Clipping de Notícias
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- 11/03/2015 - Fukushima ainda representa riscos quatro anos após terremoto e tsunamiFonte: UOL Notícias
O presidente da Autoridade de Regulação Nuclear do Japão (NRA) disse nesta quarta-feira, dia em que se completam quatro anos do tsunami que provocou em Fukushima um dos piores acidentes atômicos da história, que a usina ainda representa "vários riscos".
"Muitos acidentes e problemas ocorreram na usina de Fukushima no último ano, e temos que aceitar que isto gera ansiedade e raiva no povo da região", afirmou o presidente do órgão, Shunichi Tanaka, em uma junta da NRA realizada por ocasião do aniversário da tragédia.
"Existem vários riscos que poderiam causar acidentes e problemas na usina", admitiu Tanaka, que pediu à empresa operadora da central, Tokyo Electric Power (TEPCO), mais esforços para melhorar a segurança em Fukushima.
Há apenas duas semanas, a TEPCO informou de um novo vazamento de água radioativa no mar por negligência.
Além disso, o número de acidentes nos quais se viram envolvidos trabalhadores da central aumentou nos últimos meses à medida que os trabalhos de desmantelamento, que levarão entre 30 e 40 anos, foram se tornando mais complicados.
O último deles aconteceu em janeiro, quando um técnico morreu ao cair em um tanque de armazenamento de água.
O terremoto e o tsunami de 11 de março de 2011 abalaram a central de Fukushima Daiichi e a deixaram sem provisão elétrica, o que provocou falhas nos sistemas de refrigeração dos três reatores que estavam operacionais nesse momento.
Isto provocou uma fusão parcial de seus núcleos e uma série de explosões por concentração de hidrogênio nos edifícios dos reatores que espalharam material radioativo por toda a região.
As emissões e vazamentos de água contaminada da central afetaram gravemente à pecuária, à agricultura e à pesca local, e impedem que mais de 70.000 pessoas que viviam perto da usina possam retornar a suas casas.
Por causa do acidente, o Japão mantém paralisados seus 48 reatores nucleares, embora o governo tenha impulsionado a reativação daqueles que cumprem os novos requisitos de segurança mais estritos que a NRA aprovou em 2013.
Deste modo, e apesar da forte oposição dos japoneses nas enquetes, espera-se que duas centrais - uma no sul e outra no oeste do país - possam voltar a funcionar ainda neste ano após ter recebido o sinal verde do órgão regulador.
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- 11/03/2015 - Interrupção no fornecimento Fluor-18 no BrasilEm entrevista à Agência Brasil de Notícias, presidente da SBMN esclarece impacto do desabastecimento no País
Em entrevista à Agência Brasil de Notícias, presidente da SBMN esclarece impacto do desabastecimento no País
Fonte: Portal SBBMN
O fornecimento da substância conhecida como "Fluor-18”, um radioisótopo utilizado como matéria-prima para realização do PET-CT, um dos mais importantes exames diagnósticos empreendidos pela medicina nuclear, está interrompido no Brasil.Isso ocorre devido a paralisação dos funcionários do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), órgão responsável pela da produção deste material, que teve início nesta semana de 9 de março. Em nota enviada aos serviços de medicina nuclear do País o Centro de Radiofarmácia do IPEN lamentava noticiar o desabastecimento de Fluor-18.
Em entrevista à Agência Brasil de Notícias (Empresa Brasileira de Comunicação), a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), por meio de seu presidente, Claudio Tinoco, esclareceu quanto aos impactos do desabastecimento do Fluor-18. Ele estima que mais de 2 mil exames PET-CT deixaram de ser feitos. "Anualmente, são feitos cerca de 100 mil exames PET-CT. O Flúor-18 dura somente duas horas, é impossível tê-lo armazenado na clínica e o fornecimento precisa ser diário para garantir o serviço”, explicou à Agência Brasil.(LEIA REPORTAGEM NA ÍNTEGRA)
Ainda na matéria, "o responsável pelo Centro de Radiofarmácia do IPEN, Jair Mengatti, disse que os funcionários pararam em protesto pela falta de recursos para pagamento dos insumos importados e nacionais e pela interrupção de gratificação dos trabalhadores”.
Mais informações
Podem ser impactados os exames diagnósticos via PET-CT oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de câncer de pulmão de células não-pequenas; câncer colorretal com metástase exclusivamente hepática com potencial ressecável e linfomas de Hodgkin e não Hodgkin.
Já por vias da saúde suplementar devem ser impactados as análises via PET de nódulo pulmonar solitário, câncer de mama metastático, câncer de cabeça e pescoço, melanoma e câncer de esôfago.
Entenda o que é o PET-CT
Por meio da fusão de imagens de tomografia computadorizada convencional (CT, do inglês computed tomography) ao PET (do inglês pósitron emission tomography), originou-se o método híbrido ao qual se denomina "PET/CT”.
PET-CT é uma tecnologia que utiliza os radiofármacos e atua como ferramenta de diagnóstico e estadiamento de doenças, podendo também registrar a resposta de um determinado tumor aos tratamentos cirúrgico ou quimio-radioterápico. -
- 11/03/2015 - Trabalhadores do principal fornecedor de radiofármacos do país entram em greveFonte: Agência Brasil
Flavia Villela - Repórter da Agência Brasil
Principal fornecedor de material radioativo médico do país, o Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), com sede em São Paulo, interrompeu há dois dias o fornecimento da matéria-prima fluor-18 por causa da paralisação de funcionários. A substância é utilizada no exame PET-CT, que ajuda a diagnosticar doenças como o câncer de pulmão, câncer colorretal e linfomas de Hodgkin e Não-Hodgkin.
De acordo com o Ministério da Saúde, existem outros fornecedores do fluor-18 e não há risco de desabastecimento do componente para os exames no Sistema Único de Saúde (SUS). O ministério destacou que há outros exames para detectar e diagnosticar cânceres que não utilizam o Fluor-18 como matéria-prima.
O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, Cláudio Tinoco, disse que, em apenas dois dias de paralisação, 2 mil exames diagnósticos tipo PET-CT deixaram de ser feitos.
"Anualmente, são feitos cerca de 100 mil exames PET-CT. O Flúor-18 dura somente duas horas, é impossível tê-lo armazenado na clínica e o fornecimento precisa ser diário para garantir o serviço”, explicou. Segundo ele, uma das vantagens dessa tecnologia é indicar com precisão se um tumor já se espalhou pelo corpo, para evitar cirurgia desnecessária.
Para Tinoco, a continuidade da paralisação pode prejudicar o fornecimento de outros radiofármacos essenciais para diagnósticos e terapias e que são exclusivos do IPEN. "Essa é uma atividade de monopólio da União. Quase todos os radiofármacos com meia-vida superior a duas horas são produzidos lá, insumos essenciais, como o tecnécio-99m, que responde por mais de 85% de todos os procedimentos realizados na medicina nuclear, e o iodo 131”, explicou.
