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- 04/08/2015 - IPEN obtém laser com eficiência inéditaNd:YLF - Eficiência de conversão da potência recebida é a maior já registrada para equipamentos do gênero e foi conseguida sem acréscimo de componentes caros ou de procedimentos complexos
Nd:YLF - Eficiência de conversão da potência recebida é a maior já registrada para equipamentos do gênero e foi conseguida sem acréscimo de componentes caros ou de procedimentos complexos
Fonte: Site Inovação Tecnológica
Um desenho inovador possibilitou aos físicos Niklaus Wetter (IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e Alessandro Deana (Universidade Nove de Julho) obterem um laser com 60% de eficiência.
Esta é a maior eficiência já registrada no mundo para equipamentos do gênero.
O resultado foi obtido apenas reconfigurando a geometria de um laser de Nd:YLF (fluoreto de ítrio e lítio dopado com neodímio), sem acrescentar componentes caros e complexos ao equipamento original.
O resultado é um laser muito compacto, robusto e leve, adequado para aplicações em satélites e outros dispositivos móveis, como aqueles que empregam a tecnologia lidar (light detection and ranging), uma espécie de radar de luz.
"A eficiência que obtivemos, de 60%, foi a melhor já reportada para esse tipo de cristal. Significa que mais da metade da potência utilizada para fazer o equipamento funcionar se converte em luz laser, produzindo um feixe de altíssima qualidade", disse Wetter.
Lasers antigos
O pesquisador lembra que os lasers antigos, utilizados até o início dos anos 1990, eram equipamentos de grande porte e baixíssima eficiência. No caso dos lasers a gás, que emitiam na faixa da luz visível, menos de 1% da energia recebida era convertida em feixe laser, sendo mais de 99% transformados em calor.
"Isso exigia sistemas de refrigeração enormes e edificações anexas ao prédio onde estava o equipamento para acomodar o sistema de refrigeração. Para gerar 10 watts de luz era necessário remover milhares de watts de calor," disse Wetter.
Muitas melhorias foram feitas ao longo dos anos e os lasers de estado sólido dopados com neodímio tornaram-se as melhores opções quando o objetivo era conciliar alta potência com alta qualidade, mas a eficiência não passava de 10%. A eficiência melhorou muito, chegando a 50%, com o advento do laser de diodo de alta potência. A tradicional lâmpada de bombeamento, que era ineficiente, saiu de cena e foi trocada pelo diodo.
Cirurgia no laser
"A intensidade do feixe laser obedece radialmente a uma distribuição gaussiana. Isto é, a maior intensidade está na linha central, e seu valor decai do centro para a periferia do feixe. O que fizemos foi potencializar esse cerne mais intenso do feixe por meio de uma reconfiguração geométrica", disse Wetter.
A novidade introduzida foi fazer o polimento do cristal não apenas nas faces de entrada e saída do feixe, mas também em uma das laterais e direcionar o feixe para a superfície lateral polida, onde ele sofre reflexão interna total. Com essa reflexão, o cerne do feixe é exposto e então recebe o bombeamento pelo diodo.
"É como se abríssemos o feixe de laser com um bisturi e entregássemos nosso aporte de energia exatamente no meio, onde a intensidade é máxima", comparou o pesquisador.
Embora esse artifício propicie a alta eficiência do laser como um todo, ele não garante a qualidade do feixe. Para obter um feixe de excelente qualidade, a dupla recorreu a um procedimento adicional, que foi fazer o feixe incidir uma segunda vez na superfície de bombeamento, a uma distância muito bem calculada da incidência inicial. A vizinhança das duas linhas impede que o feixe laser se alargue, perdendo qualidade.
Prático e útil
O pesquisador ressaltou que a reconfiguração que fez teve em vista o mercado brasileiro, evitando a dependência de insumos caros, sistemas complexos de bombeamento ou cuidados especiais com o isolamento térmico em relação ao ambiente.
"Nosso equipamento é um laser pequeno e robusto, que pode ser operado em qualquer lugar, sem a necessidade de um ambiente com controle de temperatura ou vácuo. Existem até lasers mais eficientes, mas estes exigem materiais especiais, muito caros. O melhor da atualidade, um laser de itérbio, alcança em torno de 80% de eficiência, porém precisa ser refrigerado à temperatura de 78 Kelvin (menos 195 graus Celsius, aproximadamente), que, obviamente, não é uma coisa prática," disse Wetter.
Em vez de funcionar continuamente, o equipamento emite pulsos curtos muito intensos, de 7 a 8 nanossegundos de duração e mais de 1 milijoule de energia, em intervalos de 1 milissegundo. "A alta intensidade possibilita uma série de efeitos, como, por exemplo, a geração de segundo harmônico. Isso faz com que o laser, que normalmente opera no infravermelho próximo, passe a operar também na faixa da luz visível, na cor verde."
Uma das utilizações do laser verde é a remoção de tatuagens em dermatologia. Mas os usos são muitos e diversificados: desde a pesquisa ambiental, com a emissão de pulsos na atmosfera e o recolhimento da luz espalhada para o rastreamento de poluentes, à gravação de peças na indústria.
A técnica lidar, por exemplo, já vem sendo usada para estudar as mudanças climáticas e medir os níveis de poluição da indústria.
Bibliografia:
Influence of pump bandwidth on the efficiency of side-pumped, double-beam mode-controlled lasers: establishing a new record for Nd:YLiF4 lasers using VBG
Niklaus U. Wetter, Alessandro M. Deana
Optics Express
Vol.: 23, Issue 7, pp. 9379-9387
DOI: 10.1364/OE.23.009379
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- 03/08/2015 - Segunda edição da “Feira Tecnológica IPEN” apresenta tecnologias com lasers e aplicaçõesParte da programação do III Workshop de Inovação Tecnológica, a feira tem como objetivo consolidar novas parcerias entre o IPEN e o setor produtivo industrial
Parte da programação do III Workshop de Inovação Tecnológica, a feira tem como objetivo consolidar novas parcerias entre o IPEN e o setor produtivo industrial
Fonte: Jornal da Ciência
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) realiza nos dias 10, 11 e 12 de agosto o III Workshop de Inovação Tecnológica dirigido principalmente para a área acadêmica e para o setor empresarial, com foco em empreendedorismo, transferência de tecnologia e proteção da propriedade intelectual. Além de palestras, haverá a segunda edição da "Feira Tecnológica IPEN/CNEN”, com a oferta de produtos e processos oriundos de pesquisas do Centro de Lasers e Aplicações (CLA), e uma oficina ("hands-on”) sobre propriedade intelectual.
Com o objetivo de consolidar novas parcerias entre o IPEN e o setor produtivo industrial, por meio da transferência de tecnologia, a Feira, que será no segundo dia do Workshop (11), vai oferecer cinco produtos/processos. O primeiro, apresentado pelo pesquisador Wagner de Rossi, será "A funcionalização de superfícies com laser”. Trata-se de um processo de microusinagem com laser de pulsos ultracurtos para produção de estruturas micrométricas ou submicrométricas sobre superfícies de metais, polímeros ou cerâmicas de maneira a mudar suas propriedades físicas, químicas ou tribológicas.
Em seguida, Niklaus Ursus Wetter vai mostrar a importância de "Lasers de estado sólido” com potências de até 200w e alta qualidade de feixe, que podem operar em modo contínuo ou pulsado e são a base para uma enorme quantidade de processos à laser das áreas industrial, médica e científica. "Embora existam no mercado internacional produtos similares, a tecnologia desenvolvida no nosso centro é comprovadamente mais eficiente e mais em conta do que qualquer tecnologia similar”, afirma o pesquisador.
A terceira tecnologia, apresentada pela pesquisadora Denise Zezell, será "Formulação farmacêutica para tratamento de câncer de pele”. Trata-se de uma nova fórmula química e método de preparação de uma pomada fotossensibilizadora para usar na terapia fotodinâmica para tratamento de lesão de pele, em particular tumores espinocelulares (o carcinoma espinocelular é o segundo tipo mais comum de câncer de pele).
"Devido a sua formulação única, o presente fármaco apresenta maior penetração no tecido biológico e permite que o efeito fotodinâmico obtido com o tratamento seja mais eficiente em relação a outras formulações disponíveis comercialmente e/ou cientificamente”, explica Denise. Após ter sido testadoin vivo em dois tipos de animais (felinos e roedores), o produto está patenteado e entre as vantagens está a redução dos custos demandados com a radioterapia e/ou quimioterapia.
