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- 06/11/2020 - Aparelho portátil da USP dá resultado de coronavírus em menos de um minutoFonte: UOLDo Jornal da USP 06/11/2020 13h25O teste rápido é uma ferramenta fundamental no combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus no Brasil. Para contribuir com este monitoramento, pesquisadores desenvolveram um dispositivo portátil capaz de detectar o SARS-CoV-2, com análises em tempo real: o GRAPH Covid-19.Com rapidez, precisão de resultados e portabilidade, o novo produto pode contribuir de modo significativo na batalha contra este vírus e também no controle de outros tipos de doenças. O dispositivo foi desenvolvido na Biosintesis, empresa de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e residente na Incubadora USP/IPEN-Cietec.A soluçãoO GRAPH Covid-19 é uma plataforma de Diagnostic On a Chip (DoC) baseada na tecnologia inovadora de biossensores avançados com nanocompósitos de óxido de grafeno.Uma das vantagens é que a plataforma de diagnóstico GRAPH usa baixo volume de amostra biológica — como, por exemplo, uma gota de sangue —, sendo capaz de detectar e monitorar diversas doenças, tendo como prioridade testar a infecção por SARS-CoV-2. Além disso, o dispositivo terá produção nacional, dispensando a necessidade de importação de insumos e possibilitando alta escala de produção para atender rapidamente à demanda diagnóstica em todo o país.Atualmente, os testes rápidos importados são realizados por imunocromatografia, método de baixa exatidão e que traz grande preocupação com resultados falso-negativos. Por isso, a chegada de biossensores como plataforma diagnóstica no setor clínico é uma evolução tecnológica, com grandes vantagens frente às soluções disponíveis.Diagrama de funcionamento do GRAPH Covid-19 Imagem: USP Imagens/DivulgaçãoDe acordo com Fabiana Medeiros, doutora em Biotecnologia pelo Programa de Tecnologia Nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) da USP e sócia-fundadora da Biosintesis, os biossensores avançados associados a nanocompósitos de óxido de grafeno podem ser usados para diagnóstico em tempo real e monitoramento de diversas doenças."Os biossensores, quando aplicados em saúde, podem também detectar os diferentes tipos de biomarcadores prognósticos e diagnósticos associados ao câncer, diabete, Alzheimer, infecções virais (zika, dengue, chikungunya, etc.) e bacterianas, assim como vários tipos de técnicas de sensoriamento eletroquímico utilizadas para a detecção precoce de potenciais biomarcadores para essas doenças", explica Fabiana.DiferenciaisO equipamento necessita apenas de pouca quantidade de sangue para detectar e monitorar diversas doenças, entre elas a covid-19 Imagem: USP - Imagens/DivulgaçãoO GRAPH Covid-19 apresenta alguns diferenciais. É o método mais rápido disponível no mercado, com resultados em menos de um minuto; não necessita de laboratórios de biossegurança e também não precisa de mão de obra especializada para sua análise. Além disso, o equipamento é totalmente portátil e não necessita de um ponto de energia, internet ou estrutural laboratorial.É um equipamento que trará muitos benefícios ao monitoramento da pandemia no Brasil, além de apresentar potencial de exportação de tecnologia para outros países. A expectativa é que haja uma redução de custo em torno de 25% em comparação aos testes atuais.De acordo com Fabiana, estão previstas negociações futuras com as esferas governamentais para oferecer o equipamento a hospitais e postos de saúde."Somos uma empresa participante do movimento Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e ficamos em 7º lugar no Concurso Emergencial Covid-19 nº 002/2020 da ABDI/CNI, para a redução dos impactos da pandemia de covid-19 nas áreas dede cidades, bairros e conglomerados urbanos brasileiros com população vulnerável. Por esta iniciativa, e especialmente pela parceria com o IPEN, negociações com as esferas municipal, estadual e federal são um dos principais focos do projeto", destaca.O funcionamento básico do equipamento em laboratório já foi comprovado. No momento, os responsáveis pelo GRAPH Covid-19 estão trabalhando na validação de diagnóstico do SARS-CoV-2. "Esperamos ter resultados mais robustos no primeiro trimestre de 2021 e, naturalmente, o SUS [Sistema Único de Saúde] será o principal foco de atuação desta tecnologia.".Segundo Fabiana, é esperado que os biossensores custem em torno de R$ 155 em escala de produção. Essa produção em escala está prevista para acontecer a partir do registro da plataforma GRAPH na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Já sobre a previsão de quando o equipamento chegará ao mercado, a expectativa é que os testes sejam iniciados com os primeiros protótipos em laboratórios e unidades de saúde em seis meses. -
- 05/11/2020 - Dispositivo portátil criado por pesquisadores brasileiros detecta o coronavírus em tempo realEquipamento usa biossensores avançados com nanocompósitos de óxido de grafeno para detectar o SARS-CoV-2. Além de ajudar no monitoramento da covid no Brasil, poderá ser útil em outras doenças
Equipamento usa biossensores avançados com nanocompósitos de óxido de grafeno para detectar o SARS-CoV-2. Além de ajudar no monitoramento da covid no Brasil, poderá ser útil em outras doenças
Fonte: Jornal da USPO teste rápido é uma ferramenta fundamental no combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus no Brasil. Para contribuir com este monitoramento, pesquisadores desenvolveram um dispositivo portátil capaz de detectar o SARS-CoV-2, com análises em tempo real: o GRAPH Covid-19. Com rapidez, precisão de resultados e portabilidade, o novo produto pode contribuir de modo significativo na batalha contra este vírus e também no controle de outros tipos de doenças. O dispositivo foi desenvolvido na Biosintesis, empresa de pesquisa, desenvolvimento e inovação, e residente na Incubadora USP/IPEN-Cietec.
A solução
O GRAPH Covid-19 é uma plataforma de Diagnostic On a Chip (DoC) baseada na tecnologia inovadora de biossensores avançados com nanocompósitos de óxido de grafeno.
Uma das vantagens é que a plataforma de diagnóstico GRAPH usa baixo volume de amostra biológica – como, por exemplo, uma gota de sangue -, sendo capaz de detectar e monitorar diversas doenças, tendo como prioridade testar a infecção por SARS-CoV-2. Além disso, o dispositivo terá produção nacional, dispensando a necessidade de importação de insumos e possibilitando alta escala de produção para atender rapidamente à demanda diagnóstica em todo o País.
Atualmente, os testes rápidos importados são realizados por imunocromatografia, método de baixa acuracidade (exatidão) e que traz grande preocupação com resultados falso-negativos. Por isso, a chegada de biossensores como plataforma diagnóstica no setor clínico é uma evolução tecnológica, com grandes vantagens frente às soluções disponíveis.
Diagrama de funcionamento do GRAPH Covid-19 – Foto: DivulgaçãoDe acordo com Fabiana Medeiros, doutora em Biotecnologia pelo Programa de Tecnologia Nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) da USP e sócia-fundadora da Biosintesis, os biossensores avançados associados a nanocompósitos de óxido de grafeno podem ser usados para diagnóstico em tempo real e monitoramento de diversas doenças.
"Esta tecnologia traz benefícios significativos em relação a metodologias analíticas convencionais, tais como rapidez, alta sensibilidade e especificidade. Sua portabilidade permite diagnosticar o SARS-CoV-2 em qualquer local: postos do SUS, unidades de saúde,drive through, regiões remotas e até no controle de portos e aeroportos”
"Os biossensores, quando aplicados em saúde, podem também detectar os diferentes tipos de biomarcadores prognósticos e diagnósticos associados ao câncer, diabete, Alzheimer, infecções virais (zika, dengue, chikungunya, etc.) e bacterianas, assim como vários tipos de técnicas de sensoriamento eletroquímico utilizadas para a detecção precoce de potenciais biomarcadores para essas doenças”, explica Fabiana.
Diferenciais do Equipamento
O equipamento necessita apenas de pouca quantidade de sangue para detectar e monitorar diversas doenças, entre elas a covid-19 – Foto: DivulgaçãoO GRAPH Covid-19 apresenta alguns diferenciais. É o método mais rápido disponível no mercado, com resultados em menos de um minuto; não necessita de laboratórios de biossegurança e também não precisa de mão de obra especializada para sua análise. Além disso, o equipamento é totalmente portátil e não necessita de um ponto de energia, internet ou estrutural laboratorial.
É um equipamento que trará muitos benefícios ao monitoramento da pandemia no Brasil, além de apresentar potencial de exportação de tecnologia para outros países. A expectativa é que haja uma redução de custo em torno de 25% em comparação aos testes atuais.
De acordo com Fabiana, estão previstas negociações futuras com as esferas governamentais para oferecer o equipamento a hospitais e postos de saúde. "Somos uma empresa participante do movimento Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e ficamos em 7º lugar no Concurso Emergencial Covid-19 nº 002/2020 da ABDI/CNI, para a redução dos impactos da pandemia de covid-19 nas áreas de cidades, bairros e conglomerados urbanos brasileiros com população vulnerável. Por esta iniciativa, e especialmente pela parceria com o IPEN, negociações com as esferas municipal, estadual e federal são um dos principais focos do projeto”, destaca.
