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- 27/06/2015 - Canhão de laser vai medir qualidade do ar em Cubatão e na Ponta da PraiaPesquisa tem a participação da Fatec de Praia Grande e é conduzida pela USP, com apoio da Petrobras e Cetesb
Pesquisa tem a participação da Fatec de Praia Grande e é conduzida pela USP, com apoio da Petrobras e Cetesb
Fonte: A Tribuna de Santos
Alunos, formandos e professores da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Praia Grande iniciam em agosto estudos para medir a quantidade de material particulado e outros poluentes gasosos no ar de Cubatão e Santos.
Vão utilizar um canhão de feixes de raioslaser, como parte de um projeto solicitado pela Cetesb à Universidade de São Paulo (USP) para avaliar a qualidade do ar na região.
O laser, que fica estacionado na unidade do Centro de Pesquisas em Meio Ambiente (Cepema) da USP, instalado em Cubatão, tem três comprimentos de onda que serão direcionados para a antiga Vila Parisi e para a região central da cidade e, em Santos, para o estuário, o Porto e a Ponta da Praia. O equipamento lê o tipo de poluente solicitado, que é identificado e quantificado.
O canhão tem alcance de até 30 quilômetros. Segundo a professora Fernanda de Mendonça Macedo, coordenadora de Tecnologia em Processos Químicos da Fatec-PG, o projeto está sendo desenvolvido em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e a e departamento de Engenharia Química da USP (Politécnica). O estudo envolverá alunos e ex-alunos do curso de Processos Químicos da Fatec em Praia Grande, que começou em 2011 e já tem três turmas formadas.Domênico Rangoni e a região da antiga Vila Parisi: feixes de raio laser ajudarão a reforçar programas antipoluição
O trabalho acadêmico faz parte de um convênio que o Ipen e a Poli tem com a Petrobras e a Cetesb. A condução dos estudos é dos professores Roberto Guardani, da Poli- USP e Eduardo Landufo, do Ipen.A participação dos alunos decorre de um convite feito depois de um workshop, no Ipen, na Cidade Universitária da USP, em São Paulo, sobre a aplicação de laser, em novembro de 2014.
"O professor Eduardo Landufo nos convidou a fazer uma parceria com a Fatec. A partir desse convite, duas alunas de iniciação cientifica, que estão no quinto ciclo de Processos Químicos, (Elaine Cristina Araújo e Izabel da Silva Andrade) vão aprender e operar os equipamentos a laser do Projeto Lidar. E ex-alunos já formados que vão desenvolver mestrados com Eduardo Landufo, integraram-se ao projeto”, conta.
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- 26/06/2015 - Governo federal vai dar 21,3% de aumento para 1,3 milhão de servidores do ExecutivoFonte: O Dia
O governo federal apresentou ontem proposta de reajuste salarial de 21,3% para 1,3 milhão de servidores ativos, aposentados e pensionistas do Poder Executivo. O índice será parcelado entre 2016 e 2019. Segundo o Ministério do Planejamento, o gasto da folha permanecerá estável em 4,1% do PIB até 2019. O reajuste foi proposto com base na inflação esperada para os próximos quatro anos. É o primeiro anúncio oficial do governo na rodada de negociação deste ano com o funcionalismo.O índice foi apresentado ontem pelo secretário de Relações de Trabalho do ministério, Sérgio Mendonça, aos representantes sindicais que integram a mesa (foto). Segundo a pasta, a proposta será enviada ao Congresso após o acordo coletivo com as mais de 30 categorias. Ainda não há prazo definido, pois cada sindicato vai apreciar o documento, mas o governo federal tem até o dia 21 de agosto para enviar o projeto de lei. Conforme a União, a proposta "representa um aprimoramento das negociações salariais”.
‘PROPOSTA INDECENTE’
Diretor da Condsef, Josemilton Costa classificou a oferta do governo como "proposta indecente”. A plenária nacional do funcionalismo que estava marcada para 11 de julho foi antecipada para o próximo sábado. Não está descartada uma greve nacional a partir da primeira quinzena de julho. A paralisação será votada também no próximo sábado.27% EM JANEIRO DE 2016
O presidente do Andes-SN,Paulo Rizzo, participou da reunião e lembrou que os servidores federais querem reajuste de 27% em parcela única no mês de janeiro de 2016. Rizzo destaca que os dirigentes também querem discutir todos os pontos da pauta de reivindicações, não apenas o aumento salarial, o que não estaria nos planos do governo.‘CONVERGÊNCIA’
Sérgio Mendonça pediu que os servidores se posicionem sobre a proposta para que o governo continuasse a conversar. Ele destacou que os sindicatos reclamaram da falta de uma proposta completa, mas defendeu que a União não tem como avançar sem "ter um mínimo de convergência sobre a questão principal”, o reajuste.PRATADA CASA
O Estado do Rio lançou ontem o programa Prata da Casa, que consiste na valorização do funcionalismo público. A proposta é identificar e dar visibilidade a talentos do quadro de servidores estatutários, por meio de processos seletivos internos. O projeto foi publicado ontem no Diário Oficial. O edital sai em 20 dias.
ABONO DE GREVE
O governador Luiz Fernando Pezão autorizou ontem abono funcional de todas greves e paralisações (código 61) dos servidores da Educação desde 1993. A decisão foi anunciada na reunião com o Sepe. De acordo com o governo, a iniciativa é importante para não afetar a contagem de tempo para aposentadoria e de triênios.METAS — A Prefeitura de Nova Iguaçu definiu o Plano Municipal de Educação para próximos dez anos (2015 a 2025). O documento estabelece diretrizes e metas para os ensinos Médios e Superior na cidade, além da valorização do professor e de plano de carreira dos docentes.
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- 25/06/2015 - Dispersos pelo campus, institutos não vinculados à USP são parte da vida acadêmicaInstituições como o Paço das Artes, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Núcleo de Consciência Negra e Centro Tecnológico da Marinha também promovem ações com a universidade
Instituições como o Paço das Artes, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Núcleo de Consciência Negra e Centro Tecnológico da Marinha também promovem ações com a universidade
Fonte: Jornal do Campus
Redação JCQuando um calouro entra pela primeira vez na cidade universitária se depara com um mundo completamente novo. Diversas faculdades, institutos, bibliotecas, bandejões e museus estão inseridos dentro dos 7,5km² que compõem o campus da capital. Contudo, se engana aquele que acredita que todas as instituições dentro da USP fazem parte dela e, por isso, estão sobre o controle da reitoria.
Entrando pelo P1, logo em frente à Faculdade de Educação, encontra-se o Paço das Artes. Já seguindo pela Av. Prof. Lineu Prestes, é possível ver o IPEN e a ETEC CEPAM, um em frente ao outro. Ainda na mesma avenida, a sede do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo chama a atenção. Um pouco escondido, perto do restaurante Sweden e atrás dos antigos barracões, está o Núcleo de Consciência Negra.Paço das Artes
O prédio de arquitetura modernista, ainda inacabado, projetado na década de 1970 pelo arquiteto Jorge Wilheim é o lar do Paço das Artes desde 1994. A primeira exposição na nova sede foi a retrospectiva de Nelson Leirner, com curadoria de Agnaldo Farias. "A instituição veio para o ambiente universitário da USP por ser um espaço experimental e inovador focado não somente na produção da jovem arte contemporânea, mas também na atualidade das produções contemporâneas”, conta Priscila Arantes, diretora artística e curadora do Paço das Artes.
O Paço não faz parte da USP e é um órgão da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. Por isso, pode promover ações separadamente à universidade. A maioria é de cunho cultural, no sentido de fomentar e difundir a produção de arte contemporânea e organizadas pela própria instituição. As locações, quando realizadas, são feitas no Espaço Subsolo da instituição, apenas se a área não estiver sendo utilizada por ações organizadas pelo próprio Paço. Nesse espaço, já ocorreram festas como a House of Alice, um open bar realizado pela Agência Scheeeins!!.
Por estar dentro da USP, procura desenvolver uma relação de parceria com a universidade para promover atividades integradas. "O Paço das Artes realiza inúmeras cessões de espaço para eventos da USP tais como a que fazemos desde 2007 para os formandos da ECA-USP, a Oficina de Teatro gratuita voltada ao público da 3ª Idade, realizado em parceria com o Laboratório de Neurociências do ICB –USP, o Seminário Internacional Diálogos Transdisciplinares: Arte e Pesquisa (ECA-USP), entre outros”, explica Priscila. O acesso ao Paço das Artes é livre e gratuito ao público em geral.
Além disso, também desenvolve o projeto Paço Comunidade, uma ação que visa criar um diálogo entre a instituição e seu entorno, em especial o bairro Jardim São Remo. "Trata-se de um projeto de formação em arte, ministrada por um artista contemporâneo convidado, que culmina em intervenções na comunidade ou no Paço das Artes. O projeto é realizado em parceria com o programa Aproxima-AÇÃO (da Pró-reitoria da USP) e Associação Metodista Livre Agente – Girassol, ONG localizada na comunidade São Remo, no entorno da Cidade Universitária”, completa a curadora.IPEN
Ocupando 0,5km² do campus está o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado de São Paulo. Fundado em 1956 por professores da USP e com financiamento do CNPQ, ganhou o nome de Instituto de Energia Atômica (IEA) e foi construído dentro da Cidade Universitária. Posteriormente, o IEA, atual IPEN, se tornou uma Autarquia Estadual e por meio de convênio é gerido técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN.
Apesar de não haver nenhuma contrapartida contratual obrigatória, existem diversas atividades que são realizadas em conjunto entre o instituto e a universidade, formais ou não. "Formalmente, somos uma entidade associada à Universidade de São Paulo. O IPEN é responsável pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear da USP e somos, IPEN e USP, responsáveis pela Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo, que é a maior do Brasil e está situada no IPEN”, relata José Carlos Bressiani, superintendente do instituto.
Muitos trabalhos de pesquisas são realizados entre pesquisadores do IPEN e da USP, assim como o compartilhamento de laboratórios e outras facilidades. Além disso, muitos alunos da USP realizam atividades de pesquisas no instituto e vários cursos de graduação optativos são oferecidos semestralmente por pesquisadores do IPEN.
