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- 17/02/2020 - Angra 1 é reconectada ao SIN após parada de 34 diasUsina foi deligada em 11 de janeiro para reabastecimento de um terço do combustível, finalizando o processo com três dias de antecedência
Usina foi deligada em 11 de janeiro para reabastecimento de um terço do combustível, finalizando o processo com três dias de antecedência
Fonte: Canal EnergiaA central nuclear de Angra 1 foi reconectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) na última sexta-feira (14), às 10:02 horas, três dias de antecedência em relação ao que foi acordado com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A unidade estava parada por conta do reabastecimento de combustível e deve atingir 100% de sua elevação de potência nessa segunda-feira, 17 de fevereiro, informou a Eletronuclear.
A usina foi desligada em 11 de janeiro para a troca de um terço do combustível. Também foram realizadas atividades de inspeção e manutenção periódicas, além de modificações de projeto, que precisam ser feitas com a usina desligada. No total, foram executadas quase 4,7 mil tarefas durante a parada.
Entre os destaques estão melhorias técnicas e testes nos transformadores principais de 500 kV para aumento de confiabilidade, revisão geral da chave de conexão da usina ao SIN, revisão dos selos de uma das bombas de refrigeração do reator, inspeção visual remota da tampa do reator, teste nos geradores de vapor e inspeções ligadas ao programa de extensão de vida útil de Angra 1.
O superintendente de Angra 1, Abelardo Vieira, ressalta que todos os objetivos foram cumpridos com sucesso, principalmente em relação à segurança industrial, salientando também que a duração da parada foi inferior aos 37 dias programados junto ao ONS. "A competência e a dedicação dos nossos profissionais foram primordiais para atingir as metas estabelecidas, desde as fases de planejamento e preparação até as de execução e supervisão. É importante destacar que todas as diretorias da empresa foram essenciais para o êxito da parada”, conclui.
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- 17/02/2020 - Ciência e arte se aliam na restauração do quadro Independência ou MorteFonte: Agência FAPESP
No imaginário de mais de uma geração de brasileiros, a emancipação política do país está associada à pintura Independência ou Morte, de Pedro Américo (1843-1905). Com seus personagens e ambientação altamente idealizados, a obra conferiu tom épico a um acontecimento que, segundo testemunhas da época e pesquisas históricas posteriores, teria sido bem menos glorioso. Atendendo a encomenda do governo imperial, Américo pintou o quadro em Florença, na Itália, e o entregou em 1888. Embarcada para o Brasil desmontada, a pintura, de 4,15 por 7,60 metros, foi apresentada pela primeira vez ao público brasileiro já no período republicano, em 7 de setembro de 1895, durante a inauguração do Museu Paulista, mais conhecido como Museu do Ipiranga. Permaneceu, desde esse dia, no salão nobre, como a peça mais importante do acervo. E, reproduzida em livros didáticos, tornou-se uma espécie de retrato oficial da nacionalidade.Assim como o museu que a abriga, a tela Independência ou Morte está passando por um minucioso processo de restauração. Além de reparar danos causados pela ação do tempo, os restauradores buscam devolver à pintura suas cores originais – retirando a sujidade acumulada com o tempo, recompondo pontos de perda na camada pictórica original e retirando vestígios de restauros antigos, como um amarelado indevido em certa região do céu.
Para isso, contam com assessoria especial de dois pesquisadores do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP): Marcia Rizzutto, professora, e Pedro de Campos, pós-doutorando supervisionado por Rizzutto. E de duas pesquisadoras do Instituto de Química da USP: a professora Dalva de Faria e a pós-doutoranda Isabela dos Santos.
O trabalho de Rizzutto é apoiado pela FAPESP no âmbito do Projeto Temático "Coletar, identificar, processar, difundir: o ciclo curatorial e a produção do conhecimento”, coordenado por Ana Magalhães. E o trabalho de Faria é financiado por meio do Projeto Temático "Espectroscopia vibracional com resolução espacial”, coordenado por Mauro Ribeiro. Além disso, a FAPESP financia a bolsa de pós-doutorado de Campos.
"Empregamos técnicas físicas e químicas com equipamentos portáteis que fornecem informações dos materiais e do processo criativo usado pelo artista. Entre os métodos empregados estão imageamento por reflectografia de infravermelho, espectroscopia por fluorescência de raios X e espectroscopia Raman. A imagem em infravermelho permite visualizar os traços iniciais, a grafite ou carvão, que Pedro Américo recobriu depois com camadas de tinta. As técnicas espectroscópicas possibilitam determinar a paleta de cores e, por decorrência, sugerir os pigmentos usados originalmente pelo artista. Permitem ainda identificar pigmentos alterados ou que possam ter sido empregados em restaurações anteriores”, disse Rizzutto à Agência FAPESP.
Campos explicou mais detalhadamente a técnica de espectroscopia por fluorescência de raios X. "Ela é feita por meio de um arranjo experimental composto por um tubo e um detector de raios X. Nesse arranjo, a radiação é emitida sobre a pintura e as áreas irradiadas respondem reemitindo também raios X, em diferentes patamares de energia [comprimentos de onda], que são coletados pelo detector. Os raios reemitidos dependem dos elementos químicos presentes em cada área: chumbo, ferro, cádmio etc. Dessa forma, é possível inferir os elementos químicos presentes na composição das tintas originais e nas de restauros anteriores”, disse.
Esses métodos de análise podem fornecer informações iniciais aos restauradores sobre os materiais e técnicas construtivas empregados pelo artista e, desse modo, assessorá-los em sua atividade. Já possibilitaram, por exemplo, a identificação das intervenções anteriores feitas sobre as nuvens do céu. Com a técnica de imagem em infravermelho também foi possível enxergar na obra informações muito interessantes escondidas sob camadas de tinta. Por exemplo, alguns "arrependimentos”: figuras que Pedro Américo havia pensado em incluir no conjunto e, depois, preferiu omitir. É o caso da imagem de um cavalo, "visível” apenas no infravermelho.
"Uma vantagem de usar essas técnicas físicas é a portabilidade dos equipamentos – uma grande comodidade para obra desse tamanho. Com aparelhos portáteis, podemos subir no andaime e medir as várias colorações existentes na tela. Com fluorescência de raios X e Raman portátil, medimos 350 pontos, mapeando toda a pintura. A sistematização dessa quantidade de dados permite identificar os elementos existentes e sugerir os pigmentos ou misturas usados pelo artista”, afirmou Rizzutto.
No entanto, como certos elementos químicos podem estar presentes em mais de um pigmento, o processo de identificação pode deixar dúvidas. Para dirimi-las, os restauradores contam com o trabalho de laboratório das pesquisadoras do Instituto de Química, que usam microscopia e espectroscopia de bancada, com maior poder de resolução. "A identificação do elemento químico não permite determinar de modo inequívoco o material usado. É preciso saber de que substância esse elemento químico participa. Por exemplo, o ferro pode estar presente no óxido de ferro III, que é vermelho, mas também no hexacianoferrato férrico, que constitui o azul da Prússia”, disse Faria à Agência FAPESP.
Para determinar a substância, Faria adota uma técnica chamada de microscopia Raman. O procedimento exige a coleta de fragmentos microscópicos do quadro – o que é feito pela pós-doutoranda Santos, também responsável pelas análises. "Passamos com suavidade uma agulha em lugares específicos da tela. Fragmentos de 20 a 30 micrômetros [equivalente à milésima parte do milímetro] ficam aderidos à ponta da agulha por eletricidade estática. São eles que analisamos no microscópio. Conseguimos analisar fragmentos da ordem de poucos micrômetros”, contou Faria.
"Como a técnica não é destrutiva, os fragmentos são preservados para análises futuras, se necessário. Ou, então, podem ser analisados por Microscopia Eletrônica de Varredura com Espectroscopia por Dispersão de Energia (SEM-EDS), que fornece a distribuição de elementos químicos nas amostras. No caso desta obra, a análise da distribuição de elementos químicos no fragmento tem a função de complementar os resultados obtidos pelos aparelhos portáteis”, acrescentou.
