Clipping de Notícias
-
- 20/08/2015 - Ministro do MDIC defende fortalecimento do INPI para alavancar a inovação brasileiraDurante posse do novo presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, Luiz Otávio Pimentel, o ministro Armando Monteiro afirmou que acredita que o Instituto poderá contribuir para o avanço da política nacional de inovação. Atualmente, a concessão de patentes demora mais de 10 anos.
Durante posse do novo presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, Luiz Otávio Pimentel, o ministro Armando Monteiro afirmou que acredita que o Instituto poderá contribuir para o avanço da política nacional de inovação. Atualmente, a concessão de patentes demora mais de 10 anos.
Fonte: Jornal da CiênciaA propriedade industrial no Brasil é um dos principais gargalos da inovação. A demora para a concessão de patentes, atualmente, é estimada em 11 anos. Assim, as novidades desenvolvidas no País perdem competitividade. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, porém, acredita em uma reviravolta na área. Durante a posse do novo presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Luiz Otávio Pimentel, o representante do Executivo afirmou acreditar que o instituto vai contribuir para que a política nacional de inovação não tenha gargalos e possa avançar.
"Um INPI eficiente é um dos pilares para estabelecer um ambiente de propriedade intelectual adequado para os desafios do Brasil no mercado global, cada vez mais competitivo”, afirmou Monteiro. "Vamos rever processos, fazer melhor uso da tecnologia da informação e ampliar a cooperação internacional”, prometeu.
O titular do MDIC disse ser necessário buscar novos conceitos para a política industrial brasileira e que, para isso, o papel do INPI é fundamental. Armando Monteiro defendeu ainda o fomento da inovação como chave para o ganho de produtividade do setor industrial.
Novo presidente
Luiz Otávio Pimentel é doutor em Ciências Jurídicas, especializado na área de propriedade intelectual. As principais bandeiras defendidas por ele no INPI são atender à demanda para reduzir os prazos de análise em áreas como patentes e marcas e ampliar o conhecimento sobre a importância dos ativos intangíveis para o desenvolvimento econômico brasileiro.
Para alcançar essas metas, o INPI vai investir em parcerias, como a feita com o Escritório de Patentes e Marcas dos Estados Unidos, desenvolver projetos estratégicos e aprimorar a estrutura e os sistemas eletrônicos do instituto.
-
- 19/08/2015 - Greve no IPEN busca não prejudicar atividades ligadas à sociedadeParalisação teve início no segundo semestre e faz parte do movimento nacional de servidores federais contra o ajuste salarial
Paralisação teve início no segundo semestre e faz parte do movimento nacional de servidores federais contra o ajuste salarial
Fonte: Jornal do Campus
Em greve desde o dia 4 de agosto, os trabalhadores do Instituto de de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) estão mantendo suas principais atividades, apesar da situação atípica causada pela paralisação de parte da categoria. Pontos críticos, como a produção de radiofármacos, e outros que são relacionados à universidade, como as aulas para pós-graduação, não sofreram paralisações por decisão dos funcionários, acordada em assembleia.
Apesar de ocupar meio quilômetro quadrado dentro da Cidade Universitária, o Instituto éuma autarquia gerida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o que significa na prática uma independência em relação à Universidade e ao governo estadual. Além disso, o local não é aberto à comunidade uspiana por conta do manuseio de materiais nucleares, fazendo com que o potencial de integração entre os locais seja diminuído pelo acesso controlado. Contudo, existe uma relação entre o IPEN e a USP que se dá, em sua maior parte, através da pesquisa e das aulas de pós-graduação ministrada pelos pesquisadores do Instituto.
Essas aulas estão acontecendo normalmente e, até o momento, não houve queixa por parte dos alunos sobre paralisações, segundo a representante discente Juliana Pereira de Souza: "Até agora nenhum aluno veio me procurar para reclamar, mas imagino que se a greve persistir comecem a acontecer alguns problemas”. A questão da manutenção das aulas é explicada por Luis Genova, funcionário atuante no movimento grevista e secretário-geral da Associação dos servidores do IPEN (ASSIPEN): "Em relação a universidade é diferente. Nossa atividade fim aqui é a pesquisa, mas muita gente dá aula também. Foi decidido em assembleia que não valia a pena prejudicar os alunos”.
Genova ressalta que a categoria dos pesquisadores é a menos presente no movimento ainda que alguns tenham aderido à greve. A maioria dos paralisados são, em sua maioria, técnicos dos diversos laboratórios e funcionários administrativos. "Os laboratórios não ficam fechados, mas o complicado é que muitas vezes o pesquisador não sabe manusear o equipamento. A pesquisa não está totalmente parada, mas a situação também não está normal, caso contrário não haveria sentido em fazer greve”, aponta o secretário.
A paralisação faz parte do movimento de servidores federais contra o ajuste salarial de 21,3% parcelado em quatro anos, que foi proposto pelo governo. De acordo com a categoria, a medida é extremamente prejudicial para os trabalhadores, pois dilui o ajuste em um longo período de tempo e em porcentagem menor do que a inflação anual. A proposta da greve é pressionar o governo a oferecer um acordo que seja mais proveitoso para os servidores federais até o fim do mês, quando a proposta de reajuste será apresentada. "Nós somos parte do ajuste fiscal. A política do governo é jogar a crise em cima dos trabalhadores. Não existe nenhuma medida do governo que tenha repassado a crise pra quem tem dinheiro de fato”, completa Genova.
Mesmo com cerca de 37% dos trabalhadores aderentes ao movimento grevista, o Diretor de Planejamento e Gestão do IPEN, Dr. Willy Hope de Sousa, afirma que nenhuma atividade do Instituto está sendo comprometida com a paralisação. Para Genova, essa avaliação da diretoria se refere majoritariamente à fabricação de radiofármacos, uma vez que a produção do material foi mantida mesmo com a redução da mão de obra. Contudo, até mesmo operações mais emergenciais como essa podem ser afetadas caso a greve persista.
Por Beatriz Quesada
-
- 19/08/2015 - Greenpeace exige parada de reator nuclear próximo a vulcão no JapãoVulcão teve pequena erupção na madrugada desta quarta-feira (19). Sendai 1 é o único dos 48 reatores nucleares do país em funcionamento.
Vulcão teve pequena erupção na madrugada desta quarta-feira (19). Sendai 1 é o único dos 48 reatores nucleares do país em funcionamento.
Fonte: G1Uma pequena erupção foi registrada na madrugada desta quarta-feira (19) na região sudoeste do Japão, anunciou a agência nacional de meteorologia e a organização ecológica Greenpeace exigiu que interrompam imediatamente as atividades de um reator nuclear próximo do local, que foi reativado na última sexta-feira.
Em 15 de agosto, o nível de alerta do vulcão Sakurajima, na prefeitura de Kagoshima, foi elevado a 4 (em uma escala de 1 a 5), por causa de um repentino aumento dos movimentos vulcânicos (1.023 no dia 15).
O vulcão fica próximo da cidade costeira de Kagoshima, de mais de 600 mil habitantes, e a mil quilômetros a sudoeste de Tóquio. A central nuclear de Sendai, cujo reator número 1 foi religado em 11 de agosto, também está próxima.
Sendai 1 é atualmente o único dos 48 reatores nucleares do Japão em funcionamento, depois de obter todas as autorizações técnica e políticas.
Mas o Greenpeace insiste há tempos no risco vulcânico da região, perigoso para uma instalação nuclear.
"Com este aumento da atividade vulcânica, o reator Sendai 1 deve ser desligado imediatamente", afirmou o Greenpeace, em e-mail enviado à agência France Presse.
"Como a central de Fukushima não foi protegida da catástrofe de 11 de março (de 2011), a de Sendai não está pronta para enfrentar um desastre vulcânico", acrescentou.
A companhia reguladora da central, a Kyushu Electric Power, afirmou que o funcionamento da usina não está ameaçado e que, em caso de erupção do Sakurajima, serão tomadas as medidas necessárias para proteger as instalações. -
- 17/08/2015 - Minas Gerais na rota de nova usina nuclearMinas Gerais é o Estado com melhores condições para receber pelo menos uma das quatro usinas nucleares que estão previstas para o Sudeste até 2030. A afirmação foi feita pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ontem, durante o seminário “A Energia no Brasil e os desafios para o crescimento”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na sede da entidade. De acordo com declarações feitas pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na quinta-feira, o Brasil pode chegar a 2050 com 15 usinas nucleares.
