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- 15/05/2018 - Eletronuclear: alta na tarifa de Angra 3 não impactará conta de luzFonte: EBCO aumento nas tarifas da usina nuclear de Angra 3 não deve ter impacto no custo da tarifa elétrica aos consumidores. A afirmação consta de estudo elaborado pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) e divulgado pela Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras responsável pela usina nuclear.
O estudo compara o custo atual da geração elétrica no país com usinas térmicas a gás ou diesel, e substitui parte dessa energia pela que será gerada por Angra 3, se o empreendimento estivesse funcionando.
O tema causou polêmica. A Agência Nacional de Energias Elétrica (Aneel) disse em parecer encaminhado ao colegiado que as emendas teriam efeito direto na conta do consumidor.
A questão veio à tona durante os debates em torno da Medida Provisória 814/17, voltada para destravar a privatização das distribuidoras da Eletrobras e permitir a inclusão da holding e das empresas de geração e transmissão no Programa Nacional de Desestatização (PND).
O relatório do deputado Júlio Lopes (PP-RJ), aprovado na semana passada, incluiu no texto uma emenda ao projeto que permite ao Poder Executivo, por meio do Ministério de Minas e Energia, reajustar o preço de Angra 3 para atingir a média internacional.
Atualmente, o valor estimado da tarifa de Angra 3 está em torno de R$ 240 por Megawatt-hora (MWh). A Eletronuclear pleiteia que este valor seja reajustado para R$ 400/MWh.
De acordo com o levantamento, na comparação entre os valores pagos na operação das usinas térmicas que estão em atividade no Brasil e o valor do custo da energia produzida por Angra 3, ao longo de 11 meses, haveria uma economia de R$ 900 milhões.
O custo das térmicas despachadas dentro da ordem de mérito em 2017 girou em torno de R$ 5,9 bilhões. Se Angra 3 estivesse operando, o custo total seria de R$ 5 bilhões.
"Ou seja, mesmo com uma tarifa de R$ 400, a economia seria de R$ 900 milhões no custo total da energia gerada no SIN [Sistema Integrado Nacional] pela simples substituição das térmicas mais caras por Angra 3”, diz a Eletronuclear.
Obras paradas
Entretanto, o estudo aponta ser necessário investir na conclusão do empreendimento, paralisado desde 2015. Estimativas do Tribunal de Contas da União (TCU), divulgadas em agosto do ano passado, indicam que são necessários até R$ 25 bilhões para a conclusão da obra, considerando os valores já investidos. Para tanto, de acordo com o órgão, ainda será necessário investir R$ 17 bilhões na obra.
O documento indica que a não conclusão de Angra 3 é que representa aumento de custos para o consumidor, uma vez que o sistema continuará usando térmicas de custo mais elevado: "afirmar que há um aumento de custos para consumidor exclusivamente pelo fato da tarifa revisada ser superior à tarifa atual significa esquecer que essa tarifa atual torna o empreendimento inviável, ou seja, nunca seria efetivamente construído.”
De acordo com o parecer aprovado no Congresso Nacional, o Ministério de Minas e Energia deverá autorizar a celebração de termo aditivo ao Contrato de Energia de Reserva da usina nuclear Angra 3, considerando novo preço para a referida energia a ser estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
O texto traz o ano de 2026 para o início da operação comercial de Angra 3 e autoriza ainda a realização de licitação para incluir participação privada, inclusive societária, na conclusão da usina nuclear.
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- 15/05/2018 - INB desenvolve nova tecnologia resultando no Mini Elemento CombustívelFonte: Último MinutoA Indústrias Nucleares do Brasil (INB) acaba de desenvolver mais uma tecnologia para a produção do combustível nuclear que abastece as usinas nucleares brasileiras. Desta vez, a inovação foi a construção de um Elemento Combustível em proporções reduzidas, capaz de garantir a alta precisão na calibragem dos chamados Colares de Nêutrons – equipamentos utilizados na medição da quantidade de urânio nos Elementos Combustíveis que compõem as recargas das usinas de Angra 1 e 2. O projeto e a montagem do Mini Elemento Combustível foram finalizados no segundo semestre de 2017. Em março de 2018, o Elemento Reduzido foi testado pelo Departamento de Energia dos EUA (DOE) e pelo Laboratório de Salvaguardas Nucleares da CNEN. Os resultados foram animadores.
Antes da produção do Elemento Combustível reduzido, os Colares de Nêutrons eram calibrados diretamente no Elemento Combustível, o que resultava em análises com imprecisão de até 5%. Com a calibragem feita pelo Elemento Reduzido, o índice caiu para cerca de 1%. Outra vantagem desta inovação, é que possibilita a remoção das varetas dos Elementos Combustíveis, viabilizando a sua reconfiguração e a realização de simulações. Suas características são similares ao Elemento Combustível tipo HTP, produzido para Angra 2, porém em escala reduzida.
Segundo o diretor de Produção do Combustível Nuclear (DPN), Marcelo Xavier, a tecnologia produziu importantes avanços na atividade de salvaguardas nucleares. "Cada vareta contêm 375 pastilhas. Cada pastilha pesa aproximadamente 10 gramas. Cada vareta dá mais de 3 quilos de urânio. Então, cinco varetas de urânio são mais de 15 quilos de urânio, que podem ser desviados. Com essa calibragem, não tem como ocorrer desvio de material nuclear. É possível ver exatamente o quanto de material e o grau de enriquecimento há no combustível”, declara.
Segundo o técnico da DPN, Luiz Antonio da Silva, o novo Elemento reduzido trará benefícios para o corpo técnico da INB: "principalmente no treinamento de pessoal de salvaguardas e de neutrônica da engenharia de combustível, no conhecimento e aperfeiçoamento nesse tipo de medida, que é uma das mais refinadas em escala mundial”, afirma. Para ele, o projeto ainda abre oportunidades de especialização no campo acadêmico. É mais uma porta que se abre para os técnicos da INB se formarem mestres e doutores nesse campo de pesquisa”.
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- 11/05/2018 - Acordo de Parceria entre CNEN e SBRTFonte: Site da SBRT
Aconteceu, nesta quinta-feira, 10 de maio de 2018, no IPEN (Instituto de Pesquisa Energéticas Nucleares), a assinatura do Termo de Cooperação Institucional entre a Sociedade Brasileira de Radioterapia – SBRT e a Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN. O termo assinado pelo Presidente da SBRT, Dr. Arthur Accioly Rosa e pelo Presidente da CNEN, Dr. Paulo Pertusi, formaliza um processo de colaboração de longa data, que tem como objetivo o fomento de segurança radiológica e radioproteção
Trata-se de um momento histórico, no qual ambas as instituições se mostram entusiasmadas com o trabalho bilateral em novas frentes na busca de uma Radioterapia de qualidade e principalmente segura.
A SBRT gostaria de deixar registrado o agradecimento pessoal ao ex Presidente da SBRT, Dr. Eduardo Weltman e ao Coordenador Geral da Coordenação de Instalações Radioativas da CNEN, Dr. Alessandro Facure, pelo engajamento e dedicação na formalização desse acordo e, a a presença do Sr. Homero Lavieri Martins, Presidente da Associação Brasileira de Física Médica – ABFM, pelo seu contínuo apoio à SBRT.
Como iniciativas, a seguir teremos a participação formalizada da CNEN na Banca de Certificação para Título de Especialista em Radioterapia de 2018 e o engajamento no grupo de trabalho para desenvolvimento do Selo de Qualidade em Radioterapia.
A SBRT continua trabalhando em busca da melhoria da radioterapia nacional.
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- 09/05/2018 - Aiea reitera que Irã está cumprindo determinações do acordo nuclearFonte: Agência Brasil
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou nesta quarta-feira (9) que o Irã continua cumprindo as determinações do acordo nuclear assinado com os países do G5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França, mais Alemanha) e do qual o presidente americano, Donald Trump, anunciou ontem a retirada de seu país.