O responsável pelo Centro de Radiofarmácia do IPEN, Jair Mengatti, disse que os funcionários pararam em protesto pela falta de recursos para pagamento dos insumos importados e nacionais e pela interrupção de gratificação dos trabalhadores. O Ipen é uma autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do governo de São Paulo e gerida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
"Dependemos em grande parte dos insumos importados e um dos fornecedores ameaçou suspender insumos na semana que vem por falta de pagamento”, disse Mengatti. Segundo ele, a dívida de US$ 2,2 milhões foi paga, o que evitou a suspensão. A gratificação paga aos trabalhadores existe há cerca de quatro anos e segundo Mengatti varia de R$ 950 a R$ R1,1 mil, mas foi interrompida por não ter sido regulamentada. "Os radiofármacos têm uma logística muito complexa. Independentemente do dia que cheguem, precisamos processá-los e despachá-los imediatamente, em função do decaimento radioativo. Sem a gratificação fica inviável seguir com essa escala e esquema de plantão, pois somos um grupo muito reduzido”, explicou.
Cerca de 180 funcionários trabalham diretamente na produção dos fármacos do instituto, criado na década de 1960. "Mas 500 pessoas contribuem para o resultado final. Não é possível fazer a produção se toda a cadeia, longa e complexa, não estiver trabalhando harmonicamente em prol desse objetivo”, avaliou. "Queremos que o governo regulamente essa gratificação e garanta recursos financeiros para adequação das instalações e manutenção da compra dos insumos para a produção”.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação não se pronunciou sobre a paralisação até o fechamento desta matéria. -
- 11/03/2015 - Primeiro centro de pesquisa no Brasil no modelo open science é lançadoFonte: Agência FapespPor Karina Toledo
Identificar no genoma humano proteínas-chave para o desenvolvimento de novos medicamentos e descobrir como tornar plantas importantes para a agricultura mais resistentes à seca são os objetivos do recém-criado Centro de Biologia Química de Proteínas Quinases da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), cuja apresentação oficial ocorreu nesta terça-feira (10/03).
Apoiado pela FAPESP por meio do Programa Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), o centro funcionará em um modelo deopen science(acesso aberto ao conhecimento), integrando a rede do Structural Genomics Consortium (SGC), uma parceria público-privada que reúne cientistas, indústrias farmacêuticas e entidades sem fins lucrativos de apoio à pesquisa.
"O SGC mantém outros dois centros sediados na Universidade de Oxford (Inglaterra) e na Universidade de Toronto (Canadá), ambos dedicados a estudar proteínas de importância biomédica. Aqui na Unicamp pretendemos, além de avançar nessa área, aproveitar o conhecimento e a tecnologia desenvolvida em parceria com a indústria farmacêutica para aprender também sobre biologia de plantas”, disse Paulo Arruda, professor de genética no Instituto de Biologia da Unicamp e coordenador da nova unidade brasileira.
Diante de um cenário de mudanças climáticas, no qual os eventos extremos devem se tornar mais frequentes, a meta é descobrir como aumentar a produção agrícola e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de água.
Para isso, as pesquisas terão como alvo um grupo de enzimas conhecidas como quinases que, por serem responsáveis por regular importantes processos tanto no organismo humano como em plantas – entre eles divisão, proliferação e diferenciação celular –, são consideradas potenciais alvos para o desenvolvimento de drogas.
O acordo assinado na terça-feira em São Paulo prevê um aporte de US$ 4,3 milhões da FAPESP, além de US$ 1,9 milhão da Unicamp e outros US$ 1,3 milhão do SGC. Os resultados das pesquisas estarão disponíveis à comunidade científica mundial, sem o obstáculo imposto por patentes ou qualquer outro acordo de propriedade intelectual, como já ocorre nos outros dois centros de pesquisa do SGC.
De acordo com Arruda, as atividades do novo centro devem ter início em julho. A estrutura prevista para os primeiros cinco anos deve englobar entre 25 e 30 pesquisadores. "Mas sabemos que iniciativas como essas atraem bons estudantes e pós doutorandos, então pode até se tornar maior. Qualquer interessado em estudar o assunto, de qualquer instituição, poderá se juntar ao grupo”, disse.
Ao abrir a cerimônia de assinatura do acordo, o presidente da FAPESP, Celso Lafer, classificou a iniciativa como um "grande mutirão em prol do avanço do conhecimento” e destacou que ela poderá ajudar a encontrar novos fármacos para doenças como câncer e Alzheimer.
O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, disse que, desde o início das discussões para a criação do centro, a Fundação avaliou a proposta como "muito interessante”, pois engloba atividades consideradas especialmente importantes para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no Estado de São Paulo.
"Oferece oportunidade de fomentar pesquisas que vão levar a resultados de alto impacto intelectual, social e econômico. Além disso, cria oportunidades de colaboração internacional para pesquisadores de São Paulo. Por último, cria a oportunidade para os pesquisadores paulistas trabalharem em parceria com empresas”, afirmou Brito Cruz.
Rede mundial
O SGC mantém atualmente colaboração com mais de 300 grupos de pesquisas em 40 países. Também conta com a parceria de dez dos maiores laboratórios farmacêuticos do mundo, entre eles GlaxoSmithKline (GSK), Novartis, Pfizer e Bayer, que contribuem não apenas com financiamento como também comexpertiseno desenvolvimento de ferramentas essenciais para entender o funcionamento das quinases, disse Aled Edwards, fundador e presidente do consórcio.
"A melhor forma de descobrir como uma quinase funciona é inventar uma pequena molécula, uma sonda química, capaz de se ligar especificamente à enzima-alvo e inibir seu funcionamento. Então você injeta em um animal e vê o que acontece. Mas cada uma dessas sondas químicas leva entre 18 meses a 2 anos para ser desenvolvida e o custo é muito alto”, disse Edwards.
Além de disponibilizar algumas sondas químicas já existentes em sua biblioteca de compostos, as farmacêuticas parceiras da iniciativa, como a GSK, ajudarão a desenvolver no centro da Unicamp nos próximos anos pelo menos 15 novas moléculas voltadas a investigar o funcionamento de quinases ainda pouco conhecidas pela ciência.
Segundo Edwards, o projeto genoma humano revelou a existência de mais de 500 tipos de quinases, mas até hoje apenas cerca de 40 foram bem estudadas.
"O modelo de financiamento de pesquisa em todo o mundo faz com que cientistas de todos os lugares trabalhem nos mesmo projetos. Nossa proposta é trabalhar com as quinases com as quais ninguém está trabalhando, pois acreditamos que lá encontraremos as novidades de grande impacto para o desenvolvimento de novas drogas. E congratulamos a FAPESP e a Unicamp por dividirem conosco o risco de trabalhar com o desconhecido”, destacou.
Presente à cerimônia de assinatura do acordo, o representante da GSK, Bill Zuercher, explicou que a parceria com o SGC e o modelo de inovação aberta representam para as empresas farmacêuticas uma esperança de reduzir a alta taxa de fracasso no processo de desenvolvimento de novas drogas. Atualmente, cerca de 96% dos candidatos a medicamentos não obtêm sucesso na etapa de ensaios clínicos e não chegam ao mercado.
"Uma das causas desse alto índice de fracasso é a escolha inapropriada do alvo inicial da droga. E esse não é um problema fácil de solucionar. Precisamos ampliar o conhecimento sobre a biologia fundamental e esse é o tipo de pesquisa que mesmo uma empresa grande como a GSK não é capaz de fazer sozinha. Levaria séculos para entender o funcionamento de todas as quinases”, disse Zuercher, encarregado de estruturar a parte de química medicinal no novo centro da Unicamp.
