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- 11/05/2021 - Brasileira recebe mesmo reconhecimento que Einstein, Mandela e DarwinAngela Villela Olinto é líder no novo campo da “física das astropartículas” e trabalha em projetos com a Nasa
Angela Villela Olinto é líder no novo campo da “física das astropartículas” e trabalha em projetos com a Nasa
Fonte: ExamePor Laura Pancini
A física de astropartículas e professora da Universidadede Chicago, Angela Villela Olinto, tornou-se membro da Academia Americana de Artes e Ciências,título que a coloca ao lado de nomes como Albert Einstein, Martin Luther King, Winston Churchill, Nelson Mandela, Charles Darwin e muitos outros.
Já na mesma semana, Olinto integrou a Academia Nacional de Ciências, que, só neste ano, elegeu 120 membros, sendo 59 mulheres - o maior número já eleito em um único ano. Em entrevista à EXAME, a professora conta sobre seus projetos com a Nasa e sua liderança no novo campo de astropartículas.
Quem é Angela Olinto?
Olinto é formada em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e é doutorada em Física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts."Na faculdade me interessei por física de partículas e, no doutorado, pela astrofísica. Do pós-doutorado em diante, me dediquei a construir este novo campo que reúne as duas áreas de meu interesse anterior", diz Olinto sobre seu interesse pelas astropartículas.
A especialista é considerada líder no novo campo da "física das astropartículas”, que são partículas que compõem ou interagem com a matéria, como os núcleos atômicos e os neutrinos, que vêm de fontes astrofísicas distantes do sistema solar.
De acordo com Olinto, as possíveis fontes das astropartículas incluem "buracos negros supermassivos, galáxias com formação intensa de estrelas, estrelas dissociadas por buracos negros e colisões que produzem ondas gravitacionais".
"O termo "física das astropartículas" representa a aliança interdisciplinar entre a astrofísica e a física de partículas. Estudando as astropartículas, entendemos mais sobre as leis fundamentais da natureza", diz Olinto.
Ao longo da carreira, Angela fez contribuições teóricas e experimentais sobre astropartículas, incluindo pesquisas sobre o estudo da estrutura das estrelas de nêutrons, teoria inflacionária, origem e evolução dos campos magnéticos cósmicos, natureza da matéria escura e a origem das partículas cósmicas de maior energia, como raios cósmicos, raios gama e neutrinos.
Projetos com a Nasa
Em conjunto com a Nasa, Olinto é responsável pela pesquisa de diversos projetos, entre eles o EUSO-SPB ("Observatório espacial do universo em um balão de superpressão", em português), um balão de alta pressão que viaja numa altitude de 33 quilômetros. Com previsão de voo para 2023, seu objetivo é detectar raios cósmicos de ultra alta energia.
Outro projeto é a futura missão espacial chamada POEMMA ("Sonda dos multi-mensageiros astrofísicos extremos", em português)."O projeto foi desenhado pelo meu time internacional de quase 80 investigadores para uma missão dedicada a estudar as astropartículas mais energéticas, os raios cósmicos e neutrinos ultra energéticos, e descobrir as suas fontes e interações", conta Olinto. Se aprovada para construção e voo, a missão espacial ocorrerá ainda no final desta década.
O que são as academias de ciências?
Fundada em 1780, a Academia Americana de Artes e Ciências homenageia e reúne líderes de todos os campos da atividade para ressaltar novas ideias, abordar questões de importância nacional e mundial e trabalhar em conjunto. Seus estudos ajudam na pesquisa e análise nos setores da política, ciência, tecnologia, segurança global, assuntos internacionais, política social, educação e ciências humanas.
Já a Academia Nacional de Ciências é uma instituição privada sem fins lucrativos, que foi estabelecida sob uma carta do Congresso assinada pelo presidente Abraham Lincoln em 1863. Ela reconhece a conquista em ciência por meio de uma eleição do conselho, e - ao lado da Academia Nacional de Engenharia e da Academia Nacional de Medicina - fornece conselhos e pesquisas sobre ciência, engenharia e saúde para o governo federal e outras organizações.
Sobre se tornar membro das duas academias em menos de uma semana, Olinto descreve a experiência como "muito emocionante". "É uma imensa honra ser membro de uma destas duas instituições históricas, as academias mais importantes na ciência nos Estados Unidos. Sou privilegiada por ter seguido perguntas inspiradoras sobre o nosso universo, e ter construído parcerias e colaborações brilhantes no caminho. É uma grande alegria ser reconhecida pelos meus colegas cientistas, especialmente em um ano tão desafiador”, diz Olinto.
Para mulheres brasileiras como Olinto que podem ter interesse no ramo científico, a física deixa a mensagem: "A beleza da ciência, como da arte, é, ou deveria ser, acessível a todos nós. Se esta beleza te inspirar, não deixe ninguém dizer que não é para mulheres. Leia, estude, aprenda com sinceridade e tenha respeito pela beleza complexa da área que escolher. Seguindo a sua intuição, dedicação e convicção, você pode ir muito longe. Como numa escalada, se focar no caminho a frente, quando chegar no alto pode olhar para trás com orgulho da escalada cumprida."
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- 11/05/2021 - Setor nuclear brasileiro perde o presidente da ABEN, Rogério ArcuriFonte: Petronotícias
Uma grande perda para o setor nuclear brasileiro. O engenheiro Rogério Arcuri (foto), que atualmente ocupava a presidência da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), morreu nesta terça-feira (11), em virtude de complicações da Covid-19. Arcuri era uma figura muito querida da indústria nuclear e esteve presente em momentos importantes da evolução do segmento no Brasil. Além disso, em sua trajetória de mais de 40 anos no mercado, colecionou amigos e recebeu o reconhecimento e respeito de figuras importantes do setor.
"Antes de tudo, era um grande amigo. Uma pessoa de uma grande simpatia e por quem eu nutria uma amizade grande”, lamentou Carlos Mariz, diretor regional no Nordeste da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). "Era um profissional legítimo da área nuclear. Ingressou em FURNAS para construção e operação de Angra 1. Fez toda sua carreira na Eletronuclear, atuando como um grande técnico”, relembrou. Ainda emocionado, Mariz disse que Arcuri participou muito ativamente e sempre foi um dos grandes idealizadores da INAC (International Nuclear Atlantic Conference), um dos principais eventos do setor nuclear da América Latina.
O executivo Carlos Leipner, atualmente diretor nuclear da organização não governamental Clean Air Task Force (CATF), trabalhou diretamente com Arcuri na realização de edições passadas da INAC e destacou as contribuições do presidente da Aben para o segmento: "Ele sempre foi muito ativo no setor nuclear, sempre buscando o avanço e progresso do nosso setor com muita paixão. Realmente perdemos uma voz, um profissional e amigo”, declarou.
O presidente da Abdan,Celso Cunha, também expressou seu pesar pela notícia do falecimento de Arcuri. "Gostaria de deixar meus sentimentos, em nome de toda a Abdan, aos familiares, amigos e companheiros profissionais do presidente da Aben. Lamentamos muito sua perda”.
A morte do engenheiro também repercutiu em Brasília. O Diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos (DIEE) do Ministério de Minas e Energia,André Osório, disse que o setor nuclear, amigos e familiares lamentam profundamente a perda de Arcuri. "Ele contribuiu de forma significativa nas atividades de licenciamento quando trabalhava na Eletronuclear e ainda prestou grande contribuição na ABRAMAN e recentemente na ABEN”.
Arcuri chegou à presidência da Aben em dezembro de 2020 para um mandato de dois anos. A associação é uma instituição tradicional da indústria nuclear brasileira, que irá completar 40 anos de vida em 2022. A entidade reúne técnicos e pesquisadores do setor nuclear brasileiro e ajuda a difundir informações sobre as aplicações pacíficas da energia nuclear em diferentes campos da vida humana.