Na sequência, Martha Simões Ribeiro vai apresentar o produto "Colóide à base de azuleno para redução microbiana”, uma formulação farmacêutica para tratamento tópico de infecções. Trata-se de um colóide à base de um fotossensibilizador que provoca morte microbiana quando associado a uma fonte de luz de baixa potência de emissão vermelha. Com importante ação contra micro-organismos resistentes a antibióticos, é atóxico e não mancha o tecido biológico (tecido mole, como a pele e mucosa, ou tecido duro, como dente e osso).
"Essa tecnologia pode ser utilizada nas diversas áreas da saúde onde há necessidade da redução tópica de micro-organismos. Na odontologia, pode ser utilizada na desinfecção intracanal, doença periodontal, tratamento de candidíase e prevenção ou tratamento de cárie. Na dermatologia, pode ser utilizada no tratamento de micoses. Na ginecologia, no tratamento de vulvovaginite. Na clínica médica, no tratamento de feridas infectadas”, salienta Martha.
Encerrando as apresentações, Anderson Zanardi de Freitas vai mostrar a "Utilização da tomografia por coerência óptica na avaliação de rugosidade de superfícies e desmineralização em esmalte dental” como metodologia para determinação de rugosidade de superfícies frágeis em tempo real e para determinação do grau de desmineralização de esmalte dental.
"A tecnologia de tomografia por coerência óptica permite a avaliação da rugosidade de superfícies frágeis, como, por exemplo, pele humana, géis, e todo tipo de superfície onde o contato mecânico não é possível”, diz Anderson, acrescentando que, para a desmineralização de esmalte dental, a tecnologia permite avaliação da variação do conteúdo mineral em tempo real de forma não invasiva.
Após as apresentações dos pesquisadores, haverá uma rodada de negociações entre o representante da empresa e o IPEN para tratar dos aspectos formais que envolvem a parceria e a transferência de tecnologia. O evento é organizado pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT).
Mais informações no linkhttps://sites.google.com/site/nitipensp/home.
SERVIÇO
O quê:Feira Tecnológica IPEN/CNEN (Segunda edição)
Quando:Dia 11 de agosto (no âmbito do III Workshop de Inovação Tecnológica IPEN)
Horário:Das 14h30 às 17h
Onde:Auditório"Rômulo Ribeiro Pieroni”, bloco A do IPEN (Av. Prof. Lineu Prestes, 2242, Cidade Universitária,São Paulo).
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- 03/08/2015 - Consultoria PSR estima que Angra 3 só ficará pronta em 2020Fonte: Exame.com
Da Reuters
São Paulo - A consultoria PSR, especializada no setor elétrico, estimou em relatório a clientes que a usina nuclear de Angra 3 iniciará operação apenas em janeiro de 2020, contra uma previsão divulgada pela Eletrobras Eletronuclear de que o empreendimento poderia gerar energia comercialmente em dezembro de 2018.
A PSR ressaltou à Reuters, no entanto, que o cronograma projetado para a usina nuclear não leva em conta eventuais efeitos sobre as obras que possam ser causados pela citação de Angra 3 na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que passou a investigar o pagamento de propinas e a formação de cartel na licitação do projeto.
Depois de ter as obras paralisadas em 1986, a usina nuclear de Angra 3 teve a retomada aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 2007. Em 2010 as obras iniciaram, e no ano seguinte foi assinado contrato para a venda da energia da usina, com previsão de entrega a partir de janeiro de 2016.
ADVERTISEMENTSegundo informações do site da Eletronuclear, o empreendimento recebeu 4,6 bilhões de reais até março deste ano, de um orçamento estimado em 14,8 bilhões de reais em custos diretos.
O relatório da PSR, que traz um "atrasômetro" das obras do setor, prevê também que as máquinas da principal casa de força da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, devem operar a partir de abril de 2017, contra uma expectativa da Norte Energia, responsável pela usina, de geração em março de 2016.
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- 03/08/2015 - Funcionários da Eletronuclear sabiam de cartel em Angra 3, sugere e-mailFonte: Portal UOL
RAQUEL LANDIM
Um e-mail obtido pelas autoridades indica que funcionários da Eletronuclear sabiam da existência de um cartel organizado para fraudar a licitação das obras da usina nuclear de Angra 3.
O documento foi entregue pela construtora Camargo Correa aos investigadores do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A construtorafechou um acordode leniência com o órgão na sexta-feira (31) para delatar o cartel. Também participam do acordo os procuradores daOperação Lava Jato.
Na mensagem, os executivos das empreiteiras envolvidas no cartel –Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão, EBE, Techint, UTC, além da própria Camargo– relatam uma conversa que tiveram com funcionários da Eletronuclear, na qual combinaram fundir os consórcios que ficassem com os dois pacotes de obras de Angra 3.
"A conversa foi muito boa, esclarecemos que toda a execução se dará através da figura da fusão dos 2!", diz o e-mail. Segundo o Cade, a conversa a que essa mensagem se refere teria ocorrido na Eletronuclear um dia antes da troca de e-mails.
O Cade não revela quem são os funcionários da estatal envolvidos no cartel, porque não tem competência para investigar corrupção. Na terça-feira (29), a Polícia Federal prendeu o almirante da reservaOthon Luiz Pinheiro da Silva, presidente licenciado da Eletronuclear, acusado de ter recebido R$ 4,5 milhões em propina.
Os investigadores do Cade chamam a atenção para a data do e-mail: 12 de novembro de 2013, cerca de um mês antes da apresentação das propostas para a licitação.
"Note-se que há conversa sobre a junção dos dois consórcios decorrentes antes mesmo da apresentação das propostas, o que evidencia a certeza de que venceriam o certame por meio do ajuste anticompetitivo", diz o relatório sobre o caso produzido pelo Cade.
Os indícios reunidos pela autarquia revelam que as empreiteiras se organizaram em dois consórcios para obter o maior valor possível na licitação.
Um dos consórcios ofereceu um preço 4,98% acima da referência estabelecida pela Eletronuclear, muito próximo da variação máxima de 5% permitida no edital, e ganhou os dois pacotes.
No entanto, o consórcio abriu mão de parte das obras em favor das outras empreiteiras, que apresentaram uma proposta de "cobertura", com um preço apenas 0,01% acima da oferta vencedora.
Posteriormente, os dois consórcios se uniram, uma possibilidade que estava prevista no edital. O que contraria as regras é que isso tenha sido decidido antes da licitação, quando os dois consórcios não deveriam ter qualquer tipo de comunicação.
CARDEAL
Outros e-mails também mostram que as construtoras se coordenaram para resistir aos pedidos de descontos feitos pela Eletrobras, controladora da Eletronuclear.
Segundo relataram ao Cade os funcionários da Camargo Correa, o diretor geral da Eletrobras, Valter Luiz Cardeal, teria questionado o almirante Othon sobre o resultado da licitação, que obteve "preços acima do esperado".
Cardeal é próximo da presidente Dilma Rousseff e era considerado um de seus principais auxiliares quando ela ocupava o cargo de ministra de Minas e Energia.
Os executivos da Camargo Correa disseram que Cardeal passou a pleitear um desconto de 20% no valor da obra, mas que logo foi reduzido para 10%. O edital previa um desconto de 6% caso os dois consórcios se unissem.
Na comunicação entre os executivos, Cardeal é chamado também de "sua santidade" e "o eclesiástico".
"O eclesiástico está irredutível no espírito de querer desconto", diz um dos executivos num e-mail. "Não podemos demonstrar fraqueza. Ele vai tentar nos dividir. O governo precisa urgentemente de Angra 3, nós enquanto empresários, não", relata outro.
No fim, as empreiteiras acabaram oferecendo apenas o desconto de 6% previsto no edital. O resumo do caso feito pelo Cade não explica porque Cardeal desistiu de conseguir um desconto maior.
