Clipping de Notícias
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- 01/07/2019 - Em preparação para retomar Angra 3, governo atualiza o sistema de proteção do programa nuclear brasileiroFonte: PetronotíciasJulho dá as boas-vindas nesta segunda-feira (1º) e já está cercado de expectativa pela indústria nuclear brasileira. Conforme noticiamos, o Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que o modelo de parceria para a retomada das obras de Angra 3 deve ser definido neste mês. Com a proximidade desta decisão, o governo também vai trabalhando nos bastidores para dar base à expansão do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), que sofreu anos de estagnação. A novidade da vez foi que o Planalto atualizou, por meio de decreto, o chamado Sistema de Proteção ao PNB. Trata-se de um conjunto de órgãos governamentais, sob a batuta daSecretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que assegura o planejamento integrado sobre as necessidades de segurança das atividades, das instalações e dos projetos nucleares brasileiros.
O novo decreto dispõe sobre os colegiados que compõem o sistema. O primeiro deles é a Comissão de Coordenação da Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro. Como o nome sugere, o grupo terá a função de garantir a segurança do PNB e de propor medidas preventivas e de planejamento de respostas em casos de emergência com risco para a população e o meio ambiente; e em eventos de segurança física que coloquem em risco a segurança das instalações e materiais nucleares.
Essa comissão irá elaborar as diretrizes das atividades do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro. Ela será composta por diversos representantes deempresas estatais e órgãos governamentais, tais como o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, os Ministérios da Defesa, da Economia, e de Minas e Energia, da Eletronuclear, do Ibama, entre outros. O colegiado vai propor planos e programas de ação integrada pelos órgãos integrantes do sistema. No planejamento da Comissão de Coordenação, um dos passos fundamentais será a aprovação do Plano Geral de Atividades do Sistema de Proteção ao PNB.
O decreto instituiu ainda o Comitê de Articulação nas Áreas de Segurança e Logística do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro. A sua finalidade é articular com órgãos e entidades dos Governos federal e estaduais nas áreas de segurança e logística. A ideia é mitigar e neutralizar atividades que impeçam ou dificultem o funcionamento de instalações nucleares e o transporte de material nuclear e de equipamentos sensíveis.
Treinamento e Capacitação de Pessoal em Angra dos Reis
Abaixo da comissão de coordenação, o Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro contará também com dois Comitês de Planejamento de Resposta a Situações de Emergência Nuclear – um para Angra dos Reis (RJ), onde está a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, e outro Resende (RJ), que abriga a Fábrica de Combustível Nuclear da Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Os dois comitês vão elaborar estudos, pareceres e sugestões relativos à preparação para resposta a situações de emergência nuclear tanto nas usinas de Angra 1 e Angra 2 quanto na fábrica da INB. Outra novidade é que o comitê em Angra dos Reis irá implementar programas de treinamento de recursos humanos para a execução das ações de resposta na plantas de geração nuclear localizadas no município.
Ambos os comitês devem planejar e avaliar os exercícios de resposta a situações de emergência, além de manter atualizados os planos sobre a preparação da resposta a situação de emergência. Os comitês terão representantes de diferentes órgãos do governo federal, mas também vão contar com membros do governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Corpo de Bombeiros; da Secretaria de Estado de Defesa Civil; e do Instituto Estadual do Ambiente do Estado. A esfera municipal será representada pela Secretaria Especial de Proteção e Defesa Civil da Prefeitura Municipal de Angra dos Reis, pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil da Prefeitura Municipal de Paraty e pela Diretoria-Geral de Defesa Civil da Prefeitura Municipal de Resende.
No caso específico de Angra, a cidade ganhará uma atenção especial com um segundo comitê – o de Planejamento de Resposta a Evento de Segurança Física Nuclear. Esse colegiado cuidará de elaborar e implementar o Plano de Resposta Integrada a Evento de Segurança Física Nuclear para a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto. Ele também vai coordenar a formalização de planejamentos, protocolos e procedimentos entre os órgãos participantes do Plano. O órgão vai ainda incentivar a realização de atividades de capacitação com o objetivo de ampliar a qualificação dos órgãos envolvidos na resposta a incidentes de segurança física nuclear.
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- 29/06/2019 - Usina de urânio será retomada no Ceará, diz secretário de Minas e EnergiaSanta Quitéria | Com licenciamento ambiental negado, a usina é um dos empreendimentos na pauta do Governo Federal
Santa Quitéria | Com licenciamento ambiental negado, a usina é um dos empreendimentos na pauta do Governo Federal
Fonte: O Povo
Barrada pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) no início deste ano, a usina de urânio de Itataia, em Santa Quitéria, no Noroeste cearense, iniciará as atividades em 2026. A afirmação é do secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Reive Barros. Na Capital para a 28ª edição do Café com Energia, ele também anunciou investimentos da iniciativa privada para o setor da ordem de R$ 400 bilhões até 2027. O evento ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado (Fiec).
O objetivo é destravar as obras da usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, no próximo ano, e colocá-la em operação já em 2023. Com isso, será necessária a produção de matéria-prima. "Será retomada a do Ceará e da Bahia. Com a Angra 3, vamos precisar desse urânio", explicou.
Durante palestra, Reive afirmou que vislumbra as instalações de "usinas de energia nuclear de três em três anos" no Brasil. Questionado sobre os detalhes, afirmou que isso ainda será anunciado no plano nacional do setor, em dezembro próximo.
Acrescentou que a realidade atual não é a mesma de quando ocorreu o acidente nuclear de Chernobil, na Ucrânia em 1986. Segundo ele, atualmente, há tecnologia e segurança nesses modelos de equipamento. Ponderou, no entanto, que exemplos como esses devem ser discutidos para que não se repitam.
Para o vice-presidente da Câmara Temática de Energias Renováveis e consultor da Fiec, Jurandir Picanço, "o projeto assume uma importância pelo planejamento geral que mantém a expansão da energia nuclear, e, num determinado momento, terá que haver a produção".
A usina de Santa Quitéria previa investimentos de R$ 850 milhões via consórcio entre as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e o Grupo Galvani. À época, a INB estimou arrecadação tributária estadual com o negócio de R$ 92,6 milhões com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza (ISS).
Mas, para retomá-lo, o Governo terá que apresentar um novo projeto. Isso porque o empreendimento é considerado de risco em razão dos impactos socioambientais que pode provocar na região. Ocorre que seria necessária a construção de uma barragem para descartar os rejeitos. Conforme reportagem publicada em fevereiro deste ano no O POVO, após a tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, o Ibama negou licenciamento da usina.
Para Talita Furtado Montezuma, do Núcleo Trabalho, Meio Ambiente e Saúde da Universidade Federal do Ceará (Tramas-UFC), a situação é preocupante. "Após mais de uma década de projeto, comprou-se a ausência de viabilidade ambiental do projeto", aponta. "Diante do atual contexto, em que se retirou o superintende do Ibama, isso enfraqueceu o órgão e retirou a autonomia. A gente fica preocupada", complementa.
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- 27/06/2019 - Pesquisas de Relevância Social e Econômica terão investimento de 100 milhões em São PauloChamada FAPESP visa estimular a associação de universidades, institutos de pesquisa, empresas, terceiro setor r órgãos governamentais para criação de Núcleos de Pesquisa Orientada a Problemas
Chamada FAPESP visa estimular a associação de universidades, institutos de pesquisa, empresas, terceiro setor r órgãos governamentais para criação de Núcleos de Pesquisa Orientada a Problemas
Fonte: Agência FAPESP
Karina Toledo
Mobilizar a capacidade científica do Estado de São Paulo, unindo universidades, institutos de pesquisa, empresas, terceiro setor e órgãos governamentais na missão de resolver problemas de relevância social e econômica. Este é o objetivo da chamada Ciência para o Desenvolvimento, apresentada nesta quinta-feira (27/06) na FAPESP.
A iniciativa, que visa apoiar a criação de Núcleos de Pesquisa Orientada a Problemas em São Paulo (NPOP-SP), foi anunciada em cerimônia realizada na sede da Fundação, com a presença do governador João Doria e da secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen.
"É uma obrigação para um governo responsável apoiar a pesquisa e a inovação. Essa soma de forças é fundamental para um Estado que lidera o Brasil”, disse Doria.
Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, destacou que quase 50% da produção científica brasileira é feita em São Paulo – a única unidade da Federação em que os investimentos do setor privado em ciência e tecnologia superam os do setor público e também onde há mais pesquisadores atuando em empresas do que no setor acadêmico.
"O fortalecimento da pesquisa acadêmica tradicional, da qual o Estado tanto se orgulha, é acompanhado do sucesso crescente de programas com perfil mais tecnológico e de inovação. Não há competição, apenas complementaridade. Este novo programa é um convite para que institutos de pesquisa, universidades, empresas e órgãos governamentais se associem para ampliar as oportunidades de desenvolvimento do nosso Estado”, disse. A chamada prevê apoio de longo prazo aos projetos selecionados, em um modelo de cofinanciamento.
"Entendemos que há necessidade de associar as universidades e os institutos de pesquisa públicos e privados com as empresas, os órgãos do governo ou do terceiro setor – que são as instituições com capacidade de aplicar os resultados dos projetos, seja para aumentar a competitividade econômica ou para elaborar leis e políticas públicas que vão melhorar a qualidade de vida do cidadão”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.
A iniciativa deverá mobilizar cerca de R$ 400 milhões nos próximos cinco anos. A FAPESP destinará um total de R$ 100 milhões aos projetos aprovados e espera-se que as entidades parceiras – empresas, ONGs ou órgãos governamentais – invistam pelo menos um valor equivalente. Já as instituições-sede dos projetos deverão aplicar outros R$ 200 milhões como contrapartida econômica.