O vice-reitor da Universidade Estadual de Campinas, Alvaro Crósta, destacou que o SGC-Unicamp será o primeiro polo de pesquisa brasileiro criado dentro do paradigma da inovação aberta.
"Esse modelo se adequa muito bem às etapas iniciais de desenvolvimento de novos fármacos pelo imenso volume de moléculas a serem analisadas. Além do impacto muito significativo para a saúde pública, a iniciativa promoverá forte interação acadêmica entre docentes, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação com seus pares nas instituições parceiras. Certamente surgirão oportunidades de ampla colaboração, aumentando a presença e o impacto internacional das nossas atividades”, disse.
Também participou da cerimônia Wen Hwa Lee, ex-aluno da Unicamp que hoje atua como gerente de alianças estratégicas do SGC e foi um dos intermediadores da parceria.
Outra presença de destaque foi o pesquisador da Universidade de Oxford Opher Gileadi, que ficará no Brasil em tempo integral durante o primeiro ano de funcionamento do centro para ajudar a organizar seu funcionamento.
"A área de estudos com plantas será cheia de surpresas. Pegaremos os reagentes e os conhecimentos desenvolvidos para humanos e usaremos em plantas. O ponto de partida será aquilo que já esperamos que aconteça, mas, acredite, o mais interessante será o inesperado”, disse Gileadi.
Leia mais sobre o novo centro em http://agencia.fapesp.br/19056
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- 10/03/2015 - Deputados saem em defesa de unidade de pesquisa federalFonte: Imprensa Oficial do Estado de Minas
Pouca gente sabe, mas Minas Gerais abriga uma unidade pioneira e ainda hoje referência em pesquisa e uso da tecnologia nuclear. Trata-se do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), órgão federal subordinado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), vinculada ao Ministério da Ciência e da Tecnologia. Na última quinta-feira (5), o CDTN recebeu a visita dos deputados da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assemblei Legislativa (ALMG). O objetivo foi conhecer as instalações, divulgar o trabalho realizado pela instituição e apoiar a luta por novos investimentos, já que o centro sofre com a falta de pessoal e de recursos. Os deputados Paulo Lamac (PT), presidente da comissão, e Celinho do Sinttrocel (PCdoB) foram recebidos pelo diretor do CDTN, Waldemar Augusto de Almeida Macedo. A unidade fica instalada em uma área de 240 mil m² dentro do campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O espaço reúne 50 laboratórios em 42 mil m² de área construída, que abriga o primeiro reator nuclear brasileiro, instalado ali desde a década de 1960 e, após algumas modernizações, ainda hoje em pleno funcionamento. O patrimônio total do CDTN é hoje avaliado em mais de US$ 1 bilhão. Os parlamentares receberam informações sobre a instituição e conheceram o Reator Triga, equipamento pioneiro que ainda hoje representa o maior investimento em ciência e tecnologia já realizado no País. Foram gastos US$ 100 mil na sua construção, em 1960, oito anos após a criação do Instituto de Pesquisas Radioativas da Escola de Engenharia da UFMG, que deu origem ao CDTN. Utilizado somente para pesquisas, foi nas instalações desse reator que foram treinados os primeiros técnicos que trabalham na Usina Nuclear de Angra 1, no litoral do Rio de Janeiro.
Laboratórios
Os deputados também conheceram o Setor de Tecnologia Mineral, a Unidade de Pesquisa e Produção de Radiofármacos (UPPR) e o Laboratório de Irradiação Gama. O primeiro, que possui o Laboratório de Minérios e o Laboratório de Extração de Solventes, reproduz em escala menor o processo de beneficiamento de minerais comum no setor produtivo que representa a base da economia mineira. Com isso, é capaz de aperfeiçoar as técnicas empregadas atualmente ou desenvolver novas tecnologias, prestando inclusive serviços para grandes empresas que operam no Estado. Já na Unidade de Radiofármacos, os deputados puderam conhecer o acelerador de partículas ciclotron, ponto de partida da linha de produção desse tipo de droga, usada em inúmeros exames de medicina nuclear, com aplicações sobretudo no diagnóstico de doenças como o câncer. O CDTN é hoje o único fornecedor desse tipo de insumo para os principais laboratórios de diagnóstico mineiros. Os parlamentares visitaram também o Laboratório de Irradiação Gama, responsável por pesquisas destinadas ao tratamento de alimentos e à desinfestação de frutos e grãos, tratamento de sangue e hemoderivados e ainda a modificação ou indução de cores em gemas, muito rentável para as empresas que lidam com pedras preciosas, que estão entre os clientes do CDTN.
Cientista pede apoio da Assembleia Legislativa
Apesar de ser um centro de excelência em tecnologia nuclear, o CDTN vive um período de indefini- ções, com redução do seu quadro de pessoal em 38% nos últimos 30 anos e o envelhecimento dos seus quadros – 56% dos seus 330 servidores, quase um terço deles doutores, já poderiam se aposentar. O diretor da unidade defende que o CDTN se torne, com o apoio da Assembleia de Minas, o braço forte do Ministério da Ciência e Tecnologia em várias ações estratégicas no Estado, em áreas como meio ambiente, metalurgia e nanotecnologia, por exemplo. "Defendo uma atuação mais contundente do CDTN em áreas de interesse local e regionais nas quais o centro tenha reconhecida competência, mas para isso precisamos de apoio político”, afirmou Waldemar Macedo. O centro pode contribuir, por exemplo, com o setor de hidrologia, tendo em vista a recente crise hídrica que assola o País, já que é possível aplicar metodologias e técnicas nucleares para quantificar os fenômenos do ciclo hidrológico. O diretor pede a intervenção urgente dos deputados para que o CDTN receba novos profissionais por meio de concurso e mais investimentos. Segundo ele, uma alternativa para reforçar o caixa seria a permissão de utilização dos recursos que já são rotineiramente obtidos com a prestação de serviços para a iniciativa privada. O deputado Paulo Lamac prometeu que a Comissão de Educa- ção vai se mobilizar para dar o apoio que o CDTN precisa. "É uma instituição histórica e pouco conhecida dos mineiros, que reúne conhecimento único. Mas sua interação com a indústria e com o Governo do Estado é muito pequena. Temos que defender o CDTN e seus cientistas altamente especializados”, afirmou. O deputado Celinho do Sinttrocel acenou com a possibilidade de agendar uma visita ao CDTN do ministro da Ciência e da Tecnologia, Aldo Rebelo, seu colega de partido, e mobilizar a bancada mineira no Congresso para viabilizar novos recursos por meio de emendas parlamentares. "É um centro de excelência em tecnologia nuclear, conhecimento de ponta muito valioso para Minas e para todo o Brasil”, finalizou
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- 10/03/2015 - Programa nuclear já consumiu R$ 2,5 biSão necessários, apenas no PNM, o aporte de mais de R$ 3,6 bilhões para a pesquisa e desenvolvimento
São necessários, apenas no PNM, o aporte de mais de R$ 3,6 bilhões para a pesquisa e desenvolvimento
Fonte: Cruzeiro do Sul - Sorocaba
Carlos Araújo
Desde o seu início, em 1979, foram investidos no Programa Nuclear da Marinha (PNM) do Brasil cerca de R$ 2,5 bilhões. E são necessários, apenas no PNM, o aporte de mais de R$ 3,6 bilhões para a pesquisa e desenvolvimento de todo o programa até a operação do o primeiro Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR) brasileiro. Este programa tem tudo a ver com a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS). A principal unidade do PNM é o Centro Experimental Aramar, localizado na cidade de Iperó, a quinze quilômetros do município de Sorocaba.
