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- 17/06/2015 - Governo passa a encarar setor nuclear como prioritário e diz que apoiará desenvolvimento tecnológicoFonte: Site Petronotícias
O Ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, não esteve presente na abertura do VI Seminário Internacional de Energia Nuclear, no Rio de Janeiro, por estar em missão na Rússia, mas enviou uma mensagem que deu ânimo aos representantes da indústria nuclear em atividade no Brasil. O presidente da INB, Aquilino Senra, que representou o governo no evento, leu a mensagem do ministro para uma plateia de grandes executivos do segmento, em que reconheceu a importância do setor nuclear e o destaque que a área deverá ganhar nos planos governamentais para os próximos anos.
"Registro, em nome do ministro, que será dada prioridade à energia nuclear na administração do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. O ministro entende que é uma área estratégica, entende seu valor na geração de energia para o País, e reconhece que o desenvolvimento tecnológico precisa do apoio prioritário do Ministério", afirmou Senra, ressaltando ainda que o ministro já vem tentando trabalhar neste sentido, inclusive com a tentativa de realizar uma integração maior entre diversos elos da indústria nuclear nacional.
O breve discurso em nome do ministro foi um novo aceno do governo a favor da indústria nuclear brasileira e foi bem recebido pelos executivos presentes no encontro. As maiores empresas do segmento mundial já vêm se movimentando no País para ganhar espaço nessa discussão, interessadas em participar da construção das próximas usinas nucleares nacionais, e a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) tem desempenhado um papel de liderança nesse processo. O presidente da associação, Antonio Müller, defende há tempos a participação privada no setor nuclear e agora acredita que esse caminho deve começar a ser trilhado com mais agilidade.
"Há muito tempo nós reiteramos a necessidade de novas usinas nucleares para garantir a segurança energética brasileira, e agora o governo vem mostrando que está engajado nesse objetivo. Ficamos satisfeitos com as sinalizações positivas".
O seminário foi realizado junto a uma pequena exposição das companhias e reuniu as maiores do segmento nuclear mundial, como Westinghouse, Areva, EDF, Rosatom, SNPTC, Engie (ex-GDF Suez), Atmea (joint venture entre Areva e Mitsubishi), entre outras, além da própria Eletronuclear. As expectativas dos executivos vêm crescendo nos últimos tempos, amparadas pelos primeiros anúncios feitos pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, e agora ganham ainda mais força.
O presidente da Atmea, Andreas Gobel, por exemplo, afirmou que a empresa passou a estudar melhor o mercado brasileiro após o discurso de Braga em 8 de abril, quando foi anunciada a retomada do Programa Nuclear Brasileiro, prevendo a construção de quatro novas usinas nucleares até 2030 e mais oito unidades até 2050.
A russa Rosatom também já vem traçando esse perfil do cenário nacional há algum tempo e desde o ano passado prepara a instalação de um escritório no Brasil, processo que já está praticamente finalizado, segundo o vice-presidente da Rusatom International Network, Ivan Dybov. O executivo inclusive já estabeleceu residência no País, de onde também coordena as atividades pelo resto da América Latina.
O diretor de planejamento da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, que também discursou na abertura do seminário, ressaltou que o avanço da indústria nuclear pode ser uma fonte de oportunidades num momento complicado da economia nacional.
"Lembrei outro dia de uma imagem que recebi, brincando com a palavra 'crise'. O 'S' tinha sido cortado, deixando a palavra 'crie'. Então é isso, esse é o foco no momento", disse, destacando a necessidade de a indústria se movimentar em busca de novas oportunidades.
Marco regulatório
A abertura contou ainda com um discurso do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Ângelo Padilha, que exaltou os 60 anos da indústria nuclear no Brasil, lembrando que as primeiras instituições voltadas formalmente ao setor foram criadas durante o governo de Juscelino Kubitschek. Além disso, reconheceu a importância da Marinha no processo de desenvolvimento do setor nuclear brasileiro, com participações importantes do Almirante Álvaro Alberto, que dá nome à Central Nuclear de Angra dos Reis, e do Almirante Otacílio Cunha, primeiro presidente da CNEN.
"Ao longo desses 60 anos, as posições do governo variaram muito em relação à área nuclear, desde o entusiasmo de Juscelino até governos que foram contra, mas teve uma instituição que manteve o interesse sempre: a Marinha do Brasil", afirmou Padilha, antes de dar uma panorama do total de pessoas envolvidas nesse segmento, de 6 mil a 8 mil, pelas suas contas. "Então é um programa recente, pequeno, com fins pacíficos e de grande sucesso", concluiu, após comparar o nosso programa com o da França, que já tem 120 anos.
O presidente da INB, Aquilino Senra, corroborou o discurso de Padilha, elogiando as conquistas da indústria, mas enfatizou que há algumas ações que precisam ser tomadas o mais rápido possível para que o segmento continue avançando, como a criação de um novo marco regulatório e a expansão dos investimentos em formação de mão de obra especializada.
"O marco regulatório é fundamental, porque há leis que se sobrepõem e precisam ser revistas, além de outras que precisam ser aprimoradas. Além disso, a formação de recursos humanos é um ponto que destaco há muito tempo. Então meu discurso não é de otimismo definitivo, mas de realismo em relação à boa base que foi construída e que agora precisamos ampliar", afirmou.
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- 17/06/2015 - Unesc participa de projeto inédito no Brasil para recuperação de áreas degradadas pela mineraçãoFonte: Unesc
A Unesc faz parte de uma iniciativa inédita no Brasil para a recuperação de solos e recursos hídricos contaminados pela mineração de urânio e carvão, com o uso do ozônio. O projeto "Processo de geração e transferência de ozônio na recuperação de solos e recursos hídricos contaminados por metais pesados em mina de urânio”, que iniciou em 2013, está em sua reta final – o prazo de conclusão é em dezembro de 2015 – e já obteve resultados positivos em Caldas, Minas Gerais, onde foi comprovada a possibilidade de recuperar a drenagem ácida gerada em área de mineração de urânio. Já os estudos da recuperação e tratamento de drenagem ácida da mina São Geraldo, pertencente à Carbonífera Rio Deserto, em Criciúma, com o uso de ozônio, começaram no fim de maio de 2015, quando a planta para o tratamento das águas que saem da mina desativada foi instalada.
Em Caldas, o passivo ambiental na área de estudo é de 45 milhões de metros cúbicos de bota-fora concentrado em aproximadamente 130 hectares. Na região carbonífera são 6 mil hectares de passivo em processo de recuperação, com geração de drenagem ácida suficiente para contaminar as bacias hidrográficas do rio Araranguá, do Rio Urussanga e do Rio Tubarão.
A Universidade faz parte de um grupo formado pela Fundação Patria (Fundação Parque de Alta Tecnologia da Região de Iperó e Adjacências), pela empresa Brasil Ozônio, de São Paulo e pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil), com sede em Caldas, Minas Gerais, que aprovou junto ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) uma concessão de apoio não reembolsável de R$ 9,6 milhões. O projeto está orçado em R$ 10,8 milhões e a Brasil Ozônio, fornecedora dos geradores de ozônio, é responsável por uma contrapartida de R$ 1,2 milhão.
O projeto conta também com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e da Comissão de Energia Nuclear (CNEN). A Unesc entrou no projeto como Instituição Tecnológica e responsável técnica por aplicar, avaliar e construir indicadores de eficácia da aplicação de ozônio nos solos e nas águas.
O professor doutor da Unesc, Elídio Angioletto, é quem coordena os trabalhos de pesquisa do projeto, e conta que os primeiros experimentos com ozônio para o tratamento de drenagem ácida de mina ocorreram na década de 60 nos Estados Unidos e que no Brasil, ainda são recentes. "Vivemos um período com recursos hídricos mais escassos. Poder tratar a água contaminada e tornar ela utilizável é um avanço necessário”, comenta.
Projeto possibilita aprendizado para acadêmicos da Unesc, UFSC e USP
O projeto também é um campo de estágio para futuros profissionais. Além de Angioletto, o grupo de trabalho da Unesc conta com o engenheiro químico formado na Unesc, e mestrando em Engenharia Química na UFSC, Thauan Gomes, e os estudantes bolsistas da sétima fase do curso de Engenharia Química da Unesc, Ana Carolina Feltrin e Willian Acordi Cardoso. Também estão inseridos nas atividades dois mestrandos e dois alunos de iniciação científica da USP.
Ana Carolina está há quase um ano no projeto, e realiza as análises de microrganismos presentes no solo e nas águas, no Laboratório de Desenvolvimento e Caracterização de Materiais Antimicrobianos, localizado no Iparque (Parque Científico e Tecnológico da Unesc). Segundo ela, o estágio permite o contato com novas áreas e colocar em prática conteúdos aprendidos em sala de aula.
Já Cardoso, que está o mesmo período de tempo que Ana Carolina no projeto, faz análises químicas da recuperação dos efluentes, montagem de equipamentos e estudos sobre a viabilidade do projeto.
"Estou tendo contato com algo diferente e a possibilidade de aprender, em um menor espaço de tempo, uma série de questões que envolvem um projeto, desde a montagem de máquinas e aspectos econômicos até o funcionamento de empresas da área, sem contar a parte química e o contato com instituições de vários lugares do Brasil. Isso será um diferencial para mim”, conta o estudante.
Entenda o processo
O ozônio é um gás (que tem o ar como matéria prima) e nos estudos realizados, passa por um separador e secador de oxigênio e então pelo gerador de ozônio. Após a reação, esse gás, em tempo médio de sete minutos, volta a ser oxigênio. "O estudo feito em Minas Gerais, mostrou que o ozônio é efetivo na recuperação da DAM (Drenagem Ácida de Mineração), onde oxida todos os metais presentes. Com a adição de um pouco de cal hidratada para corrigir a acidez, essa água pode ser utilizada para diversos fins, como irrigar lavouras, para a criação de peixes, para esportes aquáticos e para animais beberem”, explica.