"Até a data de hoje, a AIEA pode confirmar que os compromissos nucleares estão sendo implementados pelo Irã", indicou em comunicado o diretor-geral da AIEA, o japonês Yukiya Amano.
"O Irã está submetido ao regime de verificação nuclear mais rígido do mundo sob o Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, o nome oficial do acordo nuclear na sigla em inglês), que é uma grande contribuição para a verificação (nuclear)", acrescentou o japonês.
"A AIEA está acompanhando de perto as evoluções relacionadas com o JCPOA. Tal como solicitou o Conselho de Segurança da Organização das Naçoes Unidas (ONU) e foi autorizado pela Junta de Governadores da AIEA em 2015, a agência está verificando e supervisionando o cumprimento dos compromissos nucleares do Irã sob o JCPOA", afirmou Amano.
Trump anunciou ontem na Casa Branca que estava retirando os Estados Unidos do acordo nuclear e que voltará a impor "o nível mais alto de sanções econômicas" contra o Irã.
O tratado, negociado durante quase dois anos entre o Irã e o G5+1, prevê grandes limitações ao programa nuclear iraniano para evitar o desenvolvimento de armamento atômico.
Em troca dessas restrições, que duram entre 10 e 25 anos, os países do G5+1 suspenderam parte das sanções contra o Irã.
Trump, que era contrário ao JCPOA desde um princípio, até mesmo antes de ser presidente, garante que o Irã é um regime terrorista que, no fundo, nunca renunciou a seu desejo de possuir armas nucleares.
Alguns especialistas acreditam que a ruptura do JCPOA por parte dos EUA e a restauração das sanções têm como objetivo prejudicar a economia iraniana para forçar uma mudança de regime no país.
A AIEA investiga e supervisiona o programa nuclear do Irã de forma minuciosa desde 2003, e mantém desde 2016 - quando entrou em vigor o JCPOA - um amplo dispositivo de vigilância para verificar o cumprimento do acordo.
O próximo relatório da AIEA sobre o cumprimento do acordo da parte iraniana está previsto para ser divulgado dentro de duas semanas.
Além disso, na primeira semana de junho, acontecerá a próxima reunião da Junta de Governadores da AIEA, o órgão executivo da agência nuclear da ONU, que será dominado por este tema.
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- 08/05/2018 - Presidente do Irã diz que manterá acordo nuclearFonte: Agência Brasil
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, determinou hoje (8) ao Ministério de Relações Exteriores que intensifique as consultas à França, à Alemanha, ao Reino Unido, à Rússia e à China no esforço de manter o acordo nuclear, assinado em 2015. Pelo acordo, o Irã ficaria impedido de fabricar a bomba atômica.
Em discurso, Hassan Rouhani afirmou que o Irã poderá permanecer no acordo, se os interesses do país forem preservados. Ele demonstrou que espera apoio dos cinco países ao JCPOA (sigla em inglês de Plano de Ação Conjunto Global), que se refere diretamente ao acordo nuclear iraniano.
"Se, após a conclusão das negociações, pudermos trabalhar com esses cinco países [França, Alemanha, Reino Unido, China e Rússia] nos compromissos delineados no JCPOA que beneficiam a nação iraniana, então permaneceremos no acordo.”
Rouhari disse ainda que o tempo de negociação deve ser curto e que em breve o país poderá voltar a enriquecer urânio. Segundo ele, foram solicitados à Organização de Energia Atômica do Irã (cuja sigla em inglês é AEOI) planejamentos para enriquecimento nuclear em nível industrial.
A reação do iraniano foi uma resposta à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que oficializou a saída do pacto. Em transmissão na emissora oficial de televisão do Irã, a PressTV, Rouhani reagiu: "A decisão de Trump foi o início de uma guerra psicológica contra o Irã, nosso povo heroico não será afetado por esse ataque psicológico".
*Com informações da emissora oficial de televisão do Irã, PressTV.
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- 08/05/2018 - Donald Trump retira Estados Unidos do acordo nuclear com IrãFonte: Agência Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje (8) sua decisão de retirar o país do acordo nuclear com o Irã. O alívio das sanções não será retirado de maneira imediata, mas em até 90 dias, podendo demorar mais que esse período- no total de 180 dias, prazo em que o país poderá negociar um novo acordo. Com a medida, ele cumpre uma promessa de campanha e isola os Estados Unidos no posicionamento contrário à manutenção do compromisso.
O pacto em 2015 foi celebrado após um compromisso do Irã em limitar suas atividades nucleares em troca do alívio nas sanções internacionais. Ao anunciar a decisão, Trump chamou o acordo de desastroso e disse que o "pacto celebrado jamais deveria ter sido firmado", porque não provê garantias que o Irã tenha abandonado mísseis balísticos.
Trump afirmou ter conversado com França, Alemanha e Reino Unido sobre a decisão. Para ele, os recursos liberados ao Irã em virtude do acordo - cerca de U$ 100 bilhões, em ativos internacionais, teriam sido usados para produção de armas e opressão no Oriente Médio, na Síria e no Iêmen. Chamado de Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, sigla em inglês), o acordo foi firmado pelo então presidente Barack Obama e o chamado P5+1 - grupo formado pelos cinco países-membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, além da Alemanha com o Irã).
O texto final foi alcançado depois de muita negociação entre as partes, e determinava um patamar máximo de urânio enriquecido do Irã - matéria usada para energia ou armas nucleares.Trump já havia dito que o pacto era "o pior negócio do mundo".
Durante a manhã, antes do anúncio, altos funcionários do governo Trump avisaram os principais líderes do Congresso dos Estados Unidos para explicar a decisão.
O Irã havia se comprometido a alterar sua matriz de produção nuclear para inviabilizar a produção de plutônio, produto que pode ser usado na fabricação de bombas nucleares, assim como o urânio.
Dentre os vários termos acordados à época, o pacto previa o limite de centrífugas para enriquecer o plutônio. Após a celebração do acordo, a Agência Internacional de Energia Atômica (Iaea) afirmou em janeiro de 2016 que o Irã estava cumprindo sua parte no acordo.
Donald Trump disse que o acordo tinha falhas "desastrosas" que precisam ser corrigidas. Ele afirmou que o texto em vigor restringe as atividades nucleares do Irã somente de maneira limitada - por um período limitado e afirma que a documento firmado não deteve o desenvolvimento de mísseis balísticos pelo Irã.
A proposta que Trump tinha como princípio reativar as sanções, a menos que o Congresso aprovasse uma complementação para que o acordo em vigor seja ampliado. O presidente americano pedia ainda inspeções imediatas pela Agência Internacional de Energia Atômica, e que o Irã não se aproxime da marca estipulada como "máxima capacidade" de material para produção de uma arma nuclear.
Na prática, segundo fontes ouvidas pela imprensa nos Estados Unidos, isso imporia ao Irã o break-out time, que representa uma pausa para impedir que uma bomba seja produzida, um valor estimado em um ano de produção.
Posição do Irã
O Irã afirma que seu programa nuclear não fere os princípios da paz e que os termos firmados em 2015, seriam "inegociáveis". No domingo (6), o presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou em um pronunciamento transmitido pela TV estatal, que uma ruptura pelos Estados Unidos poderia provocar um "arrependimento histórico".
Ele reafirmou que haveria "consequências severas" se Washington decidir retomar as sanções. O país afirma que pode voltar a enriquecer o urânio em um curto espaço de tempo e poderia abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear.
Posição da União Europeia
Os países da Europa defendem a manutenção do acordo e que os termos precisam ser preservados. França e Alemanha tentaram dissuadir o presidente Donald Trump no mês passado. O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou durante uma visita a Washington.
Para a França, o acordo é de extrema importância para a manutenção do equilíbrio mundial e pela paz entre os países.
A Rússia também já afirmou que gostaria que o acordo fosse mantido e que não existiria uma "alternativa mais viável".
A chanceler alemã, Angela Merkel, também visitou Trump em Washington e disse que não estava totalmente satisfeita com o acordo, mas era o pacto "possível" e que deveria ser mantido.