De acordo com reportagem publicada pela revista Veja em julho, o empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, que fez acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, disse que Cardeal pediu às empreiteiras que repassassem adiferença para o PT, na forma de doações eleitorais. Na ocasião, Cardeal se disse "indignado" com a acusação e afirmou que processaria o dono
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- 02/08/2015 - O que é feito do lixo nuclear?Questão de segurança, o armazenamento dos resíduos dura até milhares de anos, podendo ser usados para fins bélicos. Reciclagem é alternativa
Questão de segurança, o armazenamento dos resíduos dura até milhares de anos, podendo ser usados para fins bélicos. Reciclagem é alternativa
Fonte: O Povo On Line - Fortaleza
"Sociedade sem energia normalmente não é uma sociedade bem desenvolvida”. A afirmação é do doutor em Engenharia Nuclear e professor do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade de São Paulo (IPEN/USP), João Manoel Losada Moreira. Conforme ele, a energia nuclear como fonte de energia elétrica começou a ser utilizada de forma mais efetiva na década de 1960. Hoje, um dos seus maiores destaques é a não emissão de CO2 na atmosfera. Mas podem ser incluídas ainda, entre as vantagens, a grande disponibilidade de combustível (elementos radioativos), não depender de fatores climáticos e gerar pequena quantidade de resíduo."O volume de resíduos radioativos é pequeno em relação a uma fonte fóssil, como carvão ou gás natural, onde tudo que entra como matéria-prima é emitida para a atmosfera. Na nuclear, como é muita energia por unidade de massa, a quantidade emitida é pequena”, detalha o professor. Conforme ele, existem três tipos de rejeitos radioativos, de baixo, médio e alto níveis. O tempo de duração, que varia entre dezenas e milhares de anos, e o tipo de armazenagem os diferenciam e definirão quantidade e qualidade de barreiras de contatos. Os de alto nível podem durar entre 500 e até milhares de anos, enquanto os de médio têm duração de 300 anos e, os de baixo nível, cerca de 30 anos.
Para armazenar o lixo radiativo, o caminho é separá-lo ao máximo dos humanos. De acordo com João Manoel, o material é desidratado, misturado em uma matriz (cimento, por exemplo) que impeça qualquer reação química. Depois, há uma blindagem e ele é colocado em um tambor de ferro ou aço fundido.
A instalação, na maioria das vezes debaixo da terra, é uma das últimas barreiras. "Os de alto nível são colocados geralmente em uma área de montanha, que não tenha corpos aquáticos, com algumas galerias de rocha. Precisa monitorar, ver se não tem nenhum tipo de deterioração ou algum tipo de reação”. Resíduo, matriz, tambor, instalação, caverna, geosfera, biosfera, ser humano. Essa é a sequência de barreiras que, a depender do nível de resíduo, devem separar o lixo do contato com pessoas.
Reciclagem
O Brasil ainda não realiza, mas França, Japão e China já reciclam os rejeitos das usinas. "O combustível opera por um ano ou um ano e meio. A reciclagem poderia aproveitar 97,6% do material e armazenar apenas 2,4% (se for de nível médio)”, acrescenta. O fato de as usinas brasileiras ainda não reciclarem, diz ele, deve-se a uma "falta de decisão”. "Só temos dois reatores, então talvez, por enquanto, seja mais fácil guardar”.
De acordo com João, os Estados Unidos não reciclam, com a intenção de guardar o material e usá-lo para fins bélicos. "Toda a questão de salvaguarda internacional são sobre estas matérias”, avalia. Os franceses possuem 58 reatores, os americanos têm cerca de 100 e estão construindo mais cinco. "Cerca de 70 reatores estão sendo construídos atualmente no mundo”.
"O volume de resíduos radioativos é pequeno em relação a uma fonte fóssil, como carvão ou gás natural, onde tudo que entra como matéria-prima é emitida para a atmosfera. Na nuclear, como é muita energia por unidade de massa, a quantidade emitida é pequena”
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- 02/08/2015 - As várias aplicações da energia nuclearNosso cotidiano já está repleto de radiatividade que trazem benefícios. A tendência é que as técnicas aumentem o campo de exploração
Nosso cotidiano já está repleto de radiatividade que trazem benefícios. A tendência é que as técnicas aumentem o campo de exploração
Fonte: O PovoVocê já imaginou comer uma fruta esterilizada por irradiação? Parou para pensar nos exames rotineiros do check-up, que também fazem uso de produtos radioativos? Dificilmente você acharia que a energia nuclear pode ser uma aliada no meio ambiente. Os elementos nucleares utilizados na área da indústria, agricultura e medicina são os radioisótopos, ou seja, isótopos (variantes dos elementos químicos), que emitem três tipos de radiação: partículas alfa e beta, e onda eletromagnética gama. Elas podem até atravessar a matéria ou serem absorvidas por ela, o que possibilita múltiplas aplicações.
Dependendo da energia que possuam, as radiações emitidas podem ser detectadas onde estiverem, através de aparelhos apropriados, denominados detectores de radiação. Dessa forma, o deslocamento de um radioisótopo pode ser acompanhado e seu percurso ou "caminho” ser "traçado” em um mapa local, que são os traçadores radioativos. "Ser radioativo não significa necessariamente que você tenha uma reação em cadeia (como acontece nos reatores nucleares). São processos que, em princípio, não estão ligados ao núcleo do átomo”, explica o coordenador do curso de Física da UFC, Carlos Alberto Santos.
Medicina
Na medicina, a radiação pode ser usada na forma diagnóstica ou de tratamento. As radiografias (Raio X), mamografias e tomografias, por exemplo, utilizam material radioativo no equipamento. "São geradas ondas eletromagnéticas e cada onda tem uma velocidade, que é gerada pelo equipamento para fins específicos. Na tomografia, por exemplo, o paciente deita e a energia elétrica passa e joga raio no paciente. A máquina faz a imagem de como as estruturas do corpo absorvem mais aquela substância”, explica o presidente da Sociedade Cearense de Radiologia, Pablo Picasso. Mas há ainda exames onde o material radioativo (chamado de radiofármaco) é ingerido pelo paciente. "Nesse caso, a gente faz a imagem com o que esse material emite de radiação para a máquina”, destaca o especialista em Medicina Nuclear, Régis Nogueira. A diferença é que nesses tipos de exames (os mais comuns são as cintilografias óssea e do miocárdio) são estudadas as funções do corpo, quando na tomografia, por exemplo, o foco é a anatomia do corpo. O radiofármaco é dado por via oral ou venosa ao paciente, se distribui pelo corpo e a imagem é feita. Conforme Régis, a eliminação desse material se dá através da urina ou fezes. A energia gama é usada neste tipo de diagnóstico.
No tratamento de radioterapia, o princípio de utilização do radiofármaco é o mesmo da imagem, mas muda o radioisótopo. "As partículas têm mais poder de ionização. Na radioterapia, procura-se minimizar a radiação, usando-a apenas na área onde precisa atuar”, explica o especialista. Para que os efeitos sejam centralizados, cada paciente passa por um planejamento radioterápico, que evita a emissão de radiação para outros órgãos. O tratamento é possível através de aceleradores lineares, equipamentos que fornecem energia a feixes de partículas e possibilitam a concentração de energia em pequeno volume e em posições controladas da forma que precisa.
Saiba mais
Meia vida é o tempo que uma fonte radioativa leva para se apagar, que pode variar entre segundos ou bilhões de anos.
Em 1987, dois jovens catadores de materiais recicláveis abriram um aparelho de radioterapia em um prédio público abandonado no centro de Goiânia. A intenção era vender o chumbo e o metal, mas eles ignoravam que dentro do equipamento havia uma cápsula contendo césio-137, um metal radioativo. Em um ferro velho, a cápsula foi aberta e o material azul intenso que surgiu contaminou quem ia ver o aparelho. A Cnen monitorou níveis de radioatividade em 112 mil pessoas.
Braquiterapia é um tipo de radioterapia que consiste na colocação de uma fonte de radiação dentro da área que necessita de tratamento.
Um terremoto de 8,9 pontos da escala Richter, em março de 2011, abalou a região de Tohoku, no Japão, e provocou uma tsunami. Os fenômenos danificaram a estrutura da Central Nuclear de Fukushima I, na cidade de Okuma, e provocaram o derretimento de três reatores nucleares. Foi o maior desastre nuclear desde o acidente de Chernobil, em 1986, na Ucrânia, quando uma explosão e um incêndio lançaram grande quantidade de partículas radiativas na atmosfera, provocando a morte de 31 pessoas e outros efeitos, como câncer e deformidades.
Frases
"Na tomografia, o paciente deita e a energia elétrica passa e joga raio no paciente. A máquina faz a imagem de como as estruturas do corpo absorvem mais aquela substância.”
"Os alimentos passam em uma esteira que recebe radiação, isso mata as pragas, bactérias, fungos e micróbios, e aumentam a longevidade.”