O funcionamento básico do equipamento em laboratório já foi comprovado. No momento, os responsáveis pelo GRAPH Covid-19 estão trabalhando na validação de diagnóstico do SARS-CoV-2. "Esperamos ter resultados mais robustos no primeiro trimestre de 2021 e, naturalmente, o SUS [Sistema Único de Saúde] será o principal foco de atuação desta tecnologia.”
Segundo Fabiana, é esperado que os biossensores custem em torno de R$ 155,00 em escala de produção. Essa produção em escala está prevista para acontecer a partir do registro da plataforma GRAPH na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Já sobre a previsão de quando o equipamento chegará ao mercado, a expectativa é que os testes sejam iniciados com os primeiros protótipos em laboratórios e unidades de saúde em seis meses.
Parcerias
Sob coordenação da Biosintesis, empresa residente na Incubadora USP/IPEN-Cietec, o projeto tem parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Conta com a participação de uma equipe de pesquisadores multidisciplinares, composta de quatro diferentes Centros de Pesquisas: Biotecnologia (CEBIO), Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM), Combustível Nuclear (CECON) e Tecnologia das Radiações (CETER).
"Com a pandemia, as empresas e o governo estão ampliando os investimentos em projetos de inovação e automação de empresas, principalmente para produção de equipamentos hospitalares que podem ser usados no combate ao novo coronavírus. O momento é oportuno para startups voltadas à saúde, como a Biosintesis, que está trazendo sua importante contribuição, por meio da criação deste dispositivo inovador”, afirma Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec.
Com foco no desenvolvimento de soluções para apoio ao Sistema Único de Saúde (SUS), o IPEN/CNEN tem incentivado e apoiado vários projetos de pesquisa na prevenção e no combate à covid-19, os quais têm caráter inovador e propõem soluções criativas para o enfrentamento aos desafios desse momento de crise no País. "Muitas dessas pesquisas têm se revelado um sucesso, este é o caso da Biosintesis, que conta com a colaboração de pesquisadores de vários Centros de Pesquisa do IPEN, os quais, com suas expertises, têm dado grande contribuição para o sucesso do projeto. Esses recursos humanos altamente qualificados são motivo de muito orgulho para a nossa instituição”, avalia Isolda Costa, diretora de Pesquisa, Ensino e Desenvolvimento do IPEN.
Sobre o Biosintesis
Em operação desde 2008, o laboratório Biosintesis atua em duas frentes centrais de trabalho: pesquisa, desenvolvimento, inovação: desenvolvimento de novos materiais, engenharia de tecidos e testes/protocolos in vitro; e prestação de serviços para P&D e registro de produtos, atendendo a cinco áreas principais: dispositivos médicos e odontológicos, farmacêutica, puericultura e cosméticos.
Sobre o IPEN
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) é uma autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do governo do Estado de São Paulo e gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) do governo federal.
Com destacada atuação na área nuclear, proporcionando avanços significativos no domínio de tecnologias, na produção de materiais e na prestação de serviços de valor econômico e estratégico para o País, o IPEN/CNEN também é excelência na formação de recursos humanos, no âmbito de seu Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear associado à USP.
Sobre o Cietec
O Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), fundado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil.
O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.
Com informações de Trama Comunicações
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- 29/10/2020 - Comunicado: ações da INB e NUCLEP são transferidas da CNEN para a UniãoFonte: CNENA Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) informa que assinou ontem, 28 de outubro de 2020, Termos de Transferências de Ações, formalizando a passagem para a União da titularidade das ações que possuía da Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB) e da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (NUCLEP). O ato é resultado da Medida Provisória nº 998/2020, de setembro deste ano, que determinou a transferência para a União da titularidade do capital social de ambas as empresas. A passagem das ações foi concretizada com a assinatura dos termos pelo Presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, e pelo Procurador Milton Bandeira de Melo, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN).Essa transferência, agora concluída com êxito, começou a ser articulada ainda no ano de 2018, por iniciativa da CNEN e do MCTI, considerando a conveniência da completa desvinculação da Autarquia, dedicada à pesquisa, ao desenvolvimento científico-tecnológico, à formação de recurso humanos especializados e às atividades de licenciamento e fiscalização, das duas empresas públicas voltadas essencialmente para atividades de mecânica pesada (NUCLEP) e mineração/produção de combustível nuclear (INB).A partir de agora, todos os assuntos relacionados a questões societárias das duas empresas passam a ser tratados diretamente pela PGFN.Paulo Roberto Pertusi
Presidente -Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN
29/10/2020 -
- 28/10/2020 - Nota da Eletronuclear sobre a decisão da Justiça Federal relativa à UASFonte: DefesaNetNo que diz respeito à ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a construção da Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado (UAS), a Eletronuclear ressalta que a decisão da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis não impede a continuidade das obras da UAS, nem paralisa os processos de licenciamento nuclear e ambiental em andamento. Ambos seguem a pleno vapor.
A deliberação da Justiça – em caráter liminar, vale ressaltar – apenas proíbe, no presente momento, a movimentação de combustíveis usados de Angra 1 e 2 até a UAS. Quanto a isso, a empresa frisa que, ao contrário do que afirma o MPF, não há nenhuma transferência de material prevista para as próximas semanas. Como já foi mencionado, as obras da unidade ainda estão em progresso, assim como o licenciamento. A previsão é que esse procedimento seja realizado somente em 2021.
De qualquer forma, como a juíza responsável pelo caso não determinou até quando a transferência dos combustíveis usados deve permanecer paralisada, a Eletronuclear entrará com uma petição para que esse prazo seja estabelecido.
A companhia reitera que a construção da UAS segue à risca todas as normas de licenciamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além disso, vem sendo acompanhada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e pela prefeitura de Angra dos Reis.
Adicionalmente, a Eletronuclear garante que a solução escolhida para armazenar os combustíveis usados de Angra 1 e 2 é totalmente segura e adequada para as necessidades atuais da central nuclear. É exatamente isso que a empresa pretende provar na Justiça. Cabe destacar que essa é uma tecnologia amplamente utilizada em outros países. Apenas nos Estados Unidos, há mais de 90 instalações do tipo em operação.
Por fim, a companhia esclarece que os combustíveis usados não são considerados rejeitos radioativos ou "lixo nuclear”, pois ainda contêm grande potencial energético, que pode ser aproveitado via reciclagem. Países como Rússia, França e Japão adotam esse procedimento. A construção da UAS permitirá que esse material seja guardado com toda a segurança até que o governo brasileiro defina seu destino.
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- 28/10/2020 - Decisão impede Eletronuclear de transferir rejeitos radioativos para depósito em construçãoAção do MPF questiona processo de licenciamento ambiental do empreendimento por considerá-lo nova instalação nuclear.
Ação do MPF questiona processo de licenciamento ambiental do empreendimento por considerá-lo nova instalação nuclear.
Fonte: DefesaA Justiça Federal determinou que a Eletronuclear se abstenha de proceder à transferência de rejeitos radioativos das usinas de Angra 1 e 2 para a Unidade de Armazenamento Complementar a Seco para Combustíveis Irradiados (UAS), que está em fase de construção.
A decisão liminar foi concedida em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) que questiona a regularidade do licenciamento ambiental para a construção do novo depósito de resíduos. Apesar de não ter sido um pedido específico do MPF, o juízo da 1ª Vara Federal de Angra dos Reis (RJ) considerou evidente a ausência de autorização para que a Eletronuclear promova transferência de quaisquer materiais radioativos para a UAS.
Na ação, o MPF argumenta que os depósitos a seco possuem natureza jurídica de nova instalação nuclear, por isso não podem ser submetidos a um processo de licenciamento simplificado. Para tal projeto, são necessários estudo de impacto ambiental e divulgação do pertinente relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA), audiências públicas, consulta prévia e informada às populações tradicionais circundantes e prévia aprovação do Congresso Nacional.
Entenda o caso – Dois inquéritos civis públicos do MPF apuraram a regularidade do licenciamento ambiental do Repositório de Rejeitos Radioativos da Usina Nuclear de Angra 1, 2 e 3 e exigências relacionadas ao Licenciamento da Unidade de Armazenamento Complementar de Combustível Irradiado (UFC) da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA).
Atualmente, o depósito inicial é feito em piscinas especialmente projetadas e construídas no interior do prédio de contenção das usinas nucleares, e são denominadas Piscinas de Combustíveis Usados (PCUs). Porém, está previsto para o próximo ano o esgotamento da capacidade de estocagem do rejeito nuclear. Diante da possibilidade de paralisação das operações destas unidades geradoras de energia, necessita-se da adoção de medidas para ampliação dessa capacidade.
Em 2015, a Eletronuclear optou pela implantação UAS. Dessa forma, o Brasil caminha para ter as piscinas como depósitos iniciais dos rejeitos nucleares, a UAS como depósito complementar, estando pendentes os depósitos finais, que constituem a verdadeira e definitiva solução para os rejeitos radioativos.