As informações sobre os valores do PNM foram divulgadas pelo Centro de Comunicação Social (CCS) da Marinha (CCS), que respondeu a perguntas do Cruzeiro do Sul enviadas por e-mail em 6 de janeiro deste ano. As respostas, enviadas em 27 de fevereiro, são assinadas pelo diretor do CCS, contra-almirante José Roberto Bueno Junior.
Uma das questões aborda os cortes do orçamento da União planejados pela presidente Dilma Rousseff (PT) desde o início do seu segundo mandato, em 1º de janeiro passado, e pergunta se o enxugamento de recursos federais atingiu o Programa Nuclear da Marinha.
"De acordo com as informações disponíveis até o momento, a programação de recursos segue o planejamento, não havendo contingenciamentos (cortes)", respondeu o contra-almirante Bueno Junior.
A programação de recursos corresponde à liberação pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2007, de R$ 1,040 bilhão programados para serem repassados à Marinha em oito anos. A autorização dada por Lula previa repasses de R$ 130 milhões ao ano. É esta programação, segundo a Marinha, que segue o planejamento.
A possibilidade de este comportamento em liberação de recursos se manter vai ser confirmada ou não com a votação, no Congresso, da Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2015. A LOA vai dizer quais os setores do governo sofrerão cortes no aporte de recursos.
Conjunto de obras
Até agora, segundo o contra-almirante Bueno Junior, foram realizados em Aramar testes operacionais em turbogeradores; montagem eletromecânica da Unidade Piloto de Hexafluoreto de Urânio (Usexa); mobilização do Laboratório de Materiais Nucleares para produzir o combustível nuclear do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene), além de obras de infraestrutura. Atualmente, estão em curso os serviços de construção civil do Labgene.
A Usexa e o Labgene estão entre as principais unidades de Aramar. A Usexa é o local onde se trabalha o urânio na forma de gás. O Labgene é a construção onde está prevista a instalação do reator nuclear. Outra unidade de ponta em Aramar é o local onde ficam as ultracentrígugas, máquinas que produzem o urânio enriquecido, no complexo do prédio utilizado para atividades de auditório e recepção de autoridades.
Para o reator nuclear de Aramar ficar pronto, segundo a Marinha, "falta, basicamente, o comissionamento do Labgene, cujo início está previsto para julho de 2017 e que, ainda requer o investimento de cerca de R$ 450 milhões." A Força acrescenta que "com o término das obras civis, ocorrerá a montagem eletromecânica de sistemas e equipamentos do reator".
O termo comissionamento é usado pela Marinha como forma de se referir às condições de operação do reator em conformidade com as normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), no que diz respeito a licença ambiental, e também a características técnicas e de funcionamento do Labgene. Julho de 2017 é, portanto, na programação da Marinha, a previsão para o reator entrar em operação.
Até 2025
De acordo com a Marinha, "o comissionamento do Labgene está previsto para ser concluído até dezembro de 2018". Quanto ao Submarino com Propulsão Nuclear (SN-BR), acrescenta o contra-almirante, "o início da construção está previsto para 2017, a sua prontificação para 2023 e sua operacionalidade plena para 2025".
Lula fez visita oficial a Aramar em 10 de junho de 2007. A presidente Dilma, no seu primeiro mandato, não esteve no centro de pesquisas da Marinha. O contra-almirante Bueno Junior afirma que não há informações acerca da visita programada de Dilma a Aramar, em 2015.
Execução dos projetos sofreu atraso de 10 anos
Quando Lula anunciou a liberação de recursos em 2007, os projetos para Aramar estavam dez anos atrasados em termos de ritmo de andamento. A avaliação foi da Marinha na época, e esse diagnóstico tinha relação com os recursos orçamentários.
Até então, os recursos destinados o Programa Nuclear da Marinha eram da ordem de R$ 40 milhões ao ano. Uma cifra "absolutamente insuficiente", na avaliação da Força, e que dava condições de manter o programa em estado "praticamente vegetativo".
No dia em que visitou Aramar, Lula disse o que os militares da Marinha queriam ouvir: "Se está faltando dinheiro, agora não vai faltar mais dinheiro porque nós vamos colocar o dinheiro necessário." Ele ainda arriscou projeções futuras, sintonizadas com os planos da Marinha: "Por que não sonhar grande e dizer que nós queremos chegar até à possibilidade de ter um submarino nuclear?"
O comandante da Marinha na época, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto, comemorou: "Com essa injeção de ânimo que o presidente nos deu e com essa promessa de recursos, nós retomamos o ciclo natural de crescimento do programa nuclear."
Naquele dia, Lula também elogiou Aramar: "Esse projeto pode ser embrião para tudo o que precisamos do ponto de vista da produção de energia nuclear e do ponto de vista da produção de energia (elétrica)."
História
Desde o início em 1979, outro período marcante foi a inauguração de Aramar em 1988. Na década de 1980, fontes oficiais mencionaram os anos de 1995, 2000, 2005, 2006 e 2007 para a conclusão do submarino movido a propulsão nuclear.
A época de dificuldades orçamentárias para o programa começou no fim de 1993 e durou até 2007, na visita de Lula. O idealizador do Programa Nuclear da Marinha foi o vice-almirante Othon Luiz Pinheiro da SIlva, atualmente na reserva.
Para o desenvolvimento de pesquisas que resultaram na construção de Aramar, a Marinha teve a colaboração do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA).
Outro episódio marcante: em 1982, Othon e seu grupo de técnicos exibiram a primeira operação de enriquecimento de urânio do Brasil com uma ultracentrífuga. O projeto foi idealizado e executado por ele e sua equipe. Esse é um conhecimento científico de importância estratégica, que um país não transfere a outro.
Protestos
Em 19 de novembro de 1987, 10 mil pessoas protestaram contra Aramar no centro de Sorocaba. Outros protestos ocorreram naquele período em cidades da região de Sorocaba. A mobilização popular foi impulsionada por sentimento antinuclear, reação contra a bomba atômica e preocupação com a segurança na região.
Aquela era uma época em que o debate sobre energia nuclear estava em grande evidência. Um ano antes, em 1986, ocorrera o acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, uma das repúblicas que formavam a antiga União Soviética. E em 1987 um acidente com Césio-137, em Goiânia (GO), no Brasil, completou a rejeição popular a tudo o que dizia respeito a energia nuclear.
Em sintonia com o sentimento popular, o Cruzeiro do Sul liderou a campanha "Aramar não vale a pena". Há três anos, quando o protesto de 1987 no centro de Sorocaba completou 25 anos, o então editor-chefe do jornal, jornalista Cláudio Oliveira, avaliou: "A nossa cobertura foi absolutamente impecável do começou ao fim." Na sua visão, a campanha era na verdade contra a bomba atômica. (C.A.)Notícia publicada na edição de 09/03/15 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h. -
- 10/03/2015 - Japão compra terrenos para armazenar terra radioativaFonte: Exame
Da EFE
Tóquio - O governo doJapãoinformou nesta terça-feira que, pela primeira vez, adquiriu terrenos próximos à usina deFukushimapara armazenar terra contaminada com material radioativo emitido pela central.
