtidas até o momento, futuras investigações dos detritos podem ser facilitadas, além de isso colaborar com o desenvolvimento de tecnologias e robôs que possam realizar sua remoção.
Acidente nuclear de Fukushima
Em 2011, um tsunami com cerca de 10 metros de altura foi responsável pela morte de quase 19 mil pessoas no Japão. Porém, esse não seria o único desastre que acometeria a cidade de Fukushima: sua usina nuclear foi atingida, o que levou a um grave acidente nuclear na região.
Hoje, mais de uma década após o desastre, a limpeza das águas dos reatores de vestígios nucleares ainda é uma luta constante de autoridades locais. Estima-se que apenas 10% dos resíduos de combustível tenham sido localizados até agora, e que pequenas quantidades de resíduos radioativos ainda vazem para o Oceano Pacífico.
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- 15/03/2024 - MCTI pediu concurso público para a CNEN, que registra alto déficit de fiscais e demais servidoresFonte: Blog Tania Malheiros
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), comandado pela ministra Luciana Santos, informou ao BLOG que já encaminhou ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) pedido para a realização de concurso para o preenchimento das vagas existentes na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Mas ainda não há previsão de data para o concurso, informou o MCTI. O próprio presidente da CNEN, Francisco Rondinelli, falou sobre o déficit de mais de 1000 servidores durante o Seminário Resultados do Projeto Centena, realizado no auditório do CDTN (Centro de Desenvolvimento Tecnológico Nuclear (CDTN), da Comissão, no dia 4 de dezembro de 2023.O fato de o MCTI não ter uma definição sobre o concurso para a CNEN é uma espécie de "balde de água fria” em muitas áreas da Comissão, responsável por um dos mais relevantes trabalhos, que é o de fiscalização do setor nuclear.
A falta de fiscalização fez com que o Brasil registrasse em 1987 o maior acidente radiológico do mundo: o acidente com uma cápsula de césio-137 (material altamente radioativo), em Goiânia (GO), que, oficialmente deixou quatro mortes, embora associações locais contabilizem cerca de 60, além de centenas de contaminados e seis mil toneladas de rejeitos radioativos.
Segundo fontes do setor contatadas pelo BLOG, "a situação da fiscalização da utilização da energia nuclear no país é muito difícil, em função da extrema escassez de recursos humanos”.
Sem concurso há dez anos, do total de 3.254 (ocupadas e vagas) 1447 formam a força de trabalho, sendo que 1.370 são servidores ativos dos quais 675 do total estão aptos à aposentadoria. A área responsável pelas tarefas de licenciamento e fiscalização de cerca de 3500 instalações – nucleares, radiativas, depósitos de rejeitos e atividades de segurança física e transporte de materiais radioativos- conta com pouco mais de 150 servidores, 30 % dos quais já podem se aposentar.
A grande maioria dos servidores atualmente conta com mais de 55 anos e, sem a reposição necessária para a transmissão dos conhecimentos acumulados ao longo de anos de experiência, a área de fiscalização enfrenta muitas dificuldades. "Mesmo que realizemos um concurso neste ano, tememos que o tempo decorrido entre a aprovação de novos servidores e a sua entrada em exercício já seja insuficiente para que exista tempo hábil de convivência, entre a nova geração e os mais experientes”, diz outra fonte.
Responsável por grandes projetos, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), recentemente incluído no PAC, e o projeto CENTENA (depósito definitivo para rejeitos de baixa e média radioatividade), fundamental para que as usinas nucleares de Angra dos Reis não venham a paralisar até 2028, entre outros. Enquanto isso, há dois anos, o governo mantém no papel a criação da Autoridade Nacional de Segurança Nacional (ANSN), até hoje sem a indicação de seu diretor-presidente, apesar das centenas de instalações nucleares que precisam de fiscalização. Segundo fontes do setor, a CNEN tem tentado manter alguns servidores por meio de uma solução frágil, que é a concessão de bolsas para especialistas, o que não é suficiente para resolver os problemas que poderão ocorrer interferindo na saúde de trabalhadores, população e meio ambiente.
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- 14/03/2024 - Depósito guarda 6 mil toneladas de rejeitos de Césio-137O quadro "Expedição Cerrado", do canal Globo News, entrevista José Carlos Alves Pereira, químico do CRCN-CO (Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro Oeste), unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear, sobre o depósito que guarda os rejeitos radioativos do acidente ocorrido em Goiânia em 1987 com Césio-137.
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- 13/03/2024 - O papel da ciência para enfrentar a desinformação e o negacionismoÚltima sessão da Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação destacou a importância da divulgação científica e discutiu estratégias para combater fake news
Última sessão da Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação destacou a importância da divulgação científica e discutiu estratégias para combater fake news
Fonte: Agência FAPESP
A última sessão da Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECTI), realizada na sexta-feira (08/03), abordou o tema "Ciência, Tecnologia e Sociedade” e reuniu um conjunto de diagnósticos e recomendações para aperfeiçoar a divulgação científica no país e combater a desinformação. Sabine Righetti, pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas (Labjor/Unicamp) e criadora da Agência Bori, iniciativa que conecta cientistas e jornalistas, apresentou um roteiro de sugestões para melhorar a qualidade da divulgação científica. A primeira delas é a adoção de métricas e indicadores, por instituições científicas e agências de fomento, que levem em conta e valorizem as atividades de divulgação científica desenvolvidas por docentes e pesquisadores a fim de que isso seja considerado na avaliação do desempenho acadêmico deles. Outra é dar mais peso à divulgação científica dentro das universidades, por meio da oferta de disciplinas, cursos de verão e treinamento, com o objetivo de estimular estudantes e pesquisadores a conversar melhor com a sociedade e a transmitir a ela de modo eficiente o conhecimento que geram.
Uma terceira recomendação é a criação de equipes de comunicação robustas nas universidades para produzir conteúdo de divulgação científica – segundo Righetti, a maioria das instituições públicas dispõe de pouca gente para a atividade e, em algumas, não há ninguém. "Essas equipes precisam ser fortalecidas considerando a complexidade da comunicação social hoje em dia”, afirmou. Por fim, ela mencionou a necessidade de fornecer a projetos de divulgação científica recursos compatíveis com suas necessidades e especificidades – a depender da área do conhecimento ou do tipo de mídia adotada, os projetos podem ser muito diferentes – e propôs que esses projetos sejam avaliados por sua capacidade de alcançar interlocutores de fora da academia e de gerar impacto concreto na sociedade.
Herton Escobar, repórter especial do Jornal da USP, falou sobre o fenômeno da desinformação e mostrou como a comunidade científica pode ajudar a enfrentá-lo. Segundo ele, a ciência tem conseguido ampliar a compreensão sobre o fenômeno e a produzir conhecimento que ajude a identificar fake news e auxilie na tomada de decisão para enfrentá-las, mas ainda há flancos que representam grandes desafios. Um grande problema é quando a desinformação é gerada por indivíduos, pesquisadores ou médicos, por exemplo, vinculados a universidades e instituições científicas. "As instituições de pesquisa e as entidades médicas precisam se debruçar sobre o problema e saber como atuar para coibir a propagação de desinformação por parte de seus filiados e docentes. Não é aceitável que o professor de uma universidade pública se apresente como membro daquela instituição e propague desinformação livremente sem ser repreendido de alguma forma. Na pandemia, isso aconteceu bastante”, afirmou.
Outro desafio, segundo Escobar, é coibir a produção e difusão de ciência de má qualidade, em publicações de baixa reputação como as chamadas revistas predatórias, que aceitam publicar qualquer conteúdo em troca de dinheiro, sem fazer uma avaliação rigorosa. Segundo ele, é preciso despoluir a produção científica, reduzindo a difusão de conteúdo de baixa qualidade, para evitar que a sociedade perca a confiança na ciência. "Em 2021, 7 mil artigos científicos foram publicados, em média, por dia no mundo. São milhares de trabalhos publicados todos os dias. Isso abre brechas gigantescas para a publicação de ciência de má qualidade e de ciência fraudulenta e serve de matéria-prima para a desinformação em temas de ciência. É muito fácil para um pesquisador mal-intencionado publicar um paper fraudulento em uma revista que supostamente faz revisão por pares e apresentar aquilo como um dado científico.”
O cientista político Fernando Abrucio, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EASP-FGV), destacou o papel da ciência para fortalecer a democracia e discutiu as origens do negacionismo científico que permeia diversos setores da sociedade. Ele lembrou que, ao longo do século 20, houve um conjunto de cientistas que demonstrou ao mesmo tempo a importância da ciência para o progresso da humanidade, mas também seus limites, a exemplo de Max Weber (1864-1920), Karl Popper (1902-1994) e Thomas Kuhn (1922-1996). "Eles mostraram como a ciência é incremental, um processo de muitos passos, com algumas certezas, muitas dúvidas. Mas em um segundo momento, por volta da década de 1980, pesquisadores vinculados mais à esquerda, em vez de mostrar a importância e os limites da ciência, começaram a dizer que a ciência não explica boa parte das coisas do mundo e, em um mundo pós-moderno, há vários saberes além do científico que são legítimos”, afirmou Abrucio. "Eu não duvido de que existem vários saberes legítimos e a ciência pode dialogar com eles de forma respeitosa. Mas houve uma perda de caminho desse discurso e aí se chega ao momento atual em que a extrema-direita se apropriou da ideia de que existem vários saberes legítimos para deslegitimar a própria ciência”, completou. Segundo ele, a ciência precisa municiar a formação dos cidadãos para fortalecer a democracia e ter um impacto forte na sociedade e no mundo. "O que está em jogo nesse processo não é se a ciência vai se enfraquecer, mas qual será o nosso futuro. O risco é criarmos uma sociedade tenebrosa, medieval.”
Políticas públicas
A cientista política Vanessa Oliveira, pesquisadora da Universidade Federal do ABC (UFABC) que integra a coordenação do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas da FAPESP, abordou o papel da ciência e da inovação em políticas públicas. Ela enfatizou o papel do Estado no investimento em inovação para aprimorar serviços públicos e mostrou como funciona o programa da Fundação, criado em 1996 e reformulado em 2023. "Os projetos do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas da FAPESP devem ser orientados pelos problemas da gestão pública. Não é o pesquisador que define o problema no qual deve trabalhar, é a gestão pública que deve dizer qual o problema a ser enfrentado por pesquisas científicas”, explicou. "O cientista e o gestor público atuam juntos na elaboração da proposta e no desenvolvimento da pesquisa. Os projetos podem ter organizações da sociedade civil como parceiras e devem prever a aplicação de seus resultados na gestão pública. Também é essencial que gerem conhecimento científico novo.” Em 2023 foram submetidos ao programa 124 projetos e 70 foram aprovados.