A UAS da CNAAA ocupará um polígono de 4.879,3 m² dentro do sítio do complexo de usinas. Para a execução do empreendimento, a empresa Holtec International venceu a licitação no valor total de USD 50.277.018,00.
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- 28/10/2020 - AEA alega início da construção de usina nuclear no Irã, segundo FOTO de satéliteA Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) da ONU afirma que Teerã está construindo uma usina subterrânea avançada de montagem de centrífugas.
A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) da ONU afirma que Teerã está construindo uma usina subterrânea avançada de montagem de centrífugas.
Fonte: SputnikO Irã iniciou a construção da usina nuclear em Natanz, mostram as imagens de satélite divulgadas. A construção da usina subterrânea avançada de montagem de centrífugas vai substituir a que explodiu em uma suposta sabotagem no verão do Hemisfério Norte passado, de acordo com a agência AP.
Desde agosto, o Irã constrói um caminho novo ou outro caminho reagrupado ao sul de Natanz em direção ao que os analistas consideram ser um campo de tiro antigo para as forças de segurança na instalação de enriquecimento de urânio, segundo imagens de Planet Labs, baseado em San Francisco.
As imagens de satélite, reveladas na segunda-feira (26), mostram o que parece ser o equipamento de construção. Analistas do Centro de Estudos de Não Proliferação James Martin do Instituto de Estudos Internacionais Middlebury afirmam que é nesse lugar que está sendo realizada escavação.
"Essa estrada também vai para as montanhas, então pode ser o fato de que eles estão cavando algum tipo de estrutura que estará na frente e que haverá um túnel nas montanhas", comentou Jeffrey Lewis, especialista do instituto que estuda o programa nuclear do Irã.
Ali Akbar Salehi, que chefia a Organização de Energia Atômica do Irã, informou à televisão estatal no mês passado que a instalação subterrânea destruída foi substituída por uma nova "no coração das montanhas perto de Natanz".
Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atômica, afirmou que seus inspetores estavam cientes da obra. O Irã comunicou que os inspetores da IAEA continuavam a ter acesso à usina do Irã apesar do colapso do acordo nuclear de 2015 entre o Irã e as potências mundiais.
"Isso significa que eles começaram, mas não está completo. É um processo longo", comentou Grossi.
As fotos de satélite mostram que o Irã começou a construção em sua instalação nuclear. O chefe da IAEA da ONU reconheceu que Teerã está construindo uma usina subterrânea avançada de montagem de centrífugas.
A campanha de Donald Trump contra o Irã levou Teerã a abandonar todos os limites de seu programa nuclear e tensões elevadas entre os EUA e o Irã quase provocaram uma guerra no início do ano. O adversário de Trump nas eleições, Joe Biden, manifestou disposição de voltar ao acordo de 2015.
Trump em 2018 retirou unilateralmente os EUA do acordo nuclear com as potências mundiais, no qual o Teerã concordou em limitar seu enriquecimento de urânio em troca do cancelamento das sanções econômicas. Quando Estados Unidos aumentaram as sanções, Irã gradualmente e publicamente abandonou esses limites.
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- 27/10/2020 - Dispositivo portátil detecta o novo coronavírus em tempo realFonte: FapespA Biosintesis, startup residente na incubadora USP/Ipen-Cietec e apoiada pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), desenvolveu um dispositivo portátil capaz de detectar o SARS-CoV-2 em tempo real.
Batizado de GRAPH COVID-19, o equipamento é uma plataforma de diagnósticos em um chip (DoC, na sigla em inglês) baseada em biossensores avançados com nanocompósitos de óxido de grafeno.
A plataforma de diagnóstico usa baixo volume de amostra biológica – como, por exemplo, uma gota de sangue – e é capaz de detectar e monitorar diversas doenças, além da COVID-19.
As análises não requerem profissionais especializados para executá-las e os resultados saem em menos de um minuto. A expectativa é que o custo seja até 25% menor que os testes disponíveis atualmente.
O dispositivo será fabricado no Brasil e dispensará a necessidade de importação de insumos. A empresa tem a expectativa de exportá-lo.
"A tecnologia que desenvolvemos traz benefícios significativos em relação a metodologias analíticas convencionais, tais como rapidez, alta sensibilidade e especificidade. A portabilidade permite diagnosticar o SARS-CoV-2 em qualquer local, como postos de saúde, regiões remotas e até controle de portos e aeroportos”, avalia Fabiana Medeiros, sócia-fundadora da empresa.
De acordo com Medeiros, os testes rápidos importados são realizados atualmente por imunocromatografia, método de baixa acurácia e que traz grande preocupação com resultados falsos negativos. Por isso, a chegada de biossensores como plataforma diagnóstica no setor clínico é uma evolução tecnológica disruptiva com grandes vantagens frente às soluções disponíveis.
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- 27/10/2020 - Parlamentares propõem a exclusão da FAPESP da desvinculação de recursos prevista no PL 627Fonte: Agência FapespAgência FAPESP – Tramita na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PL 627/2020) que prevê a aplicação da Desvinculação de Receitas Orçamentárias de Estados e Municípios (DREM) ao repasse dos recursos do Tesouro à FAPESP. Se aprovada, a medida resultará numa redução de 30% – R$ 454, 6 milhões – no orçamento da Fundação em 2021.
Até o início de novembro, durante 15 sessões legislativas, os parlamentares poderão apresentar emendas ao PL 627, antes que o projeto siga para a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento (CFOP), quando então será definido um relator para a elaboração de parecer a ser votado na CFOF e, em seguida, no plenário.
Até 24 de outubro, transcorridas sete sessões legislativas, várias emendas já tinham sido apresentadas. Três dessas emendas – dos deputados Sérgio Victor, Itamar Borges e Carlos Giannazi – propõem a supressão da desvinculação dos recursos destinados à FAPESP, prevista no Anexo IX do PL.
Em sua emenda ao PL 627, o deputado Sérgio Victor (NOVO) propõe que seja mantida a transferência do Tesouro à FAPESP no montante correspondente a 1% da receita tributária do Estado de São Paulo – estimado em R$ 1,5 bilhão –, conforme previsto no artigo 271 da Constituição Estadual, apresentando duas justificativas. Na primeira, ele argumenta que a inclusão da DREM reduziria a "capacidade de investimentos em pesquisa feita pela FAPESP junto a universidades, institutos e empresas, em um momento em que estas atividades se mostram essenciais para assegurar o combate à pandemia e a volta à normalidade, impulsionando inclusive as atividades de inovação e o aumento da competitividade da economia, seguindo o exemplo de diversos países".
Em seu segundo argumento, o deputado Sérgio Victor aponta o "vício de inconstitucionalidade” da medida, "pois não pode uma Lei ordinária, mesmo que amparada na Emenda Constitucional 93/2016, sobrepor-se ao Artigo 271 da Constituição Estadual de 1988".O Artigo 271 estabelece que o Estado destine o mínimo de 1% de sua receita tributária à FAPESP, "como renda de sua privativa administração, para aplicação em desenvolvimento científico e tecnológico”.
O deputado Sérgio Victor invoca decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), no Agravo Regimental em Recurso Extraordinário nº 1.244.992, que decidiu pela inconstitucionalidade de aplicação da DREM pelo governo do Estado do Rio de Janeiro que pretendia aplicar, por ato infraconstitucional, a desvinculação de recursos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), com violação de norma da Constituição fluminense – "similar à do citado artigo 271 da Constituição Paulista”, comparou o deputado.
"A Assembleia Legislativa de São Paulo é soberana para decidir se mantém e em qual percentual a transferência de recursos do Tesouro à FAPESP. Se razões de ordem pública e de mudanças de prioridades sinalizam a necessidade de reduzir o estabelecido por esta Casa em 1947 e depois, ampliado e referendado em 1988, nas respectivas Assembleias Constituintes, isso pode ser feito sem problemas. Mas, para fazê-lo, o Parlamento Paulista precisa alterar o estabelecido no Artigo 271, definindo que novos parâmetros devem ser aplicados à mencionada transferência."
Em sua emenda ao PL 627/2020, o deputado Itamar Borges (MDB) recomenda a exclusão da DREM relativa à FAPESP, "por impactar negativamente no desenvolvimento científico e, em especial, no estímulo à inovação, que são absolutamente necessários para o Estado de São Paulo.” Ele sublinha ainda que os programas de pesquisa para a inovação tecnológica precisam ser preservados "para estimular a competitividade e o desenvolvimento de São Paulo".
Com sua emenda, o deputado Carlos Giannazi (PSOL) também busca "assegurar a reposição do orçamento da FAPESP”, bem como "garantir valores para investimentos nas ações promovidas pela Fundação no incentivo à pesquisa no Estado de São Paulo".
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- 22/10/2020 - FAPESP lança edital para financiamento à pesquisa com Fundação Nacional de Ciência da SuíçaFonte: Agência FapespAgência FAPESP – A FAPESP e a Fundação Nacional de Ciência da Suíça (SNSF) anunciaram uma chamada de propostas para as modalidades Auxílio à Pesquisa Regular ou Projeto Temático, que serão elaboradas em conjunto entre pesquisadores do Estado de São Paulo e da Suíça.
