Clipping de Notícias
-
- 24/04/2019 - Fusão nuclear é obtida em equipamento de mesaFonte: Inovação Tecnológica
Fusão nuclear de mesa
Esquema do experimento que obteve fusão nuclear sustentada em um equipamento de mesa do tipo "Pinça Z". [Imagem: Y. Zhang et al. - 10.1103/PhysRevLett.122.135001]
Físicos detectaram a assinatura de reações de fusão nuclear em um aparato experimental de mesa, comumente usado para estudar os plasmas encontrados em estrelas e outros corpos astrofísicos.
Os futuros reatores de fusão nuclear prometem a possibilidade de fornecer à Terra uma fonte ilimitada de energia limpa, verdadeiras estrelas artificiais.
As tentativas de criar esses reatores de fusão nuclear normalmente envolvem engenhocas do tamanho de edifícios para gerar o plasma quente necessário para iniciar as reações de fusão - é o caso dos projetos experimentais ITER e Wendelstein 7X e mesmo de propostas mais ambiciosas e de curto prazo, como o SPARC e o HB11.
Yue Zhang, da Universidade de Washington, nos EUA, acredita ter iniciado com sucesso a fusão nuclear sustentada usando uma configuração que é pequena o suficiente para ser posta sobre uma mesa.
Pinça Z
Zhang estava trabalhando com uma configuração experimental conhecida como "pinça Z", ou Zeta pinch, na qual a corrente elétrica no plasma gera um campo magnético que "belisca" o plasma, comprimindo-o localmente, como se fosse uma pinça.
Pesquisadores têm usado esta configuração por décadas para estudar em laboratório o que acontece no interior das estrelas. E na década de 1950, alguns deles detectaram as assinaturas de nêutrons gerados por reações de fusão dentro de um Z-pinch.
Mas, apesar desse sucesso inicial, os pesquisadores haviam desistido de reatores de fusão baseados em pinças Z por causa da natureza instável dos plasmas que esses equipamentos produzem.
Zhang e seus colegas descobriram uma maneira de contornar este problema, gerando um plasma estável a partir de átomos de hidrogênio e deutério. Para fazer isso, a equipe aplicou uma força de cisalhamento ao plasma enquanto este avançava através do acelerador. Isso gerou um fluxo radial que manteve o plasma estável.
O sinal da fusão nuclear durou vários microssegundos, uma duração inédita até agora. [Imagem: Y. Zhang et al. - 10.1103/PhysRevLett.122.135001]
Reator de fusão compacto
O plasma resultante permaneceu estável por cerca de 16 microssegundos (µs), 5.000 vezes mais do que o que é possível com plasmas estáticos. Durante este período estável, a equipe detectou a presença dos nêutrons de alta energia esperados de uma reação de fusão nuclear, com este sinal durando 5 µs.
Embora existam muitas etapas desta demonstração inicial até um reator viável, o experimento aponta para o uso potencial de uma pinça Z em futuros geradores de energia de fusão nuclear compactos.
-
- 22/04/2019 - Projeto brasileiro vence prêmio mundial de energia nuclearNa Rússia
Na Rússia
Fonte: Veja
Por Ernesto NevesO Brasil venceu o prêmio internacional de energia nuclear Atomexpo, em Sochi, na Rússia, na última quinta (17).A distinção foi dada ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, de São Paulo, pelo desenvolvimento de um irradiador e uma unidade móvel com acelerador de elétrons.Capitaneados pelo engenheiro Emerson Soares Bernardes, esses projetos foram reconhecidos por terem aplicações tanto ambientais quanto industriais. -
- 18/04/2019 - Rosatom pede modelo de contratação para Angra 3Fonte: Valor
Rodrigo Polito, de Sochi (Rússia)
Uma das proponentes a firmar parceria com a Eletronuclear para a conclusão da usina nuclear de Angra 3, a fabricante russa de equipamentos e fornecedora de combustível nuclear Rosatom diz ser flexível a qualquer modelo que o governo defina para a retomada do empreendimento, mas enxerga que, em termos de custo de energia, a solução por meio de contratação, ao invés de uma sociedade, é a mais barata para o país.Em uma eventual composição societária, o investidor estrangeiro vai precificar os riscos de atraso no cronograma e de estouro de orçamento.
"Um modelo em que o governo contrata algum fornecedor de tecnologia e construção, em um contrato de EPC [sigla em inglês para engenharia, gestão de compras e construção], será o menos caro para o governo, porque não há risco para os contratados, se algo ocorrer de forma errada", afirmou o primeiro vice-diretor geral da Rosatom para Desenvolvimento Corporativo e Negócios Internacionais, Kirill Komarov. "Em todos os casos, se você utiliza dinheiro de governo é menos caro do que usar dinheiro privado. Tudo isso se reflete no preço final da energia elétrica", completou.
Questionado sobre a condição atual do governo brasileiro, que não possui recursos suficientes para arcar com o projeto, o executivo disse que existe possibilidade de empréstimos intergovernamentais. Ele citou como exemplo casos na Hungria, Índia, Bielorrússia e Bangladesh.
Com um portfólio de encomendas de US$ 133,2 bilhões para os próximos anos fora da Rússia, a Rosatom é uma das sete empresas que receberam carta-convite da Eletronuclear para enviar sugestões para a elaboração do modelo de negócios para a retomada das obras da terceira usina nuclear brasileira. Além dela, também foram sondados Westinghouse (Estados Unidos), EDF (França), Kepco (Coreia do Sul) e as chinesas CNNC, SNPTC e CGN.
Os interessados devem enviar suas contribuições à estatal brasileira até o fim deste mês. O modelo final deve ser definido pelo governo ainda no primeiro semestre, para ser lançado um edital de concorrência internacional no segundo semestre.
"Existe tempo suficiente para o governo brasileiro definir e dizer o que é o mais importante para eles. Nós somos muito flexíveis como companhia. Temos trabalhado em diferentes modelos", disse Komarov. Um total de 78 reatores fornecidos pela Rosatom estão em operação fora da Rússia. Outros 36 reatores produzidos pela companhia estão em construção em 12 países. Na Rússia, estão em construção outras seis unidades. O faturamento da companhia no ano passado somou 864,6 bilhões de rubros, cerca de R$ R$ 52 bilhões.
"Queremos ouvir os objetivos do governo [brasileiro]. E estaremos disponíveis para propor algum plano que possa ser confortável para nós, para o governo e para a economia brasileira", completou Komarov.
Segundo principal executivo do alto escalão da Rosatom, Komarov esteve no Brasil no início do mês para participar de reunião do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, com executivos das principais proponentes para a parceria internacional para a conclusão de Angra 3.
Com cerca de 65% de índice de conclusão, Angra 3 teve as obras interrompidas em setembro de 2015, por falta de pagamentos a fornecedores. Ao todo já foram investidos R$ 13 bilhões no projeto, que ainda exigirá cerca de R$ 15,5 bilhões para ser concluído. O início de operação da usina está previsto para janeiro de 2026.