Perícia técnica e sensibilidade artística
O trabalho do restaurador exige sensibilidade artística e perícia técnica, além de uma assessoria científica confiável. Yara Petrella, doutora em Arquitetura e Urbanismo pela USP e especialista em conservação e restauro do Museu Paulista, é a coordenadora da equipe de seis restauradoras que estão trabalhando no quadro de Pedro Américo. Prestes a se aposentar, depois de quase 30 anos de atividade, a restauração de Independência ou Morte é uma espécie de grand finale da carreira bem-sucedida.
"Restauração é sempre um desafio – ainda mais tratando-se de uma obra com a importância histórica do quadro Independência ou Morte. Felizmente, podemos contar com a orientação dos pesquisadores das áreas de física e química da USP. O princípio básico é o de que precisamos conhecer muito bem o objeto para poder restaurá-lo. Então, começamos com um levantamento documental das fichas existentes no museu. Fizemos depois uma análise fotográfica com lâmpada ultravioleta. E fomos acumulando informações”, disse Petrella à Agência FAPESP.
O trabalho de sua equipe começou com uma limpeza geral, com água deionizada, para eliminar a sujeira acumulada no quadro ao longo de anos. Depois, foi retirado, com gel de xileno, o verniz que recobria a pintura.
"Temos certeza de que houve três intervenções anteriores na obra: duas delas feitas por pintores e a terceira, em 1972, por um restaurador. Esses trabalhos produziram algumas modificações na região do céu – principalmente do lado esquerdo, onde havia pontos de perda na camada pictórica. A região toda foi restaurada em áreas maiores do que as áreas das perdas. Então, sabíamos que um procedimento importante era a remoção dessas áreas restauradas. Já fizemos isso. E não foi tão difícil como imaginado inicialmente”, afirmou a restauradora.
O passo seguinte, que está ocorrendo agora, é reparar meticulosamente os pontos de perda existentes na pintura original. Segundo Petrella, os restauros anteriores foram feitos com tinta a óleo – material que endurece com o tempo e já não é mais usado em trabalhos de restauração atuais. "Hoje, usamos pigmentos com Paraloid B72 ou tintas prontas para retoque, mais reversíveis caso se necessite restaurar novamente no futuro”, disse.
Terminado o trabalho de restauro, o quadro será recoberto com verniz de alta qualidade, que resiste a muitos anos sem amarelecer. A restauração da pintura está sendo feita no próprio salão nobre, sem retirar a tela do chassi. "No momento não há justificativas para desmontar toda a pintura, procedimento que poderia provocar danos à moldura – em folha de ouro –, que também está sendo restaurada”, concluiu Petrella.
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- 10/02/2020 - PPI terá de reavaliar Angra 3 antes de definir tarifaDeterminação foi feita pelo TCU, que recomendou consulta à sociedade e ao setor sobre retomada da usina
Determinação foi feita pelo TCU, que recomendou consulta à sociedade e ao setor sobre retomada da usina
Fonte: CanalEnergiaSueli Montenegro, da Agência CanalEnergia, de BrasíliaA Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos terá de realizar avaliação independente das obras de Angra 3, com base em dados de investimentos realizados e previstos, custos de operação e de manutenção previstos e "expurgando eventuais ineficiências verificadas”, antes de definir o preço da energia a ser gerada pela usina. A determinação foi feita na semana passada pelo Tribunal de Contas da União, após auditoria operacional sobre o processo de decisão de retomada das obras da usina em 2018.O TCU também recomendou que seja feita consulta à sociedade e aos agentes do setor sobre a retomada ou o cancelamento do projeto de implantação da usina, "com estudos específicos sobre as duas opções, propiciando assim a devida transparência ao processo decisório.” As obras de Angra 3 estão paralisadas desde 2015, quando investigações da Operação Lava Jato apontaram indícios de corrupção na seleção das empreiteiras responsáveis por obras civis e de montagem eletromecânica.
O relator do processo, ministro Walton Alencar, destacou em seu voto que "houve formação de cartel e conluio entre os licitantes, o que foi claramente evidenciado, com base em confissão pública, por meio de acordo de leniência de uma das empresas integrantes do consórcio responsável pela execução.”
A lista de exigências e de recomendações feitas pelo tribunal ao governo é longa. O TCU sugeriu que antes de definir o modelo de parceria de Angra 3 o Conselho Nacional de Política Energética apresente análise conclusiva da viabilidade do empreendimento, com a comparação entre os custos de conclusão e os de cancelamento do projeto.
Também foi aconselhado ao CNPE, ao Ministério de Minas e Energia e à secretaria do PPI a análise de diferentes alternativas de custeio, com arranjos que reduzam o impacto tarifário para o consumidor, caso o governo tome uma decisão definitiva em relação à retomada das obras. Angra 3 está com 62,8% do total previsto concluídos, considerando contratos de engenharia (82,6% executados) e de suprimentos (79,9%), obras civis (67,3%) e montagem eletromecânica (10,8%).
O MME também recebeu a recomendação para que revise as premissas sobre a modalidade de contratação da energia de Angra 3 como energia de reserva. Essa análise deverá ser refeita levando em conta eventuais mudanças técnicas e de cenário ocorridas desde a definição do modelo em 2009.
As determinações ao ministério incluem a emissão de outorga específica para a usina, antes que o governo oficialize a retomada das obras ou eventual parceria com agente privado. Esse outorga deve ser compatível com a vida útil do empreendimento e definir marcos temporais de operação, para que a Aneel possa aplicar multas por eventuais atrasos no cronograma de implantação. Deve ser prevista nova data de conclusão. O governo planeja entregar Angra 3 em 2026.
O MME terá 90 dias para examinar se há excludente de responsabilidade em eventuais aditamentos contratuais relacionados ao prazo e ao reequilíbrio econômico-financeiro da obra, e se deve haver responsabilização de agente.
A possibilidade de cisão da Eletronuclear da Eletrobras deve ser incluída tanto na matriz de risco quanto em um eventual contrato com parceiro privado. Deverão ser considerados também os impactos de eventuais processos administrativos ou judiciais relacionados a atos de corrupção investigados pelo Ministério Público Federal e Polícia Federal.
O ministério não poderá definir preço para a realização do leilão da energia de Angra 3 antes de aprovar o modelo de negócio para participação de sócio privado. Deverão ser enviados ao TCU com pelo menos 90 dias de antecedência da publicação do edital para seleção do parceiro documentos de avaliação econômico-financeira do empreendimento; relação de estudos, obras e investimentos já feitos; projeção de receitas operacionais; relação obras e investimentos a serem feitos, com os cronogramas físico-financeiros; estimativa de custos da prestação dos serviços; definição da metodologia para recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do projeto e cópia da licença ambiental prévia, entre outros.
A Agência Nacional de Energia Elétrica e a Comissão Nacional de Energia Nuclear devem apresentar em 90 dias um plano conjunto de ação para fiscalizar a operação e a manutenção das usinas nucleares de Angra 1 e 2. O objetivo, segundo o TCU, é garantir a segurança e a disponibilidade dos empreendimentos, além da adequação dos elementos de custos que compõem a tarifa de energia das usinas.
Com potência prevista de 1,4 mil MW, Angra 3 começou a ser construída no início da década de 1980. A primeira paralisação aconteceu 1984 e, após tentativa frustrada de retomada em 2002, as obras civis foram finalmente reiniciadas em 2009 , após a assinatura dos contratos de montagem eletromecânica, engenharia do proprietário e atualizações nos projetos. O processo parou em 2015, depois das denúncias da Lava Jato. -
- 04/02/2020 - Ao contrário do que disse Onyx, base de Anápolis não foi utilizada no acidente do césioFonte: Yahoo NotíciasBRASÍLIA — A Base Aérea de Anápolis (GO), que está sendo cogitada para receber os brasileiros que virão da China e precisarão passar por uma quarentena, não foi utilizada no episódio do césio 137, como alegou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, afirmaram que a base não foi utilizada. Na época, as pessoas expostas à radiação foram tratadas inicialmente em Goiânia e depois no Rio de Janeiro.Na segunda-feira, Onyx disse que havia uma "sinalização muito forte" para a base de Anápolis ser escolhida justamente porque "trabalhou com essa coisa do isolamento" no episódio do césio 137. O governo procura um local para levar os brasileiros que serão retirados de Wuhan, cidade epicentro da epidemia do novo coronavírus. Uma equipe técnica com integrantes dos ministérios da Saúde e Defesa fez uma vistoria na base nesta terça-feira. Outra localidade cogitada é em Florianópolis.