Minas Gerais é o Estado com melhores condições para receber pelo menos uma das quatro usinas nucleares que estão previstas para o Sudeste até 2030. A afirmação foi feita pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ontem, durante o seminário “A Energia no Brasil e os desafios para o crescimento”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na sede da entidade. De acordo com declarações feitas pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na quinta-feira, o Brasil pode chegar a 2050 com 15 usinas nucleares.
Fonte: Hoje em Dia
Minas Gerais é o Estado com melhores condições para receber pelo menos uma das quatro usinas nucleares que estão previstas para o Sudeste até 2030. A afirmação foi feita pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, ontem, durante o seminário "A Energia no Brasil e os desafios para o crescimento”, realizado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na sede da entidade. De acordo com declarações feitas pelo Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na quinta-feira, o Brasil pode chegar a 2050 com 15 usinas nucleares.Segundo o presidente da EPE, duas regiões no Estado têm mais possibilidades de receber usinas. As localidades não foram informadas. "Uma usina desse tipo deve ficar próxima dos centros de consumo, ter disponibilidade de água e requer algumas normas de segurança”, afirma.Ele ressalta, ainda, que a construção de novas usinas nucleares está em análise. "É necessário conversar com a sociedade, com o governo”, explica.Na avaliação do coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Energético (Gesel) da UFRJ, Nivalde de Castro, o único empecilho para a construção de uma usina nuclear em Minas é o licenciamento ambiental. "Esse tipo de empreendimento utiliza muita água. E há risco de contaminação”, diz.A localização geográfica do Estado, no entanto, conta a favor, conforme ressalta Tolmasquim. Como várias linhas de transmissão passam ou estão previstas para passar por Minas no médio prazo, ele ressalta que será fácil escoar a energia para as demais regiões do Brasil. "Temos excesso de oferta de eólicas no Nordeste. Então, não faz sentido construir uma nuclear no Nordeste e usar uma linha enorme para trazer a energia para cá. Seria dinheiro jogado fora. Tem que fazer a nuclear perto dos grandes centros de consumo”, explica.A robustez das linhas de transmissão que passam pelo Estado também aumenta a confiabilidade da energia em Minas Gerais.
Potencial para enriquecimento de urânio segue subaproveitado
Além de complementar a matriz energética brasileira, a construção das usinas nucleares vai impulsionar a cadeia de enriquecimento de urânio no Brasil, que possui a sétima maior reserva do mineral do mundo, com 5,9% da disponibilidade mundial."Mas beneficiamos algo entre 30% e 40% do potencial. É muito pouco”, afirma o coordenador-geral do Grupo de Estudos do Setor Energético (Gesel), Nivalde Castro. O urânio é o combustível utilizado nas nucleares.Segundo levantamento da Eletronuclear, apenas na região Norte do país há um potencial de 500 mil toneladas a serem exploradas.Ainda de acordo com a estatal, as jazidas de Lagoa Real (BA) e Santa Quitéria (CE) somadas correspondem ao dobro de todas as reservas de gás da Bolívia ou a 40 anos de operação do gasoduto Venezuela-Brasil.E não é só em quantidade que o Brasil se destaca. Conforme ressalta o coordenador-geral do Gesel, o país possui tecnologia própria para o enriquecimento do metal. "Falta a demanda. Se as usinas forem construídas, elas destravarão um potencial enorme”, afirma.
Constituição
Depois de o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, defender, na última quinta-feira, uma mudança na maneira de construir as nucleares, foi a vez de o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, levantar bandeira a favor de maior participação do setor privado. Para isso, no entanto, é necessária uma alteração na Constituição.Na avaliação de Tolmasquim, a Lei das Licitações (8.666) engessa as contratações. "O ideal é que fosse criada uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para um investidor privado fazer as obras. Uma estatal poderia até operar as usinas, mas para construir é necessário a agilidade de um operador privado”, afirmou.
-
- 17/08/2015 - ABC e SBPC publicam manifesto sobre nanociências e nanoengenhariaA Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a SBPC publicaram manifesto em resposta aos relatos dos Projetos de Lei 5133/13 e 6741/13, ambos de autoria do deputado federal José Sarney Filho
A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a SBPC publicaram manifesto em resposta aos relatos dos Projetos de Lei 5133/13 e 6741/13, ambos de autoria do deputado federal José Sarney Filho
Fonte: Jornal da CiênciaCarta da ABC em resposta aos relatos dos Projetos de Lei 5133/13 e 6741/13:
Todas as tentativas de regulação da nanotecnologia, nos diferentes países, têm sido prejudicadas pela confusão sobre a sua definição. Há muitas definições e várias se referem ao estudo e controle de fenômenos e materiais em escalas de comprimento inferior a 100 nm.
A definição utilizada pela National Nanotechnology Initiative (NNI) dos Estados Unidos estabelece que "nanotecnologia é a compreensão e o controle da matéria em dimensões na faixa 1-100 nm, onde fenômenos únicos levam a novas aplicações. Abrangendo ciência, engenharia e tecnologia na nanoescala (1-100nm), a nanotecnologia envolve imagear, mensurar, modelar e manipular a matéria nesta escala de tamanhos.” A faixa preconizada nesta definição abrange os tamanhos de moléculas e de pequenas partículas formadas por átomos e moléculas pequenas, tendo, portanto, uma enorme abrangência.
Nenhuma definição estabelece que um nanomaterial tenha uma composição específica. Por isso, todas elas abrigam uma variedade enorme de tipos de nanomateriais, incluindo as nanopartículas orgânicas e biodegradáveis utilizadas nas áreas da medicina, cosmética e indústria alimentícia, que são muitas vezes constituídas de óleo, água e alguns outros componentes igualmente inócuos. Por exemplo, o leite materno e a maionese.
Existem ainda as nanopartículas e nanoestruturas metálicas e de carbono, utilizadas nas indústrias de catalisadores, de tintas e no tratamento de água pelos municípios, produção de caixas de som, remediação ambiental, indústria aeroespacial e em centenas de outros exemplos. Um terceiro tipo são os nanotubos e outros materiais constituídos basicamente por átomos de carbono, com aplicações potenciais na fabricação de LEDs, células fotovoltaicas, circuitos eletrônicos, baterias e usadas industrialmente na fabricação de telas touchscreen. Os computadores atuais são alimentados por microprocessadores que usam chips com estruturas que medem de 14 a 22 nanometros, que são importantes resultados práticos da nanotecnologia. A indústria farmacêutica já produz medicamentos baseados em nanomateriais para o tratamento de câncer e outras doenças, com resultados dramaticamente positivos e poucos efeitos colaterais. Um exemplo notável é o medicamento Abraxane para tratamento de câncer de mama metastático, aprovado pela FDA e autorizado para uso em dezenas de países. Este produto incorpora nanopartículas de albumina. Há também um produto para o tratamento de anemia grave, utilizando nanopartículas de ferro. Estes e outros resultados já obtidos com os nanomateriais em medicina estimulam uma grande atividade de pesquisa.
Os exemplos acima mostram que nanomateriais são estruturas fabricadas pelo homem, algumas delas há séculos, ao lado de outras produzidas pela natureza desde sempre, como o caso do leite materno, de bactérias sintetizadoras, de nanopartículas de óxidos de ferro e da ferritina, que armazena ferro no sangue de mamíferos. Em outras palavras, os nanomateriais não são uma invenção recente do homem e existem na natureza, desde há muito. Entretanto, os fabricantes de vitrais da Idade Média não sabiam que estavam produzindo nanomateriais, nem os formuladores de medicamentos no século 20.