Komarov vê como positivo o atual momento para o setor de energia nuclear no Brasil, devido à posição favorável do governo Bolsonaro à expansão da oferta da fonte no país. "O Brasil precisa de mais energia. E o governo tem um caminho para resolver a questão. O governo brasileiro vê a energia nuclear como uma potencial solução para definir os caminhos e estabelecer o fornecimento de energia elétrica limpa, confiável e estável para o país."
O executivo, que participa nesta semana da AtomExpo 2019, feira e congresso da indústria nuclear mundial, em Sochi, na Rússia, também vê favoravelmente o cenário de expansão da energia nuclear em âmbito global, principalmente por ser uma fonte que não emite gases do efeito estufa e por ter custo de geração estável e previsível, fatores importantes principalmente para as indústrias.
"O custo do combustível [nuclear] no custo total da energia é de menos de 10%. Em usinas a gás ou carvão, o custo do combustível é próximo de 60% a 70% do custo total da eletricidade", afirmou Komarov.
-
- 18/04/2019 - Angra 2 será desligada para reabastecimento no dia 22Fonte: Canal Energia
Na próxima segunda-feira, 22 de abril, à meia-noite, a Eletronuclear desligará Angra 2 para fazer o reabastecimento de combustível da usina. A parada foi programada em comum acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico, com duração prevista de 29 dias. Nesse período, cerca de um terço do combustível nuclear será trocado. Também serão realizadas inspeções, atividades de manutenção periódica e testes que só podem ser feitos com a unidade fora de operação.As paradas para reabastecimento ocorrem, aproximadamente, a cada 12 meses e são programadas com pelo menos um ano de antecedência, levando em consideração a duração do combustível nuclear e as necessidades do Sistema Interligado Nacional. Durante o período em que a usina permanece desligada, o ONS gerencia o sistema interligado de forma a garantir um abastecimento seguro de energia elétrica para o país.
Como a demanda de trabalho é maior nesse período, a Eletronuclear contratou prestadores de serviço nacionais e estrangeiros para auxiliar nas tarefas. Serão disponibilizados 1.146 profissionais brasileiros e em torno de 250 estrangeiros para atuar em conjunto com os técnicos da empresa.
Cerca de 4.500 atividades estão previstas para serem executadas durante a parada. Além do carregamento do reator, destacam-se inspeção interna do núcleo e da tampa do vaso de pressão do reator; substituição do motor de uma das bombas de refrigeração do reator; revisão geral, ultrassom e testes em uma das turbinas de baixa pressão; ultrassom em soldas do sistema primário e de dois geradores de vapor; teste de corrente parasita em dois geradores de vapor; e manutenção dos transformadores principais.
-
- 17/04/2019 - Rosatom propõe modelo de contratação para término de Angra 3Fonte: O Petróleo
Por Yuri Anderson
A Rosatom irá se juntar com a Eletronuclear objetivando a conclusão de Angra 3. Kirill Komarov, um dos principais membros da diretoria da Rosatom disse que o melhor modelo para a retomada do projeto seria por meio de contratação. A solução, na visão do executivo, seria a mais barata para o Brasil.
Na última quarta-feira (17) Kirill Komarov afirmou que a Rosatom é flexível em relação a qualquer modelo que o governo brasileiro defina para a retomada das obras, mas a empresa avalia que a contratação de um fornecedor por meio de um contrato de EPC será menos custosa para o país, porque os riscos são menores para os contratados.
A Eletronuclear iniciou este mês um programa de pesquisa e convidou a Rosatom para participar da pesquisa de mercado (market sounding). A ideia é ouvir as opiniões das companhias interessadas no projeto, para ajudar a definir qual o melhor modelo para a formação de uma parceria.
Komarov disse que a Rosatom tem trabalhado com diferentes modelos ao redor do mundo. Hoje, a empresa tem um total de 78 reatores em operação pelo planeta e outros 36 em construção em 12 países. Vice-diretor geral da Rosatom para desenvolvimento corporativo e negócios internacionais, Komarov acrescenta que a empresa está disponível para propor um plano que possa ser confortável para todas as partes envolvidas em Angra 3.
O executivo foi um dos representantes da Rosatom no World Nuclear Spotlight, no Rio de Janeiro, e participou da reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Ele disse ainda que vê como positivo o cenário do mercado nuclear brasileiro, após as sinalizações do governo em expandir a oferta da fonte no país.
A estatal russa Rosatom é uma das gigantes do setor nuclear, é uma companhia estatal da Federação Russa, responsável pelo complexo energético nuclear do país. Tem sua sede em Moscou.
-
- 17/04/2019 - Durante a Atomexpo projeto brasileiro ganha prêmio (O Petróleo)Fonte: O Petróleo
Por Yuri Anderson
Durante o 11º Fórum Internacional AtomExpo 2019, um projeto brasileiro foi premiada no evento que acontece na Rússia. O projeto foi realizado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)/Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o projeto competia com mais 10 países na categoria ”Nuclear Para Uma Vida Melhor”.Desenvolvido pelos IPEN/CNEN, o projeto trata-se de um irradiador gama multipropósito e uma unidade móvel com um acelerador de feixes de elétrons. O irradiador tem uma série de aplicações, como desinfestação e a contenção da proliferação de microrganismos em bens culturais e obras de arte. Já a unidade móvel com um acelerador pode ser usada, por exemplo, no tratamento de efluentes da produção de petróleo, dentre outras aplicações.
Entre os jurados, o presidente, Luís Echavarri, consultor internacional de energia com 17 anos de experiência como diretor geral da Agência de Energia Nuclear da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, foi quem deu o prêmio para o representante do IPEN/CNEN/SP no evento, o pesquisador Emerson Soares Bernardes.
O pesquisador disse esta se sentindo muito honrado com a premiação, "É uma honra, em nome do IPEN, receber este prêmio. Gostaria de agradecer aos organizadores e também à Rosatom pela oportunidade de estar aqui esta noite”.
O Atomexpo International Forum, é um evento que reúne referências do ramo da indústria nuclear mundial.
-
- 16/04/2019 - Que desafios enfrenta o Brasil no desenvolvimento da medicina nuclear?O problema de desenvolvimento e promoção da medicina nuclear foi um dos temas mais discutidos no âmbito do Fórum ATOMEXPO 2019. Dr. Emerson Soares Bernardes participou das discussões ligadas à medicina nucelar e falou com a Sputnik Brasil sobre o estado atual dessa especialidade médica no Brasil.
O problema de desenvolvimento e promoção da medicina nuclear foi um dos temas mais discutidos no âmbito do Fórum ATOMEXPO 2019. Dr. Emerson Soares Bernardes participou das discussões ligadas à medicina nucelar e falou com a Sputnik Brasil sobre o estado atual dessa especialidade médica no Brasil.
Fonte: Sputnik Brasil
Tatyana Yudina
Cada vez mais países, incluindo o Brasil, dedicam sua atenção à medicina nuclear— especialidade médica muito eficaz no diagnóstico e tratamento de várias enfermidades, incluindo o câncer e doenças cardiovasculares.Às margens do Fórum internacional ATOMEXPO 2019, Dr. Emerson Soares Bernardes, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), explicou à Sputnik Brasil o panorama atual e os desafios da expansão da medicina nuclear no Brasil.