— Há uma sinalização muito forte para Anápolis porque, no período do césio, lá trás, foi uma área militar que trabalhou com essa coisa do isolamento — disse Onyx, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Em nota, a Comissão Nacional de Energia Nuclear informou que a base aérea "não foi utilizada para isolamento/tratamento dos pacientes do acidente". De acordo com o órgão, "todos os paciente foram isolados no 3º andar do antigo Hospital Geral do Inamps (atual Hospital Alberto Rassi)", que fica em Goiânia. Depois, "parte dos pacientes foram transportados e atendidos no Hospital Marcílio Dias na cidade do Rio de Janeiro, hospital de referência para tratamento de radioacidentados".
Por telefone, a assessoria de imprensa FAB também informou que base não foi utilizada. O GLOBO procurou a Casa Civil para saber se o ministro se equivocou, mas ainda não houve retorno.
Césio
Em setembro de 1987, um equipamento contendo uma cápsula com césio 137 foi parar num ferro-velho no Setor Central de Goiânia, vendido por dois catadores de lixo. O dono do estabelecimento abriu a peça, para aproveitar o chumbo, sem saber que pertencera ao Instituto Goiano de Radioterapia e era usada em tratamentos médicos. Dentro, encontrou uma pedra que emitia uma luz azulada. Eram, na verdade, 19,26 gramas de cloreto de césio 137.
A novidade foi exibida para parentes e amigos. Poucos dias depois, as pessoas expostas ao césio 137 começaram a apresentar os sintomas típicos de contaminação, mas nos hospitais de Goiânia, foram medicadas como se tivessem alguma doença contagiosa. Somente 17 dias depois de a cápsula ser aberta é que a contaminação radioativa foi identificada.
As vítimas foram tratadas inicialmente em Goiânia. Parte delas foi transferida no início de outubro para o Hospital Naval Marcílio Dias, que funciona até hoje no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio. Foram lá que morreram as quatro vítimas oficiais da radiação. Os registros oficiais indicaram apenas essas quatro mortes, mas a Associação de Vítimas do Césio 137 aponta 60 mortes e pelo menos 1,6 mil pessoas afetadas diretamente pela exposição ao material.
Em 2017, a Academia Nacional de Medicina (ANM) homenageou a Marinha do Brasil, por meio do Hospital Naval, pela atuação no atendimento de 14 vítimas do acidente.
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- 04/02/2020 - INB concluiu licitação para importar 650 t de urânioFonte: Além do FatoA estatal Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB), enfim, concluiu a Licitação Nº 1.005/2019 para importação de 650 toneladas de urânio (U) na forma de UF6 (hexafluoreto de urânio) natural. O fim do processo, inciado em junho de 2019, foi publicado ontem (04/02).
A National Atomic Company (NAC) Kazatomprom Joint Stock Company, da República do Cazaquistão, fornecerá o combustível. Ele será destinado à geração de energia elétrica pelos reatores das usinas Angra I e Angra II, em Angra dos Reis (RJ). A licitação foi dividida em três lotes, sendo a última entrega prevista para até maio de 2021.
Usinas Angra I e Angra, com capacidade nominal de geração para 640 megawatts (MW) e 1.350 MW, respectivamente, pertencem ao sistema Furnas Centrais Elétricas, do Grupo Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras). Mas são operadas pela Eletronuclear.
O fornecedor da INB não constitui novidade, pois, o Kazaquistão é o maior produtor mundial de urânio.A concorrência aberta pela INB foi na modalidade internacional (CCI). A NAC Kazatomprom receberá R$ 12,619 milhões (R$ 12.619.750,00).
NAC domina cadeia no urânio
As propostas foram abertas pela INB em 31 de julho. Houve demora por situações diversas, a destacar a falta de lance para o lote 1 e a sua revogação (8 de agosto). Em 29 de outubro, o lote 2 foi homologado para a NAC.
O processo seguiu. Finalmente, nesta terça (04/02), a estatal publicou a assinatura do Contrato NºC1/19/004 com a NAC Kazatomprom, relacionado à Licitação 1.005/2019.
Pelo cronograma inicial da licitação, a primeira entrega seria em outubro de 2019, depois fevereiro de 2020 e, a última, em outubro de 2020. Agora, todavia, a publicação da INB citou apenas o intervalo: de 26 de novembro a 26 maio de 2021.
Na página web, a NAC Kazatomprom JSC é apresentada como "a operadora nacional da República do Cazaquistão para a importação e exportação de urânio, metais raros, combustível nuclear para usinas nucleares.Desde 2009, o Cazaquistão é líder mundial em mineração de urânio natural e o Kazatomprom tem direitos prioritários para as extensas reservas do país”.
Usinas tiveram plena operação em 2019
Conforme nota da Eletronuclear, em 2019, as usinas Angra I e II "operaram com os maiores fatores de capacidade das usinas geradoras de energia no Brasil: 98,21% e 89,38%, respectivamente". Ou seja, resultado do parâmetro da "produção efetiva” relacionada diretamente com a "capacidade total de geração da unidade”. Por fim, para demonstrar a importância daquelas usinas no Sistema Interligado Nacional (SIN), que a energia gerada abasteceria "com sobra” Goiás ou Pernambuco.
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- 04/02/2020 - Governo Bolsonaro estuda uso amplo de tecnologia nuclear em alimentosTécnica é usada para eliminar parasitas e aumentar a vida útil do alimento
Técnica é usada para eliminar parasitas e aumentar a vida útil do alimento
Fonte: Folha de S. PauloO governo Jair Bolsonaro tem mantido conversas com entidades científicas e setores da indústria com o objetivo de viabilizar a adoção em escala comercial da tecnologia de irradiação de alimentos para o mercado interno e para exportação.As conversas são lideradas pelo Gabinete de Segurança Institucional e ocorrem desde a publicação da resolução número 16, de 24 de outubro de 2019, que criou um grupo técnico para discutir "a promoção do tratamento de alimentos e materiais com tecnologia nuclear”.Em resumo, a técnica prevê que um alimento ou insumo seja colocado em uma máquina blindada conhecida como irradiador e submetido a uma dosagem específica de radiação ionizante. Os principais objetivos são eliminar parasitas e retardar o amadurecimento ou brotamento do alimento, prolongando assim sua vida útil.Entre os planos em discussão pelo grupo técnico está a instalação de plantas industriais com irradiadores em pontos estratégicos do país, para uso em alimentos —ou com propósitos múltiplos, para diminuir os custos.Uma segunda fase das conversas, a ter início neste ano, prevê a assinatura de acordos bilaterais em que a irradiação é pré-condição para a exportação dos alimentos.A irradiação de alimentos é regulamentada no Brasil pela Resolução n. 21 da Anvisa, de 2001, e pela Instrução Normativa n. 9 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de 2011. Ambas permitem o uso de três tipos de irradiação: isótopos radioativos (cobalto-60 emissor de raios gama); elétrons acelerados e raios-X. A utilização do radioisótopo césio-137 é praticamente vetada no Brasil mas permitida em outros países."No Brasil, a maioria dos pesquisadores apoia a instalação de aceleradores de elétrons, porque é muito simples: cortou a força elétrica, não tem radiação nenhuma nem problemas de resíduo radioativo”, afirma Thiago Mastrangelo, do Laboratório de Irradiação de Alimentos e Radioentomologia do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), da USP em Piracicaba (SP).A Nuctech, da China, a Rosaton, da Rússia, e a Fraunhofer, da Alemanha, manifestaram interesse em trazer seus irradiadores com tecnologia de feixe de elétrons para o mercado brasileiro.A estatal Rosaton encomendou um estudo para avaliar tanto a instalação de uma planta quanto o fornecimento do serviço de irradiação.Um dos principais fabricantes de aceleradores de elétrons no mundo, a Nuctech disse ter mantido "conversas políticas”, sem dar detalhes.Já o foco do instituto de pesquisa Fraunhofer é a aplicação de feixe de elétrons sobre sementes com o objetivo de eliminar patógenos como alternativa ao "tratamento químico”, com uso inclusive na agricultura orgânica."Estamos trabalhando junto com produtores de sementes, universidades e investidores. O Brasil é de interesse particular para nós nesse planejamento devido à grande importância da indústria da agricultura e o alto nível de disposição para a inovação”, afirmou Ines Schedwill, chefe de marketing do Fraunhofer, em Dresden (ALE).