Por ser um Instituto que trabalha com materiais nucleares, o acesso às suas dependências é controlado. Apesar disso, a relação entre as comunidades IPEN e USP sempre foi respeitosa e harmoniosa com inúmeras vantagens para ambas, segundo o superintendente. "Só há vantagens em estarmos localizados na Cidade Universitária, pois além das facilidades já descritas, convivemos com o ambiente acadêmico e de pesquisa da melhor Universidade brasileira, o que nos serve de parâmetro”, conta.
ETEC Cepam
Próximo ao IPEN, também está localizada a ETEC CEPAM, entre a Universidade de São Paulo e o Instituto Butantã. O Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) é uma fundação do governo do estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Planejamento e Gestão, que apoia os municípios no aprimoramento da gestão e no desenvolvimento de políticas públicas. "O Cepam orienta as prefeituras e câmaras, por meio de assessoria técnica e pareceres jurídicos. Produz conhecimento e oferece cursos de qualificação profissional e aperfeiçoamento aos servidores públicos e agentes políticos”, conta a assessoria.
Em parceria com o Centro Paula Souza, responsável pelas Etecs e Fatecs do Estado de São Paulo, conta com a Escola Técnica Estadual de Gestão Pública (ETEC CEPAM). A escola visa a formação de técnicos de nível médio, oferecendo cursos de Gestão de Políticas Públicas, Orientação Comunitária e Legislativo. O prédio é acessível e aberto a todos os interessados.
Em 1967, mesmo ano em que o CEPAM foi instituído e regulamentando, foi criada também a Biblioteca Ivan Fleury Meirelles, no mesmo local. Especializada em Administração Municipal, a biblioteca atende o público interno e externo e "elabora estudos, pesquisas, manuais e guias de gestão pública, que divulgam o conhecimento produzido e sistematizado pelo Cepam, editando publicações, também em formato digital”, diz a assessoria.Núcleo de Consciência Negra
Fundado em 1987, o Núcleo de Consciência Negra localiza-se próximo ao restaurante Sweden e à FEA. Funcionários técnicos-administrativos, estudantes e docentes foram os criadores e visaram, desde o princípio, denunciar a exclusão racial da USP e pensar políticas de inclusão.
O Núcleo é responsável por um cursinho pré-vestibular comunitário, que tem como intuito preparar jovens negros e de baixa renda para a prova. Além disso, pensa e materializa formas de inclusão, através de políticas de cotas raciais e organização de cursos, palestras e seminários sobre diversos tipos de opressão, seja racismo, machismo ou homofobia. "Nossa luta é para que a sociedade tenha sua representatividade dentro deste espaço, trazendo seus saberes e tendo acesso ao conhecimento que ela ajuda a construir”, diz Maria José Menezes, colaboradora do NCN.
Segundo ela, o Núcleo é um espaço de resistência dentro da USP e que sempre busca o diálogo com a universidade, mas o compromisso principal é com a sociedade e com o direito ao conhecimento. "Ao longo de nossa história, através de seminários, cursos, palestras, reuniões recebemos uma parcela considerável da população que de outra forma jamais adentraria a este espaço. Com isso, quebramos o paradigma de espaço de elite. Este papel deveria ser feito pela USP, através das atividades de Cultura e Extensão, um dos tripés da univevrsidade, porém este tipo de iniciativa é incipiente partindo da USP”, conta Maria.
Até agora o NCN não recebeu nenhuma contra-partida por parte da USP e está negociando a sua permanência. "Para nós é importante estarmos neste espaço, pois assim conseguimos dialogar com mais facilidade com os diferentes seguimentos da instituição: trabalhadores, estudantes, docentes e administração. Além disso, ter este espaço de questionamento dentro de seus muros, faz com que a USP se dê conta de seu nível de exclusão”, diz Maria.Marinha
Criado em 1986, o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) é uma organização militar e sua sede está localizada dentro do campus da capital. Nela é desenvolvido o Programa Nuclear da Marinha do Brasil, que visa à capacitação no domínio dos processos tecnológicos, industriais e operacionais de instalações nucleares aplicáveis à propulsão naval. Lá trabalham servidores militares e civis, que exercem atividades técnicas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento, gerenciamento de projetos e atividades administrativas.
O Jornal do Campus tentou entrar em contato com o CTMSP para saber como ocorre sua relação com a USP, porém não obteve resposta via e-mail e não foi autorizado a entrar nas dependências dela, já que se trata de uma área militar e necessita de autorização prévia. A CTMSP também não forneceu telefone para contato.
Por Mariana Miranda
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- 24/06/2015 - Governo de São Paulo lança Movimento pela InovaçãoFonte: Agência Fapesp
O Governo de São Paulo lançou, em 22 de junho, o "Movimento pela Inovação”. Conduzida pela Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista, o objetivo é aproximar pesquisadores, startups e empresas das instituições de fomento com o objetivo de impulsionar os investimentos em inovação no Estado.
A iniciativa conta com o apoio da FAPESP, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), do Centro Paula Souza, do Sebrae-SP, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e também de fundos de investimento e parques tecnológicos.
O Movimento reunirá periodicamente as instituições apoiadoras e organismos multilaterais do campo da inovação e da pesquisa para orientar e atender individualmente – dentro de incubadoras, aceleradoras e universidades e parques tecnológicos – os interessados desenvolver projetos inovadores.
Nesses encontros, a expectativa é apoiar empreendedores na definição de ação, com orientação sobre como obter crédito sustentável para investimentos, indicação para uma eventual subvenção ou buscar aportes diretos por meio de fundos de investimento, entre outras opções disponíveis.
"Queremos mostrar que a inovação está ao alcance de todos. Além disso, ao encurtar a distância entre os centros de pesquisa, empresas e instituições de fomento, o conhecimento científico produzido pode ser transformado mais rapidamente em produtos e negócios de sucesso, gerando riqueza para a sociedade e o desenvolvimento do país”, disse Milton Luiz de Melo Santos, presidente da Desenvolve SP.
A Desenvolve SP é responsável por oferecer linhas de crédito exclusivas para projetos inovadores com condições especiais e também por repassar recursos da Finep e do BNDES. A instituição trabalha também com cinco Fundos de Investimentos em Participações (FIP) para investimento direto, entre eles, o Fundo de Inovação Paulista, criado pela própria Desenvolve SP, e que tem o Sebrae-SP, a FAPESP e a Finep como investidores.
O primeiro evento do "Movimento pela Inovação” será nos dias 29/6 e 3/7, no Parque Tecnológico de São Carlos (ParqTec), quando a equipe da Desenvolve SP realizará atendimento individual aos empresários, para tirar dúvidas e dar encaminhamento aos de projeto inovação. Para participar desse encontro é preciso fazer um pré-agendamento pelo e-mail jrosa@parqtec.com.br ou telefone (16) 3362 6262.
Mais informações:www.desenvolvesp.com.br/movimento-pela-inovacao
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- 23/06/2015 - Brasil está entre 25 países mais bem colocados em ranking de artigos científicosPaís está na 23ª posição – primeira na América Latina – no ranking global de qualidade científica na edição de 2015 do Nature Index, do grupo Nature. Lista se baseia em periódicos de impacto
País está na 23ª posição – primeira na América Latina – no ranking global de qualidade científica na edição de 2015 do Nature Index, do grupo Nature. Lista se baseia em periódicos de impacto
Fonte: Site MCTIA edição do Nature Index 2015, suplemento do grupo Nature, aponta o Brasil como o 23º país no rankingglobal de qualidade científica.
Na América Latina, o País ocupa a melhor posição, seguido de Argentina (30º lugar), Chile (32º) e México (34º).
O relatório, lançado na quarta-feira (17), avalia artigos científicos originais em quatro áreas – Química; Ciências da Vida; Terra e Ambiente; e Ciências Físicas –, publicados em 68 periódicos escolhidos entre os de maior impacto científico.
Em levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), por meio da base de dados Web of Science, englobando todos os artigos com participação de pesquisadores filiados a instituições brasileiras publicados em 2014 nos mesmos 68 periódicos utilizados no Nature Index, foram identificadas 1.193 publicações listadas. Dessas, 565 apontam como agência financiadora o CNPq, resultado que a coloca como a principal instituição de fomento desse seleto grupo de publicações.
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- 23/06/2015 - Abastecimento de insumos radioativos é regularizadoFonte: Agência Brasil
Por Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil Edição:Beto Coura
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, responsável pela produção da maioria dos radiofármacos utilizada no país, regularizou hoje (23) o fornecimento de radioisótopos usados como matéria-prima na medicina nuclear. No início do mês, pacientes não puderam fazer diagnóstico de doenças nem continuar o tratamento por causa da falta de radiofármacos nos hospitais.
A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear acha que, apesar da regularização da remessa de radiofármacos, a situação é frágil e requer atenção. Em nota, a associação alertou que a dependência do Brasil por insumos radioativos importados é um problema que precisa ser solucionado, visto que há número limitado de fornecedores de radioisótopos dos quais o país pode comprar.
A associação cita a alta do dólar, o aumento dos custos dos insumos importados, bem como o corte do orçamento para a produção de radiofármacos como obstáculos para a aquisição de insumos e a manutenção da produção, de maneira regular a distribuição, como tem ocorrido nos últimos 30 anos.
O governo brasileiro tem como meta de longo prazo, para a autonomia de produção de radiofármacos, a criação do Reator Multipropósito Brasileiro. Além de ampliar a produção de material e técnicas nucleares, gerando benefício na área da saúde, o reator vai produzir isótopos radioativos que servirão de insumo para produtos com aplicação na indústria.
Serão usados também na proteção do meio ambiente, na agricultura e no desenvolvido da capacidade técnica e continuada na formação de pessoal especializado.
Em maio, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis emitiu licença prévia para a construção do reator. O empreendimento foi integrado ao Plano de Aceleração do Crescimento e tem previsão para começar a operar em aproximadamente quatro anos.
