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- 06/05/2019 - MPF deve propor TACs para a INB e a Cnen para garantir segurança de barragens de CaldasSegundo procurador federal, direção das Indústrias Nucleares do Brasil tem cooperado com os pedidos de readequação.
Segundo procurador federal, direção das Indústrias Nucleares do Brasil tem cooperado com os pedidos de readequação.
Fonte: G1
Por EPTV 2 — Caldas, MG
Uma reunião entre o Ministério Público Federal (MPF), a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), e as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) foi realizada para determinar os próximos passos para manutenção da segurança nas barragens de Caldas (MG). Segundo o MPF, ficou decidido que serão elaborados dois termos de ajustamento de conduta (TACs), um para a INB e outro para a Cnen.
De acordo com o procurador federal Lucas de Morais Gualtieri, a INB tem cooperado com os pedidos de readequação do Ministério Público.
"Nós chegamos à conclusão de que será melhor separarmos e fazermos dois TACs. Um MPF-Cnen, impondo a Cnen obrigações que nós entendemos pertinentes no que se refere à fiscalização da segurança da barragem específica. E um outro TAC entre MPF e INB, mas com a Cnen como interveniente, já que a Cnen é o órgão fiscalizador”, explicou.
Apesar das operações em Caldas estarem paralisadas, há o risco de contaminação do meio ambiente, já que a barragem de rejeitos acumula lixo radioativo, com presença de urânio, tório e rádio. O volume total chega a mais de 12 mil toneladas de resíduos.
Cenário nacional
Após a tragédia com o rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho, com mais de 230 vítimas, a fiscalização das barragens nacionais entrou na mira de parlamentares. A atual legislação que controla a atividade foi elaborada há quase 40 anos.
"A nota da Cnen que trata de segurança de barragens é de 1980. Então, desde então, nós já tivemos muitos avanços na legislação, mesmo em portarias e resoluções que regulamentam a matéria. E essa norma deixa, de fato, a desejar", afirma o promotor.
A CPI da Câmara Federal que investiga o que aconteceu em Brumadinho também acompanha a situação da INB em Caldas e deve apresentar projetos para fiscalização das barragens.
"Nós temos a responsabilidade de apresentar agora à sociedade brasileira nove projetos que vão desde o licenciamento à questão da fiscalização, monitoramento, controle e segurança de barragens, barragens ativas e inativas. O caso de Caldas estará incluído", diz o deputado federal Júlio Delgado, que preside a CPI.
O MPF espera que o o TAC seja ser firmado em breve.
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- 06/05/2019 - Eletronuclear inaugura centro de comunicação com o públicoFonte: O Petróleo
A Eletronuclear inaugurou o novo centro de comunicação para o relacionamento com o público, a novidade promete alavancar a energia nuclear principalmente cm o que diz respeito às produções e conhecimentos sobre o ramo nuclear. O novo centro funcionará em Angra dos Reis no antigo centro de informação da empresa, lá os interessados conheceram sobre tudo que gira em torno da energia nuclear.
No centro o visitante poderá contemplar uma exposição interativa, visitando virtualmente o coração da Usina Nuclear Angra 2, além de um auditório para palestras e visitas guiadas às usinas nucleares e a outros projetos da empresa como o de monitoramento e resgate de tartarugas marinhas, a central de compostagem, uma trilha na mata Atlântica e um espaço de recuperação de restingas.
Com este centro de comunicação de relacionamento com o público, as usinas irão se tornar atrações turísticas, assim melhorando a imagem da geração nuclear de energia. A empresa visa da uma atenção ao público regional, priorizando os estudantes. O interesse da exploração turística se dará através de parcerias da parceria com os órgãos públicos de turismo, hotéis e agências.
A Eletronuclear foi criada em 1997 objetivando operar e construir usinas termonucleares no Brasil. A empresa é subsidiária da Eletrobras, que é uma empresa de economia mista e responde pela geração de aproximadamente 3% da energia elétrica consumida no Brasil.
O centro funcionará de segunda a sexta de 07h30min às 17 horas e, a partir de junho, o Observatório Nuclear abrirá também aos sábados edomingos no mesmo horário. -
- 02/05/2019 - Pós-Doutorado em Desenvolvimento de Fotocatalisadores com bolsa da FAPESP (Agência FAPESP)Bolsista pesquisará no Centro de Inovação em Novas Energias no Ipen sobre processos de aproveitamento do metano como fonte energética. Inscrições até 15 de maio
Bolsista pesquisará no Centro de Inovação em Novas Energias no Ipen sobre processos de aproveitamento do metano como fonte energética. Inscrições até 15 de maio
Fonte: Agência Fapesp
Uma bolsa de pós-doutorado da FAPESP, vinculada ao projeto "Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas”, é oferecida no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), em São Paulo.
O Projeto faz parte do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um dos Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE) da FAPESP.
O pós-doutorando participará de pesquisa de conversão fotocatalítica de metano em hidrogênio. O candidato deve ter experiência em laboratório na preparação e caracterização de experimentos de fotocatalisadores e atividade fotocatalítica. São requeridas habilidades na preparação de materiais nanoestruturados, incluindo a síntese de nanomateriais híbridos como nanopartículas de semicondutores.
É desejável que o candidato tenha bom conhecimento e experiência das seguintes técnicas: espectroscopia de energia dispersiva de raios X (EDX), espectroscopia UV-Vis, difração de raios X (XRD), microscopia eletrônica de transmissão (TEM) e conhecimento básico de espectroscopia de fotoelétrons de raios (XPS) e cromatografia gasosa (CG).
As inscrições devem incluir currículo (incluindo uma lista de publicações), uma declaração de pesquisa atual e uma carta de recomendação, todos enviados por e-mail para espinace@ipen.br.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa. A duração da bolsa é de dois anos, com possibilidade de extensão.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 01/05/2019 - Pesquisadores querem ação coordenada de financiamento na América LatinaFonte: Agência FAPESP
Na última década foi iniciada, em diferentes países da América Latina, a operação de grandes infraestruturas de pesquisa, como o maior observatório de raios cósmicos do mundo, o Pierre Auger, na Argentina, e o Observatório Cherenkov de Água de Alta Altitude (HAWK, na sigla em inglês), no México. Nos próximos anos, devem ser concluídas as obras do Sirius – a nova fonte brasileira de luz síncrotron – e do Laboratório Argentino de Feixes de Nêutrons (LAHN).
Além desses projetos também está sendo planejada a construção do ANDES (sigla de Água Negra Deep Experiment Site) – um laboratório subterrâneo no túnel Água Negra, que ligará a Argentina e o Chile, voltado a experimentos sobre matéria escura, neutrinos, geologia e estudos de DNA, entre outros.
Essa diversidade de novas infraestruturas de pesquisa, somada à existência de uma comunidade científica madura, representa uma oportunidade única para a integração e a liderança da América Latina em projetos de grande magnitude que envolvam colaboração internacional. Dessa forma, seria possível aumentar o protagonismo de pesquisadores latino-americanos nesses projetos e, consequentemente, a projeção da ciência feita na região.
Porém, para atingir esses objetivos será preciso, entre outras ações, criar mecanismos comuns e ações coordenadas de financiamento à pesquisa nos países da região, avalia um grupo de cientistas e representantes de agências de fomento de países da América Latina idealizadores do Fórum Estratégico Latino-Americano para Infraestrutura na Pesquisa (LASF4RI).
A primeira reunião do grupo, integrado por cientistas latino-americanos que ocupam cargos de liderança em grandes instituições de pesquisa internacionais, ocorreu nos dias 30 de abril e 1º de maio no Instituto Sul-Americano para Pesquisa Fundamental (ICTP-SAIFR), no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (IFT-Unesp).
O evento antecedeu o Encontro Anual do Global Research Council (GRC), organizado pela FAPESP, pelo Consejo Nacional de Investigaciones Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina, e pela German Research Foundation (DFG), da Alemanha, que, desde o dia 1º de maio até o dia 3, reúne em São Paulo líderes de agências de fomento de todo o mundo.