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- 01/08/2015 - Pesquisador do Ipen produz laser compacto com alta eficiênciaDesenho inovador permitiu obter a maior eficiência registrada no mundo para equipamentos do gênero
Desenho inovador permitiu obter a maior eficiência registrada no mundo para equipamentos do gênero
Fonte: Jornal do Brasil
Um desenho inovador possibilitou ao físico Niklaus Ursus Wetter, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), obter um laser com 60% de eficiência – a maior registrada no mundo para equipamentos do gênero.
O resultado foi alcançado no âmbito do projeto de pesquisa "Desenvolvimento de lasers compactos e de alta eficiência para aplicações em lidar móvel e satélite”, apoiado pela FAPESP , e comunicado no artigo "Influence of pump bandwidth on the efficiency of side-pumped, double-beam mode-controlled lasers: establishing a new record for Nd:YLiF4 lasers using VBG”, publicado na revista Optics Express.
Sem acrescentar componentes caros e complexos ao equipamento original, Wetter conseguiu o resultado apenas reconfigurando a geometria de um laser de Nd:YLF (fluoreto de ítrio e lítio dopado com neodímio).
O resultado foi um laser muito compacto, robusto e leve, como deve ser para aplicações em satélites e outros dispositivos móveis, como aqueles que empregam a tecnologia lidar (light detection and ranging).
"A eficiência que obtivemos, de 60%, foi a melhor já reportada para esse tipo de cristal. Significa que mais da metade da potência utilizada para fazer o equipamento funcionar se converte em luz laser, produzindo um feixe de altíssima qualidade”, disse o pesquisador à Agência FAPESP.
Wetter bacharelou-se em Física no ETHZ, o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Suíça, e finalizou seu doutorado no Ipen. Ocupa, desde 2013, o cargo de gerente do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) do instituto.
O pesquisador lembrou que os lasers antigos, utilizados até o início dos anos 1990, eram equipamentos de grande porte e baixíssima eficiência. No caso dos lasers a gás, que emitiam na faixa da luz visível, menos de 1% da energia recebida era convertida em feixe laser, sendo mais de 99% transformados em calor.
"Isso exigia sistemas de refrigeração enormes e edificações anexas ao prédio onde estava o equipamento para acomodar o sistema de refrigeração. Para gerar 10 watts de luz era necessário remover milhares de watts de calor”, disse Wetter.
Muitas melhorias foram feitas ao longo dos anos e os lasers de estado sólido dopados com neodímio tornaram-se as melhores opções quando o objetivo era conciliar alta potência com alta qualidade, mas a eficiência não passava de 10%. A eficiência melhorou muito, chegando a 50%, com o advento do laser de diodo de alta potência. A tradicional lâmpada de bombeamento, que era ineficiente, saiu de cena e foi trocada pelo diodo.
"Nosso equipamento é um laser pequeno e robusto, que pode ser operado em qualquer lugar, sem a necessidade de um ambiente com controle de temperatura ou vácuo. Existem até lasers mais eficientes, mas estes exigem materiais especiais, muito caros. O melhor da atualidade, um laser de itérbio, alcança em torno de 80% de eficiência, porém precisa ser refrigerado à temperatura de 78 Kelvin (menos 195 graus Celsius, aproximadamente), que, obviamente, não é uma coisa prática”, disse Wetter.
O pesquisador ressaltou que a reconfiguração que fez teve em vista o mercado brasileiro, evitando a dependência de insumos caros, sistemas complexos de bombeamento ou cuidados especiais com o isolamento térmico em relação ao ambiente.
Em vez de funcionar continuamente, o equipamento emite pulsos curtos muito intensos, de 7 a 8 nanossegundos de duração e mais de 1 milijoule de energia, em intervalos de 1 milissegundo. "A alta intensidade possibilita uma série de efeitos, como, por exemplo, a geração de segundo harmônico. Isso faz com que o laser, que normalmente opera no infravermelho próximo, passe a operar também na faixa da luz visível, na cor verde.”
Como se sabe, uma das utilizações do laser verde é a remoção de tatuagens em dermatologia. Mas os usos são muitos e diversificados: desde a pesquisa ambiental, com a emissão de pulsos na atmosfera e o recolhimento da luz espalhada para o rastreamento de poluentes, à gravação de peças na indústria.
Monocromia, coerência e colimação
O termo "laser” é composto pelas iniciais das palavras inglesas light amplification by stimulated emission of radiation ("amplificação da luz por emissão estimulada de radiação”). Trata-se de um processo que produz radiação eletromagnética monocromática (com somente um comprimento de onda), coerente (com todas as ondas em concordância de fase) e colimada (com os raios praticamente paralelos). Todas as virtudes do laser vêm da combinação dessas três características.
Para isso, um determinado material, chamado de "meio ativo”, é bombeado por uma fonte de energia (por exemplo, uma lâmpada ou um diodo). Devido ao aporte de energia, os átomos do material ficam excitados, com seus elétrons migrando para as órbitas mais energéticas.
Espontaneamente, cada elétron tende a retornar ao estado fundamental (de mínima energia), emitindo a energia excedente na forma de fóton (quantum de luz). Mas, em vez de deixar que o decaimento ocorra ao acaso, o dispositivo o induz por meio de outro fóton da mesma energia.
Cada fóton liberado por um elétron estimula, então, o elétron seguinte a emitir outro fóton, com o mesmo comprimento de onda. Desencadeia-se, assim, um efeito cascata. E um componente chamado "ressonador” faz os fótons produzidos retornarem ao meio ativo, induzindo mais emissão estimulada.
Desse modo, é gerada uma emissão de grande intensidade, com as três características mencionadas: monocromia, coerência e colimação.
Reconfiguração geométrica
"A intensidade do feixe laser obedece radialmente a uma distribuição gaussiana. Isto é, a maior intensidade está na linha central, e seu valor decai do centro para a periferia do feixe. O que fizemos foi potencializar esse cerne mais intenso do feixe por meio de uma reconfiguração geométrica”, disse Wetter.
A novidade introduzida foi fazer o polimento do cristal não apenas nas faces de entrada e saída do feixe, mas também em uma das laterais e direcionar o feixe para a superfície lateral polida, onde ele sofre reflexão interna total. Com essa reflexão, o cerne do feixe é exposto e então recebe o bombeamento pelo diodo.
"É como se abríssemos o feixe de laser com um bisturi e entregássemos nosso aporte de energia exatamente no meio, onde a intensidade é máxima”, comparou o pesquisador.
Embora esse artifício propicie a alta eficiência do laser como um todo, ele não garante a qualidade do feixe. Para obter um feixe de excelente qualidade, Wetter recorreu a um procedimento adicional, que foi fazer o feixe incidir uma segunda vez na superfície de bombeamento, a uma distância muito bem calculada da incidência inicial. A vizinhança das duas linhas impede que o feixe laser se alargue, perdendo qualidade.
"Os dois passos, que fazem parte do mesmo feixe laser, brigam por energia de bombeamento. Como estão muito perto um do outro, não conseguem aumentar de calibre sem roubar energia deles mesmos. Como consequência, o feixe permanece com o menor tamanho transversal possível”, disse Wetter.
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- 31/07/2015 - Oficina de Teatro de Bonecos ocorrerá às sextas-feiras de agosto na BrasitalFonte: Portal Guia São Roque
da assessoria de imprensa da Prefeitura de São Roque
O artista plástico Darcy Penteado, nascido em São Roque em abril de 1926 é bastante conhecido e referenciado por suas pinturas, desenhos, gravuras, literatura, cenários, figurinos e desenhos, tendo atuado em várias áreas e merecedor de inúmeros prêmios.
O que poucas pessoas sabem é que no inicio de sua carreira, desenvolveu um projeto de "Teatro de Bonecos” com fins educativos e, nos anos 70, retoma este projeto com seu irmão Dirceu, a partir da idéia de marionetes como um produto para divulgação do nome de São Roque.
As "Oficinas de Teatro de Bonecos Darcy Penteado”, que serão realizadas todas as sextas-feiras de agosto na Brasital, das 16 às 18h, sob orientação, de Clarissa Moser, tiveram como inspiração, este lado lúdico do Artista e é produto cultural do Projeto "Irradiação do acervo em Papel do Artista Darcy Penteado” que, em parceria com o IPEN/USP, irradiou todo o acervo com raios gama para protegê-lo da proliferação de fungos visível em vários de seus exemplares.