"Nossa estratégia tem sido mobilizar recursos adicionais, para que o governo não tenha de fazer todo o investimento. Estamos também fazendo um esforço para conectar os projetos de pesquisa aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável [coleção de 17 metas globais estabelecidas pela Organização das Nações Unidas para 2030]. Os tópicos incluídos no edital têm relação com pelo menos 14 dos 17 objetivos propostos”, disse Brito Cruz.
Entre as áreas de interesse da chamada Ciência para o Desenvolvimento estão Agricultura, Saúde, Cidades Inteligentes, Manufatura Avançada, Energia para o Desenvolvimento, Redução da Desigualdade e Conservação Ambiental e Sustentabilidade, com uma série de subtemas especificados no texto.
Doria destacou duas que vão ao encontro das prioridades do governo de São Paulo: Cidades Inteligentes (com foco em segurança pública) e Redução da Desigualdade (com foco na geração de empregos).
"O ideal é que a inteligência aplicada à segurança pública previna o crime e permita a ação policial planejada, eficiente e fundamentada na pesquisa, garantindo melhor qualidade de vida e evitando o confronto nas ruas, nos campos, onde for”, disse.
A secretária de Desenvolvimento Econômico destacou a importância de aproximar a ciência e a tecnologia na resolução dos problemas sociais. "Meu sonho é ver a ciência sendo aplicada cada vez mais na busca pela cura de doenças, na segurança e educação com o objetivo de gerar oportunidades para as pessoas”, disse Ellen.
Zago ressaltou que não existe desenvolvimento econômico e social sem uma forte participação da ciência e da tecnologia. Lembrou que as cinco maiores economias do mundo são também as cinco maiores potências em pesquisa e ensino superior.
"Enquanto muitos falam de crise, estamos aqui para falar de oportunidades. São Paulo representa apenas 3% do território nacional, mas é o principal produtor de frutas, cana, etanol e açúcar. É responsável por um terço do PIB [Produto Interno Bruto] do país. Isso se deve ao arrojo do empresariado paulista e também à alta dose de ciência e tecnologia e à formação de recursos humanos especializados, uma das maiores contribuições da FAPESP para o Estado e para o Brasil”, disse.
Ellen ressaltou ainda o desafio de aumentar o número de patentes registradas no Estado. "A FAPESP e as universidades fazem um lindo trabalho. Mas podemos e precisamos fazer muito mais”, disse.
Doria elogiou o trabalho feito pela FAPESP no apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico no Estado de São Paulo. "A FAPESP não precisa do governo, o governo precisa da FAPESP. É uma síntese perfeita da autonomia de uma instituição dedicada à ciência, à pesquisa e à inovação, sem dependência política, ideológica ou partidária”, disse.
Também estiveram presentes na cerimônia de lançamento da chamada Ciência para o Desenvolvimento: os secretários Gustavo Junqueira (Agricultura e Abastecimento), José Henrique Germann Ferreira (Saúde), Marcos Penido (Infraestrutura e Meio Ambiente) e Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional); o deputado estadual Daniel José; o reitor da Universidade de São Paulo (USP) Vahan Agopyan e o vice-reitor Antonio Carlos Hernandes; o vice-reitor da Universidade Federal de São Carlos Walter Libardi; pró-reitores e diretores da USP, Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal de São Paulo, Universidade Estadual Paulista, Pontifícia Universidade Católica de Campinas; diretores dos institutos de pesquisa do Estado de São Paulo, diretores da FAPESP e membros do Conselho Superior da FAPESP, dirigentes de empresas e diversas outras autoridades.
Leia o discurso de Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, sobre a chamada Ciência para o Desenvolvimento: www.fapesp.br/12964. -
- 26/06/2019 - 93% dos jovens do país não sabem o nome de um cientista brasileiroPela quarta vez, titulares de gestões passadas se unem contra medidas do governo atual
Pela quarta vez, titulares de gestões passadas se unem contra medidas do governo atual
Fonte: Folha de S. Paulo
Os jovens brasileiros se interessam por ciência e acham que o governo deveria aumentar ou manter investimentos na área,mas pouco sabem sobre o assunto. Tanto que87% não conseguiramcitar uma única instituição nacional de pesquisa e 93% não souberam citaro nome de algum cientista brasileiro, segundo pesquisa da INCT-CPCT (Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia)divulgada no início desta semana.A pesquisa ouviu 2.206 jovens entre os 15 e 24 anos em todo o Brasil. Ciência e tecnologia estão entre os assuntos pelos quaisa juventude mais tem interesse, com 67% dos entrevistados afirmando a importância do tema. Só ficam na frente ambiente (80%), medicina e saúde (74%) e religião (67%).
O desconhecimento dos jovens sobre ciência fica claro quando questionados sobre temas importantes da atualidade. Para 54% dos entrevistados, os cientistas podem estar exagerando quanto aos efeitos das mudanças climáticas. Outros 40% não concordam que os humanos evoluíram e descendem de outros animais. E, por fim, 25% dizem acreditar que vacinar crianças pode ser perigoso.
Para ter contato com temas científicos, os jovens usam principalmente o Google e redes sociais, como Youtube, WhatsApp, Facebook e Instagram.
Além disso, a maior parte dos entrevistados (68%) diz achar impossíveloudifícil distinguir se uma notícia relacionada à ciência é verdadeira. Contudo, os jovens afirmam que nunca ou com pouca frequência recebem notícias que acham que poderiam ser falsas.
Segundo as respostas obtidas pela pesquisa, as fontes de informação mais confiáveis seriam professores, médicos e cientistas de universidades públicas.
Jornalistas são considerados como confiáveis por 24% dos entrevistados e como menos confiáveis por cerca de 26%.
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- 26/06/2019 - Obras de Angra 3 só serão retomadas em 2020, diz ministro de Minas e EnergiaBento Albuquerque vinha prevendo a retomada das obras para o segundo semestre de 2019. Alvo de denúncias, usina nuclear está com as obras paralisadas desde 2015.
Bento Albuquerque vinha prevendo a retomada das obras para o segundo semestre de 2019. Alvo de denúncias, usina nuclear está com as obras paralisadas desde 2015.
Fonte: G1
Por Laís Lis, G1— Brasília
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quarta-feira (26) que errou na previsão inicial e que as obras da Usina Nuclear Angra 3, no litoral sul do Rio de Janeiro, só devem ser retomadas em 2020. Quando assumiu o ministério, ele havia dito que as obras da usina seriam iniciadas no segundo semestre de 2019.
Alvo de escândalos de corrupção, a usina de Angra 3 está com as obras paralisadas desde 2015. A usina nuclear está no centro das investigações que chegaram a levar para a prisão o ex-presidente Michel Temer e o ex-ministro de Minas e Energia Moreira Franco.
"Isso aí foi um erro meu, eu acreditava que as obras poderiam ser iniciadas no segundo semestre, mas não, elas vão começar no início de 2020 e vamos viabilizar isso no segundo semestre deste ano", afirmou o ministro após participar de uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
Segundo Albuquerque, o governo deve fechar até o final de julho o modelo que será usado para a escolha do parceiro privado que entrará como sócio da Eletronuclear para ajudar na conclusão das obras da usina.
Esse parceiro seria sócio da Eletronuclear, já que a Constituição determina que a exploração, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares são de monopólio da União. Por isso, só uma estatal poderia estar à frente da construção e operação da usina nuclear. -
- 25/06/2019 - Obras de reparo em barragem de rejeitos de lixo nuclear são concluídas na INB, em Caldas, MGSegundo empresa, obras ficaram prontas no último dia 19; estudo apontou que sistema estava comprometido.
Segundo empresa, obras ficaram prontas no último dia 19; estudo apontou que sistema estava comprometido.
Fonte: G1
A INB (Indústrias Nucleares do Brasil) informou nesta terça-feira (25) que foram concluídas as obras na barragem de rejeitos da empresa em Caldas (MG). O novo sistema extravasor na barragem de tratamento de minérios da INB ficou pronto no último dia 19.
Um estudo realizado no ano passado pela Universidade Federal de Ouro Preto apontou que o sistema estava seriamente comprometido devido a infiltrações e que a barragem apresentava riscos de ruptura.
No mês passado, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) divulgou um plano de ação para o controle regulatório da barragem de rejeitos da INB. Conforme o plano, o órgão deverá atualizar a regulamentação relativa à segurança dos sistemas de barragens de rejeitos da unidade para adequá-la à Política Nacional de Segurança das Barragens.
TAC do MPF
No início do mês, uma reunião entre o Ministério Público Federal e representantes da CNEN e da INB, decidiu que dois termos de ajustamento de conduta (TACs) seriam feitos para a INB e para o Cnen.
Segundo o Ministério Público Federal, o primeiro plano de emergência apresentado pela INB não atendeu recomendações feitas pelo órgão. Conforme o MPF, o documento não previu, por exemplo, a realização de simulados de situações de emergência em conjunto com prefeituras, Defesa Civil, equipe de segurança da barragem, empregados do empreendimento e população compreendida na Zona de Autossalvamento (ZAS).
INB em Caldas e a barragem
A área conta com o parque industrial desativado, bacia de rejeitos e de águas claras, depósito de armazenamento de materiais radioativos (com aproximadamente 12 mil toneladas de torta 2, formada por urânio e tório concentrados), além dos laboratórios de análise e área administrativa. A área total da unidade é de 1.350 hectares.
