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- 25/01/2022 - Cortes diminuem bolsas de pesquisa e prejudicam publicações científicasVerba estimada para 2022 na Capes e no CNPq é de menos da metade do orçamento que existia dez anos atrás
Verba estimada para 2022 na Capes e no CNPq é de menos da metade do orçamento que existia dez anos atrás
Fonte: Folha de S. Paulo
A redução de investimentos para a ciência no Brasil já dificulta o trabalho de pesquisadores e universidades do país —e a tendência é piorar nos próximos anos.
Dados da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), por exemplo, mostram que a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) perderam aproximadamente 51% da verba para financiar pesquisas nos últimos dez anos.
A falta de recursos, no entanto, pode ser ainda mais aguda em 2022. As estimativas da diminuição para este ano, feitas pela entidade, ainda não consideravam os recentes cortes que o governo Bolsonaro anunciou —só no Ministério da Educação, ao qual a Capes é vinculada, a diminuição do orçamento chegou R$ 802,6 milhões.
No Brasil, grande parte da produção científica é feita em programas de pós-graduação que têm como principais fontes de financiamento aos estudantes as bolsas de estudo. Para mestrado, o valor mensal no nível federal é de R$ 1.500, enquanto no doutorado salta para R$ 2.200.
Uma das mais importantes universidades do país, a UFRJ teve diminuição de bolsas principalmente no pós-doutorado —estágios de pesquisa com pagamento mensal de R$ 4.100 ou R$ 4.400. Segundo dados da entidade, houve uma redução de aproximadamente 39% nessa categoria de bolsa entre 2015 e 2020.
Denise Pires, reitora da universidade, explica que a instituição não teve grandes reduções no custeio de mestrado e doutorado, porque seus programas são considerados de excelência na avaliação da Capes.
Em outras instituições, porém, ela explica, cursos com avaliações mais baixas tendem a sofrer mais cortes. Essa redução é preocupante, avalia Pires, porque afeta cursos que são mais novos e em universidades que ainda precisam consolidar suas frentes de pesquisas, principalmente nas regiões Nordeste e Norte.
Outra universidade que relata problemas é a UnB (Universidade de Brasília). Segundo Maria Emília Walter, decana de pesquisa e inovação da universidade, a instituição já teve cerca de mil bolsas cortadas nos últimos anos, mesmo em cursos com avaliações de excelência.
"A gente tem programa que teve redução de bolsas da pós-graduação em até 50%", diz.
Além da diminuição das bolsas, outra preocupação que atinge a pós-graduação nacional é a demora da avaliação quadrienal da Capes. É por meio dessa análise que os cursos são qualificados por diversos critérios de excelência, como quantidade e qualidade das publicações científicas.
Em setembro de 2021, a avaliação foi suspensa em caráter liminar pela Justiça Federal. Segundo informações da Capes, o processo só foi retomado em 2 de dezembro. A situação "provocou a necessidade de adiamento do cronograma da avaliação", afirmou a autarquia em nota àFolha.
Atualmente, a estimativa é que os resultados finais da avaliação sejam divulgados somente em dezembro de 2022.
O atraso nesse processo dificulta, por exemplo, que os programas de pós-graduação consigam estimar quantas bolsas terão disponíveis para os estudantes, além de atingir um modelo reconhecido por consolidar a pesquisa nas universidades.
"Ao paralisar a avaliação da Capes você paralisa o sistema nacional inteiro de pós-graduação, porque você interrompe as bolsas, financiamento a congressos, incentivos a intercâmbios. Você paralisa a prática científica, basicamente" afirma Mariana Chaguri, professora do departamento de sociologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Assim, ela ressalta, diminuir o financiamento pode travar o desenvolvimento e o potencial de inovação dessas partes do país.
Em relação a bolsas, a Capes informou que " tem ampliado o apoio à pesquisa e formação de recursos humanos", como por meio dos "programas de combate à Covid-19, com 2.600 bolsas, de desenvolvimento da pós-graduação nos estados, com 1.800 bolsas, e na Amazônia Legal, com 488 bolsas".
Já o CNPq, em nota, afirmou que "a partir de 2011, com a criação do Programa Ciência sem Fronteiras, houve um aporte extra no orçamento do CNPq destinado às bolsas concedidas no âmbito dessa ação". "Assim, na medida em que a vigência das bolsas do Programa foi acabando, o orçamento voltou aos patamares anteriores, visto que não houve continuidade da iniciativa", disse ainda.
Outro dilema que preocupa os cientistas brasileiros é a falta de financiamento para periódicos científicos.
"Quando a produção [científica] brasileira não tem tantos canais para ser escoada, isso impacta na competitividade [com outros países]. Também há efeitos no impacto público, porque as descobertas científicas não conseguem circular", afirma Chaguri.
Segundo o CNPq, em 2018 houve uma chamada pública do programa editorial voltado para financiamento dos periódicos no valor de R$ 4 milhões, contando também com recursos da Capes. Já em 2019, o investimento diminuiu para R$ 1 milhão e meio.
Em 2020, não houve publicação de edital e, em 2021, o órgão retomou com investimento total de R$ 3 milhões —é esperado que os recursos sejam disponibilizados em 2022.
Mesmo assim, revistas científicas já indicam que a verba é pequena frente às necessidades das publicações.
Algumas, por exemplo, passaram a cobrar as chamadas APC (sigla em inglês para taxas para processamento de artigos), para cobrir os custos de produção. Esses valores são pagos às publicações no momento em que um pesquisador submete um artigo ou quando ele é aprovado.
Um desses casos é a Revista de Sociologia e Política, que passou a recolher em 2021 uma taxa de aproximadamente R$ 1.500 dos autores com textos aprovados para publicação.
"Nós nos vimos diante de duas alternativas: ou os autores pagam pela edição do seu artigo ou a revista acaba", afirma Adriano Condato, editor-chefe da publicação.
A publicação foi aprovada no último edital do CNPq com aporte de R$ 12 mil para 2022, mas isso não cobre os gastos, que giram em torno de R$ 40 mil por ano.
Outro exemplo é a Brazilian Political Science Review, que adotou a cobrança de taxa em 2020. "Depois de perder vários financiamentos públicos, foi necessário tomar a medida para não fechar as portas", explica Adrian Lavalle, editor-chefe do periódico.
Ele afirma que as políticas de financiamento de periódicos sempre foram deficitárias. Lavalle ressalta que uma das exigências do edital do CNPq é que a revista seja indexada ao Scielo, plataforma de livre acesso a artigos científicos.
"A esmagadora maioria dos periódicos do país não está na coleção Scielo. São [revistas] departamentais e publicadas em situações precárias", diz. "O financiamento público nunca ajudou esses periódicos. Não há uma política universal de periódicos no Brasil", explica.
Para Luiz Campos, representante da coleção de humanidades do Scielo, "o aumento de APC entre publicações científicas pode ser um indicativo dos problemas que esses periódicos passam nos últimos anos".
"[A cobrança de taxas] é um movimento que está se tornando mais rápido [no país] por causa da crise. Hoje em dia, uma revista que não tem recursos públicos tem muito poucos meios para se manter", diz.
As consequências já aparecem em dados da plataforma Scielo: houve redução de 18% entre 2020 e 2021 no número de artigos dos periódicos indexados, maior diminuição anual vista desde 2001.
ÀFolha, o CNPq informou que o aporte de 2021 para o "programa editorial possuiu um crescimento substancial em relação à última chamada pública", mesmo em um ano com "constrição orçamentária".
O órgão também indicou que "para 2022, caso sejam repassados os recursos do FNDCT [Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], será possível aumentar o aporte de recursos em uma nova chamada''.
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- 24/01/2022 - Tecnologia brasileira quer transformar resíduo da produção de etanol em hidrogênio verdeA pesquisa de reaproveitamento da vinhaça é uma das iniciativas do novo laboratório que vai desenvolver reatores eletroquímicos voltados à realidade nacional
A pesquisa de reaproveitamento da vinhaça é uma das iniciativas do novo laboratório que vai desenvolver reatores eletroquímicos voltados à realidade nacional
Fonte: Jornal da USP
A vinhaça é um resíduo poluente gerado pela produção de etanol. Ao ser processada, ela costuma ser utilizada como adubo na fertirrigação de lavouras, sobretudo da cana-de-açúcar, por ser rica em potássio. "Transportar este resíduo até as plantações é um processo caro e trabalhoso para as usinas. Sem contar que, se mal aplicada, a vinhaça pode danificar a plantação e o solo, além de atingir os lençóis freáticos. É possível aprimorar esse processo”, diz Thiago Lopes, professor da Escola Politécnica (Poli) da USP.
À frente do novo Laboratório de Células a Combustível, situado na Poli e que integra o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), financiado pela Shell do Brasil e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Lopes pretende desenvolver ali um reator eletrolítico voltado para a realidade da indústria sucroalcooleira nacional. "A vinhaça tem 95% de água em sua composição. A ideia é que por meio desse reator possamos quebrar as moléculas de água para gerar oxigênio e hidrogênio verde”, diz o pesquisador.
Com ampla aplicação, o hidrogênio verde pode ser utilizado, por exemplo, na produção da amônia que entra na composição de fertilizantes. "Hoje a amônia é sintetizada com hidrogênio proveniente de gás natural, o que gera uma pegada de CO2”, conta o pesquisador. Já o oxigênio puro pode ser utilizado para a combustão do bagaço da cana-de-açúcar. "Ao condensar a água, pode-se obter de forma fácil e econômica um CO2 puro para estocagem ou então para ser convertido em produtos.”
Um deles é o ácido oxálico, elemento que, junto a um biomonômero (molécula produzida a partir de fontes naturais), vai entrar na composição do hidrogel que está sendo desenvolvido no âmbito do Programa de Hidrogel, financiado pela Shell Brasil, com recursos da Cláusula de Investimento em P&D dos Contratos de Concessão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e que envolve várias instituições de pesquisa da USP sob a liderança do RCGI, bem como da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
No caso, o ácido oxálico será produzido pelo Laboratório de Células a Combustível, em colaboração com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O hidrogel gerado ao final de todo o processo de pesquisa será aplicado no processo de plantio em formato de grânulos, que vão se degradar e liberar o carbono para ser armazenado no solo. "A ideia é criar um ciclo virtuoso e habilitar novos mercados no setor sucroalcooleiro nacional.”
Outra vantagem do reator é fazer com que a vinhaça fique mais concentrada – a cada um litro de etanol são produzidos cerca de 10 litros de vinhaça. "É um volume gigantesco para armazenar e transportar. Se estiver mais concentrada, livre de uma fração de água, a vinhaça vai ocupar menos espaço e demandar menos transporte. Vale dizer que esse transporte, em geral, é feito por caminhões movidos a óleo diesel, e isso adiciona pegadas de CO2 ao etanol brasileiro”, aponta Lopes.
Segundo Lopes, a vinhaça concentrada também minimizaria a adição de adubo sintético à lavoura. "A mistura de vinhaça e adubo sintético provoca maior emissão de CO2. Sem contar que, ao reduzir o volume de água, evitamos que o excesso de líquido chegue ao lençol freático e polua os rios.”