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- 23/06/2015 - Primeiro radiofármaco é registrado no Brasil pela ANVISAMarco histórico na medicina nuclear, medida publicada no D.O.U. – em 22/6 - revoluciona o cenário da especialidade no País
Marco histórico na medicina nuclear, medida publicada no D.O.U. – em 22/6 - revoluciona o cenário da especialidade no País
Fonte: Site da SBMN
Foi concedido o primeiro registro a um medicamento na categoria "radiofármaco” pronto para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O registro foi publicado no Diário Oficial da União (D.O.U.) desta segunda-feira (22/06).
Fabricado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear/CDTN, o Radioglic® - Fludesoxiglicose (18F), passa a ser considerado o pioneiro a obter a regulamentação da Agência no País, desde publicação da RDC 64/2009, norma que dispõe sobre o registro desses produtos. Indicado para uso exclusivo no campo diagnóstico aplicados nos serviços de medicina nuclear em exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET e PET/CT), o radiofármaco irá beneficiar pacientes nas áreas de Oncologia, Cardiologia e Neurologia.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Claudio Tinoco, trata-se de "um marco histórico na medicina nuclear nacional e revoluciona o cenário da especialidade no País”. Com isso, Tinoco explica que a Anvisa passou a aceitar como um dos critérios para registro a utilização de estudos clínicos publicados na literatura para validar a utilização e a eficácia clínica dos radiofármacos, sendo dispensadas para as substâncias com amplo histórico de uso clínico, as pesquisas de efetividade e não-inferioridade. "O registro simboliza a regulamentação de uma prática que tem mais de 50 anos de uso no Brasil, considerada consagrada no campo da medicina diagnóstica e, também, terapêutica". Ao todo a SBMN estima que mais de 50 radiofármacos venham a ter o seu registro sanitário publicado.
Este critério está em conformidade com a matéria preconizado pela Resolução de Diretoria Colegiada - RDC nº. 70, de 22 de dezembro de 2014, uma normativa complementar à RDC 64/2009. Em fevereiro deste ano, em reunião junto à SBMN para trarar do registro de radiofármacos, Marcelo Moreira, da Gerência-Geral de Produtos Biológicos, Sangue, Tecidos, Células e Órgãos (GGPBS) da Anvisa, havia informado que a RDC 70/2014 foi elaborada após criteriosa avaliação e com o objetivo de normatizar os produtos já comercializados e utilizados no País antes de 23 de dezembro de 2014, equiparados como radiofármacos consagrados quanto aos requisitos para Registro no Brasil.
Vale ressaltar que todos os radiofármacos que já estavam em comercialização no Brasil na data de publicação da RDC 70/2014 devem que ter o seu registro peticionado em até 180 dias da publicação da referida RDC. Aqueles que não o fizerem não poderão mais ser comercializados. Para a obtenção do registro, todos os radiofármacos deverão seguir os requisitos técnicos, conforme determinado na normativa vigente, a RDC 64/2009.
O registro de radiofármacos faz parte do Plano Estratégico de Expansão da Medicina Nuclear - que teve início neste ano de 2015 - durante Workshop realizado no IPEN, com a criação Comissão Permanente de Desenvolvimento e Expansão da Medicina Nuclear”. O grupo tem como um dos principais objetivos a ampliação dos benefícios da medicina nuclear para a população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sobre os radiofármacos
Diferentemente da farmacologia, a radiofarmacologia requer uma pequena quantidade molecular na composição dos medicamentos, o que os caracteriza como produtos mais seguros, em geral. "Como as parcelas de radiação utilizadas em medicina nuclear são mínimas, e em geral não causam efeitos adversos quando utilizadas apropriadamente, nem para o paciente e nem para o ambiente, sendo já controlados pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN)”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear - SBMN - Claudio Tinoco.Também conhecidos como radiotraçadores, os radiofármacos são utilizados em diagnósticos, como ferramenta para acessar e analisar o funcionamento dos órgãos e tecidos vivos. Além disso, são empregados em tratamentos de doenças como hipertioridismo, câncer da tireoide e outros tumores, além do tratamento de dores ósseas.
Veja nota completa da Anvisa:
Anvisa aprova primeiro medicamento radiofármaco pronto para uso
A Anvisa concedeu o registro para o medicamento Radioglic® - Fludesoxiglicose (18F), fabricado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear/CDTN. Este é o primeiro medicamento da categoria de radiofármacos pronto para o uso registrado pela Anvisa desde a publicação da RDC n° 64/2009, norma que dispõe sobre o registro desses produtos. O registro foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira (22/06).O medicamento foi aprovado pela Anvisa na forma farmacêutica de solução injetável para administração intravenosa de fludesoxiglicose (18F), disponível em dez apresentações comerciais: frascos-ampola de até 15 mL, contendo atividades de 0,4 GBq ; 1 GBq; 2 GBq; 3 GBq; 5 GBq; 8 GBq; 13 GBq; 16 GBq; 19 GBq; 29 GBq, na data e hora da calibração.
Radioglic® está indicado para uso exclusivo em radiodiagnóstico nos serviços de medicina nuclear e destinado a exames de tomografia por emissão de pósitrons (PET e PET/CT), nas áreas de Oncologia, Cardiologia e Neurologia.
Fludesoxiglicose (18F) é um análogo radioativo da glicose, que se acumula em todas as células que utilizam glicose como fonte primária de energia. É o radiofármaco mais comumente utilizado para obtenção de imagens em PET.
A expectativa é de que sejam solicitados registros para todos os radiofármacos que estejam em comercialização no país. Assim, a Agência dará continuidade ao processo de regulamentação desta categoria de medicamentos, criando um cenário positivo para a entrada de novos produtos.
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- 23/06/2015 - Valdir Raupp cobra do governo a contratação de 100 aprovados em concurso para o Instituto Nacional de Propriedade IndustrialHoje, o Inpi conta com 192 examinadores e 184 mil pedidos de patente protocolados, o que dá uma média de 958 pedidos por servidor. Nos EUA, essa relação é de 77 pedidos de patente por examinador
Hoje, o Inpi conta com 192 examinadores e 184 mil pedidos de patente protocolados, o que dá uma média de 958 pedidos por servidor. Nos EUA, essa relação é de 77 pedidos de patente por examinador
Fonte: Jornal da Ciência
O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) cobrou do governo a contratação de 100 aprovados em concurso público do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), órgão responsável pela análise de pedidos de patente.
Valdir Raupp também propôs que as taxas pagas ao Inpi sejam revertidas para o próprio órgão e não para o pagamento dos juros da dívida pública. Assim, será possível investir esses recursos da instituição.
Hoje, o Inpi conta com 192 examinadores e 184 mil pedidos de patente protocolados, o que dá uma média de 958 pedidos por servidor. Nos Estados Unidos, essa relação é de 77 pedidos de patente por examinador, disse o parlamentar.
Essa relação, explicou o senador, coloca o Brasil na 19ª posição em um ranking de tempo de análise que abrange 20 países da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas.
Nesse ranking, o tempo médio de concessão de uma patente nos Estados Unidos é de dois anos e meio; na Coréia, dois anos; Colômbia e Peru analisam os pedidos em três anos; e o Brasil, em 11 anos, lamentou Valdir Raupp.
E toda essa demora, alertou o senador, faz com que alguns pedidos de patente percam a sua necessidade, especialmente produtos de informática, que ficam desatualizados rapidamente.
– O resultado do descaso é sentido no número de patentes em vigor no país, que não passe de 42 mil, enquanto que nos estados unidos é superior a 2 milhões; na China, cerca de 875 mil e na Coréia do Sul, em torno de 738 mil. O prejuízo é imenso para a nossa indústria como um todo, pois inovação é a palavra de ordem no setor, hoje em dia. Hoje, a indústria que não inovar está fadada a posições secundárias no mercado global – afirmou o senador.
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- 23/06/2015 - BNDES quer usar R$ 10 bilhões do FGTS para financiar usinasFonte: Yahoo
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quer usar os R$ 10 bilhões de reforço do fundo que conta com recursos da poupança forçada dos trabalhadores para financiar projetos de infraestrutura de energia e logística, como a Hidrelétrica de Santo Antônio e a usina nuclear Angra 3, os aeroportos de Galeão e de Guarulhos e até mesmo um terminal privado, localizado às margens da Rodovia Castelo Branco.
O jornal O Estado de S. Paulo obteve a relação dos empreendimentos que o BNDES apresentou ao fundo de investimento que usa os recursos do FGTS (FI-FGTS) para aplicar em projetos de infraestrutura. No total, as sugestões somam R$ 10,8 bilhões. A análise será feita na próxima reunião do comitê de investimento - que conta com representantes do governo, dos trabalhadores e dos patrões -, marcada para a quarta-feira, 24.
Depois que o conselho curador do FGTS autorizou o reforço do caixa do banco com os recursos do fundo, os desembolsos para esses projetos, que já estão em obras, dependem do aval do comitê do FI-FGTS e da aderência deles às regras do fundo de investimento. Se algum deles for recusado, o BNDES terá de trocá-lo por outro.
Na relação entregue pelo BNDES estão aportes de R$ 45 milhões na Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. Os membros do comitê podem ponderar que essa usina em construção no Rio Madeira, em Porto Velho (RO) já recebeu R$ 2 bilhões em financiamentos do fundo, segundo o último balanço. O consórcio construtor da usina é formado pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, cujos presidentes foram presos na última sexta-feira, em mais uma fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga corrupção na Petrobras.
Mário Avelino, presidente do Instituto do Fundo Devido ao Trabalhador, acredita que as prisões dos chefes das empreiteiras não impedirão os desembolsos, já que as operações foram aprovadas pelo banco de fomento. "Pouca coisa deve mudar, a não ser que sejam forçadas pela opinião pública", afirma. No entanto, o Estado conversou com membros do comitê que decide os aportes, sob condição de anonimato, e eles disseram que muitos projetos da lista vão ser "contestados". Para o professor de Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) no Rio de Janeiro Gilberto Braga, o trabalhador brasileiro deveria poder escolher onde aplicar o dinheiro que é obrigado a poupar, assim como fez quem decidiu investir na Petrobrás e na Vale.