"Esse é um momento muito oportuno para elaboramos uma estratégia para possibilitar que a comunidade científica da América Latina possa tirar o máximo proveito das oportunidades trazidas por essas novas infraestruturas de pesquisa para a região”, disse Fernando Quevedo, diretor do ICTP-Trieste, na Itália, e um dos idealizadores do Fórum, à Agência FAPESP.
"Em razão dos investimentos na formação de pesquisadores realizado por países latino-americanos nas últimas décadas, temos hoje na região cientistas que poderão liderar a implementação e a coordenação de experimentos de grande escala e longo prazo planejados para serem feitos nessas grandes instalações científicas”, disse Quevedo.
De acordo com o físico guatemalteco, um dos objetivos da iniciativa será assegurar que essas novas infraestruturas de pesquisa possam contribuir para qualificar e formar uma nova geração de cientistas nos países da região em áreas como Física de Partículas, Astronomia e Cosmologia.
"Aborrecia-me ver que as grandes observações realizadas nos grandes telescópios construídos nas últimas décadas no Chile, por exemplo, eram dominadas por astrônomos europeus ou americanos [responsáveis pela construção dos equipamentos], sem ter uma participação mais expressiva de astrônomos do país. Com isso se perdia uma oportunidade enorme para o desenvolvimento da ciência local”, disse Quevedo.
Agora, como a maior parte ou um montante expressivo dos recursos para a construção dessas novas infraestruturas de pesquisa é proveniente de países latino-americanos e há uma comunidade científica na região capaz de fazer ciência de excelência, o quadro é diferente, avaliou. No caso do Sirius, por exemplo, 85% do investimento financeiro foi executado no Brasil, com empresas brasileiras.
"O que faltou no passado temos a oportunidade de corrigir agora, que é integrar a comunidade científica com os órgãos de governo e as agências de fomento à pesquisa da região para estabelecer uma rota do que deve ser feito nas próximas décadas, em termos de formação de pessoas e definição de áreas estratégicas de pesquisa”, disse Quevedo.
Outro objetivo do grupo será orientar os investimentos em infraestruturas de pesquisa na região, de modo a evitar a sobreposição de projetos e de recursos. Uma vez que o Brasil terá o Sirius, não fará sentido um projeto para construção de outra fonte de luz síncrotron em outro país latino-americano, exemplificou o diretor do ICTP-Trieste.
Exemplos internacionais
"A maior parte das infraestruturas de pesquisa que temos hoje na Argentina, por exemplo, é voltada para as áreas de Radioastronomia, Geodésia e Física de Partículas. Essas facilities também estão abertas para projetos em colaboração com outros países da região e do exterior”, disse Jorge Tezon, gerente de desenvolvimento do Conicet, durante o evento.
Um foco adicional do grupo será a definição de áreas prioritárias para investimentos em pesquisa na região. "Se a comunidade científica da América Latina avaliar que mudanças climáticas ou energias renováveis são temas prioritários de pesquisa para a região, pode-se avaliar aumentar o direcionamento de recursos para essas áreas, por exemplo”, disse.
"Esse plano estratégico, em que se definem prioridades de pesquisa para os próximos cinco a 20 anos, é o que tem sido feito na Europa e o que podemos fazer na América Latina, direcionando nossos esforços em pesquisa como uma comunidade científica latino-americana. Isso pode nos tornar mais fortes”, disse Tezon.
Um modelo de cooperação científica que pode servir de inspiração para a América Latina é o da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern). Quando o centro de pesquisa em física foi criado, no início da década de 1950, após a Segunda Guerra Mundial – com o objetivo de não apenas unir os cientistas europeus na área, mas também compartilhar os custos crescentes das instalações de física nuclear –, a ciência não era mais de classe mundial.
Hoje, as pesquisas feitas no LHC têm altíssimo impacto científico e contam com a participação de cientistas de 113 países, destacou Salvatore Mele, físico do Cern.
"A convenção para criação do Cern estabeleceu contribuições financeiras que são calculadas com base no rendimento nacional líquido dos últimos anos, de modo que cada estado-membro paga de acordo com os seus meios”, disse Mele.
Já o Fermi National Accelerator Laboratory (Fermilab), nos Estados Unidos, mantém colaborações com cientistas de 53 países, incluindo o Brasil. "Conseguimos desenvolver ao longo das últimas décadas um modelo bem-sucedido para apoiar colaborações internacionais em experimentos dentro e fora das instalações do Fermilab”, disse Nigel Lockyer, diretor da instituição.
O cientista destacou a participação de pesquisadores latino-americanos na colaboração Dune – um projeto científico internacional que busca descobrir novas propriedades dos neutrinos, partícula elementar com muito pouca massa e que viaja a uma velocidade muito próxima à da luz.
Os físicos Ettore Segreto e Ernesto Kemp, ambos professores do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), desenvolveram, com apoio da FAPESP, o novo conceito tecnológico de detector que será usado no experimento.
"Eles inventaram, construíram e testaram com sucesso uma nova tecnologia de detecção de luz ultra-sensível, chamada Arapucam, que, pelo que me explicaram, significa uma armadilha para pássaros em português”, disse Lockyer.
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- 30/04/2019 - Presídios do Paraná são equipados com escâneresFonte: Agência de Notícias do Paraná
Penitenciárias do Paraná estão sendo equipadas com escâneres corporais que auxiliam na revista dos visitantes. Com a medida, o procedimento de segurança acontece de forma mais precisa e segura, além de evitar situações vexatórias que violem a dignidade e a intimidade da pessoa. O investimento é de mais de R$ 5 milhões.
"A iniciativa traz mais rapidez, eficiência e dignidade no atendimento dos visitantes, ainda garante mais segurança para todo sistema prisional ao impedir com eficiência a entrada de materiais ilícitos”, afirma o diretor do Depen, Francisco Caricati.EQUIPAMENTOS - Após processo licitatório foram contratadas a locação e manutenção de 25 equipamentos que vão atender todas as 33 penitenciárias do Estado. A empresa vencedora foi a Nuctech do Brasil. A duração do contrato é de dois anos.
Os equipamentos contam com uma tecnologia avançada de imagens capazes de detectar materiais metálicos e não metálicos que estiverem nas roupas, na superfície ou interior do corpo dos visitantes.
USO - O equipamento obedece às normas brasileiras que regulamentam esse tipo de atividade de inspeção e possuem autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear para seu funcionamento. Inclusive, a tecnologia é considerada bastante segura e não oferece riscos à saúde, podendo ser usada inclusive por gestantes.
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- 30/04/2019 - Cietec apresenta oito novas empresas incubadas e reforça aposta em tecnologiaProjetos de conteúdo diferenciados e soluções que buscam o estado da arte das tecnologias disponíveis. Este é o perfil dos novos aprovados na Incubadora USP/IPEN-Cietec, que encontrarão um ambiente colaborativo para desenvolver suas inovações, junto às diversas competências técnicas das cerca de 100 empresas da entidade.
Projetos de conteúdo diferenciados e soluções que buscam o estado da arte das tecnologias disponíveis. Este é o perfil dos novos aprovados na Incubadora USP/IPEN-Cietec, que encontrarão um ambiente colaborativo para desenvolver suas inovações, junto às diversas competências técnicas das cerca de 100 empresas da entidade.
Fonte: Site E-Commerce News
Foram selecionadas startups que desenvolvem produtos e serviços para os segmentos de Biotecnologia, Tecnologia da Informação, Medicina e Saúde e Meio Ambiente.
As oito novas empresas aprovadas para participar do portfólio da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN-Cietec participaram do processo seletivo de fluxo contínuo e iniciaram suas atividades no primeiro trimestre de 2019.