Vanderlan Bolzani, pesquisadora do Instituto de Química de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Unesp), falou sobre os desafios das mulheres na carreira científica. Ela enumerou exemplos de mulheres, no Brasil e no mundo, que se distinguiram no mundo da ciência e apresentou dados sobre a evolução da participação feminina em instituições como a Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) ou o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Apesar dos avanços em direção ao equilíbrio de gênero, disse Bolzani, mulheres ainda estão em poucas posições de liderança, como no comando dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), iniciativa do CNPq em parceria com as fundações estaduais de amparo à pesquisa. "Homens e mulheres precisam trabalhar de mãos dadas para mudarmos essa cultura”, afirmou.
Em uma mensagem gravada apresentada no encerramento da conferência, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou a importância da contribuição do Estado de São Paulo, que dispõe de algumas das maiores instituições de ensino superior e pesquisa do país, para as discussões da conferência nacional que vai acontecer em junho. "A conferência nacional tem um papel estratégico como espaço de participação social, de contribuição para as políticas de ciência e tecnologia e para a consolidação da democracia nas organizações do nosso setor.”
O diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, fez um balanço positivo dos dois dias de conferência. "Fizemos bem o papel que era esperado para a conferência de São Paulo e vamos ter um conjunto de propostas concretas para levar para a conferência nacional. Conseguimos juntar ideias interessantes que podem contribuir para melhorar a política de ciência, tecnologia e inovação [CT&I] do país”, afirmou. "As conferências nacionais de ciência e tecnologia são instrumentos de mobilização, um exercício de construção e de consultas.”
Para o secretário da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan, os resultados da conferência poderão ajudar o sistema de CT&I paulista a funcionar de forma mais articulada. "Medidas estruturantes são essenciais para que possamos tornar mais robusto o nosso sistema de CT&I. Temos universidades e instituições de pesquisa que são referências mundiais, mas a estrutura do nosso sistema precisa ser cada vez mais robusta para as instituições progredirem.”
Mais informações sobre a CECTI estão disponíveis em: fapesp.br/cecti.
O vídeo com as duas últimas sessões de sexta-feira (08/03) pode ser acessado em: www.youtube.com/watch?v=UE5Md5UlxWI.
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- 12/03/2024 - Ibama institui Plano de atuação para emergência nuclearA iniciativa prevê ações para enfrentar situações ocorridas no complexo de usinas nucleares localizado no município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro
A iniciativa prevê ações para enfrentar situações ocorridas no complexo de usinas nucleares localizado no município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro
Fonte: Ibama
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aprovou, em 26 de fevereiro de 2024, o seu Plano de Emergência Complementar (PEC Ibama), que vai orientar a atuação da autarquia diante de uma emergência nuclear.
O PEC prevê ações de resposta complementares ao Plano de Emergência Externo do estado do Rio de Janeiro (PEE), para situações ocorridas na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, complexo formado pelas usinas nucleares Angra 1, Angra 2 e Angra 3, localizada em Angra dos Reis (RJ).
A Instrução Normativa que aprovou o Plano prevê, entre outras medidas, a atuação de forma real ou em exercício simulado, com o acionamento de equipes de servidores do Instituto. Ele orienta o fluxo interno de comunicação, assim como os instrumentos e ações que atendam à evolução das categorias de emergência nuclear, a partir de uma situação de alerta.
O PEC foi testado, em 2022 e em 2023, em exercícios simulados do PEE em cenários tanto virtuais quanto reais e mobilização de equipes em campo, que testaram a comunicação dentro da instituição e a assinatura da Medida Protetiva e Minimizadora, preventiva aos impactos ambientais esperados nas situações de acidentes.
A coordenação desse trabalho é do Centro de Comando e Controle de Emergência Nuclear (CCCEN), em que irão atuar de forma conjunta diversas instituições do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), a quem cabe atender às necessidades de proteção e segurança da população, do meio ambiente, das instalações nucleares e de seus trabalhadores.
O PEC do Ibama foi elaborado de forma intersetorial, envolvendo diversos servidores. Houve colaboração de agentes ligados à Coordenação Geral de Emergências Ambientais (Cgema), ao Núcleo de Prevenção e Atendimento às Emergências Ambientais (Nupaem/RJ), à Unidade Técnica de Nível 2 (UT Angra) do Ibama em Angra dos Reis e à Procuradoria Federal Especializada do Instituto.
Reunião Sipron
A Superintendência do Ibama no estado do Rio de Janeiro realizou, de 27 de fevereiro a 1º de março, a 1ª Reunião do Comitê de Planejamento de Resposta a Situações de Emergência Nuclear no município de Angra dos Reis (Copren-AR) e do Comitê de Planejamento de Resposta a Eventos de Segurança Física Nuclear da mesma cidade (Copresf-AR). Os dois comitês fazem parte do Sipron.
Participaram da reunião instituições responsáveis pela segurança física e emergência nuclear ligadas ao Sipron, como o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, que coordena todo o Sistema, representantes da Marinha do Brasil, Comissão Nacional de Energia Nuclear, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, Defesa Civil, Instituto Estadual do Ambiente e Ibama.
Durante o trabalho, foram atualizados o Plano Geral de Atividades do Sipron e o relatório final do Exercício Geral de 2023. Houve também instrução do colegiado, dentro do Programa de Capacitação Técnica do Sipron, com palestras de servidores da CNEN. O evento foi encerrado com a reunião do Núcleo de Comunicação Permanente em Emergência Nuclear.
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- 12/03/2024 - Programas de pós-graduação precisam mudar para voltar a atrair jovens talentos, afirmam especialistasFalta de financiamento adequado e o longo tempo de formação, da graduação até o doutorado, foram alguns dos obstáculos apontados na Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação
Falta de financiamento adequado e o longo tempo de formação, da graduação até o doutorado, foram alguns dos obstáculos apontados na Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação
Fonte: Agência FAPESP
Os programas de pós-graduação do Brasil precisam mudar para atrair jovens talentos em grande quantidade. Entre as mudanças necessárias incluem-se a oferta de uma formação mais ampla e multidisciplinar, que permita aos pesquisadores desenvolver novas habilidades, por exemplo, no campo da inovação, do empreendedorismo e da sustentabilidade, além de uma exposição maior a problemas que atingem a sociedade e a busca de soluções para eles por meio de trabalho em rede. Esse conjunto de desafios foi apresentado pelo diretor científico da FAPESP, Marcio de Castro Silva Filho, na sessão sobre formação de pessoas para ciência, tecnologia e inovação da Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECTI), na tarde de sexta-feira (08/03).Castro Silva, que foi diretor de Relações Internacionais e de Programas e Bolsas na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pró-reitor de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo (USP), discutiu os contornos da crise que atinge os programas de mestrado e doutorado do país. Em decorrência da pandemia, houve uma queda de 17,8% no número de títulos de doutorado concedidos entre 2019 e 2020, de 24.422 para 20.066. Esse número voltou a subir ligeiramente em 2021 e com maior intensidade em 2022, quando atingiu 22.296 títulos concedidos, mas ainda está 6,1% abaixo do registrado em 2019. A recuperação, ele observou, vem se dando de forma desigual e, em São Paulo, a velocidade é menor do que a de outros Estados.
O diretor científico da FAPESP enumerou alguns indicadores preocupantes que, na sua avaliação, deveriam inspirar ações específicas de universidades e agências de fomento ou aperfeiçoamento de políticas públicas. Por exemplo, mencionou o fato de, nos programas de pós-graduação com notas 6 e 7, as mais elevadas na avaliação da Capes, haver mais de 50% dos orientadores com idade acima de 55 anos, muitos próximos da aposentadoria. Também se referiu à falta de financiamento adequado. Em algumas áreas, 70% dos jovens fazem pós-graduação sem ter bolsa nem estar atrelado a um projeto de pesquisa que receba financiamento. Segundo ele, há um problema estrutural que precisa ser abordado: o país, nos últimos anos, buscou preservar recursos para bolsas, mas com muita frequência os estudantes de pós-graduação não dispõem de um projeto de pesquisa para desenvolver adequadamente suas atividades. "O país não pode contar só com bolsas. Há necessidade de investimento em projetos, equipamentos, custeio e infraestrutura”, explicou.
Outro fator que compromete a atratividade da pós-graduação no país é o longo tempo de formação, que chega a 15 anos, da graduação até o doutorado. "Um jovem doutor se forma no Brasil com 37 ou 38 anos, faz dois anos de pós-doc e entra no mercado de trabalho aos 40 anos de idade, pelo menos dez anos mais tarde do que acontece em outros países”, explicou. O apoio limitado a pesquisadores no pós-doutorado é outro flanco importante. Enquanto o Estado de São Paulo forma perto de 7 mil doutores por ano, as bolsas oferecidas pela FAPESP que atendem pós-doutorandos totalizam pouco mais de 1,1 mil. "A Capes praticamente descontinuou seu programa de pós-doutorado e o CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] tem uma política modesta nessa área. O resultado é que temos 24 mil doutores formados por ano no país e apenas cerca de 2 mil bolsas para pós-doutorados. Precisamos buscar atender a essa força de trabalho extremamente qualificada. Esse é um aspecto crítico.”
Também é preciso seguir enfrentando as assimetrias do sistema, segundo Castro Silva. Quando se analisa a trajetória do sistema brasileiro da pós-graduação na década passada, chama a atenção o crescimento maior do número de programas de titulados em regiões menos consolidadas, como o Norte e o Nordeste. Mas ele observa que a análise em nível regional é insuficiente para enxergar os desafios. "Quando olho a região Nordeste, por exemplo, e comparo o Rio Grande do Norte com o Maranhão, a diferença entre esses Estados é muito maior do que se compararmos a região Nordeste e a região Sul”, disse. Da mesma forma, no Norte, as diferenças entre Pará e Acre são maiores do que as da região como um todo e o Sul ou o Sudeste. "Quando falamos de diferenças regionais, dessas assimetrias, é preciso trazer também para a discussão o que ocorre dentro das próprias regiões a fim de que políticas possam ser formuladas.”
