Ipen na Mídia
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- 13/09/2018 - Presidente da CNEN e Diretor do IPEN visitam a FundacentroParceria entre as instituições deve acontecer até o final do ano
Parceria entre as instituições deve acontecer até o final do ano
Fonte: Site Fundacentro
Por ACS/ Alexandra Rinaldi
O Presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Paulo Roberto Pertusi e o Diretor Superintendente do IPEN, Wilson Aparecido Parejo Calvo visitaram, pela primeira vez, o Centro Técnico Nacional da Fundacentro, em São Paulo, na manhã de quinta (13).Recepcionados pelo Presidente Substituto e Diretor Técnico da Fundacentro, Robson Spinelli Gomes, pelo Diretor de Administração e Finanças, Ricardo Felix; Allan David Soares, Diretor Executivo Substituto; Benedito Silva Guimarães, Chefe da Auditoria Interna e Ricardo Cardoso da Silva, Procurador-Chefe, os dirigentes de ambas as instituições assistiram ao filme institucional na Presidência, seguindo posteriormente, por visita técnica nas coordenações técnicas da entidade.
O primeiro setor a ser visitado foi a biblioteca Eduardo Gabriel Saad, onde a coordenadora, Erika Alves dos Santos explanou sobre o download de publicações, atendimento a demandas nacionais e internacionais, bem como sobre os mais de 100 mil títulos disponíveis para consulta do público.
Posteriormente, os dirigentes do CNEN e IPEN visitaram a Galeria dos Presidentes, na entrada do auditório, momento em que Spinelli destacou os diferentes momentos da história da instituição.
A primeira coordenação técnica a receber os dirigentes foi a Coordenação de Higiene do Trabalho. Walter Pedreira, chefe, apresentou os laboratórios de Química Orgânica, Química Inorgânica, Laboratório de Difratometria de Raios X, Serviço de Instrumentação, Laboratório de Microscopia e Laboratório de Gravimetria, responsáveis por diferentes análises de particulados no ambiente de trabalho, como também pelo monitoramento de trabalhadores à exposição ocupacional aos agentes de riscos físicos e químicos presentes nos ambientes laborais.
Durante a visita no Serviço de Instrumentação foi apresentado o Geiger Muller, primeiro equipamento adquirido pela Fundacentro para medir níveis de radiação ionizante e fabricado no IPEN. Para Paulo Pertusi, ao conhecer a estrutura da Fundacentro, bem como os equipamentos disponíveis, observou que de maneira geral, os órgãos públicos são muito bem equipados, mas que precisam ser melhor aproveitados em seu pleno potencial.
Seguindo a visita, os dirigentes passaram pelo Serviço de Informática, subordinado à Diretoria de Administração e Finanças. Recepcionados por Diego Ricardi dos Anjos e Norisvaldo Ferraz Junior, os visitantes receberam informações sobre o monitoramento de acessos de usuários em São Paulo e nos demais estados onde a Fundacentro está presente, o monitoramento remoto por gráficos dos laboratórios da instituição, utilização do aplicativo SST Fácil, como também do software IBUTG.
Na Coordenação de Segurança nos Processos de Trabalho, o chefe, José Damásio de Aquino, explanou sobre como são feitos os ensaios de respiradores e técnicas de ensaio de equipamentos de proteção individual de forma geral.
Unidas pela parceria
Spinelli lembra da cooperação técnica da Fundacentro durante a década de 90 com liberação de recursos para aquisição de instrumentação e equipamentos naquela época para o Centro Regional de Ciências Nuclerares CRCN/CNEN.
A Fundacentro e o IPEN não estão ligadas somente pela carreira de ciência e tecnologia e pela cultura de pesquisa, mas pelo longo histórico de parceria. Entram para a história, ações de formação de profissionais da Fundacentro formados pelo IPEN, pela atuação em conjunto em bancas de mestrado e doutorado de ambas instituições.
Agora a intenção de Spinelli, Presidente em Exercício, é ampliar esta parceria também com o a CNEN, promovendo melhor interação entre as três entidades de pesquisa para que juntas possam desenvolver ações de intercâmbio técnico-científico com vistas a estabelecer ações de prevenção de adoecimentos e acidentes ocupacionais. Para isso, será firmado um Protocolo de Intenções entre as instituições.
Para Pertusi que recebeu o convite de forma positiva, a CNEN já vem realizando reuniões mensais com as demais unidades de pesquisa para integrar o universo de instituições da área nuclear. "É importante para a CNEN se abrir para outras instituições no sentido de ampliar as ações técnicas em áreas de conhecimento correlatas”, até porque a CNEN sempre foi muito fechada em razão de sua atuação na área nuclear. Vejo um campo muito grande de interação entre a Fundacentro e a CNEN”, destacou.
Os visitantes receberam no final da visita, o livro "As doenças dos trabalhadores” de Bernardino Ramazzini, "Fundacentro – Meio século de Segurança e Saúde no Trabalho” e outras publicações técnicas.
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- 31/08/2018 - Nova luz no monitoramento de reações químicas - Agência FapespPesquisas com materiais que poderão ser usados em futuros dispositivos eletrônicos são destaques em eventos com apoio da FAPESP e da DFG
Pesquisas com materiais que poderão ser usados em futuros dispositivos eletrônicos são destaques em eventos com apoio da FAPESP e da DFG
Fonte: Agência Fapesp
André JuliãoAs telas coloridas de smartphones, TVs, tablets e outros dispositivos cada vez mais presentes no dia a dia dependem de materiais com propriedades especiais, sejam luminescentes, magnéticos ou com condutividade elétrica particular. O mesmo vale para as lâmpadas de LED.
Como atuam os mecanismos durante a formação desses novos materiais e como podem ser melhorados os processos de transformação de matéria-prima em produtos foram os temas do workshop New Light on Monitoring Chemical Reactions, ocorrido em agosto na Christian-Albrechts-Universität (CAU) na cidade de Kiel, Alemanha.
O evento foi financiado pela FAPESP do lado brasileiro e pela Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), como resultado da chamada FAPESP-DFG Joint Workshops 2017.
"Foram dias bastante produtivos, com muitas trocas de informações científicas para trabalhos futuros”, disse Hermi Felinto de Brito, professor do Instituto de Química da USP e um dos organizadores do encontro, à Agência FAPESP.
Entre os 40 pesquisadores e pós-graduandos presentes dos campos da Química, Física e Engenharia, 16 eram brasileiros oriundos de diferentes instituições do Estado de São Paulo, como da USP (São Paulo, São Carlos e Ribeirão Preto), do Ipen, da Unesp de Araraquara, Unicamp e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS).
"Nossos dispositivos estão se tornando cada vez menores e mais potentes. Por isso, precisamos desenvolver novos materiais para o futuro”, disse ao site da CAU a brasileira radicada na Alemanha Huayna Terraschke, pesquisadora do Instituto de Química Inorgânica da CAU e coorganizadora do evento.
"O que acontece no nível químico durante a síntese desses materiais ainda não foi esclarecido para a maioria deles. Se aprendermos mais sobre seus processos e mecanismos fundamentais, poderemos, por exemplo, fabricar baterias e dispositivos de armazenamento mais eficientes no futuro”, disse o professor Wolfgang Bensch, diretor do Instituto de Química da universidade alemã.
Os pesquisadores brasileiros participaram ainda de uma visita técnica ao laboratório sincrotron DESY (Deutsches Elektronen-Synchrotron), na cidade de Hamburgo, para observar alguns dos métodos de análise in situ.
Como parte do acordo de colaboração bilateral Brasil-Alemanha, haverá outro workshop, desta vez no Brasil. O evento será sediado no Instituto de Química da USP, no período de 4 a 6 de dezembro deste ano.
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- 15/08/2018 - Bastidores do programa nuclear brasileiro e o acordo com a Argentina - Agência FapespArtigo de José Goldemberg e colaboradores mostra como os dois países convergiram para fazer do Cone Sul uma zona desnuclearizada
Artigo de José Goldemberg e colaboradores mostra como os dois países convergiram para fazer do Cone Sul uma zona desnuclearizada
Fonte: Agência Fapesp
José Tadeu ArantesO risco de um conflito nuclear, com consequências apocalípticas, perpassou todo o período da Guerra Fria, polarizada pelos Estados Unidos e a União Soviética desde o final da Segunda Guerra Mundial até o início da década de 1990.
Cunhou-se no período a expressão "Equilíbrio do Terror”, baseada na suposição de que uma conflagração real poderia ser evitada se houvesse equivalência no poder de destruição dos arsenais das duas superpotências. O cenário tornou-se mais complexo ao longo da década de 1960 e depois, com a emergência de novos detentores de tecnologia e armamentos nucleares.
Na América do Sul, a queda dos regimes militares possibilitou que as duas nações mais desenvolvidas da região, Brasil e Argentina, abrissem mão de perspectivas de uso não pacífico da energia nuclear e criassem, em 1991, a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), que se tornou também um importante ponto de apoio para a estruturação do Mercosul.
O físico José Goldemberg, presidente da FAPESP, analisou a evolução ocorrida no desenvolvimento nuclear dos dois países. Especialista em energia, Goldemberg escreveu, junto com Carlos Feu Alvim e Olga Mafra, da Ecen Consultoria, o artigo The Denuclearization of Brazil and Argentina, publicado noJournal for Peace and Nuclear Disarmament, periódico mantido pela Universidade de Nagasaki, no Japão.
O artigo – o primeiro do número inaugural do periódico – apresenta um panorama amplo das iniciativas internacionais voltadas para a desnuclearização e se aprofunda na descrição dos esforços nucleares brasileiro e argentino e nas tratativas que resultaram na criação da ABACC e em seu posterior desenvolvimento.
Secretário da Ciência e Tecnologia do Brasil durante o biênio 1990-1991, Goldemberg participou diretamente da negociação. E revelou, em primeira mão, os detalhes desse processo à Agência FAPESP.
"Houve uma conferência entre os presidentes Collor, do Brasil, e Menem, da Argentina, em Foz do Iguaçu. Lá aconteceu uma reunião da qual participaram quatro pessoas: Collor, Menem, um assessor de Menem e eu. Nessa reunião, foi discutido o fato de que tanto o Brasil quanto a Argentina apareciam na imprensa como países que estavam competindo pela produção de armas nucleares. Isso, além de não ser verdade, poderia provocar sanções da parte dos norte-americanos e europeus. Para pôr fim aos boatos e deixar tudo transparente, foi decidida a criação de uma agência bilateral”, disse Goldemberg.