O hidrogênio verde também pode alimentar veículos com motor de célula a combustível, uma das modalidades de veículos totalmente elétricos que hoje circulam pelo mundo, sobretudo no Japão. A outra modalidade são os veículos elétricos movidos a bateria recarregável em tomadas especiais. "No motor de um veículo com célula a combustível o hidrogênio reage com o oxigênio que vem do ambiente. A energia elétrica liberada alimenta o veículo e o processo gera como resíduos apenas calor e água pura. Atualmente, esse hidrogênio é obtido em nível mundial por meio de gás natural, o que gera pegadas de CO2. Daí a importância de se descobrir formas de produzir hidrogênio verde. É o que pretendemos fazer no laboratório por meio do concentrador eletrolítico de vinhaça. Tudo está interligado”, aponta Lopes.
De acordo com o pesquisador, estima-se que por volta de 2040 a produção desse tipo de veículo deslanche no Brasil. "Isso deve acontecer, sobretudo, em relação às frotas de ônibus e caminhões, porque um motor de célula a combustível é mais leve do que o motor de um veículo elétrico a bateria, em particular para veículos que rodam mais de aproximadamente 450 quilômetros diários”, informa Lopes. Entretanto, para que isso ocorra, a tecnologia precisa ser aperfeiçoada em termos de desempenho e custo. Segundo o pesquisador, outro objetivo do laboratório é justamente desenvolver peças mais eficientes e baratas para veículos com motor de célula a combustível. "As camadas da célula a combustível podem ser otimizadas através de modelos numéricos avançados e otimização topológica, por exemplo. Somado, o catalisador, da camada catalítica, é feito de platina, metal raro, que vale mais do que o ouro e não existe no Brasil, e o desafio é encontrar opções mais acessíveis”, explica Lopes.
Para buscar essas soluções, o laboratório vai utilizar uma técnica desenvolvida por Lopes durante temporada como pesquisador associado do Imperial College London, no Reino Unido, entre 2012 e 2014. "O motor de um veículo de célula a combustível é alimentado de um lado por oxigênio e de outro, por hidrogênio. No lado que passa o ar colocamos uma mistura com cerca de 1000 (partes por milhão – ppm) de ozônio. Já na camada catalítica, onde acontece a reação da célula a combustível, colocamos um pigmento que, ao interagir com o ozônio, emite luz. Isso nos ajuda a visualizar, por meio de uma câmera, e comparar como o comburente é distribuído em motores de célula a combustível feitos com vários tipos de materiais, com diferentes propriedades, e sob diferentes condições, promovendo assim o desenvolvimento de modelos numéricos avançados de célula a combustível e otimização topológica das mesmas”, prossegue Lopes.
A equipe transdisciplinar do laboratório, que conta com pesquisadores da Poli, do Instituto de Física (IF), do Instituto de Química (IQ) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, vai trabalhar em conjunto com o Imperial College London no desenvolvimento das diversas camadas que compõem as células a combustível como descrito acima e pretende avançar. Por exemplo, "na camada catalítica a ideia é descobrir se materiais mais acessíveis, como uma mistura a base de ferro, carbono e nitrogênio, podem substituir a platina e serem utilizados pela indústria automotiva”, diz Lopes. "Trata-se de uma demanda mundial. Hoje há, nos Estados Unidos, um consórcio de pesquisa, nos moldes do RCGI, voltado ao desenvolvimento desses materiais. Mesmo porque não existe platina suficiente para trocarmos toda a frota mundial de veículos para célula a combustível. Nós, cientistas, temos muito trabalho pela frente”, conclui Lopes.
Da Assessoria de Comunicação do RCGI
Sobre o RCGI –O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) é um Centro de Pesquisa em Engenharia, criado em 2015, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Shell. As pesquisas do RCGI são focadas em inovações que possibilitem ao Brasil atingir os compromissos assumidos no Acordo de Paris, no âmbito das NDCs – Nationally Determined Contributions. Os projetos de pesquisa – 19, no total – estão ancorados em cinco programas: NBS (Nature Based Solutions); CCU (Carbon Capture and Utilization); BECCS (Bioenergy with Carbon Capture and Storage); GHG (Greenhouse Gases) e Advocacy. Atualmente, o centro conta com cerca de 400 pesquisadores. Saiba maisaqui.
Texto atualizado em 26/01/2022
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- 24/01/2022 - PDE prevê 1ª nova nuclear com entrada em 2031 para atender diretriz políticaMais cara que renováveis, nuclear é justificada por ser uma energia despachável e sem emissão de GEE na geração de calor
Mais cara que renováveis, nuclear é justificada por ser uma energia despachável e sem emissão de GEE na geração de calor
Fonte: EPBRO Plano Decenal de Energia (PDE) 2031, estudo de planejamento que entrou em consulta pública nesta segunda (24), prevê a contratação de uma nova usina nuclear de 1GW de potência, na região Sudeste.
A inclusão da fonte no cenário de referência do PDE 2031 atende a uma diretriz da política energética do governo Bolsonaro.
O caso alternativo, chamado de Rodada Livre, exclui a contratação dessa nova usina de 1 GW. Nesse cenário, são apresentadas "análises caso a expansão fosse baseada em perspectiva puramente de mercado”.
Isto é, a alternativa sem a necessidade de atender a diretrizes políticas do governo federal ou do Congresso Nacional, caso da contratação de usinas termelétricas a gás inflexíveis, que entraram na lei da privatização da Eletrobras.
"O cenário denominado Rodada Livre, que não considera os efeitos das políticas energéticas na expansão, mantém a tendência dos ciclos passados, com a predominância da indicação de fontes renováveis”, explica o PDE.
No cenário de referência, por sua vez, ocorre a "substituição de parte da expansão indicativa de eólicas e solares centralizadas por termelétricas com geração compulsória movidas a gás natural, carvão mineral e nuclear”.
O carvão também é uma das prioridades do governo federal e do Congresso Nacional, que inclui programas do MME para beneficiar a fonte; e um projeto de lei sancionado sem vetos, com extensão de subsídios.
Meta é mais que dobrar capacidade nuclear
Desde que o PDE foi criado, em 2005, é a primeira vez que a expansão do parque termonuclear entra no planejamento indicando a contratação de uma nova usina.
Até então, a fonte estava restrita às usinas de Angra 1 e 2, com 2GW no total; e à conclusão das obras de Angra 3 (1,4 GW).
Assim, a fonte vinha sendo deslocada nas janelas de dez anos do estudo. No PDE 2006-2015, estava prevista para 2013, por exemplo.
Agora, Angra III está prevista para 2027, quando passa a compor a geração de 3,4 GW de energia nuclear. Em 2031, com a nova usina, a fonte sobe para 4,4 GW.
Rio de Janeiro concorre por nova usina
Está claro desde o início do governo Bolsonaro, que o ministro Bento Albuquerque é um entusiasta da fonte. Almirante, ele esteve à frente do programa nuclear da Marinha, na Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico.
Inclusive, o planejamento já incorpora a localização da próxima usina nuclear no Sudeste.
"A nova usina poderá ser na região Sudeste, no estado do Rio de Janeiro ou em qualquer outro, desde que cumpra os requisitos necessários. Mas o Rio é forte concorrente”, disse o ministro, em dezembro.
Oficialmente, novos estudos foram anunciados este mês pelo MME para definir a localização. Antigamente, Pernambuco era apontado como a localização preferencial.
Investimentos e políticas para nuclear na gestão Bento Albuquerque
- Contratação de 1GW em uma nova usina nuclear; e entrada em operação de Angra 3 em 2027 (PDE 2031) — governo e Eletronuclear vinham falando em 2026;
- Extensão da vida útil de Angra 1, por mais 20 anos, até 2044;
- Convênio entre o MME e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) para estudar potenciais localizações das novas usinas nucleares brasileiras. Rio de Janeiro como "forte candidato”;
- Criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), uma proto-agência reguladora do setor, a partir de uma cisão da CNEN — Comissão Nacional de Energia Nuclear, do MCTI. A ANSN está subordinada ao MME.
- Criação da nova estatal ENBpar, para controlar a geração nuclear (usinas da Eletronuclear), após a privatização da Eletrobras (prevista para 1º semestre de 2022);
- Consórcio entre a estatal INB e a Galvani para a exploração conjunta de urânio e fosfato em Santa Quitéria (Ceará); e retomada da operação da INB em Caetité (Bahia).
Primeiro leilão de nuclear no planejamento decenal
A nuclear já tinha entrado no PNE 2050, aprovado em dezembro de 2020, pelo MME, com a indicação de expansão de 8 a 10 GW em 30 anos, voltando, assim, para o planejamento nacional.
"É possível que haja leilões para nuclear a partir de 2023, 2024, 2025… Mas já entra no plano de geração e transmissão”, disse Bento Albuquerque, à epbr, na COP26, de Gasglow.
Mais cara que alternativas renováveis, a nuclear é justificada pelo fato de ser uma energia despachável, que não sofre influência de variações climáticas; e sem emissão de gases do efeito estufa na geração de calor.
"Os atributos de confiabilidade de geração, elevado fator de capacidade e livre de emissões de gases causadores de efeito estufa, concretizam essa tecnologia como opção na matriz elétrica brasileira”, diz o PDE 2031.
Há destaque também para a oferta de combustível e para a trajetória de "sucesso” na operação de Angra 1 e 2.
"O país é privilegiado também na oferta desse combustível, com grandes reservas de urânio, ambientes territoriais estratégicos para alocação das usinas, bem como domínio completo de toda a tecnologia do ciclo do combustível nuclear”.
Com o investimento da INB, em consórcio com o setor privado, no Ceará, e a produção na Bahia, o MME fala em possível autossuficiência do combustível.
"Há de se ressaltar também o quadro técnico de pessoas com experiência de sucesso na operação e manutenção das usinas de Angra 1 e 2, bem como centros de ensino e pesquisas na área nuclear”, diz o PDE.
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- 22/01/2022 - Alemanha se opõe a classificar energia nuclear como energia sustentávelDenominação está em rascunho de plano da União Europeia para estabelecer padrões para investimentos verdes, ajudando projetos que sejam amigáveis ao clima
Denominação está em rascunho de plano da União Europeia para estabelecer padrões para investimentos verdes, ajudando projetos que sejam amigáveis ao clima
Fonte: CNN BrasilO governo de coalizão de três partidos do chanceler alemão Olaf Scholz expressou objeção ao rascunho de plano da União Europeia de classificar usinas nucleares como fontes de energia sustentável em uma carta formal enviada a Bruxelas, afirmaram ministros neste sábado (22).
A taxonomia da UE busca estabelecer padrões para investimentos verdes, ajudando projetos que sejam amigáveis ao clima a arrecadar capital e eliminando a "lavagem verde”, pela qual investidores e empresas exageram suas credenciais ecológicas.
"Como governo federal, temos que mais uma vez expressar claramente nossa rejeição à inclusão da energia nuclear. É arriscada e cara”, afirmou o vice-chanceler e ministro da Economia, Robert Habeck, em um comunicado conjunto com a ministra do Meio-Ambiente, Steffi Lemke, ambos membros seniores do Partido Verde.
Na carta para Bruxelas, publicada pelo ministério da Economia em seu site, o governo alemão também citou a falta de exigências de segurança em relação às usinas nucleares.
"Sérios acidentes, com riscos grandes, que cruzam fronteiras e de longo prazo aos humanos e ao meio-ambiente não podem ser excluídos”, disse Berlim em sua carta, acrescentando que a questão de onde armazenar resíduos radioativos no longo prazo ainda não tem resposta.
Habeck e Leme disseram que, se a Comissão Europeia não considerar as objeções da Alemanha e não modificar o rascunho, Berlim, na opinião deles, deveria rejeitar o plano.