Os terrenos ficam em uma área de 16 quilômetros quadrados em Okuma (onde se localiza a usina) e Futaba que foi delimitada para armazenar a terra extraída durante os trabalhos de descontaminação, segundo funcionários do Executivo japonês explicaram para a agência "Kyodo".
A medida foi estipulada em um acordo que o governo assinou com o estado de Fukushima em agosto do ano passado.
No entanto, as parcelas adquiridas hoje só constituem uma pequena porção do total, pois muitos dos 2.400 proprietários da área se negam a vender suas terrar pois não acreditam que o armazenamento será temporário, como assegurou o governo.
Todos os moradores de Okuma e Futaba tiveram o acesso a suas casas proibido ou restringido desde o acidente provocado pelo terremoto e o tsunami de quatro anos atrás, e temem que, em sua ausência, suas propriedades se transformem em cemitérios nucleares permanentes.
O governo, por outro lado, diz que é necessária a criação da zona de armazenamento delimitada porque acredita que os milhares de sacos de terra -atualmente distribuídos por vários pontos da área- não incentivarão o retorno dos moradores quando as restrições de acesso ao local foram retiradas.
O tsunami e terremoto que devastaram o nordeste do Japão em 11 de março de 2011 provocaram na usina de Fukushima o pior acidente nuclear desde Chernobyl (Ucrânia), em 1986.
As emissões e vazamentos radioativos mantêm deslocados mais de 68 mil pessoas que viviam junto à usina e afetaram gravemente a pesca, a agricultura e a pecuária local.
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- 09/03/2015 - Eletronuclear adia retorno de usina Angra 1 ao sistema interligado para 6a-feiraFonte: A Cidade - Ribeirão Preto
Reuters
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A volta da usina nuclear de Angra 1 ao Sistema Interligado Nacional (SIN) foi adiada para próxima sexta feira, informou a Eletronuclear nesta segunda-feira.
A usina nuclear estava inicialmente programada para voltar a operar na terça feira.
O adiamento ocorreu devido à necessidade de purificação da água do sistema secundário da usina "de forma a atender aos padrões de qualidade estabelecidos em normas internas e internacionais", afirmou a Eletronuclear.
A usina Angra 1 foi desligada do SIN em 19 de fevereiro devido a uma falha em um dos condensadores que resfriam o vapor usado para mover o gerador elétrico.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
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- 08/03/2015 - Japoneses vão às ruas contra o uso de energia atômica no paísNa quarta-feira (11), tragédia de Fukushima completará 4 anos. Usina nuclear vazou radioatividade após terremoto e tsunami.
Na quarta-feira (11), tragédia de Fukushima completará 4 anos. Usina nuclear vazou radioatividade após terremoto e tsunami.
Fonte: Portal G1
Milhares de japoneses saíram às ruas neste domingo (8) para protestar e recordar o acidente da Usina Atômica de Fukushima, que vazou radioatividade após um potente terremoto e um devastador tsunami. A tragédia natural de 11 de março de 2011 matou mais de 15 mil pessoas.
Os manifestantes saíram em passeata pelas ruas da capital, Tóquio, em um protesto contra o uso de usinas nucleares para a geração de energia.
A marcha aconteceu três dias antes do aniversário de quatro anos da tragédia. Após o forte tremor, um tsunami devastou parte do Japão. O desastre deixou mais de 15 mil mortos, além de milhares de desaparecidos.
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- 05/03/2015 - Expansão na área da Medicina Nuclear no país é tema de AudiênciaAutoridades se reúnem em audiência para discutirem a ampliação de tratamentos com radiofármacos.
Autoridades se reúnem em audiência para discutirem a ampliação de tratamentos com radiofármacos.
Fonte: Portal Brasil
A necessidade expansão da medicina nuclear no Brasil foi assunto de audiência, nesta quarta-feira (4), entre o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, e dirigentes da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).Acompanhados do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI), Angelo Padilha, o presidente da entidade, Claudio Tinoco Mesquita, e o médico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) George Coura Filho, apresentaram ao titular do MCTI a proposta de um plano específico para a área.
Mesquita ressaltou a importância da medicina nuclear como especialidade que usa pequenas quantidades de materiais radioativos para a realização de exames, diagnósticos por imagens e tratamentos médicos, muitos deles em pacientes com câncer. Exemplificou com a tecnologia PET-CT.
"É um exame que consegue detectar lesões cancerígenas muito antes de outros, como tomografia computadorizada e ressonância", disse.
Projeção
Ele explicou que existem no País, 434 serviços aptos a realizar esses procedimentos em todos os estados da federação, tendo a Cnen, por meio de seus órgãos (IEN e IPEN) a responsabilidade pela produção do material radioativo. Segundo o presidente da SBMN, a ideia é que o plano também envolva outras pastas, como o Ministério da Saúde.
"Muitos brasileiros ainda têm dificuldade para encontrar leitos preparados para tratamento radioativo", observou George Coura Filho, do Icesp. "Precisamos colocar um plano em prática para que no futuro consigamos suprir a demanda."O presidente da Cnen, Angelo Padilha, informou que a comissão começou a produzir radiofármacos há mais de 50 anos, atendendo, por ano, mais de 2 milhões de pessoas. "A iniciativa [do plano] é de fato necessária, não só apoiamos como vamos trabalhar juntos, mas a nossa responsabilidade é muito grande para cumprir essas metas", afirmou.
Gargalos
Para Padilha, se por um lado a tecnologia é um orgulho nacional, por outro, é preciso superar gargalos. "À medida que a nossa população aumenta e o nível de vida melhora, esses radiofármacos se tornam cada vez mais necessários e precisaremos produzi-los em maiores quantidades", lembrou o presidente da Cnen.
Angelo ainda apontou o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), do MCTI, como uma das iniciativas importantes para superar a dependência do Brasil na importação de matéria-prima.
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- 05/03/2015 - Rússia ajudará Brasil a identificar doenças perigosasFonte: Portal Sputnik
A empresa estatal russa Rosatom fechou um contrato com a Comissão Nacional de Energia Nuclear brasileira (CNEN) para o fornecimento dos radioisótopos de molibdênio-99 médicos de fabricação russa.
Usando este radioisótopo, os médicos brasileiros poderão aumentar o número de procedimentos da detecção de câncer e das doenças cardiovasculares.
O molibdênio-99 é o principal isótopo radioativo usado na medicina. O isótopo é utilizdo para gerar o tecnécio-99m, que é usado para a imagiografia médica. Até 30 milhões procedimentos em um ano é feito usando tecnécio-99m, o que constitui 80% do volume total de todos os procedimentos de diagnóstico utilizando radionuclideos.
O contrato entre a CNEN e a Rosatom é o maior em toda a história de fornecimento do molibdênio-99 russo no mercado internacional.
Segundo o acordo, o volume semanal do fornecimento para o Brasil será de 120 até 450 curies (unidade de radioatividade), dependendo da necessidade do cliente.
De acordo com os resultados da cooperação as partes pretendem considerar a celebração de um acordo de longo prazo, de cinco anos, para o fornecimento de molibdênio-99 e da outra produção de isótopos no âmbito do acordo intergovernamental atual entre a Rússia e o Brasil.