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- 10/05/2021 - Marinha avança no projeto de construção do submarino nuclearProjeto faz parte de acordo de transferência de tecnologia com a França
Projeto faz parte de acordo de transferência de tecnologia com a França
Fonte: VejaA Nuclep, estatal de equipamentos pesados ligada ao ministério de Minas e Energia, planeja fechar nos próximos dois meses o contrato para a produção do casco externo do submarino de propulsão nuclear da Marinha. A estimativa é que a obra custe em torno de 200 milhões de reais.O contrato, a ser firmado junto à Marinha e ao estaleiro ICN, que constrói a embarcação, marcará o início dos trabalhos na estrutura do que será o primeiro submarino do tipo do Brasil, fruto de acordo de transferência de tecnologia firmado em 2012 com a França, na iniciativa batizada de Prosub.A expectativa é que o submarino esteja pronto só em 2029. Atualmente, o projeto está na fase de construção do protótipo em tamanho real onde a tecnologia será testada ainda em terra. O casco será o primeiro componente comprado que integrará a estrutura final da embarcação. -
- 07/05/2021 - Pesquisadores criam robô para desinfetar ambientes eliminando o CoronavírusFonte: BONDEUma pesquisa desenvolvida por docentes das instituições federais de ensino produziu uma tecnologia capaz de desinfetar ambientes e eliminar micro-organismos, a exemplo do novo Coronavírus. O projeto desenvolveu o robô Aurora, uma ferramenta inteligente que realiza a gravação do trajeto que será desinfetado, com a utilização de radiação, e já está sendo testado, em caráter experimental, no Hospital das Clínicas da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). O robô utiliza inteligência artificial para locomoção e otimização da radiação, deixando os ambientes livres de contaminação.A iniciativa reúne pesquisadores de 3 instituições públicas: o IFPE (Instituto Federal de Pernambuco), Campus Recife; a UFPE; e o CRCN-NE (Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste). O funcionamento do robô Aurora é realizado por intermédio de um operador que utiliza uma IHM (Interface Homem Máquina) para definir o caminho a ser percorrido pelo robô durante a desinfecção. Ao finalizar esse procedimento, o trajeto fica gravado na memória do robô para que o operador possa se retirar do ambiente e dar início ao processo de varredura.A ideia surgiu no início da pandemia e se apresenta como uma eficiente solução tecnológica de combate ao Coronavírus. Segundo o pesquisador e professor do IFPE, Frederico Duarte, o projeto se une a vários outros desenvolvidos pelas instituições públicas de ensino no Brasil para o combate à Covid-19. "Esperamos que seja usado para diminuir o risco de contaminação das pessoas por outros agentes patológicos, como fungos e bactérias, principalmente em ambientes hospitalares”, ressaltou o professor.O equipamento possui segurança para os usuários, uma vez que seu funcionamento é realizado sem a presença das pessoas no ambiente. O pesquisador responsável pelo projeto ainda explica que a UVC (radiação ultravioleta na banda C) pode ser prejudicial às pessoas e, por isso, o robô foi programado para agir de forma autônoma. "A radiação atua danificando o material genético de organismos vivos, como bactérias e fungos, ou vírus”, analisou Frederico.A versão atual do robô é a 2.0 e já foram construídas 10 unidades. A tecnologia poderá ser utilizada em ambientes como hospitais e instituições de ensino, além de muitos outros que tenham circulação de pessoas e que necessitem de desinfecção periódica. -
- 06/05/2021 - Energia nuclear busca se consolidar como alternativa energética seguraSem emissão de gases do efeito estufa e impacto ao meio ambiente, fonte enfrenta estigma de acidentes para se estabelecer
Sem emissão de gases do efeito estufa e impacto ao meio ambiente, fonte enfrenta estigma de acidentes para se estabelecer
Fonte: R7No mundo todo, a preocupação com o meio ambiente e um futuro mais sustentável e verde comanda a pauta em 2021. Com diversos países se comprometendo a reduzir a emissão de gases do efeito estufa e encontrar formas de ajudar a preservar o meio ambiente, encontrar fontes limpas de geração de energia é essencial.
Há anos, a energia eólica e a solar entraram como alternativas de energia verde, uma opção melhor que queima de carvão e até energia hidrelétrica, por conta de seus impactos ambientais. Entre as possibilidades também está a energia nuclear, que, diferentemente do que é associado no imaginário coletivo, pode ser bastante segura.
A energia nuclear é produzida a partir do calor da fissão do núcleo de um átomo de urânio enriquecido. Diferentemente das outras formas de produção de energia, a radiação pode ser usada para mais de uma aplicação, como na indústria e na medicina.
No entanto, acidentes com usinas como as de Chernobyl (na antiga União Soviética, hoje Ucrânia), há 35 anos, e a de Fukushima (Japão), há 10 anos, ajudaram a criar no imaginário popular a noção de que é uma fonte essencialmente perigosa. Especialistas alertam que, apesar do risco de acidentes sempre existir, a possibilidade é muito pequena.
Hoje em dia, a tecnologia no setor permite que novos reatores, cada vez mais seguros, sejam desenvolvidos e entrem em operação em breve. Além disso, há diversos protocolos e medidas de segurança que impedem que acidentes de grandes proporções aconteçam.
Produção de energia limpa
Diferente de outras formas de produção de energia, a energia nuclear não gera gases do efeito estufa, diz a professora de Engenharia Nuclear da Politécnica-UFRJ, Inaya Lima.
Apesar do menor impacto ao meio ambiente, o professor de Engenharia Nuclear da UFRJ, Aquilino Senra, diz que "nessa área não tem santo, todas as energias são pecadoras. De alguma forma, todas afetam o meio ambiente”.
"A energia nuclear é feita para ser segura, mas acidentes acontecem. Não há risco zero. Com 440 usinas ao redor do mundo, só aconteceram 3 acidentes de larga escala, então a gente considera que a probabilidade é muito baixa", afirma ele.
Para a instalação de uma usina eólica, é necessário um terreno grande para implementar as hélices e turbinas. Usinas solares também precisam de grandes espaços para conseguir espalhar o máximo de painéis solares possíveis. Para montar uma usina hidrelétrica, barragens precisam ser construídas, áreas alagadas e as instalações são grandes.
Usinas nucleares não são tão grandes e o impacto direto com o meio ambiente é pequeno. Segundo Senra, os maiores perigos da usina são na eventualidade um acidente, mas "em condições normais de operação, é uma usina ambientalmente segura, não emite gases do efeito estufa e a radiação é controlada dentro da usina”.
Quebrando o estigma
Com dois acidentes de grandes proporções em Chernobyl e Fukushima e o uso bélico — especialmente as bombas norte-americanas detonadas sobre Hiroshima e Nagazaki, além de um imenso arsenal existente no mundo —, a energia nuclear se tornou perigosa no inconsciente coletivo. Enquanto milhares de pessoas acreditam que é perigoso se ter uma usina nuclear e os riscos da radiação, os benefícios ficam esquecidos.
O Brasil já possui uma usina nuclear em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, que é responsável por uma pequena parcela da energia no estado e em São Paulo. Segundo a professora Inaya Lima, a usina é segura e a empresa tem diversos projetos para a comunidade do entorno da unidade e preocupação com o meio ambiente.
"O que o público conhece da energia nuclear vem dos grandes acidentes”, explica Inaya. "O estigma do perigo tem que ser diminuído”.
Para os especialistas, a melhor forma para quebrar o medo da população sobre energia nuclear é com informação sobre os avanços na área, a chance pequena de grandes acidentes e os benefícios de se investir nessa forma de produção de energia.
"O crescimento econômico de um país é diretamente proporcional à energia. Como nós queremos crescer, precisamos de energia. E não dá para colocar todos os ovos no mesmo cesto, tem que ter uma diversificação na produção de energia”, analisa Senra.
No país, a energia hidrelétrica é responsável por cerca de 60% da energia gerada, mas há projetos para a criação de mais usinas nucleares no futuro.
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- 04/05/2021 - Cientistas comparam filtração de materiais de máscaras mais usadas; N95 (PFF2) tem a maior eficiênciaLaboratório de Física Atmosférica da USP analisou 300 máscaras comumente usadas pela população para se proteger da covid-19
Laboratório de Física Atmosférica da USP analisou 300 máscaras comumente usadas pela população para se proteger da covid-19
Fonte: Jornal da USPO uso de máscaras faciais é obrigatório em locais públicos em muitos países e tem se mostrado fundamental para diminuir a disseminação da covid-19. Nos países em desenvolvimento, máscaras caseiras com formatos e tecidos variados são usadas diariamente pela população. Estudos científicos indicam que a proteção contra o sars-cov-2 varia significativamente neste tipo de máscara. Por isso, uma equipe de pesquisadores da USP e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) realizou um extenso estudo com os materiais típicos das máscaras usadas pelos brasileiros, recentemente publicado na revista Aerosol Science & Technology.
As máscaras caseiras mais comuns utilizam uma ou mais camadas de tecidos de algodão ou tecido não tecido, chamado de TNT. O físico Fernando Morais, que liderou o trabalho, mediu a eficiência de filtração de aproximadamente 300 máscaras faciais, com diferentes combinações de tecidos, e comparou seu desempenho com o de máscaras cirúrgicas e N95, padrão correspondente ao PFF2, no Brasil. As N95 foram a que apresentaram maior poder de filtragem.
