Ipen na Mídia
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- 25/06/2014 - 19º Prêmio Claudia 2014 - Ciências - Revista ClaudiaBom humor é um dos principais atributos de Luciana Vanni Gatti. “Decidi estudar química porque me apaixonei pelo Ciclo de Krebs”, diz, às risadas, referindo-se a um processo de queima da gordura corporal, alvo de preocupação de dez em cada dez mulheres.
Bom humor é um dos principais atributos de Luciana Vanni Gatti. “Decidi estudar química porque me apaixonei pelo Ciclo de Krebs”, diz, às risadas, referindo-se a um processo de queima da gordura corporal, alvo de preocupação de dez em cada dez mulheres.
Fonte: Site Prêmio Claudia
Brincadeiras à parte, a queima que hoje mais interessa a essa paulista de Birigui, interior do estado, é a da Floresta Amazônica.
Subordinada ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, uma autarquia do governo de São Paulo, Luciana ganhou notoriedade internacional em fevereiro deste ano, quando um estudo coordenado por ela, em parceria com dois experts estrangeiros, foi tema de capa da prestigiada revista científicaNature. "Os resultados que apresentamos surpreenderam todo mundo”, diz.
"Havia um consenso de que, a cada ano, a Amazônia absorvia cerca de 500 milhões de toneladas de carbono, o principal gás do efeito estufa. Constatamos que, por causa da seca, ela captou apenas 30 milhões em 2010. E, em 2011, ano mais úmido, 250 milhões.” Ocorre que, quando há mais água disponível, as plantas fazem mais fotossíntese e a mortalidade da vegetação não aumenta.
O trabalho de Luciana repercutiu porque é o mais abrangente cálculo de balanço de carbono já realizado no Brasil. Além de revelar taxas de absorção menores do que era esperado, ela descobriu que, devido às queimadas, a floresta lançou 510 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera em 2010 e, em 2011, 300 milhões.
Ou seja: a contabilidade nos dois anos, infelizmente, foi negativa. Chegar a esses números foi uma tarefa árdua e complexa. Com os pesquisadores Emanuel Gloor, da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e John Miller, da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, a cientista fez um minucioso planejamento de voos a partir de quatro pontos da Amazônia: Santarém (PA), Alta Floresta (MT), Rio Branco (AC) e Tabatinga (AM). Desde 2010, a cada duas semanas, pequenas aeronaves sobrevoam esses locais com um equipamento acoplado.
E, em espiral, coletam amostras de ar de acordo com os parâmetros e com as altitudes determinadas pelo grupo. Depois disso, o material é enviado para o laboratório. "É a primeira vez que informações sobre a Bacia Amazônica inteira são levantadas e com essa frequência”, garante Luciana. "Estudos anteriores extrapolavam dados locais e faziam uma média para a região.”
O problema, segundo a pesquisadora, é que a floresta não se comporta de maneira uniforme. Para piorar, fenômenos climáticos esporádicos, como El Niño e La Niña, que afetam a temperatura do oceano e têm impacto na vegetação, pesam em análises pontuais e podem gerar visões distorcidas. É por isso que estudos de longo prazo são fundamentais.
O grupo de Luciana, que já tem dados dos últimos quatro anos apurados, pretende estender as coletas até completar ao menos uma década. "A qualidade técnico-científica desse trabalho é fantástica”, ressalta Jean Ometto, engenheiro do Centro de Ciências do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). "Ele não é algo trivial, representa um importante salto em termos de conhecimento sobre a Amazônia.”
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- 04/06/2014 - Sensores de flúor em transformadores podem prevenir acidentesSensor cerâmico auxiliaria na prevenção de corrosão do sistema elétrico de transformadores
Sensor cerâmico auxiliaria na prevenção de corrosão do sistema elétrico de transformadores
Fonte: Agência Universitária de Notícias
Por Maria Beatriz Gimbo Melero - maria.beatrizgm@gmail.com
Edição Ano: 47 - Número: 19 - Publicada em: 04/06/2014
Materiais cerâmicos possuem grande importância na composição de alguns tipos de sensores. Um tipo de sensor que de extrema importância é o de sensor de flúor, diz Reginaldo Muccillo. O sensor de flúor funcionaria como uma medida preventiva contra a corrosão do fios presentes no sistema elétrico dos transformadores de energia.
Segundo Muccillo, se houver umidade dentro dos transformadores ocorre a produção de ácido fluorídrico (HF), que provoca tal corrosão. Por esse motivo, um sensor foi criado pelo Ipen e embora as pesquisas estejam encerradas, o sensor não se encontra no mercado.
Outros sensores
Professor do Ipen, Muccillo é responsável por inúmeras pesquisas relacionados a materiais cerâmicos que tenham importância tecnológica. Além do sensor de flúor, ele diz que os materiais cerâmicos também podem servir na composição de outros sensores, como os presentes em canos de escapamento de carros e os sensores da indústria siderúrgica.
Os sensores de escapamento, também chamados de lambda, analisam a quantidade de oxigênio nos gases que saem da câmara de exaustão é analisado. Assim, um sinal é mandado para a injeção de combustível, para que haja uma economia na quantidade de combustível injetado e evitar resíduos, como o dióxido de carbono (CO2) e o monóxido de carbono (CO). Seu principal componente é o óxido de zircônio - que tem a propriedade de quebrar a molécula de O2. Dessa maneira,os íons se difundem no material e fornecem um sinal, sendo que o teor do mesmo é proporcional à quantidade de resíduo que sai pelo cano do escapamento. Muccillo conta que dezenas de milhares de carros usam esse sensor, que vem ou da Alemanha ou do Japão. "Aqui, desenvolvemos o material cerâmico que pode ser utilizado nesse sensor”, diz.
O óxido de zircônio também é utilizado em sensores presentes nas usinas siderúrgicas. Este sensor é imerso no aço líquido e detecta qual o teor de oxigênio presente no aço, que deve ser a menor possível para uma liga de alta qualidade. O sensor entra em ação e detecta o oxigênio de maneira bem mais rápida do que antigamente. "As siderúrgicas, antigamente, pegavam tubos de quartzo e jogavam no aço, traziam-no para fora, ele solidificava e levavam-no até um laboratório químico. Mediam o teor de oxigênio e depois voltava [para a siderúrgica] para saber o que fazer com o aço. Isso levava 15 minutos. Agora, com dez segundos você faz isso com esse sensor. Você joga o sensor e instantaneamente ele mede quanto de oxigênio tem lá”.