Segundo ele, os maiores problemas no desenvolvimento da medicina nuclear no país são o acesso deficitário a procedimentos diagnósticos e terapêuticos via saúde pública, bem como os desafios para o ensino e pesquisa da especialidade. Entretanto, Bernardes revelou que há projetos em andamento que deveriam melhorar a situação na área da medicina nuclear brasileira, especificamente na produção de medicamentos radiofarmacêuticos.
"Vamos dizer o que estamos fazendo nesse sentindo: construímos um reator nuclear multipropósito destinado especificamente a produzir radioisótopos para terapia e diagnóstico e isso vai nos dar maior liberdade. O reator aumentará nossa capacidade de produzir radioisótopos no Brasil e, com isso, tornará radioisótopos mais disponíveis", explicou ele à Sputnik Brasil.
Ele sublinhou que um dos problemas importantes é que médicos que não se especializam na medicina nuclear não sabem como usar esse tipo de medicamentos, bem como suas capacidades.
"Médicos que trabalham com medicina nuclear estão familiarizados com esses medicamentos, enquanto outros, de outras especialidades da medicina, sabem usar apenas medicamentos convencionais e se medicamentos convencionais não funcionam, eles não sabem que existe outra possibilidade de terapia", afirmou o especialista.
Segundo Bernandes, para entender a essência do problema, é preciso assinalar que "durante 50 anos a radiofarmácia foi um monopólio do governo e isso fez com que as universidades não tivessem cursos voltados para trabalhar com medicina nuclear".
"Isso fez com que a formação fosse menos profissional, não sabendo capacidades", afirmou ele acrescentando que, embora o monopólio tenha sido parcialmente quebrado dois anos atrás, as universidades ainda não se adaptaram à nova realidade e ao receber formação médico generalista, os estudantes não têm acesso à informação sobre medicina nuclear.
O especialista espera que cada vez mais empesas privadas se envolvam no setor da medicina nuclear para que esse problema seja parcialmente resolvido e a especialidade seja mais acessível para os brasileiros.
Respondendo à pergunta se no futuro a medicina nuclear vai substituir a medicina convencional, ele disse que "há mais possibilidades quando a medicina nuclear complementar outras especialidades tanto com terapia, como com diagnóstico, porque quanto mais preciso e individualizado for o tratamento e diagnóstico, mais possibilidades do sucesso de tratamento".
O Fórum internacional ATOMEXPO 2019 foi realizado na cidade russa de Sochi entre 15 e 16 de abril e se tornou palco de debate sobre as perspectivas e desafios do setor nuclear global.
-
- 16/04/2019 - Sem preconceitos: por que Brasil deveria apostar na energia nuclear?Segundo especialistas, energia nuclear é um componente necessário para o desenvolvimento energético sustentável. Às margens do Fórum ATOMEXPO 2019, a Sputnik Brasil falou com Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, que revelou perspectivas da energia nuclear no Brasil.
Segundo especialistas, energia nuclear é um componente necessário para o desenvolvimento energético sustentável. Às margens do Fórum ATOMEXPO 2019, a Sputnik Brasil falou com Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, que revelou perspectivas da energia nuclear no Brasil.
Fonte: Sputnik Brasil
Anteriormente, a diretora-geral da Agência Internacional de Energia, Agneta Rising, declarou que o Brasil deveria aumentar a cota-parte da energia nuclear na matriz elétrica. Em entrevista à Sputnik Brasil, Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares, revelou como o Brasil planeja promover o uso dessa fonte de energia e falou sobre o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050).
"O Brasil tem uma matriz muito diversificada, temos muitos recursos em todas as áreas – eólica, solar, gás, recurso hídrico é muito forte no Brasil, temos muito hidroelétrico. Nós passamos por um sistema em transformação […] e o Brasil, ele veio avançando durante os anos, mas o programa nuclear ficou sempre em segundo plano. E por último agora tivemos problemas como o mundo todo sabe, envolvendo corrupção. Isso tudo prejudicou muito programa nuclear", explicou Cunha à Sputnik Brasil.
Entretanto, Celso Cunha sublinhou que a situação deveria mudar com a entrada do novo governo que planeja desenvolver o programa nuclear brasileiro.
"Até o inicio de agosto será escolhido parceiro para terminar a construção de Angra 3 [a terceira usina nuclear do Brasil que está em construção desde 1971 e cujas obras foram paralisadas]. Esse é o primeiro passo que foi dado", sublinhou Cunha.
Além disso, "até dezembro desse ano vai ser anunciado o plano até 2050, esse plano deverá vir com novas usinas porque a gente vive um momento em que é colocada muita [energia] solar e eólica na nossa matriz, mas só que elas são ininterruptas, elas se oscilam, elas não são energia de base, como a gente fala, né. E asnossas hidroelétricas estão passando por um problema de recomposição dos reservatórios de água, nós temos um problema hídrico".
A energia nuclear poderia abastecer o Brasil de modo eficaz e limpo. Segundo Cunha, o programa para 2050 prevê a construção de quatro a seis novas usinas.
"Hoje a energia nuclear é responsável por 2,5% do consumo de energia no Brasil, se forem construídas mais seis usinas, a gente pode falar em chegar até 8%. Devemos chegar perto de 7-8% da matriz até 2050, o que é muito porque o Brasil tem uma posição reativa em relação ao uso de renovados muito favorável em relação aos outros países", afirmou o especialista.
"Temos todo o apoio do Ministério [de Minas e Energia] que não olha mais para a energia nuclear com certo preconceito. O Brasil olhava para a energia nuclear de uma forma muito preconceituosa e agora isso vem aos poucos mudando", declarou Cunha.
Quanto à participação estrangeira na construção da usina nuclear Angra 3, o especialista sublinhou que várias empresas estrangeiras já manifestaram interesse de participar nas obras, incluindo a russa Rosatom, a francesa EDF e a chinesa CNNC, entre outras. Prevê-se que o edital para escolha de empresa seja publicado em agosto desse ano.
De acordo com iniciativa Harmony da Agência Internacional de Energia, a indústria nuclear, considerada uma fonte de energia limpa, barata, segura e confiável, deverá abastecer 25% da eletricidade mundial até 2050.
O Fórum internacional ATOMEXPO 2019 foi realizado na cidade russa de Sochi entre 15 e 16 de abril. O tema principal do fórum é desenvolvimento das tecnologias nucleares para uma vida melhor. O Fórum se tornou palco de debate sobre asperspectivas e desafios do setor nuclear global.
-
- 16/04/2019 - Conheça Agneta Rising, uma das raras mulheres de destaque na indústria nuclearSueca veio ao Rio falar sobre as novas formas de energia sustentável
Sueca veio ao Rio falar sobre as novas formas de energia sustentável
Fonte: O Globo
Gilberto Júnior
Nos corredores do centro de convenções do hotel Windsor Marapendi, na Barra, local escolhido para sediar o World Nuclear Spotlight, no início do mês, a presença masculina era massiva. Traduzia a equidade de gênero (ou a falta dela) na indústria de energia nuclear, um setor amplamente dominado por homens. Entre engravatados do mundo todo, no entanto, despontava uma senhora de 64 anos, vestidinho verde H&M e casaquinho Topshop. Dona de uma voz suave, a sueca Agneta Rising, diretora-geral da Associação Nuclear Mundial, é uma das mulheres mais poderosas do ramo e, não por acaso, uma das estrelas do evento.