O sistema brasileiro de pós-graduação teve uma trajetória de grande sucesso, que levou o país ao patamar de um dos 15 maiores produtores de conhecimento no mundo, o que se torna especialmente impressionante para uma nação que começou a criar suas universidades apenas a partir do século 20. Mas Castro Silva observou que algumas mudanças de rumo são necessárias. Segundo ele, a tendência em países como Alemanha, Estados Unidos ou Austrália é que uma proporção cada vez maior de doutores, em vez de seguir carreira acadêmica, atua em empresas, organizações não governamentais, governos ou se torna empreendedor. "Precisamos preparar os doutores para esse mundo novo em que há outras oportunidades além do ambiente acadêmico.”
Crise nas licenciaturas
Na sessão sobre formação de pessoas para ciência, tecnologia e inovação, a economista Fernanda Graziella Cardoso, pró-reitora de Graduação da Universidade Federal do ABC (UFABC), chamou a atenção para um grande problema de fundo: o fato de que três quartos dos jovens de 18 a 24 anos no país não acessam o ensino superior e só 43% completam o ensino médio. Também destacou outra mazela que mina a capacidade do país de melhorar a formação de seus cidadãos: o desinteresse dos jovens em fazer cursos superiores que formam docentes. "Como viabilizar a formação de pessoas para ciência, tecnologia e inovação se não houver professores interessados em se qualificar para essa missão?”, indagou, mencionando uma recente reportagem de capa da revista Pesquisa FAPESP sobre a crise nas licenciaturas (leia mais em: revistapesquisa.fapesp.br/revista/ver-edicao-editorias/?e_id=478).
Entre os fatores que contribuem para manter esse círculo vicioso, ela destacou a fragilização das condições socioeconômicas do país, intensificadas pela pandemia, os efeitos do negacionismo e da desvalorização da ciência na sociedade e os baixos salários da carreira docente, além do descompasso de métodos e interesses em sala de aula. "Temos educadores do século 20 e estudantes do século 21”, afirmou. A pró-reitora apontou três caminhos para enfrentar esse cenário. Um deles é a adequação dos currículos de graduação, com a modernização de projetos pedagógicos, guiada pela complexidade dos problemas da realidade. Outra é a aproximação com a comunidade, desafiando os estudantes a refletir sobre os desafios apresentados pelo ambiente em que vivem. Um terceiro caminho é ampliar a conexão com o setor produtivo. "A aproximação das instituições de ensino superior com o setor produtivo é valiosa tanto para formar profissionais qualificados para o futuro quanto para resolver problemas do presente”, disse.
A engenheira Roseli de Deus Lopes, pesquisadora da Escola Politécnica da USP e coordenadora-geral da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), destacou que existe uma profusão de diagnósticos e de propostas e iniciativas robustas já disponíveis, que apontam caminhos para reverter o baixo desempenho dos estudantes brasileiros medido em indicadores internacionais. "A prioridade número um precisa ser criar um pacto nacional pela educação em todos os níveis. Há recursos, mas não podemos permitir que sejam utilizados de forma pulverizada e sem articulação”, diz ela. Lopes enumerou outras recomendações, tais como apoio para a educação continuada de professores, investimentos na transformação digital das escolas e foco em resultados. "Precisamos dar mais autonomia e liberdade para os alunos escolherem os problemas que são mais significativos para eles.”
Também participaram da sessão, Breno Santos, pró-reitor de Extensão do Instituto Federal de São Paulo, e Laura Laganá, diretora-superintendente do Centro Paula Souza.
Mais informações sobre a CECTI estão disponíveis em: fapesp.br/cecti.
O vídeo da Sessão 7 pode ser conferido em: www.youtube.com/watch?v=UE5Md5UlxWI.
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- 08/03/2024 - Jovens pesquisadoras que trabalham com nêutronsFonte: Jovem Cientista
No Centro do Reator de Pesquisas do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (CERPQ/IPEN) jovens pesquisadoras realizam diferentes atividades com nêutrons que são gerados no Reator IEA-R1.
Com nêutrons é possível identificar e quantificar elementos químicos, o que possibilita realização de pesquisa científica nas áreas de Física Nuclear Experimental e da Matéria Condensada, bem como de Análise por Ativação Neutrônica, além da produção e calibração de fontes radioativas.
Na área de nutrição os nêutrons podem ser utilizados, por exemplo, para investigação do teor mineral de suplementos e alimentos fortificados bem como para controle de qualidade de insumos alimentícios. Na área da saúde para uso em análises clínicas e diferentes investigações tecnológicas voltadas ao desenvolvimento de novos radiofármacos, bem como análise e testes de novos materiais.
Com nêutrons é possível também monitorar a poluição marinha e investigar materiais de interesse ambiental, como água, solo e sedimentos, vegetação e rejeitos. Os nêutrons são também de grande utilidade em análise forense, como na investigação de materiais artísticos que auxiliam a identificação de fraudes, datação, restauro e conservação.
Atualmente, com o avanço de IA várias pesquisas com nêutrons são direcionadas a implementar a área de ciência da saúde, que envolvem desde melhorias em exames de imagem e até a otimização de serviços de medicina nuclear.
Essas jovens cientistas realizam investigações científicas que contribuem para o bem-estar da população e do meio ambiente.
Conheça as jovens pesquisadoras que atuam no Centro de Reator do Pesquisas do IPEN e as contribuições científicas bem como os avanços tecnológicos e as inovações que essas investigações podem introduzir nas diversas áreas da sociedade.
Jovens Pesquisadoras do Centro do Reator de Pesquisas
Ana Karolina Defente Caetano/Mestrado: Criação de indicadores de gestão para a atuação do profissional biomédico em serviços de medicina nuclear.
Caroline Rodrigues Albuquerque/Doutorado: Avaliação de razão elementares em conchas de ostras cultivadas em cativeiro e em ambiente natural como indicador de mudanças ambientais.
Eliziária Abreu/ Estagiaria: Determinação de ferro sanguíneo por FRXDE: estudo comparativo utilizando alvos de Rh, Ag e Au.
Josefa Ferreira Benevides/Estagiária: Avaliação de desempenho do espectrômetro de FRX com alvo de Rh.
Julia Ponchio Muraro/Iniciação Científica: Determining Experimental Conditions for soybean analysis by neutron Activation analysis
Larissa Augusta Santos Moura/Iniciação Cientifica: Avaliação da concentração de fósforo em sangue total utilizando a técnica FRXDE.
Leila Cecília Ferreira Conserva/Iniciação Científica: Otimização da metodologia de FRXDE para determinação de Potássio em sangue total.
Luciana Silva Albuquerque de Melo/Mestrado: Desenvolvimento de um algoritmo de segmentação de imagens da próstata utilizando a técnica de Machine Learning.
Maria Gabriela Miquelino Benedito/Iniciação Científica: Determinação de ferro sanguíneo por FRX na população feminina acima de 60 anos: alternativa para prática clínica na medicina geriátrica.
Maria Paula De Oliveira Goes/Mestrado: Avanços no diagnóstico laboratorial com ênfase em recém-nascidos: avaliação dos índices de normalidade em sangue total utilizando a técnica de FRXDE.Marisa Iglezias da Luz/Mestrado: Determinação da capacidade de adsorção de íons metálicos por nanoplásticos e de adsorção de nanoplásticos em culturas celulares com traçadores radioativos”.
Maite Ozório de Andrade/Mestrado: Síntese de Perovskitas de Haletos Metálicos do tipo Cs (Pb,Sn)(Cl, Br, I)3e caracterização por medidas de parâmetros hiperfinos em função da temperatura.
Patricia Ramos Carvalho/Pós-doutorado: Estudo geológico de sedimentos da confluência dos rios Negro e Solimões na Amazônia.
Renata Mendes Nory/Doutorado: Produção do radionuclídeo Lu-177 no reator nuclear IEA-R1 para aplicações em medicina nuclear
Tamires de Araujo Mora/Doutorado: Determinação das variações sazonais e das taxas de deposição de7Be e210Pb em água de chuva e aerossóis da floresta tropical amazônica.
Tânia de Paula Brambilla Tchobnian/Pós-doutorado: Determinação da atividade de emissores gama em rejeitos radioativos operacionais da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
Tatiane da Silva Nascimento Sales/Pós-doutorado: Nanopartículas magnéticas para radioterapia: síntese, caracterização, marcação com radioisótopos e aplicação em células de tumor.
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- 08/03/2024 - Mulheres, Ciência e TecnologiaFonte: Marinha do Brasil
Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), localizada em São Paulo, realizou no dia 8 de março o Fórum "Mulheres, Ciência e Tecnologia". Presidido pelo Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, o encontro teve como propósito debater sobre pesquisas, produção científica e a refletir a participação das mulheres no campo das ciências e carreiras acadêmicas.
Na abertura, uma das mais renomadas pesquisadoras do mar no Brasil, Dra. Eliane Gonzalez, falou da sua carreira e proferiu palavras motivacionais. Em seguida, foi exibido um vídeo com depoimentos de servidoras militares e civis, destacando a participação de algumas das mulheres que contribuem diariamente para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação na Marinha do Brasil.
O Fórum contou com a participação da Diretora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Dra. Isolda Costa; da Professora da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Departamento de Engenharia Nuclear e coordenadora da Pós-graduação do Programa de Engenharia Nuclear do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE/UFRJ), Dra. Inayá Lima; da Diretora do Instituto de Pesquisas da Marinha (IPQM), Capitão de Mar e Guerra (EN) Carla de Sousa Martins; e da Encarregada da Divisão de Apoio a Saúde do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN), Capitão de Corveta (S) Andreia Carneiro da Silva.
"No domínio da Ciência e Tecnologia, as últimas décadas foram marcadas por notável desenvolvimento na presença e na contribuição feminina, com aumento significativo na participação e na legitimação do trabalho de mulheres em áreas como engenharia, ciência da computação, biotecnologia, física e outras”, disse o Almirante Rabello.
