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- 08/11/2023 - MIR destina 1,9 milhão ao CNPq para parceria que garante bolsas de pesquisa em 17 UniversidadesSão 259 bolsas para alunos negros do Programa Institucional de Iniciação Científica para Ações Afirmativas (PIBIC-AF)
São 259 bolsas para alunos negros do Programa Institucional de Iniciação Científica para Ações Afirmativas (PIBIC-AF)
Fonte: Ministério da Igualdade Racial
O Ministério da Igualdade Racial por meio da Diretoria de Políticas de Ações Afirmativas, investiu R$1.994.300,00 para implementação de 259 bolsas no âmbito do Programa Institucional de Iniciação Científica para Ações Afirmativas (PIBIC-AF). As bolsas são destinadas aos alunos negros, tem o valor de R$700,00 e duração de 11 meses.
O Programa Institucional de Iniciação Científica Ações Afirmativas, foi criado em 2009 pelo CNPq em parceria com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (SEPPIR), estabelecendo ações afirmativas para o Programa Institucional de Iniciação Científica. A Diretora de Políticas de Ações Afirmativas, Anna Venturini, destacou a importância do programa para a democratização doacesso àpesquisa.
"O PIBIC-AF é uma política essencial e complementar às ações afirmativas nas universidades, pois abre espaço para que estudantes de graduação que ingressaram por ações afirmativas tenham um primeiro contato com a pesquisa e a cultura científica. O programa também contribui para a permanência desses estudantes nas universidades, já que os valores (reajustados no início de 2023) podem auxiliá-los com despesas diversas que, muitas vezes, são essenciais para sua manutenção nos cursos", disse.O programa se destina a formação técnico-científica de estudantes de graduação, ampliando o acesso de estudantes beneficiados pelas políticas de ações afirmativas, no caso do PIBIC – AF os alunos são selecionados através de chamadas públicas a cada dois anos.
As 17 universidades beneficiadas pelo recurso são: Universidade Federal do Sul da Bahia, Universidade Federal de Goiás, Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Estadual de Santa Cruz, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal do ABC, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Universidade Federal de Alagoas, Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Universidade Federal do Maranhão, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal do Amapá.
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- 08/11/2023 - Prêmio Alumni USP celebra ex-alunos com trajetórias profissionais de impacto positivo na sociedadeForam reconhecidos 13 ex-alunos da USP em seis categorias que se destacaram pelo impacto positivo e contribuições das atividades profissionais que realizam para a sociedade
Foram reconhecidos 13 ex-alunos da USP em seis categorias que se destacaram pelo impacto positivo e contribuições das atividades profissionais que realizam para a sociedade
Fonte: Jornal da USP
Egressos diplomados da USP que se destacaram por suas contribuições e que impactaram positivamente a sociedade foram premiados no dia 7 de novembro com o Prêmio Alumni USP 2023, numa cerimônia realizada na Sala do Conselho Universitário, no campus da Universidade, no bairro do Butantã, em São Paulo. O vídeo da premiação está disponível no Canal Alumni USP no Youtube.
A edição de 2023 do prêmio recebeu 482 inscrições nas seguintes categorias: Contribuições em Ciência e Tecnologia, Contribuições em Inovação e Empreendedorismo; Contribuições em Arte e Cultura; Contribuições na Sustentabilidade Ambiental; Contribuições na Qualidade de Vida das Pessoas e Contribuições nas Relações Humanas e Inclusão Social.
Foram reconhecidos 13 destaques que incluem egressos de graduação e pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), com trajetória profissional percorrida pelo menos há mais de dez anos da última titulação na USP. Eles receberam certificado e medalha condecorativa.
"A cerimônia de outorga do Prêmio Alumni USP foi emocionante para todos, pois os egressos por meio de suas trajetórias profissionais nos mostraram, além do engajamento social, o grande impacto positivo e contribuições das atividades profissionais que realizam em prol da qualidade de vida das pessoas, na sustentabilidade ambiental, econômica, no avanço das ciências, nas inovações por meio do empreendedorismo, artes e cultura”, destacou Maria Helena Marziale, coordenadora do Alumni USP. Ela recomenda assistir ao vídeo da cerimônia, disponível on-line, para que as pessoas conheçam essas trajetórias. "Para os gestores e professores da Universidade esse feedback dado pelos egressos foi muito importante, pois comprova que a USP está cumprindo seu papel social enquanto universidade pública de excelência”, disse.
Neste ano o Alumni USP também premiou em duas categorias as unidades da Universidade mais engajadas com a plataforma, que aumentaram seu número de inscritos no último ano. A Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) foi a unidade vencedora em número absoluto de inscritos na plataforma Alumni. E o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia foi a unidade vencedora em número relativo de inscritos.
Confira abaixo os premiados na edição 2023:
Prêmio Alumni USP – Contribuições na Qualidade de Vida das Pessoas
Renata Càssar
Renata Càssar é nutricionista formada pela FSP-USP com bacharelado em Nutrição e Dietética, e obteve seu mestrado em Saúde Pública com foco em Nutrição pela mesma universidade. Com o compromisso de melhorar a saúde global, atuou para melhorar o perfil nutricional de centenas de produtos alimentícios e bebidas no Brasil e no exterior, além de operar como especialista em assuntos científicos e regulatórios, trabalhando nos segmentos de alimentos e farmacêuticos.
Menção Honrosa – Flávia Marques Ferrari
Egressa do curso de Ciências Biológicas do IB-USP, Flávia atuou como coordenadora de comunicação do Observatório Covid-19 BR, além de ser cofundadora do coletivo #TodosPelasVacinas. Atualmente dirige o Instituto Mario Schenberg, no qual lidera campanhas que disseminam informações críticas e promovem mudanças positivas; a iniciativa foi premiada com o prêmio tiktok4good do tiktok awards de 2021.
Prêmio Alumni USP – Contribuições nas Relações Humanas e Inclusão Social
Denise Alves Fungaro
Egressa do curso de Química com Atribuições Tecnológicas, Mestrado e Doutorado em Química Analítica na USP, atua como pesquisadora no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares desde 1995. Sua linha de pesquisa é o aproveitamento de resíduos agroindustriais de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e da Agenda 2030. Além disso, trabalha estimulando a inclusão de jovens negras e negros na ciência.
Menção Honrosa – Claudia Almeida Colaferro
Mestre em Comportamento do Consumidor pela FEA-USP e especializada em Neurociência, Cláudia foi presidente Américas e CEO da América Latina nos últimos dez anos e, antes disso, executiva C-level em multinacionais. Além disso, é a fundadora e atual CEO e investidora da rede AngelUs, que conta com mais de 250 mulheres reconhecidas nas mais diversas áreas, preparando colaboradoras na luta pela equidade de gênero na liderança.
Prêmio Alumni USP – Contribuições na Sustentabilidade Ambiental
Yugo Matsuda
Engenheiro Ambiental pela EESC-USP, Yugo Matsuda conferiu contribuições na sustentabilidade ambiental com iniciativas de combate às mudanças climáticas. Atua com a recuperação de terras degradadas no bioma amazônico e com a implantação de florestas biodiversas e multifuncionais com espécies nativas da região. Além disso, promoveu a conservação e recuperação de 1 milhão de hectares em quatro biomas brasileiros e de mananciais hídricos mineiros.
Menção Honrosa – Enio Bueno Pereira
Egresso do curso de Física pelo IF-USP, foi também o primeiro mestre formado pelo IAG-USP no curso de Geofísica. Atuou no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe na área de radioatividade ambiental, onde desenvolveu e patenteou um equipamento inédito para mediar gás radônio em tempo real. Organizou também o Laboratório de Modelagem e Estudos de Recursos Energéticos Renováveis – Labren, que desenvolve atividades de pesquisa e ensino em meteorologia energética com foco na transição energética limpa.
Prêmio Alumni USP – Contribuições em Inovação e Empreendedorismo
Sidney Nakao Nakahodo
Egresso de Engenharia de Materiais da EP-USP, é uma das maiores autoridades em empreendedorismo espacial nos Estados Unidos. É fundador e sócio-diretor da Seldor Capital, empresa de investimento baseada em Nova York, e compõe o corpo docente da School of International and Public Affairs (SIPA) da Universidade Columbia. Atua ainda como cofundador, consultor e mentor de inúmeras startups e organizações empreendedoras, liderando iniciativas em colaboração com instituições de classe mundial, como Nasa e Google.
Menção Honrosa – Gisele Bohn Machado
Egressa do curso de Química do IQ-USP, Gisele atua para promover facilidades para a sociedade, nas áreas automotiva, agrícola e em saúde e medicina. Além de ter atuado como executiva em multinacionais, desenvolveu soluções para o setor de saúde utilizando inteligência artificial, promovendo um tratamento de saúde de ponta a um custo sustentável. É, ainda, cocriadora da start-up Evolve, que desenvolve soluções de dados e inteligência artificial para melhorar a experiência de pacientes.
Prêmio Alumni USP – Contribuições em Arte e Cultura
Gazy Andraus
Gazy Andraus é doutor egresso do programa de Ciências da Comunicação da ECA-USP e, atualmente, realiza a produção e difusão de Histórias em Quadrinhos (HQs) e Fanzines como arte. Sua cocriação, o fanzine Matrix, foi premiado pela I Bienal de HQ do Rio de Janeiro e pelo HQMIX em 1991. Sua pesquisa de doutorado recebeu, ainda, troféu como melhor tese na área das HQs pelo HQMIX, que premia os melhores da área quadrinhística. Finaliza agora o pós-doc pelo PPGACV da FAV-UFG, como bolsista do PNPD-Capes.
Menção Honrosa – Carolina Yokota de Paula Lima
Egressa do curso de Licenciatura em Letras pela FFLCH-USP e mestre pelo programa de Linguagem e Educação da FE-USP, Carolina atua com ensino da língua e da literatura, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades essenciais de leitura, escrita e comunicação. Realiza o projeto Poemas e Aquarelas, no qual alunos fazem oficinas elaborando poemas e aquarelas, resultando em um livro impresso e digital. Seu projeto foi considerado modelo a ser seguido no site finlandês de educação Hundred.org.