Energia
Pela lista, a maior parte dos recursos será investida em energia - 31,3% do total que está sendo pedido. Serão R$ 400 milhões à usina nuclear Angra 3, cujas obras foram reiniciadas em 2009 pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, depois de 23 anos paradas. A usina também faz parte das investigações da Operação Lava Jato.
A maior parte dos aportes em energia deve ser feita à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), empresa do grupo Eletrobrás. O BNDES quer colocar R$ 1,2 bilhão do FI-FGTS em dois projetos.
Rodovias devem receber 27,5% do total dos recursos. Entre as contempladas devem estar a BR-040 (R$ 331,7 milhões) e BR-050 (R$ 105 milhões). As concessionárias CCR, Transbrasiliana, Viapar e Via Bahia também serão contempladas.
Os projetos em ferrovias abocanharão 21,7% do total, sendo que a Vale deve receber aportes de R$ 1,7 bilhão, dos R$ 2,3 bilhões destinados ao setor, para a construção de um ramal ferroviário que viabilizará a implantação do maior projeto de minério de ferro da companhia. O ramal liga a mina de Serra Sul de Carajás à Estrada de Ferro Carajás, no Estado do Pará. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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- 23/06/2015 - Editora alemã lança livro de pesquisadores da UFSCar sobre materiais cerâmicosFonte: Agência Fapesp
A Editora Göller Verlag, da Alemanha, publicou em abril o livro Refractory Engineering Castable, de Victor Carlos Pandolfelli, professor titular do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
O livro tem como coautoras Ana Paula da Luz e Mariana Braulio, também da UFSCar.
Voltado ao público acadêmico e de profissionais que trabalham em empresas dos setores de ferro, aço, alumínio, metais não ferrosos, entre outros, o livro aborda temas relacionados à área de materiais cerâmicos para alta temperatura.
Organizado em dez capítulos distribuídos em 754 páginas, o livro trata desde questões relacionadas aos diversos estágios de processamento de refratários até a otimização de formulações e aplicações do produto. Cada um dos capítulos foi revisto por especialistas da área.
O livro é o primeiro volume de uma série publicada pela Federation for International Refractory Research and Education, que tem como objetivo estimular a formação de especialistas e a implementação de programas de pesquisa para a indústria de refratários.
O livro está sendo vendido por US$ 135. Os interessados devem entrar em contato com Petra Blank no telefone +49(0)7221 502210 ou pelo e-mail p.blank@goeller-verlag.de.
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- 23/06/2015 - Helena Nader é reeleita presidente da SBPCFonte: Agência Fapesp
Helena Nader, biomédica e professora titular da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi reeleita presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) para um novo mandato de dois anos, de julho de 2015 a julho de 2017. Helena Nader também é membro da coordenação da área de Biologia da FAPESP.
Para os dois cargos de vice-presidente, foram eleitos o físico Ildeu de Castro Moreira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Vanderlan da Silva Bolzani, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e membro da coordenação do Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA) da FAPESP. Para o cargo de secretário-geral, foi eleita Claudia Mansini d’Avila Levy, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As três vagas de secretários serão ocupadas por Ana Maria Bonetti, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Maíra Baumgarten, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e Adalberto Luís Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
Para o cargo de primeiro tesoureiro foi eleito Walter Colli, da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador adjunto da área de Ciências da Vida da FAPESP. O segundo tesoureiro será José Antonio Aleixo da Silva, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Os eleitos serão empossados no dia 16 de julho, durante a 67ª Reunião Anual da SBPC, em São Carlos, entre os dias 12 e 18.
Conselheiros eleitos
As eleições na SBPC, cujos resultados foram anunciados no dia 15 de junho, também indicaram 13 nomes para o Conselho da instituição, com mandato para o quadriênio 2015 a 2019.
Conforme previsto no estatuto, as candidaturas são regionais. Para os estados que compreendem a Área A (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) foi eleito Hiroshi Noda (Inpa).
Nos estados da Área B (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), com duas vagas, foram eleitos Nelson de Luca Pretto, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Maria do Carmo Figueiredo Soares, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Na Área C (Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Distrito Federal), as três vagas foram preenchidas por Eduardo Mortimer, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fernanda Sobral e Laila Espindola Darvenne, ambas da Universidade de Brasília (UnB).
Na região da Área D (Espírito Santo e Rio de Janeiro) foram eleitos Ana Tereza Ribeiro de Vasconcelos (LNCC), Adalberto Moreira Cardoso, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e João Ramos Torres de Mello Neto, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na Área E (São Paulo), foram eleitos Regina Pekelmann Markus, da USP, Glaucius Oliva, do Instituto de Física de São Carlos (USP) – pesquisador responsável pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP –, e Rubens Belfort Mattos Junior, da Unifesp.
Para a Área F (Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), eleita foi Zelinda Maria Hirano, da Universidade Regional de Blumenau (FURB).
Secretários Regionais
Nas eleições foram escolhidos também os secretários regionais da SBPC para um mandato de dois anos (2015-2017). Veja abaixo a representação por estado.
Amazonas
Secretário regional: José Wilson do Nascimento Corrêa (Ufam)
Secretária adjunta: Rosany Piccolotto de Carvalho (Ufam)
Bahia
Secretário regional: Jaime Santos Filho (UFBA)
Secretário adjunto: Alberto Brum Novaes (UFBA)
Ceará
Secretário regional: Lindberg Lima Gonçalves (UFC)
Secretária adjunta: Claudia Linhares Sales (UFC)
Distrito Federal
Secretária regional: Ligia Pavan Baptista (UnB)
Goiás
Secretário regional: Reginaldo Nassar Ferreira (UFG)
Secretário adjunto: Romão da Cunha Nunes (UFG)
Maranhão
Secretária regional: Eloisa da Graça do Rosario Gonçalves (UFMA)
Secretário adjunto: Auro Atsushi Tanaka (UFMA)
Pará
Secretária regional: Maria Elvira Rocha de Sá (UFPA)
Secretária adjunta: Marlucia Bonifácio (MPEG)
Paraná
Secretária regional: Araci Asinelli da Luz (UFPR)
Secretária adjunta: Elizabeth de Araujo Schwarz (UFPR)
Pernambuco
Secretário regional: Marcos Antonio Ramos Pereira de Lucena (Fundaj)
Secretária adjunta: Rejane Jurema Mansur Custódio Nogueira (UFRPE)
Piauí
Secretário regional: Willame Carvalho e Silva (TJPI)
Secretário adjunto: Joaquim Campelo Filho
Rio de Janeiro
Secretário regional: Marco Moriconi (UFF)
Secretária adjunta: Luana Bonone (Ancine)
Rio Grande do Norte
Secretária regional: Maria Bernardete Cordeiro de Sousa (UFRN)
Secretário adjunto: John Fontenele Araujo (UFRN)
Rio Grande do Sul
Secretário regional: José Vicente Tavares dos Santos (UFRGS)
Secretário adjunto Sergio Bampi (UFRGS)
São Paulo
Subárea I - Roseli de Deus Lopes (USP)
Subárea III - Francis de Morais Franco Nunes (UFSCar)
Mais informações sobre o processo eleitoral 2015 estão disponíveis no site da SBPC, em: www.sbpcnet.org.br/site/eleicoes2015.
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- 22/06/2015 - Pesquisadores brasileiros desenvolvem microchip para o LHCFonte: Jornal da Ciência
O chip, batizado como Sampa, será usado no ALICE (sigla de A Large Ion Collider Experiment) – um dos quatro grandes experimentos do LHC, que envolve cerca de 1,3 mil cientistas de mais de 30 instituições de pesquisas ao redor do mundo, incluindo o IF-USP
Pesquisadores do Instituto de Física (IF) e da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), estão desenvolvendo um microchip para ser usado em um dos experimentos do maior acelerador de partículas do mundo: o Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (CERN), na Suíça.
A segunda versão do protótipo do chip, desenvolvido no âmbito do "Projeto de um Asic de aquisição e processamento digital de sinais para o Time Projection Chamber do Experimento ALICE”, apoiado pela FAPESP, deverá ser concluída no próximo mês de julho.
"A ideia é que essa segunda versão do protótipo do chip seja testada em setembro e, se tudo der certo, a produção seja iniciada em 2016”, disse Marcelo Gameiro Munhoz, professor do IF-USP e participante do projeto, à Agência FAPESP.
De acordo com o professor, o chip, batizado como Sampa, será usado no ALICE (sigla de A Large Ion Collider Experiment) – um dos quatro grandes experimentos do LHC, que envolve cerca de 1,3 mil cientistas de mais de 30 instituições de pesquisas ao redor do mundo, incluindo o IF-USP.
O experimento deverá passar nos próximos anos por um processo de atualização com o objetivo de estudar fenômenos mais raros a partir de partículas produzidas em colisões de íons pesados a partir de 2020, quando será aumentada a taxa de produção de colisões no LHC de 500 hertz (Hz) para cerca de 50 quilohertz (kHz).
"O LHC interrompeu as atividades em 2013 e está retomando-as agora para aumentar a energia no centro de massa do colisor (de entre 7 e 8 teraelétrons-volts (TeV) para 13 TeV)”, explicou Munhoz.
"Entre 2018 e 2019 está prevista uma nova paralisação para aumentar a taxa de colisão do acelerador. Para isso, o ALICE também precisa passar por um processo de atualização porque o atual sistema de detecção do experimento não conseguirá funcionar com o aumento da taxa de colisões”, afirmou.
Segundo o professor, uma das mudanças que deverão ser feitas no ALICE nos próximos anos é nos dispositivos microeletrônicos – os chips – integrados a dois dos detectores usados pelo experimento: o TPC (sigla de Time Projection Chamber) – o principal sistema de reconstrução de trajetórias das partículas do experimento – e o Muon Chamber – um detector frontal de múons (partículas parecidas com elétrons, mas 200 vezes mais pesadas).
