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- 04/12/2017 - Amazônia é uma das principais fontes emissoras de metano do mundoÁrvores localizadas em áreas alagáveis emitem por volta de 15 milhões de toneladas por ano desse gás de efeito estufa
Árvores localizadas em áreas alagáveis emitem por volta de 15 milhões de toneladas por ano desse gás de efeito estufa
Fonte: Revista FAPESPAs árvores situadas em áreas alagáveis na Amazônia emitem por ano entre 15 e 20 milhões de toneladas de metano (CH4), o equivalente ao que é emanado por todos os oceanos juntos. A conclusão é de um grupo de pesquisadores ingleses e brasileiros, entre eles a bióloga Luana Basso, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), e a química Luciana Vanni Gatti, do Laboratório de Gases de Efeito Estufa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em um estudo publicado na edição desta segunda-feira (04/12) na revista Nature, o grupo constatou que essas árvores são uma das principais fontes emissoras do gás. O metano absorve até 23 vezes mais calor do que o dióxido de carbono (CO2), sendo, por isso, um dos três principais gases de efeito estufa. Segundo o grupo, apesar de ser um processo natural da floresta, a quantidade de metano emitida por essas árvores impressiona e, somada à emissão de outras fontes naturais, de proveniente de rebanhos e da queima de biomassa na região, pode ter impactos significativos.
Há algum tempo os dados sobre a emissão de metano na Amazônia intrigam os pesquisadores. Até então, os números mais recentes disponíveis na literatura especializada, obtidos a partir de observações via satélite por outros grupos de pesquisa, indicavam que a floresta emitia por ano cerca de 30 milhões de toneladas de CH4. Em 2011, Luciana e Luana Basso, à época sua aluna de doutorado no Ipen, verificou que a realidade era diferente. Seus dados indicavam uma emissão quase 50% maior, de 42,7 milhões de toneladas por ano. Apesar de ter verificado na prática uma diferença significativa em relação ao valor até então conhecido, as pesquisadoras não souberam explicar de onde vinha o metano excedente. À época, o grupo coordenado por Luciana estava interessado em obter uma amostra representativa do balanço de carbono de toda a bacia amazônica.
A cada duas semanas, sua equipe sobrevoava as regiões de Santarém, no Pará, Rio Branco, no Acre, Tabatinga, no Amazonas, e Alta Floresta, em Mato Grosso, colhendo amostras de ar, que eram armazenadas em frascos de vidro. Em seguida, analisava os índices de concentração de vários gases, entre eles CO2, monóxido de carbono (CO) e CH4. Dessa forma, obteve medidas que refletiam todo o processo de emissão e absorção de CO e CO2 pela floresta desde o oceano Atlântico até os locais em que colheu as amostras. Assim, pôde medir a reação dos estoques de carbono da floresta à seca em diferentes áreas, concluindo que durante os períodos de estiagem a floresta liberava mais CO2 para a atmosfera do que absorvia (ver Pesquisa FAPESP edição on-line).
Esse estudo foi publicado em fevereiro de 2014 na revista Nature, e a quantidade excedente de metano emitido pela floresta observado por Luciana - de 30 milhões para os 42,7 milhões de toneladas - permaneceu uma incógnita. Em 2015, Luciana apresentou suas estimativas em uma reunião realizada no Brasil. Entre os presentes, estava o biólogo Vincent Gauci, da Universidade Aberta, no Reino Unido, cuja equipe, trabalhando separadamente, havia acabado de medir as emissões de CH4 diretamente dos troncos das árvores da Amazônia. Eles selecionaram uma amostra de 2.300 árvores em regiões adjacentes aos rios Negro, Solimões, Amazonas e Tapajós. Instalaram pequenas câmaras em volta dos troncos para coletar o ar e, assim, determinaram a quantidade de CH4 emitida pelas árvores. Fizeram medições durante os anos de 2013 e 2014. Em laboratório, após analisar os índices de concentração de CH4, o grupo britânico verificou que a região estava emitindo exatamente a diferença entre o que havia sido registrado na literatura e as estimativas obtidas pela equipe de Luciana.
"Conversamos após aquela apresentação e decidimos escrever um artigo reunindo os dados dos nossos grupos”, explica Luciana. No estudo publicado agora na Nature, os pesquisadores explicam que as árvores funcionam como chaminés, canalizando o metano do solo submerso por meio dos troncos e liberando-o para a atmosfera. "Isso faz das árvores em regiões alagáveis uma das principais fontes emissoras de metano da Amazônia”, explica Luana Basso, que atualmente é professora da Universidade Paulista (Unip), em São Paulo.
Durante a estação seca, entre junho e novembro, as áreas antes alagadas são invadidas por ervas e gramíneas. Na estação chuvosa, entre novembro e abril, as águas voltam a subir e essa vegetação fica submersa. A vegetação no fundo morre, produzindo metano ao se decompor. "O metano é gerado quando uma substância orgânica se decompõe sem oxigênio” explica Luciana Gatti. Desse modo, as ervas, gramíneas, folhas e galhos nas áreas alagada emitem o gás metano em abundância por meio das árvores. "É importante conhecer a dinâmica de produção desse e outros gases de efeito estufa para que possamos prever como a floresta se comportará em diferentes cenários de mudanças climáticas”, destaca a química.
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- 29/11/2017 - Congresso de metrologia debate garantia da qualidade e homenageia Linda CaldasDurante o Congresso de Metrologia 2017, realizado em Fortaleza, CE, a pesquisadora Linda Caldas, do IPEN, foi homenageada
Durante o Congresso de Metrologia 2017, realizado em Fortaleza, CE, a pesquisadora Linda Caldas, do IPEN, foi homenageada
Profissionais e pesquisadores estiveram reunidos de 26 a 29 de novembro, em Fortaleza, para o Congresso Metrologia 2017, evento promovido pela Sociedade Brasileira de Metrologia, Inmetro e IRD, que tem como objetivo disseminar a cultura da metrologia e avaliação da conformidade como fatores essenciais ao desenvolvimento sustentável. Da mesa de abertura participaram o secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda; o presidente do Inmetro, Carlos Augusto Azevedo; o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Paulo Roberto Pertusi; o presidente da Sociedade Brasileira de Metrologia, João Carlos Guimarães Lerch; o diretor do Instituto de Radioproteção e Dosimetria, Renato Di Prinzio; o presidente do Congresso, Américo Tristão Bernardes.
O evento reuniu seis encontros científicos simultâneos, na área de metrologia, entre eles a quarta edição do Congresso Brasileiro de Metrologia das Radiações Ionizantes. Demanda por calibração, preço do produto e garantia da qualidade foram temas do CBMRI, já em sua quarta edição. O IRD levou à área de exposições do evento uma apresentação em realidade virtual dos laboratórios da área de metrologia.
Promovido pela Sociedade Brasileira de Metrologia, Inmetro e IRD, o congresso geral reuniu 300 trabalhos inscritos, sendo 273 aprovados para apresentação em 35 sessões paralelas e duas sessões pôster. Destes, 100 serão publicados em periódico internacional. Dos trabalhos apresentados no CBMRI, foram 59 em formato poster e sete em formato oral. Os melhores foram selecionados para publicação no Journal of Physics: Conference Series.
Homenagem
A pesquisadora do Ipen Linda Caldas foi a homenageada desta edição do CBMRI, que anualmente destaca personalidades importantes na área, por seu trabalho dedicado, pioneirismo e inovação na área de metrologia das radiações ionizantes no Brasil.
Desde o início dos anos 70, ainda como aluna de graduação de física da USP, Linda Caldas ingressou no grupo de dosimetria do Ipen e desde então vem atuando na área de metrologia das radiações. Nunca deixou de atuar como pesquisadora, mesmo assumindo atividades de direção. Foi chefe da divisão de calibração e dosimetria, gerente do centro de metrologia das radiações e diretora de segurança nuclear do instituto. Já orientou 59 alunos de pós graduação, sendo 27 de mestrado e 32 de doutorado, e outros 14 de pós-doutorado. Publicou 236 trabalhos científicos e coordenou 22 projetos nos editais Pro-engenharia, Pro-equipamentos, Procad, temáticos da Fapesp, entre outros. Em 2012 se tornou membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo
"Se olharmos o panorama nacional na área de calibração e dosimetria, vamos encontrar seus alunos, que hoje são orientadores e professores, em diversas instituições. Ela sempre se empenhou em apoiar instituições parceiras, principalmente da região Nordeste, por meio da coordenação de projetos multi-institucionais. O mais impactante talvez tenha sido o INCT, que beneficiou oito instituições públicas em todo o Brasil", frisou em discurso o coodenador do CBMRI, José Guilherme Pereira Peixoto. "Por trás da profissional competente há uma mulher extremamente sensível, humilde e disposta a ajudar sempre com educação e delicadeza características", acrescentou.
Texto e fotos: Lilian Bueno/ Ascom IRD
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- 28/11/2017 - Sirius tem 71% das obras de infraestrutura concluídas, informa diretor do LNLSO Sirius servirá à análise estrutural de materiais orgânicos e inorgânicos. A luz síncrotron é responsável por atravessar amostras e revelar informações a respeito dos materiais, no nível dos seus átomos e moléculas
O Sirius servirá à análise estrutural de materiais orgânicos e inorgânicos. A luz síncrotron é responsável por atravessar amostras e revelar informações a respeito dos materiais, no nível dos seus átomos e moléculas
Fonte: Jornal da Ciência
As obras de infraestrutura da fonte de luz síncrotron Sirius estão 71% concluídas. A informação é do diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), Antonio José Roque, que apresentou a infraestrutura nesta segunda-feira (27) a representantes de setores estratégicos do governo federal, em workshop no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).Nas palavras de Roque, o Sirius será a maior infraestrutura científica construída no país. "Hoje, podemos dividir as obras em três partes: a civil, a do conjunto de aceleradores de elétrons e a das estações experimentais, chamadas de linhas de luz”, explicou. "O prédio teve um projeto executivo extremamente longo, devido à necessidade de estabilidade do piso, e isso inclusive trouxe avanços para a engenharia civil nacional. A expectativa é de que 85% dos gastos ocorram em empresas brasileiras. As obras civis tiveram início em janeiro de 2015 e já estão 71% prontas. A parte interna também está bem avançada.”