A nanotecnologia tornou-se uma política prioritária do governo brasileiro no início da década de 2000, em função do seu enorme impacto na inovação. Foi tratada como área estratégica nos diversos programas estruturantes: o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI 2007-2010), a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP), a Estratégia Nacional para Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2012-2015) e o Plano Brasil Maior. Essas políticas fomentaram investimentos governamentais significativos com a criação de 17 redes temáticas, 16 INCTs e mais de 50 laboratórios nacionais com atuação na área de Nanociências e Nanotecnologia. O programa de subvenção econômica para empresas na área de nanotecnologia beneficiou cerca de 50 empresas entre 2006 e 2010 em áreas diversas como energia, biotecnologia, defesa e segurança pública, saúde, bens de capital, TICS, sociais entre outras.
Embora ainda tímida em comparação com outros países, o fortalecimento da área veio com o lançamento da iniciativa brasileira de nanotecnologia (IBN) em 2013, que é um marco para a área em termos de política de Estado, pois tem sua governança envolvendo dez ministérios. A iniciativa estruturou o Programa SisNANO com a criação de uma rede de oito laboratórios estratégicos e 18 associados que, usando a nanotecnologia como plataforma para a inovação, se propõe a oferecer respostas para desafios econômicos e sociais do país, a fortalecer a indústria, a criar empregos e, a longo prazo, a melhorar a qualidade de vida da população.
O país já começa a colher os frutos das políticas e dos investimentos em nanotecnologia. Os indicadores de desempenho do Brasil na área de nanotecnologia melhoram continuamente. Crescem a formação de recursos humanos, a produção científica, a criação de empresas start-ups e o lançamento de produtos no mercado. Destacam-se os produtos lançados no mercado na área cosmecêutica e os nanomateriais funcionais usados para remediação ambiental, incorporados em tecidos, em tintas, em plásticos e em sensores. Já contamos com 160 empresas, cerca de 6.000 estudantes e mais de 2.000 cientistas atuando em nanotecnologia e nanociência.
Como qualquer nova ou velha tecnologia, esta também tem riscos. Os seus riscos à saúde humana têm sido amplamente estudados, e os resultados mostram a inexistência de quaisquer riscos "nano-específicos”, embora estes sejam frequentemente mencionados em publicações que não têm base científica.
O Brasil tem mostrado competência em nanotoxicologia com muita responsabilidade e participa de iniciativas internacionais de alto nível, que se apoiam na fronteira do conhecimento, como é o caso dos projetos Europeus Nanoreg, que é um consórcio que envolve não apenas a Europa, como também inúmeros outros países. Além disso, são seis Redes de Pesquisa em nanotoxicologia financiadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e laboratórios do SisNANO que estão se capacitando para obterem certificação.
A comunidade científica brasileira está atenta aos possíveis riscos e tem produzido subsídios para a elaboração prudente de marcos regulatórios da nanotecnologia. Por isso mesmo a comunidade científica se opõe à criação precipitada de leis cujo resultado será o engessamento, injustificado e mal fundamentado, de uma área que é uma grande janela de oportunidades para o país.
Para que as políticas nacionais sejam responsáveis, protegendo a saúde da população brasileira e o meio ambiente e, ao mesmo tempo, estimulem as iniciativas de desenvolvimento econômico e estratégico do Brasil, a Academia Brasileira de Ciências propõe à consideração dos Senhores Deputados:
1. a retirada de pauta dos projetos de lei 741/13 e 5.133/13, de autoria do Deputado Sarney Filho, nas comissões em que está tramitando;2. a criação de um grupo de trabalho, no âmbito do Congresso, para o acompanhamento de iniciativas e políticas de regulação da nanotecnologia nos países desenvolvidos;3. a definição de uma instância envolvendo o Legislativo e o Executivo, e quanto a este notadamente o MCTI, para a atualização e consolidação das informações existentes, fornecendo aos poderes da República elementos para a tomada das medidas que garantam ao Brasil o máximo aproveitamento das oportunidades econômicas e estratégicas da nanotecnologia e a máxima proteção contra qualquer risco que ela possa criar.
Grupo de Estudos sobre Nanociências e Nanoengenharia Academia Brasileira de Ciências
Adley Forti RubiraAndre GalembeckAntonio Gomes de Souza FilhoFernando GalembeckHenrique Eisi TomaOswaldo Luiz AlvesPatricia Lustoza de SouzaRenato Machado CottaRicardo Bentes de Azevedo
-
- 17/08/2015 - Rebelo anuncia dinheiro do pré-sal para ciência e tecnologiaFonte: Jornal do BrasilO ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, esteve com o empresariado fluminense no Fórum de Defesa e Segurança da Firjan, no fim da semana passada, e fez um anúncio que deixou a todos mais animados em meio a um cenário de retração econômica do país. Rebelo disse ter obtido o compromisso da presidente Dilma Rousseff de destinar um percentual dos 50% restantes do fundo social do pré-sal para investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, principalmente na área de defesa e segurança (os outros 50% do fundo já estão comprometidos com a educação). "Já entreguei à presidenta proposta que regulamenta esse repasse", contou.
Outro pedido feito por Rebelo a Dilma foi de incluir a área de Ciência e Tecnologia no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). E os três eixos centrais de investimento, nesse caso, são na criação de um reator multipropósito, na segurança cibernética, e na área espacial.
Além disso, o ministro Rebelo se comprometeu com os empresários a lutar pelo descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o que tem sido um dos entraves para a ampliação dos investimentos no fomento à pesquisa e à inovação tecnológica no Brasil.
Nos últimos anos houve uma queda drástica nesses investimentos em pesquisa no país: reduziu de R$ 7,7 milhões, em 2012, para R$ 3,6 milhões, em 2015; menos da metade.
-
- 14/08/2015 - Concurso Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN): Previsão de 495 vagas para níveis médio e superior!Fonte: Gran CursosO pedido de concurso da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) para abertura de 495 vagas continua em análise no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP). De acordo com o departamento de comunicação do CNEN, ainda não há nenhuma novidade sobre a solicitação, que aguarda uma resposta do Planejamento desde junho do ano passado.
O órgão também informou que ainda não há informações mais detalhadas sobre o pedido de concurso. Entretanto, assim como dito anteriormente, os cargos requeridos devem ser os mesmos apresentados no processo seletivo de 2010, pois a seleção que ocorreu neste ano teve menos oportunidades e o prazo de validade foi menor.
Portanto, é provável que o pedido seja para as colocações de assistente em ciência e tecnologia, técnico, analista em ciência e tecnologia júnior, tecnologista, assistente de pesquisa e pesquisador (adjunto e associado).
Os cargos de assistente em ciência e tecnologia e de técnico requerem nível médio e/ou técnico. De acordo com a tabela de remuneração dos servidores federais de 2015, o salário inicial para o cargo de assistente é de R$ 3.410,57 e para o posto de técnico é de R$ 3.725,48, além das gratificações por qualificação, que podem chegar a R$ 1.762 no caso de assistente e a R$ 1.971 no caso de técnico.
Já as funções de analista e tecnologista necessitam de formação superior e pagam iniciais de R$ 5.890,71, podendo chegar a R$ 9.336,99 com o título de Doutor.
As carreiras de assistente de pesquisa isa e pesquisador também exigem nível superior. Os vencimentos da ocupação de assistente de pesquisa estão em R$ 6.578,58, podendo chegar a R$ 10.509,65 com o título de Doutor. Já os salários para pesquisador adjunto e associado são, respectivamente, R$ 7.356,02 e R$ 8.235,48 sem retribuição por titulação, podendo chegar a R$ 11.838,67 e R$ 13.347,27 com o título de Doutor. Todas as remunerações já incluem o auxílio alimentação no valor de R$ 373.
O órgão
Vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a autarquia foi criada pela lei n° 4.118, de 27 de agosto de 1962. Dentre suas atribuições, estão: colaborar na formulação da Política Nacional de Energia Nuclear; executar ações de pesquisa, desenvolvimento, promoção e prestação de serviços na área de tecnologia nuclear e suas aplicações para fins pacíficos conforme disposto na lei nº 7.781, de 27 de junho de 1989; e regular, licenciar, autorizar, controlar e fiscalizar essa utilização.
O órgão possui unidades em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Abadia de Goiás (GO), Recife (PE), Caetité (BA), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Angra dos Reis (RJ), Porto Alegre (RS), Resende (RJ) e Poços de Caldas (MG).