Aberta a todas as áreas de conhecimento, as propostas devem ser submetidas simultaneamente pelo pesquisador suíço junto à SNSF e pelo pesquisador do Estado de São Paulo junto à FAPESP.
As propostas poderão ser apoiadas por um período de até 48 meses, sendo estipulado um orçamento máximo de até R$ 100 mil por ano. Além disso, as propostas poderão incluir uma cota de bolsa de pós-doutorado. O orçamento total já deve contemplar os custos de bolsas, reservas técnicas e benefícios complementares.
A chamada é fruto de acordo assinado no último mês de setembro, com objetivo de fortalecer cooperações bilaterais entre a Suíça e o Estado de São Paulo. A FAPESP e a SNSF apoiarão, cada uma, as equipes sob liderança do pesquisador responsável baseado em seu respectivo país ou estado.
Válido por cinco anos, o acordo ainda prevê que os envolvidos se revezem anualmente na posição de agência líder, à qual caberá conduzir o procedimento de avaliação das propostas de acordo com os respectivos padrões de seus instrumentos de apoio, confirmando posteriormente a decisão com a organização parceira.
A proposta conjunta deverá ser submetida até 1º de abril de 2021 pelo pesquisador do Estado de São Paulo, pelo sistema SAG e da FAPESP. O pesquisador parceiro submeterá sua proposta pelo mySNF, obedecendo suas normas e cronogramas de análise, mas também deverá criar um usuário no SAGe.
O proponente da Suíça também deverá criar um usuário com cadastro completo no SAGe. Isso pode ser feito na versão em inglês do SAGe por meio da opção "Not Registered?”.
Mais informações em:https://fapesp.br/14553/.
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- 21/10/2020 - Site da CNEN migra para o portal Gov.Br e adota novo layoutNesta quarta-feira (21/10) o site da Comissão Nacional de Energia Nuclear migrou para o portal Gov.br. O endereço eletrônico que por décadas deu acesso aos conteúdos digitais da instituição deixou de ser o www.cnen.gov.br e passou para www.gov.br/cnen. O novo layout está dentro de um padrão que está sendo adotado pelos órgãos públicos federais e visa tornar a navegação mais fácil para os cidadãos que buscam serviços, orientações, ou qualquer outra informação a respeito da instituição.
Nesta quarta-feira (21/10) o site da Comissão Nacional de Energia Nuclear migrou para o portal Gov.br. O endereço eletrônico que por décadas deu acesso aos conteúdos digitais da instituição deixou de ser o www.cnen.gov.br e passou para www.gov.br/cnen. O novo layout está dentro de um padrão que está sendo adotado pelos órgãos públicos federais e visa tornar a navegação mais fácil para os cidadãos que buscam serviços, orientações, ou qualquer outra informação a respeito da instituição.
Fonte: Site da CNEN
O que houve não foi uma simples mudança de endereço eletrônico; ocorreu uma considerável reformulação do visual do site, com uma nova organização da disposição de informações, distribuição de conteúdos, elementos gráficos e recursos digitais. Além de observar a normatização do padrão, a preocupação dos profissionais envolvidos na migração esteve voltada para facilitar a vida dos usuários dos serviços que a CNEN presta à sociedade e de qualquer cidadão interessado nas atividades da instituição.
O novo site foi pensado para ser um elemento facilitador, com links, acessos e recursos distribuídos de forma a permitir uma rápida localização dos conteúdos de interesse do internauta. Para estruturá-lo foi realizado um trabalho conjunto de profissionais da Coordenação-Geral de Ciência e Tecnologia da Informação (CGTI) e da Coordenação de Comunicação Social (Cocom) da CNEN. Esta migração também será realizada nos sites das unidades da CNEN, em datas a serem definidas.
A unificação de canais digitais do Governo Federal foi determinada pelo Decreto 9.756/2019. Neste ano, o Decreto 10.332/2020 instituiu a Estratégia de Governo Digital (EGD) do período de 2020 a 2022, abrangendo instituições da administração pública federal. Entre outras ações, a EGD prevê que cada órgão estabeleça um Plano de Transformação Digital - PTD. A CNEN segue o plano do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Foi em razão deste contexto de normatizações que a CNEN iniciou, há 3 meses, seu processo de migração do site para o portal Gov.Br.
Mesmo com o site em novo endereço, a migração ainda não terminou. Nas próximas semanas, várias providências técnicas e de gestão de conteúdo serão tomadas para aprimorá-lo e ajustar seus recursos. Por conta disso, para evitar que algum imprevisto técnico prejudique o acesso aos conteúdos digitais da instituição, a versão anterior do site continuará disponível por algum tempo no endereço http://antigo.cnen.gov.br/.
A migração é um passo grande e complexo, que a CNEN está conduzindo com extremo cuidado e profissionalismo e atenta aos problemas que podem surgir neste processo, de forma a buscar soluções rápidas e eficazes. Dificuldades de acesso ao site podem ser comunicadas pelos e-mails cgti@cnen.gov.br e comunicação @cnen.gov.br.
O empenho da CNEN para conduzir esta migração da melhor forma possível faz parte de uma filosofia de trabalho com permanente atenção às necessidades dos cidadãos e com foco no aperfeiçoamento contínuo dos canais de relacionamento com a sociedade. O novo site foi desenvolvido com a seriedade, cuidado e respeito que pautam todas as ações da instituição.
Para a CNEN, é uma grande satisfação poder apresentá-lo.
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- 20/10/2020 - Marinha inicia montagem de Reator do Protótipo de Propulsão NuclearFonte: Defesa.NetO Programa Nuclear da Marinha (PNM) celebrará, partir das 10h da manhã da próxima quarta-feira, dia 21 de outubro de 2020, no Centro Experimental Aramar, em Iperó (SP), mais uma etapa importante do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB): o início da montagem do reator embarcado no protótipo da planta de propulsão que, futuramente, será replicada na construção do "Álvaro Alberto”, o primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.A cerimônia acontecerá no complexo do Laboratório de Geração Nucleoelétrica (LABGENE), onde o protótipo em terra da planta de propulsão nuclear está sendo construído, e contará com a presença do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, do Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, do Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior, além de outras autoridades e representantes de órgãos, instituições e empresas participantes do Programa Nuclear da Marinha e do PROSUB.
O início da montagem do reator corresponderá ao chamado "batimento de quilha”, tradição naval que representa o início da construção de um navio. No caso da planta nuclear, a tradição será seguida com a instalação de uma sela fixa sobre o inserto metálico do vaso de contenção, que também é chamado de "Bloco 40” no LABGENE.Nas próximas etapas do programa, o reator, os turbogeradores, o motor elétrico e outros sistemas similares aos de um submarino com propulsão nuclear serão testados de forma controlada no LABGENE, com objetivo principal de se validar, de forma segura, a operação do reator e dos diversos sistemas eletromecânicos a ele integrados, antes de sua instalação a bordo do submarino.
Ao final dos testes, um reator similar ao que começa a ser montado no LABGENE será instalado no submarino "Álvaro Alberto”, no Complexo Naval de Itaguaí, Sul do estado do Rio de Janeiro, onde já estão sendo construídos ou testados os quatro submarinos com propulsão dieselelétrica também previstos no PROSUB: o "Riachuelo” (S-40), o "Humaitá” (S-41), o "Tonelero” (S-42) e o "Angostura” (S-43).Com o PNM e o PROSUB, dois complexos programas da Defesa, o Brasil conquistará a capacidade de projetar, construir, operar e manter submarinos com propulsão nuclear, competências detidas atualmente por apenas cinco países: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. -
- 20/10/2020 - Primeiro experimento realizado no Sirius busca desenvolver fármaco para COVID-19Fonte: Agência FapespMaria Fernanda Ziegler* | Agência FAPESP – Por meio de um potente feixe de luz síncrotron foi possível determinar, em três dias, a estrutura de mais de 200 cristais de duas proteínas do novo coronavírus (SARS-CoV-2).
A investigação realizada por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São de Paulo (IF-USP), tem importância não só pela temática – essencial para o desenvolvimento de um possível fármaco contra a COVID-19 –, mas também pelo seu caráter de ineditismo.
O experimento, realizado por Aline Nakamura e André Godoy, inaugurou a primeira estação de pesquisa do Sirius – o acelerador de partículas que está sendo finalizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), a mais complexa infraestrutura científica do país.
"Tivemos a oportunidade de ser os primeiros a experimentar a linha Manacá, de cristalografia de proteínas, o que deu uma agilidade enorme para o nosso estudo. Com a pandemia as fontes de luz síncrotron existentes no mundo pararam, mantendo apenas os experimentos relacionados à COVID-19. No Sirius, não foi diferente. A despeito de ainda estar em fase de comissionamento, também se abriu a possibilidade de utilizá-lo pela primeira vez com estudo relacionado ao novo coronavírus”, diz Glaucius Oliva, coordenador do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar) e que lidera a pesquisa sobre a descoberta de fármacos antivirais para COVID-19.