O secretário-executivo adjunto do MCTIC, Alfonso Orlandi Neto, destacou que o Sirius dispõe de R$ 503.210.903 do programa "Agora, é Avançar”, por meio do qual o governo federal se compromete a finalizar obras até o final de 2018 – época prevista para a passagem do primeiro feixe de elétrons pelo acelerador. "De fato, a gente tem o maior empenho e a maior dedicação nesse projeto, a fim de que essa etapa inicial possa estar entregue no ano que vem.”
Para o diretor de Programa do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), André Arantes Luciano, a inauguração representará uma inflexão na história da infraestrutura tecnológica nacional. "Se tudo der certo, as primeiras linhas estarão disponíveis para a comunidade científica em 2018”, reforçou. "O propósito deste workshop foi agregar os atores públicos que lidam com pesquisa no Brasil, para que conheçam e se apropriem dessa ferramenta.”
Segundo o diretor de Gestão Estratégica do MCTIC, Johnny Santos, o evento atraiu setores estratégicos do governo federal para o futuro uso do Sirius, como defesa, energia e petróleo. Já na visão do diretor de Gestão das Unidades de Pesquisa e Organizações Sociais, Gustavo Zarif Frayha, a nova fonte de luz sincrotron vai permitir ao Brasil "ingressar no primeiro mundo da tecnologia”.
O gerente da Divisão Científica do LNLS, Harry Westfahl Junior, ilustrou potenciais da ferramenta científica para agricultura, energia e materiais, meio ambiente, recursos naturais e saúde. O Sirius servirá à análise estrutural de materiais orgânicos e inorgânicos. A luz síncrotron é responsável por atravessar amostras e revelar informações a respeito dos materiais, no nível dos seus átomos e moléculas.
O prédio tem 68 mil metros quadrados (m²), construídos em uma área de 150 mil m², próxima ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).
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- 28/11/2017 - Eletronuclear e Rosatom vão construir novas usinas nucleares no BrasilParceria é regulada pelo acordo de cooperação entre os governos da Federação Russa e do Brasil no uso pacífico da energia nuclear
Parceria é regulada pelo acordo de cooperação entre os governos da Federação Russa e do Brasil no uso pacífico da energia nuclear
Fonte: Revista Época
A Eletrobras e a russa Rosatom assinaram um memorando de entendimento para promover a cooperação no campo da energia nuclear, incluindo construção de novas usinas no Brasil e suporte durante todo seu ciclo de vida (operação, manutenção e descomissionamento).
O documento foi assinado na segunda-feira (27) pelo vice-diretor geral de Desenvolvimento e Negócios Internacionais da Rosatom, Kirill Komarov, pelo presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, e pelo presidente interino da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães. "Este memorando de entendimento vai promover uma cooperação mútua no uso pacífico da energia nuclear", disse a Eletrobras em nota nesta terça-feira (28).Também estão contemplados no acordo a gestão do combustível nuclear, o prolongamento da vida útil das usinas nucleares existentes no país (Angra 1 e Angra 2), educação e treinamento dos profissionais brasileiros que trabalham no setor e o fortalecimento do conhecimento público sobre o programa nuclear brasileiro.
A parceria entre ambos os países no setor é regulada pelo acordo de cooperação entre os governos da Federação Russa e do Brasil no uso pacífico da energia nuclear, de 15 de setembro de 1994, informou a Eletrobras.
O Brasil possui duas usinas nucleares em operação e uma em construção. Angra 1 começou a operar em 1985 e tem capacidade instalada de 640 megawatts (MW). Angra 2 entrou em operação em 2001, com capacidade instalada de 1.350 MW. Angra 3, gêmea de Angra 2, teve sua construção interrompida após a obra entrar no rol de investigações da operação Lava Jato.
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- 27/11/2017 - Há 27 anos, Collor assinava acordo para uso pacífico de energia nuclearPolítica atômica comum entre os países teve início com tratado firmado em 28 de novembro de 1990, em Foz do Iguaçu
Política atômica comum entre os países teve início com tratado firmado em 28 de novembro de 1990, em Foz do Iguaçu
Fonte: GazetawebHá 27 anos, Brasil e Argentina anunciavam posição de política atômica comum, abrindo caminho para o uso de energia nuclear com fins exclusivamente pacíficos. Firmado em Foz do Iguaçu, no Paraná, em 28 de novembro de 1990, o compromisso entre os presidentes brasileiro e argentino, Fernando Collor e Carlos Menem, antecedeu vários outros entendimentos, visitas mútuas e tratados conjuntos celebrados entre os países vizinhos.
Um ano depois, Collor assinou o Acordo Brasil-Argentina para o uso exclusivamente pacífico da energia nuclear, vedando a produção de armas químicas e biológicas. A assinatura foi no dia 18 de junho de 1991. E, no mesmo ano, em 13 de dezembro, o presidente brasileiro também assinou o Acordo Quadripartite com a Argentina, também envolvendo a Agência de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (Abacc), e a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
Ao revisitar o passado e constatar a importância histórica de tais fatos, o senador Collor, que preside a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional no Senado da República, qualifica os atos formalizados com a Argentina como marcantes. "Tanto no processo de afirmação internacional de nosso País, quanto no desenvolvimento do clima de confiança, que possibilitaria a aproximação com a Argentina e a própria fundação do Mercosul".
No plano regional, Collor relembra que persistia a rivalidade histórica entre o Brasil e a Argentina, os países mais extensos e as principais economias da América do Sul. Embora não houvesse confrontação ideológica, a rivalidade era enraizada e as duas nações se olhavam com inegável desconfiança."O Brasil, por seus líderes políticos, seus diplomatas, seus empresários, percebia o perigo do isolamento no cenário que se delineava. Percebia, também, a necessidade de caminhar para a integração regional, ampliar mercados, facilitar a circulação dos fatores econômicos e assim multiplicar seu potencial. Nascia a ideia de criação de um mercado comum, o Mercosul, cujo instrumento fundador, o Tratado de Assunção, tive a oportunidade de firmar em 1991", relembra Collor.
Serra do Cachimbo
Antes de consolidar o acordo entre Brasil e Argentina, o presidente Collor tomou a decisão de mandar fechar o poço na Serra do Cachimbo, no Pará. Aberto pela Força Aérea Brasileira, o poço tinha quase dois metros de diâmetro e um quilômetro de profundidade. O local seria utilizado para testes nucleares secretos. O presidente foi até lá e jogou nele uma pá de cal. O ato simbólico sinalizou para o mundo a linha do governo, reforçando o compromisso anunciado por Collor de explorar a energia nuclear para fins pacíficos.
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- 24/11/2017 - Carta Aberta da ABEN em Defesa da Retomada de Angra 3 e da Sustentabilidade do Programa Nuclear BrasileiroFonte: Defesa.net
A Associação Brasileira de Energia Nuclear – ABEN, entidade que congrega os profissionais do setor nuclear brasileiro e com 35 anos de existência, realizou, no período de 22 a 27 de outubro p.p., a oitava "International Nuclear Atlantic Conference – INAC 2017”, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
O evento contou com 1244 inscrições de 16 países, das quais 366 de doutores, e com a apresentação de 635 trabalhos técnicos, demonstrando a vitalidade do setor nuclear brasileiro em seus segmentos de geração de energia, propulsão naval, aplicações e ensino e pesquisas.
Entretanto, na mesma ocasião, foi apresentada a situação crítica, ora vivenciada pelo setor de produção de energia, motivada pela paralisação da construção de Angra 3 e suas consequências, principalmente na Eletrobras Termonuclear – Eletronuclear, proprietária e operadora das usinas de Angra dos Reis, e da Indústrias Nucleares do Brasil – INB, empresa responsável pela fabricação do combustível nuclear para estas plantas.
Conforme apresentado na Mesa Redonda sobre "Perspectivas Nacionais para o Setor Nuclear”, a paralisação do empreendimento Angra 3 trouxe, em seu bojo, consequências catastróficas, a saber:
- Agravamento da situação financeira da Eletronuclear, devido à não renovação da postergação do pagamento de sua dívida, relativa ao financiamento da construção de Angra 3, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, antes que esta usina gere receita para cobrir tais custos, da ordem de R$ 30 milhões por mês, com grande impacto em seu fluxo de caixa e comprometendo pagamento a fornecedores, aí incluída a INB;
- No âmbito da INB, o Projeto de Lei Orçamentária de 2018 contingencia drasticamente a dotação desta empresa, levando a uma situação que compromete a fabricação dos elementos combustíveis de Angra 1 e de Angra 2, podendo ser agravada caso a Eletronuclear não consiga honrar seus compromissos relativos ao fornecimento de combustível para as centrais nucleares;
- Sérios prejuízos imediatos, com graves repercussões em projetos sociais das prefeituras do entorno das usinas (Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro), devido ao não recolhimento de recursos a estes municípios, oriundos das contrapartidas de investimentos a serem realizados pela Eletronuclear em Angra 3, decorrentes de seu processo de licenciamento;
- Retração de cerca de 9.000 empregos e perda de R$ 4 bilhões em tributos diretos e indiretos; e
- Da mesma forma que na Eletronuclear, os projetos de inserção regional, educação ambiental e de sustentabilidade desenvolvidos pela INB, tanto no estado Rio quanto na Bahia, foram irremediavelmente impactados, trazendo também consequências em programas sociais por ela desenvolvidos.