As medidas foram feitas no Instituto de Física (IF) da USP. Os pesquisadores seguem pesquisando a influência do manuseio de reciclagem das máscaras em sua eficiência e ressaltam que o uso de clipe nasal, embutido na máscara ou não, ajuda a evitar que o usuário respire o ar que entra pelas laterais de alguns modelos, sem passar pelo material que faz a filtragem.
"Essa é a vantagem do clipe, porque a máscara boa é aquela que você vê inflando e desinflando no rosto, significa que todo o ar tá passando pelo filtro e pela máscara, e não pelas laterais.”
Os valores de eficiência de filtração foram medidos produzindo-se partículas de aerossol de tamanhos variados e observando a concentração no ar antes e depois da filtragem pela máscara. Outro fator importante é a respirabilidade do tecido. Um tecido com trama muito fechada pode filtrar muito bem, mas será certamente removido do rosto por quem o utiliza. As medidas de respirabilidade foram realizadas nos laboratórios da Escola Politécnica (Poli) da USP e, junto com a eficiência de filtração, permitiram calcular o Fator de Qualidade (FQ) de cada máscara.
Imagens de microscopia digital mostrando diferentes tecidos. (a) Respirador N95; (b) Máscara cirúrgica; (c, d) SMS não tecido; (e) não tecido; (f) algodão com costura frontal; (g) algodão com trama aberta; (h) algodão com trama fechada; (i) algodão com tamanho heterogêneo e padrão de vazios (trama aberta) – Foto: Aerosol Science & TechnologyAs máscaras N95 apresentaram a maior eficiência para todos os tamanhos de partículas, em torno de 98%, e com bom Fator de Qualidade, e foram consideradas como referência para avaliação de desempenho de máscaras caseiras de tecido. As máscaras cirúrgicas têm uma ótima eficiência, de 89%, e um bom FQ. As máscaras de TNT mostraram uma eficiência média de 78% com um excelente FQ, podendo ser considerado o melhor material para a fabricação caseira de máscaras.
Mas o material mais comumente usado para máscaras caseiras é o algodão, que apresentou uma eficiência de filtração muito variável, entre 20% e 60% e com baixo FQ, portanto, não se mostrando a melhor opção para a confecção de máscaras.
Máscara do tipo N95 (PPF2)Ainda assim, as máscaras faciais sempre reduzem as gotículas e aerossóis emitidos por pessoas com covid-19, sintomáticas ou assintomáticas, e por isso diminuem a disseminação do vírus.
Entretanto, o resultado do estudo mostra que grande parte da população pode estar utilizando máscaras que não protegem significativamente. O ideal é sempre utilizar máscara, mas preferencialmente que sejam as produzidas industrialmente com padrão N95/PFF2, ou mesmo máscaras caseiras de TNT, desde que muito bem ajustadas ao rosto. É importante também manter o distanciamento social e estar sempre em locais ventilados, para reduzir a disseminação do vírus e proteger a saúde de todos.
O físico aponta que, embora o ajuste ao rosto de alguns modelos de máscara possa influir na vedação e em sua eficiência, seu uso é indispensável, e a pesquisa aponta a importância do uso de clipe nasal, que vem embutido em alguns modelos de máscara, enquanto outros possuem um espaço para ele ser inserido.
"Sem o clipe nasal, a pessoa acaba respirando por onde não deveria, quando se usa uma máscara muito dura, que não deixa passar o ar, ele entra pelo lugar errado, pelas bochechas, pelo queixo, e a máscara não filtra nada”, explica. "Essa é a vantagem do clipe, porque a máscara boa é aquela que você vê inflando e desinflando no rosto, significa que todo o ar tá passando pelo filtro e pela máscara, e não pelas laterais.”
De acordo com Moraes, outras pesquisas do laboratório analisam a influência do manuseio na eficiência das máscaras. "Recentemente publicamos um artigo junto com a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) que aborda os métodos de reciclagem das máscaras de uso hospitalar, tais como a colocação em fornos para esterilização ou a aplicação de água oxigenada”, relata o físico. "Também há duas pesquisas em andamento, uma que testa a lavagem das máscaras para verificar quantas vezes elas podem ser lavadas sem prejudicar sua eficácia, e outra, sobre o uso de radiação ionizante na esterilização de máscaras, para determinar qual dose é suficiente para que possam ser reutilizadas sem riscos de contaminação.”
O projeto Respire USP é desenvolvido por uma grande equipe multidisciplinar e busca contribuir para melhorar a oferta de máscaras seguras para proteger a população brasileira. Mais informações neste link. O trabalho completo está disponível no site da revista: Filtration efficiency of a large set of COVID-19 face masks commonly used in Brazil.
Com informações da Assessoria de Comunicação do IF
Mais informações: e-mail comunica@if.usp.br, na assessoria do Instituto de Física
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- 03/05/2021 - Estudo avalia eficiência de filtragem de 227 tipos de máscara vendidos no Brasil 03 de maio de 2021Fonte: Agência FapespKarina Toledo | Agência FAPESP – A transmissão do novo coronavírus se dá principalmente pela inalação de gotículas de saliva e secreções respiratórias suspensas no ar e, por esse motivo, usar máscaras e manter o distanciamento social são as formas mais eficazes de prevenir a COVID-19 enquanto não há vacina para todos. Baratas, reutilizáveis e disponíveis em diversas cores e estampas, as máscaras de tecido estão entre as mais usadas pelos brasileiros. Contudo, sua capacidade de filtrar partículas de aerossol com tamanho equivalente ao do novo coronavírus pode variar entre 15% e 70%, como revela estudo conduzido no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP).
Coordenado pelo professor Paulo Artaxo e apoiado pela FAPESP, o trabalho integra a iniciativa (respire!, cujo objetivo foi garantir o acesso da comunidade uspiana a máscaras seguras. Os resultados foram divulgados na revista Aerosol Science and Technology.
"Avaliamos a eficiência de filtração de 227 modelos vendidos no Brasil, seja em farmácia ou lojas de comércio popular. Nosso objetivo era saber em que medida a população está realmente protegida com essas diferentes máscaras”, conta Artaxo à Agência FAPESP.
Para fazer o teste, os cientistas utilizaram um equipamento que produz, a partir de uma solução de cloreto de sódio, partículas de aerossol de tamanho controlado – no caso 100 nanômetros (o SARS-CoV-2 tem aproximadamente 120 nanômetros). Após o jato de aerossol ser lançado no ar, a concentração de partículas foi medida antes e depois da máscara.
Os modelos que se mostraram mais eficazes no teste, como esperado, foram as máscaras cirúrgicas e as do tipo PFF2/N95 – ambas de uso profissional e certificadas –, que conseguiram filtrar entre 90% e 98% das partículas de aerossol. Na sequência, estão as de TNT (feitas de polipropileno, um tipo de plástico) vendidas em farmácia, cuja eficiência variou de 80% a 90%. Por último vieram as de tecido – grupo que inclui modelos feitos com algodão e com materiais sintéticos, como lycra e microfibra. Nesse caso, a eficiência de filtração variou entre 15% e 70%, com média de 40%. E alguns fatores se revelaram críticos para aumentar ou diminuir o grau de proteção.
"De modo geral, máscaras com costura no meio protegem menos, pois a máquina faz furos no tecido que aumentam a passagem de ar. Já a presença de um clipe nasal, que ajuda a fixar a máscara no rosto, aumenta consideravelmente a filtração, pelo melhor ajuste no rosto. Algumas máscaras de tecido são feitas com fibras metálicas que inativam o vírus, como níquel ou cobre, e por isso protegem mais. E há ainda modelos de material eletricamente carregado, que aumenta a retenção das partículas. Em todos esses casos, porém, a eficiência diminui com a lavagem, pois há desgaste do material”, comenta Fernando Morais, doutorando no IF-USP e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), que é o primeiro autor do artigo.
Inspira e expira
Segundo Artaxo, as máscaras de algodão de duas camadas filtraram consideravelmente mais as partículas de aerossol que as feitas com apenas uma. Mas, a partir da terceira camada, a eficiência aumentou pouco, enquanto a respirabilidade diminuiu consideravelmente.
"Uma das novidades do estudo foi avaliar a respirabilidade das máscaras, ou seja, a resistência do material à passagem de ar. As de TNT e de algodão foram as melhores nesse quesito. Já as do tipo PFF2/N95 não se mostraram tão confortáveis. Mas a pior foi uma feita com papel. Esse é um aspecto importante, pois se a pessoa não aguenta ficar nem cinco minutos com a máscara, não adianta nada”, afirma Artaxo.