Prêmio Alumni USP – Contribuições em Ciência e Tecnologia
Ana Paula Appel
Ana Paula Appel é egressa do ICMC-USP, com doutorado em Ciência da Computação e mestrado em Ciência da Computação pela USP. Cientista de dados sênior e embaixadora sênior de quantum na IBM Client Engineering LA, exerce papel de liderança como chefe do conselho global de Ciência de Dados na IBM. Recebeu, ainda, título de Master Inventor e registrou mais de 58 patentes, além de ser a primeira mulher a obter a certificação de Ciência de Dados L3 na América Latina.
Menção Honrosa – Wagner Aparecido Vendrame
Graduado em Engenharia Agronômica pela Esalq-USP e mestre pelo programa de Fisiologia e Bioquímica de Plantas da Esalq, é professor titular e chefe assistente do Departamento de Horticultura Ambiental da Universidade da Flórida. Wagner atua colaborando com a vinda de estudantes brasileiros para programas internacionais em seu laboratório, como o Ciência sem Fronteiras, e bolsas-sanduíche para alunos de doutorado no Brasil.
Menção Honrosa – Duília Fernandes de Mello
Doutora em Astronomia pelo IAG-USP. Vice-reitora da Catholic University of America (UCA) e, atualmente, responsável pela internacionalização da universidade. Foi a primeira mulher a ocupar o cargo de professora titular do Departamento de Física da universidade. Foi pesquisadora do Nasa Goddard Space Flight Center, para o qual continua colaborando pelos estudantes, brasileiros e estadunidenses, que a procuram buscando oportunidades de pesquisa. Dentre esses estudantes, nove brasileiros obtiveram o título de Ph.D. e 20 realizaram estágios.
Confira a cerimônia de premiação no Canal Alumni USP no Youtube
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- 07/11/2023 - Queimadas aumentam excesso de gás carbônico em até 1.000% na Grande São PauloFumaça vinda da Amazônia, Pantanal e de queimadas da cana elevou em até 1.178% o pico de excesso do poluente, que é um dos principais gases de efeito estufa
Fumaça vinda da Amazônia, Pantanal e de queimadas da cana elevou em até 1.178% o pico de excesso do poluente, que é um dos principais gases de efeito estufa
Fonte: Jornal da USP
Um estudo de pesquisadores da USP e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) mostra como a fumaça das queimadas na floresta amazônica e no Pantanal, assim como a da queima da cana-de-açúcar, afeta diretamente a qualidade do ar na cidade de São Paulo. A pesquisa apurou que em dias com evento de fumaça, o pico de excesso de dióxido de carbono (CO2) foi de 100% a 1.178% maior do que nos dias sem fumaça. O trabalho foi publicado em artigo da revista científica Science of the Total Environment.
A pesquisa faz parte do projeto Metroclima, criado em 2020 e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que conta com a participação de diferentes instituições do Brasil e do exterior, cujos detalhes podem ser consultados neste site.
"O objetivo é a criação de uma rede de medida de gases de efeito estufa (GEE), como o CO2 e o metano (CH4), na cidade de São Paulo, para avaliação de suas fontes e variabilidade temporal. Há aproximadamente dez anos se iniciaram as medidas de gases de efeito estufa em áreas urbanas, como, por exemplo, em Los Angeles e Paris”, relata a professora Maria de Fátima Andrade, do IAG, coordenadora do projeto.
"Antes os dados de GEE estavam concentrados em locais remotos, mas com o tempo foi percebido que as cidades têm um papel central nas emissões e, conforme o tipo de superfície, no balanço do carbono. A meta é poder analisar a evolução das concentrações dos GEE e de suas fontes, inclusive as cidades”.
Os pesquisadores realizaram uma análise abrangente para esclarecer como as plumas de fumaça dos incêndios florestais no Pantanal e na Amazônia, bem como a fumaça das queimadas da safra de cana-de-açúcar no interior do Estado de São Paulo, são transportadas e injetadas na atmosfera da Região Metropolitana de São Paulo, onde pioram a qualidade do ar e aumentaram os níveis de gases de efeito estufa.
"Os pontos de observação estão situados no IAG, na Cidade Universitária, Pico do Jaraguá, Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), no Tatuapé, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), em Pinheiros, e no Parque de Ciência e Tecnologia da USP (Cientec), na Água Funda”, aponta a professora do IAG. "Os detalhes dos equipamentos e das medidas podem ser vistos no site do Metroclima. As medidas são contínuas com alta resolução”.
Nos dias com eventos de fumaça na área metropolitana da cidade de São Paulo, as concentrações de material particulado fino excederam o padrão da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 99% das estações de monitoramento da qualidade do ar, e o pico de excesso de CO2 (dióxido de carbono) foi de 100% a 1.178% maior do que nos dias sem evento de fumaça. Os cientistas demonstraram ainda que eventos de poluição externa, como incêndios florestais, representam um desafio adicional para as cidades, em relação às ameaças à saúde pública associadas à qualidade do ar, e reforçaram a importância das redes de monitoramento de gases do efeito estufa para rastrear emissões e fontes locais e remotas dos gases em áreas urbanas.
Efeitos nocivos
Os resultados estão sendo obtidos para ser possível uma análise de longo prazo, mas já foram publicados dados relacionados à quantificação da pluma de queimada de biomassa do Brasil Central que chegou a São Paulo”, observa Maria de Fátima Andrade. "Nesse trabalho, também foi possível fazer uma avaliação além da contribuição da queima de biomassa e dos biocombustíveis utilizados pela frota veicular.”
"A identificação e quantificação das fontes são essenciais para o conhecimento do inventário das emissões e para possibilitar as estratégias de controle”, enfatiza a professora do IAG. "Um outro objetivo importante no projeto é determinar o papel das áreas verdes na cidade para a captura do CO2, contribuindo para sua redução.
”A poluição do ar é a principal causa ambiental de doenças e mortes prematuras no mundo. Partículas finas de poluição do ar ou aerossóis, também conhecidas como partículas finas ou PM2,5, são responsáveis por 6,4 milhões de mortes todos os anos. Cerca de 95% dessas mortes ocorrem em países em desenvolvimento, onde bilhões de pessoas estão expostas a concentrações internas e externas de PM2,5 que são várias vezes maiores do que as diretrizes estabelecidas pela OMS. Um relatório do Banco Mundial estimou que o custo dos danos à saúde causados pela poluição do ar chega a US$ 8,1 trilhões por ano, o equivalente a 6,1% do PIB global.
Além da saúde, a poluição do ar também está ligada à perda de biodiversidade e ecossistema, e tem impactos adversos no capital humano. Reduzir a poluição do ar, por outro lado, não apenas melhora a saúde, mas também fortalece as economias. Um estudo recente do Banco Mundial constatou que uma redução de 20% na concentração de PM2,5 está associada a um aumento de 16% na taxa de crescimento do emprego e um aumento de 33% na taxa de crescimento da produtividade do trabalho.
"Penalidade climática"
Um aumento previsto na frequência, intensidade e duração das ondas de calor e um aumento associado de incêndios florestais em consequência das mudanças climáticas neste século provavelmente piorarão a qualidade do ar, prejudicando a saúde humana e os ecossistemas. A interação entre poluição e mudança climática imporá uma "penalidade climática” adicional para centenas de milhões de pessoas, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
"À medida que o globo esquenta, os incêndios florestais e a poluição do ar associada devem aumentar, mesmo em um cenário de baixas emissões”, alerta Petteri Taalas, secretário geral da OMM. "Além dos impactos na saúde humana, isso também afetará os ecossistemas à medida que os poluentes do ar se depositam da atmosfera na superfície da Terra.”
O projeto Metroclima tem a participação de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Instituto de Química (IQ), Instituto de Física (IF), Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) e Instituto de Geociências (IGc). Também há colaboração de cientistas da Universidade Técnica Federal do Paraná (UTFPr), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Unicamp. No exterior, contribuem com o projeto estudiosos da NASA Jet Propulsion Laboratory (JPL), National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) e Northestern University (Estados Unidos), Max Planck Institutes (Alemanha) e University of Surrey (Reino Unido). O artigo Impact of extreme wildfires from the Brazilian Forests and sugarcane burning on the air quality of the biggest megacity on South America pode ser lido neste link.
Mais informações: e-mail maria.andrade@iag.usp.br, com a professora Maria de Fátima Andrade
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- 07/11/2023 - Lançada plataforma inovalink, que vai reunir dados sobre o ecossistema de inovação do BrasilParceria entre MCTI, Sebrae, Universidade de Viçosa e Anprotec, ferramenta traz dados sobre incubadoras, aceleradoras de negócios e empresas de inovação
Parceria entre MCTI, Sebrae, Universidade de Viçosa e Anprotec, ferramenta traz dados sobre incubadoras, aceleradoras de negócios e empresas de inovação
Fonte: MCTI
A plataforma inovalink, que vai reunir uma ampla base de dados sobre incubadoras, aceleradoras de negócios e empresas de inovação brasileiras, foi lançada nesta terça-feira (7), durante a 33ª Conferência Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), em Brasília. A iniciativa é uma parceria entre Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Anprotec.
O inovalink traz um mapeamento e um conjunto de informações sobre os atores do ecossistema de inovação nacional. A ferramenta vai servir de base para a formulação e desenvolvimento de políticas públicas, para o estabelecimento de parcerias e será uma vitrine sobre os ambientes de inovação do país.
"Os dados da plataforma serão fundamentais para a gente tomar decisões e criar os programas nacionais de apoio a esses empreendimentos. Vamos saber o efetivo impacto no sistema nacional de ciência e tecnologia e os resultados econômicos que essas empresas geram”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Guila Calheiros, na cerimônia de lançamento do inovalink.
Guila Calheiros reforçou que o inovalink vai complementar o InovaData-BR, plataforma do MCTI que faz um mapeamento dos parques tecnológicos do país. Segundo ele, os dados do InovaData-BR são essenciais para a definição de políticas públicas, a exemplo da chamada lançada neste ano que destinou R$ 240 milhões para investimentos em parques tecnológicos brasileiros.