A paralisação das obras de Angra 3 e a possibilidade de sua não entrada em operação poderá agravar, ainda mais, a crise do setor elétrico brasileiro, tendo em vista que a energia a ser gerada por Angra 3 agregaria uma oferta firme de quase 1.500 MW, no centro de carga do País, aliviando os reflexos dos baixos níveis de armazenamento dos reservatórios de usinas hidrelétricas e, provocando, em consequência, o despacho de usinas térmicas com elevadíssimos custos operacionais e gravíssimos impactos ambientais.
Nesse contexto, a ABEN conclama todos os seus associados, entidades de classe, prefeituras do entorno das usinas nucleares, o Congresso Nacional, os Ministérios de Minas e Energia, do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, da Defesa, de Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações, da Saúde e, em particular, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e o BNDES, dentre outros, a buscar soluções que permitam:
- Suspender o pagamento da dívida da Eletronuclear junto ao BNDES, até seis meses após a entrada em operação comercial de Angra 3, restabelecendo o prazo de carência admissível em empreendimentos estruturantes;
- Adequar o orçamento da INB para o exercício 2018 no PLOA, para que não haja solução de continuidade do fornecimento dos combustíveis de Angra 1 e de Angra 2;
- Blindar as receitas provenientes das operações de Angra 1 e Angra 2 das dívidas de Angra 3;
- Definir, no âmbito do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, a retomada do empreendimento Angra 3, bem como de novas plantas nucleares;
- Definir uma modelagem para uma eventual parceria internacional para concluir a construção de Angra 3; e
- Definir as formas de segregação da Eletronuclear e da Itaipu Binacional em relação à holding Eletrobras, no caso de privatização desta última.
As medidas ora elencadas são fundamentais para garantir a existência de uma fonte de geração limpa, operando na base do Sistema Interligado Nacional - SIN, com baixo custo de combustível, visando complementar a geração de energia elétrica por fontes hídrica e novas renováveis, compensando suas características intermitentes, bem como para mitigar a diminuição dos volumes dos reservatórios de usinas hidrelétricas.
A ABEN advoga que a manutenção da fonte nuclear na matriz elétrica do país é fundamental para a segurança energética e para os setores estratégicos do País. -
- 22/11/2017 - Entidades científicas mantêm luta para recuperar o orçamento para ciência e tecnologia em 2018Representantes da comunidade científica e acadêmica participaram de Comissão Geral no Plenário da Câmara e audiências com relatores do PLOA 2018 nessa terça-feira, 21. “É lamentável que vivamos em um País em que precisamos convencer que ciência e tecnologia são fundamentais para a economia e para a qualidade de vida das pessoas”, lamenta o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira
Representantes da comunidade científica e acadêmica participaram de Comissão Geral no Plenário da Câmara e audiências com relatores do PLOA 2018 nessa terça-feira, 21. “É lamentável que vivamos em um País em que precisamos convencer que ciência e tecnologia são fundamentais para a economia e para a qualidade de vida das pessoas”, lamenta o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira
Fonte: Jornal da CiênciaAs entidades científicas continuam firmes no empenho de sensibilizar os parlamentares sobre a importância de recuperar o orçamento para ciência e tecnologia. O presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira se encontrou nessa terça-feira, 21, com o deputado Cacá Leão, relator geral do Projeto de Lei Orçamentária 2018 (PLOA 2018), juntamente com os presidentes da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Tamara Naiz e a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes). Pela manhã, eles também falaram na Comissão Geral que debateu, no Plenário da Câmara, a crise nas instituições de ensino superior do País, solicitada pela Andifes e pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).
No encontro com o relator-geral do PLOA 2018, os representantes da comunidade científica insistiram na questão da recuperação do orçamento previsto para o próximo ano e demonstraram, com gráficos e tabelas, a gravidade da situação para a área, que prevê para 2018 uma redução de 25% em relação ao orçamento movimentável de 2017 (que exclui despesas obrigatórias e reserva de contingência). "O orçamento previsto na LOA para 2017 era ruim e ficou péssimo. O de 2018 já começa terrível e poderá ficar catastrófico”, comentou o presidente da SBPC.Ildeu Moreira ressaltou que o PLOA 2018 atinge particularmente a área de C&T e reiterou que, se o orçamento for aprovado como está, provocará um desmonte em todo o setor.
Leão reconheceu que o orçamento para C&T hoje é muito parecido com o de 2007, ou seja, o mesmo de uma década atrás, quando as comunicações ainda não compartilhavam o mesmo ministério. "O recuo é grande”, afirmou. No entanto, o deputado não se comprometeu com eventuais aumentos do orçamento e disse que a comissão tem sofrido pressões do Ministério do Planejamento para não alterar as estimativas do próximo ano.
Também participaram da audiência o secretário adjunto de ciência e tecnologia do governo do DF, Tiago Coelho, representando o Consecti; o reitor da Universidade Federal do Piauí, José Arimatéia, representando a Andifes; e o Deputado Celso Pansera (PMDB/RJ), que viabilizou a reunião.
Pouco antes da audiência, os presidentes da SBPC e da ABC tiveram uma reunião com o senador Jorge Viana (PT/AC), relator setorial para Ciência e Tecnologia do PLOA 2018. Eles discutiram a gravidade dos cortes e a necessidade de revertê-los. Segundo conta Moreira, Viana se comprometeu a direcionar esforços para recuperar o orçamento de C&T.
"Temos que buscar o tempo todo pressionar e sensibilizar os parlamentares. Não está fácil, porque não sentimos muita preocupação por parte do governo com a importância da ciência e tecnologia do País”, lamentou o presidente da SBPC.
Crise no Ensino Superior
Na comissão geral para debater a crise nas instituições de ensino superior do País, realizada na manhã dessa terça-feira, parlamentares, representantes de entidade científicas e de universidades públicas protestaram contra os cortes orçamentários previstos no PLOA 2018 para a educação profissional e para a área de ciência e tecnologia.
O presidente da Andifes, Emmanuel Tourinho, alertou para a redução de 20% no orçamento das instituições de ensino superior – que agora está menor do que o de 2014 para o custeio – e pediu prioridade nacional para a manutenção das universidades públicas federais gratuitas. Os cortes, segundo ele, inviabilizarão a aquisição de livros para bibliotecas, de equipamentos para laboratórios e de infraestrutura para o ensino, entre outros problemas, em um sistema formado por 63 instituições, e que engloba mais de 1,2 milhão de estudantes. "Essa redução é incompreensível para uma nação que nem sequer alcançou a taxa de oferta na educação superior dos países vizinhos na América do Sul”, disse.
Francisco Brandão, presidente do Conif, afirmou que, com base no orçamento previsto para 2018 e nas regras orçamentárias impostas pela emenda do teto dos gastos (EC 95), o resultado será, tragicamente, o fechamento de campi pelo País.
"Como sustentar o ingresso e a permanência dessa camada representativa de 82% de alunos oriundos de escolas públicas no mundo da educação, se o nosso orçamento está vindo cada vez mais em escala regressiva?”, questionou.
Já o presidente da ABC alertou que o governo brasileiro insiste em ir na contramão das equipes econômicas do mundo, e deu o exemplo dos países desenvolvidos, que apostam em ciência e tecnologia para vencer a crise, enquanto o Brasil corta ainda mais o orçamento da área de ciência e tecnologia em 2018. Uma segunda bomba atômica, que segundo ele, "vai ser o extermínio do que já está bastante prejudicado”.
Ildeu Moreira defendeu que o futuro do Brasil depende dos Institutos Federais e das universidades públicas e afirmou que é lamentável que vivamos em um País em que precisamos convencer que ciência e tecnologia são fundamentais para a economia e para a qualidade de vida das pessoas.
"Tudo o que achamos no orçamento para o ano que vem, comparado com 2017, são reduções de 39% ou 40% para os institutos de pesquisas brasileiros, como a redução de 20% da Capes e a redução do recurso do FNDCT, que possivelmente ainda vai ser contingenciado. São reduções dramáticas na infraestrutura da universidade. Com as agências como o CNPq e a Finep sendo reduzidas, há o impacto direto no trabalho das universidades. Essa redução na área da ciência e tecnologia é absolutamente inexplicável quando se pensa no futuro da Nação”, declarou.
Daniela Klebis, Jornal da Ciência
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- 14/11/2017 - Físicos russos desenvolvem método para aumentar segurança de 'reatores do futuro'Especialistas da Universidade Nacional russa de Pesquisa Nuclear MEPhI (EUA) anunciaram ideia para aumentar segurança em reatores nucleares perspectivos. O novo método se baseia na redução da velocidade de reação em cadeia nas suas zonas ativas, comunicou a assessoria de imprensa da MEPhI à Sputnik.
Especialistas da Universidade Nacional russa de Pesquisa Nuclear MEPhI (EUA) anunciaram ideia para aumentar segurança em reatores nucleares perspectivos. O novo método se baseia na redução da velocidade de reação em cadeia nas suas zonas ativas, comunicou a assessoria de imprensa da MEPhI à Sputnik.
Fonte: Sputnik Brasil
O projeto, que visa resolver a tarefa para aumentar a segurança em reatores nucleares, ganhou a bolsa do presidente da Federação da Rússia de apoio estatal a jovens cientistas russos, PhDs de Física Teórica e Experimental na MEPhI."O trabalho consiste no seguinte: propõe-se em cercar a zona ativa do reator com um refletor de isótopo estável de chumbo-208", informou o chefe do projeto, Yevgeny Kulikov.