A diretora-superintendente do IPEN, Dra. Isolda Costa, comentou que o Fórum realizado pela Marinha é uma forma de incentivar novas mulheres a acreditarem que podem assumir funções diversas nas carreiras de CT&I. "Parabenizamos os organizadores por esta excelente iniciativa de trazer para o debate experiências que estão dando certo e que podem inspirar outras mulheres a considerarem como possibilidades futuras a dedicação às atividades de CT&I”.
Ainda segundo a Dra Isolda Costa, as mulheres vêm conquistando espaços em vários setores da sociedade e o setor de CT&I é um que comprova estas conquistas de forma muito clara. "Hoje temos pela primeira vez uma Ministra ocupando o cargo máximo no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, que é a engenheira eletricista Luciana Santos. No IPEN, temos pela primeira vez uma superintendente mulher e várias mulheres ocupando posições de gerentes e coordenadoras. O que tem sido observado é que ao ocupar estas posições as mulheres têm desempenhado de forma eficiente as funções que lhe são atribuídas e esta comprovação tem gerado confiança na competência das mulheres para assumir estes cargos”.
Segundo a professora Dra. Inayá, da COPPE/UFRJ, no setor nuclear, a igualdade de gênero é um desafio. Apesar de avanços nos últimos anos, ainda é um mercado majoritariamente dominado por homens. Mas, apesar das dificuldades enfrentadas, isso não significa que não existam mulheres na tecnologia nuclear que tenham marcado o setor e contribuído com suas criações. "A inclusão de mulheres na tecnologia é crucial para garantir a diversidade e a representatividade no setor nuclear. É um campo que influencia diretamente a vida cotidiana e a sociedade como um todo, e é importante sempre refletir as diferentes perspectivas e necessidades de todos os grupos sociais".
Para a pesquisadora e encarregada da Divisão de Apoio a Saúde do CEFAN, Capitão de Corveta (S) Andreia, a participação das mulheres na ciência, tecnologia e inovação é fundamental para garantir a diversidade de perspectivas e fomentar descobertas que atendam à toda a sociedade. "Enriquece o processo criativo e impulsiona a igualdade de gênero nos campos tradicionalmente dominados por homens. Além disso, promove modelos inspiradores para futuras gerações, assegurando um futuro mais inclusivo e equitativo”.
O evento foi transmitido online para todas as Organizações Militares subordinadas à DGDNTM e contou com expressiva participação de mulheres do Setor de CT&I da Marinha do Brasil.
Finalizando as homenagens, o Almirante Rabello entregou uma lembrança às participantes.
Desde que a Marinha do Brasil (MB) abriu as portas para as primeiras mulheres incorporarem seu efetivo, em 1980, novos capítulos dessa história continuam a ser escritos, dia após dia, com a competência e o empenho necessários para superar os desafios.
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- 26/02/2024 - Ipen e UFC firmam Acordo de Cooperação na área de Materiais e DivulgaçãoO Acordo contempla a realização conjunta de eventos, intercâmbios de docentes e profissionais, bem como a oportunidade para alunos, pesquisadores e colaboradores realizarem estágios nas duas instituições
O Acordo contempla a realização conjunta de eventos, intercâmbios de docentes e profissionais, bem como a oportunidade para alunos, pesquisadores e colaboradores realizarem estágios nas duas instituições
Fonte: Jornal da Ciência
A diretora-superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Isolda Costa, e a vice-reitora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Diana Cristina Silva de Azevedo, formalizaram, nesta sexta-feira, às 9h, um histórico Acordo de Cooperação Acadêmica e Técnico-Científica na área de Materiais, especificamente Corrosão, e Divulgação Científica.
A cerimônia ocorreu no Gabinete da Reitoria da UFC, em Fortaleza, reunindo pesquisadores e professores das duas instituições.
O Acordo tem como principal objetivo promover o desenvolvimento conjunto de projetos de pesquisa e divulgação nas áreas de atuação do IPEN e da UFC, visando contribuir significativamente para o avanço científico e tecnológico e compartilhar esses conhecimentos com a sociedade.
Além disso, o Acordo contempla a realização conjunta de eventos, intercâmbios de docentes e profissionais, bem como a oportunidade para alunos, pesquisadores e colaboradores realizarem estágios nas duas instituições. Essa iniciativa busca fortalecer os laços entre as comunidades acadêmicas, fomentando a colaboração e o intercâmbio de conhecimentos.
O IPEN, unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é reconhecido por sua excelência em pesquisa nas áreas de energia nuclear e materiais. A UFC, que completa 70 anos em 2024, é uma das melhores universidades do País, com infraestrutura moderna e um corpo docente altamente qualificado.
A vice-reitora Diana Azevedo expressou sua satisfação com o Acordo, destacando sua importância para a UFC: "Celebramos este acordo como uma das realizações em comemoração aos 70 anos da nossa universidade. É uma oportunidade de conectar formalmente a UFC com o IPEN, um instituto patrimônio para o Brasil.”
Isolda Costa, diretora do IPEN/CNEN, enfatizou o potencial do Acordo para novas colaborações: "Acreditamos que esse Acordo vai abrir novas oportunidades para outros pesquisadores também se juntarem. Apesar de ser específico para a área de corrosão, por estar abrigado no Departamento de Materiais da UFC, possibilitará novas parcerias em outras áreas.”
Isolda ressaltou ainda que a UFC possui infraestrutura avançada, o que propicia colaborações de alta qualidade. "Podemos fazer parcerias que reúnam essas duas infraestruturas e permitam trabalhos de excelência, não apenas na área de materiais, mas também em saúde, biotecnologia, entre outras”, salientou.
A diretora do IPEN/CNEN pretende realizar, internamente, uma campanha para identificar pesquisadores interessados em se juntar ao Acordo, ampliando as possibilidades de colaboração e pesquisa.
Diana Azevedo acrescentou que a cooperação vai além da área de materiais, estendendo-se à saúde e contribuindo para o letramento científico da população sobre as energias nucleares. Ela cita um importante fruto da colaboração que se concretizará este ano, a organização conjunta de um congresso de envergadura nacional, o 25o Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais (CBECiMat).
Engenheira química, a vice-reitora também é pró-reitora de Relações Institucionais e fez questão de estar presente na assinatura do Acordo com o IPEN/CNEN.
Participaram também da cerimônia, pela UFC, Walney Araújo, coordenador da Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais, do Centro de Tecnologia; Elineudo Pinho de Moura, chefe do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, e seu antecessor, Igor Vasconcelos; Ciro Nogueira Filho, professor do Departamento de Matemática e assessor da Reitoria, e professora Aline Abreu, assessora de Meio Ambiente do Gabinete da Reitoria.
Pelo IPEN/CNEN, estava o pesquisar Jesualdo Rossi, gerente adjunto do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CECTM). Ele é um dos coordenadores, junto a Walney Araújo e Igor Vasconcelos, do 25oCBECiMat, que este ano será realizado em Fortaleza, de 24 a 28 de novembro.
Para Walney, "a grande importância desse acordo de cooperação é, primeiramente, a troca de experiências na área de engenharia e ciências materiais. Em seguida, é compartilhar essa interação IPEM-UFC com toda a universidade, a partir da participação de alunos e professores em projetos conjuntos, aproveitando a infraestrutura das duas instituições”, concluiu.
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- 26/02/2024 - Pesquisadores do IEN/CNEN desenvolvem microesferas de vidro para ajudar no combate ao câncer. A pesquisa inédita pode chegar ao SUSFonte: Blog da jornalista Tânia Malheiros
Pesquisadores do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), no Rio, desenvolveram e patentearam pesquisa inédita cujos resultados prometem ser promissores no combate a alguns tipos de câncer passíveis de tratamento a partir de radioembolização. A técnica envolve a entrega precisa de microesferas carregadas com produtos radioativos até a região específica do tumor, reagindo de maneira mais segura e precisa à radioterapia, especialmente em casos de tumores no fígado que não permitem cirurgia.
Segundo o IEN/CNEN, "a pesquisa inovadora conseguiu dois avanços importantes: primeiro, a produção, em laboratório, de microesferas a partir de vidro reciclável, uma matéria-prima abundante no Brasil e que pode desafogar a cadeia produtiva de impacto ao meio ambiente; o outro insight foi dopar as microesferas com 166 Hólmio por trata-se de um radioisótopo subestimado, mas que apresenta uma ótima capacidade de usos em terapias oncológicas”.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 704 mil casos novos de câncer devem ser registrados no Brasil em 2024. Este número reflete a necessidade constante de pesquisas sobre a doença, que pode afetar várias partes do corpo humano, e também estratégias de tratamentos que sejam eficazes e mais acessíveis à população, sobretudo devido ao aumento de ocorrências em todas as idades.
Sob a responsabilidade do farmacêutico e pesquisador Ralph Santos-Oliveira, a patente: BR 10 2023 023825-4, com o título: "Reciclagem de vidro para fins médicos: produção de microesferas de matriz vítrea dopadas com 166Hólmio para radioembolização hepatocelular”, desenvolvida no Laboratório de Nanorradiofármacos apresenta um produto 100% nacional e com grande impacto social.
Caminho da pesquisa
A CNEN informou que a pesquisa do IEN – e o resultado promissor – só foi possível graças a estudo anterior sobre novos radiofármacos para terapia oncológica, no qual os cientistas envolvidos chegaram a avanços significativos. A partir daí, em 2020, a equipe de Ralph Santos Oliveira decidiu encarar os desafios práticos relacionados à radioembolização.
"Lembro de ter lido algo sobre o Brasil ser 100% dependente da importação das microesferas acrílicas, até então utilizadas, e que os valores dessas microesferas eram absurdamente altos, em termos de 10 mil a 15 mil dólares; e também o fato de que o Brasil não tinha nenhum tipo de rota de produção desse material. Hoje, conseguimos superar esta deficiência”, comemora Ralph.
Rumos da descoberta
O pesquisador destaca que, a partir dos resultados já alcançados, existe a possibilidade de ampliação das técnicas de radioembolização para o Sistema Único de Saúde (SUS) de forma rotineira, uma vez que é possível ao país ter um radiofármaco nacional, barato e fácil de se produzir, sem falar no alto rendimento dos resultados.