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- 08/05/2018 - Acordo de parceria entre CNEN e SBRTFonte: Site da SBRT
A Sociedade Brasileira de Radioterapia tem a honra de convidar a todos os Radio-oncologistas a participar da cerimônia de assinatura do acordo de parceria entre a CNEN e a SBRT.O convênio fortalecerá ainda mais as relações da SBRT junto a Comissão, estimulando uma permanente melhoria na qualidade e na segurança dos processos de Radioterapia em território Nacional.
A cerimônia acontecerá em 10 de maio de 2018, às 14h00 no IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), localizado no campus da Universidade de São Paulo (USP), cujo endereço segue abaixo:
IPEN – USP– Av. Prof. Lineu Prestes, 2242 – Butantã, São Paulo – SP.O acesso pode ser feito pela:
• Portaria Principal, instalada na Av. Prof. Lineu Prestes, 2242 – Cidade Universitária;
• Portaria Norte, instalada na Travessa R, 400 – Cidade Universitária.
Ficaremos honrados com a sua presença.
Arthur Accioly Rosa
Presidente Gestão 2017-2020
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- 07/05/2018 - Amazul abre seleções com 21 vagas e salários de até R$ 18 milOs aprovados serão lotados no Rio de Janeiro e São Paulo
Os aprovados serão lotados no Rio de Janeiro e São Paulo
Fonte: Correio Web
A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A (Amazul) lançou três editais de processos seletivos simplificados, no Diário Oficial da União desta segunda-feira (7/5). São, ao todo, 21 oportunidades temporárias de nível superior, além de formação de cadastro reserva. Os salários dos postos variam de R$ 6.171,09 a R$ 18.635,45 e os aprovados serão lotados no Rio de Janeiro e São Paulo. Todos os candidatos serão avaliados por análise documental e defesa de memorial.
O primeiro edital abriu duas vagas imediatas e cadastro reserva para analista em desenvolvimento de tecnologia nuclear e defesa (pesquisador em historia e pesquisador em ciências sociais e humanas). É exigida ainda experiência de cinco anos na área pretendida. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até 25 de maio. Os cadastros podem ser feitos via postal (com aviso de recebimento - AR - para a Rua Conselheiro Saraiva, 8, 3º andar, CEP: 20091-030 - Rio de Janeiro/RJ, aos cuidados do Escritório de apoio da Amazul) ou pessoalmente das 10h às 12h e das 14h às 16h. A taxa custa R$ 100.
Já o segundo edital oferta 18 oportunidades e cadastro reserva para especialista em desenvolvimento de tecnologia nuclear e defesa (nas áreas de física, tecnologia em radiologia, engenharia civil, engenharia elétrica, engenharia mecânica e engenharia química). As inscrições também estão abertas e podem ser feitas até 25 de maio via postal (com aviso de recebimento – AR - para Av. Eusebio Matoso, 1.375 - 3 andar - Pinheiros, São Paulo-SP, CEP:05423-180, aos cuidados da Coordenadoria de Desenvolvimento de RH) ou pessoalmente das 10h às 12h e das 14h às 16h. A taxa custa R$ 100.
E o terceiro regulamento abriu uma vaga para analista em desenvolvimento de tecnologia nuclear e defesa (médico do trabalho). As inscrições poderão ser feitas de 14 a 30 de maio via postal (com aviso de recebimento – AR - para Av. Eusebio Matoso, 1.375 - 3 andar - Pinheiros, São Paulo-SP, CEP:05423-180, aos cuidados da Coordenadoria de Desenvolvimento de RH) ou pessoalmente das 10h às 12h e das 14h às 16h. A taxa custa R$ 100.
Concursos de tribunais
Concursos públicos de tribunais em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul estão com o período de inscrições abertas para 457 vagas de provimento imediato e formação de cadastro reserva. O órgão que mais oferece oportunidades é o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, com 320 vagas. Mas o órgão que mais pagará os novos servidores, de acordo com remuneração divulgada no edital do concurso, é o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que oferta até R$ 11.073,34 para analistas judiciários.
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- 03/05/2018 - Comunicado - Cnen deixa de ser membro dos Conselhos de Administração de INB e NuclepFonte: CnenA Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) comunica que deixa de compor os Conselhos de Administração das Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB) e da Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep). A nova composição daqueles Conselhos decorre da aprovação dos novos Estatutos Sociais nas Assembleias Gerais Extraordinárias (AGE) tanto da Nuclep quanto da INB, realizadas, respectivamente, em 19 e 27 de abril deste ano.
A Presidência da Cnen coordenou, nos últimos meses, os entendimentos entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest) do Ministério de Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), a INB e a Nuclep para promover a alteração dos Estatutos Sociais das duas empresas, visando contemplar as disposições contidas na Lei nº 13.303/17 e no seu decreto de regulamentação.
Assim, o Presidente da Cnen, que até então também atuava como Presidente do Conselho de Administração das duas instituições, deixa a função, que passa a ser desempenhada por representantes indicados diretamente pelo MCTIC.
Paulo Roberto Pertusi
PresidenteComissão Nacional de Energia Nuclear
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- 03/05/2018 - Controle de caos em aceleradores de partículasFonte: Agência Fapesp
José Tadeu Arantes
O uso de aceleradores de partículas não se restringe à pesquisa fundamental em física de altas energias. Equipamentos de grande porte ou até mesmo gigantescos, como o Large Hadron Collider (LHC), são empregados com essa finalidade. Mas também existem aceleradores relativamente pequenos, utilizados em medicina (exames por imagem ou tratamento de tumores), na indústria (esterilização de alimentos, inspeção de cargas, engenharia eletrônica) ou em vários tipos de investigação (prospecção de petróleo, pesquisa arqueológica, estudo de obras de arte).
Qualquer que seja o objetivo, controlar o caos e aumentar a eficiência do fluxo de partículas são alvos da comunidade científica mobilizada na área.Uma nova contribuição nesse sentido está em estudo feito por Meirielen Caetano de Sousa, pós-doutoranda no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP) com Bolsa da FAPESP, e seu orientador Iberê Luiz Caldas, professor titular do IFUSP. Resultados do trabalho foram publicados na revista Physics of Plasmas.
"O que fizemos foi um estudo teórico, com modelagem e simulação numérica, visando controlar o caos no interior de aceleradores e aumentar a velocidade máxima das partículas aceleradas”, disse Sousa à Agência FAPESP.
O mecanismo idealizado baseou-se na utilização de uma barreira de transporte, que confina as partículas, impedindo que passem de uma região do acelerador para outra. Esse procedimento, ainda não efetivado em aceleradores comuns, já foi observado em tokamaks (reatores de formato toroidal utilizados em fusão nuclear), nos quais o confinamento das partículas impede que o plasma superaquecido entre em contato com as paredes do equipamento.
"Nos tokamaks, a barreira de transporte é obtida por meio de eletrodos, aplicados nas bordas do plasma, que alteram o campo elétrico. Em aceleradores, isso ainda não foi realizado. O que já se fez foi adicionar uma onda eletrostática com parâmetros bem definidos ao sistema”, disse Sousa.
"Ao interagir com as partículas, a onda consegue controlar o caos mas gera múltiplas barreiras, que não vedam a região de forma tão precisa. Trata-se de uma solução menos robusta. Em nosso estudo, modelamos um sistema com uma única barreira, a exemplo do que ocorre em tokamaks”, disse.
Essa barreira única robusta seria produzida por meio de uma perturbação magnética ressonante. Ao responder à perturbação, o plasma fica confinado em uma só região.
"Criamos o modelo, o descrevemos matematicamente e as simulações numéricas mostraram que ele funciona. Cabe agora levar a proposta aos físicos experimentais, para que a solução seja testada na prática”, disse a pesquisadora.