"Temos esse mapeamento, que é feito há seis anos, com os números, efeitos econômicos e geração de empregos dos parques tecnológicos”, afirmou o secretário. Segundo ele, o inovalink vai ajudar a embasar o impacto das políticas públicas em incubadoras, aceleradoras de negócios e empresas atendidas por esses ambientes de inovação.
Mapeamento
O gerente nacional de Inovação do Sebrae, Paulo Renato Macedo Cabral, reforçou que os dados dão condições de promover chamadas públicas de inovação e ajudar na construção de políticas públicas. "Tenho certeza que quando essa plataforma estiver preenchida irá fazer uma diferença enorme. Precisamos avançar na economia da inovação. Precisa mostrar que a cada um real que se coloca nesse ecossistema, ele transborda para o Brasil”, ressaltou.
Pesquisadora do núcleo de tecnologias de gestão da Universidade Federal de Viçosa, Adriana Faria detalhou o funcionamento e a importância da plataforma desenvolvida pelo grupo de pesquisa da UFV. "Nesse primeiro momento estamos identificando todas as incubadoras e aceleradoras e já são 250 mapeadas. Agora, no segundo momento, vamos mapear as empresas vinculadas a elas. A expectativa é que sejam mais de 30 mil”, apontou.
O inovalink também vai disponibilizar relatórios que abordam temas como pesquisa e desenvolvimento de modelos de referência, baseados em análise estatística e diagnóstico sobre sistemas de gestão, governança e negócios das incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos.
O presidente da Anprotec e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Chico Saboya, reforçou a necessidade de dados robustos que retratem a força do ecossistema de inovação do país.
Acesse a plataforma em inovalink.org -
- 01/11/2023 - Maior reator de fusão nuclear do mundo é ligadoFonte: Inovação Tecnológica
Maior reator de fusão do mundo
Engenheiros japoneses deram a partida no maior reator de fusão nuclear do mundo - e ele permanecerá com esse título até o término do projeto internacional ITER.
A geração do plasma dentro do tokamak JT-60SA está longe de significar que ele já seja capaz de produzir energia, mas ligá-lo é o primeiro passo essencial, e simbolicamente importante o suficiente para que a equipe marcasse sua inauguração, que deverá acontecer em 10 de Dezembro próximo.
O JT-60SA é basicamente uma máquina de pesquisa e desenvolvimento, um reator experimental, só que de um porte não alcançado até hoje. A máquina de quatro andares de altura foi projetada para conter um plasma aquecido a 200 milhões de graus Celsius por cerca de 100 segundos, muito mais tempo do que todos os tokamaks já construídos.
Mas chegar a esta marca deverá levar alguns anos. O grande desafio dos reatores de fusão do tipo tokamak está justamente na contenção do plasma dentro de campos magnéticos, já que esse gás ionizado é quente o suficiente para derreter as paredes do reator se a contenção magnética não funcionar.
Assim, o plasma é gerado aos poucos, começando por alguns microssegundos, seguido por extensas análises técnicas dos dados, até que haja confiabilidade técnica suficiente para se tentar manter o plasma ativo por mais tempo.
Laboratório
Como se trata de um laboratório, o reator permitirá que os físicos estudem o plasma e seu comportamento, sobretudo sua insistência em escapar das contenções. O que eles aprenderem será utilizado no ITER, do qual o Japão também é signatário.
Mas o JT-60SA não é apenas uma miniatura do ITER - ele tem 15,5 metros de altura, metade do reator internacional. Há uma diferença marcante de projeto, já que o JT-60SA usará apenas hidrogênio e seu isótopo deutério, e não trítio (ou trício). O trítio, uma terceira forma de hidrogênio, é difícil de produzir e, pior de tudo, é radioativa. Ainda assim, o trítio é considerado a opção mais eficiente para a produção de energia por fusão nuclear, por isso ele foi a escolha de combustível para o ITER.
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- 25/10/2023 - IPEN lamenta morte do engenheiro casabranquense Guto ZanchettaFonte: Jornal do Parabrisa
É com profundo pesar que o IPEN informa a passagem do engenheiro de produção Antônio Augusto Zanchetta na tarde de 21 de outubro de 2023, em São Paulo.
Aos 70 anos, completados em abril deste ano, Zanchetta atuava desde seu ingresso no Instituto, em novembro de 1980, no Serviço de Operações de Aceleradores de Aceleradores Ciclotron (SEOAC), atualmente vinculados ao Centro de Radiofarmácia (CECRF).
Formado pela Universidade Santa Cecília (UNISANTA) e com especialização, Zanchetta participou ativamente das instalações e operação dos aceleradores de partículas Cyclone-30 e Cyclone-18.
Os equipamentos são utilizados para a produção de radioisótopos e radiofármacos utilizados para realização de diagnóstico em Medicina Nuclear.
Em 2019, ocasião em que as atividades de Radiofarmácia no IPEN completaram 60 anos, Zanchetta , um dos profissionais com mais tempo de atuação na área, foi homenageado junto aos demais colegas de trabalho.
O IPEN se solidariza com a família e amigos pela ausência sentida de Zanchetta, ser humano generoso, profissional dedicado que tinha sempre a sensibilidade de dizer a palavra certa para estimular seus companheiros de trabalho na superação dos desafios apresentados.
Ele foi sepultado no município de Casa Branca, SP, no dia 22/10/23. Deixa a esposa Evânia Buzato Custódio Zanchetta e os filhos Antônio Augusto, Marcelo e as irmãs Ana Maria, Marili, sobrinhos e demais familiares. -
- 24/10/2023 - CNEN presente em assinatura de Memorando de Entendimento pelo fortalecimento da área nuclearFonte: CNEN
O presidente da CNEN, Francisco Rondinelli Jr., esteve presente, no dia 23 de outubro, na cerimônia de assinatura do Memorando de Entendimento (MoU) entre a Secretaria de Energia e Economia do Mar do Estado do Rio de Janeiro (Seenemar) e a Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), realizada no Palácio Guanabara, Rio de Janeiro, voltado a firmar colaboração entre as duas instituições para fortalecer o ambiente de negócios e a oferta de energia.
O evento reuniu presidentes da Eletronuclear, Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Nuclebrás Equipamentos Pesados S. A. (Nuclep), Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), entre outros dirigentes, representantes políticos, parlamentares e gestores da área nuclear. O presidente da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares, deputado federal Júlio Lopes (PP-RJ) participou da solenidade. Pela CNEN, também esteve presente o Diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear Alessandro Facure.
O Estado do Rio de Janeiro concentra a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis, além de atividades industriais, instituições do setor, a sede da CNEN, e duas de suas unidades técnico-científicas, o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) e o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD).
Também possuem relevância no setor a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), os Estaleiros e a Base Naval que constituem a infraestrutura industrial de apoio ao Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), além de empresas privadas atuantes na cadeia produtiva.
O presidente da Aben John Forman ressaltou a presença de diversas entidades juntas pelo nuclear e afirmou que a assinatura do documento tem grande importância no cenário atual. "É uma oportunidade para a indústria do Rio de Janeiro se preparar para esse momento”.
O secretário estadual de Energia e Economia do Mar do Rio, Hugo Leal, afirmou que, na atualidade, a demanda global pela transição energética e pela descarbonização evidencia o papel essencial da energia nuclear, uma energia limpa que também traz novos componentes e tecnologias, como os reatores modulares. "Somos parceiros importantes para aproximar essa temática nuclear da sociedade; as pessoas precisam entender a força dessa energia”, afirmou.
Os presidentes das entidades do setor nuclear anunciaram alguns de seus resultados de destaque e projetos em curso e reafirmaram o compromisso com os avanços econômicos e sociais para o Estado, com geração de emprego e renda, fazendo frente ao combate aos impactos ambientais e à mudança climática.
Rondinelli destacou que estão sendo desenvolvidas diversas iniciativas no país pela CNEN, como o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que proporcionará a autossuficiência na produção de radioisótopos e grande desenvolvimento para a medicina nuclear no país, entre outros projetos estruturantes da autarquia.
"Além do importante papel no licenciamento, temos as aplicações da tecnologia nuclear na indústria, no meio ambiente, na saúde, na agricultura, na conservação de bens de patrimônio histórico. Em praticamente todos os setores encontramos uma aplicação da energia nuclear. A CNEN trabalha para entregar os melhores produtos e processos para a sociedade”, concluiu o dirigente.
Por meio do MoU entre a Seenemar e a Aben será possível estabelecer ações voltadas a desenvolver, acompanhar e identificar demandas da área nuclear.
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- 23/10/2023 - CNEN avança no RMB com workshop para equipe da TRACTEBEL, empresa contratada para consultoria ao planejamento da implantação do projetoFonte: CNEN
Com o objetivo de proporcionar uma compreensão detalhada do projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), abordando suas características e especificidades, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) promove, a partir desta segunda-feira, 23, um workshop para 16 profissionais da TRACTEBEL, empresa contratada para prestar serviços de consultoria para planejamento da implantação do empreendimento. O evento será realizado ao longo da semana, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), na Cidade Universitária, em São Paulo.
O RMB, projeto estruturante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), coordenado e executado pela CNEN, é o maior empreendimento para a área nuclear do país, na atualidade. De acordo com Patrícia Pagetti, coordenadora técnica do RMB, os profissionais da TRACTEBEL possuem expertise em gerenciamento de projetos de grande vulto na área nuclear, além de dominarem diversas disciplinas técnicas fundamentais para o sucesso do RMB, que será construído no município de Iperó, a 127 quilômetros da capital paulista.
Durante o workshop, a equipe da TRACTEBEL terá a oportunidade de se aprofundar nas características e especificidades do projeto, a partir das apresentações da equipe de coordenação do RMB/CNEN, ao longo da semana. "A ideia é que eles se familiarizem com o projeto do RMB e conheçam todas as características e especificidades da planta. Além disso, o evento proporcionará um espaço para discussões estratégicas e o desenvolvimento de planos detalhados para as próximas etapas de implantação do empreendimento”, acrescenta Pagetti.