No entanto, fontes do governo alemão disseram à Reuters no começo deste mês que partidos da coalizão querem evitar uma escalada na disputa com a UE e concordaram em conversas a portas fechadas entre a coalizão para se abster de qualquer voto futuro.
As regras da UE têm sido adiadas há tempos, com países divididos sobre se a energia nuclear e o gás natural merecem a insígnia verde. A Áustria já afirmou que tomará ações legais se a União Europeia proceder com o rascunho que denomina ambos como investimentos sustentáveis.
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- 22/01/2022 - Explosão de casos de Covid reforça importância do uso correto de máscaras; veja as mais eficientesO avanço da variante Ômicron do coronavírus causa explosão no número de casos de Covid-19 ao redor do mundo e quebra recordes de toda a pandemia. Neste cenário, as medidas de proteção contra o contágio ganham força e, entre elas, o uso das máscaras tem importância destacada, como afirma o infectologista e diretor médico da Target Medicina de Precisão, Adelino Melo Freire.
O avanço da variante Ômicron do coronavírus causa explosão no número de casos de Covid-19 ao redor do mundo e quebra recordes de toda a pandemia. Neste cenário, as medidas de proteção contra o contágio ganham força e, entre elas, o uso das máscaras tem importância destacada, como afirma o infectologista e diretor médico da Target Medicina de Precisão, Adelino Melo Freire.
Fonte: Hoje em Dia
Bernardo Estillac
"A máscara continua sendo a ferramenta essencial contra doenças respiratórias. Ela serve como barreira tanto para quem está usando como para o ambiente, porque evita que uma pessoa infectada espalhe o vírus pela respiração”, diz o infectologista.
Freire explica que, embora seja importante usar máscaras de qualquer natureza, existem modelos mais eficientes para se proteger do coronavírus, em especial da variante Ômicron.
"Com uma variante tão transmissível assim, se faz necessário que a gente tente utilizar das ferramentas que a gente dispõe, a gente já sabe que as máscaras de maior capacidade de filtrar são a N95 e a PFF2 se destacam nesse processo”, comenta.
De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), os tipos de máscara citados por Freire retém 95% das partículas, o melhor percentual dentre os equipamentos avaliados.
O estudo, publicado na revista Aerosol Science and Technology em abril de 2021, também avalia a respirabilidade em uma escala que vai de 0 a 10 e um fator de qualidade, calculado através da relação entre a filtragem (capacidade de retenção de partículas) e a respirabilidade, em uma escala que vai de 0 a 25.
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- 20/01/2022 - Startups da Incubadora USP/IPEN-Cietec recebem fomento para desenvolvimento de projetosAo longo de 2021, mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia, 16 empresas da Incubadora USP/IPEN-Cietec receberam recursos de fomento para desenvolvimento de pesquisa inovativa para o mercado. Parte fundamental no processo de incubação oferecido pelo Cietec, o suporte dado à formatação dos projetos de fomento tecnológico é complementar aos serviços de apoio empresarial e mercadológico, no fortalecimento dos negócios incubados.
Ao longo de 2021, mesmo com todas as restrições impostas pela pandemia, 16 empresas da Incubadora USP/IPEN-Cietec receberam recursos de fomento para desenvolvimento de pesquisa inovativa para o mercado. Parte fundamental no processo de incubação oferecido pelo Cietec, o suporte dado à formatação dos projetos de fomento tecnológico é complementar aos serviços de apoio empresarial e mercadológico, no fortalecimento dos negócios incubados.
Fonte: Cietec
Uma das empresárias aprovadas no ano de 2021 foi Erika Molina, CEO da startup Bioptamers – que busca o desenvolvimento de terapias de precisão personalizadas e acessíveis para o tratamento de pacientes acometidos com tipos mais agressivos de câncer, ressalta a importância do fomento recebido para a execução de pesquisa científica direcionada à inovação tecnológica. "Todo o valor recebido através do fomento para Projetos de Inovação em Pequenas Empresas da Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado de São Paulo impacta diretamente na validação das provas de conceito essenciais para o desenvolvimento empresarial. Além disso, recebemos também um treinamento voltado exclusivamente para o empreendedorismo, buscando ratificar os pressupostos comerciais do dia a dia”, conta.
A CEO também destaca a importância do Cietec nessa trajetória, desde a triagem até a divulgação da abertura de ciclos e editais de fomentos, disponibilizando plantão de dúvidas e suporte na inscrição do projeto, colaborações que aumentam as chances de sucesso. "O Cietec nos orientou também na execução do planejamento e monitoramento dos eixos importantes para a seleção para um melhor aproveitamento do fomento visando a tecnologia, capital, gestão, mercado e empreendedorismo”, comemora.
Já a Cor.Sync, startup que oferece uma solução rápida e precisa para o diagnóstico de infarto na emergência hospitalar, recebeu três fomentos para o desenvolvimento da empresa. A HealthTech conta com uma base científica oriunda da academia, fato que normalmente aumenta o tempo para o lançamento de seus produtos. Por essa razão, o processo de investimento pode demorar cerca de dois anos. "Sem a ajuda do Estado não é possível fazer o incremento de um produto de tecnologia no Brasil, assim como ocorre nos países desenvolvidos. Esses testes não seriam possíveis sem recursos de fomento, pois, o tempo e o custo são elevados demais”, ressalta Raul de Macedo – fundador da startup.
No caso da Cor.Sync, os recursos oriundos do Programa PIPE Fapesp, na fase 1, foram aplicados na criação do protótipo, início de testes clínicos, aquisição de materiais e contratação de bolsas para pesquisadores. Já os recursos FINEP, foram orientados para levar o produtos a um próximo nível, com incorporação da IoT (internet das coisas) no dispositivo. "Nós também contamos com a expertise do Cietec, que nos orientou perfeitamente para não errar hora de escrever o projeto. Existem os desafios da prestação de contas que toma bastante tempo e, muitas vezes, nós não temos esse conhecimento dos tramites. O Cietec consegue nos indicar nuances que ajudam a economizar tempo e ter uma jornada de captação mais tranquila e efetiva”, finaliza Raul.
Outra startup que também recebeu o fomento foi a Eccaplan, desenvolvedora de tecnologia e serviços voltadas para redução e compensação no impacto ambiental de empresas, pessoas e cidades. "Os recursos conquistados foram do PIPE 2 e do Senai Inovação, ambos ajudaram muito e foram essenciais no desenvolvimento e realização de ciclos e testes para validação do equipamento automatizado e do acelerador de compostagem”, conta Fernando Beltrame, fundador da startup.
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- 16/01/2022 - Convênio busca locais para a instalação de novas usinas nucleares no BrasilAcordo entre Ministério de Minas e Energia e Cepel procura novos sítios para atender demanda do PNE 2050
Acordo entre Ministério de Minas e Energia e Cepel procura novos sítios para atender demanda do PNE 2050
Fonte: CNN BrasilUm convênio celebrado entre o Ministério de Minas e Energia e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), da Eletrobras, inicia um acordo de cooperação para estudar locais que possam abrigar novas usinas nucleares no país. Atualmente, o Brasil possui apenas duas unidades deste tipo, ambas em Angra dos Reis, na Costa Verde, no Rio de Janeiro.
O acordo pretende auxiliar no cumprimento do Plano Nacional de Energia (PNE) 2050. O documento prevê uma expansão de 8 a 10 gigawatts na oferta de energia gerada pela forte nuclear no período, o que demandaria a construção de novas usinas para atender à demanda.
Segundo o governo, a medida é parte dos esforços de diversificação da matriz energética, para reduzir a dependência da fonte hídrica.
O Brasil tem, atualmente, uma terceira usina em desenvolvimento. Angra 3 começou a ser construída em 1984 e passou por diversas interrupções.
A construção foi retomada por último em 2010 e novamente paralisada em 2015, por conta de denúncias de corrupção e falta de recursos.
O governo já anunciou a intenção de retomar as obras de Angra 3. Já houve um consórcio vencedor para a execução da obra do Programa de Aceleração do Caminho Crítico, para a construção dos prédios de segurança e conclusão do prédio reator.
O ato, no entanto, ainda precisa ser avalizado pelo Conselho de Administração da Eletrobras. Atualmente, a fonte nucleoelétrica é responsável por 1,1% da matriz energética brasileira.
A Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras responsável pela gestão do parque nuclear brasileiro, será segregada do grupo, para que seja possível privatizar a estatal. Isto acontece porque a constituição brasileira determina o monopólio da União na construção e na operação de reatores nucleares.
Assim, os ativos da empresa e da Itaipu Binacional serão transferidos para uma recém-criada companhia federal: a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar).
Sobre novas usinas, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse no início de dezembro que o Rio de Janeiro é forte candidato a receber a quarta instalação deste tipo.
A quarta usina seria um investimento mais imediato, por estar previsto no Plano Decenal de Expansão de Energia 2030. Assim, especialistas apontam que Angra levaria vantagem porque, em virtude das unidades já instaladas, os estudos sobre a área são profundos e integralmente conhecidos por todos os envolvidos. No entanto, a nova usina seria o limite para o complexo.
Os estudos trabalham ainda com duas outras possibilidades, nos estados de Espírito Santo e Pernambuco. O país tem ampliado o enriquecimento de urânio, que é o combustível utilizado das usinas.
Em outubro, foi inaugurado mais um equipamento para este fim, na sede das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende, sul do Rio de Janeiro.
O Brasil trabalha ainda na construção de um quarto reator: o do submarino de propulsão nuclear, construído pelo Instituto de Ciências Náuticas e pela Nuclep. Neste caso, o combustível seria urânio enriquecido a cerca de 20%. O nível é bem acima dos 4,25% demandado pelas usinas brasileiras, mas distante dos 90% necessários para armas nucleares.
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- 14/01/2022 - Matéria-prima limpa para uma nova indústria - Podcast Novos AresSe o assunto é sustentabilidade e redução de gases do efeito estufa, é preciso ir além da substituição dos combustíveis fósseis e das fontes de energia não-renováveis. Um grupo do CINE se dedica a transformar o metano em uma matéria-prima limpa, que possa ocupar o lugar do petróleo na indústria do futuro. Saiba mais no episódio 7 do Novos Ares.
Se o assunto é sustentabilidade e redução de gases do efeito estufa, é preciso ir além da substituição dos combustíveis fósseis e das fontes de energia não-renováveis. Um grupo do CINE se dedica a transformar o metano em uma matéria-prima limpa, que possa ocupar o lugar do petróleo na indústria do futuro. Saiba mais no episódio 7 do Novos Ares.
Fonte: Novos Ares
Entrevistados: Fábio Fonseca - Pesquisador do IPEN e Coordenador-geral do Programa 3 do CINE: "De Metano a Produtos”
André Ferlauto - Professor de Engenharia de Materiais da UFABC e Coordenador-adjunto do Programa 3 do CINE: "De Metano a Produtos”
A produção do podcast é da soupods -
- 13/01/2022 - Funcionária da Amazul ganha bolsa de estudo da Agência Internacional de Energia AtômicaA funcionária Stephanie Rodrigues Pavão, que trabalha no Centro de Intendência Tecnológico da Marinha em São Paulo (CeITMSP), foi contemplada com uma bolsa do Programa de Estudo Marie Sklodowska-Curie, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ela foi uma das cem mulheres selecionadas pela agência em todo o mundo para participar do programa que visa a inspirar e apoiar mulheres a seguir carreira na área nuclear.