O CIBFar é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP). Além da parceria do CNPEM, o projeto que busca novos fármacos para COVID-19, apoiado pela FAPESP, reúne também pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), dos Institutos de Química de São Carlos (IQSC-USP), da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP-USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
"O que conseguíamos fazer em horas no antigo acelerador de elétrons do CNPEM, agora fazemos em minutos”, celebra Godoy, pesquisador com dez anos de experiência em análises realizadas em outras fontes de luz síncrotrons espalhadas pelo mundo.
O experimento de estreia durou três dias, mas a expectativa é que, no futuro, a análise no Sirius se torne ainda mais eficiente. "Como ele ainda está em comissionamento, não está com toda a sua potência. Já tem raios X saindo da janela, atingindo os cristais congelados em temperaturas criogênicas, e também um detector para medir a difração da luz síncrotron pelos cristais, e com isso obter a estrutura das proteínas que os constituem”, explica Oliva.
No entanto, de acordo com o pesquisador, faltam ainda os braços robóticos necessários para posicionar os cristais, por exemplo. "Por isso, para mudar os cristais analisados era preciso fazê-lo manualmente. Durante o período de comissionamento de todo o anel síncrotron, também é inviável usar a potência máxima. Mesmo assim, foi muito eficiente e os testes foram muito valiosos”, diz Oliva, que também foi o primeiro pesquisador a testar o UVX, fonte de luz síncrotron de segunda geração projetada e construída por brasileiros na década de 1990 e que foi agora substituída pelo Sirius.
O acelerador de elétrons de quarta geração gera um tipo de luz capaz de revelar a estrutura atômica (organização dos átomos) de materiais orgânicos e inorgânicos. Oliva explica que o equipamento possui tecnologias avançadas de construção de ímãs e sistemas modernos para obtenção de vácuo de alta qualidade, bem como sistemas de controle dos feixes de elétrons que permitem que as partículas subatômicas cheguem a velocidades próximas da luz e, assim, emitir luz síncrotron ao terem suas trajetórias alteradas.
Quebra-cabeça
Para entender a necessidade de determinar a estrutura de pequenos cristais de proteína para assim descobrir um fármaco contra o novo coronavírus pode-se imaginar a montagem de um quebra-cabeça em que o cenário que está sendo montado são as proteínas (os alvos dentro do vírus) e as peças que devem ser encaixadas especificamente em cada posição são os compostos químicos. Se a substância química se encaixa perfeitamente na proteína-alvo, é possível bloquear a ação desta proteína e, assim, impedir a entrada ou a replicação do vírus dentro das células humanas.
Dessa forma, os pesquisadores buscaram, por meio da luz síncrotron, identificar a posição dos milhares de átomos que constituem duas proteínas do coronavírus e, assim, sua estrutura. Entre as duas proteínas estudadas, uma é a protease chamada "principal” (M-pro, proteína estrutural número 5,nsp5) responsável por "cortar” a longa cadeia proteica sintetizada dentro da célula invadida a partir da informação contida no genoma viral, o que as torna ativas e funcionais para a replicação do vírus dentro das células humanas. A outra proteína estudada é uma enzima (nsp15) que "corta” o RNA do vírus, e cuja função dentro da célula humana ainda é alvo de estudos.
"Proteínas têm uma superfície toda rebuscada, composta pela forma como seus átomos estão organizados, e que têm nas suas reentrâncias os sítios onde sua função catalítica é executada, seja no vírus, seja na célula infectada. A nossa missão neste estudo é, além de achar a estrutura dessas duas proteínas, também encontrar moléculas, compostos ou substâncias candidatas a fármacos que se encaixem perfeitamente nesses sítios e assim possam bloquear a ação do vírus”, diz.
Muito mais assertiva que procurar um fármaco ao acaso, ou testar substância por substância em cultura celular, a equipe de pesquisadores utilizou uma estratégia chamada de Fragment Screening. Nela, centenas de moléculas muito pequenas, que são fragmentos de fármacos já conhecidos e de uso comum, são colocadas em contato com os cristais das proteínas-alvo. O objetivo é verificar onde e se elas podem se ligar. "A partir desses experimentos, moléculas maiores e mais complexas podem ser sintetizadas para conectar os fragmentos previamente identificados, aí sim, os verdadeiros candidatos a fármacos antivirais”, diz Oliva.
Depois da etapa de cristalografia das proteínas e da triagem de substâncias, caso identifiquem potenciais candidatos os pesquisadores terão que testar os fármacos em cultura celular, modelo animal e em humanos, seguindo todas as etapas necessárias para o desenvolvimento de um fármaco, até que ele possa, finalmente, ser utilizado por pacientes infectados pelo SARS-CoV-2.
Além da linha Macaná de cristalografia de proteínas, o projeto do Sirius contempla outras 13 linhas de luz. Após a etapa inicial de funcionamento, a expectativa é comportar até 38 estações de pesquisa, otimizadas para experimentos diversos, que poderão ser realizados simultaneamente para atender pesquisas nas mais diversas áreas, como saúde, energia, novos materiais, meio ambiente, dentre outras.
"Há muito trabalho pela frente, mas cada avanço do Sirius reforça que temos competência para lançar a ciência e a tecnologia do país a um novo patamar. A comunidade científica brasileira faz um ótimo trabalho e nós atuamos para apoiá-la, oferecendo condições de pesquisas inéditas. Estamos montando uma máquina para ser competitiva internacionalmente, projetada por brasileiros e construída em parceria com a indústria nacional”, afirma Antonio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM e do Projeto Sirius.
*Com informações do CNPEM.
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- 17/10/2020 - Abertura da 17ª SNCT tem lançamento de desafios virtuais em inteligência artificial, construção de foguetes, satélites e viagem a MarteCom a participação do ministro Marcos Pontes, cerimônia deu a partida para a Semana Nacional de Ciência que acontece de 17 a 23 de outubro
Com a participação do ministro Marcos Pontes, cerimônia deu a partida para a Semana Nacional de Ciência que acontece de 17 a 23 de outubro
Fonte: Ministério de Ciência, Tecnologia e InovaçõesTem início neste sábado (17) a 17ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), com o tema "Inteligência Artificial: A Nova Fronteira da Ciência Brasileira. A cerimônia de abertura da Semana, organizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), foi realizada com a participação do ministro Marcos Pontes e transmitida ao vivo em www.youtube.com/ascommcti. A Semana é parte do Mês Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovações (MNCTI), instituído por decreto do presidente Jair Bolsonaro e comemorado em outubro. Durante o evento foram lançados desafios on-line de inteligência artificial, construção de foguetes, satélites e uma viagem espacial simulada a Marte.
Com o objetivo de dar visibilidade às descobertas, resultados e a importância das atividades no dia a dia, a 17ª SNCT acontece de 17 a 23 de outubro deste ano. Em parceria com as entidades vinculadas ao MCTI e as secretarias estaduais, estão previstas mais de 3 mil atividades on-line, de mais de 60 instituições acadêmicas, de governo, empresas e da sociedade civil, entre palestras, webinários, entrevistas, desafios e experimentos de ciências. Em condições normais seria realizado um grande evento no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade em Brasília e outras ações presenciais por todo o Brasil, o que não foi possível em decorrência da pandemia da Covid-19.
O tema escolhido para este ano pretende mostrar como a Inteligência Artificial está se inserindo no cotidiano e pode trazer ganhos de produtividade, qualidade de vida e de serviços para a sociedade e maior competitividade para a indústria brasileira. A atividades virtuais já começam a partir das 10h, sempre no canal do MCTI no Youtube: www.youtube.com/ascommcti.
Na abertura foram lançadas três atividades relacionadas à tecnologia espacial, com a apresentação virtual de convidados. Jean Carlos Catta Preta, coordenador das Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), apresentou como parte da programação da ONC para a Semana, um jogo interativo que simula uma viagem ao planeta Marte, com várias peças em 3D. "Uma forma de impactar uma quantidade grande de jovens estudantes e professores e atrair interesse para a SNCT”, disse. "A ciência nunca teve uma posição de destaque como agora e, como não podia deixar de ser, o MCTI é protagonista.”
O coordenador da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), João Canalle, complementou o convite da ONC com mais uma atividade. "Para ir a Marte vai precisar de foguetes!”, ressaltou com entusiasmo. A OBA participa da SNCT com um desafio de projeto e construção de foguetes usando um software grátis em português. No site da OBA se encontram informações sobre como se cadastrar e participar, até o dia 5 de novembro.
A terceira atividade anunciada no evento foi desafio de lançamento de satélites. Com um vídeo explicativo e a fala do professor de robótica da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Rafael Aroca, sobre a Olimpíada Brasileira de Satélites MCTI (OBSAT). "Quando pedimos comida por delivery, usamos GPS, a previsão do tempo ou assistimos TV, estamos usando satélites”, ressalta. "Precisamos fomentar a formação de mais talentos nessa área, para que novas competências e inovações possam surgir e transbordar nesse setor.”