A fim de conseguir detectar o alto número de colisões de íons pesados que serão geradas no LHC a partir de 2020, os chips conectados ao TPC e ao Muon Chamber precisarão funcionar continuamente, sem usar o chamado trigger ou gatilho, em português – sistema utilizado para identificar os eventos em um detector de partículas que devem ser gravados para análise posterior.
"O trigger dispara um sinal de que houve uma colisão de partículas no detector e, normalmente, os chips conectados ao TPC e ao Muon Chamber só começam a processar e armazenar dados quando chega esse sinal”, explicou Munhoz.
"Com o aumento da taxa de colisões, os chips precisarão passar a adquirir dados de forma contínua, sem precisar de um gatilho que indique quando devem começar a operar”, afirmou.
Múltiplas funções
De acordo com Munhoz, o chip Sampa foi projetado para fazer a leitura de dados de detectores a gás, como o TPC e o Muon Chamber.
Os dois detectores possuem uma câmera com gás que, ao ser atravessado por uma partícula, é ionizado – tem os elétrons arrancados pela partícula.
Um sensor, situado na extremidade dos detectores, multiplica o número de elétrons arrancados do gás e gera um pulso de carga que é captado por um conjunto de chips conectados hoje ao TPC e ao Muon Chamber, que amplifica e dá forma a esse sinal.
Em seguida, outro grupo de chips transforma esse sinal em um conjunto de bits e faz um pré-processamento digital desses dados, a fim de diminuir a quantidade de informação a ser armazenada e analisada posteriormente pelos pesquisadores participantes do experimento, explicou Munhoz.
"O grande desafio do Sampa será integrar em um único circuito eletrônico esse conjunto de funções que hoje são desempenhadas por vários chips”, afirmou.
Serão produzidos 80 mil chips para instrumentalizar os detectores TPC e Muon Chamber, com custo estimado de US$ 1 milhão.
Feito em silício e medindo 9 milímetros (mm) de comprimento por 9 mm de largura, o chip será fabricado por uma empresa em Taiwan, uma vez que não há uma indústria no Brasil com capacidade de produzir chips com as especificações do Sampa.
"Como o desafio do Sampa é integrar várias funções em um único chip, é preciso tecnologia avançada para fazer com que caiba tudo em um único circuito eletrônico”, disse Munhoz.
De acordo com o professor, o investimento de US$ 1 milhão que será feito para produzir o chip representará 0,5% do custo total do ALICE, orçado em US$ 200 milhões, e será a primeira contribuição em instrumentação para o experimento do grupo de pesquisadores brasileiros no experimento.
"Nos integramos ao ALICE em 2006 e, desde então, temos acesso aos mesmos dados de qualquer outro colaborador do experimento e realizado pesquisas científicas em colaboração. Mas, até então, não tínhamos conseguido colaborar na construção dos detectores”, afirmou Munhoz.
O experimento ALICE é voltado a estudar o chamado plasma de quarks e glúons – um estado da matéria que se estima ter existido durante os primeiros microssegundos após o nascimento do Universo, no Big Bang.
Os quarks e glúons estão sempre confinados dentro de hádrons – como são chamadas partículas de grande massa, como prótons, nêutrons e o méson pi –, que nunca foram observados em estado livre, fora dessas partículas.
Ao formar um plasma de quarks e glúons em laboratório seria possível criar uma "sopa” dessas partículas não confinadas nos hádrons e estudar esse fenômeno do confinamento, que ainda é um mistério para a Física, afirmou Munhoz.
"Como o ALICE está mais interessado em medir a trajetória das partículas produzidas em colisões de núcleos, que são centenas de vezes mais numerosas do que em colisões de prótons, o experimento gera um conjunto maior de dados por colisão do que outros experimentos do LHC, como o ATLAS e o CMS [que comprovaram, em 2012, a existência do bóson de Higgs – partícula que explica a origem da massa das partículas elementares], afirmou.
"O chip Sampa terá que lidar com uma quantidade ainda maior de dados que deverão ser gerados pelo experimento a partir de 2020”, avaliou.
De acordo com ele, além do ALICE, há outros experimentos fora do LHC interessados no chip Sampa, como o Solenoidal Tracker At RHIC (Star) do acelerador Relativistic Heavy Ion Collider (RHIC), localizado nos Estados Unidos.
E, além do uso em detectores de partículas, o chip está sendo estudado em outras aplicações, como para produzir imagens de raios X "coloridos” – que registram a frequência dos raios X emitidos – e para medição de nêutrons emitidos em reatores nucleares.
"Como o chip Sampa é bastante compacto, o dispositivo é muito útil para instrumentalizar detectores grandes, como os do experimento ALICE, e também detectores de nêutrons voltados à realização de neutrongrafia [técnica de obtenção de imagem por nêutrons]”, afirmou Munhoz.
(Pesquisa Fapesp)
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- 22/06/2015 - Mudanças põem em xeque ofertas de concursosFonte: O Dia
A nova idade de aposentadoria compulsória de 70 para 75 anos, em tramitação no Senado Federal, afetará as ofertas de vagas na administração pública. Na avaliação de especialistas, a tendência é que o aproveitamento de servidores mais experientes reflita na abertura de oportunidades para a médio e longo prazos. De acordo com o projeto, o aumento valerá para todo o funcionalismo de todas as esferas e poderes.
Advogado especializado em concursos e servidores públicos, Sérgio Camargo explica que a permanência dos servidores em seus cargos por mais cinco anos reflete numa redução de oferta de vagas abertas por aposentadoria. Ele também cita que há casos na Magistratura e no Ministério Público, dentre outras carreiras, em que o servidor tem consigo um grande número de terceirizados, o que acaba freando a abertura de vagas enquanto o mesmo estiver atuante. "Ganham as administrações brasileiras e afilhados; perdem os concurseiros”, defende Camargo.
Quando o servidor completa todas as exigências para aposentadoria voluntária e opta por continuar em atividade, tem o direito de receber um abono permanência. A quantia é equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória.
No governo federal, em 2015, de 634.923 servidores ativos, 101.804 recebem abono permanência. Os dados são do Ministério do Planejamento. Em 2009, eram 67.020 servidores recebendo o bônus em um quadro de 569.343.
Segundo a Secretaria Estadual de Planejamento, na folha de pagamento de maio deste ano, 11.775 servidores das Administrações Direta e Indireta do estado receberam abono permanência, no valor total de R$ 9.129.909,09. De acordo com a Secretaria Municipal de Administração, 6.467 servidores receberam abono, de um total de 90 mil funcionários ativos da Prefeitura do Rio. O projeto tramita em regime de urgência e tem deve ser votado no Senado ainda este mês.
CONVENIÊNCIA
O advogado especialista em Administração Pública, André Viz defende a ampliação da idade para aposentadoria compulsória, sem alterações das idades para obtenção da aposentadoria voluntária, é um sintoma que denota "sua conveniência para a administração.”
PLENITUDE
Segundo Viz, o projeto de lei complementar em questão leva em consideração o aumento da expectativa de vida da população brasileira, "ao argumento que os servidores com mais de 60 anos de idade costumam gozar da plenitude de sua capacidade laborativa.”
SEM INCORPORAÇÃO
Viz lembra ainda que o abono permanência não é incorporado a aposentadoria do servidor por sua transitoriedade, mantendo a administração pública um funcionário qualificado no serviço e postergando a realização de concurso para preenchimento do cargo.
PRINCIPAIS REGRAS
Entre as exigências para receber o abono estão ter cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo em que se dará a aposentadoria. Também é necessário cumprir tempo de contribuição e idade de acordo com o sexo.
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- 21/06/2015 - Produção de urânio da mina de Caetité na Bahia será retomada em 2016Fonte: EBC
A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) vai retomar a produção de urânio da mina de Caetité, na Bahia, em condições de atender à demanda do país, informou o presidente da INB, Aquilino Senra. Em entrevista à Agência Brasil, ele disse que a ideia é que, em 2017, a mina esteja preparada para atender à demanda atual de Angra 1 e 2, avaliada em 400 toneladas de urânio por ano, e a de Angra 3, cuja entrada em operação comercial está prevista para dezembro de 2018. Quando Angra 3 entrar em funcionamento, a demanda subirá para 780 mil toneladas/ano.As reservas brasileiras de concentrado de urânio, estimadas em 309 mil toneladas, "são mais do que suficientes para atender às demandas das duas usinas nucleares existentes e da usina em construção (Angra 3), podendo atender também à demanda de até quatro novas usinas. E ainda sobra”, garantiu Senra. De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), o Brasil detém a sétima maior reserva de concentrado de urânio do mundo.
O que ocorre, de acordo com o presidente da INB, é que o urânio está no solo e tem que ser extraído. "Essa é a prioridade do país, no momento”. Explicou que para abrir uma mina de urânio, são necessários entre seis a oito anos, segundo experiências mundiais. "Nós aqui estamos tentando fazer isso o mais rápido possível”.
Nesse sentido, disse que outro projeto importante é o da mina de Santa Quitéria, no Ceará, parceria com o setor privado, em que o produto principal é o fosfato, utilizado na produção de fertilizantes, e o urânio é um subproduto. A INB desenvolveu uma técnica junto com o setor de engenharia nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) para separar urânio do fosfato "e, com isso, viabilizar a produção do fosfato de que o Brasil é dependente do mercado internacional”. Quase 50% desse material são importados pelo país para a produção de fertilizante, junto com o potássio, importado em maior quantidade.
A previsão é que a mina de Santa Quitéria entre em operação no fim de 2018 ou início de 2019. A unidade poderá quadruplicar a atual possibilidade de produção de urânio no país. "Vai para 1,6 mil toneladas. E aí nós teremos um excedente”. Senra observou, porém, que essa produção de urânio é dependente da produção do fosfato. Se houver uma variação do fosfato no mercado internacional, a produção de urânio também sofreria alteração. "Por isso, a gente investe fortemente em Caetité, para não ter uma dependência de outro produto que tem flutuação no mercado, como qualquer outra commoditie (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado exterior).