"Isto é uma grande missão e, na verdade, é o reforço do comprometimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear com a nossa sociedade. A renovação desse empenho nosso com a sociedade se faz através de uma oferta de um produto que possa, de fato, facilitar e alterar a conduta clínica de alguns milhares de pacientes por ano”, lembra o farmacêutico.
Ralph conta que sua equipe tem trabalhado, atualmente, com outras aplicações da microesfera, em parceria com pesquisadores das Universidades Federais do Maranhão (UFMA) e do Rio de Janeiro (UFRJ).
"Além da radioembolização, hoje, nós estamos estudando outras aplicações para estas microesferas, o que provavelmente será uma expansão dessa patente. Certamente virão resultados bastante interessantes sobre a possibilidade de uma nova aplicação das microesferas”, adianta o pesquisador.
Eficácia do tratamento
Segundo o pesquisador, a radioembolização permite uma maior eficácia no tratamento de alguns tipos de câncer, principalmente no fígado, proporcionando uma forma de melhorar a vida de pacientes que já não podem fazer cirurgia.
"É um procedimento que se propõe a oferecer mais qualidade de vida e tempo de sobrevida de pacientes, sendo uma técnica que utiliza microesferas carregadas com isótopos radioativos que podem alcançar e penetrar internamente no tumor destruindo as células tumorais através de radiação emitida”. A radioembolização é considerada um tratamento adicional, podendo ser aplicado em associação a outros tipos de tratamento como a quimioterapia.
Estudos clínicos
Atualmente, já existem estudos clínicos que apontam o carcinoma hepatocelular (CHC) como sendo responsável por 90% dos cânceres hepáticos (fígado) primários, tornando-se um problema de saúde crescente em todo o mundo. A maioria dos pacientes apresenta a doença em estágio avançado. A radioembolização usando 90Yttrium tem sido usada há mais de uma década para estes casos, porém, estudos apontam que o uso de 166Hólmio pode oferecer uma abordagem mais personalizada em termos de imagem e dosimetria.
(FOTO E FONTE – IEN/CNEN)
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- 23/02/2024 - UFC e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) firmam acordo; ciência de materiais e divulgação científica são focoFonte: Universidade Federal do Ceará
A Universidade Federal do Ceará (UFC) oficializou, por meio da assinatura de um acordo ocorrida nesta sexta-feira (23), cooperação técnica com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Na ocasião, a vice-reitora no exercício da Reitoria, Profª Diana Azevedo, recebeu a coordenadora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do IPEN, Profª Isolda Costa, e Jesualdo Luiz Rossi, professor titular do IPEN e gerente-adjunto do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CECTM) da instituição paulista.O acordo tem como objetivo principal o desenvolvimento conjunto de projetos de pesquisa e a divulgação das respectivas áreas de atuação das duas instituições na sociedade. O documento prevê parceria nas áreas de materiais (especificamente corrosão) e divulgação científica, com potencial de estender-se a temas como saúde, meio ambiente, energias renováveis, energia nuclear e indústria. Outra meta é a promoção conjunta de eventos relacionados às áreas da cooperação, intercâmbios de docentes dos programas de pós-graduação do IPEN/CNEN e da UFC, bem como a realização de estágios em ambas as instituições por alunos, pesquisadores e colaboradores.
Em um momento inicial do encontro, a Profª Isolda detalhou a infraestrutura, as linhas de pesquisa e os serviços prestados à sociedade e ao setor produtivo pelo IPEN, que conta com dois dos quatro reatores nucleares em atividade no País e fornece insumos para diversos procedimentos de diagnóstico médico, como os exames de cintilografia feitos no Sistema Único de Saúde (SUS).
"Nós temos no IPEN várias áreas de pesquisa que se coadunam com aquelas realizadas na UFC. São exemplos os trabalhos em energias renováveis, combustíveis e hidrogênio, que são temas onde a UFC tem expertise. Firmando esse acordo, acreditamos que a aproximação será muito maior. Poderemos trazer mais professores e pós-graduandos para se juntarem a esse trabalho de colaboração, além de juntar forças para divulgar as pesquisas de diversas áreas, dentro e fora das instituições”, explicou a coordenadora.
De acordo com Isolda, tanto o IPEN/CNEN quanto a UFC possuem infraestruturas muito boas, que se somarão na produção de pesquisas de alta qualidade. "Isso elevará a possibilidade de divulgação de resultados em revistas de alto fator de impacto no País e no mundo. Esse trabalho em rede será capilarizado muito mais rapidamente. É o começo de um novo caminho, com muito crescimento e atração de pesquisadores”, vislumbrou a representante do IPEN/CNEN.
A vice-reitora Diana Azevedo explanou aos presentes sobre a distribuição geográfica da UFC, seu processo de expansão, os recursos laboratoriais disponíveis e conceituados programas de pós-graduação, especialmente os de nota 6 e 7. Ela expressou sua satisfação com o acordo, ressaltando sua significância para a UFC: "Comemoramos este acordo como uma das conquistas em celebração aos 70 anos de nossa instituição. Representa uma oportunidade para estabelecer uma conexão formal entre a UFC e o IPEN, um instituto de grande importância para o Brasil. A cooperação abrange não apenas a área de materiais, mas também se estende à educação, contribuindo para a alfabetização científica da população sobre questões relacionadas às energias nucleares”, afirmou, enfatizando um resultado significativo dessa colaboração que será concretizado ainda este ano, que é a organização conjunta do 25º Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais (CBECiMat), evento de envergadura nacional a ser realizado em novembro em Fortaleza.
Os próximos desdobramentos da parceria serão um levantamento, a ser feito na UFC e no IPEN, para identificar pesquisadores interessados em integrar as atividades previstas no acordo, ampliando as possibilidades de colaboração e pesquisa, além da organização conjunta do 25º CBECiMat, em cuja comissão organizadora estão os professores Jesualdo Rossi, Walney Araújo e Igor Vasconcelos, os dois últimos do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFC.
Participaram da reunião os pesquisadores Igor Frota Vasconcelos, Walney Silva Araújo e Elineudo Pinho de Moura (DEMM-UFC); a assessora de Meio Ambiente do Gabinete do Reitor, Profª Aliny Abreu; o assessor especial do Gabinete da Reitoria, Prof. Ciro Nogueira Filho; e o coordenador de Articulação Política Institucional do Gabinete da Reitoria, Daniel Fonsêca.
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- 23/02/2024 - Prêmios Mulheres Brasileiras em QuímicaO prazo para inscrições é até o dia 22 de março de 2024
O prazo para inscrições é até o dia 22 de março de 2024
Fonte: American Chemical SocietyPropósito
O "Prêmio Mulheres Brasileiras na Química", uma iniciativa da American Chemical Society e da Sociedade Brasileira de Química, tem como objetivo promover a igualdade de gênero, com foco na comunidade química brasileira, e reconhecer o impacto da diversidade na pesquisa científica em química. Assim, o prêmio busca mulheres cientistas com contribuições relevantes e pesquisas de destaque no campo da química e ciências afins.
Descrição
O prêmio é concedido em três categorias: "Líder Emergente em Química e Ciências Correlatas", "Liderança na Indústria" e "Liderança na Academia". O prêmio é patrocinado pela CAS e ACS Publications, duas divisões da ACS, e as inscrições são aprovadas em conjunto pela SBQ e pela ACS.
O prêmio oferecerá a cada vencedor
- Um prêmio em dinheiro no valor de US$ 2.000;
- Um ID de acesso ao SciFinder válido por um ano;
- Filiação à ACS e SBQ pelo período de um ano;
- Um certificado do prêmio em inglês;
- Uma placa de homenagem em português;
- Cobertura na C&EN e no Boletim SBQ, bem como nas redes sociais oficiais da SBQ e do Núcleo Mulheres SBQ;
- Inscrição gratuita para um curso oferecido pelo ACS Institute.Elegibilidade
Qualquer pessoa que se identifique como mulher é bem-vinda para se candidatar aos prêmios, que serão dados em três categorias:
Líder Emergente em Química e Ciências Correlatas:
Este prêmio considerará as realizações de um jovem cientista ou empreendedor notável na Química ou em áreas relacionadas. Este líder emergente excepcional deverá ter até 40 anos de idade, ou não ter concluído seu doutorado há mais de 10 anos, concluído em 2023. Em caso de maternidade, para uma licença-maternidade acrescentam-se dois anos ao limite de idade ou ao período após a conclusão do doutorado. Para duas ou mais licenças-maternidade, acrescentam-se três anos. Os critérios serão avaliados de acordo com três aspectos principais: (a) campo do ensino, com base nas atividades da candidatura relacionadas ao ensino e orientação de discentes de graduação e pós-graduação; (b) campo da pesquisa, com base na contribuição da candidatura para o avanço da ciência e da sua área de pesquisa, avaliada por meio de seus artigos científicos publicados de forma independente (como autor correspondente), patentes, apresentações em congressos e palestras, e (c) atividades de extensão e projetos sociais, alinhados à comunicação pública da ciência e às ações de promoção da equidade de gênero na ciência.Requisitos mínimos para esta categoria:
- Cinco artigos publicados (como autor correspondente) em periódicos científicos indexados no JCR;
- Quatro teses de doutorado e/ou dissertações de mestrado defendidas como orientadora principal;
- Quatro palestras plenárias apresentações fora da instituição de origem;
- Um projeto (como coordenadora) aprovado por uma agência de fomento.Liderança na Indústria:
Este prêmio representará uma mulher que trabalha nas indústrias química, farmacêutica ou de biotecnologia, cujas pesquisas e inovações criativas geraram descobertas que desenvolvem para o sucesso comercial e o benefício da sociedade. Os critérios serão avaliados de acordo com quatro aspectos principais: (a) campo da inovação, com base em patentes depositadas e produtos ou processos desenvolvidos; (b) campo de liderança, baseado na coordenação de equipes, projetos ou grupos de trabalho, na transferência de conhecimento para suas equipes e grupos de trabalho ou na criação de start-ups; (c) reconhecimento profissional, com base em prémios, destaques e promoções dentro e fora da sua empresa, e (d) campo de interação externa, baseado no desenvolvimento de projetos de pesquisa em parceria com universidades, instituições de pesquisa e empresas parceiras.Requisitos mínimos para esta categoria:
- Um artigo publicado (como autor principal) em periódicos científicos indexados no JCR;
- Duas patentes submetidas a órgãos nacionais ou internacionais de propriedade intelectual;
- Desenvolvimento de soluções inovadoras (novos produtos, serviços, processos etc.) que são/foram comercialmente viáveis – é necessária documentação comprobatória.Liderança na Academia:
Este prêmio representará uma mulher com uma carreira consolidada na academia e cuja contribuição para a pesquisa científica na Química terá um impacto global e social. Os critérios serão avaliados de acordo com três aspectos principais: (a) campo do ensino, com base nas atividades da candidatura relacionadas ao ensino e orientação de alunos de graduação e pós-graduação; (b) campo da pesquisa, com base na contribuição da candidatura para o avanço da ciência e da sua área de pesquisa, avaliada por meio de seus artigos científicos publicados de forma independente (como autor correspondente), patentes, apresentações em congressos e palestras, e (c) atividades de extensão e projetos sociais, alinhados à comunicação pública da ciência e às ações de promoção da equidade de gênero na ciência.Requisitos mínimos para esta categoria:
- 25 artigos publicados (como autor correspondente) em periódicos científicos indexados no JCR;
- 20 teses de doutorado e/ou dissertações de mestrado defendidas como orientadora principal;
- 10 palestras plenárias apresentadas fora de sua instituição de origem;
- Cinco projetos (como coordenadora) aprovados por agências de fomento.Como se inscrever
Para periodicidade e autoindicações: Clique aqui para criar uma conta e realizar sua inscrição
Processo de julgamento
Um painel de jurados analisará todas as solicitações recebidas. Este painel será composto por representantes da SBQ (e seu Núcleo Mulheres) e representantes globais da ACS, em igual número. O processo de revisão será baseado em critérios de avaliação ponderados e específicos para cada categoria do prêmio.