Angioletto comenta que pelas características da drenagem ácida das minas de carvão, haverá mais dificuldade no tratamento em Criciúma do que a encontrada em Caldas. "A intenção é conseguirmos tratar e recuperar o passivo com ozônio a um custo competitivo em relação às demais tecnologias já existentes no mercado”, afirma.
O outro estudo realizado no projeto possui o objetivo de evitar a formação da drenagem ácida de mineração. Neste caso, o ozônio é aplicado diretamente nas pilhas de rejeitos e estéreis de mineração e como ele é um forte oxidante, elimina os microrganismos ferro-oxidantes que atuam na formação da drenagem ácida de mineração.
Na planta piloto, a água contaminada recebe uma injeção de ozônio para oxidação dos metais pesados, que serão separados por meio de processo como filtração ou centrifugação e poderão ser aproveitados para ajudar a suprir a demanda do mercado por esses óxidos. O manganês que está sendo recuperado em Caldas é um bom exemplo desse potencial. Posteriormente a água segue para um tanque, onde é adicionado cal para ajuste do pH (Pontencial Hidrogeniônico) e decantação de metais remanescentes e segue seu curso para o ambiente.
Já no caso dos depósitos de rejeitos e estéreis de mineração, o gás ozônio é injetado diretamente nas montanhas de resíduos utilizando para isso um conjunto de sondas e ar comprimido. A ideia é eliminar o microrganismo Thiobacillus ferrooxidans, que é catalisador de reações que produzem ácido sulfúrico. -
- 17/06/2015 - Governo estuda participação privada na geração nuclear sem alterar ConstituiçãoDiretor da Eletronuclear afirma que há vontade política e que modelo estaria sendo trabalhado pelo governo
Diretor da Eletronuclear afirma que há vontade política e que modelo estaria sendo trabalhado pelo governo
Fonte: O Globo
por Ramona Ordoñez
A participação da iniciativa privada na geração de energia nuclear será possível sem que seja necessário alterar a Constituição. A informação foi dada nesta quarta-feira pelo Diretor de Planejamento da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, durante o VI Seminário Internacional de Energia Nuclear, no Rio de Janeiro. O executivo lembrou que o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, vem falando sobre o assunto, e confirmou que o governo já está trabalhando no modelo que poderá adotar.
— Existe a vontade política e o ministro (Eduardo Braga) já deixou isso bem claro. Agora como vai se modelar isso, depende da legislação atual. Tem duas maneiras: uma sem alterar a Constituição ou alterando — destacou Leonam.
Sem alterar a Constituição, seria possível desde que se preserve a operação da usina pelo ator estatal. A maneira mais viável seria por meio da Parceria Público Privada (PPP), pela qual a Eletronuclear seria a responsável pela operação da usina. O parceiro privado ficaria com a construção da usina e vai ficar com parte da receita futura obtida pela venda da energia gerada, relativos aos recursos investidos.
— A parceria privada no caso de PPP pode ser até majoritária desde que a responsabilidade o controle da operação fique sob controle estatal. Assim estaria atendendo a Constituição e se poderia fazer composições de parceria de forma a ser atrativo para o investidor investir nessa instalação — explicou Leonam, ao lembrar que outro tipo de negócio, sem a necessidade de se alterar a constituição, seria a associação da Eletrobonuclear com um grupo privado num projeto, mas nesse caso a participação estatal teria que ser majoritário.
A outra forma, que exigiria mudança na Constituição, seria mudar o atual regime para o de concessão, como foi feito no setor de petróleo. Já existe uma proposta de emenda constitucional tramitando no Congresso nesse sentido. Leonam disse não ser favorável à alterações na Constituição porque além da maior demora, seria uma mudança muito abrupta no modelo do setor nuclear brasileiro e poderia não atrair investidores.
— Não estamos discutindo o monopólio sobre materiais nucleares. Essa é uma razão que leva a operação a continuar com a Eletronuclear, porque precisa comprar e usar esse material — explicou Leonam.
Durante o seminário os participantes estão destacando a necessidade de se dar continuidade ao programa nuclear brasileiro, independente do seu ritmo, não só para evitar a perda do conhecimento tecnológico desenvolvido ao longo das últimas décadas, mas também por ser a energia nuclear uma das melhores opções para complementação da energia hidrelétrica na base do sistema elétrico.
Segundo Leonam as opções existentes para a geração na base são as térmicas a gás natural, a carvão e a energia nuclear. As térmicas a gás tem o desafio de se conhecer o real potencial de reservas e a possibilidade do desenvolvimento da produção e a que custos. Já as térmicas a carvão vão contra a tendência mundial de redução das emissões de CO2 na natureza e exigirão pesados investimentos para mitigar essas emissões. Assim, segundo Leonam, a opção nuclear surge como uma das mais limpas, seguras e de menor custo.
— Acredito que o momento hoje é de dar atenção , dar um peso importante à segurança do abastecimento. Energia é um insumo caro, o problema é que esse caro traga junto com ele a segurança no abastecimento. A energia nuclear tem o enorme desafio que é a aceitação pública — destacou Leonam, ao lembrar que o preço da energia gerada em Angra 1 e Angra 2 é de R$ 160 o megawatt/hora.
A Eletronuclear continua desenvolvendo os trabalhos e estudos para definição dos futuros locais onde poderão ser construídas novas centrais nucleares no Brasil. O executivo disse que os trabalhos estão em ritmo lento, devido à escassez de recursos, mas continuam enquanto o governo federal não anunciar uma posição em relação ao futuro do programa nuclear brasileiro. Atualmente, o país tem Angra 1 e Angra 2 em operação e está construindo Angra 3, que atrasou 23 anos em suas obras, e agora está prevista para ser concluída em 2018 com 1.400 MW de capacidade.
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- 16/06/2015 - Indústria nuclear faz movimento global para fortalecer geração de energia limpa no mundoFonte: Petronotícias
O presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Antonio Müller, representou o Brasil num encontro global do setor recentemente na França, e colocou o País no grupo de nações que pretendem impulsionar o uso da energia nuclear em defesa do clima global. Para isso, foi assinado o acordo "Nuclear for Climate”, reunindo associações de 39 países, que visa fomentar este processo e que já vem sendo estimulado no Brasil, onde o governo começou a divulgar informações há poucos meses sobre a construção de novas usinas nucleares nos próximos anos.
O executivo e a ABDAN foram um dos destaques do evento, em função do grande interesse das empresas internacionais em participarem do setor nuclear brasileiro. Na ocasião, Müller foi entrevistado para falar em nome do acordo pelo clima, em vídeo que o Petronotícias traz agora ao público (na seção Vídeo em Destaque, à direita da página), e ressaltou a importância do trabalho que vem sendo feito no Brasil e das ações a favor do clima que já foram desenvolvidas pela indústria nuclear no País.
"O Brasil é considerado um país verde, já tendo assinado uma série de acordos internacionais para reduzir os impactos ambientais de suas ações, e hoje tem cerca de 70% de sua energia produzida a partir de hidrelétricas”, afirma o presidente da Abdan no vídeo, ressaltando que esse cenário não será mais possível no futuro, porque a capacidade de geração de energia a partir de hidrelétricas será esgotada por volta de 2025. "Então precisaremos de uma tecnologia de geração que possa suprir a carência deixada pela hidroeletricidade sem gerar impactos ambientais no País. E a nuclear é a melhor opção para isso”, conclui.
Müller explica ainda que hoje a matriz brasileira conta com duas usinas nucleares em operação – Angra I e Angra II, com capacidade somada de aproximadamente 2.000 MW –, além de uma terceira em construção – Angra III, com potência prevista de 1.405 MW –, e enfatiza que o Ministério de Minas e Energia já anunciou a necessidade de construir novas usinas.
De fato, o governo brasileiro deu um novo sinal de avanço do Programa Nuclear nacional recentemente, com a previsão de construir 12 novas usinas até 2050, sendo quatro até 2030 e oito nos 20 anos seguintes, o que tem gerado um aumento do interesse da indústria internacional pelo Brasil.
"Nós acreditamos, de uma maneira muito orgulhosa, que a energia nuclear é a solução para ter um ambiente muito amigável no Brasil, sem poluição”, finaliza.
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- 16/06/2015 - Inscrições abertas para o XXIX Congresso Brasileiro de Medicina NuclearAs oportunidades, desafios e perspectivas futuras da medicina nuclear no Brasil e no mundo estarão no centro das atividades do XXIX Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. Organizado pela Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), instituição filiada à Associação Médica Brasileira (AMB), o encontro será realizado nos dias 23 a 25 de outubro, no Centro de Convenções do Hotel Royal Tulip. As inscrições on-line estão abertas, e o prazo para a submissão de trabalhos também.
De acordo com o presidente da SBMN e do Congresso, Claudio Tinoco Mesquita, a especialidade vivencia um momento de rápidas transformações, tanto no campo educacional, quanto científico e na prática clínica, seja ela diagnóstica ou terapêutica. Segundo Tinoco, este cenário derivou o mote do encontro, intitulado: Medicina Nuclear em Movimento. "A medicina nuclear mudou a história de várias doenças, mas ainda é subutilizada no Brasil. Nossa especialidade tem crescido e precisamos unir esforços neste sentido, sobretudo, por meio do estímulo à produção científica multicêntrica no País e ampliação do acesso à especialidade via saúde pública”, relatou Tinoco.