O presidente da INB estimou que para a vida útil de uma usina nuclear que é, em média, da ordem de 60 anos, as reservas de urânio de Caetité e Santa Quitéria são suficientes para abastecer até sete usinas, com excedente de 80 mil toneladas. "Santa Quitéria tem um papel estratégico, pode fazer uma reserva estratégica para o país”.
No momento, para fazer a decapagem (limpeza das bancadas) da mina de Caetité, os investimentos alcançam R$ 28 milhões. Depois que a mina entrar em processo de lavra, em 2017, com capacidade de 340 toneladas, os investimentos serão de R$ 30 milhões por ano. Senra acrescentou que em Santa Quitéria, os investimentos da INB na parte de urânio serão bem inferiores. "A razão é que lá, o urânio é um subproduto”.
Como as novas usinas nucleares que vierem a ser construídas no Brasil têm prazo estimado de dez anos até entrarem em operação, porque incluem desde a escolha do local e da tecnologia, licenciamento, construção, período pré-operacional até o pleno funcionamento, Senra avaliou que o ideal é que várias dessas unidades sejam iniciadas ao mesmo tempo, porque isso representaria um ganho no longo prazo. "Tem que prever com muita antecedência uma produção, para ter uma reserva estratégica”, disse.
Como exemplo, o presidente da INB voltou a citar a mina de Caetité, que tem 38 anomalias, isto é, áreas onde se pode extrair urânio, e desde 2000, somente uma anomalia foi aberta, que era uma mina a céu aberto. "Ela poderá ser continuada, de maneira subterrânea. Mas o processo de licenciamento de uma mina subterrânea é bastante complexo, porque existe um gás e todo o projeto de ventilação e alimentação elétrica da mina tem de ser muito robusto. Isso torna o processo de licenciamento muito demorado”.
Por isso, a estratégia da INB agora é abrir outras minas a céu aberto, preparando-as para serem exploradas quando houver necessidade. "Enquanto isso, perseguimos o licenciamento da mina subterrânea, que é mais eficiente e tem impacto menor, inclusive, de área de produção”.
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- 21/06/2015 - Ministério trata como prioridade questão nuclear no país, diz presidente da INBFonte: EBC
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação está tratando como prioridade a questão nuclear no Brasil. A informação é do presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa vinculada ao ministério, Aquilino Senra. "É uma área estratégica para o país, não só para a geração de energia, aplicar em áreas como a medicina ou a produção de radiofármacos [compostos utilizados em medicina nuclear]”, disse em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Senra, a participação nuclear na matriz energética ainda é baixa, inferior a 2%. A ideia é ampliar essa participação para algo em torno de 5%, explicou o pesquisador. Ele informou também que a decisão para a construção de novas usinas ocorrerá tão logo seja resolvida a questão econômica que o país enfrenta. Nesse sentido, lembrou que tem havido, da parte do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anúncio de que haverá retomada da construção de usinas nucleares no país. "Eu acho que essa decisão está bem próxima”, avaliou.
Para o presidente da INB, a energia nuclear vai ter um importante papel na matriz energética brasileira. "O Brasil é um dos poucos países que têm minério de urânio, domínio da tecnologia para beneficiar esse urânio e faz uso para a geração de energia elétrica. Só tem três países no mundo com essas características. São o Brasil, a Rússia e os Estados Unidos. Isso é um diferencial”.
Senra disse ainda que os problemas relativos à segurança, após o acidente de Fukushima, no Japão, em 2011, já foram superados, sob a coordenação da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). "Resta agora a questão econômica, mas eu tenho certeza que vamos superar esse quadro rapidamente, e haverá uma decisão favorável”.
O presidente da INB também destacou que um projeto importante do país é do reator produtor de radioisótopos para atender à demanda da medicina nuclear, estimada em torno de 2 milhões de procedimentos médicos para diagnóstico e tratamento de doenças. "O Brasil até hoje é dependente da importação do principal isótopo, o molibdênio, usado na produção desses radiofármacos”. Segundo ele, o ministério pretende priorizar essa atividade estratégica.
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- 18/06/2015 - INB pretende voltar a produzir concentrado de urânio em 2016Fonte: O Globo
A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) pretende retomar no próximo ano a mineração e produção do concentrado de urânio (yelow cake), primeira etapa da produção do combustível para as centrais nucleares. O presidente da INB, Aquilino Senra, informou nesta quarta-feira que recebeu do Ibama a licença de instalação para a exploração da lavra do minério de urânio a céu aberto da mina do Engenho, em Caitité, na Bahia. A mina terá capacidade de produzir 340 toneladas anuais de urânio a partir de 2017. Os investimentos são estimados em R$ 150 milhões em cinco anos, com recursos próprios.
A nova mina fica dois quilômetros da antiga chamada de Cachoeira, onde a INB explorou urânio desde o ano 2000. Mas a capacidade de extração a céu aberto se esgotou. Cada mina é chamada de anomalia e em Caitité existem ao todo 38 anomalias. A mina antiga está em processo de licenciamento pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cenen), que é o órgão regulador do setor nuclear, para exploração da mina subterrãnea, mas por ser mias complexo devido a cuidados maiores com a segurança, o seu desenvolvimento será mais demorado.
Segundo o executivo, está em processo de preparação também a abertura de uma terceira mina na mesma reserva de urânio, que permitirá o atendimento pleno da demanda do país que até 2018 é de 380 toneladas anuais. Com a extinção da capacidade da mina desde o ano passado o Brasil voltou a importar parte do urânio que precisa.
O executivo não quis comentar a gestão anterior na INB, mas deixou claro que as importações teriam sido evitadas se a empresa tivesse solicitado antecipadamente as licenças ambientais de novos sítios para mineração.
— Houve um problema de gestão. Deveria ter sido aberta uma nova anomalia a céu aberto (mina). E não custava nada há dez anos atrás pedir o licenciamento que ficaria disponível quando fosse preciso se faria a exploração — destacou Senra.
O executivo informou ainda que o projeto mais importante de extração e produção do concentrado de urânio é o da mina de Santa Quitéria, no Ceará, onde o urânio é associado ao fosfato e, por isso, está sendo desenvolvido com parceiros privados, a Galvani, empresa da área de fertilizantes. A previsão é iniciar a produção a partir de fins de 2018.
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- 18/06/2015 - Setor nuclear discute em seminário as perspectivas do programa brasileiroFonte: Monitor Digital
Um momento de reflexão sobre os caminhos e as perspectivas do Programa Nuclear Brasileiro. Esse é o foco do VI Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN), que começou nesta quarta-feira no prédio da Bolsa de Valores, no Centro do Rio. Para o setor nuclear, ainda faltam alguns passos importantes, como o marco regulatório, mas, antes, as empresas da cadeia precisam saber o que o futuro as reserva.
O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Ângelo Padilha, lembrou que o Brasil hoje é doador de tecnologias, tem um programa enxuto, pacífico e bem estruturado. Para ele, é essencial que as empresas que fazem parte do processo tenham consciência de seu papel nos próximos anos, tanto a Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A (Nuclep), criada para fabricar os componentes das usinas, quanto as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), responsável pela extração e enriquecimento do urânio.
- Hoje temos cerca de oito mil pessoas trabalhando na área nuclear, que está estruturada em três vertentes: o setor de geração de energia, com a Eletronuclear; o de desenvolvimento de um submarino a propulsão nuclear, por conta da Marinha; e a área de pesquisa de aplicações, desenvolvimento e manutenção da tecnologia, com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) - explicou.
Para o presidente da INB, Aquilino Senra, que representou o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, há uma preocupação do governo de estruturar bem o setor. Para ele, o marco regulatório é essencial e dará um novo gás às empresas que focam seu trabalho nessa área.
Para o gerente geral de Engenharia da Nuclep, Carlos Frederico Figueiredo, é importante se discutir o futuro e as implicações do que deve ser feito. Ele lembrou, por exemplo, que dos 102 funcionários que participaram do primeiro treinamento para a construção dos grandes equipamentos para as plantas nucleares, na Alemanha, apenas três continuam trabalhando. No setor de Engenharia ainda há uma tentativa de se transferir tecnologia, mas muito se perdeu no chão de fábrica.
- Muito me preocupa essa falta de posicionamento sobre o Programa Nuclear Brasileiro, pois estamos perdendo os profissionais que participaram daquele primeiro momento e precisamos começar logo a capacitação dos novos profissionais, para que eles possam atender às demandas dos novos projetos - ressaltou Carlos Frederico.
O diretor comercial, Marcos van der Putt, que representou o presidente da Nuclep, Jaime Cardoso, compartilha da preocupação do gerente geral de contratos e acredita que é importante que o governo entenda que a empresa foi criada para atender ao Programa Nuclear e precisa estar atenta a todas as tecnologias que serão utilizadas nas futuras usinas, para poder estar preparada para cumprir o seu papel na cadeia.
O VI SIEN terá debates sobre todas as áreas envolvidas no desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro. Nesta quinta-feira a Nuclep participa de uma mesa de debates sobre a possível participação do setor privado no desafio nuclear. Na sexta, executivos de diversas empresas participantes do evento, como Rosatom, da Rússia; e SNPTC, da China, estarão visitando o parque industrial da Nuclep, em Itaguaí. A estatal é apontada por grandes empresas, como a Westinghouse, como a parceira ideal para grandes projetos no Brasil.
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- 18/06/2015 - Energia Nuclear: Três Transições, Três AgendasFonte: Ambiente Energia
Por Ronaldo Bicalho - A ampliação da participação da energia nuclear na matriz energética no mundo, e em particular no Brasil, depende da evolução de três agendas. A primeira delas diz respeito aos problemas específicos à transição nuclear, a segunda aos desafios associados à transição energética mundial e a terceira às questões relacionadas à transição elétrica brasileira.
Essas agendas sintetizam os desafios e as oportunidades dessas três transições; dependentes e fortemente inter-relacionadas. A dinâmica evolutiva dessas transições irá desenhar os espaços a serem ocupados pela energia nuclear no suprimento de energia necessário ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar da sociedade.