Visando a uma interação mais direta entre os profissionais da TRACTEBEL Engie e da CNEN, ao longo da execução do contrato, a coordenação do RMB disponibilizou um escritório de apoio à empresa nas instalações do IPEN/CNEN. "Este workshop promete ser um marco na preparação da equipe da TRACTEBEL para um papel importante no apoio ao planejamento e detalhamento da implantação do RMB, mais um passo em direção a um futuro promissor no setor de tecnologia nuclear”, afirma José Augusto Perrotta, que coordenou o projeto ao longo de14 anos.
O contrato entre a Fundação Pátria e a empresa TRACTEBEL, para apoio à CNEN na elaboração de Plano Estratégico de Gestão de Engenharia para Implantação do Empreendimento RMB – uma das principais metas do Convênio Finep RMB172 – foi firmado em 21 de setembro de 2023, quando também foi realizado, no IPEN/CNEN, o kick off meeting(reunião inicial) entre a coordenação do RMB/CNEN e os gerentes de projeto da Tractebel.
Entre os serviços que serão desenvolvidos nesse contrato, que tem duração de nove meses, estão a definição do modelo de organização para implantação do RMB, o estudo do inventário atual de documentação do projeto, o detalhamento do cronograma de execução da obra, o respectivo planejamento orçamentário detalhado, o escopo de contratação das empresas executoras, assim como os modelos e critérios de seleção e de contrato das mesmas, a estrutura organizacional necessária, incluindo recursos humanos, as ferramentas para a gestão do empreendimento e as licenças, permissões e autorizações.
"Prioridade nacional”
O Convênio Finep RMB172 foi assinado em dezembro de 2022, entre a Finep, a Fundação Pátria e a CNEN (Convênio Finep/PATRIA/CNEN 01.22.0592.00). Espécie de "guarda-chuva” para os demais contratos que viabilizarão o empreendimento RMB, o Finep RMB172 tem o valor total de R$ 172,13 milhões, e o prazo para execução é de 36 meses. Os recursos são oriundos da fonte "Ações Transversais”, e serão desembolsados no período de2022 a 2024, correspondente à atual fase de implantação do projeto, contemplando as metas a serem cumpridas pela CNEN.
Conforme detalhou Pagetti, estão planejadas, também, a execução de serviço inicial de terraplenagem, a construção da ponte sobre o Ribeirão do Ferro e a execução de planos ambientais associados às obras iniciais de infraestrutura.
Embora o Convênio Finep RMB172tenha sido firmado em 2022, foi neste ano, após a mudança de governo, que o RMB passou a ser considerado prioritário para o MCTI. Em todos os pronunciamentos sobre projetos e desafios de sua pasta, a ministra Luciana Santos tem destacado o papel estratégico do RMB. No último dia 6, ela participou da assinatura do Memorando de Entendimento (MoU), entre os presidentes da CNEN e da CNEA — Comissão de Energia Atômica da Argentina (CNEA), em Buenos Aires.
O documento foi assinado por Francisco Rondinelli Júnior, pela CNEN, e Adriana Serquis, pela CNEA. "O governo brasileiro e o MCTI abraçaram o RMB, que é estratégico para o avanço do setor nuclear no país”, disse Rondinelli. O MoU estabelece possibilidade de parceria com a empresa de engenharia que executou o projeto da planta argentina no projeto da planta de processamento de radioisótopos que será construída no RMB.
"Esta ação está associada à meta de elaboração do Projeto Detalhado de Engenharia do Laboratório de Processamento de Radioisótopos (Prédio N04) do convênio Finep RMB172”, explica Pagetti. Entre outras finalidades, o RMB vai garantir ao Brasil autossuficiência em insumos para a produção de radiofármacos, usados no diagnóstico e tratamento de diversas doenças. "Mas sua importância vai muito além”, observa Pagetti, acrescentando que "o RMB não é um apenas o projeto de um reator, é um novo instituto de tecnologia nuclear, com pesquisa, ensino e inovação”.
Apoio da Amazul
Ainda no âmbito do Finep RMB172, no último dia 17 foi firmado um contrato entre a Fundação Pátria e a empresa Amazul visando à prestação de serviço de engenharia para apoio à CNEN no cumprimento de algumas das metas estabelecidas em 2022, no Finep RMB172.O kick off meeting entre a coordenação do RMB/CNEN e os representantes da AMAZUL foi realizado na última sexta-feira, 20, no IPEN/CNEN.
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- 23/10/2023 - Hidrogel produzido por cientistas da Unesp e da Unifesp melhorou a cicatrização de feridas diabéticasApós 14 dias, as feridas dos animais tratados com o hidrogel contendo AnxA12-26 estavam completamente cicatrizadas
Após 14 dias, as feridas dos animais tratados com o hidrogel contendo AnxA12-26 estavam completamente cicatrizadas
Fonte: Agência FapespJulia MoióliPesquisadores brasileiros desenvolveram um hidrogel de baixo custo com ação anti-inflamatória que poderá, no futuro, ajudar a tratar feridas crônicas na pele, como as que costumam acometer pessoas com diabetes. Resultados promissores de testes em animais foram divulgados na revista Biomedicine & Pharmacotherapy.De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil é o sexto país em número de pessoas com a doença, que atingiu proporções epidêmicas e se tornou a quinta causa de morte no mundo. São 17,7 milhões de indivíduos sofrendo diariamente com as alterações metabólicas causadas pelo comprometimento da secreção e ação da insulina, como nefro e neuropatias e dificuldades na cicatrização de feridas. Estima-se que um entre cinco pacientes com diabetes possa desenvolver feridas crônicas, como a úlcera do pé diabético.Em pessoas saudáveis, lesões cutâneas são imediatamente seguidas de uma sequência de eventos que levam à cicatrização: o sangramento é controlado pela agregação plaquetária, proporcionando uma estrutura de suporte para a fixação e proliferação celular, ocorre formação de novos vasos sanguíneos e deposição de colágeno. Para quem sofre de diabetes, no entanto, o processo é muito mais complicado. A hiperglicemia aumenta a produção de substâncias derivadas do oxigênio (oxidantes) e, ao contrário da cicatrização normal, as feridas diabéticas são caracterizadas principalmente pela resposta inflamatória exacerbada e o processo da formação de vasos sanguíneos prejudicado.Recentemente, hidrogéis biológicos têm sido empregados com sucesso para acelerar o processo de cicatrização de feridas por conta do ambiente úmido e estéril que proporcionam. No trabalho apoiado pela FAPESP (projetos 19/19949-7, 16/02012-4 e 15/12411-0) e conduzido durante o doutorado de Monielle Sant'Ana Leal, pesquisadores das universidades Estadual Paulista (Unesp) e Federal de São Paulo (Unifesp) desenvolveram uma fórmula à base da proteína anexina A1, cujo envolvimento na regulação da inflamação e da proliferação celular já havia sido comprovado em estudos prévios do mesmo grupo. No artigo mais recente, o grupo descreve que o tratamento pode modular o microambiente da lesão, favorecendo a regeneração do tecido.O efeito do hidrogel contendo AnxA12-26 (os aminoácidos que vão do número dois ao 26 na cadeia de peptídeos que forma a proteína) foi avaliado em testes com camundongos que tiveram um quadro semelhante ao do diabetes tipo 1 induzido. Observou-se nos animais uma diminuição de células inflamatórias três dias após a indução das lesões. Após 14 dias, as feridas já estavam completamente cicatrizadas. A título de comparação, os animais que não passaram por nenhum tratamento e que receberam aplicação apenas do hidrogel apresentaram as características comuns da fase aguda da inflamação, com lesões mais intensas no terceiro dia.Análises mostraram que o tratamento promoveu melhora na regeneração tecidual pela proliferação de queratinócitos (células com papel fundamental na restauração da homeostase da pele), redução de macrófagos (células-chave no processo de cicatrização) e aumento do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF, que induz o crescimento de vasos sanguíneos).Já um ensaio de citotoxicidade in vitro (feito para avaliar como as células da pele reagem ao material) assegurou a biocompatibilidade do produto, sugerindo a segurança para aplicação tópica."Nosso hidrogel é altamente absorvente, mantém o meio úmido ideal para a cicatrização e mostra eficiência para levar ao processo de cicatrização completa da lesão, com redução de tempo de cicatrização, inclusive”, afirma Sonia Maria Oliani, pesquisadora do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce-Unesp) e coordenadora do estudo. "Trata-se de uma opção eficaz e que pode ampliar o arsenal terapêutico para o tratamento de feridas diabéticas.”EconomiaOutras vantagens do hidrogel desenvolvido pelos pesquisadores paulistas são a facilidade de produção e o baixo custo – este último é um fator fundamental a ser considerado, uma vez que os gastos médicos anuais com diabetes na América do Sul e Central ultrapassam US$ 65,3 bilhões.O produto também tem potencial para ser usado com outras finalidades. No momento, os pesquisadores testam seu efeito no tratamento de lesões na mucosa bucal. -
- 19/10/2023 - Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) é tema de diálogo na SNCTEmpreendimento vai ajudar o país a ser autossuficiente na produção de fármacos
Empreendimento vai ajudar o país a ser autossuficiente na produção de fármacos
Fonte: MCTI
O futuro da energia nuclear brasileira foi tema do painel "Diálogos Científicos” na 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, nesta quarta-feira (18), em Brasília. O debate, realizado pela Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (SETAD), contou com a presença de representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
O consultor da CNEN professor José Augusto Perrotta apresentou para uma plateia de professores universitários e técnicos das áreas o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que no futuro será um dos mais importantes centros de pesquisa de tecnologia nuclear no país e para a produção de fármacos.
Perrota destacou a importância de propagar o trabalho realizado pelo CNEN e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sobre a energia nuclear. "Nosso trabalho é pegar esse conhecimento sobre ciência nuclear e transformá-lo em tecnologia. O que a gente faz é entender a ciência e transformar em tecnologia para aplicação para a sociedade, para melhorar a qualidade de vida da sociedade”, disse.
O RMB vai trazer a autossuficiência do Brasil para produção dos radioisótopos. "Sendo que a maior parte desses radioisótopos são fornecidos e usados como insumo para radiofármacos usados na medicina nuclear. Este é o grande objetivo social desse reator”, explicou a coordenadora técnica do RMB e assessora de Pesquisa do CNEN, Patrícia Pagetti.