— É minha primeira vez no Brasil; o clima é gostoso demais. Na Suécia temos um verão tão quente quanto o do Rio, sabia? Mas só por uma semana — diz ela, sem conter o riso. — Vim trabalhar, o que significa que estou me divertindo. É minha paixão e algo realmente importante. Quero deixar um mundo melhor para meus filhos e netos, e a energia nuclear pode me ajudar nisso.
Agneta conta que entrou para a indústria há quatro décadas, depois de bater cartão em fábrica, hospital e banco.
— Quando terminei o ensino médio, estava cansada de estudar. Anos depois, quando decidi mergulhar, finalmente, na vida acadêmica, procurei a física, um curso que não era tão popular. Assim surgiu a radiação no meu caminho.
Como Agneta era a única mulher na sala de reuniões do escritório, costumava ser confundida com a secretária.
— Era o papel que esperavam que a gente desempenhasse. A mulher podia ser a secretária, mas nunca a cientista ou a chefe. Achavam que não existia o sexo feminino no setor, mas estávamos ali o tempo todo, só não éramos vistas. E ainda hoje somos minoria no alto escalão.
De Londres, onde vive atualmente, Agneta tenta convencer o mundo de que não há futuro sustentável sem a energia nuclear, por mais temida que ela seja. Foi, inclusive, esta a razão de sua visita recente ao Rio de Janeiro.
— O impacto no meio ambiente é muito menor, precisamos disso para reverter as mudanças climáticas e seus efeitos — explica. — Costumo dizer que a energia nuclear é como a feminina. Ou seja, tem um jeito muito mais inteligente de gerar eletricidade.
-
- 15/04/2019 - Como Rússia ajuda Brasil a diagnosticar e curar doenças perigosas?As relações entre o Brasil e a Rússia no campo nuclear se dão principalmente através da Rosatom, sigla de Corporação Estatal Russa de Energia Atômica. Trata-se de cooperação não apenas no desenvolvimento da energia nuclear, mas também no segmento da medicina nuclear.
As relações entre o Brasil e a Rússia no campo nuclear se dão principalmente através da Rosatom, sigla de Corporação Estatal Russa de Energia Atômica. Trata-se de cooperação não apenas no desenvolvimento da energia nuclear, mas também no segmento da medicina nuclear.
Fonte: Sputnik Brasil
Tatyana Yudina
Às margens do Fórum ATOMEXPO 2019 a Sputnik Brasil perguntou à diretora do Departamento de Vendas de Isótopos da empresa Isotop, subsidiária da estatal russa Rosatom, Kristina Tikhomirova, sobre o uso dos isótopos russos na medicina nuclear do Brasil.A cooperação russo-brasileira na medicina nuclear começou em 2015, quando a Isotop e a Comissão Nacional de Energia Nuclear do Brasil (CNEN) assinaram um acordo de fornecimento de molibdênio-99, o principal isótopo radioativo usado na medicina nos procedimentos da detecção de câncer e das doenças cardiovasculares. Dois anos mais tarde, em 2017, as duas organizações ampliaram a cooperação, fechando o acordo de cinco anos que prevê fornecimento não apenas de molibdênio-99, mas também de outros isótopos, incluindo iodo-131, lutécio-177, ítrio-90, cobalto-57 e outros.
"Durante muitos anos cooperamos com sucesso com diferentes organizações no Brasil, fornecemos produtos médicos, incluindo molibdênio e iodo, temos muitos acordos e esperamos aumento de cooperação no futuro", revelou Tikhomirova à Sputnik Brasil às margens do Fórum ATOMEXPO 2019.
Além das entregas de isótopos, ela falou sobre cooperação no âmbito das pesquisas fundamentais físicas.
"Os representantes das organizações brasileiras são membros das várias colaborações científicas internacionais que realizam pesquisas no campo de física fundamental", afirmou Tikhomirova, sublinhando que a Rosatom também fornece isótopos para esse tipo de estudos.
Hoje em dia, medicina nuclear é uma das especialidades médicas mais promissoras. Os métodos usados na medicina nuclear são muito eficazes no diagnóstico e tratamento de várias enfermidades, incluindo o câncer.
O 11º Fórum internacional ATOMEXPO está sendo realizado na cidade de Sochi entre 15 e 16 de abril e é organizado pela empresa estatal nuclear russa Rosatom. O tema principal do fórum é desenvolvimento das tecnologias nucleares para uma vida melhor. Durante o Fórum foram discutidas as perspectivas da energia nuclear, bem como desafios enfrentados pelo setor nuclear em vários países.
-
- 15/04/2019 - 'Brasil deve fazer mais': será que Angra 3 é necessária para futuro sustentável do país?Um dos temas principais do Fórum ATOMEXPO 2019 foi o aumento do uso da energia nuclear como um componente vital do desenvolvimento global sustentável. A diretora geral da Agência Internacional de Energia, Agneta Rising, respondeu às perguntas da Sputnik Brasil sobre situação da energia nuclear no Brasil.
Um dos temas principais do Fórum ATOMEXPO 2019 foi o aumento do uso da energia nuclear como um componente vital do desenvolvimento global sustentável. A diretora geral da Agência Internacional de Energia, Agneta Rising, respondeu às perguntas da Sputnik Brasil sobre situação da energia nuclear no Brasil.
Fonte: Sputnik Brasil
Durante a coletiva de imprensa realizada às margens do Fórum internacional ATOMEXPO 2019, a diretora geral da Agência Internacional de Energia, Rising apontou que a energia nuclear é uma fonte de energia limpa, barata, segura e confiável e citou o diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, segundo o qual "não há futuro energético sustentável sem a energia nuclear".
Rising sublinhou que já apelou às ONU e à indústria nuclear global para que tomem medidas decisivas para gerar energia limpa.
Comentando a situação no Brasil, ela explicou que "a energia nuclear corresponde a cerca de dois ou três por cento da matriz energética do Brasil, se usa também energia hidrelétrica, mas combustíveis fósseis são amplamente usados, o que leva às emissões para a atmosfera".
De acordo com levantamento da Harmony da Associação, a indústria nuclear deverá abastecer 25% da eletricidade mundial até 2050. Para alcançar essa meta, a geração nuclear deve triplicar globalmente até 2050.
"O mundo deve usar mais energia nuclear para atender à crescente demanda por energia sustentável. O Brasil deve fazer mais porque já tem experiência no uso de energia nuclear", acrescentou ela.
Atualmente, o Brasil tem duas usinas nucleares em operação — Angra 1 e Angra 2. A terceira, Angra 3, está em fase de construção, mas suas obras foram paralisadas após denúncias de corrupção da Operação Lava Jato envolvendo a Eletronuclear, empresa estatal que opera as usinas nucleares brasileiras.