Conheça as novas empresas aprovados pelo Cietec:
Setor de Biotecnologia:
BIDiagnostics – startup voltada para produção de antígenos para diagnóstico de infecções fúngicas humanas e de PETs;
Bioedtech – centro de capacitação e desenvolvimento em bioimpressão;
Setor de Tecnologia da Informação:
CheckId – sistema de análise de informações gerenciais para tomada de decisão, por meio de sensores;
Luis Felipe Fritzen – hardware para máquina de venda de suplementos alimentares, por dose, em academias e clubes;
Moai Technology – robôs autônomos com múltiplos sensores para monitoramento e segurança de armazéns, shoppings e estacionamentos.
Setor de Medicina e Saúde
Entomus – elabora protocolos para controle de pragas urbanas.
Setor de Meio Ambiente
Ixtronic – sistema de energia solar fotovoltaica para bombas de água em locais remotos;
Virtux – software para avaliação e simulação de potencial de geração de energia solar.
De acordo com Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, estas empresas vão contar com todo o suporte ao desenvolvimento de seus negócios, além da interação com todo o ecossistema do Cietec. "Estamos muito felizes em receber empreendedores e empreendimentos com propósitos tão úteis para a sociedade e com tanto potencial”, afirma Risola.
Os empreendedores terão acesso à capacitação e mentoria para estruturar seus modelos de negócios, apoio no desenvolvimento dos protótipos e acesso à fundos de investimento, fomento e relacionamento com grandes empresas. A infraestrutura oferece espaços de coworking, módulos individuais, salas de reunião e serviços de escritório.
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- 30/04/2019 - Sem recursos, ministérios podem paralisar serviçosO bloqueio de quase R$ 30 bilhões no Orçamento e a ausência de sinais de melhora na arrecadação ou de alívio nas despesas comprometem o funcionamento de áreas como ciência e tecnologia, bolsas de estudos e Minha Casa Minha Vida
O bloqueio de quase R$ 30 bilhões no Orçamento e a ausência de sinais de melhora na arrecadação ou de alívio nas despesas comprometem o funcionamento de áreas como ciência e tecnologia, bolsas de estudos e Minha Casa Minha Vida
Fonte: O Estado de S. Paulo
Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA -O bloqueio de quase R$ 30 bilhões nas despesas do Orçamento já impõe uma espécie de "shutdown branco” aos ministérios por falta de recursos, uma paralisia da máquina pública que pode se agravar a partir de agosto. Algumas áreas já sentem os efeitos do arrocho fiscal, como ciência e tecnologia, bolsas de estudos, repasses do Minha Casa Minha Vida, tarifas bancárias, o Censo Demográfico e até mesmo os compromissos do governo brasileiro com organismos internacionais.
A situação tende a piorar e começar afetar áreas mais sensíveis para a população nos próximos meses porque até agora a área econômica não vê nenhum sinal de melhora na arrecadação ou alívio significativo nas despesas, o que poderia abrir espaço para o desbloqueio orçamentário e dar um "fôlego” de sobrevivência aos órgãos.
O governo já tenta mapear quais ministérios enfrentarão primeiro o risco de um colapso, e o tema foi debatido em reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO) na última semana.
Técnicos do governo ouvidos pelo Estadão/Broadcast avaliam que julho vai ser o mês limite para algumas pastas. É quando se prevê que não será possível barrar os efeitos mais nocivos do shutdown, como ocorreu em 2017. Durante o governo Michel Temer, a população ficou sem emissão de passaporte, houve suspensão das atividades de escolta e fiscalização da Polícia Rodoviária Federal e o atendimento das agências do INSS ficou prejudicado.
A equipe econômica corre para buscar receitas e reduzir despesas, como de subsídios, mas já precisa resolver problemas mais imediatos, como a liberação de R$ 2,8 bilhões para o Minha Casa Minha Vida, manutenção de estradas e atender a demandas dos caminhoneiros, que ameaçam entrar em greve. Para isso, terá de fazer um aperto adicional em outros ministérios. O Congresso também pressiona para liberar as suas emendas, que foram contingenciadas.
Diante da pressão do setor da construção civil, o Ministério da Economia precisou entrar em campo para evitar um estrangulamento financeiro das empresas, que estavam entregando as casas sem receber do governo. A equipe econômica arrumou um extra de R$ 800 milhões para o Minha Casa Minha Vida. Mas o ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, já avisou que o dinheiro a mais acaba em junho. A pasta disse em nota que "o governo federal já estuda a possibilidade de novos aportes de recursos para o programa no segundo semestre”.
Os recursos para a área científica são os mais afetados com o corte de 42%. O funcionamento das agências de fomento à pesquisa do governo, como CNPq, Finep e Capes, está ameaçado pela falta de dinheiro. O presidente do CNPq, João Luiz Filgueiras de Azevedo, já alertou que o dinheiro só garante o pagamento das bolsas de pesquisa até setembro. O Museu Emílio Goeldi, que fica no Pará e é o segundo mais antigo do País, pode fechar as portas ao público.
Em recente audiência pública na Câmara, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, não escondeu o descontentamento e afirmou que a área ficou "com a corda no pescoço” após o corte no orçamento. A pasta informou em nota que tem atuado junto ao Ministério da Economia para "maior disponibilização de recursos” e que mantém diálogo com seus gestores para tentar minimizar o impacto nas atividades.
Em outras frentes, o governo já começou a dar calote: tem uma dívida de cerca de R$ 400 milhões com a Caixa Econômica Federal em tarifas bancárias cobradas pelo banco para gerir os programas federais. Procurada, a Caixa não respondeu sobre os atrasos e informou apenas que suas instâncias de controle e governança "controlam para que nenhuma pendência permaneça desatendida.”
O Brasil também tem dívidas que chegam a R$ 4 bilhões com organismos internacionais, sendo cerca de R$ 2 bilhões com a Organização das Nações Unidas (ONU) e mais um R$ 1 bilhão com o Banco dos Brics (que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O passivo que pode chegar a R$ 6,2 bilhões até o fim deste ano, mas o Orçamento só prevê R$ 532,9 milhões para esses pagamentos. O calote internacional do governo brasileiro já traz constrangimentos para o País.
Fontes afirmam que o programa de financiamento estudantil, o Fies, pode também sofrer problemas nos próximos meses. O Ministério da Educação não respondeu sobre o Fies. A pasta disse que trabalha para ampliar seus limites e fazer a "cobertura completa de suas despesas discricionárias”, atendendo às necessidades de financiamento mais imediatas e prioritárias.
O IBGE também precisou deixar mais enxuto o Censo Demográfico 2020 – a mais ampla pesquisa de dados sobre a população brasileira – para não inviabilizar o levantamento. O custo total da pesquisa seria de R$ 3,4 bilhões, mas o questionário está sendo reduzido para caber num orçamento 25% menor.
Os ministérios têm liberdade para escolher o que cortam primeiro. Por isso, uma das estratégias também é reduzir despesas em áreas mais sensíveis para chamar a atenção e pressionar o governo a tentar buscar uma solução.
Para o coordenador do Observatório de Política de Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Manoel Pires, o setor público já vive um "shutdown branco”. Ele destaca que, na apresentação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2020 o governo reduziu ainda mais a previsão das despesas discricionárias (que não são obrigatórias) para este ano, de R$ 90 bilhões para R$ 86,1 bilhões, um valor já considerado crítico para o funcionamento da máquina. Mesmo antes do corte, segundo Pires, os órgãos já sentiram o arrocho no primeiro bimestre, não só pelo fato de ser uma nova administração, mas também pela restrição orçamentária, com reflexos no funcionamento de universidades, hospitais e na distribuição de livros didáticos.
"Tem vários hospitais que não conseguem atender a população, e o tempo médio que o brasileiro fica na fila aumenta”, diz Pires.