Entre 1982 e 1995, foram produzidas 1,2 mil toneladas de concentrado de urânio (também conhecido como yellowcake). Atualmente, a antiga mina a céu aberto deu lugar a um enorme lago de águas ácidas, que se formou no fundo dela, com cerca de 180 metros de profundidade e 1,2 mil metros de diâmetro.
Segundo a empresa, o plano para descomissionar a área foi apresentado para o Ibama em 2011. No ano seguinte, ele foi aprovado e seguiu para o CNEN. Agora o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, como é chamado, está em andamento "com medidas que visam garantir a segurança do trabalhador, da população e do meio ambiente".
Riscos
Além da barragem de rejeitos, a área da INB em Caldas conta ainda com a Barragem de Águas Claras, que é maior e era utilizada nos processos realizados no local. Em caso de rompimentos, além de afetar diretamente os moradores da região, as duas barragens atingiriam rios que cortam a região.
A de rejeitos, cairia no Ribeirão Soberbo e seguiria até o Rio Verde, depois chegando à cidade de Caldas. Já a Represa de Águas Claras atingiria o Ribeirão das Antas e seguiria cerca de 25 km até Poços de Caldas.
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- 25/06/2019 - Pós-doutorado em aceleração de partículas com Bolsa da FAPESPBolsista participará no Ipen de projeto de pesquisa para desenvolvimento de aceleradores compactos de partículas a laser
Bolsista participará no Ipen de projeto de pesquisa para desenvolvimento de aceleradores compactos de partículas a laser
Fonte: Agência FAPESP
O projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”, coordenado pelo professor Marcelo Linardi, dispõe de uma oportunidade de pós-doutorado com Bolsa da FAPESP. O prazo de inscrição termina no dia 30 de junho de 2019.
O projeto conta com uma equipe multidisciplinar que inclui pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e da University of Nebraska-Lincoln. Eles estão voltados ao desenvolvimento de aceleradores compactos de partículas a laser, elétrons e prótons, e às radiações induzidas por esses feixes.
Métodos de detecção de feixes de partículas deverão ser desenvolvidos. Os feixes formados nesses plasmas serão caracterizados pela divergência e monocromaticidade. Em particular, pretende-se acelerar prótons e/ou elétrons para atingir energias cinéticas de uma dezena de MeV.
O candidato deverá ter familiaridade experimental para atuar em uma ou mais das seguintes áreas: lasers de alta intensidade; plasmas induzidos por lasers, wakefield e formação de campos intensos em plasmas de densidade subcrítica ou próxima da crítica, tanto em meios sólidos, líquidos e gasosos. É desejável experiência em produção de alvos gasosos ou líquidos para interações laser-plasma com perfil de densidade controlado e ajustável.É recomendável que o candidato possua doutorado em lasers de alta intensidade e suas aplicações, com forte histórico de publicações.
O candidato deverá enviar link do currículo Lattes, Myhttp://www.fapesp.br/bolsas/pd Citation (Google Scholar), descrição de atividades de pesquisa desenvolvidas até o presente e projeto de pesquisa para o e-mail egp01@ipen.br, com o título "Bolsa - PD Temático - Aceleração - LWPA”.
Mais informações sobre a vaga estão disponíveis em: www.fapesp.br/oportunidades/2876.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 24/06/2019 - Grupo tenta viabilizar memorial de acidente com Césio 137 em GoiâniaUm projeto nascido de uma parceria entre o meio acadêmico e a comunidade do Setor Aeroporto deu forma à intenção de resgatar a memória da tragédia com o Césio 137, em 1987, e transformar a área do lote 30, na Rua 26-A, que foi um dos locais centrais do acidente, ocorrido em Goiânia. No último dia 31 de maio, foi apresentada a proposta do Memorial Césio 137, desenvolvido por estudantes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) a pedido da Associação dos Moradores do Setor Aeroporto (Amsa). Com maquete e parte logística também definida, a concretização dependerá, agora, da obtenção de recursos financeiros.
Um projeto nascido de uma parceria entre o meio acadêmico e a comunidade do Setor Aeroporto deu forma à intenção de resgatar a memória da tragédia com o Césio 137, em 1987, e transformar a área do lote 30, na Rua 26-A, que foi um dos locais centrais do acidente, ocorrido em Goiânia. No último dia 31 de maio, foi apresentada a proposta do Memorial Césio 137, desenvolvido por estudantes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) a pedido da Associação dos Moradores do Setor Aeroporto (Amsa). Com maquete e parte logística também definida, a concretização dependerá, agora, da obtenção de recursos financeiros.
Fonte: O Popular (Goiânia)
Durante quase 32 anos, o acidente radiológico, ocorrido em setembro de 1987, motivou diversas iniciativas semelhantes, nunca tiradas do papel. Em abril do ano passado, a Amsa buscou a Escola de Artes e Arquitetura da instituição de ensino, que, por meio do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Emau), levantou dados, realizou estudos, analisou o espaço e as demandas dos moradores e elaborou o que pode se tornar um espaço de visitação e permanência, com inspiração em memoriais como o do Holocausto, em Berlim, capital da Alemanha, e o de 11 de Setembro, em Nova Iorque, nos Estados Unidos."Para a comunidade, este projeto vai reunir todas as informações do acidente radiológico em um só lugar. Hoje, as pessoas que vêm de fora chegam ao Setor Aeroporto para ver o local em que a cápsula foi aberta e não encontram nada lá”, explica Lourival Rocha dos Santos, presidente da Associação. "O que a gente está planejando é justamente para mudar isso e auxiliar escolas e turistas, por exemplo. O intuito é promover o registro e o resgate histórico desse fato que aconteceu”, complementa.
Hoje chamada Rua Francisca da Costa Cunha, a Rua 26-A era a via onde ficava o ferro-velho de Devair Alves Ferreira, para onde parte da peça com a fonte de césio foi levada (veja quadro). Ali, dois de seus funcionários, Israel Batista dos Santos e Admilson Alves de Souza, a manusearam e foram contaminados. De lá, Devair levou o pó de césio para parentes e amigos, ampliando o rastro de radioatividade.
O local, que atualmente é um lote vazio com chão concretado, pode abrigar um edifício, segundo o projeto. "Um memorial é diferente de um museu. O museu é um repositório de alguns elementos, enquanto o memorial é um edifício que conta a história”, explica o professor Frederico André Rabelo, da Escola de Artes e Arquitetura da PUC Goiás e um dos orientadores do Emau.
Significado
De acordo com Rabelo, o projeto do Memorial Césio 137 busca trabalhar a ideia da dispersão do material radioativo após a fragmentação da cápsula, ocorrida no ferro-velho de Devair, que ali se localizava. O local está ao centro de outros pontos da capital que também foram envolvidos no acidente, como, por exemplo, o Estádio Olímpico, onde ocorreu a triagem da população, e o prédio da Vigilância Sanitária de Goiânia, para onde a peça foi levada para análise.
No projeto, as paredes do edifício foram planejadas e posicionadas a fim de que possam apontar em direção dos locais envolvidos na tragédia. Os materiais que serão utilizados para produzi-las também farão referência aos acontecimentos ali vividos, segundo o professor. Na parede que fará referência ao depósito de rejeitos de Abadia de Goiás, por exemplo, devem ser utilizadas chapas amarelas, em referência aos tambores em que objetos contaminados foram abrigados. "A ideia é que isso também seja explicado por um guia”, diz Rabelo. "Haverá espaços de permanência, em que as escolas podem levar alunos para visitar. Haverá um anfiteatro, que também poderá ser usado, além de salas para exposições temporárias”, acrescenta.
Recursos
Segundo o presidente da Amsa, Lourival Rocha dos Santos, o projeto será apresentado ao proprietário do terreno, que pretende doá-lo para a iniciativa. Para que tudo possa sair do papel, porém, ainda será necessário captar recursos. Santos afirma que a entidade apresentará a proposta ao governo do Estado e buscará parcerias na iniciativa privada. A partir disso, segundo o professor Frederico Rabelo, o projeto executivo, com aspectos complementares à criação e à concepção, será concluído e colocado em prática.
Locais afetados por tragédia ainda são monitorados
Desde 1987, os principais locais afetados pelo acidente radiológico com o Césio 137 são monitorados periodicamente pelo Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Em Goiânia, são sete os focos principais abrangidos pelo Monitoramento Radiológico Ambiental do Acidente, que realizou sua descontaminação e que analisa amostras de solo e de vegetação, por exemplo. As informações, colhidas trimestralmente, dão origem a relatórios anuais. "Todos os monitoramentos realizados até a presente data reafirmam níveis seguros em relação a essa segurança radiológica”, diz o órgão.
Os sete pontos acompanhados ficam nos setores Central, Aeroporto, Norte Ferroviário e dos Funcionários. Entre eles, está o terreno da Rua 26-A. Atualmente, segundo a unidade, não há restrições de uso das áreas monitoradas e não há proibição para escavações e construções, por exemplo. "O CRCN-CO apenas solicita que seja informado quando ações deste tipo venham a ocorrer para que acompanhe e monitore o local, assegurando que os níveis de radiação dos locais estejam dentro dos valores de medições reais estabelecidos em normas nacionais, sem oferecer riscos à população e não causar pânico por informações improcedentes oriundas de pessoas ou organizações descredenciadas”, explica o Centro Regional, que enviou nota em resposta ao POPULAR.
A unidade da Cnen afirma estar ciente do projeto de construção do Memorial Césio 137 e diz que irá acompanhar suas etapas iniciais para garantir a segurança da obra.