A transição nuclear
Grande parte do parque nuclear mundial nos próximos quinze anos terá mais de quarenta anos. Países como Estados Unidos, Rússia e França terão que decidir que destino será dado a essas plantas: ampliar a sua vida útil, repô-las ou substituí-las por outras fontes.
Esse é um tema importante de política energética e a forma pela qual os países envolvidos irão encaminhar essa questão desenhará uma parte importante do futuro da matriz energética mundial.
Esse encaminhamento será definido parcialmente a partir da agenda específica da indústria nuclear. Essa agenda é constituída de elementos que compõem um conjunto de questões centrais que foram sendo reunidas ao longo da evolução histórica dessa indústria.
A questão principal dessa agenda é a legitimação dessa alternativa energética como solução para a garantia da segurança do suprimento de energia. Essa legitimação passa pela percepção da sociedade dos riscos envolvidos nessa solução.
Na medida em que essa percepção aumenta, a legitimação do nuclear se reduz e crescem os obstáculos políticos e sociais ao uso dessa fonte.
Nesse quadro, os acidentes em usinas nucleares sempre representaram um duro revés para a indústria. Assim tem sido desde Three Miles Island em 1979 nos Estados Unidos até Fukushima Daiichi em 2011 no Japão, passando por Chernobil em 1986 na, à época, República Soviética da Ucrânia.
O acidente de Fukushima abortou um movimento de recuperação da aceitação do nuclear que vinha se observando ao longo da última década. Movimento este sintetizado na suspensão da moratória nuclear alemã e no plebiscito italiano convocado para suspender esse mecanismo vigente até então na Itália. A partir do acidente no Japão, a Alemanha voltou à moratória e a Itália a manteve.
Contudo, como tudo que envolve o nuclear, as reações não se dão da mesma maneira em todos os países. Se existem aqueles que desistem do nuclear, como os citados anteriormente, incluindo aqui a Suíça, outros se mantêm nessa opção. Entre eles, o destaque é a China. País hoje chave no jogo nuclear, a China será responsável por quase a metade da expansão do nuclear nas próximas décadas. Com ambições de se tornar um grande player nessa indústria, a China não só amplia fortemente seu parque como se associa a produtores de equipamentos – principalmente franceses – em busca de uma capacitação tecnológica que lhe permita voos mais altos no futuro; deslocando o Japão do papel estratégico de fornecedor para a Ásia; pretensão japonesa inviabilizada pelo acidente de Fukushima.
Além da China, a Índia, o Paquistão, a África do Sul, a Argentina, a Rússia, a Inglaterra e a Arábia Saudita mantêm-se no nuclear.
No caso específico do Japão, a retirada de operação de todos os seus reatores colocou o país em uma trajetória delicada de crescimento acentuado dos custos de geração com impactos negativos sobre a sua competitividade. Em função disso, o governo japonês tem sinalizado claramente no sentido da necessidade da retomada da geração nuclear.
Assim, embora seja muito claro o impacto negativo sobre a legitimação dessa fonte de energia de um acidente nuclear, deve-se chamar a atenção de que esse impacto varia de país para país em função de um conjunto de fatores que vão desde a sua base de recursos naturais até a sua estrutura institucional/política, passando pela sua capacitação tecnológica/industrial e sua dotação econômico-financeira.
De fato, um impacto amplamente efetivo para indústria é aquele que se dá em termos de novas exigências de segurança. Exigências essas que não só aumentam concretamente os custos como ampliam a insegurança regulatória em relação à indústria, com efeitos arrasadores sobre as suas condições de financiamento.
Dessa maneira, a equação: novo acidente = mais segurança = mais custo, combinada com a equação: novo acidente = mais riscos = mais dificuldades de financiamento, forçam a entrada do Estado no jogo para viabilizar a expansão do nuclear. Assim, sem o apoio do Estado fica difícil imaginar o avanço na resolução da agenda própria da indústria.
Se somarmos a isso a questão do lixo/proliferação de armas a partir da possibilidade do reprocessamento de combustível irradiado, tem-se um cardápio do qual é difícil afastar o Estado. Presença incontornável dada a existência de indiscutíveis externalidades no enfrentamento dessas questões.
Essa presença se amplia quando se observa a agenda tecnológica da indústria envolvendo o desenvolvimento de reatores avançados de água leve (terceira geração), que buscam maior simplicidade e sistemas de segurança mais confiáveis; de reatores de baixa pressão com fluidos refrigerantes (quarta geração), que aumentam a segurança e a sustentabilidade dos projetos nucleares a custos mais baixos; os reatores de regeneração (breeder) que são capazes de gerar mais materiais físseis do que utilizam, ampliando a sustentabilidade em termos da disponibilidade de longo prazo dos recursos naturais; dos reatores pequenos e modulares, que aumentam a simplicidade dos projetos, reduzindo os custo e o tempo de construção com resultados positivos sobre as condições de financiamento desses projetos.
Dessa maneira, embora haja uma agenda da indústria nuclear que contempla desde a maior aceitação social até a maior economicidade da alternativa nuclear, a sua implantação exige uma forte participação do Estado na mobilização de recursos tecnológicos, econômicos, financeiros e político/institucionais para viabilizá-la.
Essa mobilização não se define apenas no âmbito restrito da indústria nuclear, mas na esfera ampla do conjunto de políticas públicas. Nessa esfera, uma transição maior do que a nuclear se coloca: a transição energética.
Será no âmbito dessa grande transição que o destino do nuclear será efetivamente jogado.
A transição energética
A transição de uma economia baseada em combustíveis fósseis para uma economia baseada em combustíveis limpos implica enormes desafios econômicos, tecnológicos e políticos.
Esses desafios podem ser sintetizados no trade-off segurança energética versus mudança climática no qual garantir segurança energética utilizando a solução tradicional de recorrer aos combustíveis fósseis implica acelerar o processo de mudança climática. Por outro lado, desacelerar esse processo recorrendo à redução das emissões de CO2 via a limitação do uso de combustíveis fósseis implica em colocar em risco a segurança energética.
O reconhecimento, a administração e a redução desse trade-off estruturam as políticas energéticas nacionais e definem a maneira pela qual os diferentes países concebem a transição energética.
Dado o fato de que hoje as fontes de energia renováveis não são plenamente competitivas em relação aos fósseis, demandando avanços tecnológicos e institucionais significativos para que essa competitividade se torne real, a tensão (política/econômica) advinda da necessidade das instituições – leia-se o Estado em suas várias esferas – terem de arbitrar as perdas e os ganhos da transição é bastante elevada.
Alguns recursos surgem nesse contexto como fontes de redução dessa tensão. Assim, o gás natural, o nuclear e a eficiência energética, na medida em que permitem a manutenção da garantia do suprimento com um custo de emissão menor, podem jogar esse papel na transição. Os dois primeiros representam soluções pelo lado da oferta, ao passo que a última representa uma resposta pelo lado da demanda.
Dessa forma, o espaço para a ampliação do uso do nuclear teria um determinante parcialmente exógeno à sua agenda específica que seria a necessidade maior ou menor do seu emprego em função da evolução da própria transição energética.
Assim, uma radicalização do reconhecimento da urgência da mitigação da mudança climática, fruto do processo de aceleração do aquecimento global, por um lado, e da insuficiência da resposta via renováveis, por outro, abre um maior espaço para o nuclear.
Em contrapartida, uma redução no sentimento de urgência da transição, somada a uma percepção de que a evolução da mudança climática, de um lado, e dos avanços atuais dos recursos (leia-se renováveis) para mitigá-la, por outro, são compatíveis, reduzem a demanda por uma participação maior do nuclear.
Em particular, avanços significativos nas renováveis, tanto tecnológicos quanto institucionais, principalmente no que diz respeito à superação dos problemas ligados à intermitência, aceleram e fortalecem a transição, prescindindo do uso mais intensivo do nuclear.
Nessa mesma direção, um salto nas tecnologias de captura e estocagem de carbono recupera a competitividade do carvão e limita o espaço do nuclear.
Ao fim, porém não menos importante, a disponibilidade de gás natural – convencional e não convencional – em abundância e barato também ajuda a espremer o espaço do nuclear na matriz energética futura; chamando para esse gás o papel de protagonista principal na função de grande atenuante das tensões da transição, constituindo-se na ponte segura de passagem de um mundo fóssil e sujo para um mundo renovável e limpo.
Em suma, o papel a ser desempenhado pela energia nuclear na transição energética não depende apenas dos seus próprios atributos técnicos, econômicos e políticos, mas da evolução do processo como um todo. Essa evolução compreende o avanço não apenas do contexto de urgência dessa transição, mas do avanço das trajetórias alternativas; principalmente das fontes renováveis.
Na medida em que essas alternativas se fortalecem, o peso do nuclear na transição se reduz; na medida em que se enfraquecem, esse peso aumenta.
A transição brasileira
A exaustão de um modelo elétrico baseado na intensa exploração das grandes hidrelétricas com seus grandes reservatórios de acumulação impõe grandes desafios ao Brasil.
A mudança necessária do papel das térmicas, deixando de atuar temporariamente como seguro para os reservatórios em períodos de seca para atuar todo o tempo na base, exige plantas distintas daquelas que temos hoje.
A estruturação de um novo modelo elétrico depende em muito dessa nova térmica; mais do que a entrada das renováveis, que, na verdade, ampliam os problemas da intermitência, já presentes historicamente no setor elétrico brasileiro na hidroeletricidade.
A grande questão é que térmica é essa capaz de estruturar o novo setor elétrico brasileiro. Uma térmica estruturante. Uma térmica que constitui a espinha dorsal que faz face à intermitência tanto da hidro quanto da solar e da eólica.
Considerando que os nossos reservatórios são os nossos grandes trunfos na transição energética, a preservação da água neles contida, para que elas façam o papel de back-up à solar e à eólica, pode ser o papel decisivo dessa nova térmica. Isto exige uma térmica de base.
No Caso brasileiro, essa térmica será a gás, a carvão ou nuclear.