As partículas são geradas por um canhão de elétrons, devido à diferença de potencial entre o ânodo e o cátodo, ou pela aplicação de um pulso de laser ao plasma. E são aceleradas por meio de ondas eletromagnéticas, que lhes fornecem sucessivos aportes de energia. Mas é justamente a interação entre as ondas e as partículas que gera o caos. Uma solução, testada experimentalmente em aceleradores, é acrescentar outra onda, com parâmetros ajustados para compensar o processo caótico.
"Tratamos disso em artigo anterior, publicado em 2012 em Physical Review E. Esse método funciona, mas, como já falei, cria múltiplas barreiras de transporte que são suscetíveis a perturbações, e isso torna o confinamento das partículas menos efetivo. O que modelamos agora foi uma solução baseada em uma única barreira robusta, que continua existindo mesmo na presença de perturbações elevadas”, disse Sousa.
Substituir radioisótopos
A barreira de transporte controla o caos e possibilita que a velocidade máxima alcançada pelas partículas aumente e que a velocidade inicial necessária diminua. Para uma onda de baixa amplitude, a velocidade final simulada aumentou 7% e a velocidade inicial diminuiu 73%.
Para uma onda de amplitude mais elevada, o comportamento, sem barreira, mostrou-se bastante caótico. Com a introdução da barreira, ele foi regularizado. A velocidade final subiu 3% e a velocidade inicial baixou cerca de 98%. Isso mostra que a principal contribuição da barreira de transporte é a redução na velocidade inicial que as partículas devem ter ao serem injetadas no acelerador.
"O que se espera de um acelerador é que todas as partículas cheguem juntas no final, sem se desviar no caminho, e mais ou menos com a mesma energia e velocidade. Se elas se comportam de forma caótica, isso não acontece. E o feixe deixa de servir para qualquer aplicação”, disse Caldas.
"Hoje em dia, a emissão de partículas, para uso médico ou industrial, ainda é muito baseada no emprego de materiais radioativos. Decorrem disso vários problemas, como poluição, decaimento do material emissor com necessidade de reposição e altos custos. Os aceleradores evitam esses problemas. A utilização de radioisótopos está sendo parcialmente substituída por aceleradores. Daí o grande interesse em otimizar o funcionamento desses equipamentos”, disse o professor do IFUSP.
O artigo Improving particle beam acceleration in plasmas (https://doi.org/10.1063/1.5017508), de Meirielen Caetano de Sousa e Iberê Luiz Caldas, está publicado em https://aip.scitation.org/doi/10.1063/1.5017508.
A figura à esquerda mostra as trajetórias originais das partículas sem a barreira de transporte. A figura à direita, as trajetórias modificadas pela presença da barreira de transporte. O eixo vertical é proporcional à energia das partículas no acelerador. Na figura à esquerda, os pontos azuis representam algumas trajetórias possíveis das partículas. A energia aumenta e diminui de forma irregular ou caótica. Isso faz com que cada partícula no acelerador apresente uma energia diferente e que a eficiência do feixe de partículas se torne bastante reduzida. Além disso, as partículas com comportamento caótico podem atingir e danificar as paredes do equipamento. Quando é introduzida a barreira de transporte, todas as trajetórias se tornam regulares (linhas roxas, vermelhas e verdes na figura da direita). É possível fazer com que as partículas ganhem energia de forma consistente, e que todas as partículas no acelerador tenham energia semelhante, aumentando a eficiência do feixe de partículas. No início, as partículas estão com velocidade próxima de zero. E são aceleradas até atingirem cerca de 43% da velocidade da luz.
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- 02/05/2018 - Relator da MP 814 fala em risco de calote da EletronuclearJulio Lopes defende correção da tarifa de Angra 3 para permitir conclusão da usina. Estatal deve R$ 11 bi, segundo o deputado
Julio Lopes defende correção da tarifa de Angra 3 para permitir conclusão da usina. Estatal deve R$ 11 bi, segundo o deputado
Fonte: Canal Energia
Sueli Montenegro, da Agência CanalEnergia, de BrasíliaO relator da Medida Provisória 814, deputado Júlio Lopes (PP-RJ), afirmou na Câmara que se não for dada um solução para a tarifa de Angra 3 esse mês "o sistema entra em default” porque a Eletronuclear não tem dinheiro para pagar a dívida com o BNDES. Em caso de calote, o banco é obrigado por lei a declarar a inadimplência da estatal, e o contrato de financiamento de R$ 7,5 bilhões terá seu vencimento antecipado. Com isso, o indexador da divida passa da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para Taxa de Longo Prazo (TLP), que tem cust0 20% maior.
"A Eletronuclear, que está quebrada hoje, quebra de vez, e aí não se terá uma solução possível”, justificou o relator nesta quarta-feira, 2 de maio. A divida total da Eletronuclear, segundo Lopes, está em torno de R$ 11 bilhões.
O parlamentar explicou que se o preço da energia for ajustado na média do custo internacional, se encontra um fórmula em que os financiadores darão um prazo de três meses para a companhia se reestruturar. Ela recontrata a divida pela TJLP, sem ser declarada inadimplente junto ao BNDES, à Caixa Economica Federal e aos demais credores.
Lopes incluiu no projeto de conversão da MP uma emenda que autoriza o governo a reajustar o preço da energia da usina, para atrair um novo parceiro que possa garantir a conclusão do empreendimento. Ele negou, porém, ser o autor da ideia, e disse que "apenas acatou sugestão do conjunto de credores e da própria companhia.”
"O que eu posso te adiantar é o seguinte: não fui eu que sugeri assim. Foi Leonam [Guimarães], que é o presidente da Eletronuclear; junto com o presidente da Caixa [Gilberto Occhi], que hoje é ministro da Saúde; e com Paulo [Rabello de Castro], que é candidato à Presidência da Republica e era presidente do BNDES. Paulo foi quem primeiro sugeriu isso na diretoria do BNDES”, relatou o deputado, acrescentando que a ideia foi sugerida pelo economista em reunião realizada em outubro do ano passado.
O relator defende a correção da tarifa da usina, que hoje é de R$ 240/MWh, para um valor que pelo câmbio atual ficaria acima de R$ 500/MWh. Ele afirma, porém, que a proposta incluída no projeto de conversão não é determinativa, pois apenas autoriza a atualização do valor da tarifa. "Estamos dizendo que é uma sugestão. Mas [o governo] tem liberdade de interpretar se deve ou não corrigir no patamar que ela acha que deva ser corrigido.”
Lopes participou de reunião nesta quarta no Ministério de Minas e Energia para discutir o texto final do projeto. Na próxima segunda-feira, 7, ele deve se encontrar novamente com o ministro Moreira Franco e com representantes de empresas do setor nuclear da França, China, Russia e Estados Unidos. Angra 3 teve suas obras paralisadas em 2015 por problemas com o consórcio construtor, após os desdobramentos da Operação Lava jato. -
- 01/05/2018 - Irã nega programa nuclear secreto após denúncia de Israel; Agência da ONU diz que avalia informaçõesFonte: G1
Em meio a denúncias sobre um programa nuclear secreto, o Irã negou as acusações israelenses nesta terça-feira (1) e disse que as declarações só buscam apresentar o país como uma ameaça em uma série de "julgamentos não profissionais", informa a agência Efe. Na segunda-feira (30), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o Irã mentiu sobre não buscar armas nucleares.
"Os líderes do regime sionista de Israel sobrevivem no uso de charlatanismo para mostrar outros países como uma ameaça", disse Bahram Qasemi, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, em um comunicado.
Após chamar a imprensa na segunda para apresentar as denúncias, o primeiro-ministro de Israel disse à CNN nesta terça-feira (1) que não busca uma guerra com o Irã.
"Ninguém está buscando esse tipo de desenvolvimento. O Irã é que está mudando as regras na região", afirmou o premiê israelense.
Enquanto isso, o Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA), agência da ONU para energia atômica, disse nesta terça que avalia os documentos apresentados por Israel.
Um porta-voz da agência lembrou, no entanto, que a OIEA concluiu uma investigação em 2015 sobre o programa nuclear iraniano. O relatório apontava que o país pesquisava sobre uma bomba nuclear até 2003, mas que a pesquisa não passou de estudos científicos e viabilidade técnica -- e não chegou a uma aplicação prática.