Detalhes:
Concurso: Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)Banca organizadora: A definirCargos: DiversosNúmero de vagas: 495Remuneração: Até R$ 13 milEscolaridade: Nível médio e superiorSituação: Previsto
-
- 14/08/2015 - Japão retoma fornecimento de energia atômica após 2 anos de blecaute nuclearFonte: UOLO Japão retomou nesta sexta-feira (14) a provisão de eletricidade gerada a partir de energia atômica depois que esta semana entrou em funcionamento a primeira central após dois anos de blecaute nuclear motivado pelo acidente de Fukushima.
A usina atômica de Sendai, ao sudoeste do país, começou hoje a gerar e fornecer eletricidade à proprietária da central, Kyushu Electric Power, embora suas operações comerciais só devam começar em setembro, informou a agência "Kyodo".
O reator número 1 da central foi reativado na terça-feira após superar os novos padrões de segurança mais estritos exigidos desde o ano passado pela Autoridade de Regulação Nuclear (NRA) por causa do desastre provocado pelo terremoto e tsunami de 2011 em Fukushima.
O acidente nuclear de Fukushima, o pior desde o de Chernobyl (Ucrânia) em 1986, motivou o blecaute dos 43 reatores em condições operativas do Japão.
A retomada de Sendai representa a primeira vez que o Japão conta com energia atômica desde setembro de 2013, depois que dois reatores da usina de Oi (oeste) foram reativados por um período de 13 meses perante a escassez de abastecimento elétrico na região de Kansai, a segunda mais povoada do país.
O governo japonês e as centrais elétricas do país impulsionaram a reativação das usinas que cumpram os novos padrões de segurança apesar da rejeição popular, perante o aumento de custos para produzir eletricidade por meio de fontes fósseis (as quais Japão deve importar em quase sua totalidade).
A Kyushu Electric Power espera que o reator 1 de Sendai esteja plenamente operacional no final de agosto e deve realizar a reativação do segundo reator da mesma usina em outubro.
-
- 13/08/2015 - Nota de Repúdio ao artigo “Is SciELO a Publication Favela?” de autoria de Jeffrey BeallBiblioteca eletrônica de periódicos científicos brasileiros, SciELO, manifesta-se contra blog do bibliotecário norte-americano que publicou texto acusando o portal de ser uma “favela de publicações”. Plataforma solicita aos editores de revistas brasileiras que expressem seu apoio e assinem o documento de repúdio.
Biblioteca eletrônica de periódicos científicos brasileiros, SciELO, manifesta-se contra blog do bibliotecário norte-americano que publicou texto acusando o portal de ser uma “favela de publicações”. Plataforma solicita aos editores de revistas brasileiras que expressem seu apoio e assinem o documento de repúdio.
Fonte: Jornal da Ciência"Nós, abaixo-assinados, editores de revistas científicas brasileiras, indexadas e publicadas pelo SciELO, repudiamos veementemente a tentativa de desqualificação do SciELO feita por Jeffrey Beall, publicada no artigo preconceituoso "Is SciELO a Publication Favela?” ao defender a ação dos grandes publishers comerciais. Embora seja compreensível a competição agressiva dos publishers internacionais com o SciELO buscando cooptar periódicos de qualidade para seus pacotes de serviços, a comunicação do sr. Beall tergiversa, ignora fatos e menospreza os avanços extraordinários do modelo exitoso de publicação em acesso aberto do SciELO.
O SciELO é o mais importante e inovador programa político, gerencial, técnico e acadêmico na evolução da editoração e da visibilidade nacional e internacional dos periódicos do Brasil e certamente para a maioria dos 15 países-membros da Rede SciELO.
Seu financiamento é liderado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), que se projeta internacionalmente como uma das mais avançadas e inovadoras agências governamentais de financiamento da pesquisa, e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal órgão de fomento à pesquisa do governo brasileiro. De forma idêntica, o SciELO recebe apoio de instituições públicas nos demais países da América Latina, na Espanha, em Portugal e na África do Sul.
O sr. Beall ultrapassou os limites da ética ao tentar depreciar gratuitamente a imagem exitosa do programa SciELO, razão pela qual merece nosso repúdio.”
Os editores interessados em expressar sua adesão, podem indicar seu nome e título do periódico no link: -
- 13/08/2015 - Atitude realista da Capes sobre a qualidade da pesquisa brasileiraFonte: Scientific American BrasilLigada ao Ministério da Educação, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) tem se mostrado mais realista em relação a muitos dos problemas da pós-graduação e da pesquisa do Brasil desde que teve início a gestão do climatologista Carlos Nobre, que assumiu a presidência da agência federal em maio.
Nesta semana, o novo dirigente da Capes contrastou de forma inequívoca com o discurso ufanista de todo o governo federal nos últimos anos, que vinha destacando o aumento do número de publicações de trabalhos científicos do Brasil, mas deixava completamente de lado a estagnação dos indicadores de qualidade dessa produção.
O presidente da agência foi categórico ao pôr o dedo nessa ferida na segunda-feira (10/8). Em reunião na sede do órgão em Brasília com coordenadores dos comitês assessores do órgão nas áreas de Ciências Biológicas III, Educação Física, Engenharias III, Geociências, História, Odontologia e Zootecnia, ele afirmou:
"A qualidade da produção no país tem crescido acima da média mundial, mas ainda é relativamente baixa. Temos áreas com qualidade na média ou acima da média mundial e outras áreas com um índice de impacto abaixo desta média. Não existem receitas prontas ou explicações fáceis para isso, temos que fazer considerações área por área. É preciso ouvir de vocês onde estão os obstáculos. Temos uma história de sucesso na pós-graduação, mas temos que qualificar a produção. Temos que tornar a produção científica e tecnológica mais relevante, com maior impacto para desenvolvimento social, atingindo os grandes desafios do século 21, como a sustentabilidade.”
O que surpreende também nessa declaração é ela ter sido divulgada por meio de nota oficial da própria Capes. O comunicado, destacou também a seguinte fala do engenheiro Arlindo Philippi Jr., diretor de Avaliação de agência, sobre os chamados indicadores de impacto do conjunto das publicações científicas, que medem aspectos importantes de qualidade.
"O Brasil está em 13º lugar no ranking da produção científica. Em termos de impacto, está em 18º. Enquanto economia mundial, estamos em 7º ou 8º. Temos que nos esforçar para que o impacto da produção seja compatível com relação ao crescimento numérico e à posição do país na economia.”
Impacto
Os índices de qualidade mencionados por Nobre e Filippi se referem diretamente ao impacto ou repercussão dos artigos científicos na comunidade científica internacional. Existem métricas para avaliar esse impacto, como a média de citações por artigo e também o impacto relativo, que é essa média em proporção à média mundial.
Em 1981, o Brasil havia publicado 2.100 artigos científicos em periódicos de padrão internacional. A repercussão desses trabalhos foi quantificada por meio do indicador de impacto relativo à média mundial de 0,55, como mostrado em reportagem em outubro do ano passado para a Folha de S. Paulo.
Fundamentada em dados da base Web of Science compilados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), essa mesma reportagem mostrou também que a produção científica do Brasil conseguiu alcançar no final do século 20 um patamar muito maior na quantidade, mas com um aumento muito discreto na qualidade. Em 2000, o país produziu 11.033 papers - o que corresponde a um aumento de 425%, ou seja, mais de quatro vezes maior -, com o indicador de impacto relativo à média mundial de 0,69 - um crescimento de 25,5%.
Desde o início deste século a quantidade da produção científica continuou crescendo, mas repercussão na comunidade científica internacional estagnou. A publicação de artigos em periódicos indexados chegou a 38.523 papers em 2013, mas seu impacto relativo à média mundial permaneceu na média de 0,69.
Esse índice brasileiro de 2013 está muito abaixo não só dos indicadores de países como o Reino Unido (1,88), Canadá (1,81) e Estados Unidos (1,80), mas também de emergentes asiáticos como China (1,36) e Coreia do Sul (1,31) e latino-americanos como Argentina (1,40) e México (1,39).
Mudança
Nos últimos anos, quase sempre que indicadores como esses apareciam na imprensa, a resposta do governo sempre foi evasiva, preferindo destacar programas e projetos em andamento. Desta vez, por conta própria, a atitude foi outra.