As principais propriedades de chumbo-208 são a alta massa atômica e a probabilidade extremamente baixa de absorção de nêutrons. Graças a isso, os nêutrons permanecem dentro do refletor durante um período de tempo relativamente prolongado, sendo absorvidos muito menos.
"No resultado, quase todos os nêutrons do refletor vão voltar para zona ativa depois de uma pausa significante. Isso significa em uma redução do processo da reação em cadeia de fissão. Ou seja, os processos de transição, inc lusive resultantes de um acidente, irão se desenvolver mais devagar. Isso melhora aspossibilidades de controle do reator, ou seja, aumenta a segurança do reator", comentou Kulikov.
Os participantes do projeto acreditam que o uso prático dos resultados do seu trabalho permitirá não só aumentar a segurança dos reatores nucleares perspectivos de nêutrons rápidos, senão também reduzir o seu custo.
O isótopo natural chumbo-208 prevalece (até 90%) no assim chamado chumbo radiogênico, que pode ser extraído de minério de tório ou tório e urânio.
Blocos energéticos com reatores de nêutrons rápidos podem dar vantagens enormes o desenvolvimento da energética nuclear do futuro. Eles podem ajudar a fechar o ciclo de combustível nuclear, facilitando o aumento da base combustível nuclear graças à reprodução ampliada do mesmo. Além disso, haverá uma possibilidade de reduzir o volume de resíduos nucleares "queimando" os isótopos radioativos perigosos. A Rússia, segundo especialistas, ocuparia o primeiro lugar no mundo em tecnologias de construção de reatores de nêutrons rápidos. -
- 13/11/2017 - Ministro defende aumento de tarifa para viabilizar conclusão de Angra 3Fonte: Valor
Por Daniel Rittner e Claudia Safatle | De BrasíliaO Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve avaliar, provavelmente no início de 2018, uma solução definitiva para as obras da usina nuclear de Angra 3. Na avaliação do Ministério de Minas e Energia, que preside o colegiado, será preciso dobrar a tarifa do projeto para viabilizá-lo economicamente. Mas vale a pena permitir esse aumento no valor do megawatt-hora e acertar com um parceiro estrangeiro a conclusão da usina, defendeu o ministro Fernando Coelho Filho, em entrevista ao Valor.
A estatal Eletronuclear já gastou R$ 8 bilhões na construção de Angra 3, cujas obras foram reiniciadas em 2009 como um dos destaques do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Elas estão com 58% de avanço, mas foram paralisadas em meio à fragilidade das contas públicas e às investigações da Operação Lava-Jato, que atingiram em cheio as empreiteiras responsáveis pelo empreendimento. Os estudos do governo apontam a necessidade de investimento de mais US$ 3 bilhões - quase R$ 10 bilhões pelo câmbio atual - para terminar a usina. Diante da magnitude do desembolso, uma das opções consideradas passou a ser meramente o abandono do projeto.
"Esse é um dinheiro que o governo não tem", afirma Coelho Filho. Pelo menos quatro grupos estrangeiros já demonstraram publicamente interesse em uma parceria com o governo brasileiro para concluir a usina: China National Nuclear Corporation, Kepco (Coreia), EDF (França) e Rosatom (Rússia). "Como é que se traz um investidor de fora sem lhe dar o direito de recuperar o valor investido por meio de tarifa? Aí ninguém faz", argumenta.
Ao aprovar a retomada da usina, o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu uma tarifa de R$ 211 por MWh para Angra 3, em valores já corrigidos pela inflação. De acordo com o ministro, cálculos feitos por consultorias externas indicam a necessidade de elevar esse preço para algo perto de R$ 400 a fim de dar viabilidade ao projeto.
"A gente [MME] acha que tem que continuar. É uma energia firme e tem muito dinheiro já colocado", diz Coelho Filho. A usina tem uma capacidade prevista de 1.405 megawatts (MW). "É melhor ter uma tarifa a R$ 400 do que outras térmicas rodando a um preço ainda maior", afirma.
Acertar isso é o primeiro passo para retomar o empreendimento com um parceiro de fora. "Estamos vendo se conseguimos na reunião de dezembro [do CNPE], mas acho que está muito em cima, ou se fica para a primeira reunião do ano que vem. O privado só faz proposta concreta se houver mudança de tarifa. Aí saberemos está realmente interessado."
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- 09/11/2017 - Santa Casa de Sorocaba recebe pastilha de cobalto para tratamento de radioterapiaMaterial foi doado por clínica de Santo André e chegou quase um ano após equipamento para o tratamento de câncer ser desativado. Atendimento deve ser retomado em até 30 dias, segundo o hospital.
Material foi doado por clínica de Santo André e chegou quase um ano após equipamento para o tratamento de câncer ser desativado. Atendimento deve ser retomado em até 30 dias, segundo o hospital.
Fonte: G1A Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba (SP) recebeu na tarde desta quinta-feira (9) a pastilha de cobalto necessária para que o atendimento de radioterapia seja retomado no hospital. O material que chegou por volta das 15h30 foi doado por uma clínica de Santo André, na grande São Paulo.
A unidade suspendeu o tratamento a pacientes de câncer há quase um ano, após o vencimento de vida útil da pastilha de cobalto existente no equipamento. O transporte da pastilha foi feito por um caminhão guindaste, já que o procedimento exige cuidado especial por ser um material radioativo.
De acordo com o médico responsável pela radioterapia do hospital, José Carlos Menegocci, o tratamento aos pacientes de 48 cidades da região deve ser retomado em até 30 dias. A montagem do aparelho demora cerca de cinco dias.
Entretanto, após essa primeira etapa, o especialista explica que é necessário a Santa Casa obter permissão da Vigilância Sanitária e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que devem inspecionar o local onde é feita a radioterapia.
Ainda segundo Menegocci, 50 pacientes fazem radioterapia na clínica Nucleon, conveniada com a prefeitura para prestar o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto o equipamento não funciona.
Já no hospital, quando o aparelho estiver novamente funcionando, 60 pessoas poderão fazer as sessões diariamente, totalizando 110 pacientes atendidos por dia.
Tratamento suspenso
O tratamento de radioterapia na Santa Casa de Sorocaba está suspenso desde o início de novembro do ano passado. A pastilha de cobalto, que emite a radiação durante o processo, venceu e a nova chegou em fevereiro deste ano. No entanto, o material era incompatível com o aparelho do hospital.
Enquanto o impasse não era resolvido, no início de junho a prefeitura firmou contrato com uma clínica particular para continuar o tratamento de radioterapia na cidade.
A pastilha de cobalto tem o tamanho de um comprimido e custa aproximadamente R$ 1,5 milhão. Por não ter verba para comprar o material, a Santa Casa de Sorocaba recebeu a doação da pastilha de uma clínica de Santo André.
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- 09/11/2017 - TCU recomenda que obras da Usina de Angra 3 continuem paralisadasÓrgão incluiu obra da Fiocruz em lista de paralisações
Órgão incluiu obra da Fiocruz em lista de paralisações
Fonte: O Globo
Vinicius Sassine
O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou pelo segundo ano consecutivo a paralisação de obras da usina nuclear Angra 3, em Angra dos Reis (RJ), em razão de graves irregularidades detectadas no empreendimento tocado pela Eletronuclear. A recomendação integra o relatório consolidado sobre as fiscalizações de obras (Fiscobras) de 2017, um procedimento anual que inclui diversas auditorias e que é submetido à deliberação da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.Neste ano, o TCU listou 11 grandes empreendimentos com irregularidades com recomendação de paralisação (IGP), a classificação mais grave dentre as levadas em conta no Fiscobras. A lista foi aprovada pelo plenário do tribunal na tarde desta quarta-feira e será encaminhada ao Congresso. No ano passado, o Fiscobras indicou 10 grandes obras com recomendações de paralisação.
Uma novidade na lista de IGP deste ano é um contrato relacionado à construção do Centro de Processamento Final de Imunobiológicos, da Fiocruz. As outras novidades são obras de construção da Fábrica de Hemoderivados e Biotecnologia, da Hemobras, em Pernambuco; o trecho 2 do corredor de ônibus da Radial Leste em São Paulo (o trecho 1 já estava na lista de 2016 e voltou a ser incluído), tocado pelo Ministério das Cidades; e um trecho de 75 quilômetros da BR-235 e a adequação da travessia urbana em Juazeiro, ambos na Bahia, a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O IGP é apontado pelo TCU quando há prejuízo aos cofres públicos e "graves desvios" na condução de obras com dinheiro público. A paralisação não se refere ao projeto como um todo, mas a contratos específicos auditados pelo TCU. No caso de Angra 3, são quatro contratos com recomendação de paralisação, no valor total de R$ 1,7 bilhão. O custo total da usina é estimado em R$ 17,7 bilhões. O tribunal calcula que a Eletronuclear já gastou R$ 8 bilhões nas obras.
Angra 3 já é um empreendimento paralisado, mantido apenas por meio de contratos de conservação. As obras estão paradas desde outubro de 2015, três meses depois da prisão do então presidente da Eletronuclear, Othon Silva, numa das fases da Operação Lava-Jato. Ele já foi condenado em primeira instância pela Justiça Federal a 43 anos de prisão por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa. O almirante da Marinha está em prisão domiciliar.
No Fiscobras de 2016, o TCU recomendou ao Congresso que Angra 3 deixasse de receber recursos públicos, em razão de graves irregularidades em contratos. O mesmo ocorreu neste ano. As obras já estavam paralisadas por falta de recursos e, caso haja decisão política de retomada, o TCU quer que os contratos listados no Fiscobras deste ano continuem paralisados. Alguns deles já chegaram a ser anulados.