Como na seção anterior, mais uma vez o espaço do nuclear não será dado apenas pelos seus próprios atributos, mas mediante o cotejo desses com o dos seus competidores.
Se as dificuldades de acesso a um gás natural abundante e barato prevalecerem e as restrições ao uso do carvão, em termos de emissão, se impuserem, o espaço para a ampliação da geração nuclear pode se ampliar no caso brasileiro.
Se essas dificuldades e essas restrições não prevalecem e não se impõem, evidentemente, esse espaço se reduz.
Em síntese, o espaço do nuclear na matriz energética brasileira também depende da evolução de uma dada transição: a transição elétrica. Dependendo de como a agenda dessa transição venha a se formular, o papel do nuclear poderá ser maior ou menor. E isto, mais uma vez, transcende os desafios específicos da indústria nuclear brasileira.
Conclusão
O papel da energia nuclear na matriz energética envolve um conjunto amplo de determinantes que vão além daqueles específicos à indústria do átomo.
A evolução da política energética acelerando a transição, ou reduzindo o seu ritmo, pode dar distintas dimensões aos avanços da agenda própria da indústria.
Pode tornar esses avanços imprescindíveis ou desnecessários, significativos ou irrelevantes. Pode ser que se tenha que recorrer ao que se tem disponível hoje, ou pode ser que nem mesmo os maiores avanços viabilizem o uso da tecnologia.
Assim, deve-se encarar o nuclear como parte de uma agenda que vai além daquela agenda específica histórica que os policy-makers se acostumaram desde o nascimento da indústria.
Os desafios colocados pela transição energética redimensionam os desafios da política energética. Neste sentido, a energia nuclear não foge desta nova e necessária forma de pensar a segurança energética, fortemente contingenciada pela mudança climática.
Nesse contexto, o caso brasileiro não se distingue na essência do caso maior. Aqui, o nuclear também deve ser pensado no âmbito de uma política setorial que coloque a necessidade de se reinventar o suprimento elétrico brasileiro. Suprimento historicamente baseado no uso da hidroeletricidade, mediante o emprego de um modelo hoje esgotado.
O nuclear pode ter um papel mais ou menos relevante nesse novo setor elétrico. Para responder a essa questão é necessário ir além da agenda tradicional do setor elétrico brasileiro. E isto vale inclusive para forma como se dá a inserção do nuclear nessa agenda. Uma nova agenda implica uma nova inserção. Contudo, tanto essa nova agenda quanto essa nova inserção estão para ser definida.
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- 18/06/2015 - Ministro debate cooperação em pesquisas científicas com parque tecnológico russoAldo Rebelo reuniu-se com diretores da Fundação Skolkovo, maior parque tecnológico em construção na Rússia. A interação da entidade com parques tecnológicos brasileiros também foi debatida
Aldo Rebelo reuniu-se com diretores da Fundação Skolkovo, maior parque tecnológico em construção na Rússia. A interação da entidade com parques tecnológicos brasileiros também foi debatida
Fonte: Jornal da CiênciaO ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, visitou, nesta quarta-feira (17), a Fundação Skolkovo, o maior parque tecnológico em construção na Rússia. Foi recebido por seus diretores para participar de uma reunião com O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) já sinalizou com a Fundação Skolkovo possibilidades de cooperação, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) e do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM). Durante a reunião, o ministro apontou a importância de aprofundar e ampliar a cooperação nas cinco áreas prioritárias da Skolkovo. O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), José Raimundo, afirmou que há uma série de programas na área espacial, por exemplo, que podem ser objeto de desenvolvimento conjunto.o objetivo de discutir perspectivas de cooperação em áreas como desenvolvimento de pesquisas científicas, de tecnologias para a inovação, de formação de recursos humanos. Discutiu-se também a possibilidade de realizar a interação da Skolkovo com parques tecnológicos brasileiros, como o de São José dos Campos (SP).
"Há muitas razões para que a cooperação com a Rússia seja ousada, profunda e duradoura", disse Aldo Rebelo, incluindo a parceria com a Skolkovo como uma das ações promissoras do diálogo Brasil- Rússia na área de ciência, tecnologia e inovação. "Essa iniciativa é ambiciosa e ousada. Torcemos para que seja bem sucedida", disse o ministro sobre o parque tecnológico.
"Temos o prazer de constatar que, nas atuais circunstâncias, a cooperação científica com o Brasil pode ser muito produtiva", afirmou Vasily Belov, vice-presidente para assuntos de inovação da Skolkovo.
O parque tecnológico russo fica a 15 quilômetros de Moscou, em uma área de 400 hectares, que terá ao todo 2,5 milhões de metros quadrados construídos. No complexo, previsto para ficar pronto em 2020, funcionará uma cidade tecnológica, com universidade, laboratórios, incubadoras de empresas, startups, além de conjuntos habitacionais, escolas, centros comerciais, de medicina e de recreação. A previsão é que Skolkovo seja moradia para 25 mil habitantes e local de trabalho, estudo e pesquisa para outros 30 mil.
Segundo Anna Nikina, chefe da Assessoria Internacional, são cinco as áreas prioritárias de atuação do parque tecnológico: espacial, nuclear, biomedicina, energia e tecnologia da informação. O complexo fará a integração entre startups, investidores, universidade, parque tecnológico, parceiros empresariais e comerciais além de instituições promotoras de soluções de infraestrutura.
Anna Sidorovskaya, chefe do departamento de infraestrutura da fundação, disse que o governo russo já investiu o equivalente a US$ 1,2 bilhão na construção do parque; e os investidores privados, cerca de US$ 1,8 bilhão.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) já sinalizou com a Fundação Skolkovo possibilidades de cooperação, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) e do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM). Durante a reunião, o ministro apontou a importância de aprofundar e ampliar a cooperação nas cinco áreas prioritárias da Skolkovo. O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), José Raimundo, afirmou que há uma série de programas na área espacial, por exemplo, que podem ser objeto de desenvolvimento conjunto.
Para Rebelo, uma das ações mais urgentes é a celebração de um acordo para a presença de estudantes e de professores brasileiros no centro russo. "Queremos enviar alunos e professores brasileiros para passar temporadas aqui e também receber alunos e professores russos no Brasil", disse.
A sugestão de acordo para ampliar o intercâmbio estudantil partiu também de Edward Crawley, presidente do Instituto de Ciência e Tecnologia da Skolkovo. Com uma trajetória de 40 anos de vida acadêmica no Instituto de Massachusetts (MIT) e tendo participado da concepção do programa espacial do Governo Obama, Crawley disse ao ministro que sua missão é "construir o ITA (em referência ao Instituto de Tecnologia de Aeronáutica, localizado em São José dos Campos) no parque russo". Ele afirmou que, na Rússia, se sente como Richard Smith. Oriundo do MIT, Smith foi convidado pelo brigadeiro Casemiro Montenegro para ajudar a criar o ITA. O norte-americano foi o primeiro reitor da instituição.
Como resultado da reunião, o ministro disse que formará no MCTI um grupo de trabalho, com representantes da Secretaria de Tecnologia e Inovação (Setec), da Subsecretaria de Coordenação das Unidades de Pesquisa (Scup), além do CNPEM, da AEB e do Inpe. Este grupo fará a interlocução com uma equipe da Fundação Skolkovo com objetivo de estabelecer os programas de cooperação.
Após a reunião, o ministro e sua comitiva, formada pelo presidente da AEB e chefe da Assessoria Internacional do MCTI, embaixador Carlos Henrique Cardim, fizeram uma visita ao parque tecnológico. Guiada por Sidorovskaya e Nikina, a delegação conheceu as obras dos centros de pesquisa, residenciais, de medicina, do edifício da universidade, da vila das startups, bem como dos laboratórios e escolas.
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- 18/06/2015 - Elemento químico é visto transformando-se em outro pela primeira vezFonte: Site Inovação Tecnológica
Alquimia moderna
Químicos conseguiram ver pela primeira vez um elemento químico transformando-se em outro.
E, durante esse processo, eles inesperadamente descobriram uma forma de tornar mais eficazes os tratamentos de radioterapia para o câncer.
Alex Pronschinske e seus colegas da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, flagraram todo o processo durante o qual o iodo-125, um isótopo radioativo usado em terapias contra o câncer, se transformava em telúrio-125, um isótopo não-radioativo do elemento telúrio.
A transformação de um elemento em outro foi documentada em um experimento no qual Pronschinske colocou o iodo-125 em uma única gota de água e a depositou sobre uma camada fina de ouro. Quando a água evaporou, os átomos de iodo se ligaram com o ouro.
Ele então colocou a amostra no microscópio, e ficou esperando para ver.
Meia-vida
Os átomos de iodo-125 têm uma meia-vida de 59 dias, o que significa que metade dos átomos de uma amostra desse radioisótopo irá decair nesse período, liberando uma grande quantidade de energia e se tornando um isótopo de telúrio.
O problema é saber o momento exato para olhar no microscópio e flagrar um único dos bilhões de átomos presentes na amostra passando por esse processo.
Isso exigiu que a equipe fizesse turnos de até 18 horas de trabalho durante várias semanas, até finalmente flagrar o processo de decaimento em toda a sua glória.
Alquimia para o câncer
A equipe descobriu que, durante o processo de decaimento, a emissão de elétrons de baixa energia do iodo-125 misturado com ouro é seis vezes maior do que a emissão do elemento radioativo isoladamente, como ele é usado hoje nas radioterapias.
Os elétrons de baixa energia são muito eficazes nos tratamentos oncológicos porque eles quebram o DNA das células doentes, mas viajam distâncias muito curtas, o que inibe sua ação sobre as células saudáveis - esses elétrons viajam apenas de 1 a 2 nanômetros, o que pode ajudar a tornar as radioterapias mais eficazes e mais precisas.
A equipe agora pretende fabricar novas amostras de iodo-125 sobre películas ou nanopartículas de ouro e testar seu uso em tratamentos oncológicos. As nanopartículas poderiam ser atreladas a anticorpos que as levem até os tumores, onde farão seu trabalho durante vários dias - até o decaimento de toda a fármaco -, afetando menos os tecidos saudáveis.