Direcionado a médicos nucleares e de outras especialidades, residentes, biomédicos, tecnólogos, biólogos, físicos, químicos, farmacêuticos e especialistas que tenham interesse na aplicabilidade de radioisótopos na medicina, o encontro terá como abordagens as perspectivas para a aplicabilidade da medicina nuclear em cardiologia; oncologia (adulto e pediátrica) – com ênfase em linfomas; neurologia; e a avaliação de processos inflamatórios e infecciosos. Os assuntos serão abordados em mesas redondas.
De acordo com o presidente da Comissão Científica do Congresso, Sergio Altino, esta edição do encontro terá como um dos enfoques centrais trazer ao debate questões ligadas às políticas públicas de saúde, em especial o que cabe à medicina nuclear via Sistema Único de Saúde (SUS). Para tanto, o Congresso contará com a participação de representantes dos Ministérios da Saúde (MS) e Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI) – representado pelo IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares) e CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear).
Convidados Internacionais
Já está confirmado no encontro a presença de ao menos 10 convidados internacionais, representantes de países como Estados Unidos, Chile, México, Itália e Espanha. Entre eles Enrique Estrada Lobato, da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) e Hossein Jadvar, presidente da Sociedade Americana de Medicina Nuclear e Imagem Molecular (SNMMI). Confira alista de especialistas que será atualizada a cada novo especialista confirmado.Submissão de trabalhos científicos
O prazo de submissão de trabalhos científicos - nas categorias oral ou pôster – vai até às 16h do dia 31 de julho. Os interessados em enviar artigos ao Congresso podem abordar as seguintes áreas: Cardiologia; Técnico e Radiofarmácia; Ciências Básicas; Gama-Câmara e Terapia; SPECT/CT e PET/CT.Confira as regras para participar com resumos.
Informações à imprensa & CredenciamentoAgência de Comunicação - RS PressTelefone: (11) 3875-6296
JornalistasTatiana Almeida - tatianaalmeida@rspress.com.brAna Carolina D'Angelis - anadangelis@rspress.com.br
Fonte: SBMN
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- 16/06/2015 - Especialistas definem prioridades para Plano Diretor de CT&I de São PauloFonte: Agência Fapesp
Em palestra na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), no dia 19 de maio, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, apresentou os primeiros resultados do diagnóstico do sistema paulista de Ciência, Tecnologia e Inovação. Essas informações subsidiarão o Plano Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo (PDCTI).
Proposto pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (SDECTI) e desenvolvido com o apoio da FAPESP, o plano fornecerá diretrizes para políticas para o setor ao longo das próximas duas décadas, possibilitando a intensificação e a expansão da pesquisa científica, do desenvolvimento tecnológico e da inovação de maneira estratégica para o estado.
De acordo com Brito Cruz, os objetivos do PDCTI são consolidar São Paulo como referência em educação superior de excelência, aumentar o impacto científico da pesquisa acadêmica realizada no estado e ampliar seu impacto econômico e social com base na expertise local.
"São Paulo é o principal centro inovador do país, formado por uma grande rede institucional de ciência, tecnologia e inovação amparada por um forte conjunto de programas de fomento. Mas para tornar esse sistema ainda mais efetivo é preciso conhecer seus potenciais e elaborar estratégias que contribuam para seu desenvolvimento de forma plena, e é nisso que trabalham agora as equipes dedicadas à formulação do PDCTI”, disse.
Na ocasião, Brito Cruz apresentou avaliações da atividade científica em São Paulo realizadas por grupos de trabalho coordenados pela FAPESP.
"Os grupos buscam conhecer em profundidade as ações públicas e privadas relacionadas à pesquisa, identificando eventuais obstáculos ao seu desenvolvimento. Trata-se de um esforço para sinalizar para esse conjunto de organizações e pessoas quais os desafios e as prioridades para o estado, considerando o investimento feito pelo contribuinte e a necessidade de revertê-lo em benefícios para a sociedade como um todo.”
Em 2013, de acordo com os dados levantados pelos grupos, foram investidos R$ 25 bilhões em atividades de pesquisa e desenvolvimento no Estado de São Paulo.
Ainda de acordo com os dados apresentados, São Paulo conta hoje com mais de 57 mil pesquisadores em atividade, sendo 25 mil em instituições de ensino superior, 3 mil nos institutos de pesquisa e 29 mil em empresas.
O sistema de ciência e tecnologia do estado é composto por três universidades estaduais, quatro instituições de ensino superior federais, pelo menos 19 institutos estaduais de pesquisa e três federais, além de institutos de pesquisa particulares e entidades privadas de ensino superior.
Grupos de trabalho
Os grupos de trabalho, formados por especialistas, membros da comunidade acadêmica, dos institutos de pesquisa e do setor privado, foram divididos em seis áreas de interesse.
Os relatórios gerados pelos grupos serão utilizados pela coordenação do projeto na elaboração do documento final, com recomendações preliminares para o desenvolvimento do PDCTI, que será encaminhado ao Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia (Concite).
O grupo dedicado aos sistemas de ciência e tecnologia (C&T) é coordenado por Hélio Nogueira da Cruz, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP; a formação de recursos humanos em C&T é o tema do grupo coordenado por Elizabeth Balbachevsky, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP; o grupo com foco em pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas empresas tem coordenação de Gerson Valença Pinto, da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei).
A atividade dos institutos de pesquisa estaduais, federais e privados é discutida no grupo coordenado por Cylon Gonçalves da Silva, membro da coordenação adjunta de Programas Especiais da FAPESP; a pesquisa acadêmica é tratada pelo grupo coordenado por Marcelo Knobel, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e o grupo dedicado a setores focais é coordenado por Renato Corona, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e Carlos Pacheco, do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
Prioridades
É tarefa dos grupos identificar prioridades em cada área tratada. Nos setores industriais, por exemplo, foram identificadas oportunidades importantes, a médio prazo, na produção de etanol de segunda geração e em setores como aeronáutica, automotivo, fármacos e vacinas e equipamentos médicos e hospitalares. Também foram apontadas três áreas com grande potencial de desenvolvimento em São Paulo: energia eólica, energia solar, aeroespacial e defesa.
Os grupos discutem ainda desenvolvimentos em biocombustíveis, petróleo e gás; meio ambiente, em especial mudança climática global, biodiversidade e oceanografia; tecnologia de informação e comunicações, com foco em equipamentos e serviços de telecomunicação; indústria aeroespacial; agronegócio, em especial citricultura e risco sanitário; nanotecnologia; saúde, com desdobramentos em equipamentos médicos e hospitalares, pesquisa clínica, neurociências, fármacos e vacinas e câncer; setor automotivo; tecnologia industrial básica; metrópoles e violência; e educação.
"Todo esse trabalho tem o objetivo de identificar os setores que, do ponto de vista do desenvolvimento do Estado de São Paulo, deveriam chamar mais atenção, especialmente quando se tem quantidade limitada de recursos e é preciso escolher prioridades”, explicou Brito Cruz.
Dessa forma, quando finalizado, o PDCTI apresentará propostas de ações em diversas frentes, instituindo uma política abrangente de expansão e intensificação da pesquisa científica, do desenvolvimento tecnológico e do processo de inovação no estado nos próximos 20 anos.
A primeira versão do documento deverá ser finalizada até setembro.
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- 15/06/2015 - Uso da Luz Síncrotron na área da ciência dos materiais é tema de palestra na UFSCarFonte: Site Planeta Universitário
No dia 18 de junho, quinta-feira, o Programa de Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais (PPGCEM) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza o seminário "Estudos em Ciência de Materiais usando Luz Síncrotron”, com apresentação de Santiago José Alejandro Figueroa, pesquisador do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). O tema da palestra é o uso da Luz Síncrotron para abordar problemas de interesse na área de Ciência de Materiais.
Segundo o professor Daniel Rodrigo Leiva, do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, a luz síncrotron é um tipo de radiação eletromagnética de alta intensidade e alto brilho, utilizada em experimentos para a caracterização da estrutura interna de materiais.
No evento serão apresentadas possibilidades atuais da fonte UVX – nome dado à fonte atual de luz síncroton do LNLS/CNPEM -, bem como as futuras oportunidades com a construção da nova fonte de Luz Síncrotron Brasileira, no projeto Sirius, prevista para 2018.
Na ocasião ainda serão enfatizadas as técnicas de maior interesse para ciência de materiais, como as baseadas em espectroscopia de absorção de raios-X, uma técnica capaz de revelar a ordem local em materiais, ou com base na difração de raios-X, que permite detectar os aspectos de ordem de longo alcance, possibilitando, assim, a identificação das fases presentes no material em análise. "Ambas as técnicas se baseiam na utilização de radiação com uma faixa específica de comprimento de onda, chamada de raios-X”, complementa Leiva. A palestra ainda apresenta uma visão abrangente de todas as técnicas hoje disponíveis.
Figueroa é graduado em Física pela Universidade Nacional de La Plata, na Argentina, com doutorado em Física pela mesma Universidade. Realizou seu pós-doutorado no European Synchrotron Radiation Facility (ESRF), na França.
O Seminário do PPGCEM acontece a partir das 10 horas na Sala de Seminários do Laboratório de Caracterização Estrutural (LCE) no Departamento de Engenharia de Materiais, localizado na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.
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- 15/06/2015 - Vítimas do césio-137 ainda reclamam de dificuldades para auxílio médicoQuase 28 anos após acidente, elas dizem que se sentem 'esquecidas'. MPF instaurou inquérito para apurar se há omissão do governo de Goiás.
Quase 28 anos após acidente, elas dizem que se sentem 'esquecidas'. MPF instaurou inquérito para apurar se há omissão do governo de Goiás.