A agência informou também que o Irã abandonou seus intentos de construir uma bomba nuclear em 2009. As informações são da agência Efe e Reuters.
Para tentar minar os intentos do Irã sobre uma possível bomba, potências mundiais assinaram um acordo nuclear com o país em julho de 2015. O pacto permitia que o Irã continuasse com o desenvolvimento de seu programa nuclear para fins comerciais, médicos e industriais, desde que não usasse esse conhecimento para a produção de armas nucleares.
Em troca, bilhões de dólares de bens congelados de iranianos foram liberados.
Os Estados Unidos agora sob o comando de Trump, entretanto, criticam duramente esse acordo assinado e estão apoiando as denúncias apresentadas por Israel.
Com isso, também nesta terça-feira (1), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse que o novo relatório de inteligência de Israel sobre o programa de armas nucleares iraniano é autêntico e boa parte dele é novidade para especialistas americanos, informa a agência France Presse.
Pompeo se reuniu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no último domingo em um quartel militar de Israel, e foi informado sobre o material, que foi divulgado quando o novo secretário das Relações Exteriores de Washington voltou para casa.
"Posso confirmar para você que esses documentos são reais e autênticos", disse Pompeo a repórteres em seu avião, segundo a France Presse.
Segundo Netanyahu, depois de assinar o acordo nuclear em 2015, o Irã intensificou esforços para esconder seus arquivos secretos. "Em 2017, o Irã transferiu seus arquivos de armas nucleares para um local altamente secreto em Teerã", afirmou.
"Os líderes do Irã negam repetidamente a busca por armas nucleares", disse Netanyahu. "Hoje à noite eu estou aqui para dizer uma coisa: o Irã mentiu."
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- 30/04/2018 - Rússia inaugura primeira usina nuclear flutuante do mundoFonte: Olhar Digital
Gustavo Sumares
No último sábado, a Rosatom (empresa estatal russa de energia nuclear) lançou ao mar a primeira usina nuclear flutuante do mundo. Chamada de "Academik Lomonosov", a usina marítima foi construída em São Petersburgo, mas operará na cidade de Pevek, no extremo oriente russo, fornecendo 70 megawatts de energia para cerca de 200 mil pessoas.Como a usina não tem nenhum mecanismo de propulsão próprio, ela está sendo rebocada por dois outros barcos. Eles a levarão até a cidade de Murmansk, onde ela será abastecida e ligada (o que deve acontecer ainda neste ano). Em seguida, ela seguirá até Pevek. De acordo com o jornal alemão Deutsche Welle, a expectativa é que ela comece a funcionar em 2019, oferecendo energia para os 100 mil habitantes da cidade e para uma usina de dessalinização de água e usinas de extração de petróleo.
Em Pevek, a "Academik Lomonosov" substituirá duas outras usinas que atualmente geram energia para a cidade: uma termoelétrica com mais de 70 anos de idade e outra usina nuclear, que oferecia apenas 48 megawatts de energia. Quando estiver em operação, ela será a usina nuclear ativa localizada mais ao norte do mundo.
Enquanto ela não chega lá, as cidades de Pevek e Murmansk estão realizando obras para permitir que a usina fique estacionada em segurança em seus portos. Segundoo Ars Technica, a ideia de criar uma "usina barco" provavelmente foi motivada pelo fato de que Pevek fica numa região muito distante. Sendo assim, transportar o equipamento necessário até lá custaria ainda mais caro.
Problemas
A construção da "Academik Lomonosov" sofreu os atrasos que poderia se esperar de uma usina nuclear. Em 2015, um noticiário norueguês chegou a afirmar que ela iniciaria seus testes até o final do ano - o que não aconteceu. Em parte, esses atrasos estão relacionados a preocupações ambientais relacionadas à ideia de ter uma usina nuclear boiando por aí.
Segundo o Greenpeace, a ideia inicial da estatal russa era testar a usina flutuante já em São Petersburgo. No entanto, em julho de 2017, graças a uma petição da ONG e a pressão política dos países bálticos, a empresa mudou de plano. "Testar um reator nuclear em uma área densamente povoada como o centro de São Petersburgo é irresponsável para dizer o mínimo", considera o Greenpeace.
Mas a mudança não significa que a ideia agora é segura. "Reatores nucleares vagando pelo oceano Ártico serão uma ameaça terrivelmente óbvia a um ambiente frágil que já se encontra sob enorme pressão por conta da mudança climática", disse a ONG. O Greenpeace chegou a chamar o "Academik Lomonosov" de "Chernobyl flutuante", em referência à usina russa que em 1986 entrou em colapso, provocando a evacuação de diversos centros urbanos e criando uma região até hoje inabitável.
Mais problemas
Para a Russia, segundo o Engadget, a saúde do oceano Ártico não parece ser uma preocupação. Afinal, o derretimento das calotas polares acaba abrindo novas rotas comerciais na região norte do país. Além disso, segundo o Greenpeace, a Rosatom estaria planejando uma "linha de produção" de usinas nucleares flutuantes, e quinze países já teriam demonstrado interesse.
A empresa russa garante que tais usinas são perfeitamente seguras e resistentes a qualquer tipo de incidente marítimo. No entanto, segundo o especialista em energia nuclear do Greenpeace Jan Haverkamp, "a falta de propulsão autônoma e o casco plano da usina flutuante a tornam particularmente vulnerável a tsunamis e ciclones, ao contrário das alegações da empresa".
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- 28/04/2018 - Central nuclear na Bélgica registra vazamento de água contaminadaFonte: Sputnik
Devido ao aumento do nível de radiação no bloco danificado, os trabalhos de manutenção no reator estão em risco, mas a empresa de manutenção diz que não há necessidade de se preocupar.
O sistema de resfriamento do reator na usina nuclear de Doel sofreu um vazamento, embora não represente nenhum perigo para a equipe de trabalho ou para o meio ambiente, informou a empresa operacional Engie-Electrabel neste sábado.
"Um efluxo de água menor foi detectado em uma linha de tubulação de reserva do sistema de resfriamento. O efluxo é bastante pequeno, ainda estamos bem abaixo da marca que causaria um desligamento automático do reator. Isso não afeta a segurança", o representante da empresa observou.
De acordo com a agência de notícias Belga, o vazamento emergiu na parte nuclear do primeiro bloco de energia da usina nuclear Doel, que foi desativada em 23 de abril para manutenção de rotina do sistema de resfriamento.
Dado o alto nível de radiação nesta parte do reator, os trabalhos de manutenção estão dificultados. O reator da usina nuclear permanecerá desconectado pelo menos até 1º de outubro, concluiu a agência.A Bélgica abriga sete reatores nucleares. Duas usinas nucleares belgas— a Doel, uma das usinas mais antigas da Europa, e o Tihange, que apresentam quatro e três reatores, respectivamente, são capazes de produzir cerca de 6 MW de eletricidade, suprindo asnecessidades de 55% da população do país.
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- 27/04/2018 - Programa Conexão, do Canal Futura, especial sobre Energia Nuclear no BrasilRepresentantes da área nuclear são entrevistados no programa Conexão, do Canal Futura
Representantes da área nuclear são entrevistados no programa Conexão, do Canal Futura
Fonte: Canal Futura
O programa Conexão, apresentado por Karen Souza, recebeu para entrevista, no dia 27 de abril de 2018, Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN); Wilson Aparecido Parejo Calvo, superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) ligado à Comissão de Energia Nuclear (CNEN); Sergio Luis de Carvalho Miranda, capitão da Marinha do Brasil; Rafael Lopes, primeiro-secretário da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN). Durante o programa são apresentadas questões sobre energia nuclear e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
O programa pode ser assistido no perfil do Canal Futura no Youtube. -
- 27/04/2018 - Estudantes de Angra dos Reis recebem orientação sobre usina nuclearFonte: EBCA prefeitura municipal de Angra dos Reis, na Costa Verde, lançou nesta semana o projeto "Preparando o Amanhã”, com a finalidade de levar conhecimento e informações para os estudantes do ensino fundamental (6º ao 9º ano), das escolas da rede municipal referente ao Plano de Emergência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
A idealização do projeto surgiu diante da importância da energia nuclear no dia a dia em todos os setores, desde a medicina, indústria e alimentação.