A funcionária Stephanie Rodrigues Pavão, que trabalha no Centro de Intendência Tecnológico da Marinha em São Paulo (CeITMSP), foi contemplada com uma bolsa do Programa de Estudo Marie Sklodowska-Curie, da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ela foi uma das cem mulheres selecionadas pela agência em todo o mundo para participar do programa que visa a inspirar e apoiar mulheres a seguir carreira na área nuclear.
Fonte: Amazul
por Guilherme Wiltgen
O programa proporciona oportunidades de estágio na AIEA para inscritas em mestrados na área nuclear, como é o caso de Stephanie, que cursa mestrado em Tecnologia Nuclear no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) desde agosto de 2021.
Stephanie tem 29 anos e trabalha como assistente administrativa no CeITMSP, gerenciando contratos do Programa Nuclear da Marinha (PNM) e do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) no exterior. Psicóloga, fez um curso de gestão em projetos de energia nuclear na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo com duração de quase dois anos. A partir daí, passou a investigar a perspectiva psicológica da tripulação dos submarinos, tendo em vista o maior tempo de confinamento dos submarinistas, as normas de segurança exigidas e a complexidade dos riscos.
Stephanie agora se dedica a estudar no mestrado a performance humana nas instalações nucleares brasileiras. "É uma área pouco difundida no Brasil, mas que faz parte dos requisitos de segurança da AIEA”, afirma.
"Essa oportunidade foi um estímulo para continuar os meus estudos na área e reitera o quanto nós, mulheres, precisamos ocupar mais espaços e acreditar no nosso potencial. Ser mulher não é motivo para se sentir incapaz”, diz.
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- 12/01/2022 - Qual máscara é melhor contra covid? Testes mostram eficácia de cada modeloFonte: UOLTiago Jokura
Da Revista Pesquisa FapespHá quase dois anos, um acessório até então restrito a alguns ambientes profissionais específicos, como o hospitalar, o da construção civil e o da mineração, tornou-se obrigatório no cotidiano das pessoas e passou a ser visto nas ruas de todas as cidades do planeta.
Em face da gravidade e da longa duração da pandemia da covid-19, as máscaras de proteção respiratória tornaram-se onipresentes e devem continuar sendo usadas por mais algum tempo. Os diferentes modelos de máscara têm sido alvo de pesquisas que buscam avaliar sua importância para conter não apenas a disseminação do Sars-CoV-2, mas também para ajudar a deter outros surtos infecciosos, como a recente onda da gripe H3N2 que se espalha por vários estados brasileiros.
Um dos estudos mais recentes foi divulgado em dezembro pelo Instituto Max Planck, na Alemanha. O trabalho confirmou o eficiente papel exercido pelas máscaras como escudos antivírus. Um artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) constatou que, mesmo a 3 metros (m) de distância, uma pessoa não vacinada contra a covid-19 e sem máscara leva menos de cinco minutos para se infectar com o novo coronavírus a partir da respiração de um portador do vírus que também esteja sem o acessório de proteção.
A boa notícia é que se essas mesmas duas pessoas estivessem usando máscaras de padrão PFF2 - conhecidas em outros países como N95 -, bem ajustadas ao rosto, a chance de contágio, com quatro vezes mais tempo de contato (20 minutos), seria de apenas 0,1% - ou seja, uma chance a cada mil. (Veja modelos de máscara PFF2 para comprar ao final deste texto)
Outra conclusão do estudo, liderado pelo pesquisador Eberhard Bodenschatz, é de que os modelos PFF2 (de peça facial filtrante) conferem proteção 75 vezes superior às máscaras cirúrgicas - estas, por sua vez, reduzem o risco de contágio para, no máximo, 10%, caso sejam usadas de forma adequada, coladas ao rosto.
Pesquisadores brasileiros são os autores de uma das investigações mais abrangentes sobre a eficiência das máscaras faciais. Realizado por um grupo do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), o trabalho avaliou 227 diferentes máscaras - desde as feitas com tecnologia de ponta, como as de padrão PFF2/N95, até as costuradas em casa, passando por máscaras cirúrgicas e por aquelas vendidas no comércio popular, com tecidos sintéticos ou de algodão. Os resultados foram publicados na revista Aerosol Science and Technology em abril de 2021.
"No começo da pandemia, a Faculdade de Medicina [FM] da USP entrou em contato com o professor Vanderley John, do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica [Poli-USP], dizendo que só tinha máscaras para mais três semanas, tanto no Hospital das Clínicas como no Hospital Universitário. Como o mercado não estava dando conta de atender a alta demanda, a FM-USP sugeriu a testagem de tecidos alternativos para confecção de máscaras", lembra o estudante de doutorado do IF-USP Fernando Morais, principal autor do estudo.
A iniciativa se transformou no projeto respire!, liderado por John, que procurou colegas do IF-USP para testar a filtração dos artefatos. Para isso, o grupo adaptou um equipamento que costuma ser utilizado para verificar a qualidade do ar na região amazônica e em São Paulo, medindo a quantidade de partículas na atmosfera.
"Nosso grupo estuda aerossóis atmosféricos e seus impactos no ambiente e no clima. Nós já tínhamos a instrumentação, inclusive financiada pela FAPESP, para medir nanopartículas da ordem de 10 nanômetros [nm], que são 100 vezes menores do que a espessura de um fio de cabelo. Também tínhamos geradores de aerossóis capazes de fornecer partículas do tamanho que precisávamos, entre 60 e 300 nm", descreve o físico Paulo Artaxo, do IF-USP, um dos coautores da pesquisa e coorientador de Morais no doutorado.
Ao verificar a capacidade de filtração de partículas (que impede o vírus de ser expelido ou respirado) e a respirabilidade das máscaras (que mede quanto elas facilitam ou dificultam a passagem do ar) foi possível combinar os dois valores e calcular um fator de qualidade (FQ) para cada modelo avaliado (ver infográfico). "Nosso estudo foi pioneiro no mundo ao combinar medidas de filtragem com respirabilidade, o que é relevante, pois muita gente não gosta de usar máscara quando ela dificulta a respiração", diz Artaxo.
Os resultados da investigação comprovaram o que já se sabia - a importância do uso das máscaras no controle epidemiológico de doenças transmitidas pelo ar - e trouxeram detalhes sobre a eficiência dos diferentes tipos de cobertura facial. Considerando somente a filtração, as máscaras que mais se destacaram foram, como esperado, as PFF2/N95, barrando a passagem de 98% das partículas nos tamanhos testados (de 60 a 300 nm).
As máscaras cirúrgicas apresentaram 89% de capacidade de filtragem e as de TNT (tecido não tecido, material obtido por meio de uma liga de fibras e um polímero) formado por três camadas (conhecido como SMS) filtraram 78% das partículas. Máscaras de algodão apresentaram menor retenção de partículas (entre 20% e 60%) porque a trama do tecido deixa mais espaço entre os fios. Se houver costura nessas máscaras, aumenta ainda mais o risco de passagem de partículas que carregam o vírus.
Em termos de respirabilidade, o destaque ficou com as máscaras de TNT, seguidas de perto pelas cirúrgicas. As PFF2/N95 e as de algodão tiveram um índice de respirabilidade menor, mas que não dificulta seu uso, mesmo por longos períodos. "Quando a respirabilidade é extremamente baixa, o ar tem dificuldade para atravessar a máscara. Isso é ruim porque a pessoa tira a máscara na primeira oportunidade", alerta Artaxo.
Correlacionando os dados de filtração com os de respirabilidade, o fator de qualidade de cada máscara foi comparado ao padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). "Esse índice precisa ser superior a 3 para que a máscara atenda aos requisitos mínimos de filtragem e respirabilidade propostos pela OMS", explica Morais.
No estudo da USP/Ipen, as PFF2/N95, as cirúrgicas e as de TNT passaram pelo crivo da OMS, com altos FQ de 13,2, 15,9 e 24,9, respectivamente. Já as máscaras caseiras de algodão, considerando uma média de respirabilidade de 40%, não atingiram o patamar de recomendação, pontuando somente 1,4. "Mesmo que alguns modelos tenham um fator de qualidade muito baixo, é importante lembrar que qualquer máscara é melhor do que não usá-la. Embora dentro do espectro das máscaras haja modelos melhores e piores, eles continuam sendo todos eficientes", diz o engenheiro biomédico Vitor Mori, membro do Observatório Covid-19 BR.
Um aspecto relevante não abordado pelo trabalho de Artaxo, Morais e John foi a vedação. Ajustar a máscara ao rosto, evitando brechas no contato do acessório com nariz, queixo e bochechas, é essencial para que a filtração na vida real seja a mesma observada em laboratório. Mori explica que há dois elementos que contribuem para uma melhor vedação. "Se a máscara tem clipe nasal e elásticos para prendê-la na nuca, ela tem mais condição de ficar bem ajustada ao rosto. Com uma melhor vedação, o ar que sai e o que entra passa somente pelo filtro, maximizando a retenção de partículas", afirma. Segundo Artaxo, um bom ajuste da máscara ao rosto é essencial para que ela proporcione a retenção adequada. Recomendação nesse sentido consta do artigo de seu grupo.
Vírus retidos
Outra pesquisa sobre o uso de máscaras feita no país, que utilizou como amostra um grupo de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, revelou um aspecto interessante relacionado ao uso desses itens de proteção: o patógeno foi encontrado apenas na camada interna das máscaras, sugerindo um bloqueio na transmissão. Feito por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o estudo analisou 45 peças faciais utilizadas em situações cotidianas por 28 pacientes, sendo 30 delas de tecido de algodão, com duas ou três camadas, e 15 do modelo cirúrgico.
Os resultados, publicados como preprint (artigos ainda não submetidos ao processo formal de revisão por pares) no repositório medRxiv, sugerem que máscaras variadas dificultam ou impedem que os vírus sejam expelidos com alto grau de eficiência - reforçando a ideia de que proteções respiratórias evitam, antes de tudo, que infectados espalhem doenças.
"Diversos dados indicam que a presença de múltiplas camadas da máscara é um fator importante para a proteção, assim como a porosidade do tecido, que não pode ser excessiva", destacou Andreza Salvio, doutora em biologia parasitária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz e uma das integrantes da equipe responsável pelo estudo, em material divulgado pela instituição. "Além disso, é fundamental perceber que a máscara é só uma entre diversas medidas que devem ser adotadas para conter a disseminação da Covid-19, ao lado, por exemplo, do distanciamento social e da vacinação", completou.
Sem interferência
Outro estudo, também da FM-USP, apoiado pela FAPESP e divulgado no medRxiv como preprint, indica que o uso de máscaras, ainda que possa causar algum desconforto, não interfere significativamente nos padrões de respiração e na fisiologia cardiovascular, inclusive durante a prática de exercício físico em intensidades moderadas a altas.
Os pesquisadores trabalharam com 17 homens e 18 mulheres saudáveis realizando testes ergoespirométricos em esteira - que avaliam as respostas cardiopulmonares por meio da troca de gases expirados e inspirados ao longo do exercício físico -, coleta de lactato (indicador de intensidade de esforço físico e de fadiga muscular) e monitoramento cardíaco constante, em variados graus de esforço. Os voluntários correram uma sessão com máscara de tecido de três camadas e outra sessão sem o acessório, possibilitando a comparação.