No final de dezembro de 2018, a Eletrobras informou que pretende investir R$ 12 bilhões para terminar a construção da usina Angra 3.
É de assinalar que o Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética estão elaborando o Plano Nacional de Energia 2050 (PNE 2050) que seria apresentado ao público até o fim do ano corrente.
O Fórum internacional ATOMEXPO 2019 é realizado na cidade russa de Sochi entre 15 e 16 de abril. O objetivo do Fórum é discutir estado atual da indústria nuclear e suas tendências, bem como apresentar novas tecnologias nucleares.
-
- 15/04/2019 - Barragem com rejeitos de urânio preocupa autoridades no Sul de MinasEstrutura está desativada há 24 anos, mas existem dúvidas sobre segurança da instalação
Estrutura está desativada há 24 anos, mas existem dúvidas sobre segurança da instalação
Fonte: O Tempo
Por Fábio Corrêa15/04/19 - 03h00
As dúvidas sobre os impactos ambientais e humanos de uma barragem de material radioativo em Caldas, no Sul de Minas, preocupam autoridades e membros da sociedade civil da região. Integrantes da Comissão de Bacia Hidrográfica (CBH) dos afluentes mineiros dos rios Mogi-Guaçu e Pardo se reuniram na última quinta-feira no município de Andradas, a cerca de 25 km da mina de extração de urânio da empresa federal Indústrias Nucleares do Brasil (INB) para avaliar a situação da estrutura.
Os integrantes do colegiado aguardavam a presença de membros da Comissão de Energia Nuclear (Cnen) do governo federal, o que não ocorreu. Segundo a professora da PUC Minas Poços de Caldas Maria Teresa Mariano, da diretoria do CBH, faltam informações sobre análise da água e como está a situação da barragem.
"Há duas barragens, uma de águas claras e outra de mineração de urânio. O pedido foi encaminhado, e não tivemos resposta. Estávamos aguardando para saber a situação que se encontra hoje. Pessoas da região falam que houve um vazamento e que esse vazamento não foi só agora que ocorreu”, afirma. Na reunião de quinta-feira, foi também instaurado um comitê que vai acompanhar, nos próximos meses, a situação da barragem.
Instabilidade. Alvo de uma ação civil do Ministério Público Federal (MPF), a barragem é a primeira de mineração de urânio no Brasil e funcionou de 1982 a 1995, quando foi desativada. A justificativa para o processo foi a constatação, por parte da Procuradoria, de que a INB não estava tomando providências necessárias para o descomissionamento.
Em setembro, um estudo feito pela Universidade Federal de Ouro Preto, contratado pela INB, detectou infiltração no sistema extravasor da barragem de rejeitos radioativos, que poderia comprometer a estabilidade da estrutura. No caso de ruptura, o material radioativo vazaria e poderia chegar ao ribeirão das Antas.
Segundo o procurador do MPF Lucas Gualtieri, além desse, há outros problemas, como pilhas de rejeitos tóxicos que ficam a céu aberto e poderiam, por ação da chuva e do vento, contaminar os rios no entorno. "Não temos elementos para dizer nem que a barragem está instável e tampouco que está estável”, diz ele, que visitou a estrutura na primeira semana de abril.
Na ocasião, foi apresentado um plano de segurança da INB, mas incompleto. "Faltaram a instalação do sistema de alerta para a população na zona de autossalvamento, a realização de treinamentos, seja com a equipe interna, seja com a população, e a articulação com órgãos externos como a Defesa Civil”, afirma o procurador. O MPF agora trabalha em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que será apresentado à INB.
A empresa, por sua vez, afirmou, em nota, que realizará o treinamento das equipes da empresa nos próximos dias e que, para o treinamento da população, "será necessária uma participação conjunta com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, além de outros órgãos municipais, estaduais e federais”. Além disso, disse que já está em contato com a empresa especializada para a compra dos alarmes. A INB também diz que a barragem é segura e que a troca do sistema extravasor atual por um mais atual deverá ser concluída já no próximo mês. A Comissão de Energia Nuclear não respondeu à reportagem.
Contaminação ainda é pequena
Professor do Departamento de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), o especialista Alphonse Kelecom participou de um estudo que analisou, entre 1999 e 2011, o nível de contaminação das nascentes do ribeirão das Antas, do ribeirão do Soberbo e no córrego da Consulta. Segundo ele, há um aumento esporádico na concentração de urânio, devido à ação das chuvas. "Mas os valores atingidos ficam abaixo do máximo permissível definido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e por outros organismos internacionais”, diz o professor.
Kelecom também afirma que não há como se falar num possível aumento nos casos de câncer da região devido à exposição ao material radioativo, já que, para isso, teriam de ser comparados grupos de condições socioeconômicas similares às da região de Caldas, mas que estivessem em outra região, longe da concentração de urânio. Ele diz que a situação ambiental está controlada.
"A minha crítica está mais relacionada com os atrasos em comunicar fatos anômalos, reconhecer eventualmente os erros cometidos, a falta de transparência na comunicação”, diz ele, destacando como sintomático o fato do plano de segurança só ter sido apresentado recentemente.
Segundo o procurador do MPF Lucas Gualtieri, há cerca de 200 trabalhadores na unidade da INB em Caldas. As unidades de trabalho, porém, não estão a jusante da barragem, como ocorreu no rompimento do reservatório da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 25 de janeiro. "Em Caldas, os trabalhadores estão do outro lado da barragem”, diz.
-
- 15/04/2019 - Começa retirada de combustível do reator 3 da usina de FukushimaOperadora prevê terminar a retirada das 566 barras de combustível da unidade 3 até março de 2021.
Operadora prevê terminar a retirada das 566 barras de combustível da unidade 3 até março de 2021.
Fonte: G1
A operadora da usina nuclear de Fukushima, no Japão, começou nesta segunda-feira (15) a retirar combustível armazenado em um dos três reatores acidentados da unidade, o que representa um novo passo para sua desativação. A operação no reator 3 é feita por equipamentos.
Essa é a primeira vez que se retira combustível nuclear de um dos reatores gravemente danificados pelo terremoto e tsunami de 11 de março de 2011, informou a proprietária da unidade, a Tokyo Electric Power Company (Tepco). Os reatores 1, 2 e 3 sofreram fusões parciais dos seus núcleos após ficarem sem energia elétrica por causa do desastre.
Esta fase dos trabalhos de desmantelamento sofreu um atraso de mais de quatro anos desde a data inicialmente prevista pela Tepco, devido às falhas sofridas pelos dispositivos eletrônicos e robóticos usados na operação. Esse equipamentos são expostos a níveis de radiação extrema que seriam fatais para trabalhadores humanos.
Em particular, a Tepco prevê retirar nesta segunda sete das 566 barras de dióxido de urânio e MOX (uma mistura de urânio e óxido de plutônio) gastas ou não usadas armazenadas em piscinas de refrigeração dentro do prédio da unidade 3, e transferi-las para outras piscinas situadas nas instalações da central de Fukushima Daiichi, que fica 220 km ao nordeste de Tóquio.