Fonte: Portal G1
Quase 28 anos após o acidente radiológico com o césio-137, emGoiânia, vítimas da tragédia ainda reclamam de dificuldades para receber atendimento médico gratuito. Apesar da determinação da Justiça de que o governo estadual preste auxílio aos pacientes e familiares, em até 3º grau, alguns dizem que muitas vezes precisam comprar os remédios e até mesmo pagam pelo plano de saúde do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo), no qual deveriam ser isentos. O Ministério Público Federal (MPF) analisa o caso.
Policial militar da reserva, Marques de Souza Rodrigues, 51 anos, reclama de dificuldades. Ele foi um dos agentes que trabalhou durante isolamento do ferro-velho no Setor Aeroporto, na região central da capital, onde houve a contaminação com o césio-137. Além disso, atuou por mais três anos e meio na unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), em Abadia de Goiás, na Região Metropolitana da capital, para onde o material foi levado.
"Eu nunca tive contato direto com o césio, por isso, estou na classificação dos radioacidentados. Mas enfrento inúmeros problemas até hoje, e o ruim é que eles não param de surgir”, contou ao G1.
Marques diz que, em 1996, foi diagnosticado com um tumor no cérebro e chegou a passar por uma cirurgia, mas não foi possível fazer a retirada. Com isso, fez sessões de radioterapia e diz que o tumor foi controlado.
"O problema é que o tratamento deixou sequelas, como na minha memória recente, por exemplo, já que não consigo memorizar nada. Além disso, desenvolvi transtornos de humor e tenho que tomar cerca de 10 comprimidos todo o dia para suportar as dores de cabeça”, diz.Segundo ele, que foi aposentado logo após o diagnóstico, os gastos com remédios são altos, pois nem sempre consegue obter todos na rede pública de saúde. Além disso, ele afirma que, até hoje, nunca teve a isenção do plano de saúde do Ipasgo.
"Eu pago todos os meses. Já vem descontado da minha aposentadoria. Se dizem que nós, as vítimas, temos direito ao auxílio gratuito, por que isso não ocorre? Eu cumpri com a minha obrigação de PM e, depois do que aconteceu, me sinto esquecido”, ressaltou o policial aposentado.
Outro policial militar aposentado vítima da tragédia, Gaspar Alves da Silva, de 51 anos, diz que uma das coisas que mais o incomodam é o preconceito. Um dos poucos que tem um laudo que comprova que foi contaminado pelo césio-137, ele desenvolveu uma mancha no cérebro e diz que nunca passou por uma cirurgia, por medo de perder os movimentos.
"Os riscos no meu caso eram muitos grandes e eu preferi continuar do jeito que estava. Porém, já desenvolvi outra doença, a esclerodermia, na qual a pele do meu corpo está ficando dura, paralisada. Por conta disso, preciso de um acompanhamento médico constante”, conta.
Ele diz que recebe atendimento gratuito pelo Ipasgo, mas afirma que precisa ter muita paciência. "Todas as vezes que vou usá-lo ele está bloqueado. Alegam que eu tenho dívidas, mas aí, quando puxam no sistema, veem quem eu sou e liberam. Mas sempre tenho que ir para uma única clínica, fora de mão, e sou tratado de maneira diferente. Às vezes, percebo que os médicos não querem mais me atender”, lamenta.
Além disso, ele afirma que o auxílio prometido no Centro de Assistência aos Radioacidentados (Cara), da Secretaria Estadual de Saúde, deixa a desejar. "Eu marquei uma consulta odontológica há quatro anos e até hoje não fui chamado. Vejo um descaso muito grande”, disse Silva.
Inquérito civil
Após receber reclamações das vítimas, o MPF decidiu instaurar um inquérito civil público para apurar possíveis omissões do Estado de Goiás em relação aos atendimentos às vítimas do césio.Segundo o órgão, em meados de 2005, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) proferiu um acórdão em que determinou ao Estado de Goiás uma série de medidas visando o atendimento, entre elas o auxílio médico-hospitalar, a efetivação de sistema de notificação epidemiológica sobre câncer, a realização do trabalho de monitoramento epidemiológico na população de Goiânia, nos moldes do que era oferecido na extinta Fundação Leide das Neves.
Para cumprir com as determinações, na ocasião, o governo firmou um convênio com o Ipasgo, ao qual repassaria os valores decorrentes do atendimento às vítimas citadas. No entanto, segundo o MPF, "a autarquia estadual alega o não recebimento desses montantes, o que estaria ocasionando o descumprimento de algumas providências".
Sendo assim, o procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Ailton Benedito de Souza, enviou um ofício à Secretaria da Casa Civil de Goiás, requisitando informações sobre as ações prestadas. "Temos informações das vítimas de que o governo estadual está descumprindo as medidas, principalmente no que se refere ao atendimento médico", disse ao G1.
Além disso, segundo o procurador, o convênio entre o Estado e o Ipasgo vai expirar em setembro deste ano. "Por isso, precisamos saber quais serão as alternativas adotadas para que essas vítimas não fiquem desassistidas, uma vez que o Cara não dispõe do corpo médico adequado e, por isso, os pacientes precisam do plano de saúde. Um imbróglio entre os órgãos não pode afetar essas pessoas", explicou o procurador.
A assessoria de imprensa da secretaria informou ao G1 que foi notificada sobre o inquérito no último dia 10 e que o documento "foi encaminhado à Advocacia Setorial do órgão para as devidas providências”. No entanto, a Casa Civil diz que "entende que os questionamentos feitos pelo procurador devem ser respondidos pela Secretaria de Estado da Saúde, órgão que abriga o Cara, responsável pela assistência às vítimas do acidente e que, portanto, dispõe das informações solicitadas”.Já a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que cumpre as medidas para atendimento das vítimas do acidente por meio do Cara e que "presta assistência médica e social às vítimas direta e indiretamente atingidas pelo acidente radioativo, faz o transporte em casos necessários; mantém em pleno funcionamento um centro de atendimento específico paras as vítimas do Césio 137 em Goiânia e também atende crianças, contanto com uma equipe de três pediatras”.
Além disso, segundo a SES, "o Hospital Araújo Jorge, referência no tratamento contra o câncer em Goiás, elabora um boletim de controle epidemiológico com os dados de câncer no estado e especificamente em Goiânia”.
A secretaria diz, ainda, que está fazendo a interlocução entre a Secretaria da Fazenda (Sefaz) e o Ipasgo para o pagamento das parcelas em atraso decorrente do atendimento às vítimas. Em 2011, uma negociação possibilitou o pagamento de sete anos de dívidas que estavam em atraso.
A assessoria de imprensa do Ipasgo, por sua vez, negou a falta de auxílio às vítimas do césio-137 e diz que, independente de qualquer dívida entre o governo e o instituto, todas as pessoas enquadradas nas condições recebem o atendimento gratuitamente, no plano básico, com acomodação de enfermaria.
"Todas as pessoas reconhecidas oficialmente como vítimas do acidente radiológico de Goiânia, através de decreto e pensão específicos no âmbito estadual, tem direito sim à cobertura do Ipasgo Saúde, sem cobrança de mensalidade e coparticipação, para o plano básico. Tal situação está convalidada ainda em contrato mantido pelo instituto e Secretaria Estadual da Saúde, que faz a remuneração pelo serviço”, destacou, em nota.
Sobre o caso do policial aposentado Marques Rodrigues, o Ipasgo informou que ele paga o plano de saúde porque fez a opção pelo plano especial, com acomodação em apartamento. "Para tanto, a mesma lei estabeleceu a alíquota de 7,94% sobre os vencimentos, relativa à diferença de acomodação. Se a opção fosse pelo plano básico, nenhuma cobrança seria feita, como determina a lei”, destacou o órgão.
O acidente
A tragédia começou quando dois jovens catadores de materiais recicláveis abriram um aparelho de radioterapia em um prédio público abandonado, no dia 13 de setembro de 1987, no Centro de Goiânia. Eles pensavam em retirar o chumbo e o metal para vender e ignoraram que dentro do equipamento havia uma cápsula contendo césio-137, um metal radioativo.
Apesar de o aparelho pesar cerca de 100 kg, a dupla o levou para casa de um deles, no Centro. Já no primeiro dia de contato com o material, ambos começaram a apresentar sintomas de contaminação radioativa, como tonteiras, náuseas e vômitos. Inicialmente, não associaram o mal-estar ao césio-137, e sim à alimentação.
Depois de cinco dias, o equipamento foi vendido para Devair Alves Ferreira, dono de um ferro-velho localizado no Setor Aeroporto, também na região central da cidade. Neste local, a cápsula foi aberta e, à noite, Devair constatou que o material tinha um brilho azul intenso e levou o material para dentro de casa.Devair, sua esposa Maria Gabriela Ferreira e outros membros de sua família também começaram a apresentar sintomas de contaminação radioativa, sem fazer ideia do que tinham em casa. Ele continuava fascinado pelo brilho do material. Entre os dias 19 e 26 de setembro, a cápsula com o césio foi mostrada para várias pessoas que passaram pelo ferro-velho e também pela casa da família.
A primeira vítima fatal do acidente radiológico foi a garota Leide das Neves Ferreira, de 6 anos. Ela se tornou o símbolo dessa tragédia e morreu depois de se encantar com o pó radioativo que brilhava durante a noite. A menina ainda fez um lanche depois de brincar com a novidade, acabou ingerindo, acidentalmente, partículas do pó misturadas ao alimento.O acidente fez centenas de vítimas, no entanto, o Governo de Goiás e as autoridades envolvidas só assimiram quatro mortes, ocorridas pouco depois do acidente, incluindo o caso da menina.
No âmbito radioativo, o acidente com césio-137 só não foi maior que o registrado na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, segundo a Cnen. Cerca de 6 mil toneladas de lixo radioativo foram recolhidas na capital goiana e levada para Abadia de Goiás, onde permanece até os dias atuais.