"O estudo mostra que a máscara de tecido não afetou substancialmente as variáveis fisiológicas ou metabólicas durante o exercício físico aeróbico", afirma Natália Guardieiro, médica do exercício e do esporte, doutoranda da FM-USP e primeira autora do artigo. "Mesmo nos exercícios mais intensos, os efeitos da máscara foram mínimos, pois o organismo realiza compensações fisiológicas. Portanto, a máscara não deve ser uma barreira para a prática de atividade física", conclui.
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- 12/01/2022 - Método simples, limpo e escalável permite obter material promissor para geração de energia renovávelPesquisadores ligados ao Centro de Inovação em Novas Energias desenvolveram estratégia para produzir nitreto de boro hexagonal, também conhecido grafeno branco (processo de esfoliação do nitreto de boro hexagonal
Pesquisadores ligados ao Centro de Inovação em Novas Energias desenvolveram estratégia para produzir nitreto de boro hexagonal, também conhecido grafeno branco (processo de esfoliação do nitreto de boro hexagonal
Fonte: Agência Fapesp
Agência FAPESP* – Os materiais bidimensionais, assim chamados porque a sua espessura varia de apenas um átomo até poucos nanômetros, têm ganhado protagonismo graças às suas propriedades únicas e à miniaturização de dispositivos que ocorre em segmentos tão diversos como eletrônica, saúde ou energia. Entretanto, a preparação de alguns desses materiais em escala industrial, mantendo as suas propriedades, ainda é um desafio.Em trabalho realizado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e recentemente publicado no periódico Materials Today Advances, pesquisadores ligados ao Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) e ao Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais do Ipen apresentam uma importante contribuição à busca por métodos que viabilizem a produção industrial desses materiais ultrafinos.Os autores desenvolveram um método rápido, limpo e simples para obter nanofolhas de nitreto de boro hexagonal, que são formadas por camadas planas de átomos de boro e nitrogênio dispostos em forma de hexágonos. Pelas suas propriedades eletrônicas e mecânicas e a sua alta capacidade de adsorção, o material é promissor, por exemplo, para aplicações na área de geração e armazenamento de energias renováveis – um dos focos do CINE, um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído pela FAPESP em parceria com a Shell.Para obter o nitreto de boro hexagonal na sua versão bidimensional, é necessário esfoliá-lo, ou seja, extrair folhas de poucas camadas de espessura a partir da versão macroscópica. Conhecido como grafeno branco, o nitreto de boro hexagonal é semelhante ao material de carbono em muitos aspectos, mas é muito mais difícil de se esfoliar."Neste trabalho foi apresentado um método de esfoliação de cristais de nitreto de boro em um material de poucas camadas, de dimensões nanométricas, por meio do plasma de uma bobina de Tesla modificada”, descreve Almir Oliveira Neto, pesquisador titular no Ipen e membro do CINE, que liderou o trabalho.A bobina de Tesla é um aparelho simples, que pode ser construído artesanalmente, capaz de produzir descargas de alta tensão (arcos voltaicos). Essas descargas elétricas ionizam o entorno, formando o chamado "plasma frio”, no qual os elétrons estão em um estado energético mais alto do que o resto das partículas. A esfoliação do nitreto de boro pelo novo método ocorre quando os elétrons são disparados contra uma quantidade macroscópica de nitreto de boro. Nesse momento, parte da energia dos elétrons é transferida para a estrutura do cristal, o que aumenta a distância de ligação entre as camadas atômicas até um ponto em que a ligação se rompe.De acordo com Oliveira Neto e o pós-doutorando Fernando Brambilla de Souza, autores principais do artigo, o método é promissor para a produção industrial desse material bidimensional. Além de possibilitar o aumento da escala de produção, a metodologia só utiliza nitreto de boro, energia elétrica e gás nitrogênio como insumos. Além disso, o processo pode ser realizado em apenas uma etapa em um equipamento compacto, que pode ser construído facilmente e com baixo custo.O estudo teve apoio da FAPESP por meio de três projetos (14/09087-4, 14/50279-4 e 17/11937-4). Os resultados completos podem ser conferidos no artigo Facile, clean and rapid exfoliation of boron-nitride using a non-thermal plasma process, disponível em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2590049821000515?via%3Dihub.* Com informações da Assessoria de Comunicação do CINE.
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- 12/01/2022 - Concurso Amazul: definida banca para novo edital de níveis médio e superiorConcurso Amazul (Amazônia Azul Tecnologia de Defesa SA) contará com oportunidades para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro
Concurso Amazul (Amazônia Azul Tecnologia de Defesa SA) contará com oportunidades para os estados de São Paulo e Rio de Janeiro
Fonte: JC Concursos
Fernando Cezar Alves
Um novo concurso Amazul(Amazônia Azul Tecnologia de Defesa SA) deverá ser realizado em breve. O primeiro passo ocorreu nesta segunda-feira, 10 de janeiro, com a confirmação do nome da banca organizadora, que será o Instituto Selecon, escolhida pelo critério de dispensa de licitação. A oferta de vagas ainda não está definida, bem como os cargos que serão contemplados. Porém, já está certo que o certame contará com oportunidades para cargos de nível médio e superior, com lotação das oportunidades nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Novas informações devem ser divulgadas em breve.
Com a escolha da banca, o próximo passo é a assinatura do contrato com a empresa, que deve ocorrer nos próximos dias. Somente então poderá ser confirmada a data de publicação do edital de abertura de inscrições.
Já está certo que a seleção contará com provas objetivas e redação, além de análise de títulos apresentados.
Concurso Amazul: veja publicação oficial
EXTRATO DE DISPENSA DE LICITAÇÃO Nº 67/2021
NUP: 61984.002943/2021-78 - Objeto: contratação serviços de planejamento, organização, execução e todo e qualquer ato pertinente à realização de concurso público de provas (objetiva e redação) e títulos, nas cidades do Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP, a fim de selecionar candidatos para o provimento de vagas em cargos de nível superior e nível médio da AMAZUL, conforme especificado no Projeto Básico - Anexo A. Justificativa: Oferta mais vantajosa para a organização do Concurso Público. Reconhecimento em 04/01/2022 - ALEXANDRE RODRIGUES VIVEIROS - Contra-Almirante (IM) Diretor Administrativo-Financeiro. Ratificação em 04/01/2022 - EDESIO TEIXEIRA LIMA JUNIOR - Vice-Almirante (RM1-IM) Diretor-Presidente. Contratada: Instituto Nacional de Seleções e Concursos - SELECON, CNPJ n.º 24.465.407/0001-52. O valor a ser pago para este acordo será o arrecadado com a taxa de inscrição no concurso.
Concurso Amazul: saiba como foi a última seleção
O último concurso Amazul ocorreu em 2020, quando foram oferecidas 2.377 vagas temporárias, sendo 67 imediatas e 2.310 para formação de cadastro reserva (CR). Porém, a seleção acabou sendo revogada, em decorrência da pandemia de Covid 19. A banca, na ocasião, foi o Instituto Idecan. Os salários variaram de R$ 3.859,98 a R$ 15.987,74.
A seleção disponibilizava oportunidades em cargos de níveis médio e superior, distribuídas da seguinte forma: analista administrativo (1 posto + 90 CR), analista de desenvolvimento de sistemas (1 + 30 CR), analista de negócios (1 + 30 CR), analista de relações institucionais (30 CR), analista de sistemas (3 + 90 CR), arquiteto (3 + 60 CR), assistente administrativo (30 CR), contador (2 + 60), engenheiro civil (3 + 90 CR), engenheiro de automação e controle (30 CR), engenheiro de energia (1 + 30 CR), engenheiro de materiais (30 CR), engenheiro de produção (7 + 180 CR), engenheiro de telecomunicações (1 + 30 CR), engenheiro eletricista (5 + 150 CR), engenheiro eletricista/eletrônico/eletrônico/automação e controle (1 + 30 CR), engenheiro eletrônico (30 CR), engenheiro mecânico (11 + 360 CR), engenheiro naval (2 + 60 CR), engenheiro nuclear (2 + 60 CR), engenheiro para atuar em instrumentação e controle (1 + 30 CR), engenheiro para atuar em proteção e combate a incêndio (1 + 30 CR), engenheiro para atuar na área de gestão da qualidade (1 + 30 CR), engenheiro químico (3 + 90 CR), proteção radiológica (1 + 30 CR), físico (3 + 120 CR), pesquisador em história (30 CR), projetista civil (2 + 60 CR), projetista de eletricidade (2 + 60 CR), projetista de instrumentação e controle (1 + 30 CR), projetista mecânico (5 + 120 CR), químico (1 + 30 CR), técnico em eletrônica (30 CR), técnico em mecânica (30 CR), técnico em química (30 CR), tecnólogo em projetos mecânicos (1 + 30 CR) e web designer (1 + 30 CR).
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- 10/01/2022 - Codemge abre consulta para alienação da participação no MGgrafenoIniciativa visa a instalação da primeira planta industrial do material no país
Iniciativa visa a instalação da primeira planta industrial do material no país
Fonte: Agência MinasA Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) abre consulta pública, de 10 a 28/1/2022, com a finalidade de receber manifestações de interesse do mercado para assumir posição contratual no MGgrafeno, incluindo posterior transferência da tecnologia desenvolvida no projeto.
O MGgrafeno é uma iniciativa da Codemge, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), que visa a instalação da primeira planta industrial de grafeno do Brasil.
Localizada em Belo Horizonte/MG, no CDTN, a planta-piloto é operacional desde 2018 e conta com laboratórios de alta tecnologia, equipamentos de ponta e mão de obra especializada na produção, caracterização e aplicação do material. Em 2021, o projeto alcançou a marca de 1,25 tonelada∕ano de capacidade produtiva de grafeno.
Outras informações a respeito da oportunidade de investimento, bem como os pré-requisitos das propostas e dos participantes, encontram-se disponíveis neste link.
Para análise interna da consulta, os interessados devem encaminhar as seguintes informações/documentos:
• Carta de manifestação de interesse preenchida (confira aqui);
• Estatuto ou Contrato Social em vigor, devidamente registrado no órgão competente, com respectiva(s) alteração(ões), ou última consolidação;
• Documentação do(s) representante(s) legal(is) da pessoa jurídica interessada que comprove os devidos poderes de representação, acompanhada de documento de identidade;
• Balanço Patrimonial Anual de 2020 da pessoa jurídica interessada, assinado pelo responsável técnico de contabilidade.
As manifestações de interesse, acompanhadas da documentação citada, e os pedidos de esclarecimento deverão ser encaminhados, no prazo indicado, para o e-mail consultapublicagrafeno@codemge.com.br. A Codemge divulgará as respostas no site da companhia, na página da consulta pública (http://www.codemge.com.br/consultaspublicas/).
MGgrafeno
Criado em 2016, o projeto MGgrafeno teve como objetivo inicial agregar valor ao grafite natural produzido no estado de Minas Gerais. A iniciativa tem trabalhado com foco na consolidação de processos e no desenvolvimento de tecnologia própria, 100% nacional.
O grafeno do projeto é obtido por meio da esfoliação mecânica, assistida quimicamente em meio aquoso, do grafite natural. O processo é reprodutível, escalável e com custo baixo. Todo o resíduo gerado é reutilizado ou reciclado, o ar é monitorado e 100% da água retorna ao ciclo, tornando a planta segura e sustentável.
Trabalham no MGgrafeno 60 profissionais, sendo 18 doutores e oito mestres, entre químicos, físicos, biólogos e engenheiros.