"A criação da ABACC foi uma medida efetiva, que liberou aos brasileiros o acesso à inspeção das instalações argentinas, e aos argentinos o acesso à inspeção das instalações brasileiras. Posteriormente, os dois países aderiram ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, facultando à Agência Internacional de Energia Atômica (International Atomic Energy Agency – IAEA) a participação no sistema de inspeções”, acrescentou.
Como descreve o artigo, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (NPT) foi firmado por 189 países em 1970. Mas Brasil, Argentina e outros países consideraram esse acordo discriminatório, por congelar uma situação assimétrica, impedindo a proliferação da tecnologia e das armas nucleares, mas preservando os arsenais existentes.
Um acordo global mais equânime, o Tratado de Proibição das Armas Nucleares, só viria à votação quase meio século depois. Aprovado por 122 países na Assembleia Geral da ONU em julho de 2017, com apenas uma abstenção e um voto contrário, esse acordo tem como perspectiva a eliminação dos artefatos bélicos nucleares, levando em tese à completa desnuclearização do planeta no que se refere ao uso militar. Porém sua efetividade encontra-se comprometida, uma vez que os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, três potências nucleares, declararam que "não participaram da negociação do tratado, e não pretendem assinar, ratificar ou fazer parte dele”.
Diante da dificuldade de uma solução abrangente, o artigo aponta os compromissos regionais como formas mais efetivas de enfrentamento do problema, com a criação de zonas desnuclearizadas. "Notavelmente, os acordos mais bem-sucedidos sobre desarmamento foram negociados primeiro na arena bilateral”, afirma o texto. No contexto latino-americano, o acordo brasileiro-argentino desempenha papel proeminente.
"Entre as 10 maiores economias do mundo, o Brasil é a única com domínio do ciclo de combustível nuclear que não possui nem depende de armas nucleares para sua proteção (...) a Argentina, atualmente na 27ª posição no ranking das economias mundiais, não tem ambições globais que possam motivar o desenvolvimento de armas nucleares”, argumenta o artigo.
Evidentemente, pela lógica impiedosa da geopolítica, se um dos dois países se engajasse em uma corrida nuclear, o outro se sentiria compelido a fazer o mesmo. Mas a criação da ABACC afastou essa ameaça do horizonte.
"A ABACC não apenas cria barreiras à proliferação por meio de salvaguardas como também reduz drasticamente a motivação para ter armas, construindo confiança entre os países da região”, enfatizou Goldemberg.
Corrida regional
A expectativa de um desenvolvimento nuclear independente foi uma ideia que prosperou bem cedo no Brasil e na Argentina, tanto no meio científico quanto no meio militar. No Brasil, começou a ganhar corpo desde o início dos anos 1950, quando foi criado o CNPq (inicialmente Conselho Nacional de Pesquisas, e, depois de 1974, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
"Em 1956, sob o programa ‘Atoms for Peace’, o Brasil recebeu dos Estados Unidos um reator de pesquisa alimentado por urânio enriquecido em 90%. O reator foi instalado na Universidade de São Paulo, sob a jurisdição do governo federal”, informa o artigo. Mas o programa ‘Atoms for Peace’ foi criticado por importantes cientistas e militares pelo fato de tornar o país dependente do fornecimento de urânio enriquecido pelos Estados Unidos.
Como o enriquecimento do urânio parecia, na época, um objetivo muito distante para o Brasil, desenhou-se um projeto alternativo de reator alimentado por urânio natural. "O chamado Grupo do Tório propôs o uso de um reator de urânio natural, moderado por água pesada, com uma camada de tório 232 que se transformaria em urânio 233 e poderia ser utilizada posteriormente em substituição ao urânio 235. Desta forma, o Brasil poderia substituir o uso de urânio enriquecido por tório, que é abundante no país”, descreve o artigo.
No entanto, este projeto não ganhou apoio governamental e foi abandonado quando o governo decidiu, por razões políticas, adotar a tecnologia de reatores de água pressurizada (PWR). No final dos anos 1960, um reator de água pressurizada de 624 megawatts foi adquirido pelo governo federal da empresa norte-americana Westinghouse e instalado em Angra dos Reis, sob fortes críticas de cientistas e militares.
Enquanto isso, a Argentina adotava um programa mais independente, baseado em reatores canadenses abastecidos por urânio natural e moderados por água pesada, e no Atucha I, construído em cooperação com a Alemanha. Inicialmente baseado em urânio natural e depois modificado para utilizar urânio fracamente enriquecido, o Atucha I serviu de modelo para o Atucha II, vários anos mais tarde.
"A perspectiva de que a Argentina poderia, com o tempo, tornar-se autossuficiente para construir reatores próprios e desenvolver o reprocessamento nuclear tornou-se um assunto espinhoso entre o Brasil e a Argentina, alimentado pelo fato de ambos os países, assim como a Índia, não haverem aderido ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (NPT)”, prossegue o artigo.
Em reação, o governo militar brasileiro, na época comandado pelo general Ernesto Geisel, anunciou, em 1975, um ambicioso acordo de cooperação nuclear com a Alemanha Ocidental, com vistas a assegurar ao país o completo domínio do ciclo de combustível. Esse acordo, firmado sem consulta à comunidade científica, foi fortemente criticado como opção econômica e tecnológica.
"A justificativa oferecida pelo governo para o acordo era que o programa nuclear constituía uma resposta à crise do petróleo de 1973, que na época representava uma grave ameaça à balança comercial do país. Na verdade, esta foi a resposta errada porque a eletricidade no Brasil era produzida principalmente por usinas hidrelétricas e não por petróleo, de modo que construir reatores nucleares não reduziria a importação de petróleo, que era usado no transporte e na indústria. Houve também fortes reclamações de que o chamado acordo nuclear com a Alemanha não contemplava uma contribuição justa de insumos da indústria e das instituições tecnológicas locais”, afirma o artigo.
Além disso, o acordo foi visto pelo governo norte-americano, sob a administração Carter, como um possível caminho para o desenvolvimento de armas nucleares pelo regime militar brasileiro.
Em resposta, os Estados Unidos cancelaram as garantias de fornecimento de urânio enriquecido, necessário para reabastecer o reator de Angra I. E, como sintetizou o artigo, "o acordo Brasil-Alemanha desmoronou sob pressão dos EUA devido às suas próprias fraquezas”.
Mas a ambição nuclear continuou na pauta do regime militar. E adquiriu formas concretas sob o governo do general João Batista de Oliveira Figueiredo, quando três programas paralelos, tocados respectivamente pelo Exército, Marinha e Aeronáutica, foram iniciados.
Deles, o da Marinha, instalado no Centro Experimental de Aramar, em Iperó-SP, conduzido por pesquisadores treinados no Massachusetts Institute of Technology (MIT), e nominalmente destinado à construção de um submarino nuclear brasileiro, foi o que mais prosperou, obtendo urânio enriquecido em 20% por ultracentrifugação.
Documento secreto do Conselho de Segurança Nacional, divulgado pela imprensa após a redemocratização do país, justificava o programa nuclear paralelo e definia, como um dos objetivos, a fabricação de explosivos nucleares, "com finalidades pacíficas”.
Mas, como demonstra o artigo, a falta de coordenação entre as várias iniciativas e o enorme empate de dinheiro no acordo com a Alemanha tornaram esse esforço pouco efetivo. Enquanto isso, agentes do Serviço Nacional de Informação, SNI, lotados na embaixada do Brasil em Buenos Aires, transmitiam informes ultrassecretos ao governo e à cúpula militar sobre o desenvolvimento acelerado da Argentina no setor.
"Não há evidência de que, durante os respectivos períodos militares, Brasil e Argentina tenham efetivamente se engajado na produção da bomba. Empenharam-se, sim, no desenvolvimento de tecnologias que poderiam preparar os países para a subsequente fabricação de armas nucleares”, disse Goldemberg.
Mesmo assim, os Estados Unidos viram esses esforços com grande suspeita e bloquearam a transferência ao país de equipamentos que poderiam facilitá-los. Instituições que nada tinham a ver com o programa nuclear, como a Petrobras, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e as universidades, foram prejudicadas, impedidas de receber computadores de alta velocidade comprados de companhias norte-americanas.
Fins pacíficos
Após a redemocratização do Brasil, a Constituição de 1988 estabeleceu claramente que "toda atividade nuclear em território nacional deve ser admitida apenas para fins pacíficos e sob aprovação do Congresso Nacional”. A construção de confiança entre Brasil e Argentina e o acordo efetivo entre os dois países foi decorrência da redemocratização. Goldemberg contou como participou do processo.
Encerrado seu mandato como reitor da Universidade de São Paulo, e exercendo há apenas dois meses e meio o cargo de secretário da Educação do Estado de São Paulo, ele foi convidado, um dia antes da posse de Fernando Collor de Mello, a assumir a Secretaria de Ciência e Tecnologia da Presidência da República.
Com a extinção do Ministério de Ciência e Tecnologia, a Secretaria passava a coordenar órgãos como o CNPq, a Finep e outros, mas, estando lotada diretamente na Presidência, ficava também em sintonia com os problemas políticos.
"E havia, na época, um problema político sério que eram as frequentes matérias da imprensa sobre o suposto programa secreto das Forças Armadas voltado para a produção de armas nucleares. O presidente me interrogou sobre isso. E eu lhe respondi que as atividades nucleares do Ipen [Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares] eu conhecia bem, por ter sido reitor da Universidade de São Paulo. Lá era feito enriquecimento do urânio, mas nada que pudesse ser voltado para a produção bélica. Porém os jornais diziam que havia atividades no Exército, na Marinha e na Aeronáutica. E isso eu não sabia se era verdade”, disse.
Collor pediu-lhe então que visitasse essas instalações e chamou um general para acompanhá-lo. O físico foi e constatou que não havia, na realidade, preparativos avançados para a produção de armas nucleares. Mas existiam grupos dentro dessas estruturas que procuravam transmitir tal imagem, com o objetivo de realçar sua própria importância.
Nesse contexto, surgiu a notícia da descoberta, em Cachimbo, no Pará, de poços muito profundos, que a imprensa alegava terem sido construídos para testes nucleares subterrâneos. "Collor foi a Cachimbo e, em um gesto simbólico, atirou uma pá de cal em um dos poços, sinalizando assim o não engajamento do Brasil na produção de armas nucleares”, relatou Goldemberg.