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- 04/03/2015 - Material radioativo é levado de estação de qualidade do ar em Porto AlegreFonte Portal G1
Dois equipamentos com fonte radioativa foram furtados de uma estação de monitoramento de qualidade do ar em Porto Alegre na última terça-feira (3). Segundo a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), o material oferece sérios riscos à saúde de quem manuseá-lo de forma inadequada.
A estação arrombada fica no canteiro central em frente à rodoviária da capital e é uma das três instaladas na cidade. Trata-se de um contêiner com vários equipamentos para monitoramento de qualidade do ar, entre os quais dois com fonte radioativa.
De acordo com o químico Márcio D'Avila Vargas, coordenador da Rede Ar do Sul da Fepam, o material radioativo encontra-se dentro de equipamentos eletrônicos. São duas cápsulas de aço que contêm carbono-14, que emite radiação de baixa intensidade. Mesmo assim, não deve ser manuseado.
"Todo material radioativo oferece riscos. Nesse caso, o nível de radiação é baixa. Se ele não for retirado de dentro do equipamento, não há perigo. Mas se ele for removido mecanicamente pode causar danos e comprometer a saúde de quem ficar manuseando esse material”, alerta Vargas.
Segundo o químico da Fepam, não há riscos para a população em geral. O órgão ambiental solicita que, caso alguém tenha encontrado o equipamento furtado da estação, deve entregá-lo à Brigada Militar. A polícia também pode ser avisada pelo telefone 190.
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- 04/03/2015 - Serviços de radioterapia devem ser normalizadosFonte: A Voz da Cidade (Volta Redonda - RJ)
Pacientes portadores de câncer aguardam há mais de cinco meses pelo conserto do aparelho de radioterapia, da Radiclin - Centro de Oncologia responsável pela prestação de serviço de tratamento oncológico no município. Mas, a espera finalmente parece estar chegando fim. É que na última sexta-feira o Ministério Público Federal (MPF) na cidade determinou aos órgãos e empresas responsáveis pelo serviço que no prazo de cinco dias a contar a partir da data da comunicação, apresentem um plano de ação para regularizar o atendimento aos pacientes.
Segundo a determinação judicial, a Radiclin, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a Secretaria Municipal de Saúde de Volta Redonda (SMS) devem apresentar um documento conjunto que contenha o plano de ação para a normalização da prestação do serviço em 30 dias. Vale lembrar que a medida do MPF foi tomada em razão das constantes reclamações de usuários do sistema, que não vinham sendo atendidos pela empresa Radiclin.
A empresa fazia cerca de 1,6 mil atendimentos por mês e de 80 a 100 radioterapias diárias.
De acordo com a determinação do MPF, a Radiclin deverá adequar suas instalações, a fim de que os órgãos de fiscalização possam autorizar a instalação do novo aparelho e, também, esclarecer de que forma o serviço vem sendo prestado aos usuários particulares. Já a CNEN deverá, por sua vez, finalizar em 30 dias o processo de licenciamento do aparelho instalado e conferir máxima prioridade ao caso em questão.
No caso da Secretaria de Saúde, deverá garantir o encaminhamento adequado de todos os pacientes que vinham sendo atendidos pela empresa, independentemente de avaliação de urgência quanto ao tratamento, enquanto a situação não for normalizada. Além disso, deverá acompanhar de forma permanente o andamento do caso e oferecer assistência social e material aos pacientes que vinham sendo atendidos pela Radiclin, devendo informar quinzenalmente ao MPF as medidas adotadas.
AÇÃO CIVIL
Em 2012, o MPF propôs ação civil pública para garantir o adequado funcionamento do complexo hospitalar constituído pelo Hospital Jardim Amália (Hinja) e pela Radiclin, mediante acompanhamento do município, do Estado e da União.
Em decisão liminar, a Justiça determinou que a União, o Estado do Rio de Janeiro e o município de Volta Redonda reúnam esforços para que seja realizada avaliação prévia, formal e fundamentada quanto à capacidade do Hinja e da Radiclin para prestar serviços de assistência oncológica, com a definição dos prestadores que estão habilitados.
A Justiça ressaltou a importância de que se leve em conta "o direito dos usuários do Sistema Único de Saúde à manutenção de seu tratamento de uma doença tão grave e devastadora como o câncer”, não se devendo admitir que "interesses comerciais sejam colocados à frente do interesse maior que é a manutenção do serviço público de saúde”. O processo está em fase de alegações finais e aguarda a sentença.
RECLAÇAMAÇÃO ANTIGA
As reclamações daqueles que dependem de tratamento oncologico em Volta Redonda são antigas. Para se ter ideia, em novembro de 2012, funcionários públicos e familiares, portadores de algum tipo de câncer ficaram por um período prolongado sem tratamento. Isso porque, segundo informou, na ocasião, o diretor da Radiclin, Alexis Machado Vilela, o prefeito Antonio Francisco Neto (PMDB) não estava pagando pelos serviços desde março de 2012, acumulando uma dívida até então de mais de R$ 800 mil. Alexis explicou ainda, na época que, a clínica era a única da região a oferecer tratamento de Quimioterapia e Radioterapia e que, depois de 15 anos, começou a ficar complicado, por falta de pagamento por parte do governo municipal.
O diretor disse ainda que o atendimento continuou sendo feito em respeito aos pacientes, mas que a qualquer momento poderia ser suspenso. Informou que se tratava de uma empresa privada, prestadora de serviços em quimioterapia e radioterapia ao funcionalismo público do município, através do Caps há quase 18 anos. Na época estava há cinco meses sem receber da prefeitura.
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- 03/03/2015 - Pesquisadores de São Carlos estudam produção de hidrogênio através de recursos naturaisFonte: Portal G1 de Notícias
Matéria divulgada em 3 de março de 2015 na edição do EPTV 1ª edição, São Carlos e região, apresenta de forma didática várias pesquisas realizadas na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Instituto de Química da USP relacionadas à produção de células a combustível e hidrogênio. No final da matéria o IPEN é citado.
Assista no site original
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- 27/02/2015 - Programa TV USP InformaEsta reportagem sobre Projeto Temático-FAPESP Multiusuário do Centro de Lasers e Aplicações é a primeira de uma série especial que vai mostrar a diversidade e a importância das pesquisas desenvolvidas no IPEN. A produção é de Fabiano Pereira, com imagens de Moacir Gibin e edição de Fábio Torrezan.
Esta reportagem sobre Projeto Temático-FAPESP Multiusuário do Centro de Lasers e Aplicações é a primeira de uma série especial que vai mostrar a diversidade e a importância das pesquisas desenvolvidas no IPEN. A produção é de Fabiano Pereira, com imagens de Moacir Gibin e edição de Fábio Torrezan.
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- 25/02/2015 - Inovações em radiofarmácia serão debatidas no eventoO simpósio “Radiofarmácia: Produção, Aspectos Regulatórios e Atuação Profissional”, será realizado durante o XVIII Congresso Farmacêutico de São Paulo, evento promovido pelo CRF-SP no período de 10 a 13 de outubro de 2015, em São Paulo
O simpósio “Radiofarmácia: Produção, Aspectos Regulatórios e Atuação Profissional”, será realizado durante o XVIII Congresso Farmacêutico de São Paulo, evento promovido pelo CRF-SP no período de 10 a 13 de outubro de 2015, em São Paulo
Fonte: Portal CRFSP
As novidades sobre radiofármacos também serão debatidas no maior evento farmacêutico da América Latina. O simpósio "Radiofarmácia: Produção, Aspectos Regulatórios e Atuação Profissional”, está confirmado e está na programação do XVIII Congresso Farmacêutico de São Paulo, evento promovido pelo CRF-SP no período de 10 a 13 de outubro de 2015, na cidade de São Paulo, no Centro de Convenções Frei Caneca.A dra. Neuza Fukumori, gerente de controle de qualidade do Centro de Radiofarmácia do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da USP (IPEN-CNEN) apresentará a palestra "Produção de Radiofármacos e Atuação do Profissional Farmacêutico", abordando aspectos da fabricação desta classe de produtos, com ênfase na importância do trabalho do farmacêutico e infraestrutura necessária, dentre outras particularidades de produção.