Nas oficinas, em teatrinho que reproduz o modelo criado por Darcy Penteado, as crianças de 8 a 12 anos, poderão criar bonecos e textos e os apresentarem para seus companheiros, como terão também, a oportunidade de verem reproduções de cenários e figurinos do artista.
As inscrições ocorrem de forma gratuita na secretaria do departamento de Cultura na Brasital. Vale lembrar, que o projeto, é beneficiado pela Lei Municipal 4084, de autoria da Prefeitura, que subsidia importantes projetos para o município, por meio do Fundo Municipal de Cultura.
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- 31/07/2015 - Anvisa limita uso de animal em pesquisaFonte: YahooA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na quinta-feira, 30, uma resolução que abre caminho para a restrição ao uso de animais em procedimentos de pesquisa no Brasil.
A nova regra reconhece como válidos 17 procedimentos alternativos que haviam sido liberados pelo Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea), colegiado ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Esses métodos determinam a substituição de técnicas que até agora se valem de animais para testar o efeito e a segurança de determinados produtos pelo uso, por exemplo, de tecidos cultivados em laboratório.
"Com a aprovação, somente serão registrados no País produtos que tenham obedecido as regras do Concea", afirmou o diretor da Anvisa, Ivo Bucaresky. A regra, porém, não é de aplicação imediata. Ela seguirá o prazo que já havia sido estipulado pelo Concea: setembro de 2019.
A polêmica em torno do uso de animais em pesquisas científicas, antes restrita a organizações defensoras de animais, ganhou grandes proporções em 2013. Em outubro daquele ano, ativistas invadiram o Instituto Royal na cidade paulista de São Roque e roubaram 178 cães da raça beagle usados em testes.
Após um mês, o instituto, que fazia testes pré-clínicos para o desenvolvimento de medicamentos indicados para tratar câncer, diabete e hipertensão, foi fechado. Com o episódio, ganhou força no governo o esforço para tentar restringir o uso de animais nas pesquisas.
Entre as técnicas aprovadas pelo Consea e validadas pela Anvisa está a que dispensa, por exemplo, o uso de animais para avaliar a capacidade de corrosão e irritação de produtos na pele. Antes da resolução do Consea, o teste era feito na pele de animais - agora, é realizado com outros tecidos cultivados em laboratório. Métodos alternativos também dispensam o uso de coelhos em testes para aferir a segurança de colírios.
A medida ainda não é suficiente para acabar de vez com o uso de animais em testes. O coordenador do Concea, José Mauro Granjeiro, explica que, embora os testes alternativos sejam promissores, há áreas em que o uso de animais não pode ser substituído. Como exemplo, ele cita pesquisa relacionadas à resposta sistêmica do organismo, como processos alérgicos. Também não é possível dispensar o uso de cobaias em testes para avaliar o potencial carcinogênico de produtos. "A dispensa do uso de cobaias pode ser feita somente quando não há risco para seres humanos."
O Concea havia dado prazo de cinco anos para que o setor se adaptasse às regras do colegiado. A partir de 2019, serão permitidos testes apenas que se encaixarem nas regras. "E a observância dessas normas será analisada no momento do registro", disse Bucaresky.
A resolução da Anvisa não está limitada aos 17 procedimentos já aprovados. A regra permite que métodos alternativos aprovados no futuro pelo conselho sejam automaticamente validados - e, consequentemente, exigidos - pela Anvisa.
Vitória
Granjeiro comemorou a resolução da Anvisa. "É um passo importante. Valida as decisões que o conselho havia dado e tira eventuais dúvidas de pesquisadores e produtores."
Testes alternativos podem ser usados para análise da segurança de vários produtos, sejam eles agrotóxicos, cosméticos ou medicamentos. De acordo com Granjeiro, a intenção é reduzir e substituir ao máximo o uso de animais. Além da garantia do teste, é preciso que os laboratórios encarregados da análise obedeçam todas as normas de boas práticas de laboratórios. Hoje no País, diz Granjeiro, 32 laboratórios têm o certificado e, desse total, apenas 5 fazem testes toxicológicos.
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- 30/07/2015 - Servidores da Saúde trabalham sem aparelho que mede níveis de radiação no DFCerca de 2 mil técnicos em radiologia estão sem o medidor obrigatório há uma semana
Cerca de 2 mil técnicos em radiologia estão sem o medidor obrigatório há uma semana
Fonte: Portal R7
O Sintar-DF (Sindicato dos Técnicos e Auxiliares em Radiologia do Distrito Federal) denuncia que cerca de 2 mil servidores da rede pública de Saúde trabalham sem aparelhos que medem os níveis de radiação aos quais são expostos durante exames com raio-X. Os dosímetros foram retirados de hospitais e UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) na semana passada, depois que se encerrou o contrato da empresa fornecedora com o governo.
Uma portaria de 1998 do Ministério da Saúde obriga os técnicos em radiologia a sempre utilizar o dosímetro durante a jornada de trabalho nas áreas controladas, e determina que os aparelhos sejam trocados mensalmente. O servidor Adriano Levay, que trabalha na UPA de São Sebastião, diz que está com medo dos efeitos que a exposição desmedida pode ter na própria saúde no futuro.
— Estamos entre a cruz e a espada, porque a sociedade vai fazer exame, e a gente fica com receio de tomar dose excessiva e não ser monitorada, como fica nossa situação? A radiação não te dá um efeito imediato. Ela pode, daqui a 4 ou 5 anos, te dar efeito genético, de câncer, de mutação.
O vice-presidente do Sintar-DF, Ubiratan Gonçalves, afirma que o sindicato recebeu várias denúncias dos técnicos em radiologia durante o período sem os aparelhos, e diz que o órgão vai acionar o MPDFT (Ministério Público do DF e Territórios) sobre o caso.
— Nesse período sem dosímetro, profissionais não estão sendo monitorados. Informamos ao MP da situação da falta dos dosímetros, e que os profissionais estavam sendo expostos. Se levarmos ao pé da letra, pode ser feito até ocorrência policial nessa situação.
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF confirma que o antigo contrato com a empresa dos dosímetros foi finalizado. No momento, tramita na pasta um novo processo de aquisição do serviço, há em fase final. Ainda segundo a secretaria, os profissionais da radiologia devem receber os novos equipamentos assim que o processo seja finalizado e a empresa entregue os novos dispositivos.
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- 30/07/2015 - Polícia investiga irregularidades no programa de submarinosFonte: site Portos e Navios
Em sua busca e a apreensão da última terça-feira (28), a Polícia Federal procurou documentos para embasar suspeitas de que houve irregularidades na execução do programa de submarinos da Marinha, que visa colocar no mar um modelo de propulsão nuclear por volta de 2025.
As suspeitas surgiram em etapas anteriores da Lava Jato, segundo a Folha apurou, em que a Odebrecht foi alvo de investigações.
A empreiteira é a maior parceira nacional do projeto, sendo responsável pelas obras do estaleiro e da base naval em Itaguaí (RJ).
Assinado em 2009 como parte do acordo militar Brasil-França, o maior da história do país, o contrato dos submarinos é um negócio gigantesco: € 6,7 bilhões (algo como R$ 18 bi quando foi assinado; hoje, R$ 25 bi).
O acordo foi uma das estrelas do segundo mandato de Lula. Seus termos preveem que os franceses fornecerão tecnologia para a construção de quatro submarinos convencionais, movidos por motores diesel-elétricos, e um nuclear –a menina dos olhos dos almirantes, já que apenas seis países operam esse tipo de armamento hoje.
A fabricação já está em curso, com seções do primeiro modelo convencional sendo integradas no Rio.
A Odebrecht foi subcontratada pelo estaleiro DCNS francês para assumir as obras da nova base por € 1,7 bilhão. Não houve licitação, o que provocou críticas veladas de suas concorrentes à época.
Como se trata de um negócio envolvendo a segurança nacional, tudo é sigiloso e fora das regras da Lei de Licitações. Isso é praxe em praticamente todo o mundo e deverá dificultar apurações da PF.
O acordo sofreu críticas por ter feito o Brasil adquirir uma família diferente de submarinos, a classe Scorpène francesa, vista por especialistas como inferior aos novos modelos alemães –o Brasil já utilizava submarinos de desenho germânico, numa parceria que remonta a 1983.
A DCNS tem longo currículo de acusações de pagamentos de propina e outras suspeitas em negócios com os mesmos submarinos na Índia e na Malásia.
Os franceses sempre negaram irregularidades. A Odebrecht nega as acusações no âmbito da Lava Jato.