A prefeitura informou que alunos de 13 escolas do ensino fundamental (6º ao 9° ano) participarão das palestras sobre a importância da energia nuclear no dia a dia das pessoas em todos os setores, desde a medicina, indústria e até alimentação. O ciclo de estudos começa no dia 2 de maio com previsão para terminar em agosto. Dentre as atividades está prevista uma visita ao Complexo Nuclear da Usina Nuclear de Angra dos Reis. O projeto deve ser estendido, em breve, para escolas estaduais e particulares do município.
De acordo com o secretário de Defesa Civil, Jairo Lima, "temos o intuito de orientar a comunidade escolar para desenvolver ações de prevenção e de abandono do local, em caso de necessidade, para que a escola e o lar se tornem um ambiente mais seguro”.
A secretária de Educação, Stella Salomão, lembrou a parceria antiga com a Defesa Civil desde as tragédias que assolaram a cidade, onde as escolas acabaram virando abrigo para as pessoas que perderam suas casas."Participar deste trabalho é um prazer, mas também é um dever. Escola é lugar de agregar conhecimento. Na rede municipal estão matriculados 22 mil estudantes que, ao passar o que aprenderam para seus familiares, elevam o número de pessoas comprometidas com as ações realizadas nas escolas para 100 mil envolvidos”.
Usinas nucleares
A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto conta com duas usinas únicas em operação, no país. A primeira é Angra 1, que entrou em operação comercial em 1985 e tem potência de 640 megawatts. A outra é Angra 2, que começou a operar em 2001 e cuja potência é 1.350 megawatts.
Para os próximos anos, está prevista a operação de Angra 3, em fase de construção. A usina será uma réplica de Angra 2, incorporando os avanços tecnológicos desenvolvidos desde a construção da segunda usina do complexo de Angra.
As usinas nucleares dão uma importante contribuição para a energia elétrica brasileira. Juntas, geram o equivalente a um terço do consumo de energia do estado do Rio de Janeiro. Elas também representam 3% da geração nacional de energia.
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- 26/04/2018 - MB - Marinha confirma os avanços do Programa Nuclear BrasileiroAlmirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Jr. iniciou a palestra afirmando "o lugar do Brasil na economia mundial e a importância do mar no desenvolvimento nacional"
Almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Jr. iniciou a palestra afirmando "o lugar do Brasil na economia mundial e a importância do mar no desenvolvimento nacional"
Fonte: Defesanet
Em um encontro considerado histórico, tanto para os organizadores — o Clube de Engenharia e a Academia Nacional de Engenharia — quanto para um auditório lotado de convidados, com expressiva representação da Marinha do Brasil, o Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Jr., realizou, na noite de terça-feira, 24 de abril, a palestra "O Programa Nuclear da Marinha e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB)”.
Na apresentação foram confirmadas importantes conquistas. Apesar das dificuldades, incluindo significativos cortes de verbas, a Marinha, "saindo do zero”, comemora entre os avanços a construção de um novo estaleiro e a capacitação do pessoal. Considera, ainda, que "o atraso de seis meses no lançamento de um submarino em um programa da magnitude do Prosub é irrisório", como afirmou o Alm Esq Bento Albuquerque, que chefia a Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM).
O primeiro modelo S-BR baseado no projeto francês "Scorpene" está sendo montado desde fevereiro, no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, desenvolvido com transferência de tecnologia francesa do Naval Group (ex-DCNS), em parceria com a Marinha do Brasil. A previsão para os quatro modelos da classe Riachuelo é que sejam lançados um a cada 18 meses até 2023. Para o submarino nuclear, a previsão é que esteja concluído em 2028
Desenvolvimento e soberania
Além do histórico do desenvolvimento nuclear no Brasil, o palestrante destacou as oportunidades que o país vem buscando na área, em especial no desenvolvimento tecnológico e na afirmação do conteúdo local e da soberania nacional. Em meio às boas notícias, importante depoimento que constrói a história do país foi registrado pelo ex-Ministro da Marinha (1995-1998), Almirante de Esquadra Mauro César Pereira: "Eu estava deixando o Ministério da Marinha, em 1998, quando o projeto das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB) para a fabricação de combustível para as nossas usinas nucleares estava em franco andamento. Estava previsto utilizarmos urânio enriquecido importado, e eu disse que aquilo era um absurdo total. A parte crucial de independência do Brasil é exatamente isso, e nós já dominávamos essa tecnologia. Levei cerca de seis a oito meses em briga dentro do governo, até que finalmente conseguiu-se [utilizar urânio enriquecido nacional], o que só foi concretizado no ano seguinte", revelou com orgulho o ex-Ministro.
Na abertura do evento, o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, saudou a plateia e o palestrante, salientando, além da presença do ex-Ministro Mauro César Pereira, o comparecimento do ex-Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Júlio Soares de Moura Neto, do presidente da Academia Nacional de Engenharia e ex-presidente do Clube de Engenharia, Francis Bogossian, e do Almirante de Esquadra Gilberto Max Roffé Hirschfeld.
"A Marinha tem tradição de encarar desafios tecnológicos e de trabalhar com nossa engenharia, tradição anterior à instalação dos cursos de engenharia no Brasil. Mais recentemente, ao longo do século XX, após a 2ª Guerra Mundial, demos com o Almirante Álvaro Alberto os primeiros passos no sentido de dominar a tecnologia nuclear. Posteriormente, a partir do trabalho dos Almirantes Arnaldo Januzzi, Maximiano da Fonseca e Othon Pinheiro da Silva, começamos a trabalhar continuamente em torno do domínio do ciclo do combustível nuclear, e tivemos êxito em pouco tempo, graças à tenacidade e ao patriotismo de uma plêiade de profissionais da nossa Marinha de Guerra. Esse trabalho teve continuidade em todos os regimes e governos, e deve ser motivo de orgulho de todos os brasileiros", ressaltou o presidente do Clube de Engenharia.
Energia, tecnologia e defesa
À frente do Prosub, o Almirante Bento Albuquerque iniciou a palestra reafirmando o lugar do Brasil na economia mundial e a importância do mar no desenvolvimento nacional. "Nossa economia é totalmente dependente do comércio, e 95% dele é feito pelo mar", apontou, apresentando outros dados: 93% da produção de petróleo e 75% da produção de gás natural, por exemplo, passam pelo mar; além disso, o país conta com 100 portos estatais e 128 portos privados. "Nossa segurança depende da segurança no mar", resumiu.
"Além disso, fazemos parte de um seleto grupo de países que tem uma das dez maiores populações, dez maiores territórios e dez maiores economias do mundo: EUA, Brasil, Rússia, Índia, China e, se considerarmos a União Europeia como conjunto de países, ela também. O Brasil é o único desses países que se utiliza da energia nuclear apenas para fins pacíficos", observou.
A Marinha considera que seu Programa Nuclear contribui ativamente para o país em três vertentes: energia, tecnologia e defesa. "Nós temos um paradoxo: o país que tem a sétima reserva mundial de urânio utiliza apenas 2,2% de energia nuclear em sua matriz energética. Se nossa matriz toda fosse nuclear poderíamos prover energia para o país por 100 anos", afirmou o Almirante. "Nós entendemos que investimento em tecnologia nuclear é um compromisso com as gerações futuras, e a diversificação da nossa matriz energética significa segurança também".