Falta de cuidado com memória é tema de pesquisa
A construção de um memorial que resgate os registros do acidente radiológico ocorrido em Goiânia é vista com bons olhos pela pesquisadora Célia Helena Vasconcelos, mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Foi a partir de sua percepção sobre a falta de registros da tragédia pela cidade que ela decidiu desenvolver uma pesquisa sobre o silenciamento da história.
Tudo começou quando um grafite em um muro da Rua 57, no Setor Aeroporto, onde antes havia a casa do catador Roberto dos Santos Alves. O local foi o primeiro para onde a cápsula de césio foi levada. A arte narrava o acontecimento do acidente. "O meu projeto era observar a história contada por intermédio de grafites. Lá havia esse grafite, mas não encontrei nenhum outro trabalho relacionado. Nossos muros estavam completamente em silêncio”, relembra ela, que diz não ter encontrado nada também em Abadia de Goiás, cidade em que há o depósito de rejeitos.
Para a pesquisadora, chama a atenção o fato de nenhum dos lugares que protagonizaram a tragédia estejam sinalizados como tal. Ela menciona o antigo prédio do Instituto Goiano de Radioterapia (IGR), na Avenida Paranaíba, onde foi encontrada a cápsula e que hoje abriga o Centro de Convenções; e também o Estádio Olímpico, onde houve a triagem da população. "É uma história de grande proporção. Não é qualquer coisa que está sendo silenciada”, afirma.
Diante disso, uma iniciativa como a apresentada pode representar a mudança, na visão de Célia. "As pessoas teriam acesso facilitado à informação. Preservar a nossa história e o nosso passado é muito importante”, argumenta. "A preservação da história é importante até mesmo para que o acidente não se repita”, complementa.
Entre os pontos de maior preocupação da pesquisadora quanto ao silenciamento da memória está a mudança dos nomes de alguns espaços de Goiânia. Dois pontos principais da trajetória do césio, as ruas 57 e 26-A foram renomeados. Em 2016, a primeira passou a se chamar Rua Paulo Henrique de Andrade. A outra, por sua vez, sofreu a mudança mais drástica e hoje se tornou a Rua Francisca da Costa Cunha - Dona Tita.
Inaugurado em 1988 pelo Estado de Goiás, a Fundação Leide das Neves Ferreira (Funleide) também passou por mudanças. O nome era uma referência à menina de 6 anos que morreu após ingerir pó de césio e se tornou vítima-símbolo do acidente. Em 1999, a Funleide foi extinta e a Superintendência Leide das Neves Ferreira (Suleide) foi
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- 23/06/2019 - Tudo o que você precisa saber sobre as usinas nucleares de Angra 1 e 2, e por que são diferentes de ChernobylA recém-lançada série de TV "Chernobyl", sobre um dos piores acidentes nucleares no mundo, na usina nuclear de mesmo nome, na Ucrânia Soviética, em 1986, fez alguns telespectadores brasileiros questionarem como é a produção de energia nuclear no Brasil, na Central Nuclear em Angra dos Reis (RJ).
A recém-lançada série de TV "Chernobyl", sobre um dos piores acidentes nucleares no mundo, na usina nuclear de mesmo nome, na Ucrânia Soviética, em 1986, fez alguns telespectadores brasileiros questionarem como é a produção de energia nuclear no Brasil, na Central Nuclear em Angra dos Reis (RJ).
Fonte: Portal G1
A recém-lançada série de TV "Chernobyl", sobre um dos piores acidentes nucleares no mundo, na usina de mesmo nome, na Ucrânia Soviética, em 1986, fez telespectadores brasileiros questionarem como é a produção de energia nuclear no Brasil, na Central Nuclear em Angra dos Reis (RJ)."Terminei Chernobyl e estou tentando não surtar por morar perto das usinas de Angra dos Reis", escreveu uma pessoa no Twitter. "Assisti Chernobyl ontem, mas algo agora me assola: quais reatores são usados nas usinas de Angra 1 e 2?", disse outra. "Depois de ver Chernobyl, só consigo pensar que nós temos Angra."
"O tema nuclear inspira um profundo medo na sociedade, o que amplifica muito a percepção dos reais riscos", pondera Leonam dos Santos Guimarães, presidente da Eletronuclear, responsável pelas usinas nucleares do Brasil e subsidiária da Eletrobras, controlada pelo governo federal.
"Isso ocorre porque (a tecnologia nuclear) teve o pior marketing da história. Foi apresentada à humanidade através do holocausto de Hiroshima e Nagasaki (cidades japonesas onde os Estados Unidos lançaram bombas atômicas, em 1945). Logo a seguir veio a Guerra Fria, com ameaça de destruição em larga escala com bombas nucleares", diz Guimarães.
Como, então, é a produção de energia nuclear no Brasil? Por que as usinas estão localizadas em Angra dos Reis, área turística com floresta e mar exuberantes entre São Paulo e Rio de Janeiro, as cidades mais populosas do Brasil? E quais são as medidas de segurança tomadas para evitar um acidente nuclear, como o retratado pela série produzida pela HBO?
Chance de acidente é muito baixa, mas impactos seriam graves
O Brasil tem apenas duas usinas nucleares, Angra 1 e Angra 2, responsáveis pela produção de 3% da energia consumida no país - para comparação, a usina hidrelétrica de Itaipu gera 15%.
Angra 1 entrou em operação comercial em 1985 e, Angra 2, em 2001. A construção de uma terceira usina, Angra 3, foi iniciada há 35 anos, tem 62% das obras executadas, mas atualmente o canteiro encontra-se paralisado.
A instalação das usinas em Angra levou em conta justamente a proximidade tanto do Rio como de São Paulo. Dessa forma, é mais fácil transmitir a energia produzida para os grandes centros de consumo. Além disso, estar perto do mar é importante, já que é preciso muita água para resfriar o sistema - vale dizer que essa água não entra em contato com a radioatividade.
Em uma usina nuclear, a energia é gerada pelo processo de fissão nuclear do urânio - ou seja, a quebra dos átomos - que ocorre dentro de uma estrutura chamada de reator.
Uma pequena pastilha de urânio enriquecido, com o tamanho de uma bala, é capaz de produzir a mesma eletricidade que 22 caminhões tanques de óleo diesel. "O combustível nuclear é o mais denso que o homem pode utilizar, ou seja, uma pequena quantidade produz muita energia", explica Guimarães.
O combustível usado no reator é formado por centenas dessas pastilhas. É um material radioativo, que se torna ainda mais radioativo com o processo de fissão.
"Um acidente nuclear é basicamente o vazamento do material radioativo", explica Roberto Schaeffer, professor do Programa de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "É muito mais provável que outras barragens no Brasil se rompam do que ocorra um acidente em Angra. Ainda assim, me assusta mais um acidente em Angra, devido à possível severidade", opina.
Segundo Guimarães, "a prática da indústria prevê uma probabilidade de acidente severo, com liberação de material radioativo para o ambiente, na ordem de um a cada um milhão de anos".
O físico e mestre em engenharia nuclear Luiz Pinguelli Rosa, professor emérito do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ, reconhece que existem diversos dispositivos para evitar que material radioativo vaze para o meio ambiente. "Mas (essa tecnologia) falhou em Three Mile Island (acidente nuclear nos Estados Unidos, em 1979), em Chernobyl e em Fukushima (acidente nuclear no Japão, em 2011). Desde então houve um avanço, mas não foi definitivo", avalia.
Angra 1 e Angra 2 têm reatores diferentes do usado em Chernobyl
As usinas brasileiras são de um tipo diferente de Chernobyl. O reator usado em Angra 1 e Angra 2 é chamado PWR, onde o processo de fissão é controlado com água pressurizada. É o tipo de reator mais utilizado no mundo.
Já o reator de Chernobyl usava grafite para controlar o processo. Depois de uma explosão de vapor, o grafite incendiou, enviando radioatividade para atmosfera. O fogo demorou oito dias para ser controlado.
"São tecnologias completamente diferentes. O acidente que ocorreu em Chernobyl é impossível de ocorrer em um reator PWR, porque água não pega fogo", explica Pinguelli.
"O que pode ocorrer (no reator PWR) é uma explosão de vapor, que espalhe material radioativo no ambiente", completa o pesquisador. Há uma série de procedimentos de segurança para evitar que uma explosão como essa ocorra. Por isso, é algo "muito pouco provável, mas não quer dizer que seja impossível".
Caso algo ocorra, o sistema conta com barreiras de contenção sucessivas, para que o material radioativo não se espalhe para o ambiente externo. Em usinas como as de Angra, a quantidade dessas barreiras de contenção é superior à que existia em Chernobyl.
Primeiro, as pastilhas combustíveis têm uma estrutura molecular de barreira, para reter os produtos gerados na fissão, que são radioativos. Essas pastilhas, por sua vez, ficam dentro de um tubo feito de uma liga metálica especial, que também visa bloquear a saída de radiação.
Os tubos são posicionados no interior do vaso reator, feito de três centímetros de aço especial "projetado para resistir ao mais sério acidente", segundo a Eletronuclear.
Em Angra 1, só a tampa do reator pesa cerca de 40 toneladas. Ela teve que ser trocada, porque se descobriu que o material de que era feita era suscetível à corrosão sob tensão. Não havia nenhum sinal de deterioração, mas por medida de segurança, foi substituída.
Por fim, o reator está dentro de uma estrutura com de 70 centímetros de concreto e uma camada de aço.
Outro tipo de acidente possível - embora também seja improvável - é qualquer situação externa que comprometa a estrutura onde fica o reator, comprometendo as barreiras de contenção.