A reunião dos presidentes Collor e Menem em Foz do Iguaçu, que resultou na criação da ABACC, ocorreu pouco depois. Segundo Goldemberg, antes disso, o Itamaraty havia participado de entendimentos, mas sem resultados concretos. Foi a ABACC que pôs um ponto final na desconfiança mútua. "Durante as tratativas, houve o questionamento de por que não apelar diretamente para a mediação da Agência Internacional de Energia Atômica. Mas o argumento de que a IAEA era dominada pelas grandes potências prevaleceu”, detalhou o físico.
"Mais tarde, no governo Fernando Henrique Cardoso, foi firmado o acordo com a IAEA. Eu já não estava mais no governo, mas o presidente Fernando Henrique me perguntou se não seria o caso de extinguir a ABACC, uma vez que a IAEA poderia fazer a mediação e se encarregar das inspeções. Eu lhe disse que achava melhor preservar a ABACC, porque há sempre suspeitas de que as agências internacionais possam ser manipuladas pelas grandes potências. A ABACC foi mantida e está funcionando muito bem até agora. Graças a ela, o Cone Sul da América Latina ficou desnuclearizado”, disse Goldemberg.
O resultado foi tão positivo que inspirou o governo da Índia a tentar uma solução semelhante. Mas as tratativas com o Paquistão não prosperaram. Estima-se que a Índia possua 135 artefatos nucleares, e o Paquistão, 145, segundo a Arms Control Association.
O artigoThe Denuclearization of Brazil and Argentina(https://doi.org/10.1080/25751654.2018.1479129), de José Goldemberg, Carlos Feu Alvim e Olga Y. Mafra, pode ser lido em www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/25751654.2018.1479129.
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- 14/08/2018 - ´Muito mais que uma injustiça social, uma perversidade que condena a maior parte da nossa população”, diz ministro do GSI sobre a dificuldade para tratamento nuclear no SUS ´ - Diário de PetrópolisFalta de acesso e dificuldade para aquisição de insumos foram pautas das principais reuniões e debates, durante o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. O encontro ocorreu de 10 a 12 de agosto, em São Paulo
Falta de acesso e dificuldade para aquisição de insumos foram pautas das principais reuniões e debates, durante o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. O encontro ocorreu de 10 a 12 de agosto, em São Paulo
Fonte: Diário de Petrópolis
Na 32ª edição, além da programação científica, o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear (CBMN) abordou a necessidade de expansão da especialidade no País. O general Sergio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da presidência, representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), produtores e fornecedores de radiofármacos participaram do evento.Em discurso, o general Etchegoyen destacou que "pessoas perdem a vida porque sequer sabem que existem os recursos da Medicina Nuclear, que podem antecipar diagnósticos, curar, controlar ou melhorar (doenças). As pessoas não têm ideia! 75% da nossa população tem um acesso muito reduzido a isso”.
Para Juliano Cerci, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), "é preciso lutar para que o acesso verdadeiro e universal à saúde seja garantido à população. Não adianta termos a melhor medicina nuclear, o melhor produto, o melhor profissional, o melhor equipamento, se isto não chega à comunidade da forma necessária”.
Durante o congresso ficou definido que a SBMN participará de fóruns com produtores e ANVISA para registro de radiofármacos, além de encontros com o CNEN, produtores privados e responsáveis por clínicas nucleares, a fim de desburocratizar o abastecimento de insumos para a especialidade.
De acordo com o ministro do GSI, o investimento do Ministério da Saúde na produção de radiofármacos e o financiamento de parte da construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) ajudará a expandir a medicina nuclear "nos próximos 50 anos, a partir da inauguração do RMB, o Ministério terá os seus radioisótopos e radiofármacos a preço de custo. Esse é o custo do financiamento. Parece-me absolutamente justo”, afirmou.
O dr Drauzio Varella, também esteve em reunião no Congresso "nós viemos discutir o impacto da medicina nuclear tanto no tratamento de várias doenças, como no diagnóstico e estadiamento de vários tumores malignos, e quais as dificuldades para levar estes recursos e toda esta tecnologia para os pacientes do SUS”.
No final deste mês está prevista uma visita conjunta da SBMN, do dr Drauzio e da comitiva do ministro ao IPEN e ao Centro Experimental Aramar, na região de Sorocaba, onde será construído o RMB.
Histórico
O encontro ocorreu quase três meses após a crise do IPEN, que desabasteceu hospitais importantes como o HC de Campinas e do Câncer de Barretos. Atualmente, o instituto está desinterditado em caráter excepcional da ANVISA e precisa realizar adequações.
Desde 2009, o Brasil enfrenta problemas no abastecimento de radioisótopos utilizados em cerca de 80% dos procedimentos médicos nucleares. O principal motivo foi a paralização do reator canadense que abastecia integralmente o mercado brasileiro e 40% do mundo. Estes insumos vêm sendo produzidos exclusivamente pelo IPEN no Brasil ou importados, o que esbarra na burocracia, altos custos e uma série de exigências para autorização.
Sobre a SBMN
Fundada na década de 60, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) é constituída por médicos especialistas em medicina nuclear e outros profissionais de áreas correlatas, como tecnólogos, radiofarmacêuticos, biomédicos, físicos e químicos, contando com quase 1 mil sócios atualmente. Tem por objetivo integrar e favorecer o desenvolvimento da comunidade médica nuclear e demais profissionais envolvidos no emprego de fontes abertas de radionuclídeos com finalidades diagnósticas ou terapêuticas, promovendo atividades científicas e de intercâmbio entre profissionais de todo o País.
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- 13/08/2018 - Muito mais que uma injustiça social, uma perversidade que condena a maior parte da nossa população”, diz ministro do GSI sobre a dificuldade para tratamento nuclear no SUS - Jornal Dia a DiaFalta de acesso e dificuldade para aquisição de insumos foram pautas das principais reuniões e debates, durante o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. O encontro ocorreu de 10 a 12 de agosto, em São Paulo
Falta de acesso e dificuldade para aquisição de insumos foram pautas das principais reuniões e debates, durante o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear. O encontro ocorreu de 10 a 12 de agosto, em São Paulo
Fonte: Jornal Dia a Dia
Na 32ª edição, além da programação científica, o Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear (CBMN) abordou a necessidade de expansão da especialidade no País. O general Sergio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da presidência, representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), produtores e fornecedores de radiofármacos participaram do evento.
Em discurso, o general Etchegoyen destacou que "pessoas perdem a vida porque sequer sabem que existem os recursos da Medicina Nuclear, que podem antecipar diagnósticos, curar, controlar ou melhorar (doenças). As pessoas não têm ideia! 75% da nossa população tem um acesso muito reduzido a isso”.
Para Juliano Cerci, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), "é preciso lutar para que o acesso verdadeiro e universal à saúde seja garantido à população. Não adianta termos a melhor medicina nuclear, o melhor produto, o melhor profissional, o melhor equipamento, se isto não chega à comunidade da forma necessária”.
Durante o congresso ficou definido que a SBMN participará de fóruns com produtores e ANVISA para registro de radiofármacos, além de encontros com o CNEN, produtores privados e responsáveis por clínicas nucleares, a fim de desburocratizar o abastecimento de insumos para a especialidade.
De acordo com o ministro do GSI, o investimento do Ministério da Saúde na produção de radiofármacos e o financiamento de parte da construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) ajudará a expandir a medicina nuclear "nos próximos 50 anos, a partir da inauguração do RMB, o Ministério terá os seus radioisótopos e radiofármacos a preço de custo. Esse é o custo do financiamento. Parece-me absolutamente justo”, afirmou.
O dr Drauzio Varella, também esteve em reunião no Congresso "nós viemos discutir o impacto da medicina nuclear tanto no tratamento de várias doenças, como no diagnóstico e estadiamento de vários tumores malignos, e quais as dificuldades para levar estes recursos e toda esta tecnologia para os pacientes do SUS”.
No final deste mês está prevista uma visita conjunta da SBMN, do dr Drauzio e da comitiva do ministro ao IPEN e ao Centro Experimental Aramar, na região de Sorocaba, onde será construído o RMB.
Histórico
O encontro ocorreu quase três meses após a crise do IPEN, que desabasteceu hospitais importantes como o HC de Campinas e do Câncer de Barretos. Atualmente, o instituto está desinterditado em caráter excepcional da ANVISA e precisa realizar adequações.
Desde 2009, o Brasil enfrenta problemas no abastecimento de radioisótopos utilizados em cerca de 80% dos procedimentos médicos nucleares. O principal motivo foi a paralização do reator canadense que abastecia integralmente o mercado brasileiro e 40% do mundo. Estes insumos vêm sendo produzidos exclusivamente pelo IPEN no Brasil ou importados, o que esbarra na burocracia, altos custos e uma série de exigências para autorização.
Sobre a SBMN
Fundada na década de 60, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) é constituída por médicos especialistas em medicina nuclear e outros profissionais de áreas correlatas, como tecnólogos, radiofarmacêuticos, biomédicos, físicos e químicos, contando com quase 1 mil sócios atualmente. Tem por objetivo integrar e favorecer o desenvolvimento da comunidade médica nuclear e demais profissionais envolvidos no emprego de fontes abertas de radionuclídeos com finalidades diagnósticas ou terapêuticas, promovendo atividades científicas e de intercâmbio entre profissionais de todo o País.
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- 29/07/2018 - Russos fazem parceria com brasileiros para investir em medicina nuclear em SPJoint venture vai instalar no Vale do Paraíba unidade de esterilização de produtos por radiação
Joint venture vai instalar no Vale do Paraíba unidade de esterilização de produtos por radiação
Fonte: Folha de S. Paulo
Eduardo GeraqueJoint venture que reúne a empresa brasileira CK3 e a Rusatom Healthcare, uma das subsidiárias da Rosatom, gigante estatal russa do setor de energia nuclear, vai instalar no Vale do Paraíba (SP) uma unidade de esterilização de produtos médicos, como luvas, gases e seringas.
A porcentagem de cada grupo na operação é sigilosa. O local exato em que ficará a unidade não foi divulgado.
O anúncio do início das operações da fábrica brasileira ocorreu em Sochi, na Rússia, cidade que abrigou a seleção brasileira do Brasil na Copa do Mundo e que recebeu uma das principais feiras anuais do setor.