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- 30/07/2015 - Wagner: No programa nuclear ninguém entraFonte: A Tarde, Salvador
A prisão de Othon Luiz Pinheiro, presidente licenciado da Eletronuclear, acendeu a luz amarela no Ministério da Defesa.A preocupação do ministro Jaques Wagner é com o programa nuclear brasileiro, formulado e desenvolvido há 35 anos com a participação ativa de Othon.
- Se CGU, TCU ou qualquer órgão devidamente credenciado quiser investigar, terá acesso aos contratos comerciais. Agora, no programa nuclear brasileiro (a parte técnica) ninguém entra. Nunca.
Curioso: Lava Jato à parte, o programa nuclear brasileiro foi concebido em parceria com a Alemanha, que esta semana começou a desativar suas usinas, prometendo parar todas as 17 até 2022.
Radioatividade baiana
Já que depois da chegada da Lava Jato na Eletronuclear a radioatividade entrou na ordem do dia, Salvador também ganhou a sua bombinha radioativa.
A Câmara aprovou ontem projeto do vereador Henrique Carballal (sem partido) que proíbe o trânsito de material radioativo pelas ruas da capital baiana.
Se ACM Neto sancionar, vai criar um problema nacional: o yellow cake, urânio extraído das minas da Nucleobrás em Caetité, que uma vez por ano embarca em Salvador, estará proibido de circular por aqui.
Aratu —Carballal justifica dizendo não ser correto expor os moradores de Salvador ao perigo. E cita que há soluções sem precisar expor a população:
- É só levar para o Porto de Aratu.
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- 30/07/2015 - Máquina de corrupçãoVoracidade de políticos e partidos que oprime governos tem origem nas grandes empreiteiras - Artigo de Janio de Freitas
Voracidade de políticos e partidos que oprime governos tem origem nas grandes empreiteiras - Artigo de Janio de Freitas
Fonte: Folha de S. Paulo
Janio de FreitasNem tanto pela prisão de alguém eminente como o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, posto sob suspeita de corrupção como presidente da Eletronuclear, mas pela abertura de nova frente de investigações, a Lava Jato dá um passo para a demonstração de que a máquina corruptora movida pelas empreiteiras não tem limites.
Hidrelétricas, estradas, pontes, infraestrutura de comunicações, metrôs, edificações –onde quer que as grandes empreiteiras estiveram ou estejam, é área minada por corrupção. Seja no nível federal, seja no estadual e no municipal. Licitações e contratos corretos por certo houve e há, mas como fatos fora do sistema. Assim é pelo menos desde a abertura da Transamazônica no período do general Médici –ocasião em que foram estabelecidas as fórmulas, hoje uma norma, de compartilhamento da obra e de entendimento entre as empreiteiras para divisão das oportunidades.
Faço eco do já escrito aqui muitas vezes: atacar a corrupção manobrada pelas grandes empreiteiras, para obras públicas e para seus negócios de concessões e privatizações, seria mudar toda a prática política no Brasil. A voracidade de parlamentares e partidos que oprime governos, para entrega de ministérios, secretarias e empresas a políticos e a indicados seus, origina-se nas grandes empreiteiras e seus interesses tentaculares, lançados sobre a administração pública.
Não há um só propósito legítimo para que partidos e seus políticos rebaixem-se até a condição de chantagistas para obter diretorias em estatais, autarquias e ministérios. Manietar as empreiteiras e, portanto, fechar aqueles guichês de corrupção seria, além do mais, dar a tais seções do serviço público a possibilidade de se tornarem mais eficientes. E a custos menores. Um Brasil que o Brasil não conhece.
Petrobras, Eletronuclear –vamos em frente?
ATÔMICA
A Folha não se lembrou, mas "O Globo", por intermédio de José Casado, não esqueceu: "A 'Delta IV' (...) foi revelada pela repórter Tânia Malheiros. Estava em nome do capitão-de-fragata Marcos Honaiser e do seu chefe, Othon. Funcionava como caixa para pagamentos das compras feitas no submundo do comércio de materiais nucleares".
A revelação de Tânia Malheiros foi feita na Folha. Espetacular. Acompanhei-a de perto: trabalho cercado de perigos, inclusive ou sobretudo de morte, mas feito com persistência e perfeição técnica de apuração, até revelar o sistema de "Contas Delta" e prová-las. Fortunas que escorriam em segredo, por contas bancárias mascaradas e manipuladas por militares e uns poucos civis, sem controle algum e sem registro de seus destinos. Era a ditadura em ação para desenvolver a propulsão e a bomba nucleares.
O Othon citado por Casado é o almirante preso agora pela Lava Jato, suspeito de corrupção como presidente na Eletronuclear. O livro que Tânia escreveu a partir de suas reportagens foi editado aqui e no exterior. Na Alemanha, tem várias edições.
A imprensa é um território de pequenas e grandes injustiças, não só para fora. Meses depois do seu trabalho, e não por causa dele, Tânia não pôde continuar no jornal. Decidiu abandonar o jornalismo. Hoje é cantora, e vai abrindo um caminho de reconhecimento, crescente.
NA MOITA
O sucinto noticiário da palestra de Eduardo Cunha para empresários paulistas, anteontem, inovou. Não fez a costumeira citação de notáveis presentes, não colheu as obviedades de praxe. Nem as imagens da plateia permitiam identificações.
Eduardo Cunha é atilado. Percebeu. Xiiiiii.
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- 29/07/2015 - Luz síncrotron aprofunda conhecimento sobre solo brasileiroFonte: Agência FAPESPOs processos químicos, físicos e biológicos que ocorrem em nível atômico e molecular no solo e que controlam a disponibilidade de nutrientes, o transporte de poluentes, a contaminação do ambiente e outros aspectos relacionados estão sendo mais facilmente desvendados com o auxílio da luz síncrotron, radiação eletromagnética produzida por aceleradores de partículas.
Essa e outras aplicações da radiação síncrotron em diversas áreas do conhecimento foram apresentadas durante a São Paulo School of Advanced Sciences on Recent Developments in Synchrotron Radiation - SyncLight 2015, realizada com o apoio da FAPESP no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), de 13 a 24 de julho.
De acordo com Hélio Cesar Nogueira Tolentino, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e coordenador da Escola que reuniu pesquisadores e estudantes de 17 países, o objetivo foi oferecer um panorama amplo das aplicações da radiação síncrotron para o avanço da ciência.
"A luz síncrotron tem importantes aplicações em áreas como física, química, biologia, geociências, medicina, engenharia e ciência dos materiais, entre outras. O SyncLight pretendeu motivar e ajudar a preparar essa nova geração de usuários dessa importante ferramenta científica para todo o potencial que ela oferece, apresentando técnicas avançadas ligadas à radiação síncrotron e discutindo seus potenciais”, disse à Agência FAPESP.
No caso das geociências, a luz síncrotron tem possibilitado o aprofundamento do conhecimento sobre o solo por facilitar o estudo de camadas e processos que ocorrem em escala molecular e atômica, explicou Dalton Belchior Abdala, pesquisador do LNLS na área de ciências do solo.
"O desenvolvimento da produção agrícola está intimamente associado aos avanços das geociências. As fronteiras do conhecimento científico nas próximas décadas serão os processos químicos, físicos e biológicos que ocorrem em solos em seu nível mais fundamental, o nível atômico, e a radiação síncrotron tem papel fundamental nisso.”
Abdala apresentou na ocasião técnicas de espectrografia de raios X aplicadas à pesquisa em geociências, utilizadas especialmente para determinar a presença de metais no solo.
"As pesquisas nessa área buscam compreender as reações na interface entre solos, uma mistura heterogênea de compostos orgânicos e inorgânicos de diferentes composições. A luz síncrotron facilita essa compreensão por aproximar o olhar dos pesquisadores ao limite dos menores componentes, às reações que ocorrem na escala dos átomos e das moléculas”, explicou.
Dessa forma é possível fazer experimentos in situ com o mínimo de preparação da amostra, observando elementos que estão em uma concentração bastante diluída no solo, e elaborar protocolos para, entre outros objetivos, melhorar a eficiência agronômica de materiais.
Um dos alvos de pesquisa mais importantes na área é o fosfato, componente fertilizante utilizado em diferentes cultivos por ser um macronutriente essencial para o ciclo de vida das plantas. De acordo com Abdala, as reservas de fosfato estão cada vez mais escassas.