Como destacam os autores no artigo, embora com eficiência variável, todas as máscaras ajudam a reduzir a propagação do novo coronavírus e seu uso – associado ao distanciamento social – é fundamental no controle da pandemia. Eles afirmam ainda que o ideal seria a produção em massa de máscaras do tipo PFF2/N95 para distribuir gratuitamente à população – algo que "deveria ser considerado em futuras pandemias”, na avaliação de Vanderley John, coordenador da iniciativa (respire!, organizada pela Agência de Inovação da USP, e coautor do estudo.
"Hoje já está comprovado que a principal forma de contaminação é pelo ar e usar máscaras o tempo inteiro é uma das melhores estratégias de prevenção, assim manter janelas e portas abertas para ventilar os ambientes o máximo possível”, recomenda Artaxo.
O artigo Filtration efficiency of a large set of COVID-19 face masks commonly used in Brazilpode ser lido em www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/02786826.2021.1915466.
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- 29/04/2021 - Agência dos EUA apresenta projeto multibilionário para retomar planos nuclearesA agência federal que supervisiona a pesquisa nuclear dos EUA assinou a primeira fase de planejamento e design de um projeto multibilionário de fabricação de componentes essenciais para o arsenal nuclear do país.
A agência federal que supervisiona a pesquisa nuclear dos EUA assinou a primeira fase de planejamento e design de um projeto multibilionário de fabricação de componentes essenciais para o arsenal nuclear do país.
Fonte: Sputnik BrasilA Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA, na sigla em inglês) dos EUA anunciou na quarta-feira (28) que o planejamento e a construção de um novo projeto de fabricação de componentes essenciais para o arsenal nuclear de Washington podem custar, inicialmente, mais de US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 21 bilhões), reporta agência Associated Press.
A agência federal não detalha como o montante seria gasto, nem inclui o custo de outros preparativos que seriam necessários para que o Laboratório Nacional de Los Alamos (LANL, na sigla em inglês), berço do programa nuclear dos EUA, comece a produzir 30 núcleos de plutônio por ano.
A mídia recorda que o impulso para retomar os planos nucleares abrangeu várias administrações presidenciais, com defensores argumentando que os EUA precisam garantir a estabilidade e a confiança de seu arsenal, dadas as crescentes preocupações com a segurança global. A NNSA afirma que a maioria dos núcleos de plutônio no estoque norte-americano são das décadas de 1970 e 1980.
Grupos fiscalizadores contra iniciativa
Grupos fiscalizadores têm soado alarmes sobre o potencial para mais falhas de segurança e proteção no LANL, que fica no norte do Novo México, e o potencial de contaminação ambiental. Outra preocupação são os resíduos nucleares que seriam gerados pela obra.
"As instalações do LANL são simplesmente muito antigas e inerentemente inseguras, sua localização muito impraticável […]. Mesmo com um estoque muito menor, LANL não poderia realizar esta missão com sucesso", afirma à mídia Greg Mello, do Grupo de Estudo Los Alamos.
Os grupos fiscalizadores argumentam ainda que a estimativa de custo delineada pela agência em sua decisão é quase o dobro das projeções feitas no ano passado.
Jay Coghlan, da Vigilância Nuclear do Novo México, chamou os planos do governo federal de "desnecessários e provocativos", dizendo que mais produção resultará em mais desperdício e ajudará a alimentar uma nova corrida armamentista.
A agência nuclear, por sua vez, disse em comunicado que espera definir linhas de base de custo e cronograma em 2023 como parte do processo em andamento. A NNSA acrescenta que também planeja continuar revisando o projeto "para melhorar a fidelidade" das estimativas de preço e cronograma.
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- 28/04/2021 - Novas Normas para Uso de Recursos e Prestação de Contas de Auxílios e Bolsas da FAPESPFonte: Agência FapespAgência FAPESP – A FAPESP realiza na sexta-feira (30/04) uma reunião on-line para apresentação das novas Normas para Uso de Recursos e Prestação de Contas de Auxílios e Bolsas da FAPESP.
O objetivo é apresentar as novas Normas para Uso de Recursos e Prestação de Contas de Auxílios e Bolsas da FAPESP e o módulo Prestação de Contas do Sistema de Apoio à Gestão (SAGe), que permitirá o envio da prestação de contas eletrônica.
O evento é destinado a pesquisadores, bolsistas e profissionais dos Escritórios de Apoio Institucional ao Pesquisador. Será uma oportunidade para que todos conheçam as principais mudanças e esclareçam suas dúvidas sobre os novos procedimentos.
A abertura será feita por Fernando Menezes, diretor administrativo da FAPESP, e Luiz Eugênio Mello, diretor científico da FAPESP.
Os interessados podem se inscrever pelo site da FAPESP e enviar perguntas para o e-mail evento-normaspc@fapesp.br. O evento acontecerá das 9h às 11h, com transmissão pelo canal da Agência FAPESP no Youtube.
Mais informações:https://bit.ly/3xtc2XQ.
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- 26/04/2021 - Pesquisadores estudam os efeitos genéticos da radiação de Chernobyl em humanosFonte: CanalTechO acidente na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, completa 35 anos nesta segunda-feira (26). Depois de três décadas,os pesquisadores ainda investigamos efeitos potenciais à saúde da exposição à radiação ionizante daquelas pessoas, através de ferramentas genômicas. Na última semana, dois novos estudos sobre a questão foram publicados na revista científica Science.
- Radiação ionizante: quanto tempo ela pode ficar no corpo humano?
- Entenda como funciona uma usina nuclear como a de Chernobyl
- Por que Hiroshima é habitável e Chernobyl não?
Liderada por pesquisadores do National Cancer Institute (NCI) — parte do National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos —, uma rede de cientistas de todo o mundo investigou quais formas a exposição a diferentes doses de radiação, durante o acidente de Chernobyl na Ucrânia, impactaram as características genéticas das vítimas.
No primeiro estudo científico, o objetivo era encontrar evidências de que a exposição à radiação para os pais resultou em novas mudanças genéticas sendo passadas de pais para filhos. No entanto, não foram identificadas provas concretas dessa suspeita, o que pode apontar para a limitação dos estragos radioativos a uma única geração. O outro estudo analisou a estrutura de tumores de pessoas que desenvolveram câncer de tireoide após serem expostas, quando crianças ou fetos, à radiação.
"Nos últimos anos, os avanços na tecnologia de sequenciamento de DNA nos permitiram começar a abordar algumas das questões importantes, através de análises genômicas abrangentes realizadas em estudos epidemiológicos bem planejados", explicou o pesquisador Stephen J. Chanock, diretor da Divisão de Epidemiologia e Genética do Câncer (DCEG) do NCI, nos EUA, sobre as investigações que buscam entender os efeitos da radiação ao longo dos anos.
Inclusive, as novas pesquisas dependeram, diretamente, do Banco de Tecidos de Chernobyl, fundado há mais de 20 anos e que preservou amostras do acidente nuclear. Curiosamente, a fundação ocorreu antes mesmo da ciência alcançar o nível técnico para conduzir os estudos genômicos realizados agora.
Efeitos da radiação podem ser transmitidos de pais para filhos?
Para entender se a exposição à radiação pode resultar em mudanças genéticas que, por sua vez, podem ser transmitidas de pais para filhos, a equipe de pesquisadores liderada por Chanock analisou o genoma completo de 130 pessoas que nasceram entre os anos de 1987 e 2002. Além disso, estes genomas foram comparados com os dos respectivos pais.
O interessante é que, para ser incluído no grupo de estudo, pelo menos um dos pais precisou ter participado nas atividades de socorro no pós-acidente nuclear ou ter sido evacuado, na época, por morarem perto do local do acidente.Como essas pessoas, envolvidas na tragédia, foram expostas a diferentes doses de radiação ionizante, os riscos de cada caso também foram considerados na análise.
Para a gama de exposições à radiação experimentada pelos pais, os pesquisadores não encontraram evidências de mutações que foram transmitidas de forma hereditária e nem de um número maior de mutações "de novo" — aquelas que ocorrem aleatoriamente em um óvulo ou esperma — nos filhos nascidos após 46 semanas do acidente nuclear e até 15 anos depois.Dessa forma, é possível concluir que o acidente teve um impacto mínimo, se algum, na saúde da geração seguinte.
A partir desta conclusão, o pesquisador Chanock comenta que os dados são"muito tranquilizadores para as pessoas que viviam em Fukushima na época do acidente em 2011". Isso porque"as doses de radiação no Japão são conhecidas por terem sido menores do que as registradas em Chernobyl", complementa.