"Escolhemos uma tecnologia de radiação segura, que não utiliza material radioativo e não deixa resíduos”, afirma Raphael Guiguer, diretor da brasileira Ck3.
A fábrica de esterilização vai tratar os produtos médicos, antes de eles chegarem ao mercado, a partir de uma acelerador de elétrons.
O equipamento, após ser desligado, não continua emitindo radiação. Por isso, é considerado seguro também do ponto de vista ambiental.
As caixas com os vários tipos de equipamento são bombardeadas por feixes de elétrons de alta energia. Não é necessário manipular os objetos.
De acordo com Guiguer, o negócio visa preencher um nicho comercial pouco explorado no Brasil.
As esterilizações tanto por meio da aceleração de elétrons quanto de radiação por raio-X, que também estará disponível na fábrica, têm várias aplicações na área médica e também nos setores farmacêutico e de cosméticos.
No Brasil, órgãos como o Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) também prestam serviço de esterilização por radiação.
As estimativas indicam que mais de metade dos produtos da área médica colocados no mercado é esterilizada por meio de radiação.
A tecnologia que utiliza a chuva de elétrons de alta energia, além de segura, é considerada econômica pelo setor. -
- 23/07/2018 - Cnen participa da 70ª SBPC apresentando aplicações da energia nuclearFonte: ABENA Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) está presente na 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre de 22 a 28 de julho em Maceió, no campus da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Servidores de quatro unidades da Comissão apresentam diversas aplicações da energia nuclear na ExpoT&C: mostra de ciência, tecnologia e inovação que integra a programação da SBPC.
O estande sobre tecnologia nuclear montado dentro do espaço da ExpoT&C destinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) é compartilhado entre a Cnen e outras duas instituições do ministério na área nuclear: INB e Nuclep. A Cnen está representada por servidores do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD). Na manhã desta segunda-feira (23/7), o espaço da Cnen recebeu a visita do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e do presidente da Cnen, Paulo Roberto Pertusi.
O conteúdo apresentado pela Cnen é bastante amplo. Recursos de realidade virtual estão sendo usados para apresentar aplicações da energia nuclear. Com eles é possível que os visitantes façam uma visita ao Reator Nuclear Argonauta e ao depósito de material radioativo do IEN. Tudo isso sem sair da frente do computador.
As visitas virtuais são possíveis graças a trabalhos desenvolvidos no Laboratório de Realidade Virtual (LRV) do IEN. Utilizando equipamentos e softwares bastante avançados, foram criados ambientes do mundo digital que provocam sensações bastante semelhantes às de uma visita real a instalações do reator ou do depósito de rejeitos radioativos. Uma animação com tecnologia 3D aborda os benefícios das aplicações pacíficas da energia nuclear, focando no uso como fonte geradora de energia elétrica. Também são apresentadas atividades de produção de radiofármacos e trabalhos na área de tecnologia mineral desenvolvidos no IEN, principalmente no que diz respeito ao processo de mineração e beneficiamento de urânio.
Entre os temas apresentados pela Cnen também estão as atividades do Reator Nuclear Triga Mark I, que funciona no CDTN e é utilizado para pesquisa, análises por ativação neutrônica, aulas práticas de física de reatores, produção de radioisótopos para aplicações ambientais, médicas e industriais e treinamento de operadores de usinas nucleares. No estande é possível conhecer também as aplicações do Laboratório de Irradiação Gama (LIG) do CDTN, como a esterilização de materiais de uso médico, farmacêutico e odontológico, a desinfestação e aumento de vida útil dos alimentos, a atenuação da resposta imunológica por hemocomponentes, a preservação de bens culturais, irradiação de gemas e joias e pesquisas de tecnologias inovadoras.
A produção de radiofármacos também está sendo apresentada pelo Ipen, maior produtor nacional destas substâncias. Em especial, o instituto traz para o estande novos radiofármacos que podem aprimorar o diagnóstico de diversas enfermidades e o tratamento do câncer. A contribuição do IRD ocorre em todas as aplicações de técnicas nucleares, focando na apresentação das medidas e cuidados adotados para garantia do uso seguro da energia nuclear e procedimentos para atendimento a emergências.
Palestras
Além das atividades do estande, a Cnen também está promovendo palestras sobre aplicações da energia nuclear e as medidas que garantem seu uso seguro. A programação da SBPC prevê três palestrantes da Cnen na terça-feira (24/07), no Pavilhão da ExpoT&C.
- 15h – Elder Magalhães de Souza (IRD/Cnen) – "Proteção radiológica ambiental e monitoração em caso de acidente nuclear ou radiológico".- 15h30 – Carolina Braccini Freire (CDTN/Cnen) – "Técnica de uso de geopolímero na gerência de rejeitos radioativos e na fabricação de peças pré-moldadas para construção civil".- 16h – Wilson Aparecido Parejo Calvo (Ipen/Cnen) – "Aplicações da energia nuclear". -
- 20/07/2018 - Escola traz a São Paulo avanços no uso de lasersFonte: Planeta Universitário
Os avanços na área da óptica têm sido tão rápidos e com resultados tão surpreendentes que mesmo excelentes alunos de mestrado ou de doutorado dificilmente têm ideia do que está ocorrendo na linha de frente de seu campo de estudo.Foi esse pensamento que motivou a realização da Escola São Paulo de Ciência Avançada em Fronteiras de Lasers e suas Aplicações, que ocorre até 27 de julho no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Coordenada por Niklaus Ursus Wetter, pesquisador titular do Ipen e professor de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), a Escola tem apoio da FAPESP por meio da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) e reúne alguns dos mais renomados pesquisadores da área e estudantes de pós-graduação de várias partes do mundo.
"Esperamos que esse encontro ajude a consolidar no Brasil a área de fotônica avançada, que movimenta atualmente um mercado de US$ 530 bilhões no mundo”, disse Wetter à Agência FAPESP.
"Trouxemos pesquisadores-líderes em suas respectivas áreas, para comunicar aos alunos o estado da arte nos diferentes campos da óptica, da ciência básica às múltiplas aplicações”, disse.
O escopo engloba os processos de geração, amplificação, modulação, emissão, transmissão, detecção e processamento da luz. E aplicações que vão do monitoramento ambiental à tecnologia aeroespacial e da nanousinagem à medicina. Formar cientistas e criar empresas e inovação na área são consequências desejáveis no médio prazo.
A FAPESP tem investido pesadamente em pesquisas e na criação de facilities na área. O diretor científico, Carlos Henrique de Brito Cruz, participou da abertura da ESPCA no Ipen, apresentando aos pesquisadores e estudantes presentes as modalidades de apoio oferecidas pela instituição para aqueles que buscam oportunidades de estudo e carreira no Estado de São Paulo.
Uma subárea altamente valorizada no evento é a dos ultrafast lasers (lasers ultrarrápidos). Tais dispositivos tornaram-se um grande objeto de interesse, por serem capazes de produzir os fenômenos mais curtos e mais potentes já criados pela humanidade.
"O termo ultrafast refere-se à duração temporal dos pulsos do laser. Hoje, alcançamos rotineiramente pulsos com durações da ordem de cinco femtossegundos (5x10-15 s), que correspondem a cinco milésimos de trilionésimos de segundo. Mas já foram atingidos pulsos com durações de uma a duas ordens de grandeza menores, entre 10-16 s e 10-17 s. Então, operando um laser com energia por pulso de um milijoule (1 mJ), que não é muito, e comprimindo essa energia em um intervalo de tempo de cinco femtossegundos, somos capazes de criar potências de 1019 W no foco do laser. Isso equivale a uma potência 10 milhões de vezes maior do que todas as centrais de energia do mundo, juntas, são capazes de gerar”, explicou Wetter.
O equipamento capaz de viabilizar esse patamar de potência não é um dispositivo gigantesco como o LHC (Large Hadrons Collider – Grande Colisor de Hádrons), instalado na fronteira franco-suíça. Mas algo que pode ser disposto sobre a bancada do laboratório.
"Os ultrafast lasers permitem alcançar potências de tal magnitude que, com um pouco mais, seria possível criar matéria de maneira controlada. Focando o laser no vácuo, poderíamos separar o vácuo em elétrons e pósitrons, por exemplo. É como se voltássemos àquilo que aconteceu uma fração de segundo depois do Big Bang”, disse o pesquisador.
Esses lasers de altíssima potência são vistos como potenciais fontes de feixes de prótons, cujo uso no tratamento de câncer tem crescido expressivamente.
O novo – enfatizou Wetter – é o que se pode fazer hoje com isso. "Uma aplicação é a criação de padrões de tempo e de frequência três ordens de magnitude mais precisos do que aqueles possibilitados pelos relógios atômicos. Conseguimos definir o tempo de um segundo com uma precisão de 18 dígitos”, disse.
Lasers randômicos
Outra aplicação, decorrente da interação dos lasers ultrarrápidos com a matéria, são as ablações multifotônicas. Esse processo não térmico possibilita fazer cortes de altíssima precisão, com resoluções da ordem de centenas de nanômetros, sem transformar o material.
Nos cortes convencionais, o processo sempre aquece o material, fazendo com que ele mude de propriedade nas bordas da excisão. Com os lasers ultrarrápidos, dá para cortar de forma que o material mantenha todas as propriedades de interesse intactas.
Nas suas várias modalidades, os lasers tornaram-se ferramentas de aplicação tecnológica quase ilimitada: da modificação de estruturas metálicas – criando materiais altamente repelentes a líquidos ou, ao contrário, capazes de reter óleo em microcavidades, praticamente zerando o atrito e o desgaste das peças – à prospecção tridimensional de aerossóis poluentes em regiões com extensões de quilômetros.
"Uma área novíssima, interessantíssima, é a dos lasers randômicos, que permitem estudar a propagação da luz em meios difusos, como um comprimido de aspirina, por exemplo. O fenômeno possibilita tanto a investigação do próprio material, por meio da análise da fração luminosa que volta, como a obtenção de novos efeitos ópticos, como o aprisionamento da luz, no qual o feixe luminoso fica preso no interior do material por tempo indeterminado”, disse Wetter à Agência FAPESP.
Outra área nova é a da estruturação dos feixes de lasers, que consiste em conferir um momento angular aos fótons de modo que eles girem para um lado ou para outro em trajetórias circulares, triangulares, quadradas, hexagonais etc. Ao interagirem com a matéria, esses feixes permitem construir metamateriais com propriedades ópticas notáveis, como a refração negativa ou a invisibilidade.