O Brasil possui tecnologia de irradiação desde a década de 1970, mas sua aplicação comercial em alimentos para o mercado interno é limitada a pimentas, condimentos e temperos, além de rações para animais.
A Sterigenics, com sede nos EUA, detém hoje o monopólio da irradiação no Brasil com uma planta instalada em Jarinu (SP) com irradiadores de cobalto e de elétrons.
O Cena possui dois irradiadores com fontes de cobalto-60 e um raio-X da Americana RadSource para uso científico e/ou de baixa escala comercial.
Já o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) tem um acelerador de elétrons para uso em pesquisa e um irradiador Multipropósito de cobalto-60 para uso semi-industrial.
O principal empecilho à disseminação do uso da irradiação no Brasil é o custo —a instalação de uma planta moderna custa cerca de R$ 20 milhões, incluindo equipamento e infraestrutura mas não a logística. Daí o interesse em abrir o mercado para as estrangeiras e envolver o setor produtivo de grande porte nas conversas.
"É uma técnica boa que, se bem aplicada, vai trazer vantagens para o Brasil no sentido de eliminar barreiras comerciais e de aumentar a exportação”, afirma o pesquisador Murillo Freire, da Embrapa Agroindústria de Alimentos.
"O Brasil precisava de um irradiador em cada estado, porque é um país de dimensões enormes. Mas não tem quem invista de fato, porque as pessoas têm medo ou desconhecem. E é um negócio que dá dinheiro, o retorno é de um ano para um investimento de R$ 12 milhões a R$ 15 milhões”, afirma Anna Lucia Villavicencio, pesquisadora do Centro de Tecnologia das Radiações do Ipen.
Nesse sentido, um irradiador de elétrons é visto como mais indicado pelos pesquisadores. O maior mercado importador de frutas brasileiras, por exemplo, é a Europa, que vê com ressalvas o uso de radioisótopos, mas aceita melhor a radiação por feixe de elétrons ou raios-X, segundo Mastrangelo.
Outro problema é percepção do público, que identifica o uso de energia nuclear com acidentes como o que envolveu a manipulação de Césio-137 em Goiânia (1987), ou ainda Chernobil (1986)
"Falta conscientização do público em geral. Criou-se uma ideia de que produto irradiado é produto radioativo. Mas a irradiação não torna o produto radioativo. Em outros países, muitos preferem o produto irradiado porque sabem que é mais seguro”, diz Freire. "O esforço é de quebrar esse paradigma, levar a técnica ao conhecimento de todos. Ela tem vantagens e desvantagens e ela não serve para tudo. Então tem que saber direitinho onde você vai aplicar e com que finalidade para você ter vantagem com isso.”
"É mais seguro que o orgânico, que utiliza adubo natural, que é cheio de bactérias e micro-organismos patogênicos”, afirma Villavicencio.
A OMS (Organização Mundial da Saúde), a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) consideram que a tecnologia de irradiação de qualquer alimento até a dose de 10 kGy (quilo-Gray) não representa risco toxicológico e é nutricionalmente adequada, além de ser uma opção de combate ao desperdício e à escassez de alimentos.
No entanto, o tema continua controverso.
A Alemanha, por exemplo, não permite a irradiação de alimentos porque o consumidor considera que falta comprovação científica de que não causa mal. Mas autoriza que alimentos que tenham sido irradiados em outros países da União Europeia sejam comercializados em território alemão.
E o que garante que o alimento irradiado não se torne radioativo?
"Com radiação eletromagnética, ou seja raio-X ou raio gama, a energia [aplicada sobre o alimento] tem de ser abaixo de 5 MeV [milhões de eletrovolts]. Acima disso, o fóton já tem energia suficiente para bater no núcleo do átomo e tornar o material irradiado radioativo. O cobalto-60, por exemplo, só emite duas ondas gama: uma com 1.17 e outra com 1.33 MeV, quer dizer, muito abaixo de 5 MeV”, diz Mastrangelo.
"Para elétrons acelerados o limite é 10 MeV. Acima disso, esse elétron já tem energia suficiente para desestabilizar o núcleo da amostra, e ela ficaria radioativa. Os aceleradores já vêm regulados para não ultrapassar essa potência”, afirma.
Mastrangelo diz ainda que o alimento não tem nenhum contato com a fonte radioativa em si, protegida por mais de uma camada de selagem.
A Comissão Codex Alimentarius (da FAO/OMS) estabelece os parâmetros de irradiação a que cada grupo alimentar ou alimento pode ser submetido de acordo com a finalidade. Assim, a dose máxima para retardar o brotamento de tubérculos é de 0,2 kGy; para desinfestar frutas frescas, 1 kGy; e para controle de parasitas em carnes e frutos do mar, 2 kGy.
Já a norma da Anvisa estabelece que qualquer alimento poderá ser tratado por radiação desde que a dose mínima absorvida seja "suficiente para alcançar a finalidade pretendida” e a dose máxima absorvida seja inferior àquela que "comprometeria as propriedades funcionais e/ou os atributos sensoriais [por exemplo, cor, gosto, cheiro] do alimento”.
Questionada sobre o porquê de doses específicas não terem sido fixadas, a exemplo de outros países, a Anvisa afirmou que, "na ausência de parâmetros estabelecidos em regulamento nacional podem ser adotados os padrões internacionais aceitos”.
A portaria obriga ainda que a frase "alimento tratado por processo de irradiação” conste nos rótulos e nos locais de exposição à venda de produtos a granel irradiados, por meio de cartazes ou placas.
Segundo a Anvisa, o não cumprimento das normas caracteriza infração sanitária. Já a utilização do símbolo internacional da Radura é opcional.
ENTENDA MAIS SOBRE A IRRADIAÇÃO DE ALIMENTOS
Para que serve?
■ Aumentar o tempo de prateleira dos alimentos
■ Eliminar parasitas, fungos e bactérias (mas não vírus) que contribuem para deterioração e doenças (por exemplo, Salmonela spp, Listeria spp, Escherichia coli, Campylobacter spp, Trichinella spiralis spp)
■ Retardar o amadurecimento e senescência de frutas e legumes
■ Inibição do brotamento de tubérculos e bulbos
■ Redução de compostos tóxicos, incluindo alergênicos, N-nitrosaminas voláteis (cancerígenas), aminas biogênicas, gossipol (embriotóxico) e outros
■ Pode ser uma exigência em acordos bilaterais de exportação, com o fim de evitar a disseminação de pragas estrangeiras a outros paísesTodo alimento pode ser irradiado?
Não. Alimentos ricos em gordura (por exemplo, castanha do pará e manteiga) não devem ser irradiados por comprometimento do paladar e possível formação de substâncias nocivas.
Quais são os riscos e efeitos adversos?
■ Radicais podem produzir componentes indesejados, destruir nutrientes e alterar funcionalidade de vitaminas, carboidratos, proteínas e lipídeos
■ Doses acima do recomendado ou em determinados alimentos podem gerar alterações de cheiro e de sabor, ranço e limo
■ Não há método único para detecção de alimentos irradiados
■ Regulamentação brasileira não fixa com números as doses máximas e mínimas permitidas.Quem utiliza?
Mais de 55 países, sendo 26 deles em escala comercial.
Desses 26: Brasil (desinfestação de especiarias e vegetais desidratados), EUA, China, África do Sul, Ucrânia, Vietnã, Bélgica, Alemanha, França, Japão e outros.