"Nas perspectivas mais otimistas essas reservas estarão esgotadas dentro dos próximos 100 anos, uma realidade que precisa ser evitada tanto por questões econômicas como por razões ambientais e ecológicas.”
Algumas dessas reservas estão em colônias pinguineiras na Antártica. A atual fonte de luz síncrotron do LNLS, o UVX, único acelerador de partículas em operação na América Latina, foi utilizada por pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) para estudar o fosfato no solo antártico.
Para a caracterização química e mineral desses solos foram utilizadas três técnicas experimentais disponíveis em três linhas de luz do LNLS: difração de raios X, espectroscopia de absorção de raios X moles e fluorescência.
"Por meio da absorção, uma das técnicas de maior interesse em experimentos de geocientistas, cientistas do solo e do ambiente, é possível determinar a forma química de um elemento de uma forma muito direta, com acesso ao ambiente local atômico”, explicou Abdala.
Dessa forma é possível saber se o fósforo, em determinada condição ambiental, está presente em sua forma bidentada ou monodentada.
"Se for determinado que o fósforo predomina em sua forma monodentada, ele está mais frouxamente associado à matriz, sendo mais facilmente absorvido pela planta, mas também mais facilmente perdido para o ambiente, contaminando o solo. Se a forma predominante for bidentada, ele está mais associado à matriz, e as chances de sair para nutrir a planta ou contaminar o ambiente será dificultada. Por meio da luz síncrotron é possível discutir a reatividade desses elementos baseando-se na espécie química e no ambiente local atômico numa dada condição ambiental”, explicou.
Sirius
Ryan Tappero, do National Synchrotron Light Source (NSLS) dos Estados Unidos, destacou que a nova fonte de luz síncrotron brasileira, o Sirius, em construção no CNPEM, ampliará ainda mais as possibilidades de pesquisa em solo por combinar absorção, florescência e difração de raios X numa mesma câmara experimental e com precisão sem precedentes.
"No NSLS desenvolvemos diversas pesquisas de ponta, mas nosso acelerador de partículas não é mais o estado da arte em radiação síncrotron. O Sirius, uma fonte de luz síncrotron de quarta geração, vai elevar as pesquisas em diversos campos a um novo patamar por estender o espectro de radiação para raios X mais energéticos e com brilho exponencialmente superior”, disse.
Abdala explicou que a resolução do Sirius ampliará os estudos sobre a rizosfera, região em que solo e raízes entram em contato.
"Trata-se de uma região muito importante porque é uma interface entre solo e planta, em que ocorrem reações de absorção de nutrientes, de liberação de exsudatos radiculares e outras. A resolução do Sirius facilitará, por exemplo, estudos sobre como os micróbios afetam a ciclagem de nutrientes. Entender a dinâmica da rizosfera explicaria muita coisa sobre os mecanismos da planta para recuperar um nutriente no solo, como potássio, cálcio e zinco.”
Dessa forma, será possível avançar em processos de biofortificação, o enriquecimento de alimentos, citou Abdala.
"O feijão, por exemplo, tem muito ferro, mas muito dele está associado ao fitato. Isso reduz a biodisponibilidade do ferro, do zinco e de outros metais. Com o Sirius será possível localizar esses metais em regiões que não estão associadas ao fitato, possibilitando o desenvolvimento de um feijão enriquecido, com baixo fitato.”
O Sirius, que deve começar a operar em 2018, terá o maior brilho entre todos os equipamentos na sua classe de energia em operação ou em construção no mundo. Sua infraestrutura será aberta e poderá ser usada por pesquisadores de diversas procedências.
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- 29/07/2015 - Presidente licenciado da Eletronuclear fez carreira na MarinhaFonte: Valor Econômico
Por André Guilherme Vieira
São Paulo - Preso hoje no Rio durante a 16ª fase da Operação Lava-Jato, a "Radioatividade", o presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva é oficial de carreira da Marinha. Chegou ao posto de vice-almirante no corpo de engenheiros e técnicos navais.
Ele também atuou no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) de 1982 a 1994.
O nome de Othon foi envolvido nas investigações pelo ex-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações Dalton Avancini, que fez delação premiada. Segundo Avancini, haveria uma "promessa de propina" para Othon na obra Usina de Angra 3.
O empreendimento está paralisado desde o fim do ano passado, porque as empresas responsáveis alegam ter havido redução de repasses pelo governo. A construção da Usina de Angra 3 foi reiniciada em 2009 durante a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A vencedora das obras de construção da usina foi a Andrade Gutierrez em concorrência realizada em 1983 durante o governo do general João Batista Figueiredo (1979-1985). A construção foi interrompida em abril 1986.
A retomada da obra em 2009 foi realizada sem uma nova licitação. Houve atualização dos valores com os prestadores de serviço.
Os dois consórcios vencedores da obra de Angra 3 são integrados por empresas suspeitas de formação de cartel e de corrupção na Petrobras. Um deles é o Angra 3 formado por Queiroz Galvão, EBE e Technit Engenharia S.A. - responsáveis por serviços de montagens eletromecânicas. O outro consórcio é o UNA 3, responsável pela execução de montagens dos sistemas convencionais da usina e composto por Andrade Gutierrez, Construtora Norberto Odebrecht, Camargo Corrêa e UTC.
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- 28/07/2015 - PF prende presidente licenciado da Eletronuclear, investigado pela Lava-JatoOthon Luiz Pinheiro da Silva se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava-Jato por possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3
Othon Luiz Pinheiro da Silva se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava-Jato por possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3
Fonte: O Estado de Minas
A Polícia federal prendeu na manhã desta terça-feira o presidente licenciado da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele foi em casa, segundo informou a assessoria de imprensa da estatal, que é subsidiária da Eletrobras.
Cerca de 180 Policiais Federais cumprem 30 mandados judiciais desde o início da manhã, como parte da 16ª fase da Operação Lava-Jato, chamada Radioatividade. São 23 mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária e cinco de condução coercitiva. As ações ocorrem em Brasília, no Rio de Janeiro, em Niterói, São Paulo e Barueri.
O dirigente da empresa se afastou do cargo em 29 de abril, após ser citado na Lava-Jato por possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3. Desde então, o diretor de operação da empresa, Pedro Figueiredo, assumiu interinamente a presidência.
A Polícia Federal está hoje na sede da empresa, no Rio de Janeiro, cumprindo mandados de busca e operação. A Eletronuclear afirmou que vai se pronunciar por meio de nota.
O foco das investigações são contratos firmados por empresas já mencionadas na Operação Lava-Jato com a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras.
Com Agência Brasil
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- 28/07/2015 - Pesquisadores do Instituto de Física da USP criam software que integra técnicas de análise de espalhamento nuclearO software de análise MultiSIMNRA foi destaque na 22ª International Conference on Ion Beam Analysis, na Croácia; já há proposta para uso comercial do software
O software de análise MultiSIMNRA foi destaque na 22ª International Conference on Ion Beam Analysis, na Croácia; já há proposta para uso comercial do software
Fonte: Maxpress
O uso de feixes iônicos para analisar amostras materiais é um procedimento que serve a diversas áreas do conhecimento - da paleontologia às ciências de materiais, entre outras. No Brasil, o Laboratório de Análise de Materiais com Feixes Iônicos (LAMFI), do Instituto de Física da USP (IF/USP), é referência nesse tipo de procedimento. Ali, amostras variadas são expostas a diversos tipos de detectores, gerando dados que têm de ser analisados depois.
Existem muitas técnicas de análise desses dados. "Elas nos dão informações complementares sobre a amostra, e essa complementaridade é um desejo de toda a comunidade científica. Só que executar isso manualmente é muito difícil. É aí que entra o nosso software", explica Dr. Cleber Lima Rodrigues, um dos pesquisadores que trabalhou na criação do programa. Esse processo de análise simultânea e complementar é chamado, pela comunidade científica, de análise auto consistente.
O programa criado no IF/USP junta os dados de diferentes técnicas de análise e determina qual é o melhor modelo para a amostra que é capaz de explicar todos os dados experimentais ao mesmo tempo. "Cada uma das técnicas fornece uma informação diferente sobre a amostra. O software que criamos dá a composição da amostra que explica todos os dados experimentais simultaneamente. Baseamos nossos cálculos em um programa que já é muito conhecido pela comunidade acadêmica, que é o SIMNRA", explica Dr. Tiago Silva, autor do trabalho que resultou no software. O MultiSIMNRA, como foi chamado o software brasileiro, executa múltiplas instâncias do SIMNRA.