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- 03/06/2014 - Pesquisa na INB Caldas busca solução para tratamento de solo e águaA primeira mina de urânio do Brasil, localizada em Caldas (MG) e desativada desde 1995, será campo de pesquisa e testes para tratamento de passivos ambientais resultantes de atividades de mineração.
A primeira mina de urânio do Brasil, localizada em Caldas (MG) e desativada desde 1995, será campo de pesquisa e testes para tratamento de passivos ambientais resultantes de atividades de mineração.
Fonte: Portal do MCTI
A primeira mina de urânio do Brasil, localizada em Caldas (MG) e desativada desde 1995, será campo de pesquisa e testes para tratamento de passivos ambientais resultantes de atividades de mineração. A unidade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) recebeu, na terça-feira (27), o primeiro dos seis contêineres com a planta piloto que vai testar uma tecnologia que pretende descontaminar solo e água por meio do uso de gás ozônio.
O projeto, que é desenvolvido pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e pel a empresa Brasil Ozônio, tem investimento aprovado de R$ 9,8 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Os estudos buscam comprovar ensaios já realizados em laboratório, testando-os em uma escala maior, e analisar os custos para aplicação da tecnologia. A ideia é que usando o gás ozônio em água ácida seria possível tirar metais pesados como o manganês e o ferro. E ao aplicá-lo nas pilhas de resíduos do solo minerado, micro-organismos que produzem água ácida seriam eliminados.
Além de disponibilizar o terreno, os laboratórios da INB Caldas farão o controle analítico. O projeto conta ainda com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen/MCTI).
Histórico
A produção brasileira de urânio começou em 1982, em Caldas, sul de Minas Gerais, onde uma reserva foi explorada durante 13 anos, abastecendo a usina de Angra 1. Na unidade, que está em fase de descomissionamento, funciona um laboratório ambiental de análises químicas e radiológicas e um laboratório de desenvolvimento de processo industrial.
Também na INB Caldas já foi montada a usina piloto que testou o processo industrial que será implantado na futura unidade de Santa Quitéria (CE) para separar o fosfato e o urânio presentes no minério daquela região.
Fonte: INB
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- 02/06/2014 - Fiocruz, Embrapa e Inpe lideram pesquisa no país, diz novo rankingA Fiocruz é o melhor instituto de pesquisa do Brasil em termos de qualidade de produção científica, e o A.C.Camargo Cancer Center é o melhor hospital.
A Fiocruz é o melhor instituto de pesquisa do Brasil em termos de qualidade de produção científica, e o A.C.Camargo Cancer Center é o melhor hospital.
Fonte: Folha de S. Paulo
SABINE RIGHETTI
FERNANDO TADEU MORAES
DE SÃO PAULO
As informações são da Universidade de Leiden (Holanda). Pela primeira vez, cientistas da instituição usaram uma metodologia similar a de seus rankings universitários para um levantamento de produção científica. As instituições brasileiras foram as primeiras contempladas.
Entre as universidades, a USP é a primeira colocada.
O principal indicador dos holandeses é o impacto da pesquisa acadêmica produzida em cada instituição, ou seja, o quanto essa pesquisa é citada por trabalhos de outros cientistas.
Ganha mais pontos a instituição que tiver mais produção científica com mais impacto (entre os trabalhos 10% mais citados).
Outros critérios, como quantidade de trabalhos em colaboração internacional, também entram na conta.
A metodologia de Leiden, como ficou conhecida, já vinha sendo aplicada desde 2011 para classificar universidades internacionalmente.
No último ranking internacional de universidades feito por eles, a USP está em 678º lugar no mundo. Os primeiros lugares são todos de escolas dos EUA.
"Agora resolvemos usar a metodologia do ranking internacional de universidades para aplicar em instituições de pesquisa", disse à Folha Everard Noyons, cientista e coordenador do trabalho.
Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, diz que a produção de conhecimento científico é o cerne da instituição, mas ressalta que o projeto da fundação é marcado por uma visão da pesquisa para resolver problemas práticos.
A proposta de ranquear a produção científica especificamente do Brasil, diz Noyons, veio da organização do EBBC (Encontro Brasileiro de Bibliometria e Cienciometria –área que estuda dados de produção científica).
Acabou virando uma espécie de "exercício acadêmico" e os resultados foram apresentados no congresso da EBBC, que ocorreu há duas semanas na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
Os resultados estão disponíveis no site do trabalho (http://brr.cwts.nl/ranking), em inglês, onde é possível classificar, por exemplo, universidades brasileiras, institutos de pesquisa e hospitais.
A ideia do grupo, diz o especialista, é, a partir desse exercício no Brasil, trabalhar para incluir institutos de pesquisa no próximo ranking internacional do Leiden.
Mas os rankings são medidores confiáveis da qualidade das instituições?
"Nós não somos a favor de rankings. Mas eles existem e nós não podemos ficar de fora criticando", diz Noyons.
Gilberto Câmara, ex-diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) diz que os institutos não podem ser julgados apenas pela sua produção científica.
"Não podemos reduzir instituições como a Embrapa e o Inpe à produção de artigos".
Segundo ele, muitos projetos do Inpe, como os ligados ao monitoramento da Amazônia, dificilmente geram artigos, mas são fundamentais para a instituição.
Instituições campeãs investem na meritocracia entre cientistas
DE SÃO PAULO
No Impa (Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada), nas franjas da floresta da Tijuca, no Rio, a valorização do mérito é o principal fator para o sucesso da instituição, diz o seu diretor, César Camacho.
Pequeno --tem pouco mais de 50 pesquisadores-- e extremamente seletivo, o Impa é, proporcionalmente, o instituto de pesquisa com mais publicações de impacto no país. Quase 13% dos artigos do instituto entre 2003 e 2012 são de alto impacto.
"Procuramos permanentemente pesquisadores muito qualificados dentro de uma política de mérito e da busca pelo melhor que existe no mundo", diz Camacho.
Em 2013, um dos seus pesquisadores, Fernando Codá, junto com colega português, conseguiu provar a conjectura de Willmore, um dos problemas mais importantes em aberto da geometria diferencial, que estabelece qual seria a melhor forma geométrica para uma rosca (ou toro, na linguagem matemática). A conjectura tem aplicações em questões da relatividade geral e da biologia celular.
Na Fiocruz, a primeira colocada em números absolutos, o destaque são os mecanismos internos de fomento à pesquisa, fundos com recursos da própria Fiocruz disputados pelos pesquisadores.
"São estimuladores da excelência e de uma competição saudável entre os pesquisadores", explica Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, que destaca a "relação simbiótica" entre ensino e pesquisa como um dos pontos fortes da instituição.
Na fundação são executados atualmente mais de mil projetos, relacionados sobretudo ao controle de doenças como a Aids e a doença de Chagas, além de outros temas ligados à saúde coletiva.