Passadas mais de duas décadas, os resíduos já perderam metade da radiação. No entanto, o risco completo de radiação só deve desaparecer em pelo menos 275 anos.
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- 15/06/2015 - Descoberta de hádrons exóticos estimula desenvolvimento teóricoProposto independentemente pelos físicos norte-americanos Murray Gell-Mann e George Zweig em 1964, o modelo dos quarks completou meio século no ano passado. Mas, apesar de sua longevidade, novos desenvolvimentos desse modelo têm ocorrido, tanto no domínio experimental como no teórico.
Proposto independentemente pelos físicos norte-americanos Murray Gell-Mann e George Zweig em 1964, o modelo dos quarks completou meio século no ano passado. Mas, apesar de sua longevidade, novos desenvolvimentos desse modelo têm ocorrido, tanto no domínio experimental como no teórico.
Fonte: Agência Fapesp
Por José Tadeu ArantesUma dessas novidades foi a descoberta de um objeto constituído por quatro quarks, denominado Z+ (4430). Encontrado pela primeira vez em 20087, no Instituto KEF (High Energy Accelerator Research Organizattion), no Japão, sua existência foi convincentemente confirmada em 2014 no LHC (Large Hadron Collider), o Grande Colisor de Hádrons localizado na fronteira franco-suíca.
O número 4430 se refere à massa do objeto, em unidades de megaelétrons-volt por velocidade da luz ao quadrado (MeV/c2). Comparativamente, a massa do próton é de aproximadamente 938,3 MeV/c2. E, ao contrário do próton, cuja meia-vida é superior a 2,1×1029anos (quase 20 vezes a idade estimada do Universo), o Z+ (4430) sobrevive por apenas uma diminuta fração de segundo.
O grande interesse que suscita decorre de que não há outra explicação para ele que não seja a de uma composição exótica de quatro quarks.
As composições usuais são de três quarks, formando os bárions (categoria a que pertencem os prótons e os nêutrons), ou de um par quark-antiquark, formando os mésons (como o píon, ou méson pi, previsto teoricamente pelo japonês Hideki Yukawa, em 1935, e descoberto experimentalmente pelo brasileiro César Lattes, em 1947).
Mas composições exóticas, que antes eram apenas uma possibilidade teórica, começaram a ser encontradas nos aceleradores de partículas ao longo da última década.
"O Z+ (4430) pode ser tanto uma molécula composta por dois mésons (cada qual constituído por um par quark-antiquark) quanto um tetraquark propriamente dito (constituído por quatro quarks soltos, confinados em um determinado volume devido à interação forte)”, disse Marina Nielsen, professora titular e chefe do Departamento de Física Experimental do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP), àAgência FAPESP.
Nielsen coordena o Projeto Temático"Física de Hádrons”, que tem o apoio da FAPESP. "O estudo desseshádronsexóticos constitui uma das linhas de pesquisa de nosso projeto, e aquela à qual eu particularmente me dedico”, disse.
Outros hádrons exóticos, descobertos anteriormente, ainda têm sua estrutura sujeita a controvérsias. É o caso do X (3872), encontrado em 2003 no Instituto KEK, que também parece ser composto por quatro quarks, organizados na forma de molécula de mésons ou de tetraquark.
Porém, pelo fato de ser eletricamente neutro, isso não pode ser dito com segurança. E alguns pesquisadores afirmam que se trata apenas de um charmônio, um méson formado por dois quarks bastante massivos, o charm e o anticharm.
"Mas o caso do Z+ (4430) não dá margem a dúvidas. Ele tem carga elétrica. E, para isso, além do charm e do anticharm, precisa conter também um up e um antidown”, explicou Nielsen.
Artigo referência
A interpretação da natureza do X (3872) e de outros hádrons exóticos encontrados posteriormente constitui um desafio para os físicos que se ocupam da cromodinâmica quântica (QCD, de Quantum chromodynamics), a teoria que trata dos quarks e de suas interações.
Nielsen e seu colega Fernando Silveira Navarra, também professor titular do IF-USP, participam de uma rede internacional dedicada ao assunto, o Quarkonium Working Group (QWG), um grupo de trabalho que reúne quase 70 pesquisadores das principais universidades do mundo.
Em 2011, esse grupo internacional produziu um artigo, publicado no European Physical Journal, que se tornou referência na área, tendo recebido mais de 700 citações em artigos especializados:Heavy quarkonium: progress, puzzles, and opportunities.
Os pesquisadores da USP tiveram expressiva participação nesse trabalho. "Um dos métodos utilizados para fazer cálculos na área são as chamadas ‘regras de soma da cromodinâmica quântica’ (QCDSR, deQuantum Chromodynamics Sum Rules), com as quais trabalhamos há vários anos. Com o auxílio desse método, pudemos avançar na compreensão dos estados exóticos”, disse Navarra.
"Alguns deles podem ser melhor entendidos como tetraquarks; outros como mésons de quarks massivos, a exemplo do charmônio; outros ainda como uma mistura quântica de charmônio e tetraquarks”, detalhou o pesquisador.
A expressão "mistura quântica” significa que a função de onda associada ao objeto em questão possui duas componentes, uma que descreve o charmônio e outra que descreve o tetraquark. E que, em um número grande de observações, o objeto será observado ora como uma coisa ora como outra, conforme certa distribuição probabilística.
"A proliferação de novos estados criou uma situação de certa forma parecida com a que havia antes de Gell-Mann e Zweig proporem o modelo de quarks: várias partículas aparentemente sem conexão umas com as outras, desafiando os pesquisadores a agrupá-las segundo algum critério. Em relação a isso, também demos nossa contribuição, mostrando que certos estados podem ser corretamente interpretados como excitações de outros”, disse Navarra.
O cenário agora considerado simples, constituído por bárions (três quarks) e mésons (quark-antiquark), aos quais os físicos já estavam habituados, correspondia aos patamares de energia do mundo cotidiano ou àqueles alcançados até recentemente nos laboratórios. Mas, na medida em que novos equipamentos capazes de alcançar estados de energia cada vez mais altos são construídos, objetos exóticos tendem a se multiplicar, exigindo novos esforços de interpretação teórica.
"Essas novas descobertas conferem, de certa forma, um aval para a cromodinâmica quântica. Porque essa teoria estabelece as configurações de quarks que podem existir e aquelas que não podem. As mais simples são a tríade de quarks e o par quark-antiquark”, disse Nielsen.
"Mas outras configurações, mais complexas, também são possíveis. E há um dito famoso na mecânica quântica: o que não é proibido tem que existir. O que estamos conseguindo agora, graças aos novos patamares de energia alcançados em aceleradores como o LHC, é observar outros estados possíveis”, disse.
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- 15/06/2015 - Ruy Laurenti morre aos 84 anosFonte: Agência Fapesp
O médico Ruy Laurenti, ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Conselho Superior da FAPESP de 1993 a 2000, morreu no dia 12 de junho de 2015, aos 84 anos.
Laurenti nasceu em 15 de agosto de 1931, em Rio Claro (SP). Formou-se em 1957, pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), onde teve início sua dedicação à carreira universitária, atuando a princípio no Serviço de Cardiologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. Obteve o título do doutor em Medicina, na área de Cardiologia, em 1969.
Em 1971, transferiu-se para a Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, no Departamento de Epidemiologia, onde se tornou professor livre-docente (1973), professor adjunto (1976) e professor titular (1979). Na FSP, foi chefe do Departamento de Epidemiologia, vice-diretor e diretor.
Na USP, atuou também como pró-reitor de Cultura e Extensão, vice-reitor (1990-1994), reitor (agosto a novembro de 1993) e foi o primeiro ouvidor-geral da universidade (2001-2010).
Como pesquisador, Laurenti contribuiu para o avanço da saúde pública, tendo publicado quase duas centenas de artigos e livros sobre epidemiologia, saúde materna, estatísticas de saúde, entre outros temas.
Desde 1999, era membro titular da Academia de Medicina de São Paulo. Dirigiu o Centro Colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Família de Classificações Internacionais.
Ao longo de sua carreira foi agraciado com diversos títulos, entre eles o de Professor Emérito da USP e o de Pesquisador Emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Deixou a esposa, Rose Marie, e dois filhos, Renato e Ruy.
"A FAPESP lamenta, e eu pessoalmente também, o falecimento do professor Ruy, que integrou o Conselho Superior durante sete anos, tendo emprestado à instituição seus conhecimentos e virtudes de pesquisador. Lembro também que ele foi reitor em um momento difícil, e que equacionou muito bem os problemas da universidade durante sua gestão. Por isso, ele recebeu o mais do que bem merecido título de Professor Emérito da USP”, disse Celso Lafer, presidente da FAPESP.
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- 11/06/2015 - Energia nuclear não é bicho raro, diz diretor da EletronuclearFonte: EBC Agência Brasil
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
Com 430 usinas operando em 30 países, que em conjunto geram 13% da energia consumida no mundo, a energia nuclear "não é um bicho raro”, disse hoje (11) à Agência Brasil o diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães.
"Estamos falando de um setor industrial que tem dado contribuição importante para a geração de energia”,resssaltou Guimarães. Ele adiantou que dará palestra na Conferência sobre Tecnologia de Equipamentos, em Pernambuco, na próxima segunda-feira (15), sobre desmistificação e desenvolvimento da energia nuclear. O seminário envolverá os principais segmentos da indústria pesada do país, como petroquímico, óleo e gás, energia, siderurgia, ferroviário. "É o reconhecimento do setor nuclear como ator importante dentro desse contexto da indústria pesada.”