Somente nas obras civis, o superfaturamento detectado pelo TCU soma R$ 300 milhões, valores referentes a 2008 -- atualizados, ultrapassam R$ 500 milhões. O contrato total é de R$ 1,48 bilhão. Além do superfaturamento, o TCU detectou gestão fraudulenta de contratos, quando há dolo na irregularidade. Numa análise inicial, técnicos do tribunal não detectaram problemas nos contratos de conservação.
Outros três contratos de Angra 3, para serviços técnicos especializados de engenharia, apresentam problemas de restrição à competitividade, fiscalização inadequada e ilegalidade em aditivo, segundo o TCU. Por isso, também devem ser paralisados.
No caso da construção do centro de imunobiológicos, da Fiocruz, o TCU detectou uma contratação irregular de uma fundação de apoio pela Fiocruz. O valor do contrato que deve ser paralisado é de R$ 49,7 milhões.
Também no Rio, está na lista de recomendações de paralisação um contrato para construção da BR-040, no valor de R$ 297,1 milhões. O TCU detectou superfaturamento.
A lista de IGPs inclui ainda um contrato de R$ 447 milhões para construção do canal adutor do Sertão Alagoano, dentro da transposição do Rio São Francisco; a construção da Vila Olímpica em Parnaíba (PI); e o BRT de Palmas (TO). Todos são reincidentes no Fiscobras, na mesma classificação de paralisação.
O TCU ainda considerou uma classificação preliminar de recomendação de paralisação, pedida pela área técnica mas ainda não validada por decisão monocrática de um ministro ou do plenário. São três obras nesta lista: canal adutor vertente litorânea (PB), trecho norte do Rodoanel de São Paulo e ampliação da capacidade da BR-290 (RS).
Ao todo, o Fiscobras 2017 fez 94 fiscalizações de empreendimentos de infraestrutura, que contam com uma dotação orçamentária de R$ 26 bilhões. Dessas 94 obras auditadas, 72 têm indícios de irregularidades graves.
O TCU voltou a recomendar retenção parcial de valores repassados à refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, alvo central do começo da Lava-Jato. O contrato em questão, de R$ 534,1 milhões, é o de terraplanagem, superfaturado, conforme o TCU. Esta é a única obra classificada neste ano como irregularidade com recomendação de retenção parcial de valores (IGR).
A irregularidade mais frequente no Fiscobras deste ano, segundo o TCU, foi a existência de projetos deficientes (25% dos casos), seguida de superfaturamento (20% dos casos). A economia estimada neste ano pelo TCU, com possibilidade de recuperação de recursos sem tomadas de contas especiais, é de R$ 3,5 bilhões.
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- 09/11/2017 - Fim de privilégios a servidor é ponto central da reformaDe acordo com o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da proposta, outro ponto fora de negociação é a fixação da idade mínima
De acordo com o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da proposta, outro ponto fora de negociação é a fixação da idade mínima
Fonte: O Estado de S. Paulo
Idiana Tomazelli, Adriana Fernandes, Igor Gadelha, Lu Aiko Ota
O fim dos privilégios a servidores públicos será uma das "cláusulas pétreas” durante as negociações do novo texto da reforma da Previdência, indicou ontem o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), relator da proposta. Ele fez um discurso feroz contra as regras que permitem que funcionários públicos se aposentem mais cedo e ganhando mais do que trabalhadores da iniciativa privada. Outro ponto "imexível”, segundo ele, será a fixação da idade mínima, embora não tenha garantido que permanecerá a exigência nos patamares de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens.
Além desses dois pontos, todo o resto será negociado, inclusive o trecho que pretendia elevar o tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria de 15 para 25 anos. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, ontem à noite foi batido o martelo para a retirada de mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a pessoas de baixa renda – idosos e portadores de deficiência – e na aposentadoria rural, que teria a idade mínima das mulheres elevada de 55 anos para 57 anos.
O relator ainda vai se reunir com os líderes dos partidos para coletar os pedidos de mudanças e ver "o que dá conforto” para que os parlamentares votem a favor da reforma. Todos esses pontos serão costurados em uma emenda aglutinativa que será apreciada no plenário da Câmara. Serão necessários 308 votos em dois turnos de votação.
Oliveira Maia admitiu que a própria regra de transição pode ser alvo de alterações. A proposta atual combina a cobrança de adicional de 30% sobre o tempo que falta hoje para a aposentadoria, o chamado "pedágio”, com idades mínimas de transição, que começam em 53 anos para mulheres e 55 anos para homens e evoluem ao longo de duas décadas. "Há disposição do governo de fazer concessões, mas desejamos que modificações sejam as mínimas possíveis”, disse o relator.
A mudança na regra de cálculo do benefício proposta pelo governo também pode mudar, mas Oliveira Maia adiantou que vai defender a fórmula construída na comissão especial. Ela prevê o direito a um mínimo de 70% do salário de contribuição ao preencher os requisito de pelo menos 25 anos de contribuição à Previdência, com ganhos crescentes até conseguir os 100% aos 40 anos de trabalho.
O relator destacou, porém, que nenhum detalhe das regras que serão propostas no texto mais enxuto pode ser confirmado antes das conversas com as bancadas. À exceção da idade mínima e do fim dos privilégios dos servidores, as negociações começam do zero.
Consenso. Sobre a manutenção da exigência de idade mínima para a aposentadoria, Oliveira Maia afirma haver "consenso” entre parlamentares sobre a importância da medida. "Não há sentido em fazer reforma da Previdência se não modificar essa condição absurda de a pessoa se aposentar não por idade mínima, mas por tempo de contribuição. Isso tem permitido que pessoas com menos de 50 anos se aposentem.” Ele destacou que "não há chance” de a reforma permitir regras diferentes para servidores e trabalhadores privados.
As categorias do funcionalismo são bem articuladas e têm forte poder de pressão sobre os parlamentares. O próprio relator já reconheceu ter recebido representantes dos servidores pedindo por flexibilizações no texto da reforma, mas ele acredita agora que essa pressão diminuiu e não vai recrudescer, mesmo com o aumento no número de propostas do governo que atingem as categorias, como o adiamento do reajuste previsto para 2018.
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- 08/11/2017 - Poucos países têm as tecnologias do Brasil, diz almirante sobre programa nuclearFonte: YahooRICARDO BONALUME NETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "Energia nuclear" é algo que mete medo em muita gente, nem precisa ser um ambientalista fanático. Afinal, duas bombas atômicas foram lançadas contra o Japão em 1945 -que terminaram com a Segunda Guerra Mundial. Houve o desastre com o césio radiativo em Goiânia em 1987, o acidente na usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.
Porém, a mesma energia provê boa parte da eletricidade em vários países e também ajuda no diagnóstico e tratamento de doenças como câncer.
E também serve para a propulsão de navios guerra, notadamente os enormes porta-aviões nucleares americanos de 100 mil toneladas de deslocamento, e uma grande frota de submarinos criada por cinco países -EUA, Rússia, França, Reino Unido e China.
O Brasil quis fazer parte do clube nuclear desde a década de 1950. Um dos principais pioneiros, talvez o mais importante, foi um almirante Álvaro Alberto, cujo nome foi escolhido para batizar o primeiro SN-BR (submarino nuclear brasileiro), que a Marinha espera lançar ao mar em 2029.
O almirante de esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, diretor-geral do Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, deu mais detalhes do andamento do projeto. Como ele resume, "poucos países no mundo tiveram condições de conquistar, até hoje, essas tecnologias".
Pergunta - O programa nuclear da Marinha existe desde a década de 1970. Não há dúvida de que houve progressos desde então, por exemplo no enriquecimento de urânio, mas o país ainda está longe de ter um submarino nuclear -algo que os americanos obtiveram nos anos 1950. Que garantia tem o país de que, desta vez, o programa está no rumo certo? O primeiro submarino convencional, Riachuelo, ficará pronto no tempo previsto?
Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior - O Programa Nuclear da Marinha (PNM) sempre esteve no rumo certo, sem sombra de dúvidas. O que ocorre é que ele é um programa de Estado, de longo prazo, como todos os programas desta magnitude e complexidade.
Outro aspecto importante a se levar em conta é o fato de a tecnologia nuclear não ser transferida por nenhum país. Ou seja: tivemos que desenvolvê-la de forma autônoma.
É preciso lembrar, também, que o Programa Nuclear da Marinha, iniciado em 1979, compreendia dois grandes projetos: o domínio do ciclo do combustível nuclear; e a construção do Laboratório de Geração Nucleoelétrica (Labgene).
O primeiro foi concluído em 1987, quando a Marinha divulgou, oficialmente, o domínio do difícil processo do enriquecimento de urânio por ultracentrifugação, tecnologia de alto valor agregado.
A partir dessa tecnologia, a Marinha passou a colaborar com as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e, desde 2000, fornece ultracentrífugas para sua planta industrial em Resende (RJ), onde é produzido o combustível nuclear para as Usinas de Angra, um bom exemplo do uso dual dessa tecnologia.
Quanto ao segundo projeto, estamos vendo nossos objetivos iniciais se tornarem realidade, com a proximidade do comissionamento do Labgene, a primeira instalação de energia nucleoelétrica totalmente projetada no país, que será, em terra, o protótipo da planta de propulsão do nosso submarino nuclear. Poucos países no mundo tiveram condições de conquistar, até hoje, essas tecnologias.
No que diz respeito ao primeiro submarino convencional, o "Riachuelo", parte do nosso Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), ele será lançado ao mar no ano que vem, cumprindo o que está previsto no cronograma do programa atualmente em vigor.
A simples expressão "energia nuclear" gera medo em muitas pessoas. Que outros objetivos têm o programa para a sociedade brasileira?
Albuquerque Junior - É compreensível que haja certo receio em relação à energia nuclear, mas ele se deve, fundamentalmente, a muita desinformação e preconceito. As tecnologias desenvolvidas pelo Programa Nuclear da Marinha geram inúmeros benefícios para a sociedade brasileira.