A operadora prevê completar a retirada das barras de combustível da unidade 3 até março de 2021, enquanto nas outras duas unidades danificadas faltam mais mil barras que a Tepco planeja retirar a partir de 2023.
Além destas barras, foi detectada a presença de restos fundidos de combustível atômico no fundo do compartimento de contenção dos reatores 1, 2 e 3, segundo mostraram as imagens captadas por vários aparatos remotos introduzidos pela Tepco.
Estes resíduos altamente radioativos são fruto da fusão parcial das unidades durante a catástrofe nuclear de 2011, e apresentam dificuldades técnicas para sua retirada muitos maiores que as barras de combustível.
A Tepco já completou a retirada de combustível armazenado no reator 4 da central, onde os danos foram menores que nas outras unidades.
-
- 12/04/2019 - Dados sigilosos sobre as areias monazíticas de Guarapari prometem ser divulgados em workshopO encontro acontecerá nos dias 24 e 25 de maio e contará com pesquisadores de diversas universidades do Brasil.
O encontro acontecerá nos dias 24 e 25 de maio e contará com pesquisadores de diversas universidades do Brasil.
Fonte: R7
Nos dias 24 e 25 de maio, Guarapari receberá o 9º Workshop de Cristalografia Aplicada a Ciências e Engenharia de Materiais. O encontro tem o objetivo de divulgar dados e estudos sobre as areias monazíticas nas praias da Areia Preta e de Meaípe, inclusive sobre áreas que estavam sendo mantidas em sigilo para não interferir nas pesquisas. O workshop, que acontecerá no Hotel Violeta, em Meaípe, será aberto ao público, mediante o pagamento da inscrição, que deve ser feita pelo site do evento.
O doutor em física nuclear, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e coordenador da pesquisa , Marcos Tadeu Orlando, explicou que, no evento, serão divulgados pela primeira vez os estudos sobre as areias monazíticas de Guarapari, pesquisas que foram remontadas desde 2007. De acordo com ele, também serão apresentados dados sobre alguns moradores que recebem a radiação diariamente.
Segundo o pesquisador, praticamente tudo o que não se sabia até então sobre as questões que envolvem a radiação da areia monazítica foram descobertas, confirmadas, estudadas e vão ser apresentadas no workshop. Os palestrantes serão a Doutora Jacyara Soares da Universidade de São Paulo (USP), Doutor Haimon Alves, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Doutor Alexandre Magnus Carvalho do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM/LNLS) e a Doutora Flávia Noronha Dutra Ribeiro da USP.
Além da divulgação dessas informações, Marcos enfatizou que o encontro será um marco para os estudos na área. "A partir de agora, começa uma nova era de pesquisas. Outros estudos ainda virão em decorrência dos resultados que serão apresentados neste workshop, dados que nunca foram coletados com tanta precisão. Então o workshop vai iluminar Guarapari para o mundo”, declarou.
Em tempo
Em agosto do ano passado, equipamentos foram instalados na Praia de Meaípe para monitoramento da radiação proveniente das areias monazíticas. Ao todo, são três pontos de referência para coleta de dados. O local foi escolhido pelas condições existentes para abrigar os equipamentos.
Para mais informações sobre o workshop, acesse o site do evento.
Serviço
Valor do ingresso:
– Público em Geral – R$ 150,00
– Pesquisadores e/ou Doutores – R$ 150,00
– Estudantes secundaristas, universitários e pós-graduandos – R$ 50,00Local: Hotel Violeta – Meaípe.
Texto: Sara de Oliveira
-
- 12/04/2019 - Submarino nuclear: Amazul e Marinha se preparam para iniciar o projeto detalhadoFonte: Poder Naval
Por Davi de Souza
O plano de construir o primeiro submarino com propulsão nuclear do Brasil se aproxima de avançar novamente. O empreendimento está mais perto de entrar na chamada "fase C”, etapa de desenvolvimento do projeto detalhado da unidade. Tanto a Diretoria-Geral do Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha quanto a estatal Amazul estão se preparando para iniciar este novo ciclo a partir do começo do ano que vem. "É uma fase de detalhamento e requer muito serviço de engenharia, para depois partimos para a construção, que é a quarta etapa.
Essa fase de projeto detalhado tem duração estimada de dois anos”, declarou o presidente da Amazul, Ney Zanella dos Santos. O executivo também lista alguns outros planos da companhia para o setor nuclear, como a participação em projetos de engenharia na extensão de vida útil de Angra 1 e na retomada das obras de Angra 3.
Além disso, como se sabe, a Amazul inaugurou recentemente sua nova sede, em São Paulo, onde podem ser desenvolvidas atividades ligadas a Indústrias Nucleares do Brasil (INB). "Eles estão precisando de uma unidade de testes e treinamentos. E estamos disponíveis para isso, principalmente em um setor tão delicado no Brasil, que é a parte complicada de licenciamento”, revelou Zanella.
A Amazul esteve recentemente na feira de defesa Laad. O que apresentaram durante o evento?
A Amazul é uma empresa estratégica de defesa, vinculada ao Ministério da Defesa e à Marinha. Estamos desenvolvendo o programa do desenvolvimento Submarino com Propulsão Nuclear Brasileiro (SN-BR) e o Programa Nuclear da Marinha. Outro produto nosso é a gestão do conhecimento. Estamos aprendendo muito nesse modelo com o Programa Nuclear, que é um conhecimento bastante sensível e crítico. Com isso, nós conseguimos fazer a gestão do conhecimento para outros setores. Não só da defesa, mas qualquer área que trabalhe com conhecimento muito específico e que seja ligado a talentos e pessoas.
Em que etapa se encontra o desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro?
Estamos em uma entrefase. Terminamos o projeto executivo e estamos nos preparando com a Diretoria-Geral do Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha para a fase C. É a fase do projeto detalhado do submarino. Isso deverá ocorrer no início do próximo ano. É uma fase de detalhamento e requer muito serviço de engenharia, para depois partimos para a fase da construção, que é a quarta etapa. Essa fase de projeto detalhado tem duração estimada de dois anos.
Além da área de defesa, pode nos atualizar em relação aos demais projetos?
Além dos projetos com a Marinha, a Amazul tem outros horizontes, sem dúvida nenhuma. A empresa está muito focada também no projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), cujo projeto estamos fazendo em parceria com a empresa argentina Invap. Essa é uma meta que estamos perseguindo. O projeto deve ser concluído até o final deste ano e a construção começará no ano que vem. O desdobramento social do RMB é a parte de radiofármacos, com a aplicação nuclear na medicina.
Há ainda outros empreendimentos no radar de oportunidades?
Temos ainda mais horizontes. Um deles é trabalhar em projetos de engenharia do setor nuclear. Vou dar dois exemplos. O primeiro deles é a extensão de vida de Angra 1, já que haverá necessidade de projeto de engenharia. A própria Angra 3 também, que está vislumbrando sua retomada de construção. Muitos projetos terão que ser feitos e a Amazul está se capacitando e habilitando para isso. E mais ainda: projetos na área de Repositório Nacional de Baixo Nível de Intensidade, que é responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN. Enfim, temos aí muito trabalho pela frente. Manter o nome da Amazul no mercado é importante.