Cerimônia de premiação
As vencedoras serão premiadas no dia 25 de maio de 2024, durante o Simpósio do Núcleo Mulheres SBQ, que acontecerá na 47ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, de 22 a 25 de maio de 2024, na cidade de Águas de Lindóia – SP, Brasil. Como parte da programação do simpósio, os vencedores apresentarão suas contribuições para as ciências químicas no Brasil.
História
O Prêmio Mulheres Brasileiras na Química é promovido anualmente desde 2018 pela American Chemical Society (ACS) e pela Sociedade Brasileira de Química (SBQ) com o objetivo de promover a igualdade de gênero na Química e em áreas afins.
Clique e confira a lista das premiadas nas edições anteriores.
Contatos
Regiane Bracchi (r_bracchi@acs.org)
Gerente para a América Latina, ACS PublicationsProfa. Dra. Claudia Rezende (crezende@iq.ufrj.br)
Membro do Conselho Consultivo da SBQ e Coordenadora do Núcleo Mulheres SBQ -
- 22/02/2024 - Embrapii e FAPESP vão investir R$ 150 milhões em Centros de Competência localizados no Estado de São PauloAcordo de Cooperação Técnica entre as instituições foi firmado ontem, em evento realizado na sede da Fiesp. Recursos serão destinados a pesquisas nas áreas de Open RAN e Terapias Avançadas
Acordo de Cooperação Técnica entre as instituições foi firmado ontem, em evento realizado na sede da Fiesp. Recursos serão destinados a pesquisas nas áreas de Open RAN e Terapias Avançadas
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) assinaram ontem (21/02) um Acordo de Cooperação Técnica que pode viabilizar um investimento total de R$ 150 milhões em dois Centros de Competência Embrapii localizados no Estado de São Paulo – um em Campinas e outro na capital. A parceria abre a possibilidade de que a Fapesp venha a aportar até R$ 75 milhões para pesquisas nas áreas de Open RAN (rede de acesso aberta via rádio, na sigla em inglês) e Terapias Avançadas, dobrando o investimento previsto inicialmente para essas iniciativas, que vão impulsionar pesquisas estratégicas para o país em áreas de fronteira tecnológica.
A solenidade de oficialização do acordo ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), durante o 1° Roadshow Centros de Competência da Embrapii. Estiveram presentes o presidente da Embrapii, Chico Saboya, o diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, Carlos Américo Pacheco, e representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Saúde, além de instituições representativas do setor produtivo.
"A FAPESP está muito satisfeita em firmar esta parceria com a Embrapii. A Fundação atua no fomento à inovação há mais de 20 anos, por meio do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas [PIPE] e dos Centros de Pesquisa em Engenharia [CPEs], que apoiam pesquisas colaborativas entre universidades, institutos e empresas. Os centros de competência hoje anunciados abrem outra possibilidade de apoio à inovação e, com certeza, vão estimular outras modalidades de cooperação entre a FAPESP e a Embrapii”, destacou Pacheco. "Tal como fazemos numa parceria com o CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], no apoio aos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia [INCTs], os centros aqui anunciados poderão submeter projetos para a FAPESP, que vai analisá-los pelos seus critérios e decidir pela suplementação dos recursos. Tenho certeza de que teremos boas razões para comemorar no futuro próximo fortalecendo as competências dessas instituições”, acrescentou.
Com um modelo inédito, os Centros de Competência Embrapii pretendem construir conhecimento e criar pontos de referência no país para pesquisas em áreas de tecnologias de fronteira.
"É importante registrar esse avanço da Embrapii, nestes dois últimos anos, de incorporar uma nova modalidade de desenvolvimento tecnológico para a indústria, com um modelo mais proativo, em que, por meio desses Centros de Competência, a gente tem como desbravar as tecnologias de fronteira. E temos a satisfação de adicionar a FAPESP a essepoolde entidades, já formado por MCTI e Ministério da Saúde”, ressaltou Saboya.
Open RAN
O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), localizado em Campinas (SP), foi selecionado em maio de 2023 para a gestão do Centro de Competência Embrapii em Open RAN. O contrato prevê o aporte de R$ 60 milhões da Embrapii, oriundos do Programa Prioritário PPI IoT/Manufatura 4.0, do MCTI. Com mais R$ 60 milhões, a serem aplicados pela FAPESP, o montante investido vai chegar a R$ 120 milhões. Além disso, deverão ser captados no mínimo mais R$ 6 milhões junto a empresas associadas, chegando a um total de pelo menos R$ 126 milhões.
O Centro de Competência Embrapii em Open RAN tem como foco o desenvolvimento de tecnologias abertas para infraestrutura de redes de telecomunicações. Atualmente, as redes são dependentes de equipamentos produzidos por poucos fornecedores que oferecem soluções proprietárias. O Centro de Competência Embrapii em Open RAN permitirá que empresas se especializem no desenvolvimento de software e hardware abertos, possibilitando o surgimento de novas empresas no segmento e aumentando a oferta de equipamentos e soluções às operadoras de rede.
Terapias Avançadas
A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein vai receber R$ 15 milhões da Embrapii, provenientes do Ministério da Saúde, para as pesquisas do Centro de Competência Embrapii em Terapias Avançadas. Com o acordo, a FAPESP passa a aportar o mesmo valor, somando um investimento de R$ 30 milhões. A instituição gestora, selecionada em setembro de 2023, ainda deverá buscar mais R$ 2,3 milhões junto a empresas associadas, o que representa um aporte total de pelo menos R$ 32,3 milhões.
O Centro de Competência Embrapii em Terapias Avançadas tem a missão de avançar no estudo de terapias gênicas para tratamentos inovadores contra doenças ainda sem terapias resolutivas. O Einstein vai desenvolver pesquisas que buscam soluções de fronteira a partir da potencialização ou modificação da atuação de células humanas. As terapias gênicas podem ajudar a reduzir ou eliminar a necessidade de tratamentos contínuos que podem durar a vida toda, além de permitir o desenvolvimento de tratamentos para doenças sem respostas satisfatórias.
Os Centros de Competência
Os novos centros vão atuar em temas diferentes e serão responsáveis por soluções inovadoras com o objetivo de viabilizar grandes tendências da indústria para o futuro. No total, serão nove unidades, com um investimento total de R$ 495 milhões da Embrapii, valor que será alavancado por meio de parcerias com novas instituições investidoras e contratos a serem firmados com empresas associadas. Além de Open RAN e Terapias Avançadas, já foram anunciadas iniciativas nas áreas de Tecnologia Quântica; Tecnologia e Infraestruturas de Conectividade 5G e 6G; Tecnologias Imersivas Aplicadas a Mundos Virtuais; Plataformas de Hardware Inteligentes e Conectadas; e Segurança Cibernética.
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- 19/02/2024 - Inscrições Prorrogadas - CNEN publica Edital PCI/CNEN N° 01/2024 do Programa de Capacitação Institucional - PCIFonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) torna público o Edital PCI/CNEN Nº 01/2024 do Programa de Capacitação Institucional – PCI para a realização do processo seletivo de bolsistas para execução de projetos PCI, nos termos aqui estabelecidos.
O Edital tem por finalidade a seleção de especialistas, pesquisadores, tecnologistas e técnicos que possam contribuir para a execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento, no âmbito do Programa de Capacitação Institucional - PCI.
Nesta Chamada Pública, haverá bolsas de longa duração, de até 10 (dez) meses de vigência.
As inscrições foram prorrogadas e estarão abertas de 22 de janeiro a 15 de março de 2024. O resultado final será divulgado até 5 de abril, na página eletrônica da CNEN, no endereço e na Intranet de suas Unidades Técnicos-Científicas, e a implementação das bolsas será dentro dos prazos e critérios estipulados para cada uma das 23 modalidades, conforme estabelecido nas normas do CNPq.
As inscrições deverão ser encaminhadas para o Serviço de Gestão de Desenvolvimento de Pessoas (SEGDP) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares- IPEN/CNEN/SP, exclusivamente via e-mail, no endereço pci.programa@ipen.br, contendo no assunto a expressão: "Edital PCI/CNEN 01/2024 – Inscrição”.
Os critérios para classificação dos candidatos quanto ao mérito técnico-científico são:
- Alinhamento do histórico acadêmico e profissional do proponente às competências e atividades exigidas à execução do projeto;
- Adequação do perfil do proponente ao projeto a ser apoiado;
- Experiência prévia do proponente em projetos científicos, tecnológicos ou de inovação na área do projeto de pesquisa selecionado;
- Experiência prévia do proponente em projetos científicos, tecnológicos ou de inovação na área nuclear; e
- Experiência prévia do proponente em projetos científicos, tecnológicos ou de inovação no âmbito da CNEN.