"No que diz respeito à tecnologia, acreditamos que nossos programas trazem inovação, competitividade e desenvolvimento". Segundo afirmou o Almirante, o impacto tecnológico do Programa Nuclear da Marinha e do Prosub nos últimos dez anos movimentou 700 empresas civis nacionais, 18 universidades e institutos de pesquisa, 4.800 empregos diretos e 12.500 empregos indiretos. Já no que tangencia a defesa nacional, Albuquerque lembrou que, além da Amazônia Verde, com 5,2 milhões de quilômetros quadrados, a Marinha batizou de "Amazônia Azul" a faixa de oceano de 4,5 milhões de quilômetros quadrados que se estende a partir da costa em direção ao oceano Atlântico.
"Essa área é vital para o futuro do país, pelas suas riquezas e pelas linhas de comunicação marítimas. Trata-se de uma área imediata de interesse para o país", afirmou, citando, ainda, dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que apontam crescimento de 380% do comércio marítimo até 2030, com protagonismo crescente do Atlântico Sul.
Programa nuclear: capacitação nacional e fins pacíficos
O Almirante trouxe no seu retrospecto o advento da propulsão nuclear pelos EUA, que otimizou consideravelmente o uso de submarinos como armas de guerra. O Brasil, que opera submarinos desde 1914, viu crescer o interesse sobre o tema ao longo do século XX, firmando parcerias com países como Itália, EUA, Reino Unido, Alemanha e, mais recentemente, França. As origens do atual Prosub se encontram, segundo Bento Albuquerque, no Programa Estratégico da Marinha de 1970, passando por contrato firmado com a Alemanha na década de 1980 e 1990 para a construção de cinco submarinos e transferência de tecnologia. Em 2008, acordo de parceria estratégica com a França deu início à construção do Prosub, cujo projeto básico foi finalizado em 2017.
Atualmente, dois submarinos estão em construção na Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas inaugurada no Complexo Naval de Itaguaí em 2013. Ao todo, foram investidos cerca de 5 bilhões de reais em capacitação de técnicos e engenheiros no exterior, além de 480 milhões de reais na Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A), indústria de base vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Bento Albuquerque lembrou que a Constituição Federal preconiza, em seu artigo 21, que toda atividade nuclear em território nacional será para fins pacíficos. Além disso, o Brasil é sócio-fundador da Agência Internacional de Energia Atômica (1957) e signatário dos tratados de Tlatelolco, da Antártica e da Zopacas, que garantem que a América Latina e o Caribe, a Antártica e o Atlântico Sul são zonas livres de armas nucleares. "Outro aspecto importante no que diz respeito a salvaguardas nucleares foi a criação da nossa Agência de Segurança Nuclear e Qualidade, em fevereiro passado, composta de professores de notório saber que estão contribuindo para o licenciamento de nossas instalações nucleares", observou.
Programa de Estado
"Procuramos mostrar que nossos programas são programas de Estado, que passam por governos e por décadas tendo em vista o longo prazo de execução", salientou o palestrante. "A transferência de tecnologia é notável e o índice de nacionalização também é expressivo. Nossos programas são transparentes e têm viés muito grande no que diz respeito à segurança energética, tecnológica e de defesa do país. Além dos benefícios que trazem para a aplicação pacífica da energia nuclear", afirmou, citando as diferentes áreas com impacto tecnológico correlacionado, como turbinas a vapor e usinagem de componentes para usinas hidrelétricas.
Áreas de impacto tecnológico colateral ao Programa Nuclear brasileiro. Imagem: Marinha do Brasil
Ao final da apresentação, o Almirante Bento Albuquerque deixou mensagem que, para ele, condensa a visão da Marinha sobre o desenvolvimento nuclear brasileiro: "Buscamos Desenvolvimento! Buscamos um Brasil melhor para as gerações futuras, bem como contribuir para a paz mundial dentro das nossas responsabilidades perante a comunidade internacional".
"Evidentemente que essa palestra nos deixa entusiasmados com o trabalho que a nossa Marinha desenvolve para que possamos dominar em escala industrial a tecnologia nuclear, a energia deste século", parabenizou Pedro Celestino, dando ênfase à discussão sobre soberania. "Assim como o carvão foi a energia do século XIX e o petróleo do século XX, a energia deste século será a nuclear. E, por isso, ela é objeto de tanta tensão no mundo, porque o clube atômico não quer novos integrantes. E o Brasil, pelo que mostrou aqui o Almirante Bento Albuquerque, já é um membro do clube", afirmou Celestino. -
- 26/04/2018 - TCU bloqueia R$ 508 milhões da Andrade GutierrezDecisão pode comprometer o pagamento de R$ 1,2 bilhão que vence na segunda-feira
Decisão pode comprometer o pagamento de R$ 1,2 bilhão que vence na segunda-feira
Fonte: O Estado de S. Paulo
Breno Pires e Renee Pereira, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu ontem bloquear até R$ 508,3 milhões em bens da Andrade Gutierrez por suposto superfaturamento no contrato de obras civis da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro. A decisão ocorre às vésperas do vencimento de R$ 1,2 bilhão que a empresa tem de pagar na segunda-feira.O Estado apurou que o bloqueio do TCU pode comprometer o pagamento e colocar a empreiteira numa situação delicada a exemplo do que ocorreu com a Odebrecht ontem, que deixou de pagar R$ 500 milhões em títulos no exterior. Até a decisão do TCU a intenção da empresa era quitar a dívida e, para isso, vinha negociando formas de conseguir o dinheiro no mercado, como operações financeiras ou venda de ativos. Agora os planos podem mudar.
A punição da Andrade é a primeira que o tribunal aplica a uma empreiteira alvo da Lava Jato que assinou com o Ministério Público Federal um acordo de leniência – espécie de delação premiada de pessoas jurídicas, que admitem irregularidades e colaboram com a Justiça em troca de redução de penas.
A empreiteira confessou ao MPF e ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que houve pagamento de propina e formação de cartel na licitação para a montagem da usina nuclear. Mas insiste que o contrato das obras civis – fruto de outra licitação – não foi inflado.
Nos bastidores, a decisão de ontem foi entendida como uma retaliação após o ministro Gilmar Mendes, do Superior Tribunal Federal (STF), impedir que o TCU decretasse a inidoneidade da Andrade, o que impediria a empresa de fazer contratos com o poder público. Fontes ligadas à empresa afirmam que, neste momento, o bloqueio tem efeito semelhante uma vez que a empresa pode ter dificuldade para honrar compromissos.
A justificativa da maioria dos ministros para a decisão foi que, apesar do acordo de leniência, a companhia não vem colaborando com as investigações do TCU. Por isso, não está imune à punição, que tem objetivo de garantir o ressarcimento do Estado. A decisão é cautelar e cabe recurso.
Resposta.Em nota, a Andrade afirmou que vai recorrer da decisão do STF. Além disso, avalia a punição do TCU como "injusta e contrária ao interesse público, já que ameaça a viabilidade do cumprimento do amplo processo de colaboração que a empresa vem realizando junto aos diversos órgãos e com o TCU”.
Em seu voto, o relator Bruno Dantas destacou que a Andrade já havia sido poupada de punição que a impediria de ser contratada pelo serviço público, junto com Odebrecht e Camargo Corrêa, mas que, ao contrário dessas empreiteiras, não estaria colaborando com o TCU.
A recomendação de bloqueio de bens havia sido feita em 2017 pela unidade técnica responsável pela análise do contrato. O Ministério Público junto ao TCU foi contra aplicar a punição, e recomendou apenas a abertura do procedimento de apuração para que, no final, houvesse a análise do bloqueio.
A advogada Tathiana Vieira Viggiano Fernandes, que representou a Andrade no julgamento, afirmou que a empresa está colaborando com o tribunal e que "a declaração da indisponibilidade de bens é desastrosa”. "Dificulta honrar compromissos, traz repercussão negativa no mercado”, disse. "Não faz sentido punição a uma empresa leniente que vem contribuindo.”
Para o ministro André Luís de Carvalho, que votou para rejeitar a punição, a empresa está colaborando. "O que se discute é o nível de colaboração da empresa com o TCU. Na verdade, a gente não pode exigir de maneira muito rígida que a empresa esteja colaborando com o TCU, porque sequer definimos bem como deve ser dada a colaboração.”