"Tem vários elementos que indicam que, de certa forma, com esse nível de despesa discricionária, a gente está funcionando em algum nível de paralisia, de shutdown, como se costuma dizer”, acrescenta o economista. Para ele, esse tipo de situação tem sido cada vez mais recorrente, e o maior problema são os investimentos, que continuam no menor nível histórico. O derretimento das projeções de alta do Produto Interno Bruto (PIB), que afeta a arrecadação de tributos, só agrava a situação.
Para tentar amenizar o quadro de colapso, o governo trabalha para tentar garantir a privatização da Eletrobrás e o megaleilão das áreas de petróleo do pré-sal ainda este ano. Só quando houver certeza de que esse dinheiro vai ingressar ainda em 2019 nos cofres do Tesouro é que a equipe econômica poderá incluir os recursos bilionários na previsão do Orçamento.
"Se o acordo da cessão onerosa for viável nesse ano será possível mudar isso, mas me parece que essa situação ficará crítica já no meio do ano”, afirma Pires.
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- 24/04/2019 - MPF encaminha proposta de TAC para corrigir falhas de plano de barragem de lixo nuclear em MGPlano emergencial apresentado pelas Indústrias Nucleares do Brasil em Caldas (MG) apresentava falhas, segundo órgão.
Plano emergencial apresentado pelas Indústrias Nucleares do Brasil em Caldas (MG) apresentava falhas, segundo órgão.
Fonte: G1O Ministério Público Federal (MPF) em Pouso Alegre (MG) encaminhou à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e às Indústrias Nucleares Brasileiras (INB) uma proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que prevê medidas de incremento da fiscalização e da segurança da barragem de rejeitos da Unidade de Tratamento de Minérios em Caldas (MG). Representantes da CNEN, órgão que regula as atividades da INB e do MPF, fizeram uma inspeção na barragem no início do mês.
Segundo o Ministério Público Federal, o plano de emergência apresentado pela INB não atendeu recomendações feitas pelo órgão. Conforme o MPF, o documento não previu, por exemplo, a realização de simulados de situações de emergência em conjunto com prefeituras, Defesa Civil, equipe de segurança da barragem, empregados do empreendimento e população compreendida na Zona de Autossalvamento (ZAS).
Na proposta de TAC encaminhada na última terça-feira (23), o MPF elencou uma série de obrigações a serem assumidas pela CNEN quanto ao estabelecimento de uma rotina e planejamento da fiscalização não só em relação à barragem de Caldas, como a toda estrutura semelhante que houver no país ou que venha a ser instalada.
Ainda segundo o MPF, foi constatado que, embora a CNEN tenha a obrigação legal de fiscalizar a segurança das barragens de rejeitos nucleares, este dever não vinha sendo cumprido, pela falta de normas adequadas e até mesmo de pessoal capacitado.
Já em relação à INB, o acordo estabelece prazos para cumprimento de diversas medidas, entre elas, a completa reestruturação do sistema de monitoramento da barragem, o aprimoramento do mapa de inundação da massa de rejeitos em caso de eventual rompimento da estrutura, a comprovação de treinamentos internos dos funcionários e colaboradores e a instalação, nas comunidades inseridas na zona de autossalvamento, de mecanismos de alerta e planos de evacuação.
A proposta de acordo estabelece ainda a imposição de multa para a hipótese de descumprimento das obrigações previstas. A INB informou que recebeu o TAC e que as respostas serão dadas dentro dos prazos estabelecidos pelo MPF.
INB em Caldas e a barragem
A área conta com o parque industrial desativado, bacia de rejeitos e de águas claras, depósito de armazenamento de materiais radioativos (com aproximadamente 12 mil toneladas de torta 2, formada por urânio e tório concentrados), além dos laboratórios de análise e área administrativa. A área total da unidade é de 1.350 hectares.
Entre 1982 e 1995, foram produzidas 1,2 mil toneladas de concentrado de urânio (também conhecido como yellowcake). Atualmente, a antiga mina a céu aberto deu lugar a um enorme lago de águas ácidas, que se formou no fundo dela, com cerca de 180 metros de profundidade e 1,2 mil metros de diâmetro.
Segundo a empresa, o plano para descomissionar a área foi apresentado para o Ibama em 2011. No ano seguinte, ele foi aprovado e seguiu para o CNEN. Agora o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, como é chamado, está em andamento "com medidas que visam garantir a segurança do trabalhador, da população e do meio ambiente".
Estudo apontou problema em escoamento da barragem de rejeitos, em Caldas — Foto: Reprodução EPTV
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- 24/04/2019 - Todas as instituições internacionais do setor nuclear se juntam para uma declaração em defesa do clima globalFonte: Petronotícias
Todas as instituições internacionais do segmento nuclear se juntaram para assinar uma declaração de reconhecimento aos benefícios da energia nuclear nuclear como parte da solução para combater as mudanças climáticas. No dia 13 de maio, durante a Conferência Internacional sobre Energia Limpa (ICAPP), que será realizada em Vancouver, no Canadá, será assinado e divulgado uma declaração especial, que também será assinada pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), que foi convidada a participar desse movimento pela Diretora Executiva da Sociedade Francesa de Energia Nuclear (SFEN), Valérie Faudon (foto), uma das líderes desse movimento.Os cientistas nucleares acreditam que é o momento de expressar suas preocupações sobre o nível de investimento público em Pesquisa e Desenvolvimento (P & D) em energia nuclear, conforme relatado pela OCDE-IEA. A energia nuclear desempenhará um papel fundamental para que o mundo atinja suas metas de descarbonização, e que um nível suficiente de recursos, dedicado à Pesquisa e ao Desenvolvimento, será necessário para que a energia nuclear desempenhe esse papel. Em função disso, eles acreditam que precisam falar claramente, com um só pensamento para fazer valer suas preocupações. Além da ABDAN, também são a ENS (Sociedade Nuclear Europeia), bem como a ANS (Sociedade Nuclear Americana) e a CNS (Sociedade Nuclear Chinesa).
Celso Cunha (foto), presidente da ABDAN, acha que o movimento reflete uma real importância da energia nuclear neste momento: "Em primeiro lugar, quero dizer que o convite para a ABDAN ser uma das instituições signatárias mostra um reconhecimento do que estamos fazendo aqui no Brasil e também no setor global, organizando eventos internacionais no Brasil e participando de eventos mundo afora. Além disso, representa também a seriedade, o reconhecimento e a competência dos profissionais brasileiros no desenvolvimento das atividades nucleares em nosso país”.
Veja agora em primeira mão o teor da declaração que será feita em Vancouver, durante a ICAPP.
"Mulheres e homens cientistas, engenheiros e profissionais que representam sociedades científicas nacionais, regionais e internacionais, bem como numerosas organizações técnicas dedicadas ao desenvolvimento e uso pacífico de tecnologias nucleares, reunidos aqui hoje em Juan les Pins – França, CONCORDAM que a mudança climática é a ameaça mais significativa para o nosso planeta hoje, e com os objetivos do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 ° C na segunda metade do século. Estamos preocupados que o mundo não está progredindo com rapidez suficiente para atingir esse objetivo.
A – O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) envia um aviso claro de que o aumento de temperatura de 1,5 ° C pode ser excedido até 2030.
B – De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), em 2018, as emissões globais de CO2 relacionadas à energia aumentaram em 1,7% para uma alta histórica de 33,1 Gt CO2.
C – A energia nuclear é reconhecida como uma das fontes de carbono mais baixas de eletricidade. De acordo com o IPCC, as emissões médias do ciclo de vida da energia nuclear são 12g / kWh, semelhantes à energia eólica.
D – As instituições internacionais (Nações Unidas, Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, União Europeia) acreditam que todas as tecnologias de baixo carbono (captura, armazenamento e armazenamento de carbono e renováveis) precisarão ser implementadas para alcançar uma descarbonização profunda até o meio século. Isso se reflete no último relatório do IPCC de 2018: os quatro percursos ilustrativos de 1,5 ° C no Resumo para Formuladores de Políticas incluem mais energia nuclear, com um aumento de duas a seis vezes no uso de energia nuclear até 2050.