Especialistas que lidam com esses e outros fenômenos em centros avançados do mundo participam da Escola São Paulo de Ciência Avançada em Fronteiras de Lasers e suas Aplicações.
Do exterior, vieram para o evento: Cefe Lopez, do Instituto de Ciencia de Materiales, Espanha; John Girkin, da Durham University, Reino Unido; Jorge Rocca, da Colorado State University, Estados Unidos; Rui Vilar, do Instituto Superior Técnico, Portugal; Takashige Omatsu, da Chiba University, Japão; Thomas Südmeyer, da Université de Neuchâtel, Suíça; Volker Freudenthaler, da Ludwig-Maximilians-Universität, Alemanha.
Mais informações: https://sites.google.com/view/laserfrontiers/
Agência FAPESP -
- 20/07/2018 - Escola traz a São Paulo avanços no uso de lasersFonte: Agência FAPESPOs avanços na área da óptica têm sido tão rápidos e com resultados tão surpreendentes que mesmo excelentes alunos de mestrado ou de doutorado dificilmente têm ideia do que está ocorrendo na linha de frente de seu campo de estudo.
Foi esse pensamento que motivou a realização da Escola São Paulo de Ciência Avançada em Fronteiras de Lasers e suas Aplicações, que ocorre até 27 de julho no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo.
Coordenada por Niklaus Ursus Wetter, pesquisador titular do Ipen e professor de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), a Escola tem apoio da FAPESP por meio da modalidade Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) e reúne alguns dos mais renomados pesquisadores da área e estudantes de pós-graduação de várias partes do mundo.
"Esperamos que esse encontro ajude a consolidar no Brasil a área de fotônica avançada, que movimenta atualmente um mercado de US$ 530 bilhões no mundo”, disse Wetter à Agência FAPESP.
"Trouxemos pesquisadores-líderes em suas respectivas áreas, para comunicar aos alunos o estado da arte nos diferentes campos da óptica, da ciência básica às múltiplas aplicações”, disse.
O escopo engloba os processos de geração, amplificação, modulação, emissão, transmissão, detecção e processamento da luz. E aplicações que vão do monitoramento ambiental à tecnologia aeroespacial e da nanousinagem à medicina. Formar cientistas e criar empresas e inovação na área são consequências desejáveis no médio prazo.
A FAPESP tem investido pesadamente em pesquisas e na criação de facilities na área. O diretor científico, Carlos Henrique de Brito Cruz, participou da abertura da ESPCA no Ipen, apresentando aos pesquisadores e estudantes presentes as modalidades de apoio oferecidas pela instituição para aqueles que buscam oportunidades de estudo e carreira no Estado de São Paulo.
Uma subárea altamente valorizada no evento é a dos ultrafast lasers (lasers ultrarrápidos). Tais dispositivos tornaram-se um grande objeto de interesse, por serem capazes de produzir os fenômenos mais curtos e mais potentes já criados pela humanidade.
"O termo ultrafast refere-se à duração temporal dos pulsos do laser. Hoje, alcançamos rotineiramente pulsos com durações da ordem de cinco femtossegundos (5x10-15 s), que correspondem a cinco milésimos de trilionésimos de segundo. Mas já foram atingidos pulsos com durações de uma a duas ordens de grandeza menores, entre 10-16 s e 10-17 s. Então, operando um laser com energia por pulso de um milijoule (1 mJ), que não é muito, e comprimindo essa energia em um intervalo de tempo de cinco femtossegundos, somos capazes de criar potências de 1019 W no foco do laser. Isso equivale a uma potência 10 milhões de vezes maior do que todas as centrais de energia do mundo, juntas, são capazes de gerar”, explicou Wetter.
O equipamento capaz de viabilizar esse patamar de potência não é um dispositivo gigantesco como o LHC (Large Hadrons Collider – Grande Colisor de Hádrons), instalado na fronteira franco-suíça. Mas algo que pode ser disposto sobre a bancada do laboratório.
"Os ultrafast lasers permitem alcançar potências de tal magnitude que, com um pouco mais, seria possível criar matéria de maneira controlada. Focando o laser no vácuo, poderíamos separar o vácuo em elétrons e pósitrons, por exemplo. É como se voltássemos àquilo que aconteceu uma fração de segundo depois do Big Bang”, disse o pesquisador.
Esses lasers de altíssima potência são vistos como potenciais fontes de feixes de prótons, cujo uso no tratamento de câncer tem crescido expressivamente.
O novo – enfatizou Wetter – é o que se pode fazer hoje com isso. "Uma aplicação é a criação de padrões de tempo e de frequência três ordens de magnitude mais precisos do que aqueles possibilitados pelos relógios atômicos. Conseguimos definir o tempo de um segundo com uma precisão de 18 dígitos”, disse.
Lasers randômicos
Outra aplicação, decorrente da interação dos lasers ultrarrápidos com a matéria, são as ablações multifotônicas. Esse processo não térmico possibilita fazer cortes de altíssima precisão, com resoluções da ordem de centenas de nanômetros, sem transformar o material.
Nos cortes convencionais, o processo sempre aquece o material, fazendo com que ele mude de propriedade nas bordas da excisão. Com os lasers ultrarrápidos, dá para cortar de forma que o material mantenha todas as propriedades de interesse intactas.
Nas suas várias modalidades, os lasers tornaram-se ferramentas de aplicação tecnológica quase ilimitada: da modificação de estruturas metálicas – criando materiais altamente repelentes a líquidos ou, ao contrário, capazes de reter óleo em microcavidades, praticamente zerando o atrito e o desgaste das peças – à prospecção tridimensional de aerossóis poluentes em regiões com extensões de quilômetros.
"Uma área novíssima, interessantíssima, é a dos lasers randômicos, que permitem estudar a propagação da luz em meios difusos, como um comprimido de aspirina, por exemplo. O fenômeno possibilita tanto a investigação do próprio material, por meio da análise da fração luminosa que volta, como a obtenção de novos efeitos ópticos, como o aprisionamento da luz, no qual o feixe luminoso fica preso no interior do material por tempo indeterminado”, disse Wetter à Agência FAPESP.
Outra área nova é a da estruturação dos feixes de lasers, que consiste em conferir um momento angular aos fótons de modo que eles girem para um lado ou para outro em trajetórias circulares, triangulares, quadradas, hexagonais etc. Ao interagirem com a matéria, esses feixes permitem construir metamateriais com propriedades ópticas notáveis, como a refração negativa ou a invisibilidade.
Especialistas que lidam com esses e outros fenômenos em centros avançados do mundo participam da Escola São Paulo de Ciência Avançada em Fronteiras de Lasers e suas Aplicações.
Do exterior, vieram para o evento: Cefe Lopez, do Instituto de Ciencia de Materiales, Espanha; John Girkin, da Durham University, Reino Unido; Jorge Rocca, da Colorado State University, Estados Unidos; Rui Vilar, do Instituto Superior Técnico, Portugal; Takashige Omatsu, da Chiba University, Japão; Thomas Südmeyer, da Université de Neuchâtel, Suíça; Volker Freudenthaler, da Ludwig-Maximilians-Universität, Alemanha.
Mais informações: https://sites.google.com/view/laserfrontiers/
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- 17/07/2018 - Incubadora de São Paulo busca startups de manufatura avançadaCietec quer criar uma rede colaborativa de empresas do setor junto ao mercado
Cietec quer criar uma rede colaborativa de empresas do setor junto ao mercado
Fonte: DCI
RAPHAEL FERREIRA•SÃO PAULO
A incubadora Cietec abriu um edital específico para empreendedores que tenham atuação na chamada manufatura avançada, também chamada de Indústria 4.0. Esse setor engloba tecnologias como internet das coisas e computação em nuvem.No momento, há cerca de 14 startups na incubadora que desenvolvem negócios utilizando tecnologias identificadas com a manufatura avançada. Em nota, a entidade disse que o objetivo é atrair novos negócios que possam se beneficiar de um ecossistema já em desenvolvimento.
Localizado em São Paulo, o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/Ipen – Cietec, instalada no campus Ipen, na Cidade Universitária, em São Paulo.
Para mais informações os interessados devem acessar o edital no site do Cietec
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- 17/07/2018 - Oferta insuficiente de fármacos limita expansão da medicina nuclear no PaísCom a construção de novo reator, governo visa diminuir dependência da importação de insumos usados principalmente no diagnóstico e tratamento do câncer, com foco preponderante no SUS
Com a construção de novo reator, governo visa diminuir dependência da importação de insumos usados principalmente no diagnóstico e tratamento do câncer, com foco preponderante no SUS
Fonte: DCI
Ricardo Casarin • São Paulo
A falta de capacidade produtiva de radiofármacos torna deficiente o atendimento da demanda de procedimentos de medicina nuclear no País. A dependência de importação de insumos encarece tratamentos e reduz a oferta no Sistema Único de Saúde (SUS).
"O nosso mercado tem um déficit muito grande, a quantidade produzida internamente não atende o País. Atualmente, o Brasil gasta cerca de US$ 17 milhões importando o material necessário para a produção de radiofármacos utilizados no diagnóstico e tratamento de diversas doenças”, afirma o coordenador técnico do Projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), José Augusto Perrotta. Em março, o governo federal anunciou o investimento de R$ 750 milhões no RMB até 2022.
De acordo com o Ministério da Saúde, desde 2009 o Brasil enfrenta dificuldade no abastecimento de radiofármacos devido à paralisação de um reator canadense, responsável pelo fornecimento de 40% do mercado global. O principal objetivo do RMB, em desenvolvimento no Centro Industrial Nuclear de Aramar, em Iperó (SP), é nacionalizar a produção de radiofármacos, permitindo fornecimento a preço de custo ao SUS. "O governo planeja uma expansão dentro do sistema público, pois atualmente a medicina privada corresponde a 70% deste tipo de tratamento e só atende 30% da população”, conta o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Juliano Cerci.
Perrotta aponta que o projeto permitirá ao País produzir mais com menos dinheiro. "Com o reator, conseguiremos dobrar ou triplicar a produção, com um investimento em real, em vez de dólar, barateando o processo. Isso dará sustentabilidade e ampliará a medicina nuclear.” Ele explica como os radiofármacos são usados em procedimentos de detecção e tratamento de doenças. "O elemento radioativo é injetado no paciente que, junto com um equipamento, permite a visualização de um órgão específico, um mapeamento de dentro para fora. Isso permite detectar anomalias, como o câncer”, explana. "Já o tratamento consiste na emissão de radiação para matar uma célula cancerígena, por exemplo.”