Três tipos de produtos são desenvolvidos no projeto MGgrafeno: grafeno de poucas camadas (um a cinco camadas, centrada em dois); nanoplacas de grafeno (seis a dez camadas, centrada em seis); nanografite – material com pelo menos uma dimensão em escala nanométrica. Cada produto tem aplicações específicas. Além da produção de grafeno em escala, o projeto já testou e demonstrou mais de 20 aplicações e materiais, com diversos parceiros empresariais.
Programa de gestão de portfólio
Com o objetivo de se tornar vetor de soluções para o desenvolvimento deMinas Gerais, promovendo a conexão entre o público e o privado, a Codemge instituiu em 2021 o Programa de Gestão de Portfólio. A ação, em curso, revisa sua carteira de ativos com foco na simplificação, na eficiência e em garantir maior retorno de iniciativas para Minas.
O programa inclui fundos de investimentos em participações e participações acionárias diretas, projetos de P&D, ativos imobiliários, direitos minerários, entre outros ativos. As oportunidades oferecidas a investidores são divulgadas pelo site da Codemge, em conformidade com a legislação e com as melhores práticas de mercado e de governança corporativa.
Codemge
A Codemge é uma empresa estatal, integrante da administração pública indireta do estado de Minas Gerais, organizada sob a forma de sociedade por ações. Tem como missão contribuir para o desenvolvimento de Minas Gerais, impulsionando estrategicamente a economia mineira. Integrante do Grupo Codemge, do qual a Codemig faz parte, a companhia é responsável por diversos ativos econômicos, em várias frentes de atuação, enquanto a Codemig se dedica ao nióbio. -
- 07/01/2022 - José Carlos, renomado pesquisador capivariano, da roça para doutorado em Stuttgart Universität, AlemanhaDr. José Carlos Bressiani, segundo filho do saudoso casal Otília Veronez Bressiani/Éttore Bressiani, o carismático Telê, trabalhou na roça, no armazem da família, na Fazenda Bressiani, onde morava, cursando até o 3º ano escolar primário, na Escola do Bairro Barnabé. Depois veio para Capivari cursar o 4º ano, morando com o avô Carlos Bressiani. Completado o primeiro ciclo escolar, parou de estudar, voltou para o trabalho no sítio por três anos.
Dr. José Carlos Bressiani, segundo filho do saudoso casal Otília Veronez Bressiani/Éttore Bressiani, o carismático Telê, trabalhou na roça, no armazem da família, na Fazenda Bressiani, onde morava, cursando até o 3º ano escolar primário, na Escola do Bairro Barnabé. Depois veio para Capivari cursar o 4º ano, morando com o avô Carlos Bressiani. Completado o primeiro ciclo escolar, parou de estudar, voltou para o trabalho no sítio por três anos.
Fonte: Correio de Capivari
Ávido por conhecimento, fez um cursinho de três meses com a profª Dorilda, prestou exame de admissão, sendo aprovado para cursar o Científico no Ginásio Padre Fabiano.
No término do Científico, sem cursinho, prestou vestibular e foi aprovado na Universidade Federal de São Carlos (1974), para a Faculdade de Engenharia de Materiais.
Tornou-se um dos pesquisadores mais respeitado na área, no Brasil e no mundo.
Continuou estudando, con cluindo seu mestrado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado (Dr. rer. nat.) na área de Materiais – Stuttgart Universität (1984), Alemanha.Aposentou-se após 44 anos de trabalho no IPEN.
Foi agraciado com o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN em 30/08/2021 durante as comemorações de 65 anos do IPEN e 45 anos do Programa de Pós-Graduação do Instituto junto a USP.Vamos registrar aqui um pouco da vida acadêmica deste extraordinário capivariano, dr José Carlos Bressiani, que saiu da roça, estudou com fervor e extrema dedicação, ganhou os degraus do conhecimento, sendo reconhecido nacionalmente pelos seus trabalhos e pesquisas no IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares.
Formou-se Engenheiro de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos (1974), conquistou o mestrado em Tecnologia Nuclear pela Universidade de São Paulo (1980) e doutorado (Dr. rer. nat.) na área de Materiais – Stuttgart Universität (1984), Alemanha.
Pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN/CNEN-SP de 01/1975 até 09/2019 e professor de pós-graduação no Programa de Tecnologia Nuclear do IPEN, curso vinculado à Universidade de São Paulo até 2015.
Especialista na área de Engenharia de Materiais, com ênfase em Materiais Cerâmicos e Biomateriais. Chefe da Divisão de Materiais Cerâmicos de 1988 a 04/2004, Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino de 06/2004 a 12/2012 e Superintendente do IPEN de 12/2012 a 12/2016. Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear – RJ) de 07/2017 até 05/2019.
Foi membro da comissão setorial do RHAE-MCT (1988 a 1990); coordenador, vice-coordenador e membro do Grupo Técnico do Sub-programa de Novos Materiais do PADCT-MCT (08/1990 a 04/1995); membro da comissão organizadora de mais 40 congressos nacionais e internacionais; duas vezes Presidente da Associação Brasileira de Cerâmica (05/1991 a 06/1992 e 06/1998 a 06/2000) e Diretor da mesma de 1987 até 07/2014. Membro da Comissão de Pós-Graduação do IPEN a partir de 1997, Vice-Presidente a partir de 05/2000 e Presidente a partir de 01/2005 até 06/2013.
Diretor do Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica, CenDoTeC de 05/2004 até 09/2013. Membro do Conselho de Administração das Indústrias Nucleares do Brasil – INB, de 01/2010 até 03/2014. Membro do Conselho Superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo de 02/2010 a 01/2014. Fundador e editor adjunto da revista Materials Research de 10/1998 até 2015;
Foi membro da comissão Editorial das revistas Cerâmica, Tile & Brick International e "Interceran – International Ceramic Review; ex-membro dos Comitês Assessores do CNPq e da do Conselho Técnico CAPES. Membro do Conselho Fiscal das Indústrias Nucleares do Brasil – INB, de 04/2014 a 03/2015.
Membro – Científico do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF de 10/2014 a 10/2016.
Orientou mais de trinta mestrados e doutorados e publicou mais de 300 artigos científicos em revistas e anais de congressos.
Aposentou-se em 09/2019 após 44 anos de trabalho no IPEN.
Foi agraciado com o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – IPEN em 30/08/2021 durante as comemorações de 65 anos do IPEN e 45 anos do Programa de Pós-Graduação do Instituto junto a USP. -
- 05/01/2022 - FAPESP e Shell lançam chamada para constituir Centro de Inovação OffshoreNovo centro visa incorporar tecnologias e processos sustentáveis e de baixa emissão de carbono à produção de energia offshore
Novo centro visa incorporar tecnologias e processos sustentáveis e de baixa emissão de carbono à produção de energia offshore
Fonte: Agência FAPESP
A FAPESP e a Shell anunciaram a abertura de uma chamada de propostas para constituição do Centro de Inovação Offshore Shell Brasil-FAPESP (OIC). Propostas serão recebidas até 29 de março de 2022."Há mais de cinco anos a Shell e a FAPESP vêm investindo conjuntamente em pesquisa. Este modelo de parceria, com investimentos públicos e privados, potencializa exponencialmente a capacidade de geração de respostas. Esperamos que os pesquisadores do Estado de São Paulo apresentem propostas com perguntas científicas que valorizem ainda mais estes investimentos. O acordo propicia que o aporte de R$ 35 milhões pela FAPESP viabilize o aporte de R$ 52 milhões por parte da Shell nas diferentes instituições acadêmicas lideradas pela USP", afirmou Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.O OIC será o terceiro Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em parceria entre a FAPESP e a Shell. Já estão em operação o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), com sede na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e o Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), com sedes na USP, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).No segundo semestre de 2022, após anúncio dos resultados, o OIC se juntará ao portfólio de núcleos mantidos pelos dez CPEs da FAPESP, que viabiliza sinergias entre a iniciativa privada e o setor acadêmico visando produzir e disseminar pesquisa de nível mundial, bem como gerar alto impacto econômico e social por meio da inovação.O novo centro se concentrará em pesquisas e tecnologias com potencial de impactar positivamente a forma como a indústria de energia offshore é construída e operada – iniciando a transição para a esperada produção de energia com redução de emissões e sustentabilidade.O edital define cinco áreas tecnológicas que devem ser abordadas pelo novo centro: processos inovadores; baixa emissão de gás carbônico offshore; saúde segurança e meio ambiente; materiais inovadores e nanotecnologia; e ciências computacionais e digitais.As propostas para a constituição do OIC devem prever no plano de pesquisa o desenvolvimento de um ou mais projetos para cada área tecnológica, com objetivos e metas específicos.O Centro de Inovação Offshore deverá ter sede em uma instituição de ensino superior e pesquisa no Estado de São Paulo, que será responsável pela coordenação científica dos projetos do centro e pela gestão e custeio das atividades administrativas ali desempenhadas.A instituição-sede também gerenciará, no âmbito da execução dos projetos, a participação de instituições parceiras, ou seja, outras empresas, instituições credenciadas, universidades ou startups que irão compor o seu ecossistema de pesquisa.Caberá também à instituição-sede apoiar o pesquisador responsável que responderá pela iniciativa do OIC e que liderará o comitê executivo do centro, órgão encarregado da supervisão de todas suas operações diárias. O pesquisador responsável terá como pares membros das instituições de pesquisa envolvidas, como os coordenadores de inovação e difusão, bem como da Shell (à qual cabem as posições do diretor-adjunto e do representante de inovação).FAPESP e Shell financiarão o novo centro por até cinco anos, renováveis por outros cinco, mediante aportes anuais de até R$ 17,5 milhões. Ao final de sua vigência, o OIC captará um volume total de recursos da ordem de R$ 87,5 milhões, divididos entre FAPESP e Shell na proporção de 40% e 60%, respectivamente.Propostas devem ser submetidas por meio do SAGe (https://fapesp.br/sage). Após o recebimento de todas as avaliações, revisores nomeados em conjunto por FAPESP e Shell enviarão um feedback aos proponentes.A chamada de propostas está disponível em: fapesp.br/15247. -
- 04/01/2022 - Estatal criada para permitir privatização de Eletrobras entra em operaçãoA ENBPar vai assumir a gestão de empresas como Eletronuclear e Itaipu e de políticas públicas
A ENBPar vai assumir a gestão de empresas como Eletronuclear e Itaipu e de políticas públicas
Fonte: ExameA nova estatal criada pelo governo para permitir a privatização da Eletrobras foi ativada nesta terça-feira. A Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional S.A. (ENBPar) é vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), tem sede em Brasília e fará a gestão de empresas como a Itaipu Binacional e Eletronuclear, além de tocar políticas públicas.
A nota do MME que informa sobre a ativação da estatal cita que CEO da ENBPar será Ney Zanella dos Santos. Ele é Vice- Almirante da Marinha, presidente do Conselho de Administração da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A (NUCLEP) e atuava como assessor especial de Gestão Estratégica do MME.
De acordo com a pasta, a gestão da Eletronuclear e Itaipu só passará para a ENBPar após a capitalização da Petrobras. A empresa vai tocar políticas como a universalização de energia elétrica (Luz Para Todos), Mais Luz para a Amazônia, contratos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfra) e ações do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
Essas são atividades que estão sob comando da Eletrobras e não podem ser repassadas para a iniciativa privada.
A ENBPar vai assumir a administração de bens da União que estavam sob gestão da Eletrobras e dos contratos do Fundo Reserva Global de Reversão (RGR), assinados antes de 17 de novembro de 2016, que tratam de reversão, encampação, expansão e melhoria dos serviços públicos de energia elétrica.