SOBRE A NECESSIDADE DE INOVAÇÃO PARA A ENERGIA NUCLEAR:
A – Há um consenso global de que acelerar a inovação em energia limpa é essencial para limitar o aumento das temperaturas globais, e alguns progressos foram feitos nesse sentido: de acordo com a AIE( Agência Internacional de Energia), a quantidade de investimento público em P & D em energia limpa dobrou desde 2000; O lançamento da iniciativa Missão de Inovação em 2015 inclui o objetivo de mais uma duplicação do investimento para pesquisa de energia de baixo carbono até 2020.
B – O nível atual de apoio público à P & D nuclear (fissão e fusão) permaneceu constante em torno de US$ 4 bilhões por ano (em valor de 2014) desde 2000, em uma situação de "business as usual”. Além disso, em muitos países, o setor privado tem menos vontade de investir em P & D nuclear, por uma variedade de razões, incluindo sinais políticos mistos ou negativos, projetos de mercado de eletricidade que tiveram um impacto negativo no negócio da energia nuclear e percepções sobre o nível de risco financeiro exigido pelos investidores privados.
C – A indústria nuclear está atualmente realizando uma nova onda de projetos criativos em torno de tecnologias inovadoras de reatores (por exemplo, reatores modulares pequenos, reatores Gen IV), tecnologias transversais (por exemplo, transformação digital) e novas aplicações (por exemplo, dessalinização, aquecimento urbano indústria), todos exigindo investimentos significativos em P & D e novas abordagens inovadoras.
D – Espera-se que estes projetos abram novas oportunidades de mercado para o uso da energia nuclear juntamente com outras fontes de energia limpa, muitas vezes em setores onde possam contribuir decisivamente para o esforço de descarbonização (por exemplo, o setor de aquecimento)
E – Ao mesmo tempo, uma grande proporção da infraestrutura de P & D está se tornando obsoleta e precisa ser renovada não apenas para apoiar o desenvolvimento desta nova onda de reatores inovadores, mas também para produzir os radioisótopos necessários para o desenvolvimento da medicina nuclear.”
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- 24/04/2019 - Ministro defende recuperação do orçamento para ciência e tecnologiaMarcos Pontes participou, nesta quarta-feira (24), de audiência pública no Senado para apresentar as prioridades do MCTIC
Marcos Pontes participou, nesta quarta-feira (24), de audiência pública no Senado para apresentar as prioridades do MCTIC
Fonte: MCTICO ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, defendeu o desbloqueio de recursos do orçamento de 2019 do ministério. "O orçamento é incoerente com a importância do setor para o desenvolvimento nacional. Recursos para ciência e tecnologia não são gastos,são investimentos. Todos os países desenvolvidos, quando estão em crise, investem mais no setor”, afirmou o ministro durante audiência pública no Senado, nesta quarta-feira (24).
Marcos Pontes reforçou aos senadores que a recuperação do orçamento é um dos desafios atuais do ministério. O MCTIC teve o orçamento para 2019 contingenciado pelo governo federal em cerca de 42%, equivalente a R$ 2,1 bilhões. "O Congresso é essencial para ajudar a desbloquear os recursos previstos para este ano e para ampliar os investimentos para o setor nos próximos anos.”
Durante a audiência, o ministro apresentou as 12 prioridades do MCTIC estabelecidas nesse início de gestão. "Ciência e tecnologia podem ajudar a resolver os problemas em praticamente todas as áreas do Brasil", afirmou. Marcos Pontes reforçou que a atuação do MCTIC é importante para impulsionar setores como inteligência artificial, gestão da água,biotecnologia e meio ambiente, entre outros. "Todas as profissões e atividades do futuro serão baseadas em conhecimento e tecnologia. ”
Realizações
Marcos Pontes mostrou aos senadores as principais realizações nos primeiros quatro meses de sua gestão. As duas metas previstas para os 100 dias de governo foram cumpridas: o programa Ciência nas Escolas, com editais que preveem R$ 100 milhões de investimentos, e o Centro de Testes de Tecnologias de Dessalinização, já em funcionamento em Campina Grande (PB).
O ministro também citou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, fechado com os EUA, que vai permitir o uso comercial do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. Outro destaque, segundo Marcos Pontes, foi a conexão à internet de cerca de 2,8 mil pontos por meio do Programa Gesac. Desse total, cerca de 2 mil pontos são escolas públicas, principalmente das regiões Nordeste e Norte. "Até agosto, vamos conectar um total de 6,5 mil escolas rurais", anunciou.
Apoio do Congresso
O ministro pediu o apoio dos senadores na aprovação de projetos relacionados ao ministério que estão em tramitação no Congresso e que podem resultar no aumento de investimentos para ciência e tecnologia. Ele apontou a liberação de recursos de fundos setoriais, o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas com os EUA e o PLC 79, o novo marco das telecomunicações. "A gente precisa de investimentos.Precisamos de resultados práticos para aproximar ciência e tecnologia da vida das pessoas.
Marcos Pontes também destacou como um importante desafio do país manter os pesquisadores atuais e estimular a formação de novos profissionais. "Está ocorrendo uma perda de recursos humanos. Nossos pesquisadores estão se aposentando ou indo trabalhar em outros países. Precisamos recuperar esses pesquisadores”.
O ministro explicou aos senadores como funciona a atual a estrutura de secretarias do MCTIC e de entidades vinculadas. E destacou a necessidade de atuação de forma integradacom a comunidade científica e com a iniciativa privada do país. "O Brasil precisa fazer uma união geral em torno da ciência e tecnologia, com universidades,institutos de pesquisa e iniciativa privada."
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- 24/04/2019 - Fusão nuclear é obtida em equipamento de mesaFonte: Inovação Tecnológica
Fusão nuclear de mesa
Esquema do experimento que obteve fusão nuclear sustentada em um equipamento de mesa do tipo "Pinça Z". [Imagem: Y. Zhang et al. - 10.1103/PhysRevLett.122.135001]
Físicos detectaram a assinatura de reações de fusão nuclear em um aparato experimental de mesa, comumente usado para estudar os plasmas encontrados em estrelas e outros corpos astrofísicos.
Os futuros reatores de fusão nuclear prometem a possibilidade de fornecer à Terra uma fonte ilimitada de energia limpa, verdadeiras estrelas artificiais.
As tentativas de criar esses reatores de fusão nuclear normalmente envolvem engenhocas do tamanho de edifícios para gerar o plasma quente necessário para iniciar as reações de fusão - é o caso dos projetos experimentais ITER e Wendelstein 7X e mesmo de propostas mais ambiciosas e de curto prazo, como o SPARC e o HB11.
Yue Zhang, da Universidade de Washington, nos EUA, acredita ter iniciado com sucesso a fusão nuclear sustentada usando uma configuração que é pequena o suficiente para ser posta sobre uma mesa.
Pinça Z
Zhang estava trabalhando com uma configuração experimental conhecida como "pinça Z", ou Zeta pinch, na qual a corrente elétrica no plasma gera um campo magnético que "belisca" o plasma, comprimindo-o localmente, como se fosse uma pinça.
Pesquisadores têm usado esta configuração por décadas para estudar em laboratório o que acontece no interior das estrelas. E na década de 1950, alguns deles detectaram as assinaturas de nêutrons gerados por reações de fusão dentro de um Z-pinch.
Mas, apesar desse sucesso inicial, os pesquisadores haviam desistido de reatores de fusão baseados em pinças Z por causa da natureza instável dos plasmas que esses equipamentos produzem.
Zhang e seus colegas descobriram uma maneira de contornar este problema, gerando um plasma estável a partir de átomos de hidrogênio e deutério. Para fazer isso, a equipe aplicou uma força de cisalhamento ao plasma enquanto este avançava através do acelerador. Isso gerou um fluxo radial que manteve o plasma estável.