Incentivo à indústria
O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed), Carlos Goulart, acredita que o RMB terá um impacto positivo para a produção nacional. "Nossas empresas estão procurando entender melhor o volume e a disponibilidade de insumos, todas têm interesse em fazer uso.” Goulart explica que o equipamento de diagnóstico conhecido como PET/CT (sigla em inglês para tomografia por emissão de pósitrons) é produzido pela indústria nacional. "É um tomógrafo unido ao radiofármaco, dando a localização exata de um tumor.”
Atualmente, o Brasil possui quatro reatores de pesquisa, sendo o principal deles o localizado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), localizado em São Paulo. "Todo o campus se desenvolveu ao redor do Ipen. Acredito que o mesmo vai ocorrer com o RMB, vai ser um grande polo de ciência nuclear no Brasil”, prevê Perrotta. A projeção de conclusão é em 2024, mas a produção de radiofármacos pode ser iniciada antes. "O reator é de multipropósito, há uma série de interfaces para outros setores, como a agricultura. Também traz a possibilidade de tornar o Brasil um exportador de insumos radioativos”, diz Cerci.
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- 04/07/2018 - Startup cria ferramenta para reduzir o trânsito na saída escolarResidente na Incubadora USP/IPEN - Cietec, a New Midia traz um mural digital integrado ao celular que avisa quando os pais estão chegando para buscar os filhos
Residente na Incubadora USP/IPEN - Cietec, a New Midia traz um mural digital integrado ao celular que avisa quando os pais estão chegando para buscar os filhos
Fonte: Site Segs
A New Midia, empresa residente na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/IPEN - Cietec, lança ferramenta que alivia o trânsito da saída escolar. Trata-se do Painel Saída de Alunos, um mural digital integrado com aplicativo no celular que avisa quando o carro do pai ou responsável estiver se aproximando da escolaComo funciona?
O responsável pelo aluno baixa o aplicativo no celular, define a distância que o aviso será enviado para a escola, habilita o recurso de localização por GPS e, assim que o veículo estiver se aproximando, o alerta será publicado na TV digital automaticamente, sem qualquer interação. Assim, quando o carro do pai estacionar, o filho já estará à sua espera, agilizando essa etapa.
Outras utilidadesO Mural Digital também pode ser usado para divulgar notícias da escola, eventos e outros conteúdos de comunicação, informar sobre a estrutura educacional disponível para pais e alunos, colaborar com a integração da comunidade acadêmica, substituindo os tradicionais quadros de avisos. Além disso, podem gerar conteúdos atualizados dinamicamente pela Internet, integrados às mídias sociais das escolas.
Sandra Janostiac, fundadora da New Midia, explica que a ideia da ferramenta surgiu para beneficiar tanto às escolas, quanto os pais e alunos, aliviando o trânsito nas imediações. "A ferramenta já foi implementada em colégios como o Marista Arquidiocesano, Jesus Maria José, em São Paulo e Ápice Eleva, em Jundiaí, que estão conseguindo mais agilidade na saída dos alunos e redução do trânsito”, afirma a empreendedora.
Vantagens para escolas: reduz o desperdício da merenda escolar através da adequação da preparação diária à quantidade de alunos efetivamente presentes; substitui a chamada para registro de presença de alunos; fornece informações sobre a circulação de alunos na escola, contribui para minimizar o risco de evasão de alunos.Vantagens para Hospitais: Apura indicadores para melhoria nos serviços prestados a pacientes, através da identificação de "gargalos” no processo de atendimento.
Vantagens para Empresas: Registra tempo de permanência nos locais e exibe conteúdos personalizados.
Projeto piloto em desenvolvimento: Catraca VirtualAlém do Painel Saída de Alunos, a New mídia desenvolve na Incubadora uma catraca virtual, para monitorar e liberar o acesso de pessoas em ambientes que controlam a circulação de pessoas para segurança, substituindo as tradicionais catracas físicas. A Catraca Virtual funciona por meio de dispositivos de IoT (Wi-Fi, Beacon, NFC ou QRCode), que interagem com uma plataforma de serviços, trazendo vários benefícios para escolas, hospitais e empresas.
Sobre o Cietec
O Cietec - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fundado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.
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- 27/06/2018 - Hospital de Clínicas da Unicamp retoma exames de cintilografia para pacientes com câncer, em CampinasMedicamento para contraste estava em falta por conta de interdição do Ipen, responsável pela produção, e 98 exames foram cancelados. Lotes com kits chegaram nesta terça-feira (26).
Medicamento para contraste estava em falta por conta de interdição do Ipen, responsável pela produção, e 98 exames foram cancelados. Lotes com kits chegaram nesta terça-feira (26).
Fonte: Site G1 - EPTV - Filiada da Rede Globo - Região de Campinas
Hospital de Clínicas (HC) daUnicamp, em Campinas (SP), retoma nesta quarta-feira (27) os exames de cintilografia que haviam sido suspensos para alguns pacientes em tratamento contra câncer. O motivo foi a falta da substância necessária para fazer o contraste no procedimento, provocada pela interdição do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), responsável pela produção, em maio.
Ao todo, 98 cintilografias ósseas foram canceladas desde a suspensão, anunciada pelo hospital em 14 de junho. Até então, o HC usava o medicamento, o radiofármaco ometilenodifosfonato (MDP), que possuía em estoque.
O Ipen foi desinterditado no dia 18 de junho, retomou a produção e os lotes com kits para os procedimentos chegaram nesta terça (26) na unidade em Campinas.
Os pacientes afetados pelos cancelamentos serão priorizados e a previsão é que a situação seja normalizada na semana que vem, segundo a direção do setor de Medicina Nuclear do hospital.
Diagnóstico de metástase
A cintilografia óssea é essencial para o diagnóstico de metástase nos ossos de pacientes com câncer de mama, próstata e pulmão.
"Muitas vezes este exame pode decidir entre um paciente fazer uma cirurgia ou não. Entre optar por operar ou fazer uma quimioterapia ou radioterapia", explicou o diretor do setor de medicina nuclear do HC, Celso Darío Ramos, durante o anúncio da suspensão no dia 14."
Interdição do Ipen
O Ipen foi interditado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal Saúde de São Paulo (Covisa) em 18 de maio, por conta de problemas na linha de produção.
Ao todo, 16 medicamentos com substâncias radioativas usados em exames de imagem de todo o Brasil foram comprometidos. A instituição foi desinterditada um mês depois em caráter excepcional.
Voltaram a funcionar as linhas de Soluções Parenterais de Pequeno Volume com preparação asséptica (FDG-Fluor-18) e produtos estéreis: pó liofilizado (reagentes liofilizados), solução utilizada em exames de diagnóstico nucleares e radiológicos.
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- 25/06/2018 - Sociedade de Medicina Nuclear é contrária à suspensão do IPEN para produzir radiofármacosSociedade Brasileira de Cardiologia apoia a iniciativa. Mais da metade dos diagnósticos realizados no SUS com radiofármacos são para as doenças cardiovasculares
Sociedade Brasileira de Cardiologia apoia a iniciativa. Mais da metade dos diagnósticos realizados no SUS com radiofármacos são para as doenças cardiovasculares
Fonte: Site Pauta Incorporativa
A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear – SBMN – encaminhou ofício que foi prontamente atendido pelo presidente da SBC, Oscar Dutra, solicitando apoio da Sociedade Brasileira de Cardiologia à suspensão do IPEN para produzir radiofármacos.
No documento, a SBMN explica que os radiofármacos são fabricados em poucos centros, sendo que a maioria pelo próprio governo brasileiro através dos Institutos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O principal fornecedor estatal era o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP), único produtor no país de diversos radiofármacos. O IPEN foi impedido pela Anvisa/Covisa de produzir e comercializar diversas dessas substâncias, fundamentais para o atendimento de pacientes com doenças graves.
"Temos segurança que esta é uma atitude inoportuna, inadequada na forma e mal planejada, que trará prejuízos imediatos a inúmeros pacientes portadores de câncer, cardiopatias e doenças neurológicas graves, sem a contrapartida de benefícios mensuráveis”, ressalta o ofício da SBMN endereçado à SBC.
A Medicina Nuclear é a especialidade médica que usa isótopos radioativos (radiofármacos) para diagnósticos e tratamentos. Atualmente a área atende a mais de 1,5 milhão de pacientes por ano no Brasil, em grande parte no sistema público de saúde. Mais da metade dos pacientes do SUS têm doenças cardiovasculares, sendo as cintilografias do coração parte essencial do diagnóstico, necessárias para condução de pacientes com doença coronariana, insuficiência cardíaca, avaliação do efeito tóxico de medicamentos empregados no tratamento do câncer, entre outras utilizações. "Faremos todos os esforços, juntamente com os profissionais da Medicina Nuclear, para evitar a iminente interrupção no atendimento à já tão sofrida população brasileira”, afirmou o presidente da SBC, Oscar Dutra.
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, a Anvisa passou a legislar sobre radiofármacos apenas em 2009, e apesar de bem-intencionados, os seus profissionais têm limitada experiência com a produção desses materiais, ao contrário dos profissionais do IPEN, onde muitos passaram a vida trabalhando apenas com essas substâncias. "A SBMN considera fundamental destacar a enorme importância atual e histórica do IPEN/CNEN para a Medicina Nuclear brasileira, um dos grandes responsáveis pelo atual estágio tecnológico de desenvolvimento da Medicina Nuclear no país”, defende o presidente da entidade, Juliano Cerci. Para a SBMN, os radiofármacos estão entre as substâncias mais seguras disponíveis na Medicina e são produzidos pelo IPEN há mais de 50 anos, sem um único relato de reações adversas graves.
O documento da SBMN ainda informa que o IPEN, como muitos órgãos federais, tem tido dificuldades de se adequar às modificações da área da saúde, e para que a situação fosse regularizada, o Instituto firmou um Termo de Compromisso de Adequação, dividido em duas etapas. "O objetivo era a readequação do quadro de funcionários e de procedimentos da legislação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, uma norma de 2009. Infelizmente não houve o investimento necessário no órgão governamental e agora os pacientes estão confrontados com a situação paradoxal da criação de uma legislação pelo governo que ele próprio não conseguiu atender”, completa o presidente da SBMN, Juliano Cerci.