De acordo a coordenadora, além da aplicação na medicina, a segunda função do reator brasileiro é para ser usado na aplicação estratégica e desenvolver novos materiais, como novos combustíveis para reatores. "A terceira função é ter um grande laboratório de feixe de nêutrons e vários laboratórios associados para desenvolver pesquisas científicas e desenvolver novas tecnologias. Isso traz um grande avanço para a área nuclear no país”, enfatizou a representante do CNEN.
Patrícia também enfatizou a necessidade de colocar em debate o que o Brasil tem feito com relação às tecnologias em energia nuclear. "Qualquer discussão nessa área mostrando as aplicações sociais e estratégicas da energia nuclear são pacíficas. A gente tem cada vez mais que divulgar o que é a tecnologia nuclear e todas as aplicações que trazem tantos benefícios para a sociedade”, completou.
Acordo com a Argentina– No início do mês de outubro, a ministra Luciana Santos, assinou, em Buenos Aires, um acordo de cooperação com Argentina para a implantação do Reator Multipropósito Brasileiro na cidade de Iperó (SP). A parceria facilitará a construção do RMB, segundo explica Patrícia. "Esse acordo foi feito para que uma empresa argentina, que tem muita experiência em projetos de reatores, possa ajudar no avanço da construção do RMB”, disse.
Além da planta de produção de radioisótopos, a parceria envolve projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento e ações que beneficiarão toda a cadeia produtiva da indústria nuclear nos dois países. -
- 19/10/2023 - Energia nuclear com segurançaÉ uma função de Estado e deve ser exercida de forma apartada de qualquer interesse comercial
É uma função de Estado e deve ser exercida de forma apartada de qualquer interesse comercial
Fonte: O GLOBO
Artigo publicado no jornal O Globo, 19/10/2023, por Francisco Rondinelli Júnior, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
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- 16/10/2023 - Criação da autoridade nacional de segurança nuclear ainda não saiu do papel após dois anos e afeta a imagem do brasil no exteriorFonte: Petronotícias
A criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN), em outubro de 2021, a partir da cisão da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), veio com a finalidade de "arrumar a casa” do setor. Isso porque a CNEN acumula as funções de operação de instalações nucleares, regulação e fiscalização de segurança – o que configura um conflito de interesses e contraria as melhores práticas e normas internacionais. A ideia era que a ANSN ficaria com as funções de regulação e fiscalização, enquanto a CNEN se concentraria em suas atribuições de pesquisa. Porém, dois anos após a publicação da lei que criou a ANSN, a nova autarquia ainda não saiu, de fato, do papel. Para entender melhor o que já foi feito até aqui para a criação do novo órgão e quais são os próximos passos, o Petronotícias entrevista hoje (16) o geólogo e engenheiro nuclear José Mauro Esteves. Ex-presidente da CNEN, Esteves também foi coordenador pela Casa Civil da elaboração da Medida Provisória que deu origem à lei da ANSN. Ele alerta que essa indefinição sobre o futuro do novo órgão nuclear prejudica enormemente a credibilidade do Brasil no exterior. Esteves explica ainda que para que a ANSN possa de fato iniciar suas atividades, o governo deve indicar os nomes dos futuros diretores da autarquia. Em paralelo, a Comissão de Minas e Energia da Câmara marcou recentemente uma audiência pública para discutir o tema, o que pode ajudar a destravar a criação da ANSN.
Para começar, poderia explicar aos nossos leitores o motivo que levou o Brasil a criar a ANSN?
A da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear é uma necessidade que já foi reconhecida por vários órgãos e entidades. Esse reconhecimento teve início em 1986, com a publicação do "Relatório da Comissão de Avaliação do Programa Nuclear Brasileiro”, elaborado pelo professor José Israel Vargas. Nesse documento, foi identificado um conflito de interesses dentro da CNEN, que é o órgão regulador de segurança nuclear no Brasil, mas que também opera instalações nucleares, como reatores, fábricas de combustível e de radiofármacos. Portanto, ela se autorregula. No plano internacional, os relatórios bianuais da Convenção de Segurança Nuclear frequentemente destacavam a existência desse conflito de interesses dentro do Programa Nuclear Brasileiro.
E quando começaram os movimentos para criação do novo órgão?
Em 1990, houve uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito no Congresso Nacional que também destacou esse desvio de função e conflito de interesses. Em 1994, foi assinada a Convenção Internacional de Segurança Nuclear, a qual tive a honra de assinar pelo Brasil, juntamente com a embaixadora Thereza Maria Machado Quintella. Em 1997, a Convenção Conjunta de Gerenciamento Seguro do Combustível Nuclear foi assinada, também apontando esse desvio de função da CNEN.
Em 2014, o Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu o Acórdão 1108/2014, no qual recomendou que a Casa Civil, que na época coordenava o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, resolvesse a questão desse conflito de interesses. E, finalmente, em 2020, a Casa Civil da Presidência da República decidiu intervir nesse processo.
E quais foram os próximos passos tomados naquele ano?
A criação efetiva da ANSN teve início em 9 de junho de 2020, quando ocorreu uma reunião sobre o tema na Casa Civil. Naquela oportunidade, o Ministério de Minas e Energia, o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) apresentaram três propostas distintas, que não estavam alinhadas e enfrentavam diversos problemas legais.
Posteriormente, eu elaborei uma proposta de harmonização, que foi apresentada em 13 de junho de 2020. Nessa proposta, o Ministério de Minas e Energia ficaria com a ANSN e com o Instituto de Radioproteção e Dosimetria como órgão de suporte técnico. Enquanto isso, o Ministério da Ciência e Tecnologia ficaria com a CNEN e os institutos de pesquisa.
É importante notar que o Decreto-Lei 200 estabelece que todas as autarquias devem ser vinculadas ao ministério onde se concentra a maior parte de suas atividades. A Anvisa, por exemplo, está vinculada ao Ministério da Saúde. Então, não há dúvida de que o Ministério de Minas e Energia é a pasta com mais atividades nucleares. Há pareceres da Subchefia de Assuntos Jurídicos da então Secretaria-Geral da Presidência da República, do antigo Ministério da Economia e do próprio Ministério de Minas e Energia que defendem esse ponto.
A partir dessa proposta harmonizada, foi alcançado um acordo e elaborada a Medida Provisória 1049/2020, que estabeleceu a criação da ANSN.
O que essa nova legislação trouxe de novo para o setor?
A Medida Provisória 1049, que depois foi convertida na Lei 14222/2021, cria algo que atualmente não existe na legislação brasileira. A CNEN tem apenas dois instrumentos de trabalho: fechar uma determinada instalação em caso de irregularidade ou confiscar fontes radioativas. Não existe uma terceira alternativa, como multas ou suspensão de atividades. A CNEN não possui uma gradação de infrações. A Lei 14222/2021 define o que é fiscalização, as infrações, o rol de sanções, a autoridade competente para impor sanções e a gradação das sanções. Esse é o grande mérito da Lei 14222: ela instrumentaliza a ANSN para efetivamente exercer o papel de órgão regulador.
Poderia explicar por que a ANSN ainda não começou a funcionar efetivamente?
Quando a lei foi aprovada na Câmara dos Deputados, foi definida a forma de indicação do presidente da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear, que teria mandato e precisaria passar por uma sabatina no Senado. Além disso, os parlamentares estabeleceram requisitos rigorosos para a pessoa que ocuparia esse cargo. O primeiro diretor-presidente da ANSN terá um mandato de 4 anos. Os demais dois diretores da autoridade terão mandatos de 3 anos e 2 anos. No futuro, todos os mandatos terão 5 anos de duração.
A Lei 14222 só entrará em vigor e produzirá efeitos quando for publicado o Decreto de Estrutura da ANSN. Em outras palavras, a autoridade foi criada, mas só entrará em operação quando o Decreto de Estrutura for publicado.
Por sua vez, o Decreto de Estrutura(1142/2022) já foi elaborado, mas só entrará em vigor na data da nomeação do presidente da ANSN. Portanto, esses instrumentos legais estão interligados. Porém, como não houve a nomeação do presidente da ANSN, a nova autarquia ainda não está em funcionamento.
Quais são os principais problemas causados por essa situação?
Há um problema de imagem internacional do Brasil associado a esse cenário. Quando a ANSN foi criada em 2021,essa novidade foi anunciada para a Agência Internacional de Energia Atômica. No entanto, estamos caminhando para o final de 2023 e a ANSN ainda não está operando. Isso gera incertezas e perguntas por parte da comunidade internacional sobre essa indefinição, o que afeta a imagem do Brasil.
Existe também uma indefinição em relação ao quadro funcional. Os funcionários da CNEN que lidam com segurança migrarão para a ANSN, enquanto os que se dedicam à pesquisa permanecerão na CNEN. No entanto, ainda não está definido o destino dos funcionários da área meio (logística, pessoal, comunicação, administração, entre outros).
Por fim, importante lembrar que o Acórdão 1108/2014 do Tribunal de Contas da União não foi cumprido. Esse acórdão exigia que o conflito de interesses da CNEN fosse resolvido, mas como a ANSN ainda não está operacional, esse problema ainda persiste. Assim, em 2023, estamos essencialmente na mesma situação de 2014.
Já existe algum tipo de acompanhamento sobre os motivos que levaram a essa morosidade na criação da ANSN?
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu acompanhar mais de perto o processo de criação da ANSN e abriu um processo, o TC 020.858/2023, que está sendo relatado pelo Ministro Aroldo Cedraz. O objetivo é acompanhar a estruturação da ANSN. O TCU realizou visitas à CNEN e ao Ministério de Minas e Energia e deve emitir um relatório até o final do ano para abordar a lentidão desse processo.
Por fim, quais devem ser os próximos passos para, de fato, tirar a ANSN do papel?
Por um tempo, faltou pautar esse assunto no governo. Após a posse em janeiro, houve um período de adaptação para priorizar diversas questões. Agora, após dez meses da nova administração, parece ser um momento adequado para retomar a discussão sobre a ANSN e avançar no processo de nomeação.