Outra palestra do simpósio será apresentada pela dra. Elaine Bortoleti de Araújo, gerente de garantia da qualidade e farmacêutica responsável técnica pela produção de radiofármacos do Centro de Radiofarmácia do IPEN-CNEN. Com o tema "Aspectos Regulatórios da Produção de Radiofármacos no Brasil", a dra. Elaine, que também é membro da Comissão Científica do Congresso, falará sobre requisitos de boas práticas de fabricação, registro e estudos pré-clínicos e clínicos com radiofármacos.
A programação com os minicursos, palestras, simpósios e mesas-redondas está sendo elaborada por um renomado grupo de professores doutores e empresários da área farmacêutica. Não perca a oportunidade de participar deste evento para atualizar seus conhecimentos e ampliar sua rede de relacionamento.
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O pagamento pode ser realizado via boleto ou parcelado em até seis vezes sem juros no cartão de crédito, até 31 de maio. Aproveite também as promoções oferecidas para inscrições antecipadas para grupos de farmacêuticos e acadêmicos.
Assessoria de Comunicação CRF-SP
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- 24/02/2015 - Fukushima detecta vazamento de água radioativa - líquido está indo para o pacífico desde abril de 2014Fonte: Galileu
A operadora responsável pela usina nuclear de Fukushima, no Japão, detectou um novo vazamento de água radioativa através da tubulação de drenagem de um dos reatores. O líquido teria chegado ao mar e está vazando desde o mês de abril do ano passado, segundo um comunicado divulgado pela imprensa japonesa.
A proprietária da usina, a Tokyo Electric Power Company (Tepco), anunciou a descoberta de um reservatório de água altamente radioativa acumulada sobre teto do reator número 2. O líquido continha 29,4 mil becquerels por litro de césio radioativo e 52 mil de estrôncio e outras substâncias emissoras de raios beta.
Esta água procedente das chuvas e contaminada pelos resíduos radioativos emanados do reator teria vazado pelos canais de drenagem do edifício, que desembocam no píer da central e no Oceano Pacífico, explicou a operadora.
Em abril do ano passado, a Tepco detectou a acumulação de água sobre o teto do reator, assim como um aumento dos níveis de radiação nos dutos de drenagem cada vez que chovia, segundo declarações de responsáveis da usina divulgadas hoje pela emissora estatal "NHK".
A companhia decidiu não tomar medidas, nem tornar público o problema até agora, por não contar com os resultados das análises sobre os níveis de radioatividade do líquido acumulado.
Para controlar os vazamentos, a Tepco anunciou a instalação de sacos de areia sobre o teto do reator e o fechamento dos canais de drenagem que desembocam no mar, medidas que devem estar prontas até o final de março.
Além disso, a operadora afirmou que não registrou um aumento dos níveis de radioatividade nas águas marinhas próximas da central.
A notícia foi veiculada dois dias depois que a Tepco detectou outro possível vazamento de água altamente radioativa no mar por um dos canais de drenagem da usina.
A Tepco decidiu fechar essa tubulação e extrair a água contaminada com uma bomba para evitar que chegasse ao mar, mas suspeita que "poderia haver um vazamento nos píeres", segundo a operadora.
A associação de pescadores de Fukushima expressou sua preocupação com os últimos incidentes que podem afetar "sua confiança" na Tepco, disse o responsável da organização, Masakazu Yabuki.
O líder da associação acrescentou que a decisão de aceitar os despejos controlados de água com baixa radioatividade da usina no mar poderia ser reconsiderada, em declarações à "NHK".
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- 24/02/2015 - Usina Angra 1 será religada no dia 10 de março, diz EletronuclearFonte: Portal G1
A Usina Angra 1, na Costa Verde do Rio de Janeiro, será religada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) no dia 10 de março, informa a assessoria da Eletronuclear.
Segundo nota divulgada nesta terça-feira (24), uma falha em três tubos do condensador provocou o desligamento da unidade, no dia 19 de fevereiro. O problema foi causado por um defeito nas juntas da turbina da usina.
Ainda de acordo com a Eletronuclear, o condensador e a turbina não estão localizados na área nuclear. Além disso, não houve risco aos trabalhadores da Eletronuclear, à população ou ao meio ambiente.
Sistema Interligado Nacional
O SIN é um sistema de coordenação e controle formado por empresas de geração de energia das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Apenas 1,7% da energia usada pelo país encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados localizados, principalmente, na região amazônica, segundo o site do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
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- 20/02/2015 - Metano da amazônia vem de rebanhos e queima de biomassa - Agência USPFonte: Agência USPPor Júlio Bernardes - jubern@usp.br
A bacia amazônica é responsável por 4% a 5% das emissões de metano (CH4) — um dos gases do efeito estufa — em todo o mundo. O dado faz parte de pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), entidade associada à USP, que determinou a emissão de metano entre os anos de 2010 e 2013, a partir da coleta de amostras de ar em quatro pontos da região, feita em aviões de pequeno porte. O trabalho da bióloga Luana Santamaria Basso aponta também que o manejo de rebanhos é responsável por 19%, em média, das emissões estimadas para cada um dos locais de estudo, enquanto a queima de biomassa contribui com 8% a 10% da emissão estimada para a área da amazônia brasileira.
O estudo, descrito em tese de doutorado apresentada no IPEN, fez parte de um grande projeto de pesquisa que tem como objetivo entender e determinar as emissões dos principais gases do efeito estufa da Amazônia. "Foram realizadas coletas em quatro localidades distribuídas na Amazônia Brasileira, formando um grande quadrante representando toda a Bacia, próximos às cidades de Santarém (Pará), Alta Floresta (Mato Grosso), Rio Branco (Acre) e Tabatinga (Amazonas)”, conta Luana. "Os estudos procuram observar como a amazônia contribui e quais são os processos que interferem nestas emissões, de modo a compreender como a região pode responder às futuras alterações climáticas”. O trabalho foi orientado pela professora Luciana Vanni Gatti, coordenadora do projeto no Laboratório de Química Atmosférica (LQA) do IPEN.
Na pesquisa foram realizados perfis verticais para as coletas de ar, utilizando aviões de pequeno porte, desde aproximadamente 300 metros (m) da superficie até 4,4 quilômetros (km), nos quatro locais de estudo na amazônia. "Foram realizados quatro anos de medidas continuas em escala regional, quinzenalmente, totalizando 293 perfis verticais realizados”, conta a pesquisadora. "Os perfis verticais são realizados tendo como base um plano de voo, preparado previamente, que indica para o piloto a localização e em quais altitudes devem ser feitas as coletas”.