O fato de termos o domínio do ciclo do combustível e a tecnologia de construção de plantas nucleares, por exemplo, é garantia de que podemos ampliar nossa matriz energética com geração limpa de eletricidade.
Outro exemplo concreto desses benefícios é o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Trata-se de um empreendimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), de grande alcance social e arrasto tecnológico, que se beneficiará do esforço e do investimento realizados pelo Programa Nuclear da Marinha.
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- 07/11/2017 - Instalações nucleares no interior de SP viram canteiro de obrasFonte: Folha de S. Paulo
RICARDO BONALUME NETO
Enviado Especial a Iperó
Em 1985 as instalações da Marinha em Iperó, a noroeste de Sorocaba (SP), não eram nada impressionantes. Pouco havia ali, embora já se estivesse começando a enriquecer urânio através de ultracentrífugas.Elas parecem com botijões de gás grandes. Um então jovem repórter desta Folha encostou em uma delas enquanto entrevistava um oficial da Marinha. "Quando vão começar a funcionar?"
"Essa em que você está se apoiando está funcionando agora", foi a resposta.
O jovem jornalista teve o bom senso de não pular assustado, mas se afastou cuidadosamente da centrífuga. Elas funcionam muito silenciosamente.
O urânio natural tem proporções pequenas, apenas 0,7%, do isótopo U-235 (variante com massa diferente) usado como matéria-prima seja para uma bomba atômica ou para um reator nuclear.
Enriquecer urânio significa aumentar a proporção de U-235 em contraposição ao mais comum U-238 em uma amostra para se poder criar uma reação nuclear em cadeia e produzir energia. Uma explosão atômica é uma reação em cadeia não controlada.
Já não tão jovem, o repórter voltou a Iperó agora. As centrífugas continuam operando. Mas todo o complexou é um grande canteiro de obras.
O submarino nuclear brasileiro –SN-BR– está tomando forma no interior de São Paulo.
"Estamos dentro do cronograma", diz o capitão-de-mar-e-guerra engenheiro naval Sérgio Luis de Carvalho Miranda, diretor do Centro Industrial Nuclear de Aramar.
Isso inclui o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LabGene), que, segundo a Marinha, "será utilizado para validar as condições de projeto e ensaiar todas as condições de operação possíveis para uma planta de propulsão nuclear".
O urânio é apenas o "combustível" do reator do submarino. Mas todo o resto é algo extremamente complexo em termos de engenharia.
Um submarino nuclear é no fundo um navio a vapor. O calor gerado pela reação nuclear esquenta água e gera vapor para mover turbinas.
A Marinha está produzindo um protótipo do reator e o resto do sistema de propulsão. Em Iperó as turbinas também são testadas.
O engenheiro Reinaldo Panaro chefia um departamento fundamental, o Laboratório de Testes de Equipamentos de Propulsão (Latep). Sua tarefa é complexa. "A gente checa, relata, conserta e adapta", resume Panaro.
Como diz o comandante Miranda, "o pulo do gato" é reduzir a incerteza em um projeto muito complexo. Por exemplo, o reator desenvolvido em terra caberia no casco do submarino nuclear? "Cabe. Fazemos o dever de casa antes", diz o militar e engenheiro naval.
Por ser uma instalação experimental em terra, o projeto segue as convenções e regras típicas de usinas nucleares, de forma a garantir a segurança dos operadores e população local e evitar danos ao meio ambiente.
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- 06/11/2017 - Brasil não apoia adequadamente a educação científica, afirma presidente do XXXI Congresso Brasileiro de Medicina NuclearFonte: Jornal Dia a Dia
Nosso país não oferece estímulo adequado à educação e pesquisa científica, cabendo a nós, médicos em geral, profissionais da Medicina Nuclear e especialistas de áreas correlatas, promover o avanço das pesquisas. A fala é de Fábio Ribeiro, médico nuclear e presidente do XXXI Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, realizado em Florianópolis (SC).Na visão da organização do evento e da diretoria da entidade, os órgãos federais que autorizam e fiscalizam a prática da Medicina Nuclear no Brasil precisam dar uma atenção maior à prática da especialidade no País. Durante as reuniões, discutiu-se largamente a necessidade de garantir acesso – à maior parte da população – a procedimentos com eficácia cientificamente comprovada, mas que esbarram em longos processos burocráticos, falta de atenção e estrutura adequada.
Ainda durante o Congresso, a diretoria da SBMN abriu espaço para ouvir dúvidas e anseios dos futuros médicos nucleares presentes no evento, bem como para debater com produtores de radiofármacos e equipamentos os entraves enfrentados no exercício da especialidade. Neste sentido, ao longo da programação, a entidade decidiu providenciar uma carta aberta de apoio à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e seus Institutos, onde ressalta a necessidade de um olhar mais criterioso aos recursos humanos, financeiros em prol do desenvolvimento e desburocratização dos processos.
"Após diversas reuniões com toda a cadeia envolvida na prática da Medicina Nuclear brasileira, encerramos o Congresso com uma grande lista de tarefas e estaremos empenhados em dar andamento às ações que nos propomos a desenvolver e apoiar, a fim de promover um crescimento mais acelerado da nossa especialidade”, finalizou o presidente da SBMN, Juliano Cerci.
Congresso 2017
Com a presença de mais de 500 participantes, o CBMN 2017, organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), encerrou suas atividades no último sábado (4), após três dias de intensa programação científica e reuniões entre representantes da entidade, órgãos públicos, produtores de radiofármacos e equipamentos.
Promovendo um encontro entre o "estado da arte” da Medicina Nuclear global, o CBMN 2017 reuniu cerca de 150 palestrantes, sendo 24 deles vindos da Europa (Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda e Itália), América do Norte (Canadá, Estados Unidos e México), América do Sul (Argentina, Chile, Uruguai e Peru) e África do Sul. "Outro aspecto que nos chamou atenção positivamente foi a qualidade dos trabalhos científicos apresentados em diversas áreas da Medicina Nuclear”, comentou Elba Etchebehere, presidente da comissão científica do evento.
Em 2018, o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear acontecerá em São Paulo. E, seguindo seu caráter itinerante, a edição 2019 será em Porto Alegre.SOBRE A SBMN
Fundada na década de 60, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) é constituída por médicos especialistas em medicina nuclear e outros profissionais de áreas correlatas, como tecnólogos, farmacêuticos, biomédicos, físicos e químicos, contando com cerca de 1 mil sócios atualmente. Tem por objetivo integrar e favorecer o desenvolvimento da comunidade médica nuclear e demais profissionais envolvidos no emprego de fontes abertas de radionuclídeos com finalidades diagnósticas ou terapêuticas, promovendo atividades científicas e de intercâmbio entre profissionais de todo o País.
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- 06/11/2017 - Projeto de submarino nuclear brasileiro enfim avançaFonte: Folha de São Paulo
Depois de anos "rolando com a barriga" seu programa de construção de um submarino de propulsão nuclear por falta de recursos, a Marinha do Brasil está finalmente no rumo para obtê-lo.Além dele, haverá quatro modelos convencionais modernos –o primeiro dos quais deve ser lançado ao mar no ano que vem.
Foi no distante 1979 que a Marinha começou o programa com o objetivo de dominar o chamado "ciclo" do combustível nuclear –isto é, todos os passos tecnológicos para partir do minério até "enriquecer" o urânio, tornando o material capaz de servir para geração de energia elétrica ou de propulsão de um navio.
Falta de verba atrasou o projeto, além dos enormes desafios tecnológicos. Mas em 2008 foi feito um acordo de transferência de tecnologia entre o Brasil e a França, para a produção de quatro submarinos convencionais e ajuda para a produção de um quinto, nuclear, embora a tecnologia do reator seja brasileira. O ciclo tinha sido, então, dominado.
O nome da entidade responsável é difícil de lembrar: Cogesn (Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear). Seu coordenador é o almirante-de-esquadra da reserva Gilberto Max Roffé Hirschfeld.
"Projetar é a palavra-chave", diz o almirante Max, para quem o projeto de construção de submarinos (Prosub) envolve um tripé importante: o "arrasto" tecnológico que trará ao país, a nacionalização do equipamento e da fabricação e a capacitação de pessoal. Ou seja, diz ele, "é um programa de Estado, não é só da Marinha". Trata-se de transferência de tecnologia em estado puro.
Ele acredita que há "90% de chance" de o primeiro submarino convencional ficar pronto no momento previsto.
Os submarinos convencionais são baseados na classe francesa Scorpène, embora sejam ligeiramente maiores –71,62 metros e 1.870 toneladas, em vez dos 66,4 metros e 1.717 toneladas da versão original, que a França não usa, mas exportou.
BATALHAS
O primeiro, já batizado Riachuelo, deve ser lançado ao mar no segundo semestre de 2018. Os três outros –Humaitá, Tonelero e Angostura– devem ser lançados em 2020, 2021 e 2022. Levam todos nomes de batalhas navais do século 19.
Já o submarino nuclear, chamado Álvaro Alberto, se espera que seja lançado em 2029. O nome é uma homenagem ao almirante que foi pioneiro na criação tanto do programa nuclear brasileiro quanto do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (ainda hoje conhecido pela sua sigla original, CNPq).
A tecnologia nuclear para o submarino está sendo desenvolvida nas instalações do CTMSP (Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo), em Iperó, perto de Sorocaba, e no principal campus da USP, no Butantã, capital.
"Hoje temos um projeto exequível do submarino", diz o almirante Max.
As obras em Itaguaí ainda não estão terminadas, mas já são impressionantes pelas dimensões. Cortes orçamentários em 2015 diminuíram o ritmo, mas a atribuição de prioridade ao estaleiro e ao elevador de navios que deverá lançar os submarinos ao mar mantiveram o projeto razoavelmente no curso.