O sinal da fusão nuclear durou vários microssegundos, uma duração inédita até agora. [Imagem: Y. Zhang et al. - 10.1103/PhysRevLett.122.135001]
Reator de fusão compacto
O plasma resultante permaneceu estável por cerca de 16 microssegundos (µs), 5.000 vezes mais do que o que é possível com plasmas estáticos. Durante este período estável, a equipe detectou a presença dos nêutrons de alta energia esperados de uma reação de fusão nuclear, com este sinal durando 5 µs.
Embora existam muitas etapas desta demonstração inicial até um reator viável, o experimento aponta para o uso potencial de uma pinça Z em futuros geradores de energia de fusão nuclear compactos.
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- 22/04/2019 - Projeto brasileiro vence prêmio mundial de energia nuclearNa Rússia
Na Rússia
Fonte: Veja
Por Ernesto NevesO Brasil venceu o prêmio internacional de energia nuclear Atomexpo, em Sochi, na Rússia, na última quinta (17).A distinção foi dada ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, de São Paulo, pelo desenvolvimento de um irradiador e uma unidade móvel com acelerador de elétrons.Capitaneados pelo engenheiro Emerson Soares Bernardes, esses projetos foram reconhecidos por terem aplicações tanto ambientais quanto industriais. -
- 18/04/2019 - Rosatom pede modelo de contratação para Angra 3Fonte: Valor
Rodrigo Polito, de Sochi (Rússia)
Uma das proponentes a firmar parceria com a Eletronuclear para a conclusão da usina nuclear de Angra 3, a fabricante russa de equipamentos e fornecedora de combustível nuclear Rosatom diz ser flexível a qualquer modelo que o governo defina para a retomada do empreendimento, mas enxerga que, em termos de custo de energia, a solução por meio de contratação, ao invés de uma sociedade, é a mais barata para o país.Em uma eventual composição societária, o investidor estrangeiro vai precificar os riscos de atraso no cronograma e de estouro de orçamento.
"Um modelo em que o governo contrata algum fornecedor de tecnologia e construção, em um contrato de EPC [sigla em inglês para engenharia, gestão de compras e construção], será o menos caro para o governo, porque não há risco para os contratados, se algo ocorrer de forma errada", afirmou o primeiro vice-diretor geral da Rosatom para Desenvolvimento Corporativo e Negócios Internacionais, Kirill Komarov. "Em todos os casos, se você utiliza dinheiro de governo é menos caro do que usar dinheiro privado. Tudo isso se reflete no preço final da energia elétrica", completou.
Questionado sobre a condição atual do governo brasileiro, que não possui recursos suficientes para arcar com o projeto, o executivo disse que existe possibilidade de empréstimos intergovernamentais. Ele citou como exemplo casos na Hungria, Índia, Bielorrússia e Bangladesh.
Com um portfólio de encomendas de US$ 133,2 bilhões para os próximos anos fora da Rússia, a Rosatom é uma das sete empresas que receberam carta-convite da Eletronuclear para enviar sugestões para a elaboração do modelo de negócios para a retomada das obras da terceira usina nuclear brasileira. Além dela, também foram sondados Westinghouse (Estados Unidos), EDF (França), Kepco (Coreia do Sul) e as chinesas CNNC, SNPTC e CGN.
Os interessados devem enviar suas contribuições à estatal brasileira até o fim deste mês. O modelo final deve ser definido pelo governo ainda no primeiro semestre, para ser lançado um edital de concorrência internacional no segundo semestre.
"Existe tempo suficiente para o governo brasileiro definir e dizer o que é o mais importante para eles. Nós somos muito flexíveis como companhia. Temos trabalhado em diferentes modelos", disse Komarov. Um total de 78 reatores fornecidos pela Rosatom estão em operação fora da Rússia. Outros 36 reatores produzidos pela companhia estão em construção em 12 países. Na Rússia, estão em construção outras seis unidades. O faturamento da companhia no ano passado somou 864,6 bilhões de rubros, cerca de R$ R$ 52 bilhões.
"Queremos ouvir os objetivos do governo [brasileiro]. E estaremos disponíveis para propor algum plano que possa ser confortável para nós, para o governo e para a economia brasileira", completou Komarov.
Segundo principal executivo do alto escalão da Rosatom, Komarov esteve no Brasil no início do mês para participar de reunião do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, com executivos das principais proponentes para a parceria internacional para a conclusão de Angra 3.
Com cerca de 65% de índice de conclusão, Angra 3 teve as obras interrompidas em setembro de 2015, por falta de pagamentos a fornecedores. Ao todo já foram investidos R$ 13 bilhões no projeto, que ainda exigirá cerca de R$ 15,5 bilhões para ser concluído. O início de operação da usina está previsto para janeiro de 2026.
Komarov vê como positivo o atual momento para o setor de energia nuclear no Brasil, devido à posição favorável do governo Bolsonaro à expansão da oferta da fonte no país. "O Brasil precisa de mais energia. E o governo tem um caminho para resolver a questão. O governo brasileiro vê a energia nuclear como uma potencial solução para definir os caminhos e estabelecer o fornecimento de energia elétrica limpa, confiável e estável para o país."
O executivo, que participa nesta semana da AtomExpo 2019, feira e congresso da indústria nuclear mundial, em Sochi, na Rússia, também vê favoravelmente o cenário de expansão da energia nuclear em âmbito global, principalmente por ser uma fonte que não emite gases do efeito estufa e por ter custo de geração estável e previsível, fatores importantes principalmente para as indústrias.
"O custo do combustível [nuclear] no custo total da energia é de menos de 10%. Em usinas a gás ou carvão, o custo do combustível é próximo de 60% a 70% do custo total da eletricidade", afirmou Komarov.
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- 18/04/2019 - Angra 2 será desligada para reabastecimento no dia 22Fonte: Canal Energia
Na próxima segunda-feira, 22 de abril, à meia-noite, a Eletronuclear desligará Angra 2 para fazer o reabastecimento de combustível da usina. A parada foi programada em comum acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, com duração prevista de 29 dias. Nesse período, cerca de um terço do combustível nuclear será trocado. Também serão realizadas inspeções, atividades de manutenção periódica e testes que só podem ser feitos com a unidade fora de operação.As paradas para reabastecimento ocorrem, aproximadamente, a cada 12 meses e são programadas com pelo menos um ano de antecedência, levando em consideração a duração do combustível nuclear e as necessidades do Sistema Interligado Nacional. Durante o período em que a usina permanece desligada, o ONS gerencia o sistema interligado de forma a garantir um abastecimento seguro de energia elétrica para o país.
Como a demanda de trabalho é maior nesse período, a Eletronuclear contratou prestadores de serviço nacionais e estrangeiros para auxiliar nas tarefas. Serão disponibilizados 1.146 profissionais brasileiros e em torno de 250 estrangeiros para atuar em conjunto com os técnicos da empresa.
Cerca de 4.500 atividades estão previstas para serem executadas durante a parada. Além do carregamento do reator, destacam-se inspeção interna do núcleo e da tampa do vaso de pressão do reator; substituição do motor de uma das bombas de refrigeração do reator; revisão geral, ultrassom e testes em uma das turbinas de baixa pressão; ultrassom em soldas do sistema primário e de dois geradores de vapor; teste de corrente parasita em dois geradores de vapor; e manutenção dos transformadores principais.
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- 17/04/2019 - Rosatom propõe modelo de contratação para término de Angra 3Fonte: O Petróleo
Por Yuri Anderson
A Rosatom irá se juntar com a Eletronuclear objetivando a conclusão de Angra 3. Kirill Komarov, um dos principais membros da diretoria da Rosatom disse que o melhor modelo para a retomada do projeto seria por meio de contratação. A solução, na visão do executivo, seria a mais barata para o Brasil.
Na última quarta-feira (17) Kirill Komarov afirmou que a Rosatom é flexível em relação a qualquer modelo que o governo brasileiro defina para a retomada das obras, mas a empresa avalia que a contratação de um fornecedor por meio de um contrato de EPC será menos custosa para o país, porque os riscos são menores para os contratados.