Há também informações ainda não oficiais de uma mudança positiva de atitude da Capes em relação à classificação de revistas científicas na sua plataforma Qualis Periódicos. A agência parece estar disposta a enfrentar o problema da presença nessa base dos chamados periódicos predatórios nessa base de dados que é consultada por professores universitários, pesquisadores e pós-graduandos brasileiros na escolha de revistas científicas para publicar seus artigos e também tem sido usada para instituições acadêmicas avaliarem o desempenho de seus docentes.
Resta saber como essas mudanças positivas acontecerão em face do cenário de contenção de investimentos do governo federal. Sejam como forem ou vierem a ser, elas são mais que bem-vindas.
-
- 12/08/2015 - Odebrecht, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão desistem de Angra 3Motivo seria inadimplência da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. As empresas estão entre as investigadas pela operação Lava Jato.
Motivo seria inadimplência da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. As empresas estão entre as investigadas pela operação Lava Jato.
Fonte: G1As construtoras Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa informaram nesta quarta-feira (12) que desistiram de participar do consórcio contratado para a construção da usina nuclear de Angra 3, devido à inadimplência da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras responsável pelo empreendimento, segundo a Reuters.
O G1 procurou a Eletrobras e a Eletronuclear, e aguarda retorno.
A construtora Camargo Corrêa informou que "formalizou para o Consórcio Angramon a solicitação de rescisão do contrato de participação nas obras de montagem industrial da usina Angra 3 em face do não pagamento pelo contratante dos serviços já executados."
A Odebrecht não quis se pronunciar. A assessoria de imprensa da Queiroz Galvão não pôde ser imediatamente localizada.
A Eletronuclear, a Queiroz Galvão, a Odebrecht e a Camargo Corrêa estão entre as empresas investigadas pela operação Lava Jato, que apura um escândalo de corrupção no país.
Odebrecht, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa faziam parte do consórcio Angramon, contratado para a montagem da usina nuclear e composto também por Andrade Gutierrez, UTC Engenharia, EBE e Techint.
Procuradas, a Andrade Gutierrez e a UTC Engenharia informaram que não irão se manifestar. O G1 procurou também a Techint, e aguarda retorno. A assessoria de imprensa da EBE não pode ser imediatamente localizada.
O consórcio Angramon disse, por meio da assessoria de imprensa, que não se manifestará em nome das consorciadas e nem sobre atrasos de pagamentos da Eletronuclear, informou a Reuters.
O contrato
O contrato de Angra 3 com o consórcio era de R$ 2,9 bilhões, em valores de fevereiro de 2013, e envolvia a montagem eletromecânica de sistemas da usina nuclear, com execução prevista em um prazo total de 58 meses, de acordo com a Reuters.
O negócio, porém, encontra-se sob ampla investigação. Em 31 de julho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) informou que a Camargo Corrêa fechou um acordo de leniência para confessar "acordos de fixação de preços, condições e divisão de mercado para frustrar o caráter competitivo do edital" de licitação de Angra 3.
Segundo o Ministério Público Federal, todas empresas do consórcio Angramon estão atualmente no alvo da Operação Lava Jato.
Em despacho que justificou pedido de prisão preventiva de executivos da Odebrecht pela Polícia Federal, o juiz Sérgio Moro disse que há indícios de que houve discussões referentes a propinas em Angra 3 quando as investigações já apareciam na imprensa.
De acordo com o juiz, a revelação foi feita por Dalton Avancini, ex-presidente da Camargo Corrêa. A empresa teria formado "cartel" junto às demais componentes do consórcio e "ajustado duas licitações... com pagamento de propinas a empregados da Eletronuclear", que teriam colocado na licitação cláusulas para restringir a concorrência e favorecer o grupo.
A usina nuclear de Angra 3, que havia sido paralisada em 1986, teve as obras retomadas em 2010, com previsão de entrega de energia em janeiro de 2016.
Segundo informações do site da Eletronuclear, a usina recebeu investimentos de R$ 4,6 bilhões até março deste ano, de um orçamento de R$ 14,8 bilhões. A estatal trabalha com a expectativa de que a planta inicie a geração de energia em dezembro de 2018.
-
- 11/08/2015 - Japão reativa a primeira usina nuclear após FukushimaReator obedece aos novos padrões de segurança estabelecidos depois de desastre em 2011
Reator obedece aos novos padrões de segurança estabelecidos depois de desastre em 2011
Fonte: VejaA usina nuclear de Sendai entrou em processo de reativação nesta terça-feira, mais de quatro anos depois do desastre em Fukushima. A central é a primeira a funcionar no Japão com os novos padrões de segurança estabelecidos após o acidente provocado pelo terremoto que atingiu o país em 2011. Na época, uma série de vazamentos na central de Fukushima colocou em xeque a segurança das usinas japonesas e provocou o desligamento gradual de todas as plantas nucleares do país.
Na manhã desta terça, funcionários da usina de Sendai retiraram as barras de controle que interrompiam o processo de fissão no reator 1 e reativaram a central atômica. O reator deve começar a gerar energia elétrica na sexta, com a retomada da exploração comercial no início de setembro, informou a companhia.
A reativação de Sendai conta com o apoio do governo do Japão, que defende a necessidade da retomada da energia nuclear para estimular o crescimento. O primeiro-ministro Shinzo Abe declarou na noite de segunda que a reativação é acompanhada de todas as medidas de segurança, que "devem ser a principal prioridade".
Mesmo assim, boa parte da população ainda se posiciona contra a energia nuclear, temendo novos desastres. Nesta terça, cerca de 200 pessoas protestaram em frente à usina de Sendai contra a reativação. Em Tóquio, também houve manifestação em frente ao parlamento do país.
Apesar dos protestos, outros quatro reatores já receberam o sinal verde da agência de regulação nuclear do Japão para serem reativados - incluindo um segundo reator em Sendai.
-
- 06/08/2015 - Institutos e unidades de pesquisa do MCTI planejam ação nacional em CT&IAs reuniões de planejamento e prospecção em CT&I são consequência das discussões iniciadas durante a 67ª Reunião Anual da SBPC, em julho deste ano
As reuniões de planejamento e prospecção em CT&I são consequência das discussões iniciadas durante a 67ª Reunião Anual da SBPC, em julho deste ano
A Subsecretaria de Coordenação das Unidades de Pesquisa (Scup/MCTI) deu início, nesta quarta-feira (5), a uma série de reuniões de articulação entre os institutos de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O objetivo é definir as diretrizes para o fortalecimento e a ampliação das unidades de pesquisa para os próximos quatro anos (2016-2019), contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico com foco na promoção da inovação na indústria brasileira.
Durante sete dias, diretores e representantes dos institutos e unidades de pesquisa do MCTI irão se reunir em Brasília para debater os temas vinculados a cada instituto. Chamados de temas integradores são eles: nanotecnologia, instrumentação, computação científica, terras raras, biomas, difusão e fármacos. A reunião do dia 5 teve como tema integrador a nanotecnologia.
Ao longo dos encontros, cada instituto e unidade de pesquisa dialogará sobre o andamento das ações que vem executando, metas, e a infraestrutura e orçamento necessários, a fim de projetar uma ação nacional de ciência, tecnologia e inovação (CT&I).
"Há uma necessidade de uma articulação, de uma sinergia e uma interação entre as unidades de pesquisa e, certamente, com outros ministérios, e nós vamos buscar isso a partir da discussão com vocês”, afirmou o subsecretário da Scup, Adalberto Fazzio.
Ação
As reuniões de planejamento e prospecção em CT&I são consequência das discussões iniciadas durante a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que aconteceu na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em julho deste ano. O ministro da Pasta, Aldo Rebelo, participou do encontro com os representantes das entidades vinculadas ao MCTI.
Na ocasião, Aldo Rebelo declarou que pretende, institucionalmente, ter uma vivência muito próxima com cada uma das entidades que compõe as ações do Ministério. "Transformar os convênios e acordos de cooperação feitos pelo MCTI em pesquisas, produtos e serviços é responsabilidade das instituições, são elas que constituem o núcleo do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, disse o ministro.