Relação do câncer de tireoide com o acidente nuclear de Chernobyl
No segundo estudo, os pesquisadores usaram o sequenciamento para traçar o perfil das mudanças genéticas nos cânceres de tireoide de 359 pessoas expostas na infância ou no útero à radiação ionizante que foi liberada pelo acidente de Chernobyl. Para fins comparativos, o estudo também verificou 81 indivíduos que não foram expostos e que nasceram mais de nove meses após o acidente, mas que desenvolveram o mesmo tipo de câncer por outros fatores.
De acordo com a equipe de pesquisa, o aumento do risco de câncer de tireoide foi um dos efeitos adversos à saúde mais observados após o acidente nucelar. Inclusive, este foi um dos fatores que motivaram o estudo a comparar, exclusivamente, casos de tumores na tireoide. Os cânceres de tireoide que ocorreram em pessoas expostas a doses mais altas de radiação, durante a infância, eram mais propensos a resultar de fusões gênicas. Isso significa que a formação do tumor se deu quando as fitas do DNA foram rompidas, no local inicial, e as partes se conectaram de forma inesperada.
Por outro lado,as pessoas que não foram expostas ou que estiveram expostas a baixos níveis de radiação apresentaram outras causas principais para a formação do tumor na mesma região. A partir dessas descobertas iniciais, novos estudos devem investigar de que forma a radiação pode estimular a formação de tumores.
Para acessar o estudo que investigou alterações genéticas transmitidas, de forma hereditária, após a exposição à radiação, clique aqui. Para conferir o artigo sobre a relação do câncer de tireoide com o acidente nuclear, acesse aqui.
Fonte:NIH
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- 26/04/2021 - Radiação ionizante: quanto tempo ela pode ficar no corpo humano?Fonte: CanaltechNesta segunda-feira (26), o acidente nuclear de Chernobyl completa 35 anos. Na época, a pequena cidade que era parte da União Soviética — hoje, Ucrânia — foi palco do primeiro acidente nuclear de nível 7 registrado pela humanidade e, passadas mais de três décadas, a região ainda sofre as consequências da radiação. Inclusive, as áreas próximas permanecem desabitadas e os corpos das vítimas ainda carregam algum grau de radiação ionizante.
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Para entender sobre os efeitos da radiação ionizante no corpo humano e por quanto tempo eles podem perdurar, o Canaltech conversou com Daniel Perez Vieira, pesquisador do Centro de Biotecnologia (CEBIO) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP).
Quanto tempo a pessoa pode ser exposta à radiação?
Antes de explorar os eventuais efeitos nocivos da exposição à radiação, é preciso entender quais tipos, de fato, trazem consequências para o corpo humano. Por exemplo, as radiações não ionizantes, como as ondas de rádio, TV e celular e microondas, não são capazes de induzir o corpo humano a complicações como as que aconteceram no acidente de Chernobyl, isso em nenhuma escala. São somente as radiações ionizantes, como raios-X, fótons gama, partículas alfa, beta, pósitrons, nêutrons ou prótons, capazes de afetar a saúde.
"É difícil dizer quanto tempo um ser vivo pode ser exposto a radiações ionizantes com segurança, sem levar em consideração três outros fatores: a distância da fonte; a atividade da amostra, ou seja, o número de átomos que se desintegram por segundo, liberando energia; e a energia da radiação", explica o pesquisador do CEBIO. "Em Chernobyl, por exemplo, os atingidos foram expostos a grandes atividades radiativas e a radiações de alta energia em distâncias muito pequenas da fonte, o que reduz o tempo de exposição considerado seguro", comenta Vieira sobre o porquê das consequências serem tão graves no acidente.
Questões similares valem também para o Acidente Radiológico de Goiânia — também conhecido como o acidente com césio-137 —, em 1987, quando um aparelho de radioterapia (fonte radioativa) foi manuseado por inúmeras pessoas sem a nenhuma proteção. "Os descontaminadores, tanto em Chernobyl quanto em Goiânia, só podiam permanecer por um tempo muito curto nas áreas contaminadas, como forma de reduzir a exposição às energias das radiações", afirma.
Doses de radiação e os seus efeitos no corpo humano
De forma geral, os riscos para alguém exposto à radiação ionizante dependem do tempo de exposição, da distância da fonte, da energia da radiação e da atividade da amostra. No entanto, o que seriam doses de radiação consideradas nocivas para o corpo?"As radiações ionizantes podem induzir patologias mensuráveis a partir de doses consideradas pequenas (ordem de 0,2-0,5 Sv - Sievert), mas que são muitíssimo maiores do que as doses envolvidas em exposições de diagnóstico", comenta o pesquisador Vieira.
Na prática, uma radiografia de tórax ou uma mamografia causam uma exposição muito menor do que as doses consideradas pequenas de radiação. Em média, a radiografia de tórax entrega 0,02mSv (mili Sievert), ou seja, é 25 mil vezes menor do que a quantidade nociva. Agora, a mamografia expõe a mama da paciente a uma dose de 0,4mSv, ou seja, é 1,2 mil vezes menor.
De acordo com a UNSCEAR (secretariado das Nações Unidas responsável pela padronização de medidas de radioproteção), o corpo humano é exposto, de forma natural, a uma radiação de 2,4mSv por ano. Segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) — o órgão brasileiro responsável por medidas de radioproteção —, o limite anual de exposição é de 3,4mSv por ano. "O 'excesso' de 1mSV poderia contemplar 50 radiografias de tórax, ou mais de duas mamografias, por exemplo, sem que haja aumento de risco carcinogênico nem desenvolvimento de sintomas", aponta o pesquisador.
No entanto, o cenário muda quando uma pessoa é exposta a doses acima de 0,2-0,5 Sv. Nesses casos, "o indivíduo afetado pode apresentar diversas patologias de pele na área atingida, como perda de pelos e escurecimento [maioria dos casos], bolhas, queimaduras e necrose, e apresentar sintomas como náusea, vômito e diarreia", conta Vieira.
Dependendo da dose de radiação, os sintomas iniciais podem evoluir para síndromes, como a da aplasia medular (SAM), que leva à redução da celularidade sanguínea, perda da capacidade do sistema imunológico, hemorragias e anemia. Outro exemplo é ado trato gastrointestinal (STG), conhecida por levar a perda da capacidade de absorção intestinal e hemorragias intestinais.Também há sintomas clássicos ligados à região do organismo que sofreu dano, como mucosite oral, pneumonite e pericardite, por exemplo.
"A maioria dos expostos em Chernobyl apresentou mucosites e efeitos cutâneos. Os expostos à doses maiores desenvolveram a síndrome aguda da radiação (SAR), na qual os expostos podem apresentar misturas dos sintomas citados acima, com predominância das mucosites, sintomas cutâneos, e danos na medula óssea e trato gastrointestinal", afirma o pesquisador. Além disso, algumas pessoas que foram expostas a doses menores desenvolveram sintomas não-agudos (posteriores), como cânceres de tireoide, ovário e pulmões.
Dá para calcular quanto tempo a radiação pode ficar no corpo?
Dependendo dos fatores de exposição, principalmente da forma como se deu a exposição, a radiação pode permanecer por muitos e muitos anos na superfície ou no corpo de um indivíduo. "Caso haja incorporação de material radioativo, cadáveres podem emitir radiação por vários anos ou séculos dependendo do isótopo incorporado", explica Vieira.
No caso de Chernobyl, a explosão da usina nuclear espalhou diversos isótopos, como o 60Co (cobalto 60) e o 90Sr (estrôncio 90), sendo que a meia-vida radioativa do 60Co é de 5,3 anos e a do 90Sr é de 29 anos. Vale explicar que o termo meia-vida radioativa é usado para definir o tempo que demora para que uma amostra de determinado isótopo perca metade de sua atividade. Dessa forma, "cadáveres contaminados por 90Sr ainda possuem pouco menos da metade da atividade de 1986", comenta Vieira sobre o caso ucraniano.
No caso de Goiânia, a meia-vida do 137Cs (césio 137) é de 30 anos. Por isso, os casos graves do incidente foram sepultados em caixões blindados, já que ainda há cerca de metade da radioatividade de 1987. No entanto, "essa situação ocorre apenas em caso de incorporação de isótopos radioativos. Casos que envolvem exclusivamente exposição, sem contato direto com o material, não contaminam e não deixam radioatividade residual", ressalta o pesquisador.
Atualmente, há diversas técnicas de descontaminação que removem isótopos da superfície ou do interior do organismo, o que reduz a incorporação e os efeitos em alguns casos, mas não há como remover o processo físico da radiação e nem o seu dano. "Uma vez lesado, o tecido vai apresentar várias reações patológicas irreversíveis. Para nos protegermos da energia devemos reduzir o tempo de exposição, aumentar a distância da fonte e usar blindagens quando possível", completa Vieira.
