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Rafael Grossi vem ao Brasil e diz que Agência Internacional de Energia Atômica vai apoiar projetos nucleares no país

Fonte: PetroNotícias

O Petronotícias abre o noticiário desta segunda-feira (17) com uma entrevista exclusiva com o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi. O dirigente da instituição, ligada à ONU, estará no Brasil ao longo desta semana para uma série de atividades, incluindo a participação em uma audiência pública no Congresso Nacional e no evento Summer Institute. Grossi afirma que sua viagem ao país tem como objetivo reforçar o compromisso da agência com o desenvolvimento do setor nuclear brasileiro. Esse apoio, segundo ele, envolve "atividades ligadas à retomada da construção de Angra 3, a conclusão do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e ao aumento do uso de tecnologia nuclear e radioisótopos em áreas como saúde, meio-ambiente e agricultura". O diretor da AIEA também declara que está empenhado emprestar suporte ao Brasil na superação de desafios ou necessidades que a nação possa enfrentar na área nuclear. "Devo acrescentar, no entanto, que o país não é apenas beneficiário do apoio da Agência, mas também desempenha um papel de destaque a nível regional e até global, apoiando a formação de profissionais de outros países em diferentes áreas", completou Grossi.

O senhor poderia compartilhar conosco quais são os principais objetivos de sua viagem ao Brasil?

O Brasil é um país nuclear muito importante, com um setor nuclear desenvolvido. A motivação da minha visita ao Brasil é reiterar o compromisso da AIEA com o desenvolvimento da energia nuclear no Brasil em benefício da sociedade brasileira. Para este fim, a AIEA continuará a apoiar o programa nuclear civil do Brasil e as atividades em aplicações nucleares. Especificamente esse apoio envolve atividades ligadas à retomada da construção de Angra 3, a conclusão do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e ao aumento do uso de tecnologia nuclear e radioisótopos em áreas como saúde, meio-ambiente e agricultura. A AIEA está pronta para apoiar o Brasil.

De que forma a AIEA pretende apoiar o desenvolvimento do setor nuclear brasileiro?

A AIEA está empenhada em apoiar o Brasil na superação de desafios ou necessidades que o país possa enfrentar na área nuclear, que vão além da geração de energia elétrica e inclui ações nas áreas de saúde, meio ambiente e agricultura. Muitas dessas aplicações ainda são pouco conhecidas do grande público. O apoio da AIEA é fornecido através do seu programa de Cooperação Técnica, no qual o país desenvolve projetos nacionais além de participar de projetos regionais e até inter-regionais.

A AIEA também oferece missões de revisão por pares e de especialistas em áreas selecionadas pelo país. Além disso, profissionais brasileiros participam frequentemente de reuniões técnicas e conferências realizadas em Viena e, com isso, ficam atualizados em relação às boas práticas adotadas nas áreas de desenvolvimento tecnológico e segurança. Em suma, um portfólio muito amplo de oportunidades está disponível para o Brasil. Devo acrescentar, no entanto, que o país não é apenas beneficiário do apoio da Agência, mas também desempenha um papel de destaque a nível regional e até global, apoiando a formação de profissionais de outros países em diferentes áreas.

Na sua opinião, quais são os principais desafios enfrentados pelo setor nuclear brasileiro e como eles podem ser superados?

O Brasil fez grandes avanços no campo nuclear de uma forma geral. Exemplo disto pode ser visto pela operação confiável de suas instalações de geração de energia nuclear e por sua pesquisa de tecnologia nuclear de ponta. A nação tem um forte programa nuclear que inclui avanços na pesquisa de reatores e na produção de combustível nuclear. No entanto, existem obstáculos ao crescimento sustentável, incluindo a necessidade de construir mais infraestruturas, obter financiamento a longo prazo, defender a segurança nuclear e ganhar a confiança do público, demonstrando que a energia nuclear é segura, viável e pode contribuir para o crescimento económico e bem-estar social da população brasileira.

Por fim, poderia falar sobre sua participação no World Nuclear University Summer Institute e a importância deste evento?

O World Nuclear University Summer Institute é uma oportunidade fantástica para construir recursos institucionais e humanos nas indústrias nucleares brasileiras e internacionais. O evento promove o compartilhamento de conhecimento e o desenvolvimento de redes colaborativas entre profissionais de todo o mundo, o que é crucial para a inovação e o avanço contínuo. Prevê-se que os participantes irão adquirir competências avançadas e uma perspectiva global que poderão utilizar para promover o desenvolvimento de novas tecnologias nucleares e melhorar a operação e a segurança das instalações nucleares nos seus países de origem.

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