A Eletronuclear iniciou este mês um programa de pesquisa e convidou a Rosatom para participar da pesquisa de mercado (market sounding). A ideia é ouvir as opiniões das companhias interessadas no projeto, para ajudar a definir qual o melhor modelo para a formação de uma parceria.
Komarov disse que a Rosatom tem trabalhado com diferentes modelos ao redor do mundo. Hoje, a empresa tem um total de 78 reatores em operação pelo planeta e outros 36 em construção em 12 países. Vice-diretor geral da Rosatom para desenvolvimento corporativo e negócios internacionais, Komarov acrescenta que a empresa está disponível para propor um plano que possa ser confortável para todas as partes envolvidas em Angra 3.
O executivo foi um dos representantes da Rosatom no World Nuclear Spotlight, no Rio de Janeiro, e participou da reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele disse ainda que vê como positivo o cenário do mercado nuclear brasileiro, após as sinalizações do governo em expandir a oferta da fonte no país.
A estatal russa Rosatom é uma das gigantes do setor nuclear, é uma companhia estatal da Federação Russa, responsável pelo complexo energético nuclear do país. Tem sua sede em Moscou.
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- 17/04/2019 - Durante a Atomexpo projeto brasileiro ganha prêmio (O Petróleo)Fonte: O Petróleo
Por Yuri Anderson
Durante o 11º Fórum Internacional AtomExpo 2019, um projeto brasileiro foi premiada no evento que acontece na Rússia. O projeto foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)/Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o projeto competia com mais 10 países na categoria ”Nuclear Para Uma Vida Melhor”.Desenvolvido pelos IPEN/CNEN, o projeto trata-se de um irradiador gama multipropósito e uma unidade móvel com um acelerador de feixes de elétrons. O irradiador tem uma série de aplicações, como desinfestação e a contenção da proliferação de microrganismos em bens culturais e obras de arte. Já a unidade móvel com um acelerador pode ser usada, por exemplo, no tratamento de efluentes da produção de petróleo, dentre outras aplicações.
Entre os jurados, o presidente, Luís Echavarri, consultor internacional de energia com 17 anos de experiência como diretor geral da Agência de Energia Nuclear da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, foi quem deu o prêmio para o representante do IPEN/CNEN/SP no evento, o pesquisador Emerson Soares Bernardes.
O pesquisador disse esta se sentindo muito honrado com a premiação, "É uma honra, em nome do IPEN, receber este prêmio. Gostaria de agradecer aos organizadores e também à Rosatom pela oportunidade de estar aqui esta noite”.
O Atomexpo International Forum, é um evento que reúne referências do ramo da indústria nuclear mundial.
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- 16/04/2019 - Que desafios enfrenta o Brasil no desenvolvimento da medicina nuclear?O problema de desenvolvimento e promoção da medicina nuclear foi um dos temas mais discutidos no âmbito do Fórum ATOMEXPO 2019. Dr. Emerson Soares Bernardes participou das discussões ligadas à medicina nucelar e falou com a Sputnik Brasil sobre o estado atual dessa especialidade médica no Brasil.
O problema de desenvolvimento e promoção da medicina nuclear foi um dos temas mais discutidos no âmbito do Fórum ATOMEXPO 2019. Dr. Emerson Soares Bernardes participou das discussões ligadas à medicina nucelar e falou com a Sputnik Brasil sobre o estado atual dessa especialidade médica no Brasil.
Fonte: Sputnik Brasil
Tatyana Yudina
Cada vez mais países, incluindo o Brasil, dedicam sua atenção à medicina nuclear— especialidade médica muito eficaz no diagnóstico e tratamento de várias enfermidades, incluindo o câncer e doenças cardiovasculares.Às margens do Fórum internacional ATOMEXPO 2019, Dr. Emerson Soares Bernardes, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), explicou à Sputnik Brasil o panorama atual e os desafios da expansão da medicina nuclear no Brasil.
Segundo ele, os maiores problemas no desenvolvimento da medicina nuclear no país são o acesso deficitário a procedimentos diagnósticos e terapêuticos via saúde pública, bem como os desafios para o ensino e pesquisa da especialidade. Entretanto, Bernardes revelou que há projetos em andamento que deveriam melhorar a situação na área da medicina nuclear brasileira, especificamente na produção de medicamentos radiofarmacêuticos.
"Vamos dizer o que estamos fazendo nesse sentindo: construímos um reator nuclear multipropósito destinado especificamente a produzir radioisótopos para terapia e diagnóstico e isso vai nos dar maior liberdade. O reator aumentará nossa capacidade de produzir radioisótopos no Brasil e, com isso, tornará radioisótopos mais disponíveis", explicou ele à Sputnik Brasil.
Ele sublinhou que um dos problemas importantes é que médicos que não se especializam na medicina nuclear não sabem como usar esse tipo de medicamentos, bem como suas capacidades.
"Médicos que trabalham com medicina nuclear estão familiarizados com esses medicamentos, enquanto outros, de outras especialidades da medicina, sabem usar apenas medicamentos convencionais e se medicamentos convencionais não funcionam, eles não sabem que existe outra possibilidade de terapia", afirmou o especialista.
Segundo Bernandes, para entender a essência do problema, é preciso assinalar que "durante 50 anos a radiofarmácia foi um monopólio do governo e isso fez com que as universidades não tivessem cursos voltados para trabalhar com medicina nuclear".
"Isso fez com que a formação fosse menos profissional, não sabendo capacidades", afirmou ele acrescentando que, embora o monopólio tenha sido parcialmente quebrado dois anos atrás, as universidades ainda não se adaptaram à nova realidade e ao receber formação médico generalista, os estudantes não têm acesso à informação sobre medicina nuclear.
O especialista espera que cada vez mais empesas privadas se envolvam no setor da medicina nuclear para que esse problema seja parcialmente resolvido e a especialidade seja mais acessível para os brasileiros.
Respondendo à pergunta se no futuro a medicina nuclear vai substituir a medicina convencional, ele disse que "há mais possibilidades quando a medicina nuclear complementar outras especialidades tanto com terapia, como com diagnóstico, porque quanto mais preciso e individualizado for o tratamento e diagnóstico, mais possibilidades do sucesso de tratamento".
O Fórum internacional ATOMEXPO 2019 foi realizado na cidade russa de Sochi entre 15 e 16 de abril e se tornou palco de debate sobre as perspectivas e desafios do setor nuclear global.
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- 16/04/2019 - Sem preconceitos: por que Brasil deveria apostar na energia nuclear?Segundo especialistas, energia nuclear é um componente necessário para o desenvolvimento energético sustentável. Às margens do Fórum ATOMEXPO 2019, a Sputnik Brasil falou com Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, que revelou perspectivas da energia nuclear no Brasil.
Segundo especialistas, energia nuclear é um componente necessário para o desenvolvimento energético sustentável. Às margens do Fórum ATOMEXPO 2019, a Sputnik Brasil falou com Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, que revelou perspectivas da energia nuclear no Brasil.
Fonte: Sputnik Brasil
Anteriormente, a diretora-geral da Agência Internacional de Energia, Agneta Rising, declarou que o Brasil deveria aumentar a cota-parte da energia nuclear na matriz elétrica. Em entrevista à Sputnik Brasil, Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, revelou como o Brasil planeja promover o uso dessa fonte de energia e falou sobre o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050).
"O Brasil tem uma matriz muito diversificada, temos muitos recursos em todas as áreas – eólica, solar, gás, recurso hídrico é muito forte no Brasil, temos muito hidroelétrico. Nós passamos por um sistema em transformação […] e o Brasil, ele veio avançando durante os anos, mas o programa nuclear ficou sempre em segundo plano. E por último agora tivemos problemas como o mundo todo sabe, envolvendo corrupção. Isso tudo prejudicou muito programa nuclear", explicou Cunha à Sputnik Brasil.