Em 2013, foram 500.000 toneladas de alimentos irradiados, sendo:
40% na China
20% nos EUA
13% no Vietnã
8% no México
19% no restante do mundoRegulamentação no mundo
A Codex Alimentarius Commission, com base em Roma, estabelece os padrões para irradiação de alimentos.Regulamentação no Brasil
A Resolução número 21, de 26/1/01, da Anvisa, estipula que:■ A dose mínima absorvida seja suficiente para atingir a finalidade e a dose máxima seja inferior à que comprometeria as propriedades funcionais ou atributos sensoriais do alimento
■ Rótulo deve conter a inscrição "alimento tratado por processo de irradiação”
■ Instalações de irradiação devem ser autorizadas e inspecionadas pelo CNENO símbolo da Radura é utilizado internacionalmente para identificar os alimentos irradiados.
Outros usos de irradiação
■ Tratamento de lixo industrial e hospitalar
■ Tratamento de sangue e derivados
■ Esterilização de equipamentos e instrumentos médicos, farmacêuticos e hospitalares
■ Esterilização de tecidos biológicos
■ Desinfestação e preservação de obras de arte e livros
■ Beneficiamento de pedras preciosasFontes: Ipen, Cena, OMS, Anvisa., AIEA
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- 03/02/2020 - Brasil e EUA firmam acordos de cooperação em energia nuclearFonte: Agência BrasilA Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan) e o Instituto de Energia Nuclear dos Estados Unidos (NEI, na sigla em inglês) firmaram nesta segunda-feira (3) memorando de entendimento durante o Fórum de Energia Brasil-Estados Unidos. Na presença do ministro de Energia do Brasil, Bento Albuquerque, e do secretário de Energia dos EUA, Dan Brouillette, foi assinada também foi assinada carta de intenção entre a Eletronuclear e a empresa americana Westinghouse, especializada em energia nuclear.O documento firmado pelas duas empresas visa a estreitar a colaboração para garantir a renovação de licenças e a operação de longo prazo da usina nuclear Angra 1, que pode ter sua vida útil ampliada de 40 para 60 anos. Já o acordo entre as associação brasileira e o instituto americano busca avanços em áreas como segurança nuclear.
Em declaração à imprensa, o secretário americano disse que Brasil e Estados Unidos estão no começo de uma relação próxima de trabalho. "A indústria americana de energia está pronta e animada para trabalhar com o Brasil", afirmou Brouillette. Segundo o secretario, o diálogo também incluiu temas regulatórios.
Brouillette defendeu clareza de regras e transparência e ressatou que houve modernizações na legislação brasileira sobre energia. "Continuaremos a apoiar esses esforços de todas as formas que pudermos", disse o secretário. Ele acrescentou que os acordos assinados são um passo significativo para aumentar a presença e os investimentos dos Estados Unidos no setor nuclear brasileiro.
O ministro de Energia do Brasil destacou que o fórum cumpre uma missão dada pelos presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump e estabelece um plano de trabalho entre Brasil e Estados Unidos no setor, além do compromisso de acompanhar o andamento desse planejamento com reuniões frequentes em fóruns internacionais.
"Essa cooperação vai em que sentido? Para criar um melhor ambiente de negócios para investimentos no setor de óleo e gás, seja no comércio internacional, seja para a realização de leilões que temos realizado com previsibilidade aqui no Brasil. E também a fim de permitir segurança regulatória e jurídica para esses investidores, o que está dentro daquilo que pretendemos criar como ambiente de negócios", disse Bento Albuquerque, ao ressaltar que Brasil e Estados Unidos têm muito a cooperar por terem se tornado exportadores líquidos de petróleo recentemente. "Procuramos, nessa parceria com os Estados Unidos, reduzir as incertezas que possam, por acaso, existir nos leilões."
A colaboração entre Brasil e Estados Unidos no fórum incluiu ainda a experiência americana com o shale gas, ou gás de xisto, atividade para a qual Bento Alburquerque defendeu que haja amparo regulatório. "Os Estados Unidos tiveram um avanço muito grande nos últimos anos nesse setor, e isso transformou a economia americana, principalmente no que diz respeito ao setor industrial. E pretendemos que o Brasil também possa se beneficiar desse tipo de produção de gás e óleo associado a esse tipo de atividade não convencional", afirmou o ministro.
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- 30/01/2020 - RMB e recursos humanos foram os temas centrais em reunião da direção da CNEN com autoridades do MCTICFonte: CNENA direção da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) reuniu-se nesta quarta-feira (29/1), em Brasília, com autoridades do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Os principais temas tratados no encontro foram o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e a disponibilidade de recursos humanos na CNEN.Pela CNEN, participaram da reunião o presidente da instituição, Paulo Roberto Pertusi, os diretores Madison Almeida (da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento – DPD) e Roberto Xavier (da Diretoria de Gestão Institucional–DGI) e o coordenador-geral Francisco Rondinelli Junior (da Coordenação-Geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da DPD/CNEN). Por parte do Ministério, estiveram presentes o secretário-executivo, Julio Francisco Semeghini Neto, o titular da Secretaria de Tecnologias Aplicadas (SETAP), Mauricio Ribeiro Gonçalves, o titular da Subsecretaria de Unidades Avançadas (SUV), Gerson Nogueira Machado de Oliveira, três diretores do MCTIC: Johnny Ferreira dos Santos (do Departamento de Governança Institucional – DGI), Dino Ishikura (do Departamento de Tecnologias Estratégicas e de Produção – DETEP) e Flavia Duarte Nascimento (do Departamento de Administração – DAD), além de dois servidores da Secretaria de Planejamento, Cooperação, Projetos e Controle (SEPLA): Carlos Fernandes e Oscar Zveiter.Na reunião foram apresentados aspectos do RMB, em termos de histórico e entregas planejadas do reator – produção de radioisótopos, radiofármacos, caracterização de materiais e diversos outros experimentos, com destaque para os realizados em guias de nêutrons. Foram também discutidos arranjos orçamentários e de governança possíveis para o empreendimento, de forma a alcançar o melhor assessoramento possível às instâncias decisórias.Na segunda parte do encontro foi apresentado pela CNEN o cenário de recursos humanos, tanto na sede como nas Unidades Técnico-Científicas, com enfoque nas curvas do número de servidores versus encargos existentes. Foi dada ênfase, principalmente, às faixas etárias dos servidores, aos quantitativos de abonos-permanência e aos parâmetros comparativos nas três últimas décadas. Tratou-se dos instrumentos possíveis de recomposição da força de trabalho.A respeito dos temas tratados, os representantes do MCTIC anotaram os pontos relevantes e expuseram as coordenações já realizadas e a serem buscadas, no âmbito intra e interministerial. O encontro também foi uma oportunidade para a CNEN apresentar, de forma mais ampla, as possibilidades da área nuclear no país, com foco na liderança do MCTIC à frente de projetos estruturantes do setor. Para conhecerem melhor o que a CNEN fez no ano passado e o que planeja para este ano, os representantes do Ministério receberam da direção da CNEN a publicação "Realizações 2019/Entregas 2020-CNEN”. -