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- 22/06/2018 - Energia On-line lança curso NR20 em Ensino a DistânciaNova modalidade atende às determinações da Portaria Nº 872 do Ministério do Trabalho e Emprego
Nova modalidade atende às determinações da Portaria Nº 872 do Ministério do Trabalho e Emprego
Fonte: Site SEGS
Com objetivo de aperfeiçoar profissionais para atuar na prevenção de acidentes contra incêndios e gestão da segurança do trabalho em atividades com inflamáveis e líquidos combustíveis, a Energia On-line, empresa da Incubadora USP/IPEN - Cietec, lança o curso NR20, na modalidade EaD, com duração de oito horas.Voltado para profissionais do segmento industrial e de prestação de serviços em geral, que englobam atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis, das instalações classes I, II ou III, integra às determinações da NR20 e da Portaria 872, por meio de atividades on-line que focam na individualidade dos treinandos e na produtividade da empresa.
Com uma estratégia única e exclusiva, o programa mantém a essência metodológica e de qualidade, atendendo às necessidades dos alunos, proporcionando conhecimento e agregando valor ao treinamento de segurança. O curso também inclui a completa assessoria pedagógica e todo o material necessário para o desenvolvimento da parte prática com a equipe, sem custos adicionais.Segundo Tatiana Nacarato, sócia-diretora da Energia On-line e responsável pela linha pedagógica da empresa, o curso também oferece a Norma Digital, atividade com estudo dirigido para complementação do conteúdo programático e da carga horária. "Por sermos uma empresa de treinamento com mais de 17 anos de expertise nos segmentos operacional e de segurança, criamos uma estratégia diferenciada mantendo a nossa comprovada qualidade pedagógica”, afirma.
Para consultas de valores e outras informações entre em contato: (11) 5531-0416 oucontato@energiaon-line.com.
Serviço:
Curso: NR20 na modalidade EaD
Carga Horária: 8 horas
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Sobre o Cietec: O Cietec - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fundado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.
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- 18/06/2018 - Anvisa desinterdita IPEN para produção de reagentes usados em exames (Portal G1)Instituto estava interditado há um mês; área que produz flúor e reagentes usados em exames para o câncer poderá produzir produtos em caráter excepcional.
Instituto estava interditado há um mês; área que produz flúor e reagentes usados em exames para o câncer poderá produzir produtos em caráter excepcional.
Fonte: Portal G1
Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (18), determina a desinterdição do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no Butantã, Zona Oeste de São Paulo.A desinterdição ocorre, segundo o documento, em caráter excepcional, para as linhas de Soluções Parenterais de Pequeno Volume com preparação asséptica (FDG-Fluor-18) e produtos estéreis: pó liofilizado (reagentes liofilizados), solução utilizada em exames de diagnóstico nucleares e radiológicos.
A decisão da Anvisa ocorre, segundo a resolução, "visando, em especial, à proteção dos direitos da população à saúde e ao melhor cumprimento dos fins da administração pública".
A produção de radiofármacos foi interrompida com a interdição do Ipen há exatamente um mês e vários hospitais no país estavam sem radiofármaco para fazer exames de cintilografia óssea, cardíaca, dos pulmões, dentre outros.
Entre os hospitais que estavam desmarcando exames estava o Hospital de Clínicas da Unicamp (HC), em Campinas (SP). Mais de 100 exames de cintilografia óssea para pacientes que fazem tratamento contra os cânceres de mama, próstata ou pulmão foram desmarcadas por falta de soluções devido à interdição da fábrica que produz o medicamento.
A substância é necessária para que o paciente tome antes do procedimento, o que torna os órgãos internos mais visíveis no exame. De acordo com médicos, o exame é primordial para decidir o tratamento adequado e se o paciente passará por uma cirurgia ou não, por exemplo.
A produção de radiofármacos pelo Ipen engloba 38 produtos, responsáveis por 1,6 milhão de procedimentos (diagnósticos e terapias) anuais, os quais são distribuídos aos serviços de medicina nuclear em mais de 430 centros diagnósticos (clínicas e hospitais) de todo o país, segundo nota do Ipen.
A produção começou há 60 anos e, segundo o Ipen, o instituto vem passando por inspeções sanitárias seguidas.
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- 14/06/2018 - Diretoria dialoga com órgãos públicos para resolução do caso IPENFonte: SBMN
A diretoria da SBMN vem atuando para solucionar o impasse entre a Vigilância Sanitária e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) que completa um mês na próxima semana e paralisou a produção de insumos utilizados na medicina nuclear.
"Recebemos com consternação essas decisões, uma vez que a eficácia da Medicina Nuclear para casos graves de câncer e outras doenças cardiológicas e cerebrais é reconhecida por toda a comunidade médica global”, explica Juliano Cerci, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN).No período, os membros se reuniram com representantes do Governo Federal tais como a ANVISA, Ministério da Saúde, Secretaria de Segurança Institucional, entre outros, a fim de demonstrar o impacto da medida no tratamento dos pacientes. Outra reunião com a Coordenadoria de Vigilância em Saúde da cidade de São Paulo (COVISA) está agendada para os próximos dias.
Com estas ações, a SBMN espera que os órgãos responsáveis se sensibilizem e deem alternativas para solucionar a questão o mais rápido possível. Paralelamente, a diretoria estuda outras medidas como importações emergenciais ou eventual acionamento do Ministério Público para intermediar o caso.
Na quarta-feira (13) os membros iniciaram um ciclo de entrevistas na imprensa para demonstrar o impacto da falta de insumos nos dois milhões de exames previstos para o ano de 2018. Veículos importantes como a TV Globo, rádio Bandeirantes e o jornal El País noticiaram o caso e chamaram a atenção da opinião pública.
Nesta quinta-feira (14), representando a diretoria da SBMN, os médicos nucleares Marília Marone, Celso Darío e Gustavo Gomes estiveram em Brasília para reunião com o Ministro Sérgio Etchegoyen, Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República e coordenador do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB). Na reunião, foram expostas as consequências graves da interdição do IPEN. De acordo com os médicos, o ministro ficou bastante sensibilizado com o impacto no atendimento aos pacientes e imediatamente se reuniu com representantes da Casa Civil e do Ministério da Saúde. Todos entenderam a gravidade da situação e se comprometeram a buscar soluções rápidas. Em seguida, foram ainda discutidas as possíveis medidas, de médio e longo prazo, para reduzir a vulnerabilidade do fornecimento de insumos para a Medicina Nuclear.A Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear segue trabalhando para que os médicos tenham acesso aos materiais e possam propiciar o tratamento adequado aos pacientes.
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- 13/06/2018 - A crise que ameaça parar exames para câncer em várias partes do BrasilIPEN, autarquia ligada ao Governo de São Paulo, tem produção de fármacos interditada. Só no Hospital das Clínicas de Campinas 40 testes já tiveram de ser remarcados
IPEN, autarquia ligada ao Governo de São Paulo, tem produção de fármacos interditada. Só no Hospital das Clínicas de Campinas 40 testes já tiveram de ser remarcados
Fonte: El PaísNo Hospital de Clínicas daUniversidade Estadual de Campinas (Unicamp) a partir desta terça-feira não se faz mais qualquer cintilografia óssea, exame necessário para saber se pacientes com câncer de mama, próstata ou pulmão tiveram a doença espalhada para os ossos, uma metástase que pode ocorrer no caso destas três enfermidades. Só com o exame é possível decidir qual o tratamento mais adequado para estes pacientes, mas ele não pode mais ser feito porque ometilenodifosfonato(MDP), radiofármaco usado no teste, está em falta. E não apenas neste hospital, onde 50 exames do tipo são feitos por semana e 40 já tiveram que ser remarcados. Sua fabricação está suspensa no país.
O MDP é fabricado e comercializado no Brasil pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), uma autarquia vinculada ao Governo do Estado de São Paulo e gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). No último dia 18 de maio, o órgão foi impedido de fabricar 16 radiofármacos (substâncias que usam elementos radioativos) pela Anvisa e pelaCovisa, órgãos de Vigilância em Saúde do Governo Federal e da Prefeitura de São Paulo. A interdição ocorreu porque a estrutura destas linhas de produção e o número de funcionários foi considerado inadequado pelos órgãos. O IPEN afirma que não há qualquer risco no trabalho que executa e diz que está em processo de readequação e de contratação de funcionários terceirizados.
A interdição afetou quase metade dos 38 produtos fabricados pelo instituto, explica osuperintendente do IPEN, Wilson Calvo. São 14 reagentes liofilizados, sendo nove de fabricação exclusiva do instituto no Brasil, fluoreto, também só fabricado e comercializado pelo IPEN, e o fluor 18 com marcador de glicose. Eles são usados para inúmeros exames, como a cintilografia óssea, a cintilografia hepatobiliar (auxilia o diagnóstico de fibrose cística e de obstrução biliar), cintilografia pulmonar (para diagnosticar embolia ou enfisema pulmonar), cintilografia de perfusão cerebral (ajuda a diagnosticar doenças como o Alzheimer), entre outras. De todos os radiofármacos cuja a comercialização foi proibida, seis são os que possuem a situação mais crítica, segundo Calvo. São os mais usados no país e não há outra forma de obtê-los sem que seja pelo IPEN. Alguns deles tem estoque— de produtos fabricados antes da interdição—por apenas mais três semanas.
Contudo, o estoque de MDP, que abastece 430 hospitais e clínicas no país, acabou. "Este é o primeiro de muitos problemas que poderemos ter", aponta Celso Darío Ramos, diretor do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital de Clínicas da Unicamp. "Desde a semana passada procuramos otimizar os exames e jogar os menos urgentes para frente. Nesta segunda, usamos as últimas doses e tivemos que começar a remarcar os pacientes marcados a partir de terça-feira. A cintilografia óssea é um exame muito usado para definir a conduta de tratamento nos casos de câncer de mama, próstata e pulmão, três tumores muito frequentes", diz.
Segundo o diretor, pacientes com estas três enfermidades podem ter metástase (quando o câncer se espalha) nos ossos. Quando esse é o caso (e só a cintilografia pode apontar isso), se evita a retirada do tumor por cirurgia para que o tratamento seja iniciado por quimioterapia, mais abrangente. Quando não há metástase, se faz a cirurgia. "Se isso continuar, vai acontecer um dilema. O colega que trata o paciente vai ter que optar. Ele pode achar que o paciente está muito debilitado, pode ter metástase, e não deve fazer a cirurgia, quando pode ser que o câncer não tenha se espalhado. Ou ele vai decidir operar e descobrir que o câncer havia se espalhado para os ossos e agora ele tem um paciente muito debilitado pela cirurgia agressiva para poder começar a quimio", explica.