A coleta tem inicio no ponto mais alto e desce em uma trajetória helicoidal de aproximadamente 5 km de diâmetro. "Os quatro anos de estudo mostraram que a Amazônia atua como uma importante fonte de metano, com uma emissão de 25,4 Teragramas (Tg) por ano”, aponta Luana. "Isso representa de 4% a 5% da emissão global, considerando a área da amazônia brasileira, que é de 4,2 milhões de quilômetros quadrados”.
Origem Antrópica"Atualmente existem poucos estudos realizados sobre a emissão de metano na amazônia”, diz a pesquisadora. Para estimar algumas contribuições de atividades humanas nas emissões observadas na pesquisa, realizou-se alguns estudos complementares. "Hoje, cerca de 60% das emissões globais de metano são de origem antrópica, ou seja, relacionada com atividades humanas, como por exemplo a criação de rebanhos de animais que emitem metano a partir da fermentação entérica, as queimadas, o cultivo de arroz, entre outras”.
O monóxido de carbono (CO), que foi quantificado na mesma amostra de ar coletada nos locais estudados, foi usado para estimar qual a contribuição da queima de biomassa nas emissões de metano. "Os resultados mostraram que a queima representara entre 8% e 10% da emissão total estimada para a amazônia brasileira”, ressalta Luana. Também foi realizada uma estimativa das emissões provenientes da fermentação entérica e do manejo dos dejetos dos rebanhos de animais ruminantes. "Elas representam em média 19% da emissão de metano estimada para cada local estudado”.
Durante os quatro anos do estudo, foi possível observar uma variação anual das emissões, indicando uma relação com as variações climáticas, como por exemplo a variação da precipitação e de temperatura. "Os resultados obtidos ressaltam a importância da realização de estudos de longa duração, durante períodos de dez anos, por exemplo”, afirma a pesquisadora. "A comparação destes resultados com dados de temperatura, precipitação, número de focos de queimada, dentre outros, ajudarão a obter um melhor entendimento das fontes de metano e também da variabilidade em suas emissões ao longo dos anos, que atualmente não é completamente compreendida”.
Segundo Luana, os perfis de avião mostram a resultante de todos os processos que ocorreram desde a costa brasileira até o local da coleta, mostrando a região Amazônica como um todo, mas não permitem entender exatamente todas as fontes, sumidouros e os fatores que influenciam nestes processos. "Para isto são necessários estudos complementares que mostrem mais detalhadamente o funcionamento de cada compartimento da floresta, por exemplo das áreas alagáveis, dos rios, etc”, aponta. "Os resultados mostraram variações anuais nas emissões, porém é necessário mais tempo de estudo, em torno de dez anos, para poder considerar estas variações e observar uma tendência de aumento ao longo dos anos”.
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- 23/01/2015 - Nanoarte colabora no ensino e divulgação da área - Agência USPFonte: Agência USP
Cientistas exploram o universo nanométrico buscando inovações na medicina, novas possibilidades para a tecnologia e aplicações em processos industriais. Mas a pesquisa na área também descobriu que as minúsculas partículas podem oferecer ainda um belíssimo espetáculo visual, atraindo a atenção para o mundo em escala nano. Por meio de imagens obtidas em microscópios eletrônicos de alta resolução, estudiosos ligados ao Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) e ao Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN) perceberam que poderiam aliar arte e informação e criaram o Nanoarte.
Óxidos de vários tipos, polímeros e outras substâncias utilizadas nas pesquisas do grupo foram retratados com um toque artístico. Produzidas em branco e preto, as imagens selecionadas foram coloridas no computador e, algumas, escolhidas para compor vídeos, acompanhados de trilha sonora com música erudita. Em alguns casos, a aplicação da técnica acabou tornando as imagens parecidas com objetos do cotidiano – o óxido de prata, por exemplo, se parece com um amontoado de bolas de tênis; o óxido de cobre pode ser confundido com novelos de lã.
Desde 2008, quando teve início o projeto, os trabalhos do Nanoarte já foram expostos em eventos nos Estados Unidos e em Israel, e também em um dos encontros da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. O CMDMC e o INCTMN são formados por grupos de pesquisadores da USP, Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN – autarquia estadual associada à USP). Segundo o vice-coordenador do INCTMN e Pró-Reitor de Graduação da USP, Antonio Carlos Hernandes, no momento não estão sendo produzidos novos vídeos e fotos artísticas, mas a divulgação continua. "O projeto Nanoarte passou para a fase de aplicação de cursos e palestras em escolas com a disseminação de conceitos de física e química associados à questão da nanotecnologia”, afirma.
Outra iniciativa que alia arte e ciência é o Concurso de Imagens em Ciências da Vida, promovido pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP em parceria com a Carl Zeiss desde 2012. O concurso premia imagens produzidas por meio de microscopia eletrônica e o universo nano frequentemente é retratado nas imagens, que buscam despertar o interesse pela pesquisa. O prêmio Nobel de Química de 2014, inclusive, foi destinado a um trio de cientistas que conseguiram elevar a capacidade dos microscópios a um novo patamar, tornando possível observar com mais detalhes a realidade em escala nanométrica.
Do laboratório para a sala de aula
Coordenador de difusão científica do CMDMC, Hernandes conta que o centro promove cursos de curta duração para alunos do ensino médio e ensino fundamental em diferentes temas de ciências. "Já para os professores, a lógica para divulgar o tema da nanociência e nanotecnologia é outra. Em 2014, apresentamos palestras e minicursos a professores do ensino médio das cidades de São Carlos e Mirassol, no interior de São Paulo, focando a História da Ciência e Meio Ambiente. Nos minicursos, tratamos a evolução da tecnologia e as demandas por energia com o respectivo impacto ao meio ambiente”, conta.
Para a docente Miriam Sannomiya, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, a formação dos professores é um dos principais desafios para a abordagem da nanotecnologia na escola. Pesquisadora na área de química orgânica, Miriam coordenou um projeto sobre materiais didáticos envolvendo o tema. Entre outras constatações, a pesquisa apontou a escassez de materiais, como sites e jogos interativos, que disseminassem conteúdos da área no Brasil. "No exterior existem vários, porém todos em alemão, japonês e inglês”, avalia.
Assim, junto à professora Kathia Honório, também da EACH, Miriam criou um site, o Nanoeach, reunindo jogos, vídeos e conteúdos diversos que abordam as características, desafios e conceitos que envolvem o mundo nano. "Como vários produtos que usufruímos hoje em dia são oriundos da nanotecnologia, é imprescindível que as pessoas tenham um conhecimento mínimo do assunto”, comenta.
Para o professor Antonio Carlos Hernandes, é preciso estimular a abordagem da ciência envolvendo diversas temáticas, de forma ampla, levando o aluno a pensar de maneira aberta – e as aulas práticas, nesse sentido, são sempre motivantes. "O estudante deve ser estimulado a ver a natureza ao redor como um grande laboratório”, acredita. "A nanociência/nanotecnologia pode ser usada para trabalhar conceitos de escala, grandezas, potências de dez em matemática, e por aí vai”, completa. Segundo Hernandes, embora seja grande o desconhecimento dos alunos em temas de ciência e tecnologia, a experiência de apresentar palestras e cursos em escolas mostra que muitos se interessam pelo assunto e depois procuram a universidade, prova de que, assim como as nanopartículas podem fazer avançar muitos passos na ciência, tais iniciativas também podem ter grande impacto na formação dos estudantes.