- 30/01/2020 - Eletrobras assinará carta de intenções em energia nuclear com Westinghouse, dos EUAFonte: ExtraSÃO PAULO (Reuters) - A subsidiária de energia nuclear da estatal Eletrobras assinará na segunda-feira uma carta de intenções junto à norte-americana Westinghouse, disse o Ministério de Minas e Energia nesta quinta-feira, sem detalhar os termos do acordo entre as empresas.O anúncio vem em momento em que o governo brasileiro planeja a construção de novas centrais nucleares nas próximas décadas, ao mesmo tempo em que busca viabilizar a retomada das obras da usina atômica de Angra 3, no Estado do Rio de Janeiro, paralisadas no final de 2015.A carta de intenções entre a empresa norte-americana e a Eletrobras Eletronuclear será selada durante um fórum que contará com presença do secretário de Energia dos Estados Unidos, Dan Brouillette."O evento é uma iniciativa para promover a segurança, o comércio e o investimento em energia entre os dois países", afirmou a pasta de Minas e Energia. A agenda incluirá "reuniões governamentais e com o setor privado".Os brasileiros pretendem discutir com os EUA cooperação com foco nas áreas de petróleo e gás, energia nuclear e eletricidade/eficiência energética, acrescentou o ministério.Em abril do ano passado, o ministro de Minas e Energia brasileiro, Bento Albuquerque, disse à Reuters que a Westinghouse manifestou interesse em avaliar possível participação na retomada de Angra 3.Em outubro, o presidente da Eletrobras Eletronuclear, Leonam Guimarães, confirmou o interesse dos norte-americanos, mas disse à Reuters que a russa Rosatom, a francesa EDF e a chinesa CNCC eram as empresas com maior apetite pelo empreendimento.NUCLEAR NO BRASILIniciada ainda nos anos 1980, a implementação de Angra 3 foi paralisada naquela década e retomada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2009. Mas o projeto foi suspenso novamente em 2015, após uma das empreiteiras contratadas para a obra admitir irregularidades em meio à Operação Lava Jato, que descobriu um enorme escândalo de corrupção no Brasil.A atração de um novo investidor para a usina nuclear tem sido colocada pelo governo e pela Eletrobras como essencial para viabilizar a conclusão da central, que ainda deve demandar mais de 15 bilhões de reais.Em meio às dificuldades para avançar com Angra 3 e por reflexos do desastre nuclear de Fukushima, no Japão, o Brasil deixou de discutir novos empreendimentos nucleares nos últimos anos, mas a gestão do presidente Jair Bolsonaro voltou ao tema.O ministro Bento Albuquerque, que antes de assumir a pasta de Minas e Energia foi diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, tem prometido colocar a fonte de volta no planejamento de longo prazo do país.O secretário de Planejamento e Desenvolvimento do ministério, Reive Barros, disse em setembro passado que um plano de longo prazo para o setor de energia, para até 2050, deverá sinalizar a possível construção de novas usinas da fonte que poderiam somar 6,6 gigawatts em capacidade.(Por Luciano Costa) -
- 29/01/2020 - Angra 3 vai receber componente de grande porte na próxima semanaCarro principal e auxiliar serão responsáveis por içar os equipamentos pesados da unidade, incluindo o reator e a plataforma de acesso ao interior do prédio da usina
Carro principal e auxiliar serão responsáveis por içar os equipamentos pesados da unidade, incluindo o reator e a plataforma de acesso ao interior do prédio da usina
Fonte: Canal EnergiaA Eletronuclear informou nessa quarta-feira, 29 de janeiro, que um dos equipamentos de maior dimensão previstos para a central nuclear de Angra 3 começou a ser transportado no último sábado (25), a partir de Guarulhos (SP), onde estava armazenado desde 2015. A logística envolve num primeiro momento o carro do semipórtico, também chamado de carro principal. A segunda parte, o carro auxiliar, deve ser enviado nos próximos dias. A expectativa é de que os componentes cheguem a seu destino até o final da semana que vem.Instalado durante a montagem eletromecânica, o equipamento ficará localizado na estrutura externa adjacente ao edifício do reator. Sua função é içar os equipamentos pesados do circuito primário – incluindo o reator, os geradores de vapor, o pressurizador e bombas de refrigeração principal –, além de itens associados, até a plataforma de acesso ao interior do prédio do reator. O carro principal terá capacidade de içamento de 500 toneladas durante a montagem eletromecânica. Após o início da operação da unidade, a capacidade passará para 180 toneladas. Já o carro auxiliar poderá içar até 40 toneladas.O chefe do Departamento de Engenharia Mecânica da Eletronuclear, Vagner Caçador Rubim, ressalta que o semipórtico é essencial para a montagem eletromecânica de Angra 3, e que sem ele não é possível realizar a montagem dos principais equipamentos do circuito primário. "Depois de um longo trabalho de equacionamento de questões contratuais com a Bardella (fabricante), finalmente conseguimos transportá-lo até o canteiro de obras, onde ficará armazenado aguardando o reinício da construção da usina”, comenta.
Logística complexa
O procedimento de transporte do equipamento é bastante complexo, devido às dimensões dos componentes e os respectivos pesos de 53 e 38 toneladas. Por conta do excedente lateral das peças, a logística depende de autorização especial do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio de Janeiro (DER-RJ) para ser realizado. Além disso, precisa ser efetuado em horários pré-definidos, com velocidade máxima controlada e a escolta de carros batedores, com a devida liberação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O superintendente de Gerenciamento de Empreendimentos da Eletronuclear, Carlos Ferreira, afirma que o transporte do semipórtico é um marco para Angra 3 e demonstra que, apesar de as obras da unidade estarem interrompidas, a empresa não está parada. "A Eletronuclear está trabalhando para agilizar todos os preparativos para a retomada da construção da usina, essencial à segurança e estabilidade do Sistema Interligado Nacional”, ressalta.
A conclusão de Angra 3 é uma das prioridades do governo federal na área de geração de energia. No ano passado, o empreendimento foi incluído no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A Eletronuclear contratou o BNDES para fazer uma avaliação independente dos modelos propostos para a retomada da construção da usina. Esse trabalho irá subsidiar o comitê do PPI em suas decisões sobre o futuro da unidade.
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- 21/01/2020 - Ibama renova licença de operação de minas e concentração de urânio da INB em CaetitéFonte: Agência SertãoA Indústrias Nucleares do Brasil (INB) tornou público que recebeu da do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a prorrogação da Licença de Operação até 13 de janeiro de 2026, para a Mina Cachoeira (Anomalia 13) e lavra a céu aberto da Mina do Engenho (Anomalia 09), ambas no município de Caetité.A licença permite ainda o beneficiamento do minério de urânio até a obtenção de diuranato de amônio [(NH4)2U2O7], conhecido como DUA ou yellow cake, produto ainda não enriquecido no isótopo 235U, na Unidade de Concentrado de Urânio, também localizada em Caetité.O aviso de renovação de concessão foi publicado na edição desta terça-feira (21), do Diário Oficial da União.Em dezembro de 2018, a Unidade de Concentrado de Urânio de Caetité realizou a última etapa de testes funcionais para operação assistida das áreas de Britagem e de Montagem de Pilhas.Em abril deste ano, a CNEN renovou a licença. Por meio de nota, a Cnen informou que, para que a unidade possa entrar em operação, está passando por uma fase de testes, para verificar "o atendimento a requisitos de segurança das estruturas, sistemas e componentes, cuja falha ou mau funcionamento possa resultar em exposições indevidas à radiação para o pessoal da instalação ou membros da população em geral”.Ao Ibama, a INB apresentou um pedido de licença de operação em dezembro de 2017, sendo atendido agora no início de 2020.Entre 2000 e 2015, a INB explorou a mina Cachoeira e, de lá, retirou 3.750 toneladas de concentrado de urânio. Agora, a estatal deve começar a explorar uma nova jazida no local, a mina do Engenho.
Em Caetité, a INB realiza, além da mineração, o beneficiamento do minério, que resulta no produto concentrado de urânio ou yellowcake.
Atualmente, Caetité é o único lugar do País onde existe mineração de urânio.
O Brasil é um dos 12 países que detém tecnologia para enriquecer urânio, mas ainda importa grande parte de seu consumo. Após a etapa de ampliação inaugurada nesta quinta, a fábrica de Resende tem capacidade para enriquecer volume equivalente a 50% da recarga anual de Angra 1, a menor usina nuclear do país.
A primeira fase do programa de enriquecimento de urânio, que prevê a instalação de dez cascatas —sete delas já em operação —a capacidade chegará a 70% de Angra 1. A INB precisa, porém, de mais R$ 500 milhões para concluir o projeto, o que espera fazer até 2021.
Uma segunda fase, com a instalação de 33 cascatas, está orçada em R$ 2 bilhões, e garantiria o abastecimento todo o complexo nuclear de Angra sem depender de importações.
A operação da empresa no município é alvo constante de críticas devido aos riscos de contaminação envolvidos na extração de materiais radioativos. Estudos apontam maior incidência de alguns tipos de câncer em pessoas moradoras e regiões próximas à mina.
Constantemente, equipes de reportagem produzem matérias apontando os perigos as consequências da mineração de urânio na região.
Em outubro passado, a BBC fez uma reportagem revelando o histórico de acidentes na operação da empresa em Caetité. Em dezembro, uma reportagem foi exibida em Rede Nacional pela TV Record, mostrando a possível relação da incidência da doença com a exploração do mineral no município.