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- 24/04/2021 - Com potencial gigantesco, Brasil precisa ampliar instalações para irradiação de alimentos, diz estudoFonte: Revista CenariumSÃO PAULO – A irradiação de alimentos ainda é uma tecnologia pouco utilizada no Brasil, apesar de suas vantagens, como a eliminação de micro-organismos prejudiciais à saúde e o aumento do período de conservação. Para debater o uso da radiação de modo a alavancar a exportação brasileira, a Agenda Nuclear – Desafios Urgentes promoveu, no dia 8/4, o webinário "Irradiação de Alimentos – como viabilizar e implementar o negócio?”.
Durante evento, foram apresentados desafios como modelos de negócios, tecnologias mais adequadas ao mercado nacional, a visão dos setores produtivos e usuários, fontes de financiamento e a comunicação com a sociedade. Na abertura, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, foi representado por Ricardo Cesar Mangrich, coordenador-geral de Tecnologias Estratégias (CGTE) do MCTI.
O Ipen/CNEN participou das discussões com apresentações de Wilson Calvo, superintendente do Instituto, Anna Lúcia Villavicêncio, pesquisadora do Centro de Tecnologia das Radiações (Ceter/Ipen), Ana Paula Freire, da Assessoria de Comunicação Institucional, e Denise Levy, professora colaboradora em disciplina no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear Ipen/USP e diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica (SBPR).
Calvo integrou a mesa que discutiu o tema "Modelos de Negócios”. O superintendente do Ipen/CNEN ressaltou a expertise do País e o "potencial gigantesco” para ampliação de instalações visando o processamento de materiais por radiação, se comparado a países como Japão, China e Estados Unidos. Frisou que todos equipamentos utilizados para irradiação, desde o projeto, construção e operação seguem normas de segurança internacionais e nacionais.
"Existe uma conjuntura brasileira que fortalece o Programa Nuclear Brasileiro dando segurança e incentivo, articulação e apoio a entes públicos e privados nessa temática de irradiação de alimentos”. O fortalecimento de parcerias entre governo, setor privado, instituições de pesquisa e financiadores para o empreendimento de novas instalações é fundamental, segundo Calvo. "O Brasil precisa de irradiadores, o agronegócio precisa, e nós precisamos que isso se torne uma realidade”.
Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, instalação do Ipen/CNEN, em São Paulo (Rafael H.L. Garcia-IPEN/CNEN)Também participaram o diretor do Programa de Parcerias de Investimentos do Governo Federal (PPI) do Ministério da Economia (ME), Alceu Justos Filho, o coordenador geral de negócios da Amazul, Nilo de Almeida e o assessor da Secretaria Executiva do Ministério da Agricultura (Mapa), Luiz Eduardo Rangel. A moderação ficou a cargo de Tiago Rusin, da Coordenação-Geral de Desenvolvimento Nuclear (SCS/GSI/PR).
Outro tema apresentado foi "Modelos tecnológicos adequados ao País”. A pesquisadora Anna Lúcia C. H. Villavicêncio atuou como moderadora. Participaram o vice-presidente de Vendas da IBA Group – Tecnologias em Aplicações Radiativas, Mauro Ferreira, o diretor comercial no Brasil da Nuctech, Juliano Nogueira, e Murillo Freire Junior, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Villavicêncio afirmou que o Brasil já realiza processos de irradiação de alimentos há pelo menos 20 anos, mas nem todos os produtos são rotulados. "Nós temos um grupo muito pequeno de irradiadores comerciais, mas dedicados. Agora, com esse movimento, podemos expandir e colocar irradiadores de norte a sul do País. É isso que está faltando: máquinas. Nós, do Ipen/CNEN, temos bastante procura pelos agricultores interessados em aplicar o processo”.
Comunicação com a sociedade
Na mesa "Comunicação com a sociedade”, a jornalista Ana Paula Freire destacou que a área nuclear é um campo do conhecimento científico e ressaltou a importância da formação do comunicador para transmitir com clareza e simplicidade – "obviamente sem prescindir do rigor técnico”- e, principalmente, com transparência. Mencionou as ações do IPEN/CNEN e a sua contribuição na disseminação dos benefícios da tecnologia nuclear para diferentes públicos.
Levy encerrou a mesa apresentando projetos de educação científica por meio de plataformas digitais desenvolvidos durante suas pesquisas com Anna Lúcia Villavicencio e salientou a necessidade de se levar informações corretas para a sociedade, a fim de "combater o preconceito e a desinformação acerca da área nuclear”.
Também participaram dessa última mesa Thalita Antony de Souza, gerente geral de Alimentos da Anvisa, Luiz Roberto Barcelos, presidente da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, e Gustavo Chianca, representante Adjunto da FAO no Brasil. A moderação foi de Fabiano Petrucelli, assessor técnico do GSI/PR.
"Alinhamento”
Ricardo Cesar Mangrich ressaltou que a atividade nuclear necessita de incentivo e de atividades que estimulem a informação e esclarecimento público, principalmente voltados a segurança e aplicações. Comentou que "o MCTI está sempre alinhado a todas iniciativas nesse sentido, assim como está muito empenhado em atividades na área da saúde” e citou alguns projetos, dentre eles o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
O diretor do Departamento de Coordenação do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro, Capitão de Mar e Guerra Alexandre Itiro Villela Assano, representando o secretário de Coordenação de Sistemas do GSI/PR, Almirante André Macedo, abordou a tecnologia da irradiação como política pública e as ações do GSI na área.
O encerramento coube a Carlos Emiliano Eleutério, diretor executivo Planeja & Informa Comunicação e Marketing / Casa Viva Eventos, promotora do seminário. Mencionando a qualidade dos debates ao longo do dia, salientou que a comunicação é estratégica para a aceitação da área nuclear. Concluiu dizendo da importância de uma mesa específica para debater o tema "comunicação com a sociedade” e que "aprendeu muito com tudo o que foi apresentado”.
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- 19/04/2021 - NUCLEP participa da ampliação tecnológica do IPENFonte: NUCLEP na Mídia
Com sua expertise nuclear e capacidade fabril, a NUCLEP concluiu a fabricação da Caixa de Blindagem Radiológica para a Unidade Móvel de Irradiação com Acelerador Industrial de Elétrons, projetado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).A unidade móvel, cujos requisitos de segurança são chancelados pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), pela BSS Serviços de Blindagem e pela CNEN, autarquia federal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), à qual o IPEN está vinculado, tem várias aplicações. Esta possui um acelerador de feixe de elétrons responsável por tratar efluentes industriais para fins de reutilização, se apresentando como uma alternativa limpa e tecnológica para as empresas.
Com o laboratório móvel, que será usado por profissionais do IPEN no treinamento a empresas de todo país, é possível ampliar a capacidade nacional de tratamento de efluentes, gerando benefícios tecnológicos e econômicos em relação às técnicas convencionais.
A blindagem radiológica fabricada pela NUCLEP pesa cerca de 15,86t e tem como objetivo fornecer a proteção adequada durante as operações, promovendo a segurança dos trabalhadores e do ambiente.
Dentro da Unidade Móvel de Irradiação com Acelerador Industrial de Elétrons, serão aplicadas atividades de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e prestações de serviços em escalas laboratoriais e industriais.
A participação da NUCLEP neste projeto reforça a sua capacidade de atender as mais diversas demandas dos projetos nucleares e contribuir com a sociedade brasileira.
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- 19/04/2021 - Nuclep participa da ampliação tecnológica do IPENEmpresa entrega peça que vai colaborar com importantes pesquisas brasileiras sobre tratamento de efluentes
Empresa entrega peça que vai colaborar com importantes pesquisas brasileiras sobre tratamento de efluentes
Fonte: O Dia
Por Jupy Junior
ITAGUAÍ - Com experiência no setor nuclear e capacidade fabril, a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep)– indústria estatal que atua no bairro de Brisamar, Itaguaí - concluiu a fabricação da Caixa de Blindagem Radiológica para a Unidade Móvel de Irradiação com Acelerador Industrial de Elétrons, projetado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).A unidade móvel tem várias aplicações e conta com um acelerador de feixe de elétrons responsável por tratar efluentes industriais para fins de reutilização, o que viabiliza uma alternativa limpa e tecnológica para as empresas. Os requisitos de segurança são garantidos pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), pela BSS Serviços de Blindagem e pela CNEN - autarquia federal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações a qual o IPEN está vinculado.Com o laboratório móvel, que será usado por profissionais da IPEN para realizar treinamentos em empresas de todo país, é possível ampliar a capacidade nacional de tratamento de efluentes, o que gera benefícios tecnológicos e econômicos em relação às técnicas convencionais.A blindagem Radiológica fabricada pela Nuclep pesa mais de 15 toneladas e tem como objetivo fornecer a proteção adequada durante as operações, promovendo a segurança dos trabalhadores e do ambiente.