Para o diretor da Eletronuclear, a necessidade de mais uso da energia nuclear na matriz energética deriva, em grande parte, dos problemas envolvidos na redução da emissão de gases de efeito estufa. Isso "porque a geração nuclear é a única forma de energia de base que não emite gases de efeito estufa”, disse Guimarães. Para ele, energia de base é a energia despachada, disponível todo ano, o ano todo. "Então, o papel que ela já desempenha precisará se expandir, se realmente a humanidade tomar ações concretas para reduzir, de modo eficaz, a geração de gases de efeito estufa.”
No Brasil, o problema existe, mas não é grave, porque a matriz de geração elétrica é a mais limpa do mundo, devido à grande contribuição da geração hidrelétrica. Guimarães destacou que os fenômenos climáticos observados nos últimos tempos demonstram que essa contribuição tende a diminuir no longo prazo, porque já não há condições de construir grandes usinas hidrelétricas com reservatórios. "As novas hidrelétricas são praticamente a fio d'água e, portanto, muito sensíveis a esse tipo de mudança climática.”
Ele acredita que a geração hidrelétrica vai continuar sendo a protagonista do setor elétrico nacional ao longo do século 21, mas ressalta que sua participação relativa deve cair. Essa redução terá de ser compensada pelo aumento da geração elétrica de base, que destaca a geração nuclear, e das energias renováveis, em especial a energia eólica (dos ventos).
O crescimento da geração elétrica nuclear no mundo é capitaneado pelos principais países em desenvolvimento, liderados pela China e Índia, que "estão em situação bastante similar à do Brasil”. "Os cinco [países do] Brics têm energia nuclear em sua matriz, e estão expandindo a geração elétrica nuclear”. Dos cinco integrantes do grupo (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), China, Rússia e Índia apresentam expansão acelerada da energia nuclear, enquanto Brasil e África do Sul têm expansão planejada, mas ainda não acelerada. "É difícil imaginar um cenário em que a geração nuclear não se expanda e seja um cenário de prosperidade para os países em desenvolvimento”, acrescentou o diretor da Eletronuclear.
Os países desenvolvidos não têm necessidade de expansão, porque já atingiram níveis de consumo per capita (por habitante) de eletricidade elevados. O problema desses países é a manutenção de sua capacidade de geração, minimizando gases de efeito estufa. Aí, a geração nuclear aparece com um importante papel a desempenhar – defendeu.
O consumo per capita de energia elétrica no Brasil está em torno de 2,5 mil quilowatts-hora (kWh) por habitante/ano. Em Portugal, o consumo por pessoa soma 5 mil kWh; na Espanha, 7 mil; na Alemanha, quase 9 mil; e nos Estados Unidos, cerca de 10 mil. Na Índia e na China, o consumo por habitante é inferior ao do Brasil.
Em termos de geração nuclear, a participação na matriz energética é de aproximadamente 3% no Brasil. Na China e na Índia, apesar de estarem construindo um grande parque nuclear, a contribuição é menor que a brasileira. Na Espanha, a participação da energia nuclear na matriz totaliza 25% e nos Estados Unidos e Alemanha cerca de 20%, cada.
Atualmente, das 70 usinas nucleares em construção no mundo, 27 estão na China, nove na Rússia, sete na Índia e uma no Brasil – a Usina Nuclear Angra 3.
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- 11/06/2015 - Caixa Econômica deve financiar parte das obras de construção de Angra 3Fonte: EBC Agência Brasil
O contrato que garante a continuidade do financiamento da parte importada para a construção da Usina Nuclear Angra 3 deverá ser assinado com a Caixa Econômica Federal na próxima semana. A informação é do diretor de Planejamento, Gestão e Meio Ambiente da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães. A estatal, controlada pela Eletrobras, administra a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, no município fluminense de Angra dos Reis. O financiamento com a Caixa é de R$ 3,8 bilhões.
"Nós estamos nos procedimentos administrativos [com a Caixa] para efetivamente assinarmos o contrato. Isso garante a continuidade da parte importada, dos fornecimentos que vêm do exterior. Já é uma grande vitória”, disse Leonam Guimarães.
Apesar das dificuldades de financiamento para a conclusão das obras de Angra 3, a Eletronuclear tem a expectativa de continuidade do programa nuclear brasileiro. "O próprio ministro [de Minas e Energia, Eduardo Braga] vem se colocando de forma muito afirmativa sobre a necessidade da geração nuclear na matriz energética brasileira do futuro”, disse Guimarães. Para ele, o crescimento do setor é viável e pode contribuir na geração de energia limpa e de base, ou seja, com fator de capacidade acima de 90%.
Entretanto, o financiamento da parte nacional para as obras de Angra 3 ainda é um problema enfrentado pela estatal. A Eletronuclear tem empréstimo do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 6,15 bilhões. Este valor, no entanto, é insuficiente para assegurar a conclusão da usina. Segundo Guimarães, é necessário um complemento de financiamento de R$ 4 bilhões.
"Para resolver esse problema e complementar esse financiamento, precisaríamos de um ajuste no preço de venda futura da energia de Angra 3”, disse Guimarães. A questão está sendo tratada no Ministério de Minas e Energia e na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A Eletronuclear espera conseguir uma parcela dos R$ 4 bilhões com o próprio BNDES. "Não conseguimos elevar a parcela financiada porque o valor da tarifa de Angra 3 não nos permite aumentar o valor de financiamento para não comprometer o índice de cobertura do serviço da dívida.
”Leonam Guimarães afirmou que é preciso rever o preço de energia de venda futura de Angra 3, que equivale hoje a R$ 201 por megawatt-hora (MWh). "Com o valor desse recebível futuro, temos dificuldade de cumprir as regras do índice de cobertura do serviço da dívida dentro dos padrões exigidos pelo BNDES.” De acordo com Guimarães, se os R$ 4 bilhões complementares vierem somente do BNDES, a tarifa ajustada que resolveria o problema seria de R$ 230 por MWh. "Mas, se uma parcela disso vier do mercado privado, tem que aumentar um pouco [o valor] para compensar isso.
”A Eletronuclear só poderá negociar com o BNDES sobre esse complemento de empréstimo depois que o contrato de energia reserva com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica para venda futura de energia de Angra 3 for aditivado. "O sistema está em análise pela Aneel. Nós aguardamos a resposta definitiva sobre esse tema para fazer a emissão da portaria ministerial que nos permita fazer um aditivo a esse contrato de energia reserva”, explicou.
As obras de Angra 3 estão em andamento, mas não no ritmo pretendido pela Eletrobras, admitiu Guimarães. Segundo ele, isso se deve à dificuldade do cumprimento do saque do saldo remanescente, em razão do problema de contrapartidas que a estatal tem que dar. Para ele, o ministro Eduardo Braga deve dar em breve uma solução para o problema. Guimarães disse esperar que Angra 3 seja entregue ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em dezembro de 2018. O orçamento para construção da usina foi reajustado em setembro do ano passado em 13%, com base na última inspeção de monitoramento do Tribunal de Contas da União (TCU). O custo passou para R$ 13,9 bilhões.
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- 11/06/2015 - AIEA vai criar primeiro banco próprio de urânioFonte: R7
Viena, 11 jun (EFE).- A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vai criar seu primeiro banco de urânio pouco enriquecido, em uma tentativa de gerar uma oferta segura para o combustível nuclear no caso de possíveis problemas de acesso no mercado livre. Os 35 países-membros do Conselho de Governadores da AIEA deram hoje em Viena seu sinal verde para estabelecer o banco no Cazaquistão, na Ásia Central. O urânio pouco enriquecido (LEU, na sigla em inglês) é o combustível mais usado nas 438 usinas nucleares que existem no mundo atualmente. O Conselho aprovou, além disso, um acordo com a Rússia para garantir o transporte do LEU rumo ao novo banco e também sua saída do Cazaquistão para os potenciais clientes. "A conclusão destes dois acordos, com o sinal verde do Conselho, são um marco significativo para este importante projeto, e nos permite continuar com sua plena criação", assinalou em comunicado o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano. O banco, que poderia estar em funcionamento em dois anos, terá uma capacidade de até 90 toneladas métricas de LEU, que serão armazenadas em cerca de 60 cilindros metálicos. Com essa quantidade de combustível pode funcionar um reator de 1.000 megawatts durante três anos, segundo a AIEA. O projeto do banco de LEU foi lançado inicialmente no final de 2010 no Conselho de Governadores da AIEA e tem sempre em conta não influir no mercado livre de LEU. A ideia é que qualquer país - que deve cumprir certos padrões de segurança e salvaguardas nucleares - possa ter acesso a esse banco no caso de se ver excluído do acesso no mercado livre, seja por razões políticas ou comerciais. Neste mercado existem abastecedores primários, ou seja, produtores de LEU como EUA, Rússia e vários países europeus, como França, Reino Unido e Alemanha. Além disso, existe um mercado secundário no qual atuam investidores e outros que compram e vendem LEU. Para cumprir com as exigências legais do sistema das Nações Unidas, a AIEA deverá fazer no futuro uma licitação pública para comprar uma quantidade inicial de LEU para seu banco. Se estima que para o máximo de 90 toneladas métricas a AIEA terá que investir entre 100 e 120 milhões de dólares. O banco de LEU da AIEA é financiado graças a contribuições voluntárias de vários doadores, tanto estatais como privados, que forneceram US$ 150 milhões, suficientes para que o banco tenha uma vida inicial de dez anos. O principal contribuinte estatal é os EUA com US$ 49 milhões, seguido pela União Europeia, com 25 milhões, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, com US$ 10 milhões cada um, assim como Noruega, com US$ 5 milhões. Além disso, existe uma grande doação de US$ 50 milhões da ONG americana Nuclear Threat Initiative (NTI), com dinheiro do famoso investidor Warren Buffet. A ideia do banco foi lançada inicialmente em 2006 pelo NTI, alegando que desta forma podem ser reduzidos riscos potenciais de proliferação nuclear para fins militares, dado que o processo de produção de LEU para a indústria é basicamente o mesmo que para a construção de uma bomba atômica. EFE jk/ma
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- 11/06/2015 - Pesquisa da AIEA sobre tratamento do câncer ganha prêmio internacionalFonte: EBC
Uma publicação resultado de um projeto de pesquisa iniciado, patrocinado e coordenado pela Agência Internacional de Energia Atómica, Aiea, recebeu um prêmio do Jornal de Medicina Nuclear.