Uma audiência pública foi aprovada recentemente na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados para discutira situação da ANSN. Ainda não foi marcada uma data para essa audiência, mas já foram definidas as pessoas que serão chamadas para participar. Isso pode ser um passo importante para colocar o assunto em discussão no governo brasileiro.
É decidir quem serão os membros da diretoria colegiada da ANSN. Esses nomes serão enviados para o Senado Federal, onde acontecerá a sabatina dos indicados. Concluídas essas etapas e, após a nomeação da diretoria, estará aberto o caminho para permitir que o Decreto de Estrutura e a Lei 14.222 entrem em vigor, iniciando de fato os trabalhos da ANSN.
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- 11/10/2023 - Laser detecta geoglifos escondidos na AmazôniaPesquisa brasileira com tecnologia de ponta indica presença humana de mais de 1500 anos na floresta amazônica
Pesquisa brasileira com tecnologia de ponta indica presença humana de mais de 1500 anos na floresta amazônica
Fonte: Revista FAPESPPesquisas realizadas nas últimas três décadas indicam que o Brasil foi habitado em uma vasta extensão, inclusive na região amazônica, antes da chegada do colonizador português ao país, em 1500. Agora, um artigo publicado na revista Science (6/10), assinado por 230 pesquisadores, especialistas estimam que existam entre 10 mil e 23 mil estruturas que indicam presença humana pré-colombiana no território da floresta.As conclusões partiram de um mapeamento feito com sensores dotados da tecnologia óptica Lidar (detecção de luz e medida de distância). Acoplado a um drone ou a bordo de um veículo aéreo, o equipamento emite milhares de pulsos laser por segundo e, a cada pulso, calcula uma medida de distância. "É quase como uma radiografia”, explica o geógrafo Vinicius Peripato, estudante de doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e primeiro autor do estudo. Graças à alta precisão do equipamento, ele e seus colegas conseguiram enxergar o relevo da floresta amazônica por baixo da copa das árvores utilizando processamento de dados.De cima, em áreas já desmatadas na parte oeste da Amazônia, é possível observar enormes formas geométricas no solo, chamadas de geoglifos. A partir dos anos 2000, os geoglifos passaram a ser vistos por meio de imagens de satélite, tanto por cientistas quanto por amadores, usando a ferramenta Google Earth. "Foi possível identificar centenas dessas estruturas, principalmente no oeste da Amazônia”, conta o biólogo Luiz Aragão, chefe da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe, orientador de Peripato e coordenador do artigo da Science.Diego Lourenço Gurgel Muitas estruturas geométricas ficam ocultas debaixo das copas e aparecem com o desmatamento da floresta Diego Lourenço GurgelNos últimos 20 anos, escavações feitas por arqueólogos mostraram que as formas geométricas foram locais de importância religiosa. Sabendo da existência das estruturas, Peripato e seus colegas criaram a hipótese de que outros vestígios de ocupação humana poderiam existir por baixo do dossel da floresta. Começar a procurá-los foi um desafio.Originalmente, os dados de sensoriamento Lidar visavam estimativas de biomassa, não tinham resolução adequada para observações arqueológicas. "Testes anteriores indicavam a possibilidade de ocorrência dessas estruturas, mas nada preciso”, explica Peripato. Apostando nessa hipótese, o grupo desenvolveu um método para retirar virtualmente a floresta e melhorar aspectos do relevo. "Deu certo, felizmente encontramos 24 estruturas até então desconhecidas.” O equipamento cobriu 5.315 quilômetros quadrados (km²) da Amazônia, o equivalente a 0,08% da floresta.Animado com a descoberta, o pesquisador desenvolveu um modelo matemático para estimar quantos seriam e onde estariam outros geoglifos similares no território, levando em conta uma série de variáveis ainda desconhecidas. Ele cruzou os dados fornecidos pelo sensor Lidar com informações de outras 937 estruturas arqueológicas já conhecidas e, com esse modelo, calculou que existam pelo menos 10.272 estruturas pré-colombianas ainda não descobertas, podendo chegar até a 23.648 na floresta inteira – um território de 6.700 km². A distribuição de 53 espécies de plantas domesticadas, utilizadas na alimentação, foi mapeada em inventários florestais prévios e poderá servir como indicação da existência das estruturas arqueológicas na imensidão da Amazônia."Foi um trabalho que, para ser realizado, exigiu uma equipe multidisciplinar e o uso de uma tecnologia de ponta”, avalia Aragão. A datação dos geoglifos ainda não descobertos foi estimada com base na literatura arqueológica já existente sobre essas estruturas, mas só poderá ser confirmada quando houver um trabalho de escavação e coleta de material para análise."É um artigo importante que confirma algo que os arqueólogos dizem há anos: tinha muita gente vivendo na Amazônia no passado”, comenta o arqueólogo Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). "Esses povos viviam ali e também modificavam a floresta”, afirma. Os indícios de presença humana na região datam de cerca de 12 mil anos atrás. Para uma parte dos especialistas, a Amazônia é um patrimônio biocultural que sofre influências tanto da própria natureza quanto da população que viveu e ainda vive por ali."As modificações feitas na floresta são informações muito valiosas para que possamos entender melhor como é a estrutura de um bioma que foi ocupado por milênios, como é a resiliência naquela área e como ela busca voltar a seu formato original”, comenta Peripato. "Com os processos de mudanças climáticas, compreender como a floresta opera é de extrema relevância.”Neves diz que boa parte dos geoglifos ainda preservados está em terras de proteção ambiental, de ocupação indígena. "São os indígenas que preservam as estruturas em meio ao avanço do agronegócio e da destruição que está acontecendo na Amazônia”, opina o pesquisador. Para ele, a presença indígena sempre esteve por todo o Brasil, é muito antiga e contribuiu para criar os biomas do país. "Não dá pra separar a história deles da história do Brasil.” -
- 11/10/2023 - Radioatividade: Solução ou Problema?Noções sobre a radioatividade, a história de sua descoberta, os riscos e benefícios de sua utilização são apresentados pelo programa “Hiperconectado”, da TV Cultura. Pesquisadores do ICESP, IFUSP e IPEN são entrevistados por Atila Iamarino, biólogo e divulgador científico.
Noções sobre a radioatividade, a história de sua descoberta, os riscos e benefícios de sua utilização são apresentados pelo programa “Hiperconectado”, da TV Cultura. Pesquisadores do ICESP, IFUSP e IPEN são entrevistados por Atila Iamarino, biólogo e divulgador científico.
Fonte: Hiperconectado - TV Cultura
O programa "Hiperconectado”, apresentado pela TV Cultura em de 11 de outubro, teve como tema "Radioatividade: Solução ou Problema?”. Apresentado pelo biólogo e divulgador científico Atila Iamarino, a atração apresentou noções sobre radioatividade, a história de sua descoberta e seus riscos e benefícios. Foram entrevistados os pesquisadores Neilo Trindade, do Instituto de Física da USP (IFUSP), Marcelo Maduar, do Centro de Metrologia das Radiações do IPEN-CNEN, Roger Chammas, coordenador do Centro de Investigação Transnacional em Oncologia, ICESP e Centro de Oncologia de Precisão da USP, o médico nuclear do ICESP Paulo S. Duarte. Do IPEN-CNEN também participaram do programa Alberto de Jesus Fernando, responsável pela Operação do Reator IEA-R1, do Centro do Reator de Pesquisa e o físico Luis Antônio Albiac Terremoto, pesquisador do Centro de Engenharia Nuclear.
A direção do programa é de Lucas Rochetti e o roteiro de Rafael Opipari.
O programa "Hiperconectado” vai ao ar às quartas-feiras, 20h, com reprise aos domingos, 12h30, pela TV Cultura. Os programas também estão disponíveis pelo canal no Youtube:
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- 09/10/2023 - Brasil abastece o primeiro carro com hidrogênio de etanol; modelo consegue percorrer quase 600 quilômetrosPesquisadores da USP abastecem o primeiro carro com hidrogênio de etanol. O veículo da Toyota consegue entregar grande autonomia e combustível será testado já em 2024
Pesquisadores da USP abastecem o primeiro carro com hidrogênio de etanol. O veículo da Toyota consegue entregar grande autonomia e combustível será testado já em 2024
Fonte: Click Petróleo e Gás
Um carro completamente silencioso, movido a energia, que pode percorrer cerca de 600 quilômetros sem necessitar de reabastecimento e que solta vapor d’água pelo escapamento. Trata-se do Toyota Mirai, um carro a hidrogênio que foi emprestado para testes de um projeto-piloto na Universidade de São Paulo (USP) que produzirá o primeiro hidrogênio verde a base de etanol do mundo.Em japonês, Mirai significa "futuro”, entretanto, apesar de ser sugestivo, a escolha do carro a hidrogênio não tem nada a ver com seu nome, e sim, pelo fato dele ser um dos únicos modelos equipados com células de combustível, que transforma o hidrogênio em energia.
No Brasil, por exemplo, existem apenas duas unidades do Mirai, um que fica com a Toyota, e outro que compõe o projeto da USP. Por ora, o carro a hidrogênio é abastecido com H2V comum. As primeiras voltas com o hidrogênio de etanol devem acontecer apenas em meados de 2024, quando a fábrica piloto, que atualmente está em construção, estará apta a produzir os primeiros quilos do combustível sustentável.
O hidrogênio verde leva esse nome por ser produzido a partir de fontes renováveis, diretamente da versão comum que tem origem fóssil, principalmente gás natural. Atualmente, o método de produção mais utilizado é a partir da quebra da molécula de água através de energia solar ou eólica. O objetivo do projeto-piloto da USP é desenvolver uma nova forma, tendo o etanol como fonte.
O hidrogênio verde ganhou destaque no debate climático devido ao seu potencial para descarbonizar setores como transportes, siderurgia, indústria química e a própria geração de energia elétrica. Entretanto, transportar o combustível ainda é algo desafiador, visto que exige que o armazenamento seja feito em baixas temperaturas e alta pressão, dificultando a logística e encarecendo o produto final.