Entretanto, Celso Cunha sublinhou que a situação deveria mudar com a entrada do novo governo que planeja desenvolver o programa nuclear brasileiro.
"Até o inicio de agosto será escolhido parceiro para terminar a construção de Angra 3 [a terceira usina nuclear do Brasil que está em construção desde 1971 e cujas obras foram paralisadas]. Esse é o primeiro passo que foi dado", sublinhou Cunha.
Além disso, "até dezembro desse ano vai ser anunciado o plano até 2050, esse plano deverá vir com novas usinas porque a gente vive um momento em que é colocada muita [energia] solar e eólica na nossa matriz, mas só que elas são ininterruptas, elas se oscilam, elas não são energia de base, como a gente fala, né. E asnossas hidroelétricas estão passando por um problema de recomposição dos reservatórios de água, nós temos um problema hídrico".
A energia nuclear poderia abastecer o Brasil de modo eficaz e limpo. Segundo Cunha, o programa para 2050 prevê a construção de quatro a seis novas usinas.
"Hoje a energia nuclear é responsável por 2,5% do consumo de energia no Brasil, se forem construídas mais seis usinas, a gente pode falar em chegar até 8%. Devemos chegar perto de 7-8% da matriz até 2050, o que é muito porque o Brasil tem uma posição reativa em relação ao uso de renovados muito favorável em relação aos outros países", afirmou o especialista.
"Temos todo o apoio do Ministério [de Minas e Energia] que não olha mais para a energia nuclear com certo preconceito. O Brasil olhava para a energia nuclear de uma forma muito preconceituosa e agora isso vem aos poucos mudando", declarou Cunha.
Quanto à participação estrangeira na construção da usina nuclear Angra 3, o especialista sublinhou que várias empresas estrangeiras já manifestaram interesse de participar nas obras, incluindo a russa Rosatom, a francesa EDF e a chinesa CNNC, entre outras. Prevê-se que o edital para escolha de empresa seja publicado em agosto desse ano.
De acordo com iniciativa Harmony da Agência Internacional de Energia, a indústria nuclear, considerada uma fonte de energia limpa, barata, segura e confiável, deverá abastecer 25% da eletricidade mundial até 2050.
O Fórum internacional ATOMEXPO 2019 foi realizado na cidade russa de Sochi entre 15 e 16 de abril. O tema principal do fórum é desenvolvimento das tecnologias nucleares para uma vida melhor. O Fórum se tornou palco de debate sobre asperspectivas e desafios do setor nuclear global.
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- 16/04/2019 - Conheça Agneta Rising, uma das raras mulheres de destaque na indústria nuclearSueca veio ao Rio falar sobre as novas formas de energia sustentável
Sueca veio ao Rio falar sobre as novas formas de energia sustentável
Fonte: O Globo
Gilberto Júnior
Nos corredores do centro de convenções do hotel Windsor Marapendi, na Barra, local escolhido para sediar o World Nuclear Spotlight, no início do mês, a presença masculina era massiva. Traduzia a equidade de gênero (ou a falta dela) na indústria de energia nuclear, um setor amplamente dominado por homens. Entre engravatados do mundo todo, no entanto, despontava uma senhora de 64 anos, vestidinho verde H&M e casaquinho Topshop. Dona de uma voz suave, a sueca Agneta Rising, diretora-geral da Associação Nuclear Mundial, é uma das mulheres mais poderosas do ramo e, não por acaso, uma das estrelas do evento.
— É minha primeira vez no Brasil; o clima é gostoso demais. Na Suécia temos um verão tão quente quanto o do Rio, sabia? Mas só por uma semana — diz ela, sem conter o riso. — Vim trabalhar, o que significa que estou me divertindo. É minha paixão e algo realmente importante. Quero deixar um mundo melhor para meus filhos e netos, e a energia nuclear pode me ajudar nisso.
Agneta conta que entrou para a indústria há quatro décadas, depois de bater cartão em fábrica, hospital e banco.
— Quando terminei o ensino médio, estava cansada de estudar. Anos depois, quando decidi mergulhar, finalmente, na vida acadêmica, procurei a física, um curso que não era tão popular. Assim surgiu a radiação no meu caminho.
Como Agneta era a única mulher na sala de reuniões do escritório, costumava ser confundida com a secretária.
— Era o papel que esperavam que a gente desempenhasse. A mulher podia ser a secretária, mas nunca a cientista ou a chefe. Achavam que não existia o sexo feminino no setor, mas estávamos ali o tempo todo, só não éramos vistas. E ainda hoje somos minoria no alto escalão.
De Londres, onde vive atualmente, Agneta tenta convencer o mundo de que não há futuro sustentável sem a energia nuclear, por mais temida que ela seja. Foi, inclusive, esta a razão de sua visita recente ao Rio de Janeiro.
— O impacto no meio ambiente é muito menor, precisamos disso para reverter as mudanças climáticas e seus efeitos — explica. — Costumo dizer que a energia nuclear é como a feminina. Ou seja, tem um jeito muito mais inteligente de gerar eletricidade.
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- 15/04/2019 - Como Rússia ajuda Brasil a diagnosticar e curar doenças perigosas?As relações entre o Brasil e a Rússia no campo nuclear se dão principalmente através da Rosatom, sigla de Corporação Estatal Russa de Energia Atômica. Trata-se de cooperação não apenas no desenvolvimento da energia nuclear, mas também no segmento da medicina nuclear.
As relações entre o Brasil e a Rússia no campo nuclear se dão principalmente através da Rosatom, sigla de Corporação Estatal Russa de Energia Atômica. Trata-se de cooperação não apenas no desenvolvimento da energia nuclear, mas também no segmento da medicina nuclear.
Fonte: Sputnik Brasil
Tatyana Yudina
Às margens do Fórum ATOMEXPO 2019 a Sputnik Brasil perguntou à diretora do Departamento de Vendas de Isótopos da empresa Isotop, subsidiária da estatal russa Rosatom, Kristina Tikhomirova, sobre o uso dos isótopos russos na medicina nuclear do Brasil.A cooperação russo-brasileira na medicina nuclear começou em 2015, quando a Isotop e a Comissão Nacional de Energia Nuclear do Brasil (CNEN) assinaram um acordo de fornecimento de molibdênio-99, o principal isótopo radioativo usado na medicina nos procedimentos da detecção de câncer e das doenças cardiovasculares. Dois anos mais tarde, em 2017, as duas organizações ampliaram a cooperação, fechando o acordo de cinco anos que prevê fornecimento não apenas de molibdênio-99, mas também de outros isótopos, incluindo iodo-131, lutécio-177, ítrio-90, cobalto-57 e outros.
"Durante muitos anos cooperamos com sucesso com diferentes organizações no Brasil, fornecemos produtos médicos, incluindo molibdênio e iodo, temos muitos acordos e esperamos aumento de cooperação no futuro", revelou Tikhomirova à Sputnik Brasil às margens do Fórum ATOMEXPO 2019.
Além das entregas de isótopos, ela falou sobre cooperação no âmbito das pesquisas fundamentais físicas.
"Os representantes das organizações brasileiras são membros das várias colaborações científicas internacionais que realizam pesquisas no campo de física fundamental", afirmou Tikhomirova, sublinhando que a Rosatom também fornece isótopos para esse tipo de estudos.
Hoje em dia, medicina nuclear é uma das especialidades médicas mais promissoras. Os métodos usados na medicina nuclear são muito eficazes no diagnóstico e tratamento de várias enfermidades, incluindo o câncer.
O 11º Fórum internacional ATOMEXPO está sendo realizado na cidade de Sochi entre 15 e 16 de abril e é organizado pela empresa estatal nuclear russa Rosatom. O tema principal do fórum é desenvolvimento das tecnologias nucleares para uma vida melhor. Durante o Fórum foram discutidas as perspectivas da energia nuclear, bem como desafios enfrentados pelo setor nuclear em vários países.