A INB nega que suas atividades estejam relacionadas a qualquer tipo de contaminação, além de contestar a relação da sua operação com a incidência de câncer.
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- 16/01/2020 - Irã diz que enriquecimento de urânio no país é superior ao anterior ao acordo nuclearTratado previa armazenamento de urânio de até 300 kg e nível máximo de enriquecimento de 3,67%, em troca da suspensão de sanções econômicas.
Tratado previa armazenamento de urânio de até 300 kg e nível máximo de enriquecimento de 3,67%, em troca da suspensão de sanções econômicas.
Fonte: G1O presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou nesta quinta-feira (16) que o seu país está enriquecendo mais urânio do que antes da assinatura do acordo nuclear de 2015."Estamos enriquecendo mais urânio do que antes de chegar ao acordo [nuclear]. A pressão está crescendo sobre o Irã, mas nós estamos progredindo”, declarou.
Rohani não especificou se isso significa que seu país produz atualmente uma quantidade maior de urânio enriquecido em comparação com o estágio anterior à conclusão do tratado ou se esse enriquecimento for realizado em um nível superior ao praticado antes de 2015.
O tratado determinava que o Irã não poderia superar um limite de armazenamento de urânio de 300 kg, e o nível máximo de enriquecimento era de 3,67%, em troca da suspensão de sanções econômicas.
O acordo nuclear (JCPOA, na sigla em inglês) foi assinado em 2015 pelo Irã e pelo grupo 5 + 1 (China, Estados Unidos, França , Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha).
O presidente Donald Trump retirou o país do acordo nuclear alegando que o país não cumpria o acordo e apoiava grupos terroristas.
Desde então, o Irã voltou a ser alvo de duras sanções econômicas americanas. Em retaliação, o país foi retomando aumentando o enriquecimento do urânio, que pode ser usado em armas químicas.
Em 5 de janeiro, Teerã anunciou que na prática não vai limitar seu programa nuclear –vai ignorar, inclusive, as limitações ao enriquecimento.
Dias depois, Alemanha, França e Reino Unido protocolaram uma queixa sobre os descumprimentos por parte do Irã e disseram ser inaceitável que ele não atinja seus compromissos.
Impedir a guerra
Rouhani afirmou ainda que trabalha "diariamente para impedir a guerra", enquanto as relações entre o Irã e os Estados Unidos atravessam um novo período de tensão máxima. A situação se deteriorou rapidamente após o bombardeio americano que matou o general iraniano Qassem Soleimani na capital iraquiana, Bagdá.
"O governo trabalha diariamente para impedir um confronto militar, ou a guerra", garantiu Rouhani, acrescentando que o diálogo entre o Irã e o mundo é difícil, mas "possível".
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- 14/01/2020 - Hypera Pharma promove roadshow para divulgação do seu programa de conexão com startups, o HyperaHubSerão cinco encontros onde as startups poderão entender melhor o programa e tirar dúvidas
Serão cinco encontros onde as startups poderão entender melhor o programa e tirar dúvidas
Fonte: Startse
A Hypera Pharma, junto com a consultoria Innoscience, estará presente em cinco dos principais hubs de inovação do Brasil para promover o HyperaHub, programa de inovação aberta com conexão à startups. Nele, a companhia realizará piloto remunerado com as startups selecionadas, com o intuito de ser cliente, parceira ou até realizar aporte de recursos financeiros em troca de equity depois do piloto (no caso de desafios em novos negócios).
O objetivo dos eventos é promover o encontro de startups que tenham soluções que possam atender aos desafios propostos pela Hypera Pharma e interesse em fazer negócio. O programa HyperaHub está com as inscrições abertas até o dia 31/01 pelo site www.hyperahub.com.br
Confira a programação dos roadshows:
- Eretz Bio
Dia 15/01 às 14h00
Me. Cabrini, 462 - Vila Mariana,São Paulo, SP
Para mais informações: 11 2151-0316
- BioHub / Tecnopuc
Dia 15/01 às 18h30
Av. Ipiranga, 6681 Partenon, Porto Alegre, RS
Inscrições pelo site:https://www.sympla.com.br/hyperahub__747058
Para mais informações: 51 3353.8012
- Cietec / USP
Dia 20/01 às 14h30
IPEN - Av. Prof. Lineu Prestes, 2242, São Paulo, SP
Para mais informações: 11 3487-1677
- Supera Parque
Dia 21/01 às 10h00
Av. Dra. Nadir Águiar, 1805 - Jardim Dr. Paulo Gomes Romeo, Ribeirão Preto, SP
Inscrições pelo site:http://fipase.superaparque.com.br/hypera-hub
- BioMinas
Dia 22/01 às 10h00
Av. José Cândido da Silveira, 2100 - Cidade Nova, Belo Horizonte, MG
Para mais informações:https://www.sympla.com.br/hypera-hub__758632
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- 14/01/2020 - Doutorado direto em física nuclear com bolsa da FAPESPFonte: Agência FapespO Projeto Temático "Reações nucleares com núcleos fracamente ligados ou com estrutura de cluster, radioativos e estáveis” oferece uma Bolsa FAPESP de Doutorado Direto. Inscrições vão até 19 de janeiro de 2020.A pesquisa investiga os mecanismos de quebra de núcleos estáveis fracamente ligados. Os experimentos são conduzidos no Laboratório Aberto de Física Nuclear do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP), que abriga o acelerador de partículas Pelletron.Ao longo do projeto, serão construídos novos detectores de partículas carregadas. Também está prevista a migração da atual eletrônica analógica para módulos digitalizados mais modernos, rápidos e com maior capacidade de processamento de dados. As medidas experimentais envolverão colaborações com outros grupos de pesquisa nacionais e estrangeiros.O candidato deve ter bacharelado em Física ou área de exatas. A inscrição deve ser feita pelo e-mail do professor Leandro Romero Gasques (lgasques@if.usp.br).Os interessados devem colocar no campo assunto "Candidato a Bolsa de Doutorado Direto” e anexar histórico escolar completo e currículo atualizado em um único arquivo PDF:.Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/3342.A bolsa de Doutorado Direto oferecida pela FAPESP tem duração de 48 meses e valor mensal de R$ 2.043,00 no primeiro ano, R$ 2.168,70 no segundo ano, R$ 3.010,80 no terceiro ano e R$ 3.726,30 no quarto ano. Um auxílio financeiro equivalente a 30% do valor anual da bolsa será concedido para despesas diretamente relacionadas às atividades de pesquisa. Os requisitos e benefícios estão disponíveis em fapesp.br/bolsas/dd.Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades. -
- 13/01/2020 - Cientistas fotografam luz Cherenkov sendo gerada dentro de globo ocularFonte: SocientificaPacientes com câncer submetidas à radioterapia relatam ter visto flashes de luz na frente dos olhos durante o tratamento – mesmo quando os olhos estão fechados.Agora, esse mistério de longa data pode ter sido resolvido: Cientistas captaram a luz de Cherenkov pela primeira vez.
Os pacientes documentados na literatura médica descreveram ver uma luz de néon azul, às vezes acompanhado de um "cheiro branco” durante o tratamento com radiação. Ao longo do tempo surgiram várias teorias que tentavam explicar o fenômeno. Uma delas, que agora se provou estar correta, diz que luz suficiente está sendo produzida dentro do olho para causar essas sensações visuais. É o que chamamos de emissões de Cherenkov ou radiação de Cherenkov, o mesmo efeito que faz com que os reatores nucleares brilhem em azul quando estão debaixo d’água.
A luz de Cherenkov é uma radiação electromagnética que é emitida quando uma partícula carregada passa através da matéria a uma velocidade superior à velocidade da luz na água, produzindo uma explosão sonora, que ocorre quando, por exemplo, um avião viaja mais rápido do que a velocidade do som.
Para capturar os flashes da luz de Cherenkov, os pesquisadores utilizaram um sistema de imagem de câmera CDose, especialmente projetado para visualizar as emissões de luz de sistemas biológicos.
Após capturar as imagens eles observaram que, a medida que o feixe de radiação passa pelo olho, a luz é gerada dentro do líquido vítreo. O dados em tempo real mostraram rigorosamente que a quantidade de luz produzida é suficiente para provocar uma sensação visual.