A Fiocruz participou recentemente de estudo sobre combinação de antirretrovirais ministrados a recém-nascidos para evitar a transmissão do HIV da mãe para o filho. O resultado da pesquisa alterou o padrão de tratamento da doença em todo o mundo e foi incorporada aos manuais da Organização Mundial da Saúde.
(FTM)
No Brasil, universidades concentram pesquisa na área de saúde
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
A maior parte da pesquisa científica na área da saúde no Brasil não está em hospitais, mas em universidades e em institutos de pesquisa.
De acordo com a avaliação feita pelos cientistas da Universidade de Leiden (Holanda) a produção científica brasileira, USP, UFMG e Unicamp lideram as pesquisas na área médica no país.
O primeiro hospital a aparecer na lista brasileira é o A.C. Camargo, em 15º lugar dentre todas as instituições que fazem pesquisa na área médica. Na frente dele há 13 universidades e a Fiocruz.
"No Brasil os hospitais realmente não têm tradição de fazer pesquisa porque é um custo a mais", avalia Vilma Regina Martins, cientista e diretora de Pesquisa do A.C.Camargo Cancer Center.
No A.C.Camargo há 150 pesquisadores envolvidos nas atividades de pesquisa, que consumiram R$ 23,5 milhões em 2013.
A maior parte do dinheiro, diz Martins, vem de agências de financiamento à ciência nacionais e internacionais. Cabe ao hospital pagar o salário dos pesquisadores e de outros profissionais, como técnicos de laboratório.
"Boa parte dos médicos também está envolvida de alguma maneira com as atividades de pesquisa", diz.
No ano passado, os cientistas do hospital publicaram 203 artigos acadêmicos em revistas científicas.
Hoje, o A.C. Camargo tem um banco com cerca de 50 mil amostras de tumores, com dados dos pacientes e do tratamento realizado.
No ranking de hospitais com produção científica há quatro hospitais atrás do A.C.Camargo: três deles ficam em São Paulo e um no Rio (veja a lista no infográfico).
Segundo o ranking, nenhuma outra região do país tem hospitais fazendo pesquisa científica de impacto.
O segundo colocado, o Inca (Instituto Nacional de Câncer), também tem foco no estudos dos tumores.
Nos demais, as linhas de pesquisa são mais variadas. No hospital Albert Einstein, uma das pupilas é a área de neurologia e pesquisa do cérebro.
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- 29/05/2014 - Água da região da Billings apresenta alta concentração de alumínioSem rede de coleta e tratamento de água, moradores recorrem à água subterrânea
Sem rede de coleta e tratamento de água, moradores recorrem à água subterrânea
Fonte: Agência Universitária de Notícias
A falta de saneamento básico leva moradores da ilha do Bororé, situada às margens da represa Billings, a consumir água com elevados níveis de alumínio, considerado um metal tóxico. Sem abastecimento de água tratada, a comunidade pesqueira que vive na região utiliza a água proveniente de poços instalados nas residências, sem que haja qualquer tipo de tratamento prévio ao consumo.
O excesso de alumínio na água consumida pelos moradores da região foi uma das análises feita por Renata Bazante Yamaguishi, em conjunto com pesquisadores do Ipen. Através do uso inovador de irradiação ionizante durante a pré-análise de amostras de água, Renata mostrou que as taxas de alumínio são muito maiores do que se pensava, uma vez que a radiação quebra as moléculas orgânicas e permitem a mineralização do alumínio, permitindo a real noção da quantidade do metal tóxico presente na água. O novo método de análise garantiu a Renata o título de doutora.
Se acumulado em excesso no organismo, o alumínio pode causar doenças crônicas, como o mal de Alzheimer. O limite estabelecido pelo Ministério da Saúde é de 0,2 mg/l de alumínio em água potável, como manda a portaria 2.914/11 (antiga 518). De dez poços analisados, apenas um manteve a concentração de alumínio abaixo do limite estabelecido pelo Ministério da Saúde. Também foram encontrados ferro e manganês em altas concentrações.
Ilha do Bororé
Mesmo não sendo uma ilha - porção de terra cercada por água - a comunidade que vive na Ilha do Bororé possui contato direto com as águas da represa Billings, pois retiram de lá os peixes para seu sustento.
Sem captação das água da Billings para o abastecimento local, os moradores constroem poços para obter água para o consumo. Esses poços podem ser tanto do tipo raso, alimentado pela retenção de água da chuvas em bolha no subsolo - a região possui solo é argiloso - como pelo tipo profundo, que alcança o lençol freático.
As águas dos poços encontram-se em grande parte contaminados por bactérias termotolerantes, sendo encontrados coliformes totais, principalmente a do tipo E. coli - existente em todos os animais de sangue quente - já que não há tratamento de esgoto e os dejetos são direcionados a fossas construídas próximas aos poços. A falta de espaço e desconhecimento dos riscos à saúde são os motivos de muitos moradores não seguirem a distância mínima de 30 metros recomendável entre uma fossa e um poço, além de não haver vedação na maioria das fossas.
Tentando melhorar a condição da água, muitos moradores colocam pedras de cloro (hipoclorito de cálcio) nas caixas d’água abastecidas pelos poços. Entretanto, segundo Renata, essa não é a melhor solução, pois o cloro pode gerar o triclometano, uma substância cancerígena, se combinado com o ácido húmico - presente nos sedimentos carregados até a caixa d’água. -
- 21/05/2014 - IPEN fornece diariamente o radiofármaco fluordeoxiglicose para hospitais e clínicas - site Folha PaulistanaDesde 1997, o Ipen, por meio dos aceleradores de partículas ciclotron Cyclone-30 e Cyclone-18, tem fornecido diariamente o radiofármaco 18F-FDG (fluordeoxiglicose) para hospitais e clínicas.
Desde 1997, o Ipen, por meio dos aceleradores de partículas ciclotron Cyclone-30 e Cyclone-18, tem fornecido diariamente o radiofármaco 18F-FDG (fluordeoxiglicose) para hospitais e clínicas.
Fonte:Site Folha Paulistana
No caso, o radioisótopo 18F (Flúor-18), produzido com o ciclotron, é incorporado ao radiofármaco, utilizando-se um equipamento de síntese de FDG, para a obtenção do 18F-FDG.
O fluordeoxiglicose é empregado na Tomografia por Emissão de Pósitron – PET para a realização de diagnósticos médicos, proporcionando um mapeamento eficaz em diversos órgãos, identificando inúmeras enfermidades, assim, desempenhando um papel fundamental na viabilização de diagnósticos.