É o caso de uma queda de avião no local. "A região de Angra está em uma das rotas de aviação mais movimentadas do mundo (a ponte aérea Rio-São Paulo). Então, existe o risco de um avião cair ali", diz Schaeffer. Por exemplo, a rota aérea entre o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, e o Aeroporto de Galeão, no Rio de Janeiro, passa a cerca de quatro quilômetros de Angra 1 e Angra 2 - segundo os trajetos exibidos no site FlightRadar24.com.
Um terremoto ou maremoto nas proximidades também poderia abalar as estruturas do reator. É o que ocorreu com a usina de Fukushima, o maior acidente nuclear desde Chernobyl. Após um maremoto, foi formado um tsunami, que atingiu a usina, comprometendo sua estrutura e espalhando material radioativo.
O Brasil, porém, não tem histórico de terremotos e maremotos. Mesmo assim, após o acidente de Fukushima, a Eletronuclear fez verificações de segurança em Angra, reavaliando a capacidade da estrutura de lidar com intempéries naturais.
Combustível usado continua radioativo e precisa ser armazenado
Em uma usina nuclear, o reator não é o único local com material radioativo.
Depois de usado, o combustível continua extremamente radioativo. Por isso, precisa ser armazenado em condições especiais, para evitar vazamento e contaminação. Não se sabe por quanto tempo esse material permanece perigoso - o prazo pode chegar a 200 mil anos.
"É preciso tomar conta do combustível nuclear usado, como uma babá cuida de um bebê, por milhares de anos. Nesse prazo, há sempre o risco de algo acontecer. É uma maldade com gerações futuras", opina Schaeffer.
Então, o que é feito com esse combustível usado e radioativo? "Quando o combustível sai do reator, ele é tão perigoso, que não é possível transportá-lo. Então, a solução é fazer o armazenamento ao lado do reator", explica Pinguelli.
Dessa forma, todo o combustível já usado ao longo dos 34 anos de operação de Angra 1 e 18 anos de Angra 2 está armazenado na Central Nuclear de Angra dos Reis. São colocados em duas piscinas profundas, cheias de água, constantemente monitoradas, localizadas dentro das barreiras de contenção que também protegem o reator.
"Hoje, temos 1.800 elementos combustíveis nas piscinas de armazenagem. Juntas, as duas piscinas não chegam a uma semi-olímpica", explica o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães.
"O armazenamento do combustível de alta radioatividade em piscinas não é uma boa solução. Era para serem depósitos provisórios. Mas, até hoje, não há uma solução adequada e definitiva. Esse não é um problema exclusivo dos brasileiros, mas dos americanos, europeus...", fala Pinguelli.
Já Guimarães, da Eletronuclear, argumenta que alguns países, como França e Rússia, estão conseguindo reciclar até 90% do combustível usado - o restante ainda deve ser estocado a longuíssimo prazo. A seguir, esse novo composto reciclado é reutilizado no reator. "Mas não é algo disseminado, porque é mais caro que um combustível novo."
De todo modo, defende Guimarães, essa reciclagem pode vir a ser feita no futuro. Assim, "em vez de ver o combustível usado como um legado negativo para futuras gerações, se armazenado de forma segura, é um legado positivo", já que poderá ser usado para produzir energia novamente.
Plano de emergência prevê evacuação de raio de 3 km
Caso as medidas de segurança e barreiras de contenção não sejam capazes de conter um vazamento, entra em ação o plano de emergência. Ele estabelece diferentes raios de ação, dependendo da gravidade do acidente.
O primeiro raio é de 3 km ao redor da Central Nuclear, englobando uma pequena vila de trabalhadores de Angra 1 e Angra 2, chamada de Praia Brava, e alguns pontos da Estação Ecológica de Tamoios - afetando em torno de 2.000 pessoas.
A cada dois anos, são realizados treinamentos de evacuação de emergência nessa área, diz a Eletronuclear. Esses testes contam com a participação do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, além da Defesa Civil do Rio de Janeiro.
Em situações mais graves, o raio de ações de emergência subiria para até 15 quilômetros, o que inclui parte da cidade de Angra dos Reis, a Praia de Tarituba em Paraty, e outros trechos da Estação Ecológica de Tamoios.
"Um acidente de média proporção poderia espalhar (radiação) por um raio maior do que isso. Mas não chegaria a São Paulo e Rio de Janeiro", explica o professor Pinguelli.
No caso de Chernobyl, a radiação se espalhou por diversos pontos da Europa. Isso ocorreu, em parte, devido ao incêndio prolongado e a condições atmosféricas desfavoráveis, que levaram a radiação para longe. A cidade de Pripyat, a cerca de 4 km da usina nuclear, foi evacuada. Até hoje, mais de três décadas após o acidente, existe uma zona de exclusão de 30 km ao redor de Chernobyl, onde é proibido viver.
Além do plano de emergência, a Eletronuclear monitora os níveis de radiação no meio ambiente ao redor das usinas. As conclusões, até agora, são que não houve alterações.
Energia que não produz carbono, mas gera lixo radioativo
Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia do governo de Jair Bolsonaro, já declarou que Angra 3 "é um projeto prioritário". Para finalizá-lo, são necessários cerca de R$ 15 bilhões. Nesse momento, a Eletronorte está estruturando alternativas para financiar o empreendimento.
"Esperamos que no final do ano que vem possamos retomar as obras no canteiro. A previsão de entrada em operação comercial de Angra 3 é 2026", diz Leonam Guimarães, presidente da empresa - um de seus antecessores no cargo, Othon Luiz Pinheiro da Silva, foi preso no âmbito da Operação Lava Jato, acusado de corrupção durante as obras de Angra 3.
A nova usina é considerada "irmã gêmea" de Angra 2. "É como se você fosse comprar um carro zero quilômetro e escolhesse um Opala. Ele é novo, nunca foi usado, mas não tem a tecnologia de hoje, não tem Airbag, por exemplo. Então, Angra 3 é uma usina nova, com tecnologia velha", diz Schaeffer.
Porém, Guimarães explica que o projeto de Angra 3 foi sendo atualizado ao longo dos anos. Por exemplo, seu controle será digital, ao contrário de Angra 2, que é analógico. De certa forma, seria como acrescentar um Airbag no Opala.
"Não podemos dizer que o Brasil está defasado. Na verdade, o mundo todo está. A tecnologia nuclear é uma tecnologia antiga, velha. Experimentou muito avanço durante algumas décadas, depois não mais", afirma Pinguelli.
A maior parte das usinas nucleares foi construída entre os anos 1970 e 1980. Com uma vida útil média de 40 anos, muitas delas estão próximas do fim da sua operação. "Nesse momento, a indústria nuclear mundial está diminuindo e não crescendo. O motivo é que mais usinas antigas estão sendo aposentadas, porque já atingiram sua vida útil, do que usinas estão sendo construídas", fala Schaeffer.
Se por um lado algumas usinas estão se aposentando, outras estão pedindo a expansão da licença de operação para mais 20 anos. É o que deve ocorrer com Angra 1 em um futuro próximo. Em 2024, expira a licença da usina. No final deste ano, a Eletronuclear espera dar entrada em uma solicitação de extensão das atividades por duas décadas.
Além da conclusão de Angra 3, a Eletronuclear e alguns especialistas em energia defendem a construção de novas usinas nucleares no Brasil.
Um dos principais argumentos é que o Brasil é um dos poucos países do mundo com condições de atuar em todo o processo de produção de energia atômica: possui uma das maiores reservas de urânio do mundo (localizadas na Bahia), tem tecnologia para enriquecer o material (no município fluminense de Resende) e possui usinas há mais de três décadas. "Só Brasil, Estados Unidos e Rússia reúnem essas três condições", fala Guimarães.
Outro argumento pró-usinas nucleares é que, assim como as fontes renováveis, elas não geram gases causadores de efeito estufa. Por outro lado, ao contrário das renováveis, não dependem de condições climáticas. Ou seja, sem vento, sem sol ou com queda dos níveis dos rios, a produção de energia eólica, solar e hidrelétrica pode diminuir. Já a nuclear é capaz de funcionar continuamente.
"Se queremos descarbonizar a geração elétrica, temos que combinar as duas tecnologias disponíveis: as renováveis, que são intermitentes, e a nuclear, que consegue produzir energia o tempo todo", defende o presidente da Eletronuclear.
Já entre os argumentos contrários está o preço elevado da energia nuclear - a energia de Angra 3 deve ser mais cara até do que a geração solar. Entre os fatores que encarecem a produção estão, inclusive, as elevadas exigências de segurança. Além disso, pesam contra a energia nuclear os riscos de acidentes e a geração de um lixo radiativo que precisa ser armazenado e monitorado indefinidamente - por milhares de anos, considerando a tecnologia atual.
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- 20/06/2019 - Hospital de Amor de Barretos percorre país com carreta para detectar câncer de pulmãoVeículo possui tomógrafo altamente sensível, que emite 10 vezes menos radiação e detecta tumores em estágio inicial. Doença é segunda em incidência e mortalidade, diz Inca.
Veículo possui tomógrafo altamente sensível, que emite 10 vezes menos radiação e detecta tumores em estágio inicial. Doença é segunda em incidência e mortalidade, diz Inca.
Fonte: Canal G1 de Notícias - Ribeirão Preto
Referência em tratamento oncológico no país, o Hospital de Amor de Barretos (SP) projetou uma carreta que percorrerá o país realizando exames gratuitos para diagnóstico do câncer de pulmão, o segundo mais comum, tanto em incidência, quanto em mortalidade, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
O veículo é equipado com um aparelho de tomografia de alta tecnologia, capaz de detectar tumores em estágio inicial. O coordenador do Centro de Pesquisa Oncológica do hospital, Rui Reis, explicou que o equipamento emite dez vezes menos radiação do que um convencional. O resultado é emitido em 10 minutos.