"Embora teorias sobre estimulação direta do nervo, cintilação da lente e fótons bioluminescentes ultra-fracos não possam ser descartadas, parece claro que a produção de luz Cherenkov no olho é quantificável e significativa”, concluíram os pesquisadores em seu artigo publicado.
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- 13/01/2020 - Treinamento técnico em desenvolvimento de fotocatalisadores com bolsa da FAPESPFonte: Agência Fapesp
Uma Bolsa FAPESP de Treinamento Técnico nível três (TT-3) é oferecida para o projeto "Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas”, desenvolvido no Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). O prazo de inscrição termina em 15 de janeiro de 2020.Coordenado pelo pesquisador Fabio Coral Fonseca, o projeto está vinculado ao Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPEs) constituído pela FAPESP e pela Shell.O grupo desenvolve fotocatalisadores para a conversão de metano em produtos de alto valor agregado relacionados à obtenção de hidrogênio para uso nas células a combustível, que funcionam de forma semelhante a baterias. O bolsista será responsável por auxiliar nos experimentos de síntese, caracterização e atividade dos fotocatalisadores.A oportunidade é voltada a alunos graduados de nível superior em Química ou Engenharia Química/Materiais.Os interessados devem enviar para o e-mail de Estevam Spinacé (espinace@ipen.br) cópias do currículo e do histórico escolar do curso de graduação.Mais informações sobre a vaga: www.fapesp.br/oportunidades/3352.A Bolsa de TT-3 tem valor de R$ 1.228,40 mensais. É direcionada a graduados do nível superior, sem reprovações no histórico escolar e sem vínculo empregatício. A dedicação deverá ser de 16 a 40 horas semanais às atividades de apoio ao projeto de pesquisa. O tempo de bolsa TT-3 será descontado no caso de o interessado vir a usufruir de Bolsa de Mestrado ou Doutorado Direto.Mais informações sobre as bolsas de Treinamento Técnico da FAPESP: www.fapesp.br/bolsas/tt.Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 10/01/2020 - Sancionada lei que transfere à Marinha fiscalização de material nuclear embarcadoFonte: Câmara dos Deputados
O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou nesta terça-feira (7) a Lei 13.975/20, que define o Comando da Marinha como responsável pelo licenciamento e pela fiscalização de embarcações que utilizem propulsão nuclear ou transportem combustível nuclear. A lei foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (8).
Antes, cabia à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) definir as normas de segurança sobre o uso de radiações ionizantes, materiais nucleares e suas aplicações. O órgão também é o responsável pela fiscalização da área utilizada.
Com a nova lei, essa competência passa para a Marinha, que está à frente da construção do submarino nuclear brasileiro (SN-BR), com apoio da França. Os dois países firmaram acordo em 2008. O submarino está sendo construído no Complexo Naval de Itaguaí (RJ).
Isenção
Durante a análise do tema pela Câmara dos Deputados, na forma do Projeto de Lei 10771/18, o texto recebeu uma emenda de autoria do deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
A emenda estabelece que o licenciamento e a fiscalização do uso de material nuclear em meios navais ficará a cargo de organização militar independente daquelas que executam o projeto, a construção e a operação do submarino nuclear.
"Isso garante a necessária isenção e autonomia”, afirmou Zarattini durante a aprovação do projeto pela Casa.
O texto modifica a Lei 6.189/74.
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- 09/01/2020 - Novo Centro de Coordenação e Controle de Emergência Nuclear será inauguradoFonte: Diário do ValeNesta sexta-feira (10), às 15h, será inaugurada a nova sede do Centro de Coordenação e Controle de Emergência Nuclear (CCCEN) – órgão da Defesa Civil estadual responsável pelas ações do Plano de Emergência Externo (PEE) da central nuclear de Angra dos Reis. O CCCEN ficará localizado no 3º andar do Shopping Piratas (Estrada do Marinas 91, Centro), no município.O presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, estará presente na ocasião. Além dele, participará do evento o secretário de Estado de Defesa Civil do Rio de Janeiro, Roberto Robadey Costa Júnior, entre outras autoridades.Exposição de calendários da EletronuclearNa mesma data, a Eletronuclear lança a exposição de calendários da empresa, que fazem parte da campanha de esclarecimento da companhia sobre o plano de emergência. A mostra também ocorrerá no Shopping Piratas, que funciona diariamente das 10h às 22h. A exibição resgata a história dessas publicações, evidenciando a diversidade dos temas abordados ao longo dos anos.A cada ano, aproximadamente 60 mil exemplares do calendário são distribuídos em Angra e Paraty. O objetivo é divulgar informações sobre o plano, incluindo orientações para os moradores em caso de emergência.A exposição também contará com uma maquete de reator e totens interativos sobre o universo da energia nuclear no Brasil. Além disso, a equipe do Observatório Nuclear – centro de visitações da empresa na região – estará no local para esclarecer dúvidas dos visitantes. -
- 08/01/2020 - Nuclep inicia entrega do último condensador para usina de Angra 3Fonte: Defesa.TVA empresa responsável pela fabricação dos equipamentos nucleares mais estratégicos para o país, Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) iniciou no dia 16 de dezembro, a entrega para a Eletronuclear, do último conjunto de tampas e coletores referentes aos três Condensadores fabricado para Angra 3, e terceira unidade da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA).Pesando cerca de 1500 toneladas, o equipamento, vital para o funcionamento de Angra 3, fará através do uso da água do mar, o resfriamento da água do circuito secundário da usina. É responsável ainda pelo resfriamento e condensação do vapor proveniente do Gerador de Vapor, resultante da movimentação das turbinas de geração de energia.Esta entrega é parte do último dos três Condensadores fabricados pela NUCLEP para Angra 3, que tem previsão de ser concluído em 2020. A empresa, reconhecida por sua expertise nuclear e por possuir o maior piso fabril da América do Sul, também foi a responsável pelo fornecimento dos três Condensadores de Angra 2. -
- 08/01/2020 - Angra 1 será desligada para reabastecimento de combustívelCentral nuclear será desligada nesse sábado (11) e ficará 37 dias fora de operação para atividades de inspeção, manutenção e instalação de novos componentes
Central nuclear será desligada nesse sábado (11) e ficará 37 dias fora de operação para atividades de inspeção, manutenção e instalação de novos componentes
Fonte: Cana EnergiaA Eletronuclear informou que irá desconectar a usina nuclear Angra 1 do Sistema Interligado Nacional (SIN) no próximo sábado, 11 de janeiro, mais precisamente à 0h. A medida é para o reabastecimento de combustívelda unidade. A parada programada ocorrerá em comum acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e tem duração programada de 37 dias. A central de geração tem potência instalada de 640 MW e está localizada no município de Angra dos Reis (RJ).De acordo com a empresa, cerca de um terço do combustível nuclear será recarregado, além de serem realizadas atividades de inspeção e manutenção periódicas e também instalações de diversas modificações de projeto, que precisam ser feitas com a usina desligada. No total, 4.354 tarefas foram programadas para o período, inclusive com a contratação de empresas nacionais e internacionais, que irão disponibilizar 1.200 profissionais, sendo 102 estrangeiros, para atuar em conjunto com os profissionais da Eletronuclear.
Além do reabastecimento, destacam-se, dentre as tarefas previstas, melhorias técnicas nos transformadores principais de 500 kV para aumento de confiabilidade, revisão geral da chave de conexão da usina ao SIN, troca do rotor da excitatriz do gerador elétrico principal, teste de performance de descarga dos bancos de baterias principais, teste de inspeção nos tubos dos geradores de vapor e manutenção e inspeção por ultrassom em uma das turbinas de baixa pressão. Também serão realizadas inspeções com levantamento de dados visando à extensão da vida útil da central nuclear.
Durante o período, o ONS despachará a energia de outras usinas do sistema interligado de forma a garantir um abastecimento seguro de energia elétrica para o país. As paradas de reabastecimento ocorrem, aproximadamente, a cada 12 meses e são programadas com pelo menos um ano de antecedência, levando-se em consideração a duração do combustível nuclear e as necessidades do SIN.