Dessa forma, no Ipen, normalmente são realizadas de duas a três produções diárias de 18F-FDG, a primeira com início às 03:00h para que o material possa ser utilizado pelos pacientes ainda no período da manhã. Cada produção atende vários hospitais e clínicas no Brasil, conforme a demanda e horário, onde as doses distribuídas são aplicadas em vários pacientes. A dose é a atividade do radiofármaco a ser administrada em um paciente. Devido a sua meia-vida curta (110 minutos), o 18F-FDG deve ser produzido próximo de hospitais e clínicas. Porém, o Ipen, além de fornecer para hospitais e clínicas de São Paulo e Grande São Paulo, também distribui o 18F-FDG para locais distantes, como Campinas, Santos, Ribeirão Preto, Jaú, e outros Estados, como Rio de Janeiro, Espirito Santo, Minas Gerais, etc. Nesses casos, se faz necessário produzir atividades significativamente maiores para compensar esse decaimento radioativo e, assim, possa atender seus clientes que estão mais distantes.
Por várias vezes, além dessa rotina de produção, o Ipen tem atendido demandas de 18F-FDG em caráter de urgência, como"backup”de outros centros produtores de radiofármacos e, nesses casos, visando suprir a alta demanda naquele dia e horário e sem comprometer o fornecimento de 18F-FDG rotineiro, as produções são realizadas com o ciclotron Cyclone-18 operando com duplo feixe. Assim, pelo fato do ciclotron Cyclone-18 (também o Cyclone-30) acelerar íons negativos, dois feixes da mesma partícula podem ser extraídos simultaneamente, irradiando dois alvos. Logo em seguida, os materiais irradiados nos respectivos alvos são enviados para equipamentos de síntese de FDG para serem processados separadamente, produzindo uma atividade maior. Nesse contexto, nos dias 24 e 25/04 o Ipen atendeu integralmente os pedidos de 18F-FDG de 34 clínicas, totalizando 152 doses distribuídas.
Cabe comentar que, além do radiofármaco 18F-FDG, o Ipen também produz o 18F-NaF (fluoreto de sódio), atualmente com demanda crescente. Também existe o interesse do Ipen na produção e distribuição de outros compostos marcados com o radioisótopo 18F (Flúor-18).
Diante disso, sem comentar o alcance social proporcionado pela disponibilidade desses produtos, é notório o comprometimento do IPEN com a sociedade brasileira, visando suprir suas necessidades, adequando-se a realidade e buscando a melhoria da qualidade de vida das pessoas, cumprindo sua importante função institucional.
Do portal do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen)
Edição final: Athos Moraes/Folha Paulistana
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- 01/05/2014 - Condições de seca na Amazônia reduzem a capacidade da floresta de absorver CO2A professora Luciana Vanni Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), apresenta no dia 8 de maio, às 16 horas, o colóquio “Condições de seca na Amazônia reduzem a capacidade da floresta de absorver CO2”, no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP).
A professora Luciana Vanni Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), apresenta no dia 8 de maio, às 16 horas, o colóquio “Condições de seca na Amazônia reduzem a capacidade da floresta de absorver CO2”, no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IFUSP).
Fonte: Site Planeta Universitário
Gatti falará sobre o impacto da disponibilidade de água no balanço de carbono da Bacia Amazônica. Serão apresentados estudos que indicam a diminuição da capacidade de absorção de carbono na Amazônia e que a precipitação pode interferir mais fortemente que a temperatura nesse equilíbrio.
O evento é gratuito e será realizado no Auditório Abrahão de Moraes da IFUSP, localizado na Rua do Matão, travessa R, 187, na Cidade Universitária, em São Paulo. O evento também será transmitido pelo canal on-line, no site http://iptv.usp.br/portal/transmission.action?idItem=21618.
Mais informações:http://web.if.usp.br/ifusp/node/941.
Agência FAPESP -
- 15/04/2014 - Refrigeração de novo reator usará água do rio SorocabaA água do rio Sorocaba será usada para dissipar o calor na torre de refrigeração do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó.
A água do rio Sorocaba será usada para dissipar o calor na torre de refrigeração do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), em Iperó.
Fonte:Jornal Cruzeiro do Sul
Giuliano Bonamim
giuliano.bonamim@jcruzeiro.com.br
O projeto prevê a retirada de 30 litros de água por segundo e a devolução à natureza de 20,3% do material captado _ sem danos ao meio ambiente.
O coordenador técnico do RMB, José Augusto Perrotta, explica que a captação máxima no rio Sorocaba será de 108 metros cúbicos de água por hora. "Ou seja, o equivalente a um balde por segundo", exemplifica. "Comparada à vazão do rio, é uma quantidade extremamente pequena", comenta.
O empreendimento fará o uso da água e retornará 22 metros cúbicos por hora ao rio Sorocaba, após um tratamento interno. O material não devolvido à natureza permanecerá no local para ser reciclado ou será evaporado. "Esse sistema de refrigeração é igual ao encontrado em shopping centers, que resfria a água que está mais quente e evapora parte dela", conta Perrotta.
Duas tubulações, cada uma com aproximadamente 2,5 quilômetros de extensão, serão construídas para levar a água até o empreendimento e devolvê-la ao manancial. O processo será feito com a ajuda de um sistema de bomba de sucção.
Perrotta explica que a água captada do rio Sorocaba será usada exclusivamente na torre de refrigeração do RMB. "Esse material não terá nenhum contato com a parte nuclear. A água do reator é fixa, constante, não tem contato com o meio exterior", diz.
Segundo Perrotta, a água para o consumo humano será retirada do subsolo. A quantidade será de 6,5 metros cúbicos por hora. A medida será tomada pois não existe naquela região um sistema de distribuição feita pela concessionária.
O parecer para a utilização da água do rio Sorocaba no RMB foi apresentado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), sexta-feira, em Ibiúna. O texto foi aprovado pelos membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT).
De acordo com o Comitê, "as ações e mecanismos previstos pelo empreendedor não deverão impactar diretamente nos recurso hídricos em relação à quantidade de água retirada e à qualidade devolvida ao manancial do rio Sorocaba". O texto será publicado em breve no site da entidade. Integrantes do CBH-SMT não foram encontrados para comentar o assunto.
Perrotta comenta que o projeto do RMB está na fase de obtenção das licenças de autorização para o uso do local. "Estamos aguardando essas respostas, terminando o projeto básico de engenharia e temos que começar o projeto de detalhamento, como instalação, componentes e sistemas", relata.
Maior do país
O RMB de Iperó será o maior do país voltado à pesquisa. A informação consta no Relatório de Impacto Ambiental, elaborado e apresentado em setembro do ano passado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen).