"O câncer de pulmão, quando atendido no nosso hospital, 90% já estão em estágio avançado. Muitas vezes, até com metástase identificada. É um câncer silencioso, sem sintomas prévios. Então, a possibilidade de identificar em estágios iniciais é importante porque vai aumentar as chances de cura e de vida”, disse.
Segundo Reis, 80% dos tumores no pulmão são decorrentes do uso ou exposição ao tabaco. Além disso, tem mais chance de desenvolver esse tipo de câncer pessoas com idades entre 55 e 75 anos, e que fumam há mais de 15 anos. No ano passado, o Hospital de Amor atendeu 1,3 mil pacientes com a doença.
"Sabemos que o câncer de pulmão afeta mais os fumantes, mais associado ao homem e à mulher que tem menos interesse em se dirigir aos hospitais, a fazer exames de rastreamento. Então, ter uma unidade móvel pode facilitar esse acesso a um método de rastreamento”, completou o médico.
Inicialmente, a carreta realizará testes em pacientes atendidos na rede pública em Barretos. Depois, o veículo segue para Campinas (SP) e só então percorrerá o país. A pesquisadora do Hospital de Amor Fabiana de Lima Vasquez explica que o exame também pode detectar outras doenças respiratórias graves.
"O paciente que fuma tem várias comorbidades, pode vir a ter várias doenças, além do câncer de pulmão. Ele pode ter doenças respiratórias, perda óssea, aumento da pressão arterial, que a gente detecta não na tomografia, mas no exame médico, quando ele vai nos procurar”, disse.
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- 18/06/2019 - Pós-doutorado em Bioengenharia com Bolsa da FapespBolsista participará no Ipen da elaboração de um banco de células e biomateriais esterilizados por radiação ionizante para enxerto cutâneo
Bolsista participará no Ipen da elaboração de um banco de células e biomateriais esterilizados por radiação ionizante para enxerto cutâneo
Fonte: Agência FAPESP
O projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”, que faz parte do Programa Modernização de Institutos Estaduais de Pesquisa da FAPESP, tem disponível uma bolsa de pós-doutorado.
As atividades do bolsista serão realizadas no Instituto Nacional de Pesquisas Energéticas (Ipen), em São Paulo. O pós-doutorando desenvolverá o subprojeto "Elaboração de biobanco e avaliação de biocompatibilidade em arcabouços constituídos de biomateriais produzidos e esterilizados por radiação ionizante”.
O objetivo geral do subprojeto, coordenado pela pesquisadora Monica Beatriz Mathor, consiste na "organização, catalogação e armazenagem de células isoladas de tecidos e comprovação de teoria de nicho compatível para a diferenciação de células mesenquimais na reconstrução dermo-epidérmica visando sua utilização como enxerto cutâneo”.
O candidato deve ter conhecimento e experiência prévia em: isolamento de células da pele e tecido adiposo; cultivo de células primárias; avaliação de testes de biocompatibilidade in vitro e in vivo e caracterização morfológica de células cultivadas.
A bolsa será concedida por 12 meses prorrogáveis por mais seis meses, com possibilidade de ser implementada uma bolsa BEPE – Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior, em que o candidato desenvolverá parte da pesquisa em instituição de referência no exterior. A instituição será escolhida pelo supervisor do estágio. Regras para a bolsa BEPE encontram-se em www.fapesp.br/bolsas/bpe.
Para fazer a inscrição o candidato deve apresentar currículo Lattes completo ou curriculum vitae, se estrangeiro; MyCitation (Google Scholar); proposta de projeto de pesquisa relacionado com o tema do projeto com no máximo 10 páginas, em português ou inglês, e carta de apresentação resumindo a razão de interesse na bolsa e experiência científica prévia.
Os documentos devem ser enviados para o e-mail egp01@ipen.br com o título: "Bolsa - PD Institucional - Biocompatibilidade”.
O prazo para envio das inscrições se encerrará em 23 de junho de 2019 às 17h. Para esclarecimentos e informações adicionais sobre o Programa de Pesquisa, entre em contato por meio do endereço mathor@ipen.br.
O resultado será divulgado no site do Ipen até o dia 28 de junho e a previsão do início das atividades é 1º de agosto.Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/2898.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP- Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades. -
- 18/06/2019 - Audiência pública debate questão nuclear nas usinas de AngraPrincipais assuntos foram as contrapartidas oferecidas para atividade da usina Angra 2 e a retomada das obras de Angra 3
Principais assuntos foram as contrapartidas oferecidas para atividade da usina Angra 2 e a retomada das obras de Angra 3
Fonte: Diário do ValeAngra dos Reis – Na manhã da última sexta-feira, 7 de junho, foi realizada no Plenário Presidente Benedito Adelino a audiência pública "Usina Nuclear – Destino do lixo radioativo; contrapartidas sociais e econômicas; fornecimento de energia elétrica nos limites do município e projetos sociais e econômicos para Angra 3”.
A reunião foi presidida pelo vereador Flavinho Araújo, cujo gabinete foi o responsável pela organização. Compuseram a mesa, ainda, o presidente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães,e o chefe do distrito de Angra dos Reis da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Jefferson Borges Araujo. Os vereadores Canindé do Social, Titi Brasil e Jane Veiga também marcaram presença.
Também estiveram presentes outros representantes da Eletronuclear e da prefeitura municipal, como o secretário executivo de Indústria e Comércio, Aurélio Marques, o secretário de Planejamento Estratégico, André Luis Pimenta, e o representante da Secretaria de Meio Ambiente, Felipe Mota.
EmpregabilidadeOs principais assuntos debatidos foram as contrapartidas oferecidas pela empresa para atividade da usina Angra 2 e a retomada das obras para a construção de Angra 3. Nesta, a principal questão levantada é a empregabilidade gerada, que deve, prioritariamente, ser ofertada aos moradores da cidade, que passa por um período complicado nesse aspecto.
‘No Rio de Janeiro, a indústria nuclear é muito importante em termos de geração de emprego e renda em especial porque toda a indústria está concentrada aqui. A única coisa que fica fora do estado são as minas que produzem o concentrado de urânio, o resto todo está no Rio de Janeiro, que às vezes não tem muita consciência. 40% da energia consumida no estado é nuclear, correspondentes a Angra 1 e 2. Se Angra 3 tivesse em operação hoje, seriam 70%”, esclareceu Guimarães.
Segundo o presidente da Eletronuclear, a retomada de Angra 3 não é um projeto simples, pois depende da reestruturação do financiamento dessa obra, que deve ser suficiente para cobrir o custo da obra até o final, garantindo que não seja novamente parada. A expectativa é que o retorno da construção aconteça no segundo semestre de 2021.
A promessa de geração de emprego mais imediata oferecida pela empresa ficará por conta da obra para construção da Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Elementos Combustíveis. O combustível atualmente é armazenado em piscinas dentro da própria usina. As obras têm previsão de início para o próximo mês e devem gerar de 200 a 250 postos de trabalho.
SegurançaOutra questão levantada na audiência está relacionada à segurança das usinas nucleares e ao plano de emergência para o caso de acidentes. "Existe um plano de emergência local, que é responsabilidade da Eletronuclear e existe um plano de emergência externo, que recebe diretrizes de um órgão chamado SIPRON, Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro, que está dentro do GSI, Gabinete de Segurança Institucional, então ele estabelece as regras do jogo. Estabelece que tem que ter um exercício anual, tem que ter treinamento, e a coordenação pela implementação desse plano é da defesa civil estadual”, esclareceu Jefferson Borges da CNEN. Ele explicou, ainda, que no caso de um acidente nuclear de grande porte, a primeira medida é uma evacuação da área no entorno da usina em até 5 km.
Ao final da audiência, foi aberto espaço ao público para que pudessem questionar o presidente da Eletronuclear sobre tópicos de interesse relacionados aos investimentos da empresa em educação, proteção ao meio ambiente e outras benfeitorias ao município em compensação pela instalação das usinas no território angrense.
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- 15/06/2019 - Equipes de proteção radiológica a postos em apoio à segurança radiológica durante a Copa AméricaFonte: DefesaTV
Já estão a postos as equipes CNEN que vão atuar em apoio à segurança radiológica da 46ª edição da Copa América, principal torneio de futebol masculino da América do Sul, realizado de 14 de junho a 7 de julho no Brasil. Profissionais do IRD e de outras três unidades de pesquisa da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) vão trabalhar no apoio à pronta resposta a emergências radiológicas. A coordenação das equipes cabe ao pesquisador Renato Di Prinzio, ex-diretor do IRD. Essa atividade fornece apoio às áreas de segurança e defesa em grandes eventos públicos.Diversos profissionais e áreas técnicas ficarão de prontidão durante a realização dos jogos, além do plantão normal já existente para atendimento a eventos de origem radiológica e nuclear. O torneio acontece nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador.
"O nosso suporte acontece em relação às forças de segurança pública. Temos um papel fundamental nessa segurança. A nossa especialização é identificar artefatos que possam causar uma liberação de material radioativo”, explica Prinzio. Ele destaca que o IRD é um núcleo no país com maior treinamento e expertise na organização a atendimento a grandes eventos. Os especialistas do instituto já participaram de muitos outros eventos promovidos pela Agência Internacional de Energia Atômica em vários países. O instituto participou inclusive da elaboração de documentos pela AIEA, identificando o que pode e deve ser feito em situações de emergência.