Além do estaleiro, o complexo inclui uma base naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas, que cuida da produção e montagem das estruturas internas dos submarinos.
Eles são construídos em seções, como se fossem "fatias" de um filão de pão. Cada uma inclui equipamentos sofisticados, mas também uma incontável quantidade de tubulações, fiação, suportes. O submarino é de longe o mais difícil navio de guerra de ser construído. Por isso poucos países o fazem e apenas cinco dominam a tecnologia da versão nuclear (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido).
A parceria estratégica foi feita com a empresa francesa Direction des Constructions Navales et Services (DCNS); a Construtora Norberto Odebrecht é a parceira nacional escolhida pelos franceses para as obras civis.
LOCALIZAÇÃO
A empresa brasileira esteve vinculada a casos de corrupção. A Marinha, para evitar especulações sobre o programa, insistiu em trazer o Tribunal de Contas da União para checar o programa desde o começo. Odebrecht e DCNS conjuntamente criaram a Itaguaí Construções Navais (ICN) para produzir os submarinos.
A instalação da base e do estaleiro em Itaguaí teve vários motivos. Um deles é prático: bem ao lado fica a Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados), encarregada de produzir os anéis metálicos que são as seções dos cascos dos submarinos. Outros são operacionais e estratégicos. Boa parte da indústria de ponta do país fica em São Paulo e no Rio de Janeiro.
E logo ali perto fica a base aérea de Santa Cruz, onde está a mais tradicional unidade da Força Aérea Brasileira, o 1º Grupo de Caça, empregado na Itália na Segunda Guerra. O grupo costuma ter os mais modernos aviões da FAB. Perfeito para proteger o complexo de Itaguaí, sem dúvida um dos "alvos" mais apetitosos de qualquer inimigo que queira atacar o país.
O complexo inclui um túnel de 703 metros de comprimento por meio do qual as "fatias" dos submarinos são transportadas ao prédio principal do estaleiro de construção, ao sul da base.
Ali as seções são juntadas, os sistemas são integrados, e o elevador baixa o submarino ao mar. Docas secas permitirão a manutenção dos "barcos" –submarinos costumam ser chamados assim pelos submarinistas em vários países. Uma delas foi especialmente projetada para fazer a instalação do elemento combustível, o urânio.
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- 31/10/2017 - MP questiona nomeação de presidente de estatal que constrói submarino nuclear brasileiroComissão da Nuclep diz que indicado contraria Lei das Estatais
Comissão da Nuclep diz que indicado contraria Lei das Estatais
Fonte: O Globo
RIO — A indicação do presidente e de um diretor da Nuclep, estatal sediada em Itaguaí envolvida na construção do submarino nuclear brasileiro, está sendo questionada pelo Ministério Público (MP-RJ) e por funcionários e órgãos internos da empresa. Os cargos são de livre nomeação pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC), e foram preenchidos por indicação política em troca do apoio de dois deputados da bancada federal do Rio.
No último dia 16, o Conselho de Administração da Nuclep nomeou Siciliano Francisco, ex-funcionário da Eletrobras, para o cargo de presidente, com posse marcada para esta quarta-feira. Segundo funcionários da Nuclep, ele é apadrinhado pelo deputado federal Alexandre Valle (PR). Seu nome, porém, recebeu veto da Comissão de Elegibilidade da Nuclep — o parecer do órgão interno afirma que ele não tem "reputação ilibada”, como exige a Lei das Estatais, por ser réu em mais de 40 ações na Justiça, boa parte delas ações trabalhistas já transitadas em julgado, com condenação.Com base nisso, o MP entrou com ação na Justiça e espera a decisão da 2ª Vara Cível de Itaguaí, que já deferiu liminar, mantida em segunda instância, obrigando a Nuclep a seguir os critérios descritos na Lei das Estatais para escolha do pr
A reunião do Conselho de Administração que indicou o novo presidente, a despeito do parecer da comissão de elegibilidade, também nomeou Luzenildes Almeida como novo diretor administrativo, área que comanda as finanças da empresa. Ele é uma indicação do deputado Júlio Lopes (PP). A reunião é questionada pelo MP e por funcionários da Nuclep por só ter atingido o quorum mínimo (quatro dos seis conselheiros) porque um deles votou por procuração, o que não seria permitido pelas normas internas da estatal.
Outra ilegalidade reclamada pela comunidade nuclear é a duplicidade de funções, com conflito de interesses, na área de regulação do setor. Nomeado presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão federal regulador do setor, Paulo Roberto Pertusi é membro, simultaneamente, do Conselho de Administração da Nuclep, estatal da área, o que fere a Lei das Estatais.
"ÓRGÃO OPINATIVO”
O MCTIC afirmou que o comitê de elegibilidade, uma exigência da Lei das Estatais, é apenas "um órgão auxiliar opinativo” e que considera Siciliano Francisco apto para a função. Perguntado sobre o fato de as nomeações terem sido frutos de indicações políticas, o ministério respondeu apenas que, pela lei, tem a prerrogativa de indicar os administradores das empresas sob sua supervisão. A pasta nega ainda a falta de quorum na reunião do conselho. Sobre o fato de ter indicado para presidir o órgão regulador do setor um integrante do Conselho da Nuclep, o ministério afirma que Paulo Pertusi será retirado do Conselho de Administração da Nuclep, ainda que o órgão considere que as funções "não são incompatíveis”.
O deputado Alexandre Valle disse que "não comenta” indicações do Executivo, enquanto Júlio Lopes não respondeu. A reportagem não conseguiu contato com Siciliano Francisco.
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- 26/10/2017 - Comunidade científica protesta contra cortes durante abertura da 14a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em BrasíliaSemana Distrital de Ciência e Tecnologia também foi inaugurada no pavilhão de exposições Ulysses Guimarães. SBPC celebrou os eventos, mas ressaltou a necessidade de mais investimentos públicos em C&T e educação para assegurar o futuro do País
Semana Distrital de Ciência e Tecnologia também foi inaugurada no pavilhão de exposições Ulysses Guimarães. SBPC celebrou os eventos, mas ressaltou a necessidade de mais investimentos públicos em C&T e educação para assegurar o futuro do País
Fonte: Jornal da CiênciaFoi aberta oficialmente nessa terça-feira, 24/10, a 14aSemana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), em Brasília, no pavilhão de exposições Ulysses Guimarães, que acolhe uma grande feira de ciências. O evento contou com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Gilberto Kassab, secretários da pasta e representantes de diversos ministérios e instituições de pesquisa.Falaram na abertura o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento – MCTIC, Jailson Andrade; o presidente da SBPC, Ildeu Moreira; e o ministro Gilberto Kassab.
Jailson Andrade falou sobre a importância e o impacto da SNCT e se referiu à homenagem da SNCT 2017 ao professor Jacob Palis, feita no dia anterior, como símbolo da matemática e da ciência brasileira. Ele anunciou que o tema para 2018 será "Ciência para a Redução das Desigualdades”, conectado com o objetivo 10 dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) da ONU. A SNCT de 2018 ocorrerá entre 15 e 21 de outubro.
Em seu discurso, o presidente da SBPC destacou a importância e a extensão da SNCT, que atinge hoje mais de mil municípios brasileiros, envolve centenas de instituições científicas em todo o país e conta com a colaboração voluntária de milhares de pesquisadores, técnicos, professores e estudantes. Ele considerou muito grave a situação atual da C&T no Brasil, fazendo críticas aos drásticos cortes e contingenciamentos que a área vem sofrendo e que têm atingido fortemente grupos de pesquisa, universidades e instituições cientificas. Ildeu Moreira relatou as ações e manifestações das entidades científicas e acadêmicas junto ao presidente da República e ao Congresso Nacional e que a preocupação já atinge a comunidade científica internacional, como expresso na carta dos 23 Prêmios Nobel. Ele elogiou, ainda, o tema da SNCT 2018, já que a ciência pode ser um instrumento essencial para a redução das desigualdades regionais, econômicas e sociais, mas alertou que, para isto, é fundamental que existam recursos adequados para a educação e para a C&T.
O ministro Gilberto Kassab admitiu, na sequência dos discursos, que o quadro orçamentário do setor de C&T causa "imensa preocupação”. Ele pediu o apoio da sociedade no sentido de sensibilizar a equipe econômica e os parlamentares para que liberem mais recursos para C&T. "Precisamos corrigir essa enorme distorção. O Brasil carece mais do que nunca deste apoio”, disse. Acrescentou que "essa feira pode despertar junto à juventude suas vocações para a ciência, algo fundamental para o crescimento e o desenvolvimento do nosso país”.
A Semana Distrital de Ciência e Tecnologia, organizada pelo governo do Distrito Federal, também foi inaugurada no espaço de exposições, no mesmo dia à tarde, pelo governador Rodrigo Rollemberg, com a presença de muitas autoridades locais e de um grande número de professores e estudantes da rede pública do DF. Neste ano, concomitantemente com a SNCT e a ela integradas, ocorrem a Semana Universitária da UnB e a Reunião Regional da SBPC no DF. O esforço conjunto das instituições dará acesso a centenas de atividades de divulgação científica, por todo o Distrito Federal, até o dia 28 de outubro, possibilitando um contato mais próximo da sociedade, em especial das crianças e jovens, com a ciência brasileira.
Futuro comprometido
O presidente da SBPC participou da abertura da Semana Distrital de C&T e rememorou a iniciativa de se criar a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em 2004, em ação articulada com o então secretário de C&T para a Inclusão Social, Rodrigo Rollemberg. "Hoje nós temos a maior semana de C&T do mundo, se levamos em conta a dimensão territorial atingida. Assim como a maior olimpíada científica do mundo, a OBMEP, criada em 2005. Isso mostra a capacidade que temos de influenciar o futuro da ciência e da educação no Brasil, se apostarmos em novas ideias e na mobilização das pessoas.”