O equipamento será usado no ramo da medicina nuclear, para o diagnóstico e tratamento de cânceres, e nas pesquisas voltadas à agricultura, energia, ciência dos materiais e ao meio ambiente. O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) espera que o projeto entre em funcionamento no fim de 2018.
O projeto prevê a construção do RMB em um terreno localizado no quilômetro 10 da rodovia municipal Bacaetava - Sorocaba, em Iperó. A área tem o tamanho de aproximadamente 2 milhões de metros quadrados e fica ao lado do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
A escolha do terreno foi estratégica. O relatório deixa claro que o RMB precisa estar fora de grandes centros populacionais e próximo aos laboratórios de fabricação de radiofármicos _ inseridos no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) _, de forma a otimizar o processo de produção.
A estrutura do RMB será composta de instalações nucleares, radiativas e de suporte que não contêm material nuclear ou radioativo. A concepção e o projeto seguem rígidas normas nacionais e internacionais de segurança das áreas nuclear e convencional para que seja o menor possível o risco de ocorrência de um evento anormal ou acidente envolvendo a operação.
O reator de pesquisa terá 30 MW de potência e será construído em uma área adjacente ao Centro Experimental Aramar (CEA), da Marinha do Brasil, onde é desenvolvido o protótipo do submarino nuclear brasileiro. Nas proximidades encontra-se a Floresta Nacional de Ipanema (Flora), uma unidade de conservação administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no bioma Mata Atlântica.
Notícia publicada na edição de 15/04/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 007 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
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- 04/04/2014 - Pequenos notáveis, nanomateriais luminescentes têm aplicação ampliada - USP OnlineUma das aplicações cotidianas mais conhecidas dos materiais com luminescência está na sinalização de rodovias e acessos de segurança.
Uma das aplicações cotidianas mais conhecidas dos materiais com luminescência está na sinalização de rodovias e acessos de segurança.
Fonte:USP Online
Aline Naoe
As propriedades de conversão de alguns tipos de energia em luz também são bastante utilizadas em exames médicos, na produção de equipamentos eletrônicos, e na conservação de alimentos etc.
Em busca de novas formas de aproveitar o fenômeno, pesquisadores do Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia estudam o desenvolvimento de materiais luminescentes em escala nanométrica, ou seja, na ordem de milionésimos de milímetros. O Laboratório pertence ao Centro de Química e Meio Ambiente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), autarquia estadual associada à USP, e trabalha em parceria com o Laboratório de Elementos do bloco-f do Instituto de Química (IQ) da USP.
Segundo o químicoEverton Bonturim, os nanomateriais luminescentes apresentam propriedades muito específicas e pouco comuns nos materiais de maior proporção, trazendo, por isso, novas possibilidades. Atualmente, ele estuda o tema no seu doutorado em Tecnologia Nuclear, linha de pesquisa oferecida pelo Ipen sob orientação da professora Maria Cláudia F.C. Felinto.
Materiais com luminescência persistente emitem luz por um tempo mesmo depois cessada a excitação por luz
Os novos materiais desenvolvidos no trabalho de Bonturim apresentam a chamada luminescência persistente. "Trata-se de um fenômeno no qual um material emite luz por um período de tempo que pode variar de minutos a várias horas depois de cessada a excitação (por ultravioleta, luz do dia etc.)”, explica o pesquisador. Nesse tipo de luminescência, a energia é liberada quando há ganho de energia térmica.
Marcadores luminescentes
O que Bonturim vem procurando em seus estudos é desvendar novas propriedades dos sistemas luminescentes em escala nano. Esses sistemas, de uma maneira geral, são baseados em terras raras – nome dado a um grupo de elementos químicos com características que os tornam muito interessantes à indústria da tecnologia de ponta. São, ao todo, 17 elementos químicos que, ao integrar a composição de materiais aplicados na fabricação de lâmpadas, baterias e telas de celulares, são capazes de melhorar seu desempenho.
O Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia do Ipen trabalha com materiais à base de terras raras, principalmente com os íons de térbio (Tb), európio (Eu), e túlio (Tm), que quando submetidos à radiação ultravioleta, emitem luz visível nas cores verde, azul e vermelho, respectivamente. "Todos esses íons podem ser agregados a outros materiais (dopados), como polímeros e sílica, gerando materiais com propriedades ópticas diferentes dos materiais precursores”, conta o pesquisador.
Everton Bonturim
Os compostos de terras raras normalmente apresentam altos rendimentos quânticos, uma medida de eficiência que indica a proporção de fótons emitidos pelo íon terra rara por fótons absorvidos pela vizinhança química. São, assim, promissores como marcadores luminescentes, foco das pesquisas do Laboratório. O uso desses compostos como marcadores ópticos na área biológica, por exemplo, permite a identificação de substratos, dando apoio ao diagnóstico de doenças. "Essa entidade química capaz de emitir luz associa-se a uma entidade biológica, por exemplo, um anticorpo. O marcador biológico é capaz de reconhecer células e antígenos, e transmitir esse sinal na forma de luz para que sejam detectados”, explica.
Os marcadores ópticos são úteis também na área de segurança, já que podem ser utilizados como uma impressão digital, por exemplo, em cédulas, e documentos (passaportes, títulos etc.), servindo como identificador de autenticidade, detectados por meio da emissão de luz, sob radiação ultravioleta.
Os materiais luminescentes sintetizados no Laboratório utilizam métodos que geram partículas com tamanhos micrométricos. Para conhecê-los e buscar características que possam ser aplicadas, os estudos de Bonturim são voltados à compreensão das propriedades físicas, químicas e espectroscópicas das matrizes inorgânicas utilizadas. O químico compara os diferentes métodos de obtenção das amostras e avalia a melhora na eficiência da luminescência.
Segundo o doutorando, os grupos de pesquisa da área, em geral, já têm um bom embasamento teórico e experimental nos estudos de materiais luminescentes, mas os fenômenos que envolvem estes materiais quando a escala é nanométrica ainda precisam ser mais explorados. Outra linha ainda incipiente é o estudo de como modificar as estruturas dos materiais para torná-las mais eficientes na transferência de energia.
A linha de pesquisa do doutorando também faz parte de um projeto bilateral financiado pelo CNPq, coordenado pelo professor Hermi Brito, do IQ no Brasil, e pelo professor Jorma Hölsä, da Universidade de Turku, na Finlândia.
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- 10/03/2014 - Cietec abre processo seletivo para novos projetosO Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), localizado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no campus da Universidade de São Paulo (USP), está com inscrições abertas, até 17 de março, para o primeiro processo seletivo de 2014 em busca de novos projetos para incubação.
O Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), localizado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), no campus da Universidade de São Paulo (USP), está com inscrições abertas, até 17 de março, para o primeiro processo seletivo de 2014 em busca de novos projetos para incubação.
Fonte: Agência FAPESP
Empresas dos setores de tecnologia da informação, biotecnologia, eletroeletrônicos, medicina e saúde, meio ambiente e química, entre outros, podem participar da seleção. O resultado será divulgado no dia 30 de junho.
O programa oferece quatro modalidades de incubação de empresas: pré-incubação de empresas de base tecnológica; incubação residente de empresas de base tecnológica; incubação residente de empresas de tecnologia de informação e comunicação (TIC); incubação não residente de empresas de base tecnológica.
A seleção dos projetos será realizada em várias etapas e inclui um curso de capacitação para o desenvolvimento de um plano de negócios. O resultado final será publicado após a entrega da redação do documento e a avaliação será feita por consultores especializados.
Os interessados em obter mais informações sobre o processo seletivo e as modalidades de incubação podem participar das palestras mensais oferecidas pelo Cietec, que promove o empreendedorismo inovador, incentivando a criação, o fortalecimento e a consolidação de micro e pequenas empresas de base tecnológica. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail cietec@cietec.org.br.
O edital pode ser solicitado gratuitamente pelo sitehttp://www.cietec.org.br/processo-seletivo/etapas -
- 07/03/2014 - TRF3 reconhece direito de acumular gratificações a servidores do IPEN sujeitos a atividades insalubres e perigosas - site Âmbito JurídicoDecisão concedeu a antecipação dos efeitos da tutela em ação que busca o recebimento cumulativo de adicional ionizante e a gratificação de raio-X.
Decisão concedeu a antecipação dos efeitos da tutela em ação que busca o recebimento cumulativo de adicional ionizante e a gratificação de raio-X.
Fonte: Site Âmbito Jurídico
O desembargador federal José Lunardelli, da 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, deu provimento ao agravo de instrumento de servidores públicos federais em ação contra o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) que visa receber cumulativamente adicional ionizante e a gratificação de raio-X, em razão das atividades que atuam.
O recurso foi interposto contra a decisão do juiz de primeiro grau que havia indeferido a antecipação dos efeitos da tutela - o direito continuar a receber o benefício. De modo contrário, o desembargador entendeu que estão presentes os requisitos que autorizam a concessão dos benefícios, conforme o artigo 557, parágrafo 1-A, do Código de Processo Civil.
"Entendo ser inaplicável, na espécie, a vedação à cumulação imposta pelo artigo 68, parágrafo primeiro, da Lei 8.112/90, visto que a jurisprudência pátria tem entendido que a gratificação de raio-X possui natureza diversa dos adicionais de insalubridade e de periculosidade a que alude a norma do artigo 68, parágrafo primeiro, ao estabelecer a restrição”, relatou.
Segundo o magistrado, a gratificação de raio X é devida em razão da função exercida pelo servidor e destina-se aos funcionários que operem diretamente com aparelho de raio X. A gratificação por atividades com raio-x foi instituída pela Lei nº 1.234 de 14 de novembro de 1950. "Essa vantagem é devida aos servidores que operam diretamente com Raios X e substâncias radioativas, próximo às fontes de irradiação", afirmou na decisão.
Em contrapartida, o adicional de irradiação ionizante, regulamentado na Lei 8.270/1991 e no Decreto Federal 877/1993, é devido em virtude do local e das condições de trabalho. O adicional é dirigido aos servidores que trabalham habitualmente em local insalubre, no caso, em local onde haja proximidade com a radiação ionizante.
"Saliento ainda que, tratando-se de parcela remuneratória, paga mensalmente, há fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, posto que a supressão do adicional de irradiação ionizante acarreta decesso remuneratório dos agravantes”, enfatizou.
O desembargador finalizou sua decisão afirmando que o pedido dos servidores não constitui aumento de vencimento. O objetivo é impedir a dedução do adicional de radiação ionizante, sem prejuízo do recebimento da gratificação de raio-X.
No TRF3, o agravo de instrumento tem o número 0001672-33.2014.4.03.0000/SP. -
- 07/02/2014 - Amazônia pode liberar mais carbono do que consegue absorver, aponta estudo - Diário de PernambucoSegundo estudo, os extremos climáticos observados na região têm grande impacto sobre a capacidade de absorção de carbono do bioma
Segundo estudo, os extremos climáticos observados na região têm grande impacto sobre a capacidade de absorção de carbono do bioma
Fonte: Diário de Pernambuco
Em outro estudo publicado naNature, um grupo de cientistas liderado pela brasileira Luciana Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, revela que os extremos climáticos observados na Amazônia nos últimos anos têm um grande impacto sobre a capacidade de absorção de carbono do bioma. Caso persistam as variações climáticas radicais — fortes secas seguidas por períodos de muita chuva —, a floresta pode chegar ao ponto de liberar mais CO2 do que consegue absorver, alertam os especialistas.
Os pesquisadores centraram as análises em 2010 e 2011. No primeiro ano, uma estiagem intensa atingiu a Amazônia, que, no ano seguinte, registrou uma quantidade de chuvas maior do que o normal. Durante a época chuvosa, a liberação e o resgate de carbono empataram. A floresta absorveu uma quantidade maior do gás de efeito estufa do que a lançada, mas as queimadas acabaram influenciando para o resultado neutro. Em 2010, todavia, foi vista uma grande queima de biomassa, fazendo com que o CO2 lançado para a atmosfera fosse maior. Os resultados sugerem, portanto, que há risco de a floresta deixar de ser uma combatente do aquecimento global para se tornar uma colaboradora. -
- 06/02/2014 - Seca reduz capacidade da Amazônia de absorver CO2 - O GloboRIO - A absorção de gases-estufa, um dos maiores papéis desempenhados pela Amazônia, é mais influenciada pelas chuvas do que pela temperatura.
RIO - A absorção de gases-estufa, um dos maiores papéis desempenhados pela Amazônia, é mais influenciada pelas chuvas do que pela temperatura.
Renato Grandelle
Esta é a conclusão de um levantamento liderado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e por universidades americanas e inglesas. A crescente alteração no regime de precipitações pode fazer com que o bioma libere mais CO2 do que consegue absorver.
As instituições realizaram medições aéreas e terrestres de CO2, uma forma de registrar a presença do gás na Amazônia. O estudo, publicado na edição de hoje da revista "Nature”, foi conduzido em 2010, um ano extraordinariamente seco na floresta, e em 2011, quando o volume de chuvas foi muito acima da média dos últimos 30 anos.