"É natural que, no âmbito da minha responsabilidade, eu deseje acompanhar de perto os desafios enfrentados para poder ajudar e apoiar os institutos a se desvencilharem das adversidades e problemas de qualquer ordem”, disse, citando como exemplo a recomposição do quadro de profissionais e o plano de carreira dos pesquisadores.
Participaram da reunião sobre nanotecnologia os diretores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Carlos Américo Pacheco, e do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), André Galembeck. Além de representantes do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia (Ibict) e do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNANO). -
- 06/08/2015 - Hiroshima faz minuto de silêncio no 70º aniversário de ataque atômicoRepresentantes de mais de 100 países participaram de cerimônia. Prefeito pediu que líderes mundiais lutem por mundo sem armas nucleares.
Representantes de mais de 100 países participaram de cerimônia. Prefeito pediu que líderes mundiais lutem por mundo sem armas nucleares.
Fonte: Portal de Notícias G1
Hiroshimalembrou nesta quinta-feira (6, horário local), com um minuto de silêncio, o 70º aniversário do lançamento da bomba atômica americana contra a cidade japonesa, em uma cerimônia que contou com a presença de representantes de mais de 100 países, um novo recorde.Milhares de pessoas ficaram em completo silêncio no Parque Memorial da Paz às 8h15 locais (20h15 de quarta-feira em Brasília), a hora exata na qual um avião americano disparou a primeira bomba nuclear da história a poucos metros de onde o ato era realizado, há 70 anos.
Entre os presentes estavam a embaixadora americana noJapão, Caroline Kennedy, a subsecretária de Estado dos EUA para o Controle de Armas e a Segurança Internacional, Rose Gottemoeller, assim como representantes de outras potências nucleares, como Reino Unido, França e Rússia.
Após o minuto de silêncio, o prefeito de Hiroshima, Kazumi Matsuiu, pediu ao primeiro-ministro do Japão, Shizo Abe, e a outros líderes mundiais como o presidente dos EUA, Barack Obama, que trabalhem "incansavelmente" para conseguir um mundo livre de armas nucleares.
Em seu discurso, Matsui afirmou que a cúpula de líderes do G7 que será realizada no próximo ano em Shima, na região central do Japão, representará "a oportunidade perfeita para divulgar uma mensagem conjunta sobre a abolição do armamento nuclear".
Além disso, convidou Obama a visitar as cidades bombardeadas pelos americanos, a conversar com os 'hibakusha' (nome que recebem no Japão os sobreviventes dos ataques nucleares) e "contemplar a realidade provocada pelo armamento atômico".
Ainda existem no mundo cerca de 15 mil bombas nucleares, completou o prefeito, pedindo à comunidade internacional para erradicar até 2020 esse tipo de arma "desumana e de maldade máxima".
O prefeito de Hiroshima também defendeu o caráter pacifista da Constituição japonesa, depois de o governo federal ter defendido uma polêmica mudança na legislação para permitir que o Exército do país tenha um papel mais ativo em nível global.
"O Japão deve promover o caminho rumo a uma paz verdadeira no mundo todo, através do exemplo representado pela constituição", ressaltou Matsui, filho de um "hibakusha".
Entre os milhares de presentes, havia 100 delegações de países ou organismos internacionais, o que representa a maior participação no evento, superando os 74 representantes que estiveram no 65º aniversário da tragédia, em 2010.
Em março, o número total de "hibakushas" que viviam no Japão ou residiam em outros países era de 183.519, praticamente a metade dos 372.246 que estavam vivos em 1980.
-
- 06/08/2015 - Feira Tecnológica Ipen-Cnen/SPFonte: Agência Fapesp
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) realizará, no dia 11 de agosto de 2015, a Feira Tecnológica Ipen-Cnen/SP. O evento faz parte da programação do 3º Workshop de Inovação Tecnológica, que será realizado de 10 a 12 de agosto.
Os objetivos da feira são apresentar tecnologias com lasers e suas aplicações e estabelecer novas parcerias entre o Ipen e o setor produtivo industrial por meio da transferência de tecnologia. Cinco apresentações e uma rodada de negociações estão programadas para o evento.
O pesquisador Wagner de Rossi apresentará o processo de "Funcionalização de superfícies com laser”, que poderá gerar parcerias para o desenvolvimento de aplicativos específicos. "Lasers de estado sólido” é o tema que será abordado por Niklaus Ursus Wetter.
A organização do evento é do Núcleo de Inovação Tecnológica do Ipen (NIT-Ipen). Treze empresas já confirmaram presença.
As atividades ocorrerão no Auditório Rômulo Ribeiro Pieroni, bloco A, no Ipen, localizado na Av. Prof. Lineu Prestes, 2242, Cidade Universitária, em São Paulo.
Inscrições e mais informações: https://sites.google.com/site/nitipensp/home e nit@ipen.br.
-
- 05/08/2015 - Pesquisadores compartilham estudos de materiais vítreos e vitrocerâmicosObjetivo é proporcionar o acesso dos participantes às principais ferramentas e técnicas utilizadas pelos pesquisadores do CEPID
Objetivo é proporcionar o acesso dos participantes às principais ferramentas e técnicas utilizadas pelos pesquisadores do CEPID
Fonte:Farol Comunitário
Os mais de 100 participantes brasileiros e estrangeiros da Advanced School on Glasses and Glass-Ceramics (G&GC), que ocorre de 1o a 9 de agosto, em São Carlos (SP), têm a oportunidade de acessar o maior banco de dados de propriedades de materiais vítreos do mundo, o SciGlass, com aulas teóricas e práticas para manuseio do software, além de conhecer as estratégias de pesquisa utilizadas peloCentro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros(CeRTEV, na sigla em inglês), um dosCentros de Pesquisa, Inovação e Difusão(CEPIDs) da FAPESP.
O evento é realizado pelo CEPID no âmbito daEscola São Paulo de Ciência Avançada(ESPCA), modalidade de apoio da FAPESP, em parceria com o Departamento de Engenharia de Materiais, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
De acordo com Edgar Dutra Zanotto, coordenador do CeRTEV e da G&GC, o objetivo é proporcionar o acesso dos participantes às principais ferramentas e técnicas utilizadas pelos pesquisadores do CEPID nos estudos de materiais vítreos e vitrocerâmicos.
"Trata-se de um software muito poderoso com um banco de dados com 400 mil composições de vidros e informações sobre propriedades como densidade, expansão térmica, viscosidade e velocidade de cristalização, entre outras. Com o mecanismo de metabusca e interações múltiplas, é possível ainda inferir propriedades que não foram determinadas a partir daquelas já medidas”, explicou.
Zanotto disse ainda que alguns pesquisadores do CeRTEV utilizam o banco de dados desde sua primeira versão, há mais de 20 anos, em estudos de propriedades específicas dos materiais e na concepção de vidros com combinações desejáveis de várias propriedades.
As aulas são ministradas por um dos desenvolvedores do software, Alexander Priven, da Corning Korea Glass Technologies, que liberou o acesso dos participantes ao banco de dados durante o evento.
Priven explicou que com o software é possível ter acesso a praticamente todas as propriedades físicas e químicas de vidros disponíveis internacionalmente, com descrições sobre sínteses e procedimentos de medição.
"Por meio das aulas os participantes poderão compreender as bases dos mais de 100 métodos computacionais disponíveis para calcular essas propriedades, podendo definir aqueles que melhor se adequam às necessidades do estudo e à composição de vidro estudada”, afirmou.
Além do treinamento com o banco de dados, são realizadas tutorias com pesquisadores do CeRTEV ao longo da semana. Em encontros diários os estudantes interagem entre si, com a supervisão dos pesquisadores, para idealizarem um projeto de pesquisa que será apresentado ao final do evento.
Em nível molecular
Os participantes também assistiram a apresentações sobre as bases científicas de técnicas utilizadas no CeRTEV como a ressonância magnética nuclear e a espectroscopia Raman aplicada a materiais vítreos, para obtenção de informações em nível molecular dos vidros.
"Parte da programação da G&GC tem o objetivo de desvendar os detalhes da estrutura desses materiais, tratando do entendimento das correlações entre estrutura molecular, processos dinâmicos e as propriedades dos vidros. Essas estruturas controlam os processos dinâmicos – difusão, fluxo viscoso, relaxação e cristalização – e as propriedades ópticas, elétricas, térmicas, bioquímicas etc.”, contou Zanotto.