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- 25/04/2018 - Crise afeta órgão produtor de dispositivo que reduz cirurgia de câncer - Telejornal Repórter Brasil - EBCInstituto que desenvolve a tecnologia sofre de falta de mão de obra
Instituto que desenvolve a tecnologia sofre de falta de mão de obra
Fonte: Telejornal Repórter Brasil - EBC
O dispositivo chamado semente de iodo, auxiliar na cirurgia para tratamento de câncer, poderá ser produzido em breve no Brasil. Esse dispositivo marca a área afetada, facilitando uma intervenção menos invasiva, o que melhora a qualidade de vida dos pacientes. Atualmente, cerca de quatro mil sementes de iodo são usadas por mês para tratamentos de vários tipos de câncer, como de mama e próstata. Hoje, esse material é importado e custa cerca de 34 dólares. Se fosse produzido aqui, seria 40% mais barato. Mas o instituto que desenvolve a tecnologia sofre de falta de mão de obra especializada.
(Entrevista com a pesquisadora Maria Elisa C. M. Rostelato, do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR) do IPEN)
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- 24/04/2018 - Fernanda Corrêa - O futuro da Energia Nuclear no Brasil no século XXIFonte: Defesa.net
A produção de energia elétrica das usinas nucleares é semelhante à das usinas hidrelétricas, com investimentos maciços do Estado, que envolvem investimentos em obras civis, montagem eletromecânica, compra de equipamentos, materiais e tecnologias, capacitação em mão de obra especializada e não especializada, capacitação tecnológica de fornecedores nacionais, implantação de cultura organizacional voltada para a segurança, treinamentos, compensações socioambientais, planejamento de emergência, comissionamento de equipamentos e sistemas e testes operacionais etc.
A matriz energética é extremamente rica. Comparando as fontes que são consideradas matrizes (hidrelétricas e as termoelétricas), a única capaz de gerar eletricidade despachável e na base da carga do sistema é a nuclear. Em estudos analíticos, comparada à todas as fontes no Brasil, a nuclear é a que apresenta o melhor custo/benefício.
Subsidiária da ELETROBRAS, a estatal ELETRONUCLEAR (ETN) é uma sociedade de economia mista criada em 1997 com o propósito de operar e construir usinas nucleares. A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, localizada no município de Angra dos Reis, estado do RJ, é composta pelas duas usinas nucleares em operação mais Angra 3, que se encontra em construção. A geração nucleoelétrica consumida no Brasil é de cerca de 3%. No sistema elétrico interligado, só o estado do RJ consome 30% da eletricidade gerada por Angra 1 e Angra 2.
A capacidade atual de geração de Angra 1 é de 640 MW e a de Angra 2 é de 1.350 MW. Angra 1 foi adquirida da empresa estadunidense Westinghouse e Angra 2 foi adquirida do consórcio alemão KWU/Siemens. Até outubro de 2017, Angra 1 e Angra 2 produziram um total de 1.975 MW. A previsão da capacidade nucleoelétrica de Angra 3 é de 1.405 MW. Quando esta última entrar em operação comercial, será capaz de sozinha de gerar energia equivalente a 50% do consumo do estado do RJ e gerar mais de 12 milhões de MW/h por ano.
Diversas empresas estrangeiras têm manifestado interesse de investir na construção das futuras usinas nucleares no Brasil, tais como, a estadunidense WESTINGHOUSE, a russa ROSATOM, as francesas FRAMATORE e EDF e as chinesas CNNC e SPIC. Todas estas empresas já mantêm escritórios no RJ. Todas elas trarão conhecimentos e tecnologias de ponta.
As usinas nucleares brasileiras operam com reatores de água pressurizada. A participação destas empresas nesta empreitada possibilitará que novos modelos tecnológicos passassem a estar disponíveis em nosso mercado. Os reatores das usinas nucleares brasileiras pertencem a uma das gerações de reatores mais seguros que existem. Além deste modelo, existem reatores de água fervente, reatores refrigerados a gás moderados a grafite, reatores arrefecidos a gás a uma temperatura elevada, reatores de água pesada etc. Nunca houve um acidente nuclear no Brasil.
A humanidade teve o desprazer de conhecer a energia nuclear por seu mau uso. A utilização desta fonte para fins pacíficos é uma modalidade tecnológica que ainda estamos experimentando. Nestes novos tempos, a nuclear é a que despontará como a mais promissora das fontes de energia. Na medicina, a produção de radiofármarcos, substâncias que, por sua constituição farmacêutica, quantidade e qualidade de radiação, é utilizada no diagnóstico, no tratamento e/ou na cura de doenças como o câncer, infarto do miocárdio, disfunção renal etc.
Sendo o câncer uma das doenças que mais mata, é preciso que a sociedade brasileira compreenda a importância desta fonte em sua vida. Além de esta fonte esterilizar insetos transmissores e propagadores de doenças, ela irradia alimentos, aumentando as suas vidas úteis para que possam ser exportados a outros países sem o risco de perecerem ao longo do caminho. As mudanças climáticas também colocam a estabilidade econômica global em xeque, tendendo a favorecer a nuclear por ser fonte limpa, que não emite CO2 na atmosfera.
A energia nuclear tem voltado ao centro das discussões políticas e econômicas mundiais de forma positiva. O setor nuclear tem as mais qualificadas mãos de obra do país, mas, a sua renovação é urgente. Embora já existam pós-graduações em engenharia nuclear, a UFRJ se tornou a precursora ao criar a graduação nesta área. Aos jovens está sendo dada a oportunidade de serem os precursores na área de tecnologia de ponta e a responsabilidade de cobrir lacunas em CT&I.
O mercado nuclear brasileiro tem se expandido cada vez mais. Além das próximas centrais nucleares, existem outros projetos nucleares, como o reator nuclear para propulsão de submarinos, o reator multipropósito para a medicina nuclear e o reator nuclear dessalinizador. Por meio de uma parceria INPE/CNEN um reator de fusão nuclear em escala experimental está sendo construído no Brasil.
Embora já dominemos a tecnologia de fissão nuclear, com o conhecimento de tecnologias de reatores de fusão, o Brasil será um dos poucos países no mundo com capacidade de gerar eletricidade usando fontes praticamente inesgotáveis, baratas e seguras. Estes jovens serão os desbravadores do conhecimento e desenvolvedores de tecnologias de ponta no país, proporcionando à sociedade brasileira a qualidade de vida que tanto deseja.
Um dos óbices mais críticos na retomada de Angra 3 é o valor da tarifa fixada para a produção de MW/h. A revisão desta tarifa é urgente, pois, o valor atual de R$ 244 MW/h torna inviável investir no empreendimento. O valor ideal é de R$ 400 MWh. Só em 2018, a ETN terá que pagar mais de R$ 100 milhões na manutenção das estruturas das obras de Angra 3 e valor ainda maior com dívidas de pagamento de contratos e seus respectivos juros de financiamento com BNDES e CEF.
Após esta revisão, a ETN terá condições de renegociar estas dívidas e abrir chamada pública para seleção de um sócio para concluir a construção de Angra 3. O que não falta em nosso país é interesse estrangeiro em investir na construção. Quanto mais o tempo passa, mais estruturas e equipamentos se degradam e mais a estatal terá que gastar com materiais, serviços e seguros para manter a obra paralisada.
Depois de um período tumultuado, uma nova gestão assumiu a presidência da ETN. Além da nuclear apresentar o melhor custo/benefício e de posicionar o Brasil entre os mais desenvolvidos economicamente, teremos a nossa disposição uma comunidade de engenheiros nucleares participando dos projetos nucleares nacionais, disporemos de tecnologias de reatores de diferentes modelos, investimentos em P&D contínuos e fonte praticamente inesgotável de energia limpa e segura por gerações. Estes são alguns dos muitos benefícios que retornarão ao país. Diante de tantos benefícios a curto e longo prazos, será que ainda podemos falar em gastos?
Não! A palavra é investimento!
Fica a reflexão.