A Unidade Móvel de Irradiação com Acelerador Industrial de Elétrons é importante na aplicação de atividades de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias e prestações de serviços em escalas laboratoriais e industriais.
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- 19/04/2021 - FAPESP divulga novas normas de Prestação de ContasFonte: Agência FapespAgência FAPESP – A FAPESP implementará, em 16 de maio de 2021, as novas Normas para Uso de Recursos e Prestação de Contas, que foram divididas em duas partes: Normas para Uso de Recursos e Prestação de Contas de Auxílios e Bolsas e Normas para Uso de Recursos e Prestação de Contas de Subvenção Econômica.
Com essa divisão, as instruções para uso de recursos de subvenção econômica deixam de constar como exceções no texto da norma geral de Auxílios e Bolsas e as instruções disponibilizadas às beneficiárias de subvenção se tornam mais completas e claras.
As normas foram atualizadas considerando os novos procedimentos adotados pela FAPESP e a adequação às alterações de legislação e de atos normativos editados pela própria Fundação. As seções do texto foram reorganizadas, com o agrupamento de informações relacionadas a cada tema.
O sistema eletrônico de Prestação de Contas de Auxílios e Bolsas, que funcionará no Sistema de Apoio à Gestão (SAGe), integrará o controle das liberações de recursos, eliminando a necessidade de inclusão manual dos valores liberados.
Entre as demais funcionalidades do novo módulo do SAGe, os outorgados de Auxílios à Pesquisa, cujas notas de material permanente e material de consumo são emitidas no CNPJ2 da FAPESP, podem carregar diretamente da base das Secretarias das Fazendas Estaduais ou Fazenda Nacional os dados dessas notas fiscais, para que sejam associadas à Prestação de Contas. O sistema permite ainda o carregamento de dados de uma nota fiscal emitida no CPF do outorgado por meio da chave de acesso ou do arquivo XML.
Deverão ser submetidas em formato eletrônico as Prestações de Contas iniciais de processos de Auxílios e Bolsas, bem como as Prestações de Contas seguintes. No caso de processos para os quais já tenha sido apresentada ao menos uma Prestação de Contas em papel, os outorgados poderão continuar a enviar Prestações de Contas em formato físico à FAPESP, até 31/12/2021.
Período de transição
Para que outorgados e Escritórios de Apoio Institucional ao Pesquisador (EAIPs) possam se familiarizar com o sistema, e considerando a situação de exceção causada pela pandemia da COVID-19, as Prestações de Contas iniciais de Auxílios e Bolsas, previstas para os meses de março, abril e maio de 2021, foram prorrogadas para o mês de junho de 2021, respeitando o dia do mês previsto no termo de outorga (dia 10, 20 ou 30).
USP
Para processos vinculados à Universidade de São Paulo (USP), os outorgados deverão fazer o preenchimento da Prestação de Contas pelo Sistema de Gestão da Informação de Projetos (GIP), por força de decisão tomada no âmbito da USP. O GIP foi integrado ao SAGe em 16 dezembro de 2020, no âmbito de termo de cooperação para troca de informações firmado entre a FAPESP e a USP em 2017.
Cronograma de implementação das novas normas
19/04/2021
Publicação das novas normasLiberação do sistema SAGe para início do preenchimento de Prestações de Contas eletrônicas.
16/05/2021
Entrada em vigor das novas normasA partir desta data, as Prestações de Contas podem ser submetidas eletronicamente via SAGe, nas datas estabelecidas para envio do compromisso nos Termos de Outorga de Auxílios e Bolsas. Também a partir desta data passa a ser obrigatória a submissão de Prestações de Contas iniciais em formato eletrônico, via SAGe. Para processos que já tenham apresentado ao menos uma Prestação de Contas em formato físico à FAPESP, será facultativa a submissão de Prestação de Contas em formato eletrônico ou o envio em formato físico até 31/12/2021.
01/01/2022
Fim do período de transiçãoA partir desta data, todas as Prestações de Contas parciais e finais devem ser enviadas eletronicamente à FAPESP, via SAGe. Para processos vinculados à USP, que já tenham apresentado ao menos uma Prestação de Contas em formato físico à FAPESP, continuará sendo facultativa a submissão de Prestação de Contas em formato eletrônico via GIP ou o envio em formato físico à FAPESP até o término da vigência destes processos.
Manuais de apoio
As orientações para elaboração e submissão da Prestação de Contas no SAGe podem ser consultadas no Manual de Apoio disponível no link "Manuais”, dentro do próprio SAGe.
Também no link "Manuais” do SAGe está disponível o Manual de Apoio com orientações para que os outorgados façam a delegação de usuários ou membros dos Escritórios de Apoio Institucional ao Pesquisador, autorizados a elaborar suas Prestações de Contas no sistema.
Dúvidas sobre a utilização do sistema podem ser enviadas por meio do Converse com a FAPESP, em Informações > Informações Gerais (fapesp.br/converse/informacoes/orientacao-geral).
Evento e vídeos para dúvidas
A FAPESP realizará no dia 30/04/2021 evento on-line sobre as novas normas e sobre a elaboração da Prestação de Contas no SAGe. As inscrições devem ser feitas no endereço https://fapesp.br/14840.
No encontro, serão apresentadas as principais alterações nas Normas de Uso de Recursos e Prestação de Contas. Também serão demonstradas algumas das funcionalidades do módulo de Prestação de Contas do SAGe.
Ao final da apresentação, a FAPESP esclarecerá dúvidas gerais sobre as novas normas e sobre o sistema. As dúvidas poderão ser enviadas para o e-mail evento-normaspc@fapesp.br e serão respondidas apenas durante o evento.
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- 17/04/2021 - MG Grafeno deve ampliar a produçãoFonte: Diário do ComércioA primeira e única planta de produção de grafeno em Minas Gerais passa por adaptações e terá capacidade de produzir, já em 2022, 500 quilos/ano do nanomaterial, expansão de 400% da produção atual.
O projeto MG Grafeno – iniciativa da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) – está na fase de adaptação da planta e aquisição de equipamentos para essa finalidade. O projeto também busca, nessa fase, fortalecer parcerias para viabilizar comercialmente o produto.
O grafeno é um nanomaterial oriundo do grafite. É leve, mas com resistência mecânica maior que a do aço. Adicionado aos polímeros, por exemplo, torna o produto mais forte. Tem propriedades como impermeabilidade e anticorrosão. Inglaterra, Estados Unidos e China também têm investido na produção de grafeno. "É um mercado em expansão e, sendo Minas Gerais um produtor de grafite, há muita potencialidade”, avaliou o coordenador de produção do MG Grafeno, Flávio Plentz.
O MG Grafeno existe desde 2016 e fica na sede do CDTN, no campus da UFMG. O projeto recebeu investimentos de aproximadamente R$ 50 milhões da Codemge. Na planta, são desenvolvidas tecnologias para a produção de grafeno de alta qualidade, a baixo custo e em larga escala. Diversas aplicações do nanomaterial já foram testadas e certificadas. "Chegamos a um custo e qualidade de produção que já viabiliza a aplicação comercial”, informou Plentz, que é professor do departamento de física da universidade.
Na primeira fase o projeto desenvolveu conhecimento de produção e caracterização dos produtos. A segunda fase, que começou em 2019, certificou e consolidou o portfólio. A pesquisa de aplicações foi realizada em parceria com a iniciativa privada. Nesta nova fase, segundo Plentz, a planta está em expansão, serão incluídos novos equipamentos. Assim, a produção que hoje é de 100 kg passará para 500 kg/ano.
Atualmente, são produzidos pelo MG Grafeno três produtos da família do grafeno. Um deles é o grafeno de poucas camadas, considerado o mais nobre. As aplicações estão em composições com polímeros, na fabricação de tintas, baterias, sensores, em segmentos da indústria eletrônica, entre outros.
As nanoplacas de grafeno entre cinco e dez camadas são usadas em projetos com fibras poliméricas, polímeros para embalagens e resinas epóxi. Já as nanoplacas de grafite têm uso na fabricação de tintas e revestimentos.
Parceria – A parceria com a iniciativa privada é fundamental em todas as fases do projeto, na avaliação de Flávio Plentz. O trabalho em conjunto vai desde o fornecimento de grafite, feito pela Nacional Grafite, com planta em Itapecerica – até rodadas pilotos em fábricas.