Segundo o professor, a OBSAT foi criada para ser um evento maker, presencial, mas nas circunstâncias atuais, foi elaborado um evento-amostra da olimpíada, com palestras, minicursos e um desafios em três categorias; aplicações de satélites, manifestações artísticas e inteligência artificial aplicada a satélites. Os selecionados receberão kits didáticos para a montagem dos equipamentos reais e participar dos eventos presenciais no próximo ano. O desafio é aberto a todos e gratuito, mas só estudantes dos ensinos fundamental, médio, técnico e superior podem participar da premiação. As inscrições e mais informações estão disponíveis no site da OBSAT.
O diretor de Inteligência Estratégica e Novas Tecnologias da Agência Espacial Brasileira (AEB), vinculada ao MCTI, Paulo Vasconcelos, reforçou que "a inteligência artificial está ligada a tudo, então usem-na para resolver problemas apresentados nesses desafios.” O presidente da AEB, Carlos Moura, também gravou um vídeo sobre a OBSAT, convidando a todos a participar. "É uma semana curta, mas é um desafio interessante e vai ser uma grande motivação para a OBSAT que vem aí.”
Concluindo os lançamentos das olimpíadas, o fundador e presidente do Instituto Vertere, Gustavo Wigman, anunciou o lançamento da Olimpíada Brasileira de Inteligência Artificial, chamada Celeritas, em referência à constante da velocidade da luz.
"IA e velocidade tem tudo a ver, já que é esperado que nos próximos dez anos que a IA agregue ao redor de 15 a 20% ao nosso PIB”, explica. "Ainda temos um déficit de mais de 100 mil profissionais na área de TI e para isso criamos a Olimpíada.” O evento está tematicamente ligado ao Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), com quatro verticais: Cidades 4.0, Indústria 4.0, Agro 4.0 e Saúde 4.0. A olimpíada tem três fases individuais, a primeira introdutória, a segunda e terceira com temas aprofundados e resoluções de problemas reais. Os 50 melhores participam da fase em equipes onde vão trabalhar em uma proposta de solução envolvendo IoT/IA.
Cerimônia
Participaram da mesa de honra de abertura, além do ministro Pontes, o secretário-executivo do MCTI, Julio Semeghini, o secretário de Pesquisa e Formação Científica, Marcelo Morales, a diretora substituta do Departamento de Promoção e Difusão da Ciência, Tecnologia e Inovação, Silvana Copceski, o diretor do Departamento de Articulação e Comunicação em CT&I, Carlos Antunes, e o professor convidado, Daniel Lavouras.
O ministro Marcos Pontes entregou um certificado ao ganhador do concurso de desenho para a logomarca da SNCT, Rafael Marques, aluno de ensino médio da cidade de Solidão — PE. O ministro perguntou ao aluno o significado do desenho – a imagem de um recém-nascido conectado por fios e cercado de algarismos.
Ele explicou que podem ser feitas diversas interpretações. "O bebê representa o nascer de uma nova tecnologia, que ainda vai crescer e evoluir”, afirmou. "Os fios conectados representam nossa conexão ao mundo e as cores usadas representam as cores do meu Estado. Já os códigos binários representam a linguagem dos computadores, que são as mensagens que usamos para nos comunicar com eles.”
Rafael surpreendeu o ministro com um presente – uma moldura com o retrato do ministro a lápis, de autoria do aluno.
"Ciência e arte estão sempre conectadas”, comentou o titular do MCTI em agradecimento. "Talvez com nomes diferentes, mas estão sempre juntas.” O ministro em seu discurso agradeceu a presença dos convidados e dos participantes on-line. Ele destacou a importância do trabalho realizado pela Secretaria de Articulação e Promoção da Ciência, cuja criação sempre foi seu desejo. "A gente vê isso em outros países, a importância que se dá a mostrar os resultados da ciência para que a pessoa veja que ela está ao seu redor no dia a dia”. Ele ressaltou também a inovação de se realizar um evento como este de forma virtual. "Nesses momentos de dificuldade que surgem as inovações que resolvem as situações.”
SNCT
A coordenação nacional da SNCT é de responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), por meio da Secretaria de Articulação e Promoção da Ciência (SEAPC). Em cada estado, existem parceiros locais que podem orientar em como participar da SNCT. A realização da SNCT conta com a participação ativa de governos estaduais e municipais, de instituições de ensino e pesquisa, e de entidades ligadas à C&T de cada região. Muitos estados e municípios já criaram suas semanas estaduais ou municipais de C&T, articuladas com a SNCT nacional.
Confira a programação e saiba mais em snct.mcti.gov.br -
- 16/10/2020 - Nota da CNEN desmente Ministério Público, que está buscando apoio da mídia para paralisar obras de Angra 3Fonte: PetronotíciasEstá cada vez mais nebulosa essa ação do Ministério Público Federal, que está alegando irregularidades diversas para pedir a paralisação do projeto de retomada das obras das Usina Nuclear Angra 3. O fato foi divulgado pela mídia. Primeiramente pelo, O Antagonista e, posteriormente, pelo Jornal Nacional e pelo O Globo. Apesar de toda essa espuma criada, os principais órgãos interessados não foram comunicados da Ação Civil. Nem a Eletronuclear, que recebeu apenas até agora um pedido de informações sobre o andamento do projeto. O MPF disse que fez a solicitação da suspensão da licença da obra para o IBAMA, que não recebeu qualquer pedido para ser avaliado nessa questão. O MPF alegou que o CNEN, o órgão fiscalizador, não deu autorização para a implantação dos equipamentos necessários para o armazenamento de combustíveis nucleares. A HOLTEC, norte-americana, está com a obra em andamento. Diante desse mistério absoluto, a CNEN, que foi jogada contra a Eletronuclear, divulgou a seguinte nota oficial esclarecendo o assunto e desmentindo todas as reportagens, induzidas por informações possivelmente passadas em off por alguém do MPF. Veja a nota da Comissão Nacional de Energia Nuclear ( CNEN):
"A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) esclarece que o licenciamento nuclear da Unidade de Armazenamento Complementar a Seco para Combustíveis Irradiados (UAS) da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), onde estão localizadas as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em Angra dos Reis
(RJ), segue estritamente o estabelecido pelas normas da CNEN. Em especial, o processo observa minuciosamente a Norma CNEN NE 1.04, editada em 1984 e atualizada em 2002, e que é destinada especificamente ao Licenciamento de Instalações Nucleares. O licenciamento praticado pela Comissão é guiado por uma normatização rigorosa, alinhada com padrões internacionais de segurança e radioproteção estabelecidos pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Não há e nunca houve qualquer simplificação deste processo.Importante explicar também que o combustível irradiado (isto é, após o período de utilização no interior do reator) não é considerado rejeito radioativo. O material possui potencial de reprocessamento e pode ainda ser utilizado para geração núcleo-elétrica. O armazenamento seguro desse combustível considera tal possibilidade de reutilização futura.
A CNEN conta com um corpo técnico altamente especializado em sua sede e também em uma unidade em Angra dos Reis, além de escritórios dentro de cada usina nuclear. Em todos estes pontos, profissionais altamente capacitados acompanham e fiscalizam diuturnamente, com proximidade e atenção, a operação das usinas e os procedimentos necessários para avaliação dos licenciamentos que são solicitados pela operadora, a Eletrobras Eletronuclear.
O licenciamento em curso, da UAS, tem sido executado com minuciosa observação das normas e de todas as etapas de avaliação necessárias para garantia da segurança do projeto. Nesse processo, a CNEN já emitiu as licenças de local e de construção. Isso apenas ocorreu após a Eletronuclear ter apresentado a totalidade da documentação pertinente e demonstrado o atendimento aos requisitos normativos de segurança. Entretanto, para a UAS entrar em atividade, ainda precisará obter a licença de operação.
No momento estão previstas atividades pré-operacionais, que visam à qualificação do processo de soldagem das estruturas que devem abrigar os elementos combustíveis irradiados. Esta etapa também demanda procedimentos minuciosos estabelecidos nas normas de radioproteção e segurança da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN.
Portanto, a Comissão Nacional de Energia Nuclear reitera que este processo é realizado de forma completa e com o mesmo rigor técnico e normativo com o qual é licenciada e controlada a aplicação da energia nuclear no Brasil. Nenhum procedimento, documentação ou exigência previstos em norma está sendo descartado nas análises técnicas.
O foco da CNEN é assegurar que a operação de instalações radioativas e nucleares esteja sendo realizada dentro dos padrões de segurança internacionais, sem concessões ou simplificações., visando às melhores e mais seguras aplicações pacíficas da tecnologia nuclear em benefício da população.”
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- 16/10/2020 - STF derruba trecho da Constituição de Sergipe que vetava nuclearesPara maioria do tribunal, União é quem deve legilslar sobre atividades nucleares
Para maioria do tribunal, União é quem deve legilslar sobre atividades nucleares
Fonte: Canal EnergiaO Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional o parágrafo 8º do artigo 232 da Constituição do Estado de Sergipe, que proíbe a construção de usinas nucleares, o depósito de lixo atômico e o transporte de cargas radioativas no seu território. Na sessão virtual encerrada no último dia 2 de outubro, o Plenário, por maioria de votos, julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4973, ajuizada pela Procuradoria-Geral da República em 2013. Prevaleceu o entendimento do relator, ministro Celso de Mello, para quem as atividades relacionadas ao setor nuclear desenvolvidas no território nacional encontram-se submetidas ao poder central da União Federal”.