Em 2010, mais de 60 mil queimadas foram registradas no bioma. A falta de chuvas inibiu a capacidade das plantas de realizar fotossíntese, um processo que absorve carbono. Durante este período de mortalidade das plantas, o bioma absorveu apenas 30 milhões de toneladas de CO2.
No ano seguinte, o volume de chuvas aumentou consideravelmente e recuperou a vegetação. Desta forma, a Amazônia absorveu cerca de 250 milhões de toneladas de CO2 — um índice muito superior ao de 2010. As queimadas, no entanto, provocaram a emissão de 300 milhões de toneladas do gás.
Pesquisadora do Ipen e principal autora do estudo, Luciana Gatti avalia que o impacto das condições climáticas sobre a Amazônia precisa ser estudado por mais tempo.
— Não sabemos se o comportamento normal da floresta seria mais próximo ao que vimos em 2010 ou ao observado em 2011 — reconhece. — Precisamos conferir como seria a absorção de CO2 em dois anos consecutivos com as mesmas características, ou seja, ambos muito secos ou muito úmidos. Para isso, vamos continuar a análise por mais dez anos.
Para Luciana, um ano chuvoso como 2011 seria o ideal para o bioma, por aumentar sua capacidade de atuar como sumidouro de gases-estufa.
Coautor do estudo, Emmanuel Gloor destaca que a Amazônia passa pelo mesmo processo de aquecimento registrado no resto do mundo.
— Há, também, um aumento de secas e de chuvas intensas — lembra Gloor, professor do Departamento de Geografia da Universidade de Leeds, no Reino Unido. — Não sabemos como a Amazônia mudará no futuro, mas pela primeira vez observamos como a absorção de carbono pode variar de um ano seco para outro chuvoso. Este é um indício das mudanças climáticas que poderemos esperar para aquela região.
Segundo um estudo publicado pela "Science” em 2011, a estiagem do ano anterior mostrou que 78% dos incêndios na floresta ocorreram em regiões com precipitação abaixo do normal. Antes, em 2005, uma megatempestade teria derrubado até 663 milhões de árvores na região, mais um indício da vulnerabilidade da Amazônia às mudanças climáticas, de acordo com um levantamento da "Geophysical University Letters”.
A nova pesquisa foi apoiada pela Fapesp e pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa) e contou também com a participação de cientistas das universidades de Oxford (Reino Unido) e do Colorado (EUA).
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- 06/02/2014 - Estudo sobre a Amazônia coloca Brasil na capa da ‘Nature’ - O Estado de São PauloO Brasil está na capa da Nature, uma das mais importantes revistas científicas do mundo (ou “A mais importante”, segundo alguns rankings).
O Brasil está na capa da Nature, uma das mais importantes revistas científicas do mundo (ou “A mais importante”, segundo alguns rankings).
Fonte:O Estado de S. Paulo
Herton Escobar
A edição desta semana, publicada hoje, traz como principal destaque um estudo sobre os efeitos da seca no balanço de carbono da Amazônia. Hoje, a floresta absorve mais carbono da atmosfera do que emite — ou, na pior das hipóteses, é neutra. Segundo a pesquisa, porém, caso o clima da região amazônica se torne mais seco (como preveem os modelos de aquecimento global para as próximas décadas), a floresta poderá passar a emitir mais carbono do que absorve, transformando-se numa fonte de emissão de gás carbônico, em vez de um sumidouro. Ou seja, seu papel no cenário climático internacional seria invertido: em vez de ajudar na solução, ela passaria a contribuir para o aquecimento global. Nada bom para o planeta!
O trabalho é fruto de uma colaboração internacional entre pesquisadores brasileiros, americanos e europeus, ligados a 10 instituições de pesquisa (entre elas, pelo Brasil, o Ipen, o INPE e o IAG-USP). A primeira autora é a brasileira Luciana Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
A maioria dos outros autores é dos EUA e da Europa. Mas isso não é nenhum demérito para a ciência brasileira. Pelo contrário! Um dos pontos mais fracos da ciência brasileira é justamente sua baixa internacionalização, reflexo do baixo índice de projetos realizados em colaboração com cientistas de outros países. Só porque "a Amazônia é nossa” (geopoliticamente falando), não significa que tenhamos a capacidade de entendê-la (ou mesmo de protegê-la) sozinhos. Quanto mais a ciência brasileira se abrir para parcerias com a ciência de outros países, mais internacional e melhor ela será. E o Brasil só tem a ganhar com isso.
Portanto, parabéns aos autores brasileiros do trabalho — pela capa da Nature, e também pelo fato de o trabalho não ser exclusivamente brasileiro.
Para mais informações sobre a pesquisa, veja: Seca pode tornar Amazônia fonte emissora de carbono (matéria de Giovana Girardi, no blog Ambiente-se) -
- 06/02/2014 - Amazônia pode liberar mais carbono do que consegue absorver, aponta estudo - Correio BrazilienseSegundo estudo, os extremos climáticos observados na região têm grande impacto sobre a capacidade de absorção de carbono do bioma
Segundo estudo, os extremos climáticos observados na região têm grande impacto sobre a capacidade de absorção de carbono do bioma
Fonte: Correio Braziliense
Em outro estudo publicado na Nature, um grupo de cientistas liderado pela brasileira Luciana Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, revela que os extremos climáticos observados na Amazônia nos últimos anos têm um grande impacto sobre a capacidade de absorção de carbono do bioma. Caso persistam as variações climáticas radicais — fortes secas seguidas por períodos de muita chuva —, a floresta pode chegar ao ponto de liberar mais CO2 do que consegue absorver, alertam os especialistas.
Os pesquisadores centraram as análises em 2010 e 2011. No primeiro ano, uma estiagem intensa atingiu a Amazônia, que, no ano seguinte, registrou uma quantidade de chuvas maior do que o normal. Durante a época chuvosa, a liberação e o resgate de carbono empataram. A floresta absorveu uma quantidade maior do gás de efeito estufa do que a lançada, mas as queimadas acabaram influenciando para o resultado neutro. Em 2010, todavia, foi vista uma grande queima de biomassa, fazendo com que o CO2 lançado para a atmosfera fosse maior. Os resultados sugerem, portanto, que há risco de a floresta deixar de ser uma combatente do aquecimento global para se tornar uma colaboradora. -
- 06/02/2014 - Falta de chuva faz floresta realimentar efeito estufa - Folha de S. PauloPesquisa inédita analisa emissões de gases em toda a bacia amazônica
Pesquisa inédita analisa emissões de gases em toda a bacia amazônica
Fonte: Folha de S. Paulo
Estudo destacado na capa da revista 'Nature' usou dados colhidos em quatro pontos da Amazônia brasileira
MARCELO LEITE
DE SÃO PAULO
Se a floresta amazônica fosse uma pessoa, seria um fenômeno: quando bebe, seu hálito melhora; quando se abstém, ele piora.