Entenda como funciona o projeto de hidrogênio de etanol da USP
Uma das grandes apostas do projeto da USP é conseguir superar essa barreira. Isso porque o etanol já conta com uma infraestrutura fortalecida no país, sendo transportado de forma relativamente simples e com uma malha de distribuição extensa. A planta piloto, cujas obras começaram em agosto deste ano, funcionará como uma estação de abastecimento. No local haverá um equipamento chamado reformador, que é o coração do projeto.
O reformador possui capacidade de transformar o etanol em hidrogênio através de reações químicas. Atualmente, o processo já pode ser realizado, entretanto em escala de laboratório. O intuito é consolidar a tecnologia para aumentar o volume e possibilitar que a produção aconteça no local onde o combustível será utilizado, dentro de um posto de gasolina, por exemplo.
Combustível movimentará carro a hidrogênio e mais três ônibus
O hidrogênio de etanol produzido na USP será utilizado para movimentar o carro a hidrogênio e mais três ônibus nos testes; O etanol é visto como um trunfo pelos pesquisadores. Primeiro porque o Brasil é uma potência nesse mercado, entretanto também pela capacidade de fazer um hidrogênio verde negativo em carbono, levando em conta a absorção que acontece nas lavouras na cana e milho pela fotossíntese.
Segundo o diretor de transição energética e investimentos da Raízen, Mateus Lopes, todos os países estão desenhando estratégias de transição energética com base em suas vantagens competitivas, naturais e econômicas.
Como o Brasil é uma potência agrícola, transformar o etanol em um vetor desse combustível tão cobiçado pelo mundo pode dar ao país uma boa posição. Lopes afirma que os EUA, Europa e Japão são vistos como futuros mercados para esse hidrogênio.
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- 05/10/2023 - Nobel de Física 2023: importância dos lasers e a pesquisa no BrasilConvidado pelo IFUSP, o pesquisador Prof. Ricardo Samad (IPEN), comenta o Prêmio Nobel 2023 destacando a importância dos lasers para a pesquisa científica e reflete sobre a área de pesquisa no Brasil
Convidado pelo IFUSP, o pesquisador Prof. Ricardo Samad (IPEN), comenta o Prêmio Nobel 2023 destacando a importância dos lasers para a pesquisa científica e reflete sobre a área de pesquisa no Brasil
Fonte: Instituto de Física da USP
O Prêmio Nobel de Física de 2023 foi uma ótima surpresa para nós que trabalhamos na área de lasers, especificamente com pulsos ultracurtos.
Os pulsos lasers de attossegundos, gerados pelos 3 agraciados com o prêmio, são os eventos mais rápidos produzidos pela humanidade, e mais uma vez os lasers demonstram sua importância no desenvolvimento da ciência e tecnologia: desde que foi inventado em 1960 até hoje, 13 Prêmios Nobel em física, 20% do total, foram concedidos para trabalhos de desenvolvimento de lasers ou tiveram estes como parte fundamental da pesquisa agraciada. Mais três Prêmios Nobel em Química envolvem lasers. Recentemente, lasers conseguiram atingir o "breakeven” em fusão nuclear, ou seja, foi gerada mais energia do que a energia óptica gasta, um marco importante para o desenvolvimento de novas fontes de energia; novas tecnologias de aceleração de partículas com lasers compactos vêm ganhando espaço no mundo, juntamente com aplicações médicas, industriais e ambientais, que promovem grandes avanços científicos e tecnológicos.
Especificamente sobre o Nobel de 2023, ele coroa um trabalho de fôlego que vem sendo desenvolvido por vários grupos ao redor do mundo nos últimos 35 anos, para nos dar acesso a processos físicos que há poucas décadas eram considerados como instantâneos. O desenvolvimento de lasers de femtossegundos (1 fs = 10-15 s, ou, 1 milionésimo de 1 bilionésimo de segundo) associado à amplificação de pulsos "chirped”, elevou a intensidade dos lasers e nos permitiu observar como ocorrem reações químicas, ionizar gases por processos de tunelamento e gerar plasmas e emissão de raios x com características laser. Estes desenvolvimentos possibilitaram criar pulsos de attossegundos (1 as = 10-18 s, ou 1 milésimo de fs, ou 1 bilionésimo de 1 bilionésimo de segundo), que permitem estudar o movimento de elétrons dentro de átomos, moléculas e na matéria condensada, aumentando a nossa compreensão de fenômenos extremamente rápidos em tempos minúsculos. Nestas escalas temporais, podemos considerar que o universo atômico está parado, e apenas os elétrons se movem. Novos conhecimentos como esse e o avanço na tecnologia dos lasers podem levar a novas aplicações dentro de alguns anos, como a compreensão e o domínio da fotossíntese, como exemplificado pela Dra. Anne L’Hullier, ganhadora do Prêmio Nobel.A geração dos pulsos de attossegundos se inicia com a focalização de um pulso laser de alta intensidade em um gás nobre, gerando harmônicos da frequência do laser por um processo não-linear. Em 1987, L’Hullier observou a geração até o 33º harmônico de um laser de Nd. Atualmente, harmônicos superiores à centésima ordem são gerados com pulsos de femtossegundos; sob certas condições, alguns destes harmônicos já podem ter duração de attossegundos, porém a combinação dos harmônicos já permitiu a geração de pulsos mais curtos que 50 attossegundos.Nosso grupo de lasers no IPEN entrou a fundo na área de femtossegundos há mais de 20 anos, quando recebemos o apoio de um Projeto Temático da FAPESP (2000/15135-9), e cerca de 15 anos atrás estávamos gerando harmônicos como os que originam os pulsos de attossegundos – provavelmente geramos em nosso laboratório pulsos de attossegundos, porém não dispúnhamos de meios para medí-los. Continuamos trabalhando com pulsos de femtossegundos, mas agora estamos concentrando nossos esforços na aceleração de partículas por laser. Infelizmente, não creio que ninguém no Brasil tenha gerado (e medido) pulsos de attossegundos, apesar de termos tidos outros grupos que trabalharam com geração de harmônicos no Instituto de Física da USP de São Carlos, e na Universidade Federal de Pernambuco. Infelizmente houve uma estagnação desta atividade no Brasil, contrariamente ao que está ocorrendo no mundo desenvolvido, com a criação de grandes estruturas como a LaserNetUS e o ELI. Atuamos na área de aceleração de partículas por laser, que está sendo considerada como chave para aceleradores de elétrons que podem atingir energias de TeV. Assim, esta área deverá gerar outros prêmios Nobel num futuro próximo. -
- 05/10/2023 - Brasil e Argentina assinam acordo de cooperação em energia nuclearDocumento permitirá avançar na construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e na autossuficiência da produção de radioisótopos usados para fins medicinais
Documento permitirá avançar na construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e na autossuficiência da produção de radioisótopos usados para fins medicinais
Fonte: MCTI
Brasil e Argentina assinam nesta sexta-feira (06) um acordo de cooperação em energia nuclear, que permitirá ao Brasil avançar na construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Com isso, o país poderá conquistar a autonomia na produção de radioisótopos, usados na fabricação de radiofármacos para tratamento do câncer e diagnóstico de imagens. Com investimentos de R$ 1 bilhão até 2026, o RMB será o mais importante centro de pesquisa brasileiro para aplicações da tecnologia nuclear em benefício da sociedade.
O acordo será assinado entre as comissões de energia nuclear dos dois países durante agenda oficial da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, na Argentina nesta sexta. A missão inclui visita ao reator argentino RA-10.
A Argentina é parceira estratégica do Brasil no desenvolvimento do RMB, e o acordo prevê a construção de nova planta de produção de radioisótopos, associada ao RMB.
"A Argentina tem competência reconhecida internacionalmente no desenvolvimento de plantas de produção de radioisótopos, e queremos contar com essa experiência na construção do nosso Reator Multipropósito Brasileiro”, afirmou a ministra Luciana Santos.
A cooperação nuclear faz parte da aliança estratégica entre Brasil e Argentina relançada pelo presidente Lula durante viagem ao país vizinho em janeiro.
Agenda
Além de visitar o reator argentino RA-10, localizado no Centro Atômico Ezeiza, a ministra participa da assinatura do Memorando de Entendimento entre a agência argentina I+D+i e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
A iniciativa busca promover o financiamento de projetos de pesquisa e desenvolvimento de interesse comum, o intercâmbio de melhores práticas, e o estabelecimento de atividades conjuntas de incentivo a maior colaboração entre organizações dos dois países em P&D&I.
Na visita, também será assinado o Memorando de Entendimento entre o MCTI e o Ministério da Economia da Argentina que cria a Rede Internacional de Biossegurança de Produtos Derivados da Biotecnologia Moderna. Essa rede conta com a participação dos Ministérios de Agricultura e Pecuária do Paraguai e do Uruguai e tem como objetivo estabelecer procedimentos que reduzam o custo, o tempo e permitam o estabelecimento de procedimentos comuns e harmonização de normas para a avaliação de biossegurança de produtos da biotecnologia moderna, como Organismos Geneticamente Modificados (OGM). No Brasil, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), unidade do MCTI, será responsável por implementar ações relacionadas a esse instrumento de cooperação.
A agenda oficial na Argentina inclui ainda a participação da ministra no encerramento do evento "Construindo Soberania com mais Ciência e Tecnologia”, no Centro Cultural da Ciência (C3), em Buenos Aires.
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- 04/10/2023 - Pesquisa sobre movimento de elétrons vence o Nobel de Física de 2023Entre os três cientistas laureados está a francesa Anne L’Huillier, a quinta mulher a receber o Nobel de Física em 122 anos de história do prêmio
Entre os três cientistas laureados está a francesa Anne L’Huillier, a quinta mulher a receber o Nobel de Física em 122 anos de história do prêmio
Fonte: Sociedade Brasileira de Física
A Física Quântica entrou em conflito com a Física Clássica devido a vários novos conceitos, incluindo a impossibilidade de determinar simultaneamente a posição e a velocidade de uma partícula, como um elétron, por exemplo. Apesar de a teoria indicar que determinar essas grandezas com precisão absoluta é impossível, pesquisas com novas tecnologias deixam a humanidade cada vez mais próxima do que ocorre no universo do muito, muito pequeno e, agora, do extremamente rápido.