De acordo com o relator, o inciso XXIII do artigo 21 da Constituição Federal atribui à União a competência privativa para explorar os serviços e as instalações nucleares de qualquer natureza e exercer o monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados. Já o inciso XXVI do artigo 22 confere à União, com exclusividade, a prerrogativa de legislar sobre "atividades nucleares de qualquer natureza”. O parágrafo 6º do artigo 225, por sua vez, determina que "as usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal” para serem instaladas.
O relator também citou as normas federais sobre o tema, como a Lei 1.310/1951, que submeteu ao controle estatal todas a atividades referentes ao aproveitamento da energia atômica e atribuiu ao presidente da República a competência para estabelecer, com o auxílio do Conselho Nacional de Pesquisa e do Estado Maior das Forças Armadas, as diretrizes do programa nuclear brasileiro, e a Lei 4.118/1962 que instituiu a Política Nacional de Energia Nuclear e o regime de monopólio da União.
Celso de Mello ressaltou ainda que a jurisprudência do Supremo sobre o tema sempre estabeleceu a competência privativa da União para legislar em matéria de energia nuclear, mesmo antes da Constituição de 1988. Ele citou decisões nesse sentido tomadas pela Corte com base na Carta Política de 1969. Os ministros Edson Fachin, Marco Aurélio e Rosa Weber divergiram. Para eles, a norma estadual se insere no âmbito da competência concorrente entre a União e os entes federados para legislar sobre o meio ambiente e sobre a proteção à saúde.
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- 16/10/2020 - Japão vai liberar água de Fukushima no oceano, diz imprensa; pescadores alertam para catástrofeMais de 1 milhão de toneladas de água contaminada foram retiradas da usina desde que a planta foi danificada por um terremoto e um tsunami em 2011.
Mais de 1 milhão de toneladas de água contaminada foram retiradas da usina desde que a planta foi danificada por um terremoto e um tsunami em 2011.
Fonte: G1Quase uma década depois do desastre de Fukushima, o governo do Japão decidiu liberar mais de um milhão de toneladas de água contaminada no mar, segundo divulgado pela imprensa local na sexta-feira (16). Um pronunciamento formal da administração de Yoshihide Suga deve ser feito no final do mês.
A ideia de despejar o material diretamente no oceano foi uma sugestão feita ao governo japonês por uma comissão de especialistas no início deste ano.
A usina está em processo de desativação e é administrada pela Tokyo Electric Power Company que retirou mais de 1 milhão de toneladas de água contaminada desde que a planta foi danificada por um terremoto e um tsunami em 2011.
Desde a catástrofe, a água retirada da usina nuclear está sendo armazenada em tanques enormes que, segundo a empresa, ficarão sem espaço até 2022.
A decisão de despejar a água contaminada no mar incomoda países vizinhos como a Coreia do Sul, que aumentou a obrigatoriedade de testes de radiação nos alimentos importados do Japão.
Em março de 2011, depois de um terremoto seguido de um tsunami, três dos seis reatores da usina nuclear da empresa Tepco derreteram, levando a uma das maiores catástrofes da história do país. A tragédia em Fukushima deixou 18,5 mil mortos e mais de 2 mil desaparecidos.
Pescadores preocupados
Representantes da indústria pesqueira do Japão pediram ao governo que não permita a liberação da água contaminada mar. O Ministério da Indústria convidou representantes do setor da pesca para uma audiência.
"Somos totalmente contra uma liberação de água contaminada no oceano, já que ela poderia ter um impacto catastrófico no futuro da indústria pesqueira do Japão", disse Hiroshi Kishi, presidente da federação nacional de cooperativas de pesca em reunião com o governo.
O chefe dos atacadistas e processadores de pesca da região de Fukushima, Toshihito Ono, disse que sua entidade se opõe "vigorosamente à liberação de água contaminada no oceano, já que ela certamente causaria um dano na reputação local."
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- 16/10/2020 - Nota de esclarecimento - processo de licenciamento realizado pela CNEN na UAS em Angra dos Reis (RJ) ocorre com rigor técnico e sem simplificaçõesFonte: CNENA Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) esclarece que o licenciamento nuclear da Unidade de Armazenamento Complementar a Seco para Combustíveis Irradiados (UAS) da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), onde estão localizadas as usinas nucleares Angra 1 e Angra 2, em Angra dos Reis (RJ), segue estritamente o estabelecido pelas normas da CNEN. Em especial, o processo observa minuciosamente a Norma CNEN NE 1.04,editada em 1984 e atualizada em 2002, e que é destinada especificamente ao Licenciamento de Instalações Nucleares. O licenciamento praticado pela Comissão é guiado por uma normatização rigorosa, alinhada com padrões internacionais de segurança e radioproteção estabelecidos pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Não há e nunca houve qualquer simplificação deste processo.
Importante explicar também que o combustível irradiado (isto é, após o período de utilização no interior do reator) não é considerado rejeito radioativo. O material possui potencial de reprocessamento e pode ainda ser utilizado para geração núcleo-elétrica. O armazenamento seguro desse combustível considera tal possibilidade de reutilização futura.
A CNEN conta com um corpo técnico altamente especializado em sua sede e também em uma unidade em Angra dos Reis, além de escritórios dentro de cada usina nuclear. Em todos estes pontos, profissionais altamente capacitados acompanham e fiscalizam diuturnamente, com proximidade e atenção, a operação das usinas e os procedimentos necessários para avaliação dos licenciamentos que são solicitados pela operadora, a Eletrobras Eletronuclear.
Estágio atual de licenciamento da UAS pela CNEN
O licenciamento em curso, da UAS, tem sido executado com minuciosa observação das normas e de todas as etapas de avaliação necessárias para garantia da segurança do projeto.
Nesse processo, a CNEN já emitiu as licenças de local e de construção. Isso apenas ocorreu após a Eletronuclear ter apresentado a totalidade da documentação pertinente e demonstrado o atendimento aos requisitos normativos de segurança. Entretanto, para a UAS entrar em atividade, ainda precisará obter a licença de operação.
No momento estão previstas atividades pré-operacionais, que visam à qualificação do processo de soldagem das estruturas que devem abrigar os elementos combustíveis irradiados. Esta etapa também demanda procedimentos minuciosos estabelecidos nas normas de radioproteção e segurança da Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN.
Portanto, a Comissão Nacional de Energia Nuclear reitera que este processo é realizado de forma completa e com o mesmo rigor técnico e normativo com o qual é licenciada e controlada a aplicação da energia nuclear no Brasil. Nenhum procedimento, documentação ou exigência previstos em norma está sendo descartado nas análises técnicas.
O foco da CNEN é assegurar que a operação de instalações radioativas e nucleares esteja sendo realizada dentro dos padrões de segurança internacionais, sem concessões ou simplificações., visando às melhores e mais seguras aplicações pacíficas da tecnologia nuclear em benefício da população.
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- 15/10/2020 - Governo cria GT para comunicação no setor nuclearGrupo que ainda terá seus representantes designados vai elaborar manual abordando pontos de preparação e resposta à uma possível emergência envolvendo as três centrais nucleares em Angra dos Reis (RJ)
Grupo que ainda terá seus representantes designados vai elaborar manual abordando pontos de preparação e resposta à uma possível emergência envolvendo as três centrais nucleares em Angra dos Reis (RJ)
Fonte: Canal EnergiaO ministro de estado e chefe do gabinete de segurança institucional, Augusto Heleno, publicou no Diário Oficial dessa quinta-feira, 15 de outubro, a Resolução GSI/PR Nº 10 que cria um Grupo de Trabalho destinado a elaborar um manual de comunicação social abordando pontos de preparação e resposta à uma possível emergência nuclear envolvendo as três usinas em Angra dos Reis (RJ).
Segundo o texto, o objetivo é promover o "contínuo esclarecimento” da população ao redor do parque nuclear Almirante Álvaro Alberto, formado pelas centrais Angra 1, 2 e 3, a última ainda em construção, além de formalizar os procedimentos a serem adotados pelo Centro de Informações de Emergência Nuclear, mídia e público em geral.
O GT será coordenado pela secretaria executiva de Proteção e Defesa Civil da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis e integrado por representantes do Gabinete de Segurança Institucional da República, Ministério da Defesa, Abin, Ibama, Comissão Nacional de Energia e Eletronuclear, além da secretaria de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro.
A Resolução, que entrará em vigor no dia 3 de novembro, aponta que o grupo terá duração de até 360 dias, contados a partir da data de publicação do ato de designação dos seus representantes.
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- 13/10/2020 - MPF pede na Justiça a suspensão da transferência de lixo atômico das usinas de AngraO plano da Eletronuclear é armazenar o material em 72 cilindros metálicos, envolvidos em camadas de concreto e aço. O depósito de lixo atômico ao ar livre foi aprovado sem um estudo de impacto ambiental e sem uma audiência pública com os moradores da região.