Outra ação importante da Amazul é a questão da nacionalização de componentes. Pode detalhar sobre isso?
Nessa parte de nacionalização, nós estamos com foco naquele conceito da tríplice hélice: governo, empresa e academia. Tudo movimentado por recursos financeiros. Esses recursos foram viabilizados pelo BNDES, está no plano de ação do banco. Temos o projeto do motor de ímãs permanentes. A ideia é trazer ao Brasil essa tecnologia. É o futuro do motor elétrico. O submarino precisa ter o motor de ímã permanente. E o desdobramento disso vai para automóvel, trens, metrôs… tudo o que usa motor elétrico. É um motor de alta performance, de quase 99% de rendimento. Essa é uma tecnologia que temos que desenvolver. Quem está ajudando nisso é a USP, UFSC, a WEG, a Amazul e a alavanca financeira é o BNDES.
Por fim, quais são as perspectivas da empresa?
A Amazul tem um futuro bastante promissor. Estamos indo para a nossa nova sede. É um prédio moderno e modular. Ali, vamos pensar na área de novos projetos ligados até a Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Eles estão precisando de uma unidade de testes e treinamentos. E estamos disponíveis para isso, principalmente em um setor tão delicado no Brasil, que é a parte complicada de licenciamento. E a Amazul ajuda nessa área de licenciamento e risco.
Modelo em escala do SN-BR
Modelo do SN-BR sendo testado no mar
S-BR e SN-BR
-
- 11/04/2019 - Governo quer liberar estrangeiros no setor nuclear sem passar pelo CongressoGrupo de Trabalho, coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), está estudando o tema
Grupo de Trabalho, coordenado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI), está estudando o tema
Fonte: EPBR
BRASÍLIA – O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quinta-feira que a "intenção do Executivo é permitir a mineração de urânio no Brasil em parceria com a iniciativa privada” apenas com mudanças infralegais, sem a necessidade passar uma Projeto de Emenda Constitucional (PEC) no Congresso. Atualmente, a Constituição veda a participação de empresas na exploração de urânio por serem atividades estratégicas e com monopólio da União.
Bento informou que um grupo de trabalho já foi instalado pelo governo, com coordenação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), para analisar alternativas à mudança da Carta Magna para permitir o investimento privado neste ramo e que o resultado dos estudos devem ser lançados em junho.
Os estudos fazem parte de uma tentativa do governo de fugir da necessidade de articulação com o Congresso Nacional, já que as recentes derrotas nas duas casas legislativas têm mostrado a ineficiência do Executivo em dialogar e pressionar os parlamentares.
-
- 11/04/2019 - Governo inclui Angra 3 no grupo de projetos prioritários de infraestruturaCom a medida, benefícios fiscais poderão ser concedidos a quem adquirir debêntures emitidas para viabilizar a construção da usina
Com a medida, benefícios fiscais poderão ser concedidos a quem adquirir debêntures emitidas para viabilizar a construção da usina
Fonte: Canal Energia
Oldon Machado, da Agência CanalEnergia
O Ministério de Minas e Energia incluiu a usina nuclear de Angra 3 (RJ – 1.405 MW) no grupo de empreendimentos de infraestrutura classificados como prioritários pelo governo federal, permitindo a concessão de benefícios fiscais a quem adquirir debêntures emitidas pelos controladoresdiretos ou indiretos do projeto como forma de viabilizar a sua construção. A medida consta de portaria da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento da pasta publicada na edição desta quinta-feira (11) do Diário Oficial da União.
A concessão desses benefícios fiscais aos adquirentes de debêntures ligadas à projetos prioritários é permitida pelo artigo 2 da Lei 12.431/2018. No caso de Angra 3, emissão pode ser feita pela Eletronuclear, responsável pela construção e operação da usina, por Sociedade de Propósito Específico ou ainda pela Eletrobras, controladora da concessionária. O modelo de negócio para a retomada das obras de Angra 3 está atualmente em discussão no Programa de Parcerias de Investimentos, e envolve a entrada da iniciativa privada.
As obras de construção da terceira planta nuclear brasileira começaram na primeira metade da década de 1980 e logo foram interrompidas, para só serem retomadas em 2009. Em 2015, com fraudes apuradas pela Operação Lava-Jato nas licitações para contratação do consórcio construtor, as obras foram novamente paralisadas. O projeto já consumiu R$ 7 bilhões e está 68% realizado, sendo necessários mais R$ 15 bilhões, aproximadamente, para ser concluído. O início da operação da usina está previsto para janeiro de 2026. -
- 09/04/2019 - Reminiscências: ser caloura na Faculdade de Filosofia da USP em 1959…(Jornal da USP)Lighia Brigitta Horodynski-Matsushigue é professora colaboradora sênior do Instituto de Física (IF-USP)
Lighia Brigitta Horodynski-Matsushigue é professora colaboradora sênior do Instituto de Física (IF-USP)
Fonte: Jornal da USP
Que alegria! Entrei no curso de Física da FFCL-USP, na primeira tentativa e sem fazer cursinho.Era o fim da década de 50 e tudo pareciam flores e alegria: nada de mal poderia acontecer, superadas duas guerras mundiais e suas consequências… Havia estudado, por minha conta, durante o longo verão de 1959: revisão de todas as matérias do Colegial. Alcancei, pois, o objetivo que foi sendo construído durante o curso Científico,passo a passo, em contato com meu professor de Física, recém-formado e já empregado junto ao Reator Nuclear de Pesquisa, instituição que se tornaria o Ipen. Naquela época não havia limitação no número de ingressantes, mas havia um rigoroso exame oral e era necessário que se alcançasse a nota mínima de 5,0, em todas as matérias! Por incrível que pareça, minha pior pontuação foi em língua estrangeira. Escolhi minha língua materna – o alemão (havia vindo ao Brasil com nove anos, recém-completos, e feito dois anos e meio do ensino básico na Áustria) – mas desconhecia que seria avaliada como se quisesse entrar no Curso de Alemão da FFCL… A minha turma na FFCL, considerada a do Sputnik – lançado pouco antes pela URSS, inaugurando assim a era espacial – era precedida e sucedida por turmas muito menores e continuou junta durante praticamente toda a graduação. Constituímos, ao longo de todo curso, um grupo muito unido, tanto que conseguimos comemorar festivamente os nossos 25 anos de formatura e, depois, e mais serenamente, os nossos 50, em 2012…No antigo Departamento de Física da faculdade permanecemos, como pós-graduandos, Kasuo Ueta e eu e, mais tarde, retornando de anos de trabalho no Ipen, veio a colega Lia Queiroz do Amaral, enquanto outros permaneceram naquela instituição. Vários colegas foram para a Unicamp – então, em formação – ou mesmo voltaram aos seus estados de origem.