A estrutura montada para o torneio já foi utilizada durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Copa das Confederações, Copa do Mundo Fifa, Jornada Mundial da Juventude, visita do Papa Francisco ao Brasil, entre outros eventos que reuniram grande contingente de público. A preocupação com a segurança radiológica tornou-se mais intensa especialmente apósa ocorrência dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2011.
A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, onde está sediado o IRD, espera receber cerca de 220 mil turistas durante toda a competição. O Maracanã sediará cinco jogos, além de três partidas da primeira fase. O estádio será palco de um confronto das quartas de final e da grande decisão, no dia 7 de julho.
Texto: Lilian Bueno/ Ascom IRD
Foto: Luiz Tadeu Duarte/ IRD -
- 14/06/2019 - Central nuclear do nordeste trará benefícios sociais e econômicos para região, afirma especialista.Fonte: PetronotíciasPor Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br)
O governo animou o mercado com o anúncio feito recentemente sobre os estudos de um potencial sítio que poderia abrigar uma nova central nuclear no Brasil. Trata-se de uma área no município de Itacuruba (PE), com possibilidade de receber até seis plantas. O conselheiro técnico da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Carlos Mariz, foi um dos profissionais que trabalharam na avaliação da região, quando ainda era assistente da presidência da Eletronuclear. Ele destaca os aspectos positivos do sítio para receber uma nova central nuclear e também ressalta os benefícios socioeconômicos que este projeto poderia trazer para a região Nordeste. "Uma usina dessa vai demandar uma infraestrutura e muitos trabalhadores em torno da obra”, afirmou. Mariz será um dos palestrantes do "Fórum Internacional de Renováveis versus Nuclear”, organizado pela World Wind Energy Association, no dia 4 de julho, em Recife. No evento, ele falará sobre a proposta de levar a fonte nuclear para o Nordeste. "Esse projeto é um passo grande para desenvolver a região. Eu costumo dizer que Itacubura poderia ser a Suape do Sertão. Porque seria criado um polo em torno da usina, com indústrias e construções”, afirmou.
Gostaria que falasse um pouco sobre o tema da energia nuclear no Nordeste que irá abordar durante a palestra em Recife.
É importante caracterizar o papel da energia nuclear no mundo hoje, mostrando como a fonte está ao redor do planeta. Mas antes de falar especificamente sobre nuclear, preciso falar sobre a questão do sistema elétrico. O que fica sempre muito claro é que desenvolvimento econômico e geração de empregos estão associados a uma energia abundante, barata e confiável. Um país que tem essas três condições, tem a base para ter um desenvolvimento sustentável. É o que acontece na China hoje, por exemplo. Ela tem o maior programa nuclear do planeta, disparado. São 45 usinas em operação e outras 13 em construção. E ainda planeja fazer mais 170. O Brasil precisa aprender isso, dentro de suas características, para fazer algo parecido.
No Nordeste, temos um sistema baseado basicamente em hidrelétricas, eólicas, termelétricas e está sendo iniciando também um grande programa solar. Acontece que cada usina tem a sua característica. Por exemplo, eólica e solar são fontes intermitentes. E quanto maior um programa de fonte eólica na região, mais problemas de intermitência teremos, com quedas abruptas. Enquanto isso, o Rio São Francisco está cada vez mais restrito no que diz respeito a sua utilização para geração de energia elétrica.
O governo sinalizou que existe um estudo feito sobre um novo possível sítio no Nordeste. Poderia comentar sobre isso?
Eu fui coordenador regional da Eletronuclear no Nordeste. O Plano Nacional de Energia 2030 sinalizava 4 usinas nucleares no Brasil. Destas, duas eram no Nordeste e as outras no Sudeste. Por conta disso, foi criado aqui um escritório regional para fazer toda a parte de relação institucional e de troca de ideias. Os estudos de locação de sítio começaram no Nordeste, no final de 2009. Nós contratamos na época a Coppe/UFRJ, que trouxe uma metodologia de seleção de sítios baseada na EPRI (Electric Power Research Institute). São vários fatores necessários para se localizar um sítio, como disponibilidade de água, certa distância da população, estabilidade tectônica… enfim, todo um conglomerado de restrições.
E aqui na região Nordeste, fizemos uma pré-seleção de regiões às margens do Rio São Francisco, na Bahia, Alagoas, Sergipe e em Pernambuco. Até então, o trabalho foi todo feito sem visitas em campo. Depois, avançamos no passo seguinte que foi fazer as visitas em campo.
Aqui em Pernambuco, detectamos um lugar muito interessante, que é Itacuruba. Achamos o sítio muito bom, mas precisávamos de avaliação de outros especialistas. Trouxemos um dos maiores especialistas do mundo em escolha de sítios nucleares, que é o engenheiro Paul Rizzo. Estivemos na usina hidrelétrica de Paulo Afonso IV. Foi bem interessante porque o Paul Rizzo pôde observar a qualidade da rocha no local e fez a hipótese de que seria mesma encontrada em Itacubura. Com isso, ele reforçou a expectativa em relação ao sítio, porque o terreno oferecia uma boa base. Não é ideal escolher um terreno arenoso.
Que outros fatores contribuíram para a escolha desse sítio?
Havia uma restrição para que se escolhesse um sítio que comportasse seis usinas. Isso porque é um trabalho grande escolher um sítio para abrigar uma usina nuclear. Por isso, tem que existir a possibilidade de expandir a central, para que quando outras unidades forem construídas, não seja necessário escolher outro sítio.
Além disso, naquele local existe linha de transmissão passando perto, estradas, cidades com boa infraestrutura por perto, água, fundação… isso tudo é importante.
Quais serão os benefícios para o Nordeste caso esse projeto saia do papel?
Serão vários. O primeiro é de natureza energética. Quando existir uma central nuclear, a região passará a ter uma energia de base, que garantirá segurança energética. O Nordeste precisa de uma componente boa de base, dada a grande flutuação que tem ocorrido em virtude da geração de energias renováveis. O segundo benefício é do ponto de vista socioeconômico. Uma usina dessa vai demandar uma infraestrutura e muitos trabalhadores em torno da obra. Aquela região é relativamente carente. E sabemos que quando entramos com obras de usinas nucleares, há um benefício na estrutura do entorno, como estradas, hospitais, escolas, etc. Isso dará um grande impulso em toda a circunvizinhança.
Indo mais adiante, você terá toda a infraestrutura científica e de monitoramento ambiental que precisa ser montada no local. São equipes que sempre estarão monitorando o ar, a terra, a fauna, a flora, a água, etc. Isso dará um aumento de qualidade, no que diz respeito as informações sobre o ambiente.
Que outras vantagens o Nordeste passará a ter a partir do projeto?
Vou fazer um paralelo com a Coreia do Sul. Eles começaram a montar usinas nucleares na mesma época em que o Brasil começou a construir Angra 1. Sendo que eles continuaram construindo e fizeram 25 usinas. Nós ficamos com o nosso pequeno programa nuclear. A Coreia não apenas montou usinas, mas conseguir desenvolver áreas tecnológicas, como mecânica, eletrônica e química. Eles souberam absorver essa alta tecnologia que vem do fato de você construir e operar uma usina nuclear.
Esse projeto é um passo grande para desenvolver a região. Eu costumo dizer que Itacubura poderia ser a Suape do Sertão. Porque seria criado um polo em torno da usina, com indústrias e construções. É um projeto indutor de desenvolvimento, produzindo energia elétrica de qualidade para a região Nordeste e para o país.
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- 11/06/2019 - Decreto atualiza regulamentação de comitê do Programa Nuclear BrasileiroFonte: Estado de Minas
O governo federal editou um novo decreto para dispor sobre o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, órgão de assessoramento ao presidente da República destinado a estabelecer diretrizes e metas para o desenvolvimento do programa nuclear do País e supervisionar sua execução.
O comitê é composto pelos ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que é o coordenador, Casa Civil, Defesa, Relações Exteriores, Economia, Agricultura, Educação, Saúde, Minas e Energia, Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Meio Ambiente.
As reuniões do grupo ocorrem, em caráter ordinário, uma vez a cada semestre, de acordo com calendário anual fixado na última reunião do ano anterior, e, em caráter extraordinário, por convocação do seu coordenador.
A regulamentação atualizada sobre o comitê consta de decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira.
O ato revoga outros dois decretos sobre o assunto, de 2008 e de 2017. -
- 11/06/2019 - Governos defendem vigência de Tratado de Não Proliferação de Armas NuclearesFonte: UOL
Copenhague, 11 jun (EFE).- Representantes ministeriais de 16 países reunidos nesta terça-feira em Estocolmo (Suécia) defenderam a vigência do Tratado de Não Proliferação de Armas (TNP) em uma momento de "deterioração" da situação de segurança mundial.
O tratado, que completou 50 anos em 2018, ajudou a prevenir a propagação de armas nucleares, reduzir arsenais e facilitar o uso com fins pacíficos dessa energia, além de criar um sistema de controle e áreas livres de armamento, como consta de uma declaração distribuída ao final da reunião.
O encontro, batizado Reunião sobre Desarmamento de Estocolmo, teve as presenças dos secretário de Estado de Relações Exteriores da Espanha, Fernando Valenzuela, assim como representantes de Alemanha, Argentina, Canadá, Coreia do Sul, Cazaquistão, Etiópia, Finlândia, Holanda, Indonésia, Japão, Jordânia, Noruega, Nova Zelândia, Suécia e Suíça.
"O TNP foi indispensável para a paz e para a segurança global durante cinco décadas, juntos devemos garantir o seu futuro. Em menos de um ano, as partes signatárias se reunirão em Nova York para revisar a sua implementação e traçar o caminho posterior", lembrou a declaração.