O Ministério de Minas e Energia foi questionado a respeito de estrutura da estatal, início da administração das outras empresas e orçamento da ENBPar, mas não respondeu até a publicação desta matéria.
Em 2021, o governo havia separado R$ 4 bilhões no Orçamento para a constituição da ENBpar. Os recursos seriam usados para aquisição do controle da Eletronuclear e da parte que a Eletrobras possui no capital de Itaipu.
Na ocasião deste anúncio, o MME havia informado que, após a constituição, a nova estatal não dependeria de recursos da União para custeio de despesas, já que terá receitas das participações em Itaipu e na Eletronuclear, e também oriundas da gestão de políticas públicas.
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- 01/01/2022 - Japão vai ajudar Bill Gates na construção de reator nuclear experimentalAs obras do projeto do reator Natrium vão começar daqui a dois anos e vão contar com financiamento conjunto entre autoridades dos EUA e do Japão.
As obras do projeto do reator Natrium vão começar daqui a dois anos e vão contar com financiamento conjunto entre autoridades dos EUA e do Japão.
Fonte: Sputnik BrasilDuas grandes empresas industriais japonesas estão planejando se unir à empresa de capital de risco de Bill Gates a fim de fornecer suporte técnico para um reator nuclear de alta tecnologia que será construído no estado americano de Wyoming.As partes devem assinar um acordo em janeiro com a Agência de Energia Atômica do Japão (JAEA) e a Mitsubishi Heavy Industries para fornecer assistência industrial e dados dos próprios reatores avançados do Japão, informou o diário japonês Yomiuri no sábado (31), citando várias fontes próximas ao assunto.A Terra Power, um empreendimento de energia nuclear estabelecido por Gates, está planejando inaugurar a planta do reator Natrium em Wyoming já em 2028, com financiamento de autoridades norte-americanas para cobrir metade do projeto estimado em US$ 4 bilhões (cerca de R$ 22.3 bilhões).As obras de construção de um reator rápido compotência de 345.000 quilowatts, usando sódio como refrigerante, vão começar em 2024.A empresa de capital de risco de Gates planejava inicialmente trabalhar com a estatal China National Nuclear, mas as restrições aos acordos nucleares com Pequim, introduzidas pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, forçaram a empresa a abandonar o plano. Os EUA têm uma longa história de rivalidade com a China e a Rússia, que também cogita construir e exportar reatores avançados.A JAEA, que tem vasta experiência em operar reatores rápidos resfriados a sódio, como o protótipo de reator rápido de Monju na província de Fukui e o reator experimental rápido Joyo na província de Ibaraki, fornecerá dados operacionais e projetos para a Terra Power.O Japão teve a amarga experiência de descomissionar seu protótipo de reator avançado Monju em 2016, um projeto que custou US$ 8,5 bilhões (cerca de R$ 47.4), mas proporcionou poucos resultados e anos de controvérsia. A instalação de Monju registrou acidentes, violações regulatórias e acobertamentos desde sua concepção. O desastre nuclear de Fukushima, em 2011, também contribuiu para o fechamento do reator. -
- 31/12/2021 - Alemanha desativa mais três usinas nuclearesFonte: Isto ÉDesligamento ocorre nesta sexta-feira e faz parte do plano do governo alemão de eliminar a energia nuclear do país até 2022. Greenpeace celebrou o fato projetando frase em uma das usinas. A Alemanha vai desativar na noite desta sexta-feira (31/12) mais três usinas nucleares, como parte do plano para eliminar a energia nuclear no país até 2022.
As usinas de Brokdorf, no estado de Schleswig-Holstein, e Grohnde, na Baixa Saxônia, devem parar de funcionar perto da meia-noite. A de Gundremmingen, na Baviera, deve encerrar a operação às 22h.
No entanto, a demolição legalmente prevista levará muitos anos para ser concluída.
Para celebrar o feito, na noite de quinta-feira, a organização não governamental Greenpeace projetou a frase "Por uma Europa sem energia nuclear” na torre de resfriamento da usina de Grohnde.
"A eletricidade vinda do vento e do sol já é significativamente mais barata do que a nuclear, e é mais segura. Para que a expansão das energias renováveis progrida com rapidez suficiente, a Comissão [da União Europeia] não deve classificar as energias perigosas e sujas, como a nuclear e o gás, como sustentáveis”, enfatizou o Greenpeace.
+ O economista Paulo Gala revela os caminhos para investir bem em 2022
+ Ministério da Agricultura suspende venda de 24 marcas de azeite irregulares
+ São Paulo suspende rodízio de automóveis em dezembro; veja as datas"Satisfação e Alegria”
Na cúpula do reator da usina Brokdorf, foi projetado "Fim! Finalmente!”.
"Estamos aliviados que o pior cenário de um colapso central como o de Chernobyl e Fukushima não ocorreu aqui”, declarou a Organização Antinuclear, responsável pelo ato.
Por mais de três décadas, centenas de milhares de pessoas se manifestaram contra a construção e operação da usina de Brokdorf.
"Isso nos enche de satisfação e alegria. O esforço valeu a pena”, anunciou a organização.
Fase final da eliminação do nuclear
Em 2022, apenas três usinas nucleares seguirão em funcionamento na Alemanha: uma na Baviera, uma em Baden-Württemberg e uma na Baixa Saxônia. No fim do próximo ano, elas também serão desligadas. No entanto, duas usinas que produzem combustível e outros elementos para exportação continuarão operando.
Em 2011, o governo alemão anunciou a eliminação progressiva da energia nuclear no país, após o devastador acidente com o reator em Fukushima, no Japão.
Recentemente, no entanto, o número de pessoas favoráveis à energia nuclear voltou a crescer porque, ao contrário da produção de eletricidade a partir do carvão, por exemplo, ela produz muito menos dióxido de carbono, prejudicial ao clima.
Outros países
Enquanto a Alemanha está eliminando todas as suas usinas nucleares, outros países como França, Reino Unido, Estados Unidos, Índia, Rússia e China continuam dependendo desse tipo de energia.
Globalmente, cerca de 440 reatores nucleares ainda estão em operação, fornecendo cerca de 10% da energia mundial. Cerca de 50 reatores nucleares estavam em construção este ano, 18 deles na China. Mais 300 usinas nucleares estão atualmente em fase de planejamento.
As emissões da energia nuclear são significativamente mais baixas do que as do carvão, petróleo e gás natural. Ainda assim, em comparação com a energia eólica e solar, os custos da tecnologia são muito mais altos e a construção de usinas nucleares leva muito mais tempo.
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- 29/12/2021 - Esvaziar IPEN “põe em risco a vida de 2 milhões de pessoas” que se tratam de câncer, alerta diretor do institutoGoverno cortou verbas do Instituto que fabrica radiofármacos usados no tratamento e no diagnóstico de câncer. Ao mesmo tempo, parlamentares ligados ao Planalto iniciaram tramitação da PEC para esvaziar instituto e privatizar o setor
Governo cortou verbas do Instituto que fabrica radiofármacos usados no tratamento e no diagnóstico de câncer. Ao mesmo tempo, parlamentares ligados ao Planalto iniciaram tramitação da PEC para esvaziar instituto e privatizar o setor
Fonte: Hora do Povo
O governo Bolsonaro cortou 44,8% dos recursos destinados à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), na Lei Orçamentária Anual 2021. O corte levou à paralisação, pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da produção de radiofármacos e radioisótopos usados para o tratamento de câncer no Brasil. Em 2020, a verba repassada ao IPEN pelo governo federal foi de R$ 165 milhões. Neste ano, até agosto, o instituto recebeu pouco mais de R$ 91 milhões.Corte de Verbas
Este corte abrupto de verbas colocou em risco a vida de cerca de 2 milhões de pessoas em todo o país, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). O IPEN é responsável pelo fornecimento de 25 tipos de radiofármacos aos laboratórios e hospitais de todo o Brasil. Cerca de 85% de toda a produção nacional desse tipo de medicamento, com material radioativo, sai de lá.
Os radiofármacos produzidos pelo IPEN têm duas funções. Uma é o tratamento em si que, no caso de alguns tipos de câncer, são a única opção. Outra é o diagnóstico por imagem – exames que ajudam a detectar a presença do câncer e de outras doenças. Com a falta de verbas, hospitais chegaram a cancelar tratamentos por causa do desabastecimento.
Paralelo aos cortes de verbas do governo que ameaçaram a vida das pessoas, avançou no Congresso Nacional a tramitação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tem o objetivo de esvaziar a atuação do IPEN e transferir para grupos privados a responsabilidade pela importação e fabricação dos radiofármacos.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 517/10, do Senado, de autoria do senador Álvaro Dias (Podemos-PR), prevê a quebra do monopólio governamental para a produção dos radioisótopos. Hoje, a produção e a comercialização desses fármacos no Brasil são realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e seus institutos, como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo.
Segurança Nacional
A Constituição já autoriza, sob regime de permissão, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médico. A produção por empresas privadas é permitida no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas). Ao defender a aprovação do texto da PEC, o General Peternelli, relator do projeto na Câmara, argumentou que a produção pela iniciativa privada "resultará em menores custos para a pesquisa, a produção e o uso de radiofármacos, pois eliminará gastos relacionados com o processo de importação, frete, seguros e câmbio”.
O superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN-CNEN), Wilson Calvo, enviou carta aos parlamentares da Comissão Especial da Câmara dos Deputados e contestou as afirmações do relator. "Atualmente, o preço do gerador de 2.000mCi (radiofármaco) produzido pelo IPEN-CNEN é de R$ 6.835,00 e o praticado pela iniciativa privada é de R$17.200,00. Mesmo com a correção pela variação cambial do radioisótopo (99Mo), o preço desse gerador praticado pelo instituto passaria a R$8.885,50. Além disso, tratam-se de produtos injetáveis e o rigor da ANVISA e a saúde dos pacientes são prioritários”, informa Wilson Calvo.
Em entrevista ao HP, o superintendente do IPEN alertou que a PEC-517/2010, que abre caminho para a quebra do monopólio da União, não garante o investimento do Estado, imprescindível à modernização das instalações de produção do Centro de Radiofarmácia do IPEN/CNEN.
Calvo informou que, depois de ter sido adiada a votação algumas vezes e terem sido canceladas em duas ocasiões audiências públicas com entidades representativas da comunidade científica, a Proposta de Emenda à Constituição que autoriza a iniciativa privada a produzir e comercializar todos os radioisótopos de uso na medicina foi aprovada, no último dia 15 de dezembro, e deverá seguir para apreciação do Plenário da Câmara dos Deputados.
O especialista explicou que radioisótopos são os insumos necessários para a obtenção de radiofármacos (medicamentos que emitem radiação) utilizados no diagnóstico e tratamento de doenças, principalmente contra o câncer, cuja produção, atualmente, é monopólio da União, sob a responsabilidade do IPEN/CNEN.
50 Milhões de Procedimentos
"Nós não somos contra a iniciativa privada, mas o texto da PEC não garante, por exemplo, os recursos para a obtenção das boas práticas de fabricação (BPF) no IPEN/CNEN e o consequente registro definitivo dos produtos junto à Anvisa”, afirmou Calvo. Entre os 24 radiofármacos produzidos pelo IPEN/CNEN, atualmente, estão os geradores de 99mTc, responsáveis por 85% dos diagnósticos de doenças em Medicina Nuclear, e 21 produtos possuem registro na Anvisa "por meio de uso consagrado, com mais de 50 milhões de procedimentos realizados no País”.