Segundo a agência, o trabalho ajuda médicos a avaliar e tratar de forma eficaz pacientes com uma forma de linfoma não-Hodgkin, um tipo agressivo de câncer, usando técnica de diagnóstico por imagem nuclear.Brasil
A publicação é o resultado de um projeto de pesquisa envolvendo a Aeia em cooperação com oito centros de pesquisa em diversos países: Brasil, Chile, Coreia do Sul, Filipinas, Hungria, Índia, Itália e Tailândia.
O estudo também teve conselhos de pesquisadores da França, Itália, Turquia e Reino Unido.
O estudo envolveu 383 pacientes com uma forma de linfoma não-Hodgkin chamado linfoma difuso de grandes células B, Dlbcl na sigla em inglês. Os pacientes foram monitorados por dois anos.Estudo Internacional
O projeto de pesquisa envolveu diferentes sistemas de saúde e populações de etnias diversas para garantir que as respostas ao tratamento eram comparáveis globalmente.
Com a participação de pesquisadores de onze países desenvolvidos e em desenvolvimento, o estudo concluiu que as respostas eram as mesmas no mundo todo.
A chefe da sessão de Medicina Nuclear e Diagnóstico por Imagem da Aiea, Diana Paez afirmou esperar que as comunidades médica e científica possam implementar as recomendações feitas no estudo.
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- 09/06/2015 - Falta de material radiativo compromete tratamento de câncer na rede hospitalarFonte: Agência Brasil
Flávia Villela - Repórter da Agência BrasilEdição: Jorge WamburgPacientes com doenças crônicas, como câncer da tireoide e linfoma, estão impossibilitados de fazer exames e tratamento pela falta de radiofármacos em vários hospitais públicos e particulares do país, depois que o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção dessas substâncias de componente radioativo, interrompeu o fornecimento há dois dias, devido a problemas com a compra de insumos importados, como o iodo-131 e o gálio-67, matérias-primas na medicina nuclear para o diagnóstico e terapia de doenças.
O Ipen é gerido técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. No Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo, em média, 20 pacientes são prejudicados por dia com a falta dos insumos.
O coordenador do Serviço de Medicina Nuclear, Marcelo José dos Santos, explicou que alguns pacientes tiveram que interromper o tratamento para a realização dos exames. "Para o tratamento do câncer de tireoide, por exemplo, o paciente fica submetido a um preparo especial durante um mês, sem receber medicamentos, entra em uma situação especial chamada de hipotireoidismo. Esses pacientes já estavam aqui quando souberam que não poderiam realizar o procedimento.”
Além de Barretos, outras unidades informaram não ter recebido as doses necessárias para realizar as atividades até o fim desta semana, como o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer. O Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, informou que teve de remarcar exames com pacientes que estavam há meses na fila de espera, sendo a grande maioria é usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) e que necessita do transporte das prefeituras. Muitos chegam em jejum, de locais distantes, e não têm condições de se alimentar, informou o hospital.
O superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani, informou que a interrupção foi gerada por atraso no pagamento de um dos fornecedores, no Canadá. A perspectiva, segundo ele, é que o abastecimento dos serviços seja regularizado no decorrer da semana e amanhã cheguem ao Instituto o gálio e o iodo. "Devíamos cerca de US$ 1 milhão para essa empresa. Felizmente, o orçamento saiu na semana passada, estamos saldando as dívidas e eles já vão começar a nos fornecer novamente”, disse Bressiani.
O governo detém o monopólio da produção dos radiofármacos, mas o Brasil depende da importação de insumos radioativos e a alta do dólar tem encarecido ainda mais esses produtos, prejudicando o fornecimento. Para piorar, Bressiani explicou que o repasse do orçamento anual liberado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, de cerca de R$ 92 milhões, para o instituto é inferior ao que foi gasto no ano passado.
"Tivemos aumento dos produtos em dólar de cerca de 40% e tivemos o aumento do valor do dólar. Precisávamos de um aumento bem superior a esse que foi alocado. É insuficiente para pagar as contas dos insumos nacionais e internacionais e o custeio dos gastos diários do instituto. Precisaríamos de ao menos de R$ 140 milhões”, explicou Bressiani. O aumento, segundo ele, é a única solução em curto prazo. Caso não haja mais repasses, o superintendente acredita que o dinheiro acabe a partir de setembro.
Foi a segunda interrupção do fornecimento neste ano. Em março, funcionários entraram em greve para protestar contra a falta de recursos.
Para a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, outro problema a ser enfrentado são os altos valores pagos pela especialidade médica na realização dos exames e tratamentos com esses radiofármacos, que não são acompanhados pela tabela do SUS. Médico nuclear e diretor da instituição, Sérgio Altino ressaltou que, a partir de julho, está previsto um segundo aumento no valor do insumo em menos de um ano, representando aumento de mais de 40%.
"E a tabela de procedimentos do SUS não sofre reajuste desde o ano de 2009. A situação é muito grave. Acreditamos que a solução é o aumento do repasse do SUS para a realização desses exames, pois não podemos continuar deficitários”, disse o médico.
O Ministério da Saúde informou que o tema sobre fornecimento ou falta de radiofármacos nos hospitais e unidades de saúde deve ser tratado exclusivamente com o MCTI, mas esclareceu que os repasses para o Ministério da Ciência e Tecnologia estão regulares e que a previsão é de que o abastecimento de radiofármacos seja normalizado nesta quinta-feira (11). O MCTI não se pronunciou a respeito do assunto até o fechamento desta reportagem.
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- 09/06/2015 - Falta de material compromete tratamento de câncer no paísFonte: A Tarde
Pacientes com doenças crônicas, como câncer da tireoide e linfoma, estão impossibilitados de fazer exames e tratamento pela falta de radiofármacos em vários hospitais públicos e particulares do país, depois que o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção dessas substâncias de componente radioativo, interrompeu o fornecimento há dois dias, devido a problemas com a compra de insumos importados, como o iodo-131 e o gálio-67, matérias-primas na medicina nuclear para o diagnóstico e terapia de doenças.
O Ipen é gerido técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). No Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo, em média 20 pacientes são prejudicados por dia com a falta dos insumos.
O coordenador do serviço de medicina nuclear, Marcelo José dos Santos, explicou que alguns pacientes tiveram que interromper o tratamento para a realização dos exames: "Para o tratamento do câncer de tireoide, por exemplo, o paciente fica submetido a um preparo especial durante um mês, sem receber medicamentos, entra em uma situação especial chamada de hipotireoidismo. Esses pacientes já estavam aqui quando souberam que não poderiam realizar o procedimento".
Além de Barretos, outras unidades informaram não ter recebido as doses necessárias para realizar as atividades até o final desta semana, como o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC). O Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, informou que teve que remarcar exames com pacientes que estavam há meses na fila de espera, sendo a grande maioria é usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) e que necessita do transporte das prefeituras. Muitos chegam em jejum, de locais distantes, e não têm condições de se alimentar, informou o hospital.
O superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani, informou que a interrupção foi gerada por atraso no pagamento de um dos fornecedores, no Canadá. A perspectiva, segundo ele, é de que o abastecimento dos serviços seja regularizado no decorrer da semana e amanhã cheguem ao Instituto o gálio e o iodo. "Devíamos cerca de US$ 1 milhão para essa empresa. Felizmente, o orçamento saiu na semana passada, estamos saldando as dívidas e eles já vão começar a nos fornecer novamente", disse Bressiani.
O governo detém o monopólio da produção dos radiofármacos, mas o Brasil depende da importação de insumos radioativos e a alta do dólar tem encarecido ainda mais esses produtos, prejudicando o fornecimento. Para piorar, Bressiani explicou que o repasse do orçamento anual liberado pelo MCTI, de cerca de R$ 92 milhões, para o instituto é inferior ao que foi gasto no ano passado.
"Tivemos aumento dos produtos em dólar de cerca de 40% e tivemos o aumento do valor do dólar. Precisávamos de um aumento bem superior a esse que foi alocado. É insuficiente para pagar as contas dos insumos nacionais e internacionais e o custeio dos gastos diários do instituto. Precisaríamos de ao menos de R$ 140 milhões", explicou Bressiani. O aumento, segundo ele, é a única solução em curto prazo. Caso não haja mais repasses, o superintendente acredita que o dinheiro acabe a partir de setembro.
Essa é a segunda vez no ano que o fornecimento foi interrompido. Em março, funcionários entraram em greve para protestar contra falta de recursos.
Para a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear outro problema a ser enfrentado é os altos valores pagos pela especialidade médica na realização dos exames e tratamentos com esses radiofármacos, que não são acompanhados pela tabela do SUS. Médico nuclear e diretor da SBMN, Sérgio Altino, ressaltou que, a partir de julho, está previsto um segundo aumento no valor do insumo em menos de um ano, representando aumento de mais de 40%.
"E a tabela de procedimentos do SUS não sofre reajuste desde o ano de 2009. A situação é muito grave. Acreditamos que a solução é o aumento do repasse do SUS para a realização desses exames, pois não podemos continuar deficitários", apontou o médico.
O Ministério da Saúde informou que o tema sobre fornecimento ou falta de radiofármacos nos hospitais e unidades de saúde deve ser tratado exclusivamente com o MCTI. O MCTI não se pronunciou a respeito do assunto até o fechamento desta reportagem.