A FFCL, na época ainda situada na histórica Maria Antonia,era o centro da efervescência política de toda a Universidade e boa parte do curso, a que versava exclusivamente sobre a teoria da Física ou a relacionada com conteúdos da matemática,continuava sendo oferecida lá. Contudo, a parte experimental e algumas matérias mais avançadas já eram oferecidas no campus do Butantã,então acessado apenas pelas atuais passagens pelo Instituto Butantã – quase tudo, menos o prédio da Biologia, que até hoje existe, constava apenas de projetos. Até mesmo do futuro IF havia apenas o prédio Jafet e seu anexo, mas já existiam dois Laboratórios de Pesquisa em Física: o do Betatron (que foi substituído pelo Acelerador Linear) e o do Van de Graaf (sucedido pelo Pelletron). E a efervescência, também a científica, permeava todos os ambientes. Era uma alegria fazer parte dessa aventura!
O Grêmio da FFCL era extremamente ativo em nossa época, em particular também durante a gestão do colega Fuad Saad, também do Curso de Física (um ou dois anos posterior a mim). Sob sua iniciativa, fizemos várias viagens, para ajudar aentenderum pouco mais esse imenso país. Assim, fomos de ônibus a Brasília (recém-inaugurada…) e ao extremo sul (Porto Alegre).
Tivemos aulas com professores e pesquisadores conhecidos, como Mario Schenberg e José Goldemberg, além de Ernst Hamburger, que foi meu orientador de iniciação científica.Amélia Hamburger, sua esposa e mãe de Carlos (Cao) Hamburger, além de outros quatro filhos – todos muito conhecidos em suas respectivas áreas de atuação – foram pessoas importantes na minha formação.
Ao término do curso, em 1962, já se prenunciava a virada dramática que viria a acontecer dois anos depois. Vivi algumas escaramuças com estudantes do Mackenzie, do outro lado da Rua Maria Antonia; esses nos atacavam, com o mote de "comunistas”, mas estávamos longe de imaginar o que estava sendo gestado: ogolpede 1964.Mas: sobrevivemos também a isso, embora essa tomada forçada do poder pelos militares tenha custado caro a muitos cientistas e militantes. Amélia e Ernst Hamburger tiveram que pagar um preço alto por suas convicções políticas, mas nunca deixaram de acreditar, assim como eu, que os bens materiais e, especialmente, os intelectuais, precisam ser compartilhados por toda humanidade! E, aí, a educação pública de qualidade, mais ainda no ensino superior, precisa ser mantida ou resgatada, a todo custo!
-
- 05/04/2019 - Fogo em lixo radioativo da Petrobras não gerou risco à saúde, diz órgãoFonte: Tempo Novo
Dois meses depois do incêndio que atingiu 992 tambores de rejeitos radioativos da Petrobras no TIMS, saiu o resultado final da análise de água e solo da região, feita pelo Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) no Rio de Janeiro.De acordo com a assessoria de imprensa do CNEM, não foi identificado radiação acima do limite legal e, por isso, o órgão considera que não há risco para a saúde da população. "Como imaginávamos e agora confirmamos, as análises de amostras de solo e água pela técnica de esfregaço e pela técnica radioquímica apresentaram resultados abaixo dos limites estabelecidos em norma”, diz nota do órgão enviada à reportagem.
O incêndio aconteceu no dia 28 de janeiro e demorou mais de 24 horas para ser controlado. Além de produtos plásticos, ele atingiu 992 tambores de rejeitos da extração de petróleo contendo NORM, substâncias que contêm Radio 226 e Radio 228, elementos radioativos presentes naturalmente em rochas perfuradas durante a extração de petróleo.
Já o Ibama disse que o material estava armazenado de forma irregular, a céu aberto. A Petrobras, por sua vez, negou ilegalidade e disse que os tambores estão sendo transferidos para galpões no próprio TIMS.
-
- 05/04/2019 - MPF cobra medidas envolvendo barragem com rejeitos nucleares em MinasFonte: Hoje em DiaUma análise preliminar do Ministério Público Federal (MPF) revelou que a estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, não atendeu integralmente a recomendações feitas no início de fevereiro para a barragem de rejeitos nucleares situada no município de Caldas, no sul de Minas Gerais. Apesar das pendências, o plano de ação emergencial (Paemb) foi entregue. A estatal apresentou o documento na última sexta-feira (29), um dia antes do prazo final estipulado na recomendação.
Diante da falta de informações sobre as medidas adotadas, procuradores do MPF inspecionaram na quinta-feira (4) a barragem, que integra uma mina de exploração de urânio desativada em 1995. As preocupações com a estrutura não são recentes. Em 2015, o MPF moveu uma ação civil pública acusando a falta de providências concretas para o descomissionamento da barragem após o encerramento das atividades ocorrido 20 anos antes. Em novembro do ano passado, técnicos da Universidade Federal de Ouro Preto fizeram uma vistoria e apontaram a existência de risco de rompimento da estrutura, devido a possíveis processos de erosão interna.
A recomendação do MPF foi encaminhada à INB menos de duas semanas após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, que deixou mais de 200 mortos. Segundo o MPF, entre as medidas necessárias que ainda não foram atendidas estão a entrega de cópias do Paemb para autoridades e órgãos públicos e comprovação da treinamentos e simulações feitas com a Defesa Civil municipal, empregados e a população que vive na zona de autossalvamento, isto é, em toda a área que seria alagada em menos de 30 minutos em caso de ruptura ou que está situada a uma distância de menos de 10 quilômetros. De acordo com o MPF, também não foi comprovada a instalação de sistemas de alarme.
Segundo nota do Ministério Público, a barragem contém material radioativo relativo à primeira mina de urânio do Brasil. "A exploração ocorreu de 1982 a 1995, quando foi encerrada sob o argumento de que as atividades eram economicamente inviáveis. Mesmo após o fim da mineração, remanescem no local a cava da mina, contendo lama com resíduos radioativos, uma fábrica de beneficiamento de minério desativada, dezenas de equipamentos e a barragem com milhares de toneladas de rejeitos contendo urânio, tório e rádio", diz o texto.
Extravasor
Em setembro do ano passado, a INB chegou a comunicar a ocorrência de um "evento não usual" a dois órgãos fiscalizadores: a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Segundo o MPF, na ocasião, foram constatadas turvação e redução do fluxo na saída do sistema extravasor da estrutura, cuja função é escoar eventuais excessos de água dos reservatórios.
Em nota, a INB confirmou que recebeu na quarta-feira (4), na unidade de Caldas, a visita de dois procuradores do MPF. "Não foram solicitadas alterações no Plano de Ação Emergencial no dia 29 de março. A INB irá providenciar cópias do documento para serem entregues aos órgãos competentes. A INB ressalta o compromisso de atender às demandas do MPF e informa que dará continuidade à implantação do plano".
Segundo a estatal, obras para a construção de um novo sistema extravasor avançam sem contratempos e a previsão é que o serviço seja concluído até maio de 2019. Em fevereiro, após receber as recomendações do MPF, a empresa informou que já estava adotando as medidas necessárias e que a unidade era permanentemente monitorada para proteção do meio ambiente e da saúde de trabalhadores e moradores da região. A INB informou também a troca de um extravasor por um modelo mais moderno.