Entre as festividades também houve espaço para cobrar mais investimentos públicos para a área de ciência, tecnologia e educação, áreas que hoje padecem com o menor orçamento desde 2005. "Dissemos ao ministro Kassab que não estamos satisfeitos com os cortes em ciência, tecnologia e educação. Nós estamos comprometendo o futuro desses jovens que estão aqui”, afirmou o presidente da SBPC, fazendo referência aos alunos das escolas públicas do DF vencedores das olimpíadas de matemática e de robótica deste ano. Esses estudantes foram premiados pelas secretarias de educação de C&T do DF, recebendo as medalhas da mão do governador e demais autoridades. "Temos que lembrar aos parlamentares que eles são representantes da sociedade e não de si mesmos e de interesses particulares”, complementou Moreira.
Em seu discurso, o governador de Brasília destacou o apoio que tem sido dado localmente no DF à educação e à C&T: "o nosso governo, apesar de toda a crise financeira dos últimos três anos, está aumentando os recursos da cultura e da ciência. Tivemos no ano passado a maior execução de recursos da FAP da história do DF e queremos bater esse recorde de novo em 2017.” -
- 20/10/2017 - Semana Nacional de Ciência e Tecnologia ocupa o maior espaço da história no DFFonte: MCTICUma grande feira de ciências ocupará o Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, de segunda-feira (23) a domingo (29). A expectativa é que 100 mil pessoas visitem a 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada anualmente pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) desde 2004 em todo o país. São 70 mil metros quadrados, o que equivale a 10 campos de futebol, totalmente dedicados a atividades de popularização e divulgação científica. Mais de 70 instituições participam da 14ª SNCT, além de 92 escolas públicas do Distrito Federal.
A escolha do tema "A matemática está em tudo” está ligada ao Biênio da Matemática 2017-2018, quando o Brasil sedia dois grandes eventos da área. Em 2017, o país sediou, pela primeira vez, a Olimpíada Internacional de Matemática, uma competição que reúne os melhores estudantes do mundo. Em 2018, é a vez do Congresso Internacional de Matemáticos trazer ao país pesquisadores de alto nível, também pela primeira vez.
Uma das grandes atrações da 14ª SNCT é um protótipo em tamanho real do avião de combate Gripen NG, futuro caça da Força Aérea Brasileira (FAB). O público poderá subir na cabine da aeronave e conhecer seu funcionamento em um simulador de voo. A Marinha oferece uma experiência similar, mas de navegação, e o Exército expõe o tanque blindado Guarani.
O público infantil também terá à disposição uma pista de circulação para carros elétricos em meio a placas, semáforos e faixas de pedestre. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) organiza o espaço, batizado de Cidadania no Trânsito. Já o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) apresentará uma minicidade para ações educativas.
O MCTIC levará estandes das suas entidades vinculadas: CNPq, Agência Espacial Brasileira (AEB), Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), e Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep). Haverá ainda uma quadra poliesportiva dos Correios e atividades da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industria (Embrapii), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Telebras.
O Ministério da Educação (MEC) promoverá jogos de matemática, rodas de conversa e uma aula show preparatória de professores youtubers para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no anfiteatro principal, com capacidade para 1,2 mil pessoas.
O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTIC, Jailson de Andrade, destaca a colaboração de empresas e órgãos públicos, escolas, fundações de apoio, institutos de pesquisa, museus, universidades e secretarias estaduais e municipais para viabilizar a SNCT em todo o país. "Uma semana dessa envergadura não acontece sem parcerias. A ideia é mobilizar a comunidade científica e estudantil, em especial crianças e jovens, para que a população possa conhecer e discutir a ciência e suas aplicações, a fim de estimular curiosidade e criatividade.”
A 14ª SNCT estará aberta, com entrada franca, das 8h30 às 18h. Na terça-feira (24), as feira ficará aberta até 22h para receber 40 ônibus de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A programação também inclui uma homenagem ao matemático Jacob Palis na segunda-feira (23), às 11h, por sua contribuição à ciência brasileira.
Serviço
Evento: 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Data: 23 a 30 de outubro de 2017
Horário: das 8h30 às 18h (terça-feira: até 22h)
Local: Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade
Cidade: Brasília (DF)
Informações à imprensa
Assessoria de Comunicação do MCTIC
(61) 2033-7515 / imprensa@mctic.gov.br -
- 20/10/2017 - INB dá mais um passo para a ampliação da unidade em ResendeEmpresa aguarda processo de licenciamento para ampliação da Usina de Enriquecimento de Urânio
Empresa aguarda processo de licenciamento para ampliação da Usina de Enriquecimento de Urânio
Fonte: Jornal Voz da Cidade
As Indústrias Nucleares do Brasil (INB) estão em processo avançado para a ampliação da sua Usina de Enriquecimento de Urânio, situada em Resende. Esta semana, a Diretoria Técnica de Enriquecimento Isotópico informou que em julho deste ano, entregou à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o Relatório Preliminar de Análise de Segurança (RPAS), com o objetivo de obter a Licença de Construção para a 2ª Fase de implantação da Usina de Enriquecimento.
A nova etapa contemplará a implantação de 12 módulos adicionais, sendo que cada um abrigará três cascatas de ultracentrífugas. Com a expansão, a INB terá capacidade instalada de enriquecimento de urânio para atender plenamente às recargas de Angra 1, 2 e 3, conforme previsto no Plano Plurianual 2016-2019 do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. "Faz parte dessa segunda fase, além dos módulos, a implantação de um novo sistema de alimentação e retirada de UF6, bem como de diversos outros sistemas necessários para a perfeita operação de enriquecimento”, conta Ezio Ribeiro, Superintendente de Enriquecimento Isotópico. "É um marco histórico. Poucas vezes entramos com um requerimento tão completo”, complementou.
O processo de licenciamento nuclear de uma instalação é dividido em três fases junto ao órgão regulador, o CNEN. A Licença de Local concedida a partir da análise do Relatório de Local; a Licença de Construção concedida a partir da análise do RPAS; e a Autorização para Operação concedida a partir da análise do Relatório Final de Análise de Segurança (RFAS).
No caso do enriquecimento, a INB já tem a Licença de Local tanto para a 1ª quanto para a 2ª etapa de implantação.Para a 1ª fase, existem ainda a Licença de Construção e a Autorização de Operação para seis cascatas das 10 previstas.
Ezio destaca que, no documento, a FCN (Fábrica de Combustível Nuclear) – Enriquecimento é denominada Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio (UCEU). "Antes o enfoque era predominantemente estratégico, agora estamos, também, considerando o lado comercial/econômico. A implantação da UCEU dará uma rentabilidade muito grande para a INB. O investimento inicial é alto, mas o custo operacional é baixo”, explicou. Com a UCEU, a unidade de Resende passará a ter três instalações na mesma planta fabril.
INVESTIMENTOS
Segundo o diretor técnico de Enriquecimento Isotópico, Álvaro Alves Pinto, todos os recursos investidos, desde o início do empreendimento, serão provenientes do Tesouro Nacional. "A implantação da usina de enriquecimento, na FCN, é um investimento do Governo Federal na criação de uma capacitação nesta empresa, a partir de uma decisão Presidencial. Cabe ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), desenvolvedor da tecnologia de enriquecimento isotópico de urânio por ultracentrifugação, fornecer à INB as ultracentrífugas, as cascatas e os sistemas supervisórios, além de apoiar-nos com uma imprescindível assistência técnica”, explicou.
O RPAS foi desenvolvido com os recursos humanos da INB. Foram cinco anos de elaboração do documento e 25 pessoas diretamente envolvidas no processo. A previsão é receber a licença de construção até 2020, antes da conclusão da 1aFase de implantação.
O próximo passo no licenciamento da 2aFase é a entrega do Termo de Referência ao IBAMA, que deverá ocorrer até novembro deste ano, com vistas à obtenção da Licença de Instalação, equivalente à Licença de Construção da CNEN, só que no âmbito ambiental.
CENÁRIO ATUAL
A Usina de Enriquecimento atualmente dispõe de seis cascatas de ultracentrífugas comissionadas e em plena operação. Isso corresponde a uma capacidade de atender a 40% da demanda de Angra 1. A sétima cascata, a primeira do módulo 3, deverá entrar em operação até o final deste ano. Com isso, haverá um aumento de 25% da produção de urânio enriquecido, dando condições à INB de produzir cerca de 50% do necessário para uma recarga anual de Angra 1.
As restrições orçamentárias que, no passado, impactaram tão negativamente no desenvolvimento deste empreendimento estratégico para a INB, estão novamente impondo severas restrições ao ritmo das atividades. "Apenas em 31 de julho passado houve provisionamento de recursos orçamentários do Tesouro Nacional destinados a este projeto. A partir dessa liberação, houve algum progresso na liberação de recursos financeiros para o pagamento de despesas. Para 2018, vislumbra-se um cenário ainda mais desfavorável em termos orçamentários e financeiros”, informa o diretor Álvaro Alves Pinto. "Estamos cientes da situação atual. Isto não nos desanima. Um empreendimento deste porte e complexidade sempre está sujeito a este tipo de dificuldade. Estamos trabalhando para buscar alternativas que impeçam a interrupção completa das atividades e a consequente desmobilização de empresas e equipes técnicas envolvidas neste empreendimento. O prejuízo será enorme se isso ocorrer. Todos estão cientes disso. Não há um otimismo inocente, nem um pessimismo derrotista. Sabemos que tudo depende de nosso trabalho. E assim temos agido”, concluiu.