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Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

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IPEN e demais Institutos da CNEN apresentam os benefícios da Energia Nuclear durante a ExpoT&C na SBPC 2024

Usos da Tecnologia nuclear para preservação do meio ambiente, medicina conservação de alimentos e valorização de pedras preciosas serão apresentadas ao público

No período de 7 a 13 de julho de 2024, acontece, em Belém (PA), a 76ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento será realizado no Campus Guamá da Universidade Federal do Pará (UFPA) com o tema central: "Ciência para um futuro sustentável e inclusivo: por um novo contrato social com a natureza”.

Além de vasta programação científica, o evento conta com a realização da ExpoT&C, mostra de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) que reúne centenas de expositores, como universidades, institutos de pesquisa, agências de fomento, entidades governamentais, setor empresarial e outras organizações. A estimativa de público é de aproximadamente 6 mil visitantes por dia.

O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) em São Paulo, vai levar algumas aplicações da tecnologia nuclear para a exposição. O servidor Antônio Fernando Rodrigues Álvares, um dos responsáveis pela participação do Instituto na ExpoT&C, comenta que a ideia é fazer com que o público conheça o IPEN e suas atividades, bem como as demais unidades da CNEN presentes no estande, um dos maiores da ExpoT&C, junto ao da FINEP.

Entre as atrações deste ano, estão os trabalhos desenvolvidos pelo Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) na área de irradiação de alimentos por Cobalto-60, que é algo primordial para conservação dos alimentos, aumentando o tempo de prateleira e potencializando o papel do Brasil como exportador.

"A irradiação de alimentos, na prática, promove a redução de perdas da colheita, eliminação de insetos e parasitas, dando maior competitividade no mercado por meio do retardo do amadurecimento de frutas, mantendo suas propriedades nutricionais e aspectos de regulamentação no Brasil, técnica que o IPEN-CNEN realiza e domina. A ideia é desmistificar o medo sobre o uso da irradiação”, afirmou Wilson Calvo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN.

O IPEN-CNEN vai apresentar ainda os resultados dos experimentos e pesquisas com pedras irradiadas, para mostrar que algumas pedras, quando aquecidas ou submetidas à radiação gama, melhoram sua coloração com a tonificação da cor e durabilidade, agregando valor às gemas, tornando-as ideais para o mercado joalheiro. As pedras de quartzo, por exemplo, atingem um valor agregado médio em torno de 300%, e boa parte da produção mundial de pedras preciosas passa por tratamentos de beneficiamento.

"A tecnologia de irradiação contribui com esse processo de beneficiamento. Durante a irradiação, é gerado um defeito na estrutura cristalina do mineral (ou seja, na maneira como os átomos estão arranjados). O centro de cor passa a absorver determinados comprimentos de onda da luz visível, produzindo uma coloração no mineral”, explica Cyro Teiti Enokihara, pesquisador do CETER.

Meio ambiente

Para mostrar a aplicação da radiação na preservação do meio ambiente, o IPEN/CNEN vai levar a maquete da "unidade móvel para tratamento de efluentes”, equipada com um acelerador industrial de elétrons, que deverá iniciar as operações no segundo semestre de 2024. A unidade móvel, montada sobre uma carreta, vai funcionar como um laboratório móvel para atender demandas de indústrias.

Montada com equipamentos analíticos e um acelerador de elétrons, a unidade vai até à empresa (que pode ser uma fábrica de tecidos, tintas ou da área petroquímica), coleta, analisa e, por fim, aplica elétrons que vão degradar compostos orgânicos, tornando os efluentes menos degradantes ao meio ambiente, podendo, inclusive, reutilizar a água em novos processos.

Radiofármacos

Na área de saúde, especificamente medicina nuclear, o público da ExpoT&C vai conhecer a importância da Radiofarmácia do IPEN-CNEN – a única pública no Brasil, alguns elementos químicos utilizados (amostras ilustrativas) e um pouco sobre o processo de funcionamento dos geradores de tecnécio-99 (99mTc), amplamente utilizado em terapia e diagnóstico de tumores em diversos órgãos do corpo humano como coração, rins, tireoide, ossos, entre outros.

Ainda na área da medicina nuclear um esqueleto e um fantômas do corpo humano, em tamanho reduzido, serão utilizados para demonstrar alguns radiofármacos e suas possíveis aplicações, como a utilização do Iodo-131 (131I) para tratamento da Tireoide.

O público também poderá conhecer as oportunidades profissionais na área nuclear com informações sobre as profissões existentes na área. O objetivo é despertar o interesse dos jovens por uma possível carreira no setor nuclear. O propósito maior das atrações levadas pelo IPEN-CNEN é mostrar os benefícios da energia nuclear e como a tecnologia nuclear está presente na vida da população, em diversos segmentos do cotidiano.

Segundo Antonio Alvarez, o IPEN-CNEN deve contar com uma equipe de técnicos para acompanhar as exposições e realizar a cobertura jornalística do evento. O público da SBPC é sempre muito variado, de todas as idades e níveis, desde crianças em idade escolar até adultos com doutorado. Dependendo do interesse, a oferta de informações pode resultar em futuras colaborações com os especialistas e pesquisadores no Instituto.

"Nós levamos uma lista com o nome dos pesquisadores das diversas áreas para fazer esta ponte. Na SBPC passada, apresentamos o hidrogel que é feito no IPEN, para tratamento de queimaduras e leishmaniose, por exemplo, o que chamou atenção de pesquisadores do INPA, de Manaus, que também pesquisavam a leishmaniose, e ajudamos no contato entre eles. Este ano, vamos levar tecido humano irradiado e peles de tilápia usados na medicina”, adiantou Álvarez.

Para maiores informações sobre a SBPC acesse o site.

Programação científica da 76ª reunião da SBPC, aqui.

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