Todos os critérios poderão receber nota de 0 (zero) a 10,0 (dez). O que os diferenciam são os pesos. O critério A tem peso 3,0 (três), o B e o C têm peso 1,0 (um) e os demais, 0,1 (um décimo). As informações relativas a cada um deverão constar no Currículo Lattes do proponente.
Documentos para a inscrição neste link.
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- 16/02/2024 - CNEN usa disfarces e carros descaracterizados em visita a local preferencial para rejeitos radioativosFonte: Blog Tania Malheiros
Projeto CENTENA"Disfarçados, em carros descaracterizados”, equipes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) já fizeram uma primeira visita ao local preferencial, entre um grupo de seis áreas, para abrigar o depósito definitivo destinado ao armazenamento dos rejeitos de baixa e média radioatividade, denominado Projeto CENTENA (Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental). A informação foi dada pelo presidente da CNEN, Francisco Rondinelli, durante o Seminário Resultados do Projeto Centena, realizado no auditório do CDTN (Centro de Desenvolvimento Tecnológico Nuclear (CDTN), da Comissão, no dia 4 de dezembro de 2023, ou seja, cerca de 20 dias antes de o Tribunal de Contas da União (TCU) registrar em documentos, divulgados pelo BLOG, alertas sobre o atraso no andamento do CENTENA.
Durante o seminário, que está gravado no YOUTUBE, foi informado várias vezes que o CENTENA deverá ocupar uma área do Exército Brasileiro, como consta na documentação do TCU. Em nota, enviada ao BLOG nos dias 5 e 9 deste mês, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que o programa CENTENA "não faz parte dos projetos estratégicos” do órgão; e que o local que abrigará o depósito está em estudos pela CNEN. No seminário em dezembro, Rondinelli anunciou que outras visitas ao local seriam feitas em janeiro deste ano.
Centrais atômicas podem parar
O atraso no andamento do projeto, de responsabilidade da CNEN, levou o Tribunal de Contas da União (TCU) a elaborar documentos com diversos alertas à Comissão, que o blog tem divulgado. O TCU alerta, por exemplo, que, sem o CENTENA, as usinas Angra 1 e Angra 2, poderão parar de funcionar até 2028; além de inviabilizar autorizações para Angra 3, em obras desde 1984. Os depósitos das centrais atômicas estão operando próximos da capacidade limite: Angra 1, o limite deve ocorre em até 2028; e Angra 2, em 2036.
A falta de definição sobre o local da construção era um dos maiores entraves para a Comissão que buscava uma solução junto ao Exército Brasileiro (EB). Documentos do TCU mostram que havia conversações com o Exército para a liberação de uma área no Estado do Rio, o que o Exército não confirmou. Embora não tenha sido citado no documento, o município de Paty do Alferes, foi consultado no início do ano passado.
O prefeito Juninho Bernardes (Solidariedade), confirmou o contato do Exército brasileiro e disse que está preocupado e contra "essa eventual instalação no município, uma vez que este é uma região agrícola e qualquer contaminação poderia gerar dano ambiental severo e ainda problemas de saúde”. Segundo a documentação, o CENTENA receberá todos os rejeitos de baixa e média radioatividade provenientes da operação das usinas nucleares, do futuro Reator Multipropósito Brasileiros (RMB) e de aplicações na medicina, indústria, pesquisa e meio ambiente. O projeto contempla também laboratórios de pesquisa e desenvolvimento para avaliação de qualidade dos insumos e produtos e monitoramento do comportamento dos componentes do sistema de deposição.
CENTENA, segundo a CNEN
O Projeto CENTENA tem como objetivo projetar, construir e comissionar um centro tecnológico que, além de armazenar definitivamente os rejeitos radioativos, vai contar com edificações de apoio operacional e instalações para pesquisa e desenvolvimento tecnológico, informa a CNEN em suas ferramentas digitais.
Este Repositório armazenará os rejeitos radioativos tratados provenientes da utilização da energia nuclear no Brasil na indústria, na medicina, na pesquisa, na geração de energia e no meio ambiente, bem como do descomissionamento de instalações radioativas e nucleares. O empreendimento ocupará cerca de 40 hectares, compreendendo as áreas de armazenamento e toda a infraestrutura necessária para garantir a segurança durante as etapas de operação e guarda institucional (Figura 1). As áreas de deposição (Figura 2), cujo conceito é de múltiplas barreiras, estão sendo planejadas para abrigar o inventário radioativo até 2080.
Além de edifícios convencionais, o CENTENA conta também com uma edificação para receber, controlar, armazenar e acondicionar os embalados com rejeitos tratados, bem como laboratórios ambiental e de radioproteção para executar o Programa de Monitoração Ambiental (PMA) e o Plano de Proteção Radiológica. De modo a garantir a segurança do público e a preservação do meio ambiente, os rejeitos a serem armazenados deverão obedecer aos critérios de aceitação definidos em norma e pela análise de segurança. Prevê-se um período de operação da instalação de 60 anos e de vigilância, após seu fechamento, de 300 anos.
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- 15/02/2024 - Pesquisador do CDTN lança livro sobre a energia nuclearA obra aborda conceitos introdutórios sobre o tema
A obra aborda conceitos introdutórios sobre o tema
Fonte: CDTN
O pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Amir Zacarias Mesquita, lançou o livro "Energia Nuclear: uma introdução”, pela Editora da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A obra aborda, em seis capítulos, os conceitos fundamentais para o entendimento da engenharia nuclear, à física de nêutrons, a transferência de calor, os tipos mais comuns de reatores e o ciclo do combustível nuclear.
"O objetivo não é esgotar o tema, mas auxiliar o estudante, fornecendo, de modo resumido, em linguagem simples e ilustrada, uma visão geral dos fenômenos ligados à transformação da matéria em energia”, comenta Amir Mesquita.
Mesquita atua há 44 anos no CDTN, foi operador do reator de pesquisa TRIGA e integra o corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais do CDTN. Parte da obra é baseada no Curso de Treinamento de Operadores em Reatores de Pesquisa, ministrado no CDTN, que formou dezenas de operadores dos reatores de potência e de pesquisa, entre eles o próprio autor.
O prefácio do livro foi escrito pelos professores Aquilino Martinez (UFRJ), José Augusto Perrota (CNEN) e Leonam Guimarães (Eletronuclear/Amazul).
Para adquirir o livro, acesse o site da editora.
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- 13/02/2024 - Ciência no ritmo da bateria... nuclear!!!Fonte: Brasil Com Ciência
O programa de divulgação científica Brasil Com Ciência divulga em sua edição de 13/02/2024 o desenvolvimento da primeira bateria nuclear no Brasil por pesquisadores do IPEN-CNEN. A entrevista feita pelo jornalista e apresentador Edmon Garcia com a coordenadora do projeto, Maria Alice Morato Ribeiro, do Centro de Engenharia Nuclear, e com Carlos Zeituni, do Centro de Tecnologia das Radiações, inicia-se aos 28 minutos e 40 segundos do programa. Ambos comentam sobre o desenvolvimento da bateria, suas aplicações e perspectivas. O programa Brasil Com Ciência é uma produção do Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial - SindCT, em parceria com a TVT
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- 09/02/2024 - A Rosatom se coloca como parceira do Brasil e defende que o país possa expandir todas as suas capacidades nuclearesFonte: Petronotícias
O Petronotícias traz hoje (9) para seus leitores uma entrevista especial de um executivo russo que chegou no Brasil há nove anos, mas que já está com traços verde e amarelo, torcendo pelo Fluminense, sentindo-se do Rio de Janeiro, já até falando gírias e com o famoso "chiado” carioca em seu português quase sem sotaque: Ivan Dybov. Ele preside no Brasil e na América Latina a maior empresa russa ligada ao setor nuclear: a gigante Rosatom. Quem não acompanha o setor nuclear de perto, conhece pouco a integração dela com a infraestrutura em nosso país. Hoje, a Rosatom trabalha com a Eletronuclear e as nossas usinas, fornecendo combustíveis nucleares; é a maior fornecedora de radiofármacos usados na medicina nuclear em nosso país; fornece equipamentos para o reator IPR-R1 do Centro de Pesquisas Nucleares de Belo Horizonte para modernização e monitoramento do fluxo de nêutrons; e ainda tem outros grandes projetos em andamento, como a fibra de carbono e as famosas impressoras 3D.Ele defende que o Brasil possa desenvolver projetos na área de medicina nuclear e no aumento de toda sua capacidade nuclear: "A Rosatom tem muito a oferecer aos parceiros em cada uma destas áreas, sendo a única empresa no mundo que possui competências em toda a cadeia tecnológica do ciclo de combustível nuclear”, diz. Além disso, ele projeta novas atividades propostas este ano: "Estamos promovendo diversos equipamentos e outros produtos médicos produzidos e tecnologias de ponta, como fibra de carbono e impressoras 3D”.Vamos então conhecer juntos todo o potencial dessa grande empresa russa e a sua importância no desenvolvimento dos projetos no Brasil. Com a palavra, Ivan Dybov:
– Quais são os principais projetos que a Rosatom já tem no Brasil?
– O ano de 2023 representou um período de sucesso para nós no desenvolvimento da cooperação com o Brasil em diversas áreas. Iniciamos o fornecimento de produtos e serviços do ciclo do combustível nuclear sob contratos de longo prazo, celebrados pela Rosatom em 2022 e 2023 após licitações abertas. Sob esses contratos, a Corporação Estatal suprirá 100% das necessidades da Central nuclear Almirante Álvaro Alberto (Angra) de urânio enriquecido no período de 2023 a 2027. Isso estabelece uma base sólida para expandir a cooperação na área da energia nuclear.
Além disso, continuamos a fornecer isótopos para as necessidades de saúde do Brasil. No final de 2023, as exportações de produtos isotópicos da Rosatom aumentaram 15%, inclusive devido ao fornecimento a países latino-americanos. Em particular, em 2023, a Rosatom celebrou um contrato de cinco anos com o Brasil para o fornecimento de produtos médicos.