Os países participantes do encontro advertiram para o risco de uma "corrida nuclear", defenderam a desnuclearização da Coreia do Norte e lamentaram que o pacto atômico com o Irã esteja em estado "precário".
Os Estados Unidos deixaram há um ano de forma unilateral o tratado nuclear de 2015 com o Irã assinado também por Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha, e voltaram a impor sanções ao governo iraniano, que recentemente exigiu que sejam facilitadas as suas transações financeiras e a venda do seu petróleo.
O ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, afirmou ontem em Teerã que a União Europeia tenta "compensar a retirada dos Estados Unidos" do pacto, mas reconheceu que "não pode fazer milagres".
Em 8 de maio, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, anunciou que o seu país suspendia a aplicação de alguns compromissos nucleares do tratado e que deixaria de cumprir com outras obrigações, como os limites para o nível de enriquecimento de urânio, se não fossem garantidos os seus interesses em um prazo de 60 dias. Este ultimato era dirigido principalmente à Europa, cujas medidas para resistir às sanções americanas, até agora, foram ineficazes. EFE -
- 10/06/2019 - Evento que celebrou o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, organizado pela OSA & SPIE no IPEN, é divulgado na Optics and Photonics NewsO encontro, realizado em 11 de fevereiro, antecipou o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 14 do mesmo mês.
O encontro, realizado em 11 de fevereiro, antecipou o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 14 do mesmo mês.
Fonte: Optics and Photonics News (OPN - https://www.osa-opn.org/home/ ) - Abril de 2019
O encontro, que reuniu destacadas pesquisadoras brasileiras, realizou-se no auditório Rômulo Ribeiro Pieroni, no IPEN.
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- 10/06/2019 - Copa América: agentes de segurança de Minas treinam para impedir ataques radioativosEvento esportivo começa de 14 e vai até 7 de julho; BH receberá cinco jogos
Evento esportivo começa de 14 e vai até 7 de julho; BH receberá cinco jogos
Fonte: O Estado de Minas
Agentes de segurança pública de Minas Gerais participaram de um treinamento, nesta quinta-feira, para uso de detectores de radiação e identificação de possíveis riscos de contaminação radiativa. As atividades têm como objetivo aprimorar a segurança em Belo Horizonte, durante a Copa América, realizada entre 14 de junho e 7 de julho - a capital mineira será palco de cinco partidas.
Ao todo, 30 profissionais da segurança - bombeiros, policiais civis, militares, federais, rodoviários federais e agentes penitenciários - participaram do treinamento. Representantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também estiveram presentes na capacitação.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), as atividades abordaram formas que extrapolam a ideia de que uma tragédia viria apenas de um ataque com material radioativo.
O curso é uma parceria entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública e o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear, localizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Para o sargento Telmo Lucas, do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) da Polícia Militar, a parceria complementa o trabalho de ação antibomba desenvolvido pela equipe, já que um explosivo pode conter material radioativo. "Trabalhamos com identificações físicas. A radiação é invisível aos olhos. Por isso, este trabalho conjunto é fundamental para uma atuação rápida, diante de uma situação suspeita”, diz o militar.
Conforme o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear, haverá uma equipe plantão durante todos os jogos da Copa América. A ideia é de que o grupo atue em conjunto com as forças policiais, conforme as demandas apresentadas.Suspeita
Encontrou um material estranho na rua e suspeita de vazamento de radiação? Quando isso acontecer, é necessário contatar a central de Emergência Radiológica da CDTN. O centro funciona 24 horas por dia, durante todos os dias - não só durante a Copa América. Os telefones são: (31) 98285-9744 ou (31) 981067718.
(Com informações da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais)
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie
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- 07/06/2019 - Leonam dos Santos Guimarães: O Estado e a Energia Nuclear - OpiniãoO estado mantém sua pujança na produção e exportação líquida de energia primária, notadamente no setor de petróleo, gás e seus derivados
O estado mantém sua pujança na produção e exportação líquida de energia primária, notadamente no setor de petróleo, gás e seus derivados
Fonte: Jornal O Dia
Socialmente e economicamente, o Rio de Janeiro com seus 17,2 milhões de habitantes é um importantíssimo estado brasileiro. É o terceiro estado mais populoso do país e participa com mais de 10% do Produto Interno Bruto Nacional.
O estado mantém sua pujança na produção e exportação líquida de energia primária, notadamente no setor de petróleo, gás e seus derivados, respondendo em 2017 por mais de 65% da produção nacional de hidrocarbonetos, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Esta produção já foi superior a 80%, fazendo com que o Rio de Janeiro seja chamado de a "Capital Nacional do Petróleo”.
Paradoxalmente, é um importador líquido de energia elétrica, o que, minimamente significa a perda de receitas provenientes de impostos que, caso o estado fosse autossuficiente na produção de energia elétrica, adiviriam pela comercialização da parcela que hoje o estado importa.
Com uma capacidade instalada de 8,5 GW, menos de 15% é proveniente de hidrelétricas que se localizam principalmente na bacia do rio Paraíba do Sul. Ocorre que o abastecimento de água da capital do estado é feito com as águas desse mesmo rio, o que cria várias restrições operativas para as usinas, fazendo com que não se priorize a produção de eletricidade por essa fonte.
Tendo em vista a alta produção de hidrocarbonetos pelo estado, a principal fonte para produção de energia elétrica é o gás natural, que responde por cerca de 60% da capacidade instalada no estado. Em segundo lugar vem a energia nuclear com as usinas Angra 1 e Angra 2, cuja potência total de 2.000 MW representa cerca de 30% da capacidade total instalada e respondem por mais de 40% da energia total consumida no Estado. Importante frisar que Angra 1 e Angra 2, devido aos seus altíssimos fatores de disponibilidade e segurança operacional, se colocam dentre as melhores no ranking das 450 usinas nucleares hoje em operação no mundo.
Na área nuclear, o Estado sedia os principais órgãos do setor. Em Itaguaí, a base naval para construção de submarinos da Marinha do Brasil, sendo fato relevante o lançamento do submarino convencional Riachuelo em dezembro de 2018. Está planejado para entrar em operação, já a próxima década, o primeiro submarinho brasileiro com propulsão nuclear, indubitavelmente o melhor meio naval para proteger nossa imensa costa litorânea de 7,5 Km, nosso mar territorial e as riquezas e biodiversidade de espécies alí contidas.
Na capital do Estado está sediado o órgão responsável pelo licenciamento e pelo estabelecimento dos protocolos de segurança nuclear, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), bem como dois dos seus principais institutos de pesquisa, IEN e IRD. Também na capital está instalada a Eletronuclear, empresa responsável pelo projeto, construção e operação de usinas nucleares no nosso país. Itaguaí abriga a gigante Nuclep, fábrica com capacidade de produzir os principais componentes pesados que equipam uma usina nuclear, bem como os cascos de submarinos e plataformas offshore para exploração de petróleo offshore. Em Resende temos as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pela lavra e beneficiamento do urânio e pela fabricação do combustível utilizado em usinas nucleares, aí incluindo e importantíssima etapa de enriquecimento do urânio, tecnologia dominada por pouquíssimos países no mundo. No município de Angra dos Reis está a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, com suas duas usinas, Angra 1 e Angra 2, e em futuro próximo Angra 3, cujo progresso de construção já ultrapassa 60%. Se Angra 3 já estivesse em operação, a energia nuclear responderia por cerca de 70% da eletricidade consumida no Estado.
Em relação ao término de construção de Angra 3, importante ressaltar que, segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), cada R$ 1,00 em valor adicionado diretamente pelo projeto, representará, por efeito multiplicador, um ganho ao estado do Rio de Janeiro de R$ 1,57 em benefícios socioeconômicos e na arrecadação de impostos.
Portanto, se o estado do Rio de Janeiro é a "Capital Nacional do Petróleo”, muito justo que também seja considerado a "Capital Nacional da Energia Nuclear”.
Leonam dos Santos Guimarães é diretor-presidente da Eletronuclear
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- 06/06/2019 - Pós-doutorado em nanomateriais com bolsa da FAPESPFonte: Agência FAPESP
O projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde", coordenado pelo professor Marcelo Linardi, oferece uma Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP. O prazo de inscrição se encerra no dia 10 de junho de 2019.
O projeto reúne equipe multidisciplinar, que envolve cientistas de diversos centros do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no desenvolvimento de biomateriais de baixo custo e nanomateriais metálicos, protéicos ou híbridos, bem como radiofármacos inovadores para aplicações na área da saúde.
O bolsista conduzirá pesquisa teórica e/ou empírica, além de outras atividades regulares, como apresentação de seminários, elaboração de artigos científicos e disseminação dos resultados da pesquisa.
É necessário que o candidato tenha doutorado em engenharia biomédica, bioengenharia ou áreas afins, além de conhecimentos em: síntese e caracterização de materiais nanoestruturados; ciência e tecnologia das radiações; modelos in vitro e in vivo (com experiência em cultivo celular e manuseio de animais de laboratório) para aplicação de nanomateriais; ensaios biológicos e bioquímicos para estudos referentes à aplicação de nanomateriais em sistemas biológicos.
É recomendável que o candidato tenha forte histórico de publicação na área de nanomateriais metálicos e proteicos e suas aplicações biomédicas.
Os interessados podem se inscrever enviando currículo Lattes, MyCitation (Google Scholar), carta de interesse e carta de recomendação de um orientador ou supervisor anterior via e-mail para egp01@ipen.br, com o título "Bolsa - PDIP - Nanomateriais e Radiofármacos”.
Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/2897.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.