Para produzir os geradores de 99mTc, o IPEN/CNEN depende 100% da importação do insumo, o radioisótopo 99Mo, fornecido pela Rússia, África do Sul e Holanda. Em mais de seis décadas de atuação, o Instituto só teve a produção comprometida em três situações: em 2009, com a paralisação do então principal produtor mundial de radioisótopos, o Reator Nuclear NRU, do Canadá; no auge da pandemia de Covid-19, em 2020, que comprometeu a logística de voos internacionais; e este ano, após o corte de 44,8% nos recursos destinados à CNEN, na Lei Orçamentária Anual 2021.
"E mesmo em 2020, com a pandemia, o IPEN/CNEN não deixou de abastecer as clínicas e os hospitais. Inclusive, na ocasião, nossos esforços foram reconhecidos pela própria SBMN [Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear] e pela Casa Civil [pronunciamento em cadeia nacional do ministro Braga Neto]”, ressalta Calvo. Em carta enviada ao superintendente, a diretoria da SBMN agradeceu ao Instituto "pela sua atuação, que possibilitou a chegada de insumos vindos da África do Sul até o Instituto de forma segura, em operação de repatriação de brasileiros e ação integrada com a CNEN, Casa Civil e os Ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e das Relações Exteriores (MRE)”.
Reator Multipropósito Brasileiro
Para o superintendente do IPEN, a principal saída para o Brasil é a consolidação do Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), a ser instalado em Iperó (SP), que vai garantir ao País autossuficiência na produção de radioisótopos, principalmente do 99Mo. "Além disso, o RMB pode ser também um potencial exportador desse radioisótopo, saindo o Brasil da condição de dependência total para a de fornecedor mundial. Mas isso deveria estar contemplado no texto da PEC-517/2010, e não está”, adverte Calvo.
Um dos pontos levantados por Calvo, em todas as suas manifestações sobre a PEC-517/2010, é justamente a necessidade de adoção de uma matriz autossustentável para o Instituto, de maneira que não dependa exclusivamente do Estado e que, no futuro, venha a ser praticado no RMB. Ou seja, um modelo em que os recursos da comercialização dos itens a serem produzidos e dos futuros serviços tecnológicos prestados sejam revertidos ao próprio produtor.
Essas medidas, segundo o superintendente do IPEN/CNEN, possibilitarão ampliar a oferta de diagnósticos e terapias a preços mais acessíveis ao Sistema Único de Saúde (SUS), expandindo e democratizando o atendimento aos usuários da rede pública. "Atualmente, dos 2 milhões de procedimentos realizados por ano, somente 25% são destinados à população que depende da rede pública de saúde. Entretanto, esta proposta de ampliação encontra-se em risco, da forma como está o texto da PEC-517/2010”.
Os países com maior número de procedimentos (diagnósticos e terapias) em Medicina Nuclear possuem seus próprios reatores nucleares de pesquisa, para produção dos radioisótopos localmente, tais como, Estados Unidos e Argentina, dentre outros. A entrega da comercialização dos radiofármacos para a iniciativa privada retirará do IPEN uma de suas principais fontes de receitas exatamente no momento em que está sendo construído o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) que tornará o Brasil, não só autossuficiente em produção de radiosótopos, mas também exportador do produto.
O IPEN-CNEN possui um Plano de Ação firmado com a ANVISA até 2025 e vem trabalhando na modernização de suas instalações de produção dos radiofármacos e geradores de 99Mo/99mTc no Centro de Radiofarmácia. Dessa forma, produzirá no conceito de Boas Práticas de Fabricação (BPF), e registrará seus 24 produtos atuais não mais na RDC 263/2019 (radiofármacos de uso consagrado) e sim na RDC 451/2020, a qual dispõe sobre o registro, notificação, importação e controle de qualidade de radiofármacos e substitui a RDC 64/2009, que criou esta classe de medicamentos no Brasil. O Centro de Radiofarmácia terá capacidade para duplicar sua produção, preparando-se, principalmente, para a entrada em operação do RMB.
Investimentos em Tecnologia Nacional"É uma pena que todo o investimento de R$ 14 milhões que está sendo feito para modernizar a Radiofarmácia do IPEN, por meio do nosso projeto aprovado na FAPESP, corra o risco de se perder com a entrada da iniciativa privada no mercado, se passar essa PEC do jeito que está sendo proposta. Lamentavelmente, nem mesmo a mídia está interessada nessa discussão, que pode significar um retrocesso na medicina nuclear do Brasil, no sentido de desfavorecer a população usuária do Sistema público de saúde”, comentou Marcelo Linardi, pesquisador aposentado e coordenador do Projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”.
Os geradores de 99Mo/99mTc são responsáveis por 85% dos diagnósticos de doenças em Medicina Nuclear. Principalmente, representam 72,8% do faturamento/arrecadação anual no Instituto, no total de R$ 120 milhões em 2019. Os radiofármacos de iodo-131 (131I), lutécio-177(177Lu) e gálio-67 (67Ga) respondem, respectivamente, por 13,18%, 4,38% e 2,71%. Assim, dos 24 produtos distribuídos pelo IPEN-CNEN apenas esses 4 (quatro) têm grande interesse comercial pelo setor privado.
O novo Modelo de Gestão ao Centro de Radiofarmácia do IPEN-CNEN, juntamente com a produção nacional de radioisótopos no RMB, possibilitará ampliar os procedimentos de diagnósticos e terapias, a preços muito mais acessíveis aos pacientes do SUS, democratizando-se a Medicina Nuclear no País. Atualmente, dos próximos 2 milhões de procedimentos por ano, somente 25% são destinados à população mais carente, a qual mais necessita de Política Pública do Estado.
O deputado Alexandre Padilha (PT-SP), vem tentando impedir a aprovação da PEC, afirmando que a produção de radiofármacos é questão de "soberania nacional” e será equacionada com a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em São Paulo. "A falta de recursos para a aquisição de insumos necessários para a produção de radiofármacos não pode servir de justificativa para a privatização de produtos que envolvem a segurança e soberania do País”, disse o deputado.
O reator poderá produzir os radioisótopos importados pelo IPEN. O tratamento é feito em cerca de 440 clinicas privadas e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na avaliação da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a proposta de emenda à Constituição, se aprovada, vai retirar recursos do setor nuclear público brasileiro e prejudicar pacientes do Sistema Único de Saúde, com um possível encarecimento da produção. "Não podemos entregar a produção de insumos para a rede privada, sucatear o IPEN e encarecer produtos para o SUS”, afirmou a deputada.
Convocada duas vezes a se manifestar em audiência pública, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) foi comunicada do cancelamento poucas horas do início previsto para sua participação. Entretanto, em Carta Aberta divulgada em 18 de novembro, o presidente Renato Janine Ribeiro alertou que a "quebra do monopólio causará danos gravíssimos”, podendo trazer irremediáveis prejuízos à saúde da população brasileira”.
Segundo Janine, a aprovação da PEC-517/2010 também vai "afetar o desenvolvimento cientifico e tecnológico nesta área tão estratégica da medicina nuclear”. O presidente da SBPC lamentou o "cancelamento em cima da hora” e solicitou que a comunidade cientifica fosse ouvida para que pudesse "apresentar seus argumentos contrários a aprovação desta PEC”. De acordo com o presidente da SBPC, a entidade não obteve resposta da Comissão.
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- 27/12/2021 - Negociações para salvar acordo nuclear iraniano são retomadas em VienaFonte: UOLViena, 27 dez 2021 (AFP) - As negociações para tentar salvar o acordo nuclear iraniano, retomadas nesta segunda-feira (27) em Viena, serão "muito difíceis", alertou o coordenador da União Europeia (UE), Enrique Mora.Após cinco meses de interrupção, as conversas para salvar o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano de 2015 foram retomadas no fim de novembro em Viena entre os países negociadores (Alemanha, França, Reino Unido, China, Irã e Rússia).Mora, que preside a reunião, indicou que todas as partes mostraram "uma clara vontade de trabalhar para o sucesso desta negociação", o que é "um bom presságio"."Vamos trabalhar seriamente nos próximos dias e semanas... será muito difícil", completou.Os negociadores trabalharão até a sexta-feira e darão uma pausa nas conversas durante o fim de semana por razões logísticas, revelou Mora.O acordo alcançado em 2015 concedia à República Islâmica o levantamento de parte das sanções que sufocavam sua economia em troca de uma redução drástica de seu programa nuclear, sob controle estrito da ONU.O que está em jogo nessa nova rodada de negociações é conseguir o retorno dos Estados Unidos ao pacto, depois que o país deixou o acordo em 2018 e restabeleceu as sanções contra o Irã. Os Estados Unidos participam indiretamente das negociações, já que Teerã se recusa a manter negociações diretas com Washington."Hoje se abre um novo ciclo de negociações. A questão das garantias e verificação" do levantamento das sanções americanas se Washington voltar ao acordo "está na ordem do dia", declarou o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian.- Petróleo iraniano -"O mais importante para nós é chegar a um ponto em que possamos verificar que o petróleo iraniano é vendido facilmente e sem limites, que o dinheiro do petróleo chegue às contas bancárias iranianas em moeda estrangeira e que possamos nos beneficiar de todas as receitas nos diferentes cenários econômicos", completou o chanceler."Chegamos a um documento comum sobre o programa nuclear e sobre as sanções. Hoje começarão as primeiras negociações [sobre este tema]", acrescentou.O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, havia aconselhado "todos os participantes nas negociações a virem a Viena com a vontade de chegar a um bom acordo", já que o Irã se nega a "perder tempo e energia".Também lembrou que a delegação iraniana "se concentrará em dois assuntos: o levantamento das sanciones e a atividade nuclear".- 'O tempo está acabando' -Os Estados Unidos advertiram o Irã que não desejam que as discussões durem uma eternidade, mas, por ora, não deram nenhum ultimato.Restam apenas "umas poucas semanas" para salvar o acordo nuclear iraniano se Teerã continuar expandindo suas atividades atômicas no ritmo atual, assinalou na semana passada o negociador americano Rob Malley, que também alertou para uma "crise" em caso de fracasso da diplomacia.O mesmo tom é adotado por parte de França, Alemanha e Reino Unido (E3): "O tempo está acabando. Na falta de um progresso rápido, dada a velocidade de avanço do programa nuclear do Irã, o acordo logo se transformará em letra morta", advertiram altos funcionários.Em resposta ao restabelecimento das sanções contra si, o Irã deixou de cumprir gradualmente as limitações impostas a seu programa nuclear, apesar de negar qualquer intenção de desenvolver uma arma atômica.Nesse sentido, o diretor da Organização Iraniana de Energia Atômica, Mohammad Eslami, garantiu no sábado que a República Islâmica não tem a intenção de enriquecer urânio em mais de 60%, mesmo em caso de fracasso das negociações.O representante permanente da Rússia para as Organizações Internacionais em Viena, Mikhail Ulyanov, classificou a declaração iraniana como uma "mensagem positiva".Já o ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, cujo país teme que o Irã, país inimigo, venha a se equipar com a arma atômica, declarou nesta segunda-feira que "frear o programa nuclear de Teerã" é "o primeiro desafio para a política externa e de segurança de Israel"."Preferimos atuar através da cooperação internacional, mas, se for necessário, vamos nos defender sozinhos", acrescentou Lapid.