"É uma plataforma que gerencia e otimiza múltiplas instâncias de um programa largamente utilizado pela comunidade", resume o Prof. Manfredo Harri Tabacniks, coordenador do LAMFI.
Segundo ele, a análise auto consistente é uma abordagem relativamente recente, sugerida na década de 90 e agora disponível na forma de um software com uma interface conhecida e amigável.
"O único competidor do MultiSIMNRA é o IBA DataFurnace lançado em 1997, um software pago e não muito fácil de usar. Já o SIMNRA, criado por M. Mayer do Instituto Max Planck na Alemanha, com quem estamos colaborando, é amplamente utilizado em diversos laboratórios, inclusive na USP. O MultiSIMNRA, criado aqui, introduziu a análise auto consistente no SIMNRA, um significativo avanço analítico", ressalta Tabacniks. O MultiSIMNRA está disponível na web, sem custos para uso acadêmico, desde que seja citado o crédito.
"Com o MultiSIMNRA é possível realizar uma completa análise, do Hidrogênio ao Urânio, de filmes finos com estrutura em camadas, obtendo informações mais consistentes e inequívocas. Conseguimos uma precisão em torno de 1%, ou menos, dependendo do elemento caracterizado", diz Silva. Segundo ele, o MultiSIMNRA unifica técnicas de espalhamento nuclear como o RBS (Rutherford Backscattering Spectroscopy), o ERDA (Elastic Recoil Spectrometry) e o NRA (Nuclear Reaction Analysis). "Falta integrar o método PIXE (Proton Induced X-Ray Emission), assunto que estamos trabalhando".
"O atual paradigma da área é unificar os resultados obtidos por RBS e por PIXE. Em um, estamos medindo átomos espalhados, e no outro, fótons", explica Silva. Resolver este problema é o próximo passo do MultiSIMNRA. "Esperamos ter algum resultado até o final do ano."
A novidade repercutiu tão bem na 22ª International Conference on Ion Beam Analysis, na Croácia, em junho, que Thiago Silva foi abordado pelo representante de uma empresa norte-americana interessada em usar comercialmente o novo produto assim que terminou sua exposição. Na sequência, o LAMFI foi convidado a participar, pela primeira vez, do Round Robin Exercise, atividade promovida pela Agência Internacional de Energia Atômica, em que amostras de um mesmo teor são enviadas a diferentes laboratórios no mundo para caracterização, e posterior comparação de dados.
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- 28/07/2015 - Executivo da Eletronuclear preso tem perfil técnico e fez carreira na MarinhaFonte: Bem ParanáLuiza Franco, Rio de Janeiro, RJ (Folhapress)
Diretor-presidente licenciado da Eletronuclear preso nesta terça (28) na 16ª fase da Operação Lava Jato, Othon Luiz Pinheiro da Silva fez sua carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960. Segundo um dos procuradores integrantes da força-tarefa da Lava Jato, Silva recebeu R$ 4,5 milhões em propina. Os pagamentos, diz a investigação, foram efetuados entre 2009 e 2014. O executivo - afastado do comando da estatal desde abril - foi preso na manhã desta terça-feira (28) no Rio em nova fase da Lava Jato, que investiga contratos firmados com a Eletronuclear, as obras da usina nuclear Angra 3 e pagamentos de propina a funcionários da estatal, uma subsidiária da Eletrobras.
Quando se aposentou em 1994 da Marinha, Silva era vice-almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, o mais alto posto da carreira naval para oficiais engenheiros. Segundo a Academia Nacional de Engenharia, Silva estudou engenharia naval na Escola Politécnica da USP, onde se formou em 1966, e fez mestrado em engenharia mecânica no MIT ( Massachussetts Institute of Technology), com especialização em engenharia nuclear. De 1982 a 1984 foi diretor de pesquisas de reatores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). Em 2005, Silva assumiu como diretor-presidente da Eletrobras Eletronuclear. Procurada pela reportagem, a Marinha informou que Silva é reformado e foi licenciado do serviço ativo em 1994. -
- 28/07/2015 - Executivo da Eletronuclear preso tem perfil técnicoOthon Luiz Pinheiro da Silva fez sua carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960
Othon Luiz Pinheiro da Silva fez sua carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960
Fonte: O Tempo - Minas Gerais
FOLHAPRESSDiretor-presidente licenciado da Eletronuclear preso nesta terça (28) na 16ª fase da Operação Lava Jato, Othon Luiz Pinheiro da Silva fez sua carreira na Marinha, onde se formou como oficial em 1960.
Propina
Os pagamentos, diz a investigação, foram efetuados entre 2009 e 2014.
O executivo -afastado do comando da estatal desde abril- foi preso na manhã desta terça-feira (28) no Rio em nova fase da Lava Jato, que investiga contratos firmados com a Eletronuclear, as obras da usina nuclear Angra 3 e pagamentos de propina a funcionários da estatal, uma subsidiária da Eletrobras.
Quando se aposentou em 1994 da Marinha, Silva era vice-almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, o mais alto posto da carreira naval para oficiais engenheiros.
Segundo a Academia Nacional de Engenharia, Silva estudou engenharia naval na Escola Politécnica da USP, onde se formou em 1966, e fez mestrado em engenharia mecânica no MIT (Massachussetts Institute of Technology), com especialização em engenharia nuclear.
De 1982 a 1984 foi diretor de pesquisas de reatores do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares). Em 2005, Silva assumiu como diretor-presidente da Eletrobras Eletronuclear.
Procurada pela reportagem, a Marinha informou que Silva é reformado e foi licenciado do serviço ativo em 1994.
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- 28/07/2015 - Startups do Cietec investem em impressão 3DThink & Make, 3D Criar e Petit 3D visam popularizar objetos tridimensionais nas áreas de decoração, educação e saúde
Think & Make, 3D Criar e Petit 3D visam popularizar objetos tridimensionais nas áreas de decoração, educação e saúde
Fonte: Site Maxpress
A impressão de objetos 3D é uma das maiores tendências entre as empresas associadas ao Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), gestor da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica IPEN/USP. Atualmente, são três empresas dedicadas a inovarem no segmento: Think & Make, 3D Criar e Petit 3D, todas elas buscando aproximar a tecnologia de vários perfis de usuários, desde estudantes até grávidas e apreciadores de peças de design.A Think & Make, criada pelos empreendedores franceses Fabrice Mermet e Aurore Mourette, pretende mostrar a consumidores do mercado de luxo as possibilidades da impressão em 3D. A inovação da startup é permitir a realização de qualquer projeto de criação personalizada. É possível, por exemplo, ter peças feitas com base em fotografias de pessoas da família ou animais de estimação.
Por sua vez, a 3D Criar tem a missão de contribuir com o desenvolvimento da educação. A empresa fornece material didático para ensino básico, técnico, superior e educação assistiva para deficientes visuais. Uma de suas parcerias mais bem-sucedidas é com o Senai-SP, para a disponibilização de duas impressoras para a modalidade de CAD do World Skills Competition. O evento é a maior competição internacional entre estudantes de cursos profissionalizantes, que esse ano será realizado em São Paulo, no mês de agosto.
Já a Petit 3D é um braço da startup 3DUX, especializada na impressão para fins médicos, como na materialização de órgãos humanos para planejamento de cirurgias. O novo serviço atende a demandas de mulheres em gestação, com a possibilidade de imprimir imagens do feto capturadas no exame de ultrassonografia.
Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, analisa a tendência. "A impressão de objetos em 3D é uma tecnologia relativamente nova e, como tal, ainda não consegue alcançar grande número de pessoas, por causa do alto custo. Uma empresa dessa área, para se mostrar inovadora, deve ter como preocupação popularizar a impressão, pesquisando as demandas da sociedade".
Sobre o Cietec
O Cietec, Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, inaugurado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica, apoiando a criação, fortalecimento e a consolidação de empresas e empreendimentos inovadores de base tecnológica. Em suas unidades de negócio, São Paulo e Mogi das Cruzes, são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos o Cietec oferece serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas. O Cietec possibilita a ampliação d o índice de sobrevivência e competitividade das micro e pequenas empresas, oferecendo a excelência de sua infra-estrutura, a capacitação do seu recurso humano e a comer cialização e busca por inve stimento, como o investimento-anjo, capital semente e venture capital (capital de risco).Siga o perfil exclusivo da Trama sobre Inovação: @tramainova