É neste sentido a importância do Nobel de Física de 2023, anunciado pela Real Academia Sueca de Ciências na terça-feira (03/10), concedido à cientista francesa Anne L’Huillier, ao húngaro Ferenc Krausz e ao norte-americano Pierre Agostini, que dividirão um prêmio de cerca de US$ 1 milhão. Ao receber este prêmio, Anne se torna a quinta mulher a conquistar o Nobel na área de física ao longo de 122 anos de história.
Eles demonstraram uma maneira de criar pulsos de luz extremamente curtos que podem ser usados para medir os processos rápidos nos quais os elétrons se movem ou mudam de níveis de energia nos átomos. Existem aplicações potenciais em diversas áreas. Na eletrônica, por exemplo, é importante entender e controlar como os elétrons se comportam em um material. Pulsos de attossegundos também podem ser usados para identificar diferentes moléculas, como em diagnósticos médicos.
"Esse trabalho nos permitiu ver dentro de um átomo como o elétron se movimenta. Isso abre toda uma nova física para se explorar. Cada vez que a tecnologia vai avançando a gente abre uma nova escala de tempo. Isso nos permitiu verificar fenômenos de bilionésimo de bilionésimo de um segundo”, explica Ricardo Elgul Samad, pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN/SP), especialista em lasers de pulsos ultracurtos.
Segundo Samad, desde a criação do laser em 1960, 13 prêmios Nobel em Física foram concedidos a pesquisadores que aprimoraram a sua tecnologia, enquanto outros três prêmios Nobel de Química também expandiram a aplicação da alta energia desses feixes. E o prêmio Nobel em Física deste ano tem relação com uma técnica inventada em 1985 de geração de pulsos de laser ultracurtos, chamados femtossegundos, que seria o milionésimo de um bilionésimo de um segundo. Essa descoberta recebeu o Nobel de Física de 2018, com as contribuições de Gérard Mourou e Donna Strickland.
Samad, especialista em experimentos com femtossegundos, esclarece que ao direcionar o laser para um gás nobre, como o argônio, isso resulta na geração de harmônicos, que são fótons com frequências cada vez mais elevadas e, consequentemente, maior energia. Esses experimentos foram realizados por Anne em 1987, quando ela transmitiu laser infravermelho através de um gás nobre, preparando o terreno para novos experimentos.
Em 2001, Pierre Agostini conseguiu produzir e investigar uma série de pulsos de luz consecutivos, em que cada pulso durou apenas 250 attossegundos. Ao mesmo tempo, Ferenc Krausz estava trabalhando com outro tipo de experimento, que tornava possível isolar um único pulso de luz que durava 650 attossegundos. As contribuições dos laureados permitiram a investigação de processos tão rápidos que antes eram impossíveis de serem acompanhados.
De acordo com o release de divulgação do prêmio, os experimentos dos laureados produziram pulsos de luz tão curtos que são medidos em attossegundos, demonstrando assim que esses pulsos podem ser usados para fornecer imagens dos processos eletrônicos dentro de átomos e moléculas. "Agora podemos abrir a porta para o mundo dos elétrons. A física dos attossegundos nos dá a oportunidade de entender mecanismos que são governados por elétrons. O próximo passo será utilizá-los”, diz Eva Olsson, presidente do Comitê Nobel de Física, em comunicado.
Segundo Samad, esse estudo permite não apenas acompanhar o movimento dos elétrons dentro do átomo ou de moléculas, mas também acompanhar suas mudanças de energia e de órbitas. Em seu laboratório, Samad acredita já ter alcançado pulsos de attossegundos, embora não possa afirmar por não ter equipamentos para medir esse feito. "Estamos acessando esses tempos extremamente curtos agora. Quando comecei a trabalhar nessa área, há 20 anos, pensávamos que femtossegundo já era muito curto”, lembra.
"Quando vamos para escalas de femtossegundos e attossegundos é como se tudo estivesse parado no Universo: o que se movem são os elétrons. Átomos, moléculas, todo o resto, está parado. E nós estamos, no meu laboratório, trabalhando para de alguma maneira para chegar perto desse regime”, diz ele, que está atualmente estudando o uso de pulsos de femtossegundos para acelerar elétrons e conseguir reduzir o tamanho dos aceleradores de partículas. Segundo ele, seria possível reduzir de 3 quilômetros para 20 centímetros o tamanho de um acelerador de elétrons.
Pulsos de attossegundos foram usados em uma colaboração internacional envolvendo Antonio Zelaquett Khoury, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), e outros grupos para estudar o emaranhamento quântico com luz estruturada, conforme o Destaque em Física "Estudo usa a luz para buscar explicações sobre o emaranhamento quântico”, publicado em junho no site da Sociedade Brasileira de Física (SBF). As medidas foram realizadas no laboratório do Prof. Thierry Ruchon do Laboratoire Interactions, Dynamiques et Lasers (LIDYL) – Université Paris Saclay (França), que foi originalmente montado pela laureada Profa. Anne L’Huillier.
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- 04/10/2023 - Projeto bilionário de Santa Quitéria recebe sinal verde de Comissão NuclearEmpreendimento mineroindustrial, que aguarda licenças do Ibama, prevê criar mais de 8 mil empregos no interior do Ceará
Empreendimento mineroindustrial, que aguarda licenças do Ibama, prevê criar mais de 8 mil empregos no interior do Ceará
Fonte: Diário do Nordeste
O projeto para a construção da jazida de fosfato e urânio em Santa Quitéria, no interior do Ceará, avançou duas etapas no mês de setembro e, com isso, se aproxima do início das obras. Além da renovação do memorando de entendimentos com o Governo do Estado, publicada no Diário Oficial no fim de setembro, o Consórcio obteve autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para a Instalação do complexo mineroindustrial.Com validade de cinco anos, esse aval chancela os requisitos de segurança e proteção radiológica da instalação.
O rito de licenciamento do Projeto Santa Quitéria com a Comissão ocorre em dois processos, o primeiro sendo este da instalação mineroindustrial; e o segundo acerca da instalação nuclear, que segue em andamento.
Licença do Ibama
Paralelamente, o empreendimento passa pelo licenciamento ambiental, conduzido pelo Ibama. O projeto está em fase de licenciamento prévio, com a realização de estudos complementares solicitados pelo Ibama.
Segundo o Consórcio, o memorando prevê investimentos do governo estadual para a qualificação da mão de obra local, melhoria de acessos rodoviários e infraestrutura para o fornecimento de energia e água.
Agronegócio
A indústria é considerada estratégica para o agronegócio brasileiro, pois deverá reduzir a dependência de importação de fertilizantes.
A previsão é que a produção anual seja de 1,05 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados e 220 mil toneladas de fosfato bicálcico, o que corresponde a 99,8% da produção prevista. Cerca de 2,3 mil toneladas de urânio em seu estado natural (sem enriquecimento) também serão produzidas anualmente, o que equivale a 0,2% do material a ser produzido.
O investimento previsto para o empreendimento, que empregará mais de 8 mil pessoas durantes as obras, e gerará mais de 2.800 empregos diretos e indiretos na fase de operação, é de R$ 2,3 bilhões.
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- 04/10/2023 - Brasil dá primeiros passos para a construção do Submarino com propulsão NuclearFonte: Defesa Aérea & Naval
Na manhã desta quarta-feira (04/10), a ICN e a Marinha do Brasil realizaram a Cerimônia do Corte da 1ª chapa da Seção de Qualificação do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear Álvaro Alberto. O evento, que pode ser classificado como o marco decisivo do processo construtivo do futuro submarino movido à energia nuclear, contou com a presença de diversas autoridades da Marinha, como o Diretor Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico, Almirante de Esquadra Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, do Coordenador-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, Vice-Almirante (EN) Sydney Santos Neves, dos Diretores da ICN, representados no palco pelo Diretor Presidente Renaud Poyet e também de Integrantes da força de trabalho da ICN e demais convidados.Após a execução do Hino Nacional, o Diretor Presidente da ICN Renaud Poyet compartilhou a alegria em participar desse momento simbólico para a ICN e para a Marinha: "Este marco é motivo de muito orgulho para mim e para todos os colaboradores da ICN. A construção da Seção de Qualificação antecede a construção da primeira seção que, efetivamente, poderá ser parte do casco resistente do submarino: Um passo que vai elevar a nossa tecnologia ao nível de países como a França, Estados Unidos, China, Inglaterra e Rússia. E a Marinha do Brasil, no comando deste moderno meio, terá todas as condições de proteger o vasto litoral brasileiro. Estou muito feliz em fazer parte deste dia junto a todos os responsáveis por atingir esta grande conquista”, ressaltou.Em seguida, o Almirante Petrônio também discursou sobre a importância desta cerimônia. Segundo ele, o corte da 1ª chapa do submarino à propulsão nuclear representa um grande avanço para o projeto como um todo. "Esta chapa fará parte de uma das cavernas que irá compor a Seção de Qualificação do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear. Por conta da importância deste momento, é até difícil transmitir o seu significado em palavras. Mas o que eu posso dizer é que é uma satisfação saber que brasileiros da Marinha e da ICN, estão construindo submarinos com essa tecnologia de ponta”, comentou o Almirante Petrônio.Participaram da Cerimônia o Secretário Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (ANSNQ), Almirante de Esquadra Flávio Augusto Viana Rocha, o Assessor-Chefe do Diretor-Geral, Almirante De Esquadra Alexandre Rabello de Faria, representantes da Amazul, Naval Group, Atech, Novonor, CBS, NUCLEP e COGESN.
Seção de Qualificação
O corte da primeira chapa representa o início da confecção da estrutura que compõe a chamada Seção de Qualificação, etapa responsável por garantir que engenheiros, técnicos e operários possam realizar suas atividades em fase de testes. Ela certifica que todos os processos atendem às especificações e possuem o nível de qualidade necessário para a homologação e autorização para o início da construção do casco do submarino.
As características desse modelo de submarino elevam a capacidade do Brasil de proteger e patrulhar as riquezas marítimas, contribuindo para a garantia e a proteção dos interesses nacionais.