Entre as ferramentas com esse fim, o CEPID conta com três espectrômetros financiados pela FAPESP, sendo o mais recente um do tipo Raman, que, combinado com a microscopia de força atômica, possibilita fazer análises de materiais em escala nanométrica.
"É um efeito de para-raios. A ponta que faz a análise no microscópio de força atômica é nanométrica e condutora – quando incide luz sobre ela, o campo elétrico da luz laser que vai interagir com o material em estudo fica intensificado, amplificando o sinal Raman na região e possibilitando a análise de nanopartículas”, explicou Paulo Sergio Pizani, professor do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET) da UFSCar e pesquisador do CeRTEV.
Pizani apresentou os fundamentos físicos da técnica, explicando como a luz interage com a matéria e por que ocorre o chamado espalhamento Raman, efeito descoberto pelo físico indiano Chandrasekhar Raman e que ocorre quando radiações luminosas interagem com as vibrações dos átomos que formam o material estudado.
"A luz que é espalhada no material em estudo sai com uma cor diferente, e a diferença entre ela e a luz incidente traz informações importantes do que acontece dentro do material, como a cristalização em vidros, um dos alvos de pesquisa do CeRTEV”, explicou.
O conhecimento sobre quão cristalizada está uma matriz vítrea é importante para definir as propriedades térmicas e mecânicas de um material vitrocerâmico, um vidro dentro do qual foram cristalizadas pequenas regiões. Dependendo do tamanho e da distribuição – se na superfície ou no volume, por exemplo – é possível definir as propriedades do material.
De posse dessas informações, os pesquisadores investigam o desenvolvimento de novos materiais com diversas aplicações, desde dispositivos para armazenamento de energia a materiais médicos e odontológicos, como o biosilicato, vitrocerâmico desenvolvido pelo CeRTEV com acapacidade de aderir a ossos, dentes e cartilagens.
Pizani também falou das pesquisas com cerâmicas ferroelétricas, materiais utilizados como transdutores, que transformam uma forma de energia em outra, e estão presentes em aparelhos celulares, memórias não voláteis, sensores de temperatura e radiação e diversas outras aplicações.
Um dos objetivos, de acordo com o pesquisador, é atribuir propriedades ópticas a esses materiais.
"Materiais ferroelétricos à base de titanato de chumbo, titanato de bário, titanato de estrôncio e cálcio são muito importantes e já muito usados comercialmente. A ideia é tornar esses materiais opticamente ativos adicionando elementos de transição da tabela periódica, como níquel, magnésio, manganês, cromo, conferindo luminescência a eles”, contou.
A programação da G&GC segue até o domingo, quando os participantes apresentarão propostas de pesquisas em materiais vítreos e vitrocerâmicos utilizando os conhecimentos e técnicas transmitidos ao longo do evento.
Mais informações emwww.certev.ufscar.br/slideshow/g-cc-brasil.
Diego Freire | Agência FAPESP
-
- 05/08/2015 - Eletronuclear recebe pedido de demissão de presisenteFonte: Exame
A Eletrobras informou nesta quarta-feira, 5, que a controlada Eletronuclear recebeu do vice-almirante Othon Luiz Ribeiro da Silva o pedido de demissão do cargo de diretor presidente da empresa. Até então, ele estava licenciado.
Silva foi preso temporariamente, depois que foi deflagrada a 16ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Radioatividade, que apura irregularidades em contratos da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras que opera as usinas termonucleares Angra 1 e Angra 2 e constrói Angra 3.
Desde abril, quando surgiram as primeiras evidências de irregularidades, o executivo não recebia rendimentos.
O ex-dirigente justificou o pedido de demissão como sendo a melhor forma para buscar a defesa de seus direitos sem causar prejuízos aos interesses da Eletronuclear, bem como buscando preservar a independência dos procedimentos da investigação em curso.
De acordo com comunicado da Eletrobras, o atual diretor de Operações da Eletronuclear, Pedro José Diniz de Figueiredo, permanecerá interinamente como diretor presidente da Eletronuclear.
Ontem, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, noticiou que, segundo fonte, o conselho de administração da Eletronuclear decidiu, em reunião na última sexta-feira, solicitar mais informações ao departamento jurídico a respeito das denúncias na companhia, antes de tomar medidas mais contundentes.
O colegiado também solicitou atualizações ao escritório anglo-americano Hogan Lovells, que foi contratado em junho para fazer uma investigação interna.
Segundo a fonte, o resultado da auditoria é esperado para ser entregue em setembro.
-
- 04/08/2015 - Sobreviventes da bomba atômica no Japão criticam retomada de energia nuclear
Fonte: Jornal Extra
Quando Atsushi Hoshino buscou reavivar há 30 anos um grupo que representava sobreviventes da bomba atômica na área rural japonesa de Fukushima, no nordeste do Japão, um tópico ainda era tabu: criticar a indústria de energia nuclear que empregava muitas pessoas.
Isso mudou dramaticamente após 11 de março de 2011, quando um grande tsunami devastou a usina nuclear de Fukushima Daiichi, ocasionando derretimento de núcleos, espalhando radiação e forçando dezenas de milhares de residentes a deixar suas casas.
"Até então... eu me sentia de alguma forma desconfortável sobre energia nuclear, mas não o suficiente para me opor a ela. Na verdade, eu estava em uma situação onde não era possível me opor a ela", disse Hoshino, de 87 anos, à Reuters, em sua casa na Cidade de Fukushima, a cerca de 60 quilômetros de Fukushima Daiichi, a primeira usina nuclear comercial do país quando tornou-se operacional em 1971.
Agora, Hoshino, um sobrevivente da tragédia de 6 de agosto de 1945, dia do ataque nuclear dos Estados Unidos contra Hiroshima, está entre a maioria dos japoneses que se opõe ao plano do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, de reativar os reatores desligados após o desastre de 2011.
A usina de Sendai, da Kyushu Electric Power, no sudoeste do Japão, deve voltar a operar em 10 de agosto pela primeira vez em quase dois anos.
"Acredito que por conta do risco da energia nuclear e o fato de que seres humanos não podem controlá-la ter se tornado claro, nenhum dos reatores deveria ser religado", afirmou Hoshino.
O presidente do grupo de sobreviventes da bomba atômica em Fukushima, Akira Yamada, disse ter chegado a uma conclusão semelhante. Mesmo assim, ambos estão receosos de comparar os riscos da energia nuclear com o horror de armas atômicas.
"Há uma diferença entre o uso militar e o uso pacífico", disse Yamada, que, assim como Hoshino, tornou-se professor na universidade de Fukushima após a guerra.
Setenta anos após os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, as experiências dos sobreviventes idosos permanecem cauterizadas em suas memórias.
Hoshino eram um estudante do ensino médio quando um avião norte-americano lançou uma bomba atômica sobre Hiroshima, matando cerca de 140.000 pessoas até o fim do ano. Três dias depois, uma segunda bomba nuclear foi lançada sobre Nagasaki.
Em 15 de agosto, o Japão se rendeu.
-
- 04/08/2015 - Startups de não alunos faturam até R$ 9 milhões em incubadoras de universidades públicasAcesso a laboratórios, consultorias e proximidade com grandes empresas são algumas das vantagens desses centros de desenvolvimento empresarial
Acesso a laboratórios, consultorias e proximidade com grandes empresas são algumas das vantagens desses centros de desenvolvimento empresarial
Fonte: DCI
SÃO PAULO - Muitas instituições de ensino superior públicas mantêm incubadoras de negócios que aceitam projetos de quem não é aluno. O caminho para ingressar nesses centros de desenvolvimento empresarial normalmente é por meio de edital. Mas há universidades que têm processos seletivos contínuos. Projetos de base tecnológica e inovadores são prioridades nas escolhas.
Esses espaços são oportunidades para os empreendedores que não contam com muitos recursos para desenvolverem suas startups. Mensalidades que vão desde R$ 80 para a pré-incubação a até pouco mais de R$ 2 mil, em pós-incubação, são os custos para aproximar as empresas do conhecimento acadêmico e também do mercado e investidores.
"O empreendedor passa a conviver em um ambiente rico em oportunidades", garante o coordenador da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Incamp) em São Paulo, Walter Wascheck Neto. Ele se refere à estrutura oferecida pelas instituições, como laboratórios completos e dedicados, acesso às pesquisas e pesquisadores e baixo custo de manutenção das empresas em relação à instalação fora das incubadoras.
Há outras vantagens que contribuem muito para a evolução dos projetos. A gerente do Centro de Empreendedorismo e Incubação do Programa de Incubação de Empresas (CEI-Proine) da Universidade Federal de Goiás, Emília Rosângela Pires da Silva, destaca os serviços estratégicos de consultorias, capacitações, a rede de contatos e a participação em eventos.
"É vital para alavancagem da empresa nos dois primeiros anos", diz o diretor-executivo do Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Sérgio Risola. O especialista acrescenta que gigantes da tecnologia, como Google e Facebook, sempre ficam de olho nos projetos das incubadoras.
Na mira das grandes
Outra vantagem, pontua Risola, é a busca que as grandes corporações têm feito nas incubadoras de instituições públicas. Isso porque o custo para essas companhias em troca do benefício, muitas vezes, é bem menor ao criar parcerias comerciais com startups do que ao investir em pesquisa e desenvolvimento. Companhias como a General Motors e Mercedes-Benz são exemplos de empresas que têm procurado parceiros dentro do Cietec, revela o especialista.
William Carnicelli é um exemplo de empreendedor que não pertencia ao mundo acadêmico e atingiu resultado relevante dentro de uma incubadora de instituição pública de ensino. Sua empresa, Alpha Br, foi incubada no Cietec. "Ele veio de fora, usou um bocado do conhecimento daqui dentro e, com a Alpha Br, chegou a faturar R$ 9 milhões no ano passado", conta Risola.
A proposta da Alpha Br é desenvolver tecnologia para a produção de fármacos de alto valor agregado. "Com 12 ou 13 pessoas, eles desenvolveram um princípio ativo para um tipo de remédio ansiolítico aqui dentro", resume Risola. A ideia inovadora inicial se transformou em uma solução para que a indústria farmacêutica substitua os gastos e a burocracia da importação.
Custos
Como a Alpha Br, todas as instaladas no Cietec, atualmente 120 empresas, desembolsam, por mês, R$ 600 para pré-incubação. Para a incubação, são no mínimo R$ 2 mil mensais. Quando as companhias são graduadas, ou seja, atingem estágio suficiente para caminhar sem o amparo da incubadora, contribuem com 2% do faturamento pelo mesmo período em que usufruíram dos recursos do centro de fomento.
Risola destaca que há ainda a possibilidade de pós-incubação, para as empresas que já estão graduadas e ainda dependem, de alguma maneira, da estrutura do Cietec. Neste caso, as mensalidades ficam pouco maiores e também há uma alíquota de 2% sobre o faturamento. Ao todo, é possível ficar instalado nas dependências do centro por sete anos.
Na Proine, da UFG, as três fases da incubação custam entre R$ 80 e R$ 561 mensais inicialmente. A incubadora acolhe as startups por até sete anos. Segundo Emília, o processo seletivo também é regido por editais e os projetos devem "estar relacionados com as áreas de atuação da UFG". A instituição de ensino registra 54 empresas incubadas, 24 delas de não alunos.
Na Incamp, 20 projetos foram aprovados para incubação, 15 estão instalados e os demais em fase de formalização. Cinco dessas empresas são de empreendedores de fora da Unicamp, explica Wascheck Neto. Entre elas estão a AiderNano, na área de nanotecnologia, a InovaFI, de tratamento de efluentes gasosos industriais, e a Processium, de processos químicos. O preço para ser incubado varia entre R$ 350 a R$ 750 por mês, diz o coordenador.
O custo é pouco menor para a incubação na Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais. A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica (Inbatec) cobra mensalidades desde R$ 80, para empresas incubadas em espaços compartilhados,a R$ 200, para locações individuais, tanto para alunos quanto empreendedores de fora.
Há quatro áreas de atuação pré-definidas para as startups, explica a gerente operacional e administrativa da Inbatec, Raphaela Silva Ribeiro: agronegócio, biotecnologia, gestão ambiental e tecnologia de informação. A seleção é realizada mediante edital.
Seleção e áreas de atuação
Na Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), não há vagas neste momento, mas há previsão para novo edital ainda neste mês de agosto, diz a coordenadora, Regina Faria. Ela conta que, normalmente, não há temas definidos, mas a locação "é voltada para empresas inovadoras, de base tecnológica e que tenham potencial de interação com a universidade".
A instituição fluminense acolhe 31 startups. Entre as empresas incubadas na Coppe estão a GT2 Energia, que desenvolve solução robótica para inspeção visual de caldeiras de indústrias, e a Petcell, com o objetivo de ser o primeiro laboratório de células-tronco para uso veterinário no estado.
Na Incubadora de Empresas da Universidade Estadual do Ceará (IncubaUECE), há limites para a participação de projetos inovadores que não sejam de estudantes, destaca a coordenadora executiva, Maria José Barbosa Gomes. As startups ou empresas também podem pertencer a idealizadores não alunos, porém é necessário ter vínculos com as áreas de biotecnologia ou energias renováveis.
A Universidade de Brasília (UnB), com a Multincubadora do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico, e a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), com a Pantanal Incubadora Mista de Empresas (Pime), também aceitam projetos de empreendedores de fora das instituições. Ambas dão prioridade para projetos de base tecnológica.
Pedro Souza
-
- 04/08/2015 - Novo corte por conta do ajuste fiscal retira R$ 350 milhões do MCTIO corte ao Orçamento da União também afetou substancialmente o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que inclui dois programas considerados estratégicos para a ciência nacional: o Projeto Sirius e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)
O corte ao Orçamento da União também afetou substancialmente o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que inclui dois programas considerados estratégicos para a ciência nacional: o Projeto Sirius e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)
Fonte: Jornal da CiênciaA data limite imposta pelo governo para a divulgação do novo corte ao Orçamento da União foi respeitada. Na noite de quinta-feira, 30 de julho, foi publicada uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) com o demonstrativo do contingenciamento. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) perdeu outros R$ 350 milhões para serem executados neste ano.
Em maio de 2015, a pasta perdeu R$ 1,844 bilhão dos R$ 7,311 previstos. Dos R$ 5,467 sobressalentes é que foram retirados os R$ 350 milhões. Assim, sobram R$ 5, 104 bilhões para o MCTI executar. Com o novo contingenciamento, se confirma a previsão feita antes do primeiro corte, de que a pasta perderia 30% do executável previsto para este ano.
O principal atingido pela nova demanda foi o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que perdeu R$ 2,055 bilhões. Nele estão inseridos dois programas considerados estratégicos para a ciência nacional: o Projeto Sirius e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), cada um tendo acesso a R$ 1,5 bilhão. Não foram explicitados, porém, quais planos serão contingenciados.
Outras pastas
O Ministério da Defesa perdeu mais R$ 300 milhões, mas ainda terá acesso a R$ 16, 627 bilhões para utilizar neste ano. Os custos da pasta reduziram nesta semana, após o ministro Jaques Wagner renegociar os juros com o governo sueco para a aquisição dos caças Gripen NG.
Já o Ministério das Comunicações (MiniCom) teve retidos R$ 276 milhões. Assim, ele terá direito a utilizar menos de R$ 1 bilhão. A conta final fechou em R$ 778,2 milhões a serem executados em 2015.
Não atingiu todos
Entretanto, ao contrário do que havia afirmado o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, a tesoura não afetou todos os ministérios. Alguns passaram incólumes, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC); o Ministério do Meio Ambiente (MMA); e o Ministério de Relações Exteriores (MRE).
"O bloqueio dos valores primou pela qualidade do gasto público, de modo que não houve um corte linear e alguns ministérios não foram contingenciados. Também foram consideradas as particularidades de cada política e de cada órgão, além do ritmo de execução das obras em andamento”, diz nota divulgada pelo Ministério do Planejamento.
Clique aqui para ler a carta enviada pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) oferecendo apoio ao MCTI na luta contra os cortes dos recursos para a ciência.