Além disso, em 2023, fornecemos equipamentos para o reator de pesquisa IPR-R1 do Centro de Pesquisas Nucleares de Belo Horizonte. O equipamento foi fornecido e instalado mediante contrato com a estatal brasileira Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN) para modernização de equipamentos de monitoramento de fluxo de nêutrons.
Adicionalmente, em 2023, a Rosatom venceu uma licitação da Eletronuclear para o fornecimento de mais de 100 kg de hidróxido de lítio-7 destinado ao uso no sistema de refrigeração dos reatores de ambas as unidades de energia em operação da Usina Nuclear de Angra. Em 2023, fizemos os primeiros embarques de isótopos de lítio no âmbito deste contrato, e também fornecemos isótopos de zinco para uso industrial no âmbito de um contrato celebrado em 2022.
– Que sugestões você gostaria de passar para o governo ou para o mercado do Brasil com o objetivo de melhorar as condições de negócios no setor nuclear do país?
– Atualmente, observamos um crescente interesse do governo do Brasil no desenvolvimento da energia nuclear. Em particular, em 2023, a Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares – ABDAN sediou em Brasília o evento "Nuclear Legacy”, que foi realizado em um nível muito alto com a participação de representantes do governo, incluindo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a ministrada Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Marco Antônio Amaro dos Santos, os deputados Júlio Lopes e Aureo Ribeiro, entre outras autoridades. Este nível de participação elevado demonstra o interesse do país no desenvolvimento da energia nuclear.
Representantes do governo do Brasil têm afirmado repetidamente a necessidade de implementar projetos específicos na área do ciclo de combustível nuclear, da medicina nuclear e da construção de novas capacidades nucleares.
A Rosatom tem muito a oferecer aos parceiros em cada uma destas áreas, sendo a única empresa no mundo que possui competências em toda a cadeia tecnológica do ciclo de combustível nuclear e em todas as áreas de aplicação de tecnologias nucleares não só energéticas, mas também não energéticas.
Uma das áreas mais promissoras para o desenvolvimento de parceria com o Brasil é a medicina nuclear, na qual já temos uma cooperação bem estabelecida; mesmo durante a pandemia, conseguimos garantir o fornecimento de produtos isotópicos, cumprindo os acordos celebrados.
– Este ano haverá novos eventos internacionais na área nuclear aqui no Brasil. Como o senhor vê este ano para os negócios da Rosatom?
– Vemos potencial para desenvolver a cooperação no setor nuclear, formando parcerias com empresas públicas e privadas no Brasil para estabelecer a produção de radiofármacos de última geração, de acordo com os padrões GMP (Sistema de Boas Práticas de Fabricação). A implementação de tal projeto garantirá o fornecimento ininterrupto de radiofármacos tradicionais e avançados aos pacientes no Brasil e ampliará a gama de serviços prestados em medicina nuclear no país.
Outro tema relevante para o Brasil é a criação de capacidades para a esterilização de insumos médicos por meio de tratamento de radiação. Estamos buscando parceiros privados para implementar conjuntamente tal projeto.
Além disso, estamos promovendo diversos equipamentos e outros produtos médicos produzidos pelas empresas da Rosatom e tecnologias de ponta, como fibra de carbono e impressoras 3D.
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- 07/02/2024 - IPT passa a integrar projeto-piloto de ônibus a hidrogênio ao lado da EMTU e da USPFonte: Diário do TransporteO IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo foi incorporado aoconvênio assinado em agosto de 2023 entre a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e a USP (Universidade de São Paulo, através da Escola Politécnica) para o desenvolvimento de um projeto de ônibus movido a célula a combustível hidrogênio.O projeto-piloto inclui a construção de uma estação que, conforme anunciado no ano passado, ainda no primeiro semestre de 2024 terá a capacidade de produzir em torno de 5 kg do combustível por hora.O hidrogênio será obtido a partir do etanol.Para incluir o IPT no convênio, foi assinado um aditivo na última sexta-feira, 02 de fevereiro de 2024, que prorroga o prazo de vigência do documento para 20 anos.O IPT cria e aplica soluções tecnológicas para setores da economia, governos e sociedade. Vinculado ao Governo do Estado de São Paulo, realiza projetos e estudos desde 1899.Como mostrou o Diário do Transporte na época, o projeto está estimado em um custo de R$ 182 milhões. A estação conta com edifício, instalações e equipamentos. As células a combustível produzidas pela estação geram eletricidade internamente a partir do hidrogênio.Os testes vão envolver três ônibus, que circularão pelo Campus da USP, na região do Butantã, zona Oeste da capital paulista, e um carro da Toyota que também participa do projeto, juntamente com a Shell, Raízen, Senai e Hytron.Os ônibus já circularam pelo Corredor Metropolitano ABD, num projeto que não avançou, e foram reformados pela encarroçadora Marcopolo, por meio de um contrato de R$ 671 mil (R$ 671.624,79), como mostrou o Diário do Transporte no dia 11 de abril de 2023.O governador Tarcísio de Freitas disse, em nota em agosto de 2023, que devem ser criadas leis e alterada a legislação atual para incentivar a produção de hidrogênio como combustível."Vamos estruturar a legislação, marcos regulatórios e fomentar essa produção para que a gente ganhe escala e São Paulo, de fato, seja líder na transição energética que vai diminuir nossa pegada de carbono e dar exemplo de sustentabilidade e economia circular. Estou muito feliz de ser testemunha do esforço, do talento e da criatividade do nosso pesquisador brasileiro, do nosso pesquisador paulista”Foram apresentados em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, entre 2009 e 2015, quatro ônibus a hidrogênio, que chegaram a circular pelo Corredor Metropolitano ABD, entre a região do ABC e a capital.O programa de ônibus a hidrogênio foi criado ainda em 1993, com participação do Ministério das Minas e Energia e recursos do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).Os veículos estão parados na garagem da concessionária NEXT Mobilidade, na área correspondente ao projeto de hidrogênio da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), gerenciadora, sem continuidade dos estudos.O projeto Ônibus movido a Célula de Hidrogênio tinha vigência inicial até 31 de março de 2016 e os três veículos mais novos circularam no Corredor ABD até início de junho de 2016.Na ocasião, a EMTU foi designada para ser a Coordenadora Nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, que entrou com o apoio financeiro do Global Environmental Facility (GEF), além de recursos provenientes da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), por intermédio do MME. Para o desenvolvimento de todo o projeto foram destinados US$ 16 milhões.O primeiro ônibus foi apresentado em 2009 e chegou a transportar passageiros em 2010, como também mostrou o Diário do Transporte na ocasião.O Diário do Transporte cobriu também a apresentação dos outros três ônibus. Os veículos foram mostrados em uma cerimônia no dia 15 de junho de 2015, às 10 horas, na época da gestão de Geraldo Alckmin frente ao Governo de São Paulo.A reportagem acompanhou as fases de testes.Relembre:No dia 10 de agosto de 2023, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e a USP (Universidade de São Paulo) anunciaram o início de um projeto com ônibus movidos à hidrogênio e a construção de uma estação para ter capacidade de produzir em torno de 5 kg do combustível por hora.O hidrogênio é obtido a partir do etanol. O projeto custou em torno de R$ 182 milhões. A estação conta com edifício, instalações e equipamentos. As células a combustível produzidas pela estação geram eletricidade internamente a partirdo hidrogênio.Os testes envolveram três ônibus, que circularão pelo Campus da USP, na região do Butantã, zona Oeste da capital paulista, e um carro da Toyota que também participa do projeto, juntamente com a Shell, Raízen, Senai e Hytron.Os ônibus já circularam pelo Corredor Metropolitano ABD, num projeto que não avançou, e foram reformados pela encarroçadora Marcopolo, por meio de um contrato de R$ 671 mil (R$ 671.624,79), como mostrou o Diário do Transporte no dia 11 de abril de 2023.Relembre:O governador Tarcísio de Freitas disse, em nota, que devem ser criadas leis e alterada alegislação atual para incentivar a produção de hidrogênio como combustível."Vamos estruturar a legislação, marcos regulatórios e fomentar essa produção para que agente ganhe escala e São Paulo, de fato, seja líder na transição energética que vai diminuirnossa pegada de carbono e dar exemplo de sustentabilidade e economia circular. Estoumuito feliz de ser testemunha do esforço, do talento e da criatividade do nosso pesquisadorbrasileiro, do nosso pesquisador paulista”Etanol e Hidrogênio:A USP, o Senai e as empresas Shell Brasil, Raízen e Hytron assinaram em 1º de setembro de 2022, um acordo de cooperação para o desenvolvimento de duas plantas de produção de hidrogênio renovável a partir do etanol.Serão construídas duas plantas dedicadas à tecnologia de produção de hidrogênio a partir do etanol, uma com capacidade para produzir 5 kg/h de hidrogênio e a outra quase 10 vezes maior, com capacidade de 44,5 kg/h.Segundo a Universidade, o acordo também contempla a construção de uma estação de abastecimento veicular para os ônibus que circulam pela Cidade Universitária, em São Paulo. Com início da operação previsto para o segundo semestre 2023, a estação será um dos primeiros postos a hidrogênio do mundo, diz a USP.O modelo utilizar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuell cell). A iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para o transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus.A tecnologia será desenvolvida e fabricada pela Hytron, do grupo alemão Neuman & Esser (NEA), com suporte do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras do Senai Cetiqt.A Marcopolo foi escolhida para atualizar a carroceria do ônibus movido a hidrogênio obtido do etanol no projeto entre a USP, Raízen e Shell.Convênio no valor de R$ 671 mil (R$ 671.624,79) entre a encarroçadora e a USP – Universidade de São Paulo (USP/EP, Unidade EMBRAPII Poli USP Powertrain) foi publicado em Diário Oficial do Estado de São Paulo de 11 de abril de 2023.A assinatura ocorreu um dia antes com validade por 12 meses.O documento prevê a reforma de inicialmente um dos três ônibus modelo Viale a hidrogênio apresentados em 2015 em um projeto entre EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Se der certo, os outros dois ônibus devem ser reformados.No projeto apresentado anteriormente no Corredor ABD, os veículos dependiam do hidrogênio obtido pelo processo denominado eletrólise que separa o hidrogênio da água.Estudos iniciais da USP mostram que este procedimento, para a obtenção do combustível pode ser mais caro e mais poluente do que o hidrogênio a partir do etanol.Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes