Equipamentos para obra de Angra 3 serão entregues até abril de 2018
*E em relação aos contratos com a Marinha? Quais são as novidades?
*Nós já fizemos alguns equipamentos do LabGen (Laboratório de Geração Nucleoelétrica) – o protótipo da parte do reator nuclear do futuro submarino de propulsão nuclear. Nós já entregamos alguns equipamentos e estamos confeccionando os demais. Acabamos de ganhar, recentemente, uma licitação do CTMSP (Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo), no valor de cerca de R$ 10 milhões, para fazer alguns equipamentos do LabGen.
Estamos fazendo diversas reuniões com vários estaleiros, interessados em construir a Corveta classe Tamandaré. Temos esperança de construi-la junto com algum estaleiro estrangeiro. Também temos interesse nos futuros navios de patrulha da Marinha. Isso nos daria trabalho para os próximos dez anos.
*Em que fase estão as conversas com estes estaleiros?
*Na última semana, assinamos um termo de confidencialidade com a Daewoo, estaleiro da Coreia do Sul. Estamos conversando com a Queiroz Galvão também e a Thyssen está marcando reuniões conosco.
*Como estão as entregas para a Marinha do Brasil?
*Estamos cumprindo o cronograma. Houve um atraso lá atrás, mas que está sendo recuperado. Já entregamos três submarinos e o quarto será entregue até o meio do ano que vem.
*Como estão os planos de buscar negócios no exterior?
*São contratos que demoram a ser efetivados. Até agora, por exemplo, não temos definido quem irá construir a usina Atucha III, na Argentina. Nós temos uma parceria com a Rosatom. Há o interesse, já fizemos inclusive algumas reuniões para poder construir alguns equipamentos para esta usina. Precisamos saber quem vai ganhar a licitação para construir a usina, para que possamos nos aproximar mais.
*Qual a expectativa com o setor nuclear brasileiro?
Como representante da Nuclep, tenho uma preocupação muito grande com o setor nuclear. Há uma indefinição muito grande, que gera uma expectativa em todo o segmento. A Nuclep não pode ficar esperando. Então, por isso que estamos buscando outras áreas de atuação, como o setor naval, para a sobrevivência da empresa. Como o futuro é muito incerto, não podemos esperar apenas pelo setor nuclear. A parte de petróleo e gás está difícil, porque a própria Petrobrás está lenta. Então, estamos partindo para a construção naval.
*A Justiça interveio recentemente no processo de sucessão da Nuclep. Como o senhor avalia isso?
*A empresa é subordinada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Então, houve uma indicação para os cargos da diretoria da empresa. O conselho de administração se posicionou, acatando as orientações do Ministério. Mas o sindicato dos empregados entrou com uma ação junto ao Ministério Público, que por sua vez acionou a Justiça. Tanto a Justiça Estadual como a Federal impediram a nomeação do novo presidente. O diretor comercial indicado, por ter cumprido todos os itens da lei 13.303, já assumiu. Nós temos hoje um diretor comercial e um diretor industrial. Eu estou como diretor administrativo e respondendo pela presidência interinamente. Aguardamos a nova indicação do novo presidente.