Há companhias parceiras na área de polímeros, de recobrimentos anticorrosivos, de resinas epóxi e até de baterias. A Oxys Energy é uma das parceiras do projeto. "O objetivo perseguido desde o começo é levar o know-how para a iniciativa privada, viabilizar a comercialização e tornar Minas um importante produtor de grafeno”, finalizou.
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- 16/04/2021 - Angra 1 entra em manutenção a partir do sábado (17/4), e tira 600 MW do SINA Eletronuclear disse que trata-se de uma parada programada para reabastecimento de combustível
A Eletronuclear disse que trata-se de uma parada programada para reabastecimento de combustível
Fonte: Estado de MinasA usina nuclear Angra 1, no Rio de Janeiro, vai entrar em manutenção a partir deste sábado (17/4), retirando do Sistema Interligado Nacional (SIN) cerca de 600 megawatts (MW) de capacidade instalada. Angra 2, com potência maior (1.200 MW), já havia parado no ano passado para manutenção.
"Neste sábado (17/4), à 0h, a Eletronuclear vai desconectar a usina nuclear Angra 1 do SIN para reabastecimento de combustível. Trata-se de uma parada programada, em comum acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), com duração programada para 35 dias", antecipou a Eletronuclear ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Durante esse período, o ONS despachará a energia de outras usinas do sistema interligado de forma a garantir um abastecimento seguro de energia elétrica para o País, disse a subsidiária da Eletrobras.
As paradas de reabastecimento ocorrem, aproximadamente, a cada 14 meses e são programadas com pelo menos um ano de antecedência, levando-se em consideração a duração do combustível nuclear e as necessidades do SIN.
Nesta parada, além do reabastecimento de cerca de 1/3 do combustível nuclear, serão realizadas atividades de inspeção e manutenção periódicas e também instalações de diversas modificações de projeto, que precisam ser feitas com a usina desligada.
"No total, 2.904 tarefas foram programadas para o período. Para executá-las, a empresa contratou firmas nacionais e internacionais, que estão disponibilizando aproximadamente 600 profissionais, sendo 30 estrangeiros, para atuar em conjunto com os técnicos da Eletronuclear", informou a estatal.
Para a realização desta parada, uma série de medidas de mitigação da covid-19 foram tomadas pela Eletronuclear. Além da redução do escopo das atividades, foram realizadas diversas ações de comunicação, treinamento e conscientização do pessoal contratado e próprio, além de reforço das medidas de distanciamento social (refeições em horário escalonado, reuniões por meio de videoconferência, demarcação no piso de acesso, etc.). Todas essas ações foram compiladas em uma cartilha, que foi disponibilizada para os profissionais envolvidos na parada.
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- 16/04/2021 - Irã diz ter conseguido enriquecer urânio a 60%, extrapolando em 15 vezes limite do acordo nuclearPresidente do Parlamento do Irã informou que os cientistas iranianos conseguiram obter urânio enriquecido a 60%. Vale destacar que o acordo nuclear de 2015 previa limite de 3,67%.
Presidente do Parlamento do Irã informou que os cientistas iranianos conseguiram obter urânio enriquecido a 60%. Vale destacar que o acordo nuclear de 2015 previa limite de 3,67%.
Fonte: Sputnik BrasilNesta sexta-feira (16), o presidente do Parlamento iraniano, Mohammad Bagher Ghalibaf, anunciou a conquista de enriquecimento de urânio a 60%."Tenho orgulho de anunciar que os cientistas iranianos […] conseguiram obter urânio enriquecido a 60%", escreveu Ghalibaf em sua conta no Twitter.O político iraniano felicitou o povo do Irã pelo enriquecimento de urânio a 60%.Na terça-feira (13), o Irã notificou a Agência Internacional de Energia Atômica sobre planejar iniciar enriquecer urânio a 60%. Teerã destacou que o urânio enriquecido a 60% seria usado na produção de molibdênio, necessário para fabricação de medicamentos radiofarmacêuticos. Segundo o presidente do Irã, Hassan Rouhani, Teerã decidiu aumentar o nível de enriquecimento de urânio e instalar centrífugas mais avançadas em reposta à sabotagem contra a usina nuclear de Natanz.De acordo com o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) celebrado em 2015, o enriquecimento de urânio era limitado a 3,67% para Irã. Após a saída unilateral dos EUA do acordo nuclear em 2018, o Irã anunciou a redução gradual de seus compromissos no âmbito do JCPOA, se recusando a restringir pesquisas nucleares, centrífugas e nível de enriquecimento de urânio. -
- 15/04/2021 - AIEA enviará especialistas ao Japão para análise de despejo de água contaminada de FukushimaA Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) planeja enviar uma equipe internacional de especialistas ao Japão devido às preocupações de alguns países sobre a decisão de Tóquio de despejar a água contaminada da usina nuclear de Fukushima no oceano.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) planeja enviar uma equipe internacional de especialistas ao Japão devido às preocupações de alguns países sobre a decisão de Tóquio de despejar a água contaminada da usina nuclear de Fukushima no oceano.
Fonte: Sputnik BrasilO diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, afirmou em entrevista à NHK que o governo japonês tinha solicitado formalmente a cooperação da agência em relação ao plano de despejo da água contaminada.
Grossi disse que a AIEA tem se preparando para a decisão do Japão durante meses, e revelou que uma equipe internacional pode ser enviada para ajudar a dissipar as preocupações, verificando se o processo de liberação da água tratada é seguro.
"Podemos ter conselheiros que podem vir de diversas áreas, países diferentes, competências diferentes. Qualquer preocupação séria tem a chance de ser discutida e analisada tecnicamente", disse Grossi.
As preocupações expressas por residentes locais e por países vizinhos, como a Coreia do Sul e a China, não podem ser ignoradas, declarou Grossi, acrescentando que a agência considerará incluir especialistas desses mesmos países, como a Coreia do Sul, em sua equipe.
"Todas estas preocupações, podemos concordar ou discordar, mas devem ser levadas a sério. Temos uma responsabilidade comum", adicionou o diretor-geral da AIEA.
Na terça-feira (13), o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, anunciou que o país despejará no oceano a água tratada procedente da usina nuclear de Fukushima. Aproximadamente 1,25 milhão de toneladas de água contaminada está armazenada em mais de mil cisternas próximas da usina nuclear de Fukushima.
Segundo o primeiro-ministro japonês, o plano de liberação da água é desenvolvido conforme os padrões de segurança para prevenir possíveis danos. Por sua vez, Seul e Pequim expressaram suas preocupações sobre o plano do governo do Japão.
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- 15/04/2021 - Oncologia: Santa Casa recebe autorização para operação da RadioterapiaAté o momento, o único hospital a ofertar o mesmo tipo de tratamento no Mato Grosso fica na capital, Cuiabá
Até o momento, o único hospital a ofertar o mesmo tipo de tratamento no Mato Grosso fica na capital, Cuiabá
Fonte: A Tribuna/MT
A Santa Casa Rondonópolis está iniciando os serviços de Radioterapia, tornando assim, o suporte e o atendimento do paciente oncológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de toda a região mais completo, o qual não precisará se deslocar para outras cidades a fim desse tratamento.
A obra, entregue em julho de 2020, fruto do "Projeto de Expansão da Radioterapia” do Ministério da Saúde, exigiu diversos esforços até estar preparada para o início dos atendimentos, criação de protocolos, contratação e treinamento de equipe, regulagens e testes de equipamentos e a extensa documentação exigida por diversos órgãos regulamentadores e fiscalizadores. Finalmente, nesta terça-feira (13), a certificação oficial do Conselho Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi entregue e o hospital liberado para o atendimento aos pacientes.
Com a Radioterapia, o Hospital do Câncer de Rondonópolis passa a atender agora 25 municípios das regiões Sul e Sudeste, englobando 800 mil habitantes. Até o momento, o único hospital a ofertar o mesmo tipo de tratamento no Mato Grosso, fica na capital, Cuiabá.
A partir de agora, a população não precisa mais se deslocar para realizar o tratamento, contando com um serviço humanizado, com foco na qualidade e segurança do paciente.
A conquista é a concretização de um esforço de mais de 12 anos de diversas autoridades, membros de entidades de classe e da sociedade rondonopolitana.
"O Hospital do Câncer da Santa Casa Rondonópolis, habilitado no Sistema Único de Saúde como UNACON, fecha o ciclo, tornando-se um centro integrado de tratamento oncológico, equiparado aos hospitais e grandes centros de referência nacional”, concluiu a superintendente da Santa Casa Rondonópolis, Bianca Talita Franco.