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- 09/06/2015 - Falta de verba paralisa produção de remédio contra o câncerIpen deixou de pagar fornecedores e mil pacientes com a doença na tireoide tiveram o tratamento interrompido
Ipen deixou de pagar fornecedores e mil pacientes com a doença na tireoide tiveram o tratamento interrompido
Fonte: O Estado de S. Paulo
Lígia Formenti / BRASÍLIA
Cerca de mil pacientes tiveram o tratamento de câncer de tireoide e exames de diagnóstico suspensos no Brasil entre ontem em hoje, em razão da falta de radiofármacos produzidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen). Por causa de uma dívida acumulada ao longo do ano, o instituto teve o fornecimento de material radioativo interrompido por uma das empresas."O pagamento da parcela foi feito na semana passada, mas não houve tempo suficiente para atender à demanda desta semana”, afirmou o superintendente doIpen, José Carlos Bressiani. Somente no Hospital de Câncer de Barretos, 11 pacientes ficaram sem o tratamento e 16 sem fazer exames de cintilografia, indicado, por exemplo, para identificar problemas cardíacos. "Números não refletem o drama enfrentado pelos pacientes. Muitos chegam após seis meses de fila e já perderam o momento ideal da terapia”, disse o coordenador do serviço de medicina nucelar do Hospital de Câncer de Barretos,Marcelo José dos Santos. Pacientes reagiram com choro e, em alguns casos,com agressividade diante da notícia de que o tratamento havia sido suspenso, relatou Santos. No caso da terapia para tireoide, pacientes têm de suspender por um mês o uso de hormônios, devem se submeter a uma dieta restrita e precisam chegar ao hospital acompanhados. "Não é difícil entender a reação.Eles gastam tempo, dinheiro, já estão emocionalmente abalados.Chegar aqui e receber ainformaçãodequeo tratamento terá de ser adiado acaba sendo desesperador.” O superintendente doIpen afirma que a dívida do instituto teve como ponto de partida a redução nos repasses feitos pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.Em nota, o ministério negou e disse que o repasse está regular.
Dívidas.
Diante da falta de definição sobre os recursos destinados ao instituto em 2015, a pasta repassou, segundo Bressiani, 1/18 avos do orçamento de 2014. "Com isso, as dívidas se acumularam.” Pelos cálculos de Bressiani, a dívida chega a R$ 20 milhões. Além da redução de recursos, o Ipen enfrenta o aumento no valor de material radioativo. "Usamos produtos importados.”Pelos cálculos de Bressiani, os recursos são suficientes até setembro.
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- 08/06/2015 - Falta de verba paralisa produção de remédio contra o câncerPor causa de uma dívida acumulada ao longo do ano, o instituto teve o fornecimento de material radioativo interrompido por uma das empresas
Por causa de uma dívida acumulada ao longo do ano, o instituto teve o fornecimento de material radioativo interrompido por uma das empresas
Fonte: Correio da Bahia
Cerca de mil pacientes tiveram o tratamento de câncer de tireoide e exames de diagnóstico suspensos no Brasil entre esta segunda, 8, e terça-feira, 9, em razão da falta de radiofármacos produzidos pelo Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen). Por causa de uma dívida acumulada ao longo do ano, o instituto teve o fornecimento de material radioativo interrompido por uma das empresas.
"O pagamento da parcela foi feito na semana passada, mas não houve tempo suficiente para atender à demanda desta semana”, afirmou o superintendente do Ipen, José Carlos Bressiani. Somente no Hospital de Câncer de Barretos, 11 pacientes ficaram sem o tratamento e 16 sem fazer exames de cintilografia, indicado, por exemplo, para identificar problemas cardíacos. "Números não refletem o drama enfrentado pelos pacientes. Muitos chegam após seis meses de fila e já perderam o momento ideal da terapia”, disse o coordenador do serviço de medicina nucelar do Hospital de Câncer de Barretos, Marcelo José dos Santos.
Pacientes reagiram com choro e, em alguns casos, com agressividade diante da notícia de que o tratamento havia sido suspenso, relatou Santos. No caso da terapia para tireoide, pacientes têm de suspender por um mês o uso de hormônios, devem se submeter a uma dieta restrita e precisam chegar ao hospital acompanhados. "Não é difícil entender a reação. Eles gastam tempo, dinheiro, já estão emocionalmente abalados. Chegar aqui e receber a informação de que o tratamento terá de ser adiado acaba sendo desesperador.”
O superintendente do Ipen afirma que a dívida do instituto teve como ponto de partida a redução nos repasses feitos pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Em nota, o ministério negou e disse que o repasse está regular. Dívidas Diante da falta de definição sobre os recursos destinados ao instituto em 2015, a pasta repassou, segundo Bressiani, 1/18 avos do orçamento de 2014. "Com isso, as dívidas se acumularam.” Pelos cálculos de Bressiani, a dívida chega a R$ 20 milhões. Além da redução de recursos, o Ipen enfrenta o aumento no valor de material radioativo. "Usamos produtos importados.” Pelos cálculos de Bressiani, os recursos são suficientes até setembro.
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- 08/06/2015 - Exames diagnósticos e tratamentos comprometidos por falta de materialSituação é decorrente do não fornecimento de insumos essenciais para prática da medicina nuclear no sistema de saúde
Situação é decorrente do não fornecimento de insumos essenciais para prática da medicina nuclear no sistema de saúde
Fonte: Site da SBMN
A realização de exames diagnósticos de cânceres como linfoma e tratamento de câncer de tireoide está comprometida no Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo. É o que alerta a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).
A Sociedade explica que este fato se deve à interrupção no fornecimento de iodo-131 e gálio-67 - radioisótopos usados comomatéria-prima na medicina nuclear para o diagnóstico de doenças e terapêutica. "Com a falha na entrega desse material, pacientes foram prejudicados por terem suas terapias adiadas”, esclarece o presidente da Sociedade, Claudio Tinoco.
Os insumos deveriam ter sido entregues pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção dos radiofármacos, o que não ocorreu.O Brasil, hoje, depende da importação de insumos radioativos, havendo número limitado defornecedores qualificados de radioisótopos com quem o país pode comercializar.
Fatores como a alta do dólar, o aumento dos custos dos insumos importados, bem como corte do orçamento para a produção dos radiofármacos, são alguns dos fatores que têm dificultado a aquisição de insumos e a manutenção da produção dos radiofármacos no País de maneira regular, sem sobressaltos, conforme tem sido nos últimos 30 anos.
No momento outras instituições também não receberam as doses necessárias para realizar as atividades até o final desta semana. Entre elas estão o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – Octavio Frias de Oliveira (ICESP) e Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC).
A SBMN chama a atenção que este é apenas um prenúncio do que pode se tornar uma situação caótica no Brasil. "Se o panorama da aquisição deradioisótoposcontinuar fragilizado, a perspectiva é de a partir de setembro haver um desabastecimento em âmbito nacional", alerta Tinoco. Para que isso não ocorra a Sociedade começou a buscar estratégias em conjunto com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), o próprio IPEN, e os ministérios da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI) e Ministério da Saúde (MS).
A entidade inclusive enviou ofício aos ministérios solicitando a suspensão do aumento previsto para vigorar a partir de 2 de julho. "Este será o segundo incremento no valor do insumo em um prazo inferior ao período de um ano, o que totaliza aumento de 40,3%”, relata Tinoco. Em contrapartida, a tabela de procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) não sofre reajuste desde o ano de 2009.
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- 05/06/2015 - Eletrobras será reestruturada, diz ministroFonte: Yahoo Notícias
A Eletrobrás passará por reestruturação completa e terá novas diretrizes e políticas para seguir, disse o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Segundo ele, esse novo direcionamento será anunciado pelo governo no segundo semestre. "Estamos reorientando nossa estratégia com as coligadas e o planejamento estratégico da Eletrobras. Não é um movimento isolado do ministério, mas do governo. Estamos próximos de anunciar essa nova política, que terá mais governança e compliance", disse. "A Eletrobrás precisa dar resultados financeiros e parar de dar prejuízo."
O objetivo desse plano é assegurar investimentos na área de geração que viabilizem energia firme, gerada por hidrelétricas e térmicas, e não intermitente, caso da solar e das eólicas. As linhas gerais foram dadas pela presidente Dilma Rousseff, mas cada coligada deverá apresentar plano próprio, entre elas Eletronorte, Eletrosul, Furnas, Chesf, Eletronuclear e CGTEE. "Achamos que o papel das coligadas da Eletrobras no incentivo de algumas fontes está cumprido", disse Braga. "Agora, o esforço será o de viabilizar energia firme a um custo baixo. Também continuaremos a investir em transmissão."
Segundo o ministro, as usinas eólicas não são um exemplo de investimento que gera energia firme. No Sul, as rajadas de vento fazem com que o fator de capacidade médio (relação que aponta o aproveitamento do vento e sua efetiva geração) seja de 30% a 35%. No Nordeste, onde o vento é constante, o fator de capacidade não ultrapassa os 50%. "Não dá para dizer que vamos assegurar toda a energia de que o País precisa com eólicas", disse. Na energia solar, o ministro avalia que o investimento deve ser feito pelos próprios consumidores, distribuidoras de energia e empresas privadas.
Braga disse que o plano inclui a venda de ativos, como as distribuidoras federalizadas da companhia e parques eólicos. "Alguns leilões dos quais a Eletrobrás participou foram vencidos e dão dinheiro, de forma que não são prioridade de desinvestimento."
Greve
Em greve desde segunda-feira, os trabalhadores da Eletrobrás aguardam a formalização de uma contraproposta da empresa para definir os rumos do movimento. Eles querem o pagamento de participação nos resultados (PLR) da empresa, apesar do prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão em 2014. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.