O plano da Eletronuclear é armazenar o material em 72 cilindros metálicos, envolvidos em camadas de concreto e aço. O depósito de lixo atômico ao ar livre foi aprovado sem um estudo de impacto ambiental e sem uma audiência pública com os moradores da região.
Fonte: G1 - Jornal NacionalO Ministério Público Federal entrou com uma ação civil contra o armazenamento do lixo nuclear das usinas de Angra 1 e 2.
Desde a inauguração até hoje, o lixo nuclear de Angra 1 e Angra 2 vem sendo armazenado em tanques gigantescos. São as chamadas piscinas de combustíveis usados. Elas ficam ao lado do reator, dentro dos prédios de contenção, que são a estrutura mais reforçada das usinas, cercadas de aço e concreto.
As piscinas estão quase cheias. O cronograma de operação de Angra prevê que as duas vão chegar à capacidade máxima em 2021.
Para onde vai esse lixo atômico? O plano da Eletronuclear é armazenar esse material em 72 cilindros metálicos, envolvidos em camadas de concreto e aço. O local reservado para os cilindros fica dentro do complexo de Angra, em uma parte do terreno bem perto do centro de informações, do mirante para os visitantes e da BR-101.
O calendário de operação das usinas prevê que, daqui a duas semanas, já comece o processo de transferência do lixo nuclear de Angra 2.
O Ministério Público Federal entende que a pressa está falando mais alto que a segurança. O depósito de lixo atômico ao ar livre foi aprovado sem um estudo de impacto ambiental e sem uma audiência pública com os moradores da região.
Na ação civil pública, o procurador pede a suspensão imediata da transferência do lixo atômico e afirma que autorização teria que ser debatida no Congresso Nacional, já que o novo depósito não estava previsto no projeto de Angra 1, tampouco de Angra 2 ou, ainda, Angra 3. Portanto, é, efetivamente, uma nova instalação nuclear, compreendendo todos os riscos a ela inerentes.
"Até um tempo atrás, falar em tornado aqui no Brasil seria um absurdo. Hoje já não é mais um absurdo. Qual é a capacidade de impacto, se tiver um tornado atingindo a região de Angra dos Reis? Não é claro o que que ele suporta”, diz Ígor Miranda, procurador da República.
O Brasil não tem um reservatório que possa servir como depósito final do lixo nuclear. Por isso, os cilindros seriam o depósito intermediário. Mas o risco é permanente e terá que ser administrado por muitas gerações. O material armazenado tem alto grau de radiação e vai representar perigo por milhares de anos.
O professor de engenharia nuclear da UFRJ, Aquilino Senra, diz que, a princípio, a solução dos cilindros dentro do complexo de Angra é a mais adequada.
"Mais de 30 anos vem sendo instaladas em diversas usinas ao redor do mundo e até o momento se mostrou como uma solução aceitável. Agora, a questão que se coloca é o seguinte: é isso ou é isso. Se esse depósito intermediário não for construído vai ter que desligar as usinas em 2021”, avalia o professor de Energia Nuclear da Coppe/UFRJ.
Mas o professor ressalta: o processo de instalação deveria ser mais transparente. A transparência é o principal pedido do Ministério Público. A licença para o novo depósito foi concedida com base em um relatório ambiental simplificado.
"Eu ouvi de um técnico do Ibama a seguinte ruim analogia: que seria uma espécie de reforma no banheiro de uma casa que já tem o Habite-se, que já tem o alvará. E, ainda que assim fosse, a gente está falando de um banheiro que produz lixo nuclear, o que é seríssimo ao meio ambiente, à saúde e à vida das pessoas”, destaca o procurador Ígor Miranda.
A Eletronuclear declarou que ainda não tomou conhecimento do processo.
Mas que está em conformidade com as licenças de implementação das unidades de armazenamento a seco.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear afirmou que o licenciamento da unidade de armazenamento segue a normatização rigorosa da comissão, que obedece a padrões internacionais de radioproteção e segurança nuclear. E que não foi notificada sobre a ação civil pública.
O Ibama também declarou que desconhece a ação.
Link para o vídeo: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/10/13/mpf-pede-na-justica-a-suspensao-da-transferencia-de-lixo-atomico-das-usinas-de-angra.ghtml
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- 13/10/2020 - Lixo radioativo é tratado com o uso de cascas de arroz e de caféMateriais abundantes e de baixo custo, cascas são capazes de absorver rejeitos dos elementos radioativos amerício e urânio
Materiais abundantes e de baixo custo, cascas são capazes de absorver rejeitos dos elementos radioativos amerício e urânio
Fonte: Jornal da USPPor Júlio Bernardes
Arte: Beatriz Abdalla/Jornal da USPCascas de arroz e de café, dois materiais abundantes e de baixo custo, foram testadas com sucesso no tratamento de rejeitos radioativos em pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), instituição associada à USP. Os melhores resultados foram obtidos com a casca de café não processada, que absorveu rejeitos de urânio e amerício, duas substâncias radioativas cuja remoção é feita atualmente por meio de técnicas que apresentam custos elevados de aplicação. O objetivo é que, no futuro, a técnica seja capaz de reduzir volumes significativos de rejeito líquido a pequenas massas de rejeito sólido, facilitando seu acondicionamento final.
Os resultados do trabalho são descritos em artigo publicado na revista científica Environmental Science and Pollution Research. "Os rejeitos usados na pesquisa são provenientes de pesquisas realizadas no próprio Ipen, e armazenados no depósito da Gerência de Rejeitos Radioativos (GRR) do instituto”, relata ao Jornal da USP o pesquisador Leandro Goulart de Araújo, que participou do trabalho. "No entanto, rejeitos similares são gerados em diversas atividades nucleares no mundo, principalmente as relacionadas ao uso de combustível nuclear em reatores de potência ou de pesquisa, com presença dos elementos radioativos amerício, césio e urânio.”
Leandro Goulart de Araújo: cascas com e sem tratamento
foram testadas na absorção de rejeitos – Foto: ResearchGateAs cascas de arroz e café foram obtidas junto às empresas Arroz Vale do Sul e Grupo Sara Lee. "São produtos de fácil obtenção e de baixo custo. Todas as biomassas foram lavadas, secas em estufa, esterilizadas e trituradas”, descreve Araujo. "Uma parte foi utilizada sem nenhum preparo e outra foi submetida a tratamento químico, com uso de ácido, base e processos subsequentes de filtração, lavagem e aquecimento a 60 graus Celsius.” A técnica adotada nos experimentos foi a biossorção, que utiliza biomassas para absorver contaminantes.
Reduzindo rejeitos
O pesquisador ressalta que os resultados dos testes em laboratório foram interessantes para rejeitos de urânio e amerício para todas as variações de biomassas utilizadas, não processadas e processadas quimicamente. "Todas transformaram um grande volume de rejeitos em uma pequena quantidade de biomassa, e a mais eficiente foi a casca de café não processada”, afirma. "Para o césio, as biomassas não foram eficientes, provavelmente em razão da acidez do rejeito radioativo e sua baixa concentração, quando comparada aos outros elementos.”
Adoção em larga escala da técnica dependerá de novos experimentos, com uma quantidade de rejeitos mais próxima da existente em situações reais, como em reatores de potência (para geração de energia) e pesquisa – Foto: Wikimedia Commons
A maior vantagem da técnica de biossorção é o baixo custo e a possibilidade de usar um resíduo para tratar outro, diz Araújo. "Já existem técnicas bastante eficientes para o tratamento de rejeitos contaminados por esses elementos, mas elas são custosas e adotam materiais de difícil obtenção”, observa. A adoção em larga escala do método dependerá de novos experimentos, com uma quantidade de rejeitos mais próxima da existente em situações reais.
Para adequado acondicionamento da biomassa após tratamento é necessário imobilizá-la em uma matriz sólida. "Geralmente se usa o cimento portland para tal”, afirma o pesquisador. "Os resultados preliminares mostram que a biomassa pode ser imobilizada via cimentação, apresentando resultados dentro das normas estabelecidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Espera-se que no futuro a técnica possa ser aplicada para reduzir grandes volumes de rejeitos líquidos a reduzidas massas sólidas, simplificando seu acondicionamento final.”
O estudo foi realizado pelos pesquisadores em gestão de resíduos radioativos do Ipen, com a participação do professor Júlio Takehiro Marumo e Rafael Vicente de Padua Ferreira, que defendeu tese de doutorado sobre o tema no Ipen (cuja pós-graduação é oferecida em parceria com a USP), e Leandro Goulart de Araújo. Também colaboraram Rafael Luan Sehn Canevesi e o professor Edson Antonio da Silva, da Universidade Oeste do Paraná. A pesquisa é descrita no artigo The use of rice and coffee husks for biosorption of U (total), 241Am, and 137Cs in radioactive liquid organic waste, publicado na revista científica Environmental Science and Pollution Researchno último dia 20 de junho.
Mais informações: e-mails jtmarumo@ipen.br, com Júlio Takehiro Marumo, e leandro.araujo@ipen.br, com Leandro Goulart de Araújo