No Hospital Universitário de Santa Maria (Rio Grande do Sul), que pertence à universidade federal, as escolhas já começaram, explica a médica Clarissa Pereira Bornemann, responsável técnica pelo Serviço de Medicina Nuclear do local. "Temos otimizado ao máximo o uso dos materiais. Teve uma criança de 6 anos que foi liberada da internação hospitalar sem fazer a cintilografia óssea. O exame seria feito pra descartar uma infecção óssea, que chamamos de osteomielite", conta ela. "Ela voltou dias depois, de casa, para fazer o exame que, felizmente, não demonstrou evidência de infecção."
Problema antigo
O problema entre os órgãos de vigilância e o IPEN não é novo, explica a Coordenação de Vigilância em Saúde (Covisa) da Prefeitura de São Paulo, que atuou na interdição parcial do centro de radiofarmácia do IPEN ao lado da Anvisa. O órgão, que afirma que a medida teve como objetivogarantir o controle sanitário dos produtos, explica que em agosto de 2016 fez uma inspeção conjunta no local e identificou "diversas não conformidades no cumprimento da legislação". Para que a situação fosse regularizada, o instituto firmou um Termo de Compromisso de Adequação (TAC), dividido em duas etapas. O objetivo era a readequação do quadro de funcionários e de procedimentos da legislação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, uma norma de 2009.
Segundo a Covisa, a primeira etapa terminou em 31 de março de 2017, sem o cumprimento integral. A segunda, que deve ser concluída em 31 de agosto deste ano, também não vem sendo totalmente atendida, afirmou o órgão em nota. De acordo com a Covisa, em 2017 e 2018 foram realizadas diversas inspeções para verificar as adequações acordadas, "porém restam itens importantes a serem cumpridos." "Cabe destacar que antes da interdição todas as orientações técnicas foram fornecidas ao IPEN, sem contudo ter sido alcançada a totalidade da regularização das não conformidades, observando-se, inclusive, um agravamento da situação atual, o que culminou na interdição. A Covisa segue acompanhando o andamento das adequações necessárias para viabilizar a desinterdição o mais brevemente possível", destacou o texto.
Calvo,superintendente do IPEN, diz que o órgão tem feito esforços de modernização e contratação de novos funcionários, mas precisa de mais tempo para se readequar às normas da Anvisa. "O IPEN vem trabalhando para resolver isso o mais rapidamente possível. Mas é um trabalho que demanda tempo, não é algo imediato. OMinistério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõesinvestiu 17,6 milhões de reais e vai investir mais 50 milhões nas linhas de produção. Também conseguimos mais 13,6 milhões da Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo]", diz ele, que ressalta que foram feitas parcerias para a chegada de novos funcionários e há um processo de contratação de funcionários terceirizados, que trará mais 16 pessoas para o time (três já estão trabalhando). "O que temos pedido nas reuniões com os órgãos é que o TAC seja renegociado."
O superintendente ressalta que nunca houve qualquer problema com qualquer radiofármaco produzido pelo IPEN. "Eles entendem que a falta de pessoas pode levar a uma possível falha, mas se isso tiver que ter alguma consequência vai ser na redução de produtos produzidos, não na qualidade dos produtos". Segundo ele, seriam necessários para completar este quadro de funcionários mais 40 servidores, ou seja um acréscimo de 50% no número de funcionários atual (80).
"O IPEN tem profissionais sensacionais e a qualidade de seus radiofármacos é brilhante. Mas falta repor gente que se aposentou ao longo dos anos, não houve concursos públicos", destaca Juliano Cerci, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear. A instituição avalia que se o impasse continuar, até dois milhões de exames imprescindíveis para o tratamento oncológico podem ser prejudicados—volume do que é feito em um ano. "A Anvisa jamais poderia ter tomado uma atitude dessas e deixar os pacientes sem estes exames", afirma Cerci.
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- 09/06/2018 - Independência Nuclear em Fármacos: Tecnologia Made in BrazilFonte: Tecnologia e Defesa
Por Roberto Caiafa
Na manhã desta sexta-feira (8/6), a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha do Brasil promoveu cerimônia no Centro Industrial Nuclear de Aramar, em Iperó (SP), para o lançamento da pedra fundamental do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), com descerramento de placa, e início dos testes de integração dos turbogeradores ao reator no prédio do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene).
Compareceram à solenidade o presidente da República, Michel Temer; o ministro da Saúde, Gilberto Occhi; o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab; o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna; o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sérgio Etchegoyen; o Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Fereira; o diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior; a chefe de Gabinete da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Cassia Helena Pereira Lima (representando o presidente da Cnen, Paulo Roberto Pertusi); o superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN),Wilson Aparecido Parejo Calvo; o embaixador da Ucrânia no Brasil, Rostyslav Tronenko; o prefeito de Iperó, Vanderlei Polizeli, o presidente da Ezute, Eduardo Marson; Takashi Muta, presidente do Conselho de Administração; e Carlos Eduardo Barbosa Junior; gerente para o Mercado de Defesa e Espacial. A Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) esteve presente na cerimônia por meio de sua presidente, Olga Simbalista, e do seu vice-presidente Luciano Pagano.
Independência Nuclear em Fármacos
ORMB vai produzir radioisótopos para a fabricação de medicamentos usados no tratamento de doenças nas áreas de cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia. "Hoje, somos obrigados a importar fármacos para combater várias doenças, principalmente o câncer. O tratamento fica mais complicado e, naturalmente, mais caro, porque o país depende de fornecedores estrangeiros”, disse o presidenteMichel Temerem seu discurso.
Com o reator, segundo o presidente, o Sistema Único de Saúde (SUS) aumentará os atendimentos de câncer, além de reduzir custos no tratamento.
Os medicamentos terão preço de custo. A tecnologia permitirá ainda a produção de fontes radioativas para a indústria, agricultura e meio ambiente. A previsão é que o reator comece a funcionar em 2024.
Serão investidos R$ 750 milhõesno projeto do reator multipropósito que possibilitará a fabricação de radiofármacos a preço de custo para o SUS.
O Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, explicou que a pasta vai investir esse valor até 2022. Neste ano serão liberados R$ 30 milhões.
Occhi destacou que ao baratear custos com o reator será possível oferecer mais serviços de saúde para a população. "Na prática, significa para a população que vamos realizar diagnóstico mais preciso de doenças como infarto do miocárdio, infecções agudas, demências e embolia pulmonar. Teremos uma das formas mais eficientes de detectar o câncer. Significa ampliação dos serviços de diagnóstico por imagens que permitem visualizar o funcionamento de órgãos e tecidos”, explicou Occhi.
O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, que também participou do evento, informou que o reator faz parte do programa nuclear da Marinha, voltado apenas para fins pacíficos. "Vale lembrar que o Brasil é um dos países mais atuantes na causa da não proliferação de armas nucleares”, disse. "O reator terá, além do reator nuclear de pesquisa, toda uma infraestrutura de laboratórios, capazes de realizar testes de verificação dos efeitos da radiação”, completou o ministro.
A tecnologia tornará o Brasil referência em medicina nuclear, pois será autossuficiente na produção de radioisótopos. Como o número de reatores desse porte é pequeno em todo o mundo, o Brasil poderá, inclusive, tornar-se exportador do radioativo.
Submarinos navegam ocultos no fundo do mar e representam grande vantagem num eventual conflito militar.
Uma nação equipada com uma frota de submarinos possui uma capacidade de dissuasão capaz de demover qualquer potencial ação hostil.
Há mais de trinta anos, a Marinha do Brasil estabeleceu como objetivo estratégico manter e operar submarinos com propulsão nuclear.
Por sua capacidade de ocultação, os submarinos são considerados os mais capazes meios de dissuasão naval. Os de propulsão nuclear excedem esses parâmetros por larga margem, conferindo grande poder a quem o possui.
O submarino de propulsão nuclear obtém energia pela quebra de núcleos atômicos, dispensando o oxigênio necessário para a queima do óleo diesel dos submersíveis convencionais.
Desse modo, o tipo nuclear tem maior autonomia e navegação porque não é forçado a comprometer sua posição emergindo para realizar um reabastecimento de oxigênio. Além disso, a propulsão nuclear imprime velocidade significativamente maior.
A tecnologia de produção do combustível e do sistema de propulsão nuclear está sendo desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinhado Brasil (CTMSP) em São Paulo.
O CTMSP atua em diversas áreas tecnológicas, tais como o desenvolvimento de sistemas térmicos, químicos e eletromecânicos, de processos químicos e projetos, fabricação e testes de componentes. Conta, para isto, com o suporte de diversas instalações laboratoriais e oficinas na cidade de São Paulo e em Iperó, região de Sorocaba, interior paulista.
Dentro da sede, localizada na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo, trabalham servidores militares e civis que exercem atividades técnicas de engenharia, pesquisa e desenvolvimento, gerenciamento de projetos e atividades administrativas.
No CEA, estão as principais oficinas, usinas, laboratórios e protótipos desenvolvidos pelo CTMSP. Entre eles, destacam-se o Laboratório Radioecológico (LARE), responsável pelo controle dos efluentes liberados para o meio externo do CEA e pela monitoração de amostras ambientais ao redor do Centro, e oLaboratório de Geração de Energia Núcleo-Elétrica (LABGENE), que será uma instalação experimental em terra de uma planta de propulsão nuclear.
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https://www.youtube.com/embed/uJ1PH5DK6T8 - 08/06/2018 - Reator Multipropósito Brasileiro vai garantir autossuficiência na produção de radiofármacos (TV NBR)A TV Nacional do Brasil (NBR) transmitiu ao vivo, em 8 de junho de 2018, direto de Iperó, SP, a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), empreendimento do qual pesquisadores, técnicos e demais servidores do IPEN participam com destacada importância.
A TV Nacional do Brasil (NBR) transmitiu ao vivo, em 8 de junho de 2018, direto de Iperó, SP, a cerimônia de lançamento da pedra fundamental do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), empreendimento do qual pesquisadores, técnicos e demais servidores do IPEN participam com destacada importância.