E o mau hálito da Amazônia, com seus 6,8 milhões de km², pode empestear o ar do planeta inteiro, agravando o efeito estufa.
Num ano normal, com muita chuva, a floresta quase não emite gases do efeito estufa, como o CO2 (dióxido de carbono, que na verdade não tem cheiro). Num ano seco, lança na atmosfera tanto CO2 quanto o Brasil inteiro.
A revelação está num estudo pioneiro sobre o bafo da floresta, o primeiro a medir sua composição na escala de toda a bacia amazônica.
A pesquisa --que tem entre os autores principais uma química brasileira, Luciana Vanni Gatti - está na capa do periódico "Nature" de hoje.
Gatti organizou 160 voos, em 2010 e 2011, em quatro áreas da floresta. Eles serviram para coletar amostras de ar em altitudes de 300 m a 4.400 m acima do nível do mar.
Em 2010, um ano com chuvas muito abaixo da média, os dados indicam que a Amazônia emitiu 480 milhões de toneladas de carbono na atmosfera. Em 2011, que teve chuvas acima da média, a emissão foi quase neutra, com 60 milhões de toneladas.
"Demos muita sorte de pegar dois extremos logo no começo do projeto", diz Gatti.
PULMÃO VERDE, UM MITO
A pergunta estampada na capa da revista --"sumidouro ou fonte?"-- trata do grande mistério da Amazônia: se a maior floresta tropical do mundo mais retira do que lança carbono na atmosfera.
Estima-se que a Amazônia guarde 120 bilhões de toneladas de biomassa acima do solo. Ou seja, sem contar raízes e o que mais houver de matéria orgânica abaixo dele.
É um bocado de carbono estocado. Ao fazer fotossíntese, as árvores retiram CO2 do ar e, com isso, contribuem para contrabalançar as emissões produzidas pela humanidade, com a queima de combustíveis fósseis. Com a respiração da floresta, de noite, mas em especial com o desmatamento e as queimadas, o sinal se inverte.
Daí se originou o mito da Amazônia como "pulmão verde" do mundo. Na realidade, a questão não é se a mata produz oxigênio, como entendeu mal um repórter da agência UPI ao entrevistar o cientista alemão Harald Sioli, em 1971, mas, sim, que ela vai agravar o efeito estufa, se destruída.
O estudo de Gatti não oferece resposta conclusiva sobre o balanço de carbono, pois, com a grande variação do comportamento da floresta, dois anos de medições são insuficientes para indicar uma tendência. Mas surgiram pistas importantes.
Primeiro, a pesquisa deixa claro que é possível medir concentrações de gases do efeito estufa nos quatro quadrantes da floresta e extrapolar os resultados para todo o bioma. Até agora, as medidas tomadas em uma dúzia de torres de pesquisa espalhadas pela Amazônia não haviam permitido traçar essa radiografia, porque captam só os fenômenos num raio de poucos quilômetros.
A outra pista, bem menos animadora, está no estresse da floresta causado pelas secas, que devem tornar-se mais frequentes com o aquecimento global.
"Se essas tendências continuarem, a região pode se tornar uma fonte líquida de carbono para a atmosfera, movendo carbono estocado em ecossistemas na forma de gases do efeito estufa, acelerando assim o aquecimento global", alerta John Miller, da Universidade do Colorado (EUA), coautor do artigo.
Uso da terra no país está mais eficiente, porém excludente
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Um dos mais abrangentes estudos já feitos sobre o uso da terra no Brasil indicou uma separação, sobretudo na Amazônia, entre a alta do desmatamento e o crescimento da produção agropecuária.
"Analisamos as duas últimas décadas. Em 1995, a expansão na agricultura coincidiu com uma alta significativa no desmatamento. Em 2004 e 2005, com o pico da pecuária bovina, ocorreu a mesma coisa. A partir daí, no entanto, observamos que tem havido uma separação maior entre esses eventos", diz David Lapola, professor da Unesp em Rio Claro e autor principal do estudo.
Embora essa mudança já seja bastante positiva, a relação dos produtores com o meio ambiente ainda está longe de ser a ideal, aponta o estudo, que analisou mais de uma centena de trabalhos e foi capa da revista "Nature Climate Change".
"Não foi só boa vontade do setor produtivo. Houve uma intensificação da fiscalização, que foi acompanhada de outras ações na Amazônia", explica Lapola.
Nos outros biomas, que não recebem a mesma atenção dispensada à fiscalização da Amazônia, o próprio setor produtivo foi, em boa medida, responsável pela mudança. "Mercados do exterior, especialmente a Europa, também estão mais exigentes quanto à origem do produto", afirma o cientista.
Mais produtiva, a agropecuária no Brasil também está cada vez mais excludente.
Questão antiga no país, a concentração de terras para a monocultura de exportação está cada vez mais intensa, empurrando mais e mais pessoas para áreas urbanas já saturadas, intensificando problemas sociais.
As grandes propriedades, com mais de mil hectares, são apenas 1% das fazendas brasileiras, mas representam cerca de 50% das terras agrícolas do país.
Além de apontar problemas, o trabalho sugere soluções, como a intensificação das práticas de manejo, a criação de políticas públicas e também o pagamento por serviços florestais.
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- 05/02/2014 - Seca pode tornar Amazônia fonte emissora de carbono - Blog Ambiente-seA ocorrência de secas extremas na Amazônia, como a que ocorreu em 2010, pode fazer com que a floresta, hoje considerada um sumidouro de carbono, se transforme num grande emissor do principal gás de efeito estufa.
A ocorrência de secas extremas na Amazônia, como a que ocorreu em 2010, pode fazer com que a floresta, hoje considerada um sumidouro de carbono, se transforme num grande emissor do principal gás de efeito estufa.
Essa é a estimativa feita por um grupo internacional de pesquisadores, que publica um artigo na edição desta quinta da revista científica Nature. Eles alertam que num cenário futuro de mudanças climáticas em que ocorram com frequência eventos extremos de falta de chuva, a Amazônia pode se converter em uma grande fonte de gás carbônico.
Os cientistas mediram a entrada e saída de gases da floresta em dois anos seguidos: em 2010, quando a região sofreu com uma forte seca, e em 2011, que foi mais chuvoso que o normal. Combinando coletas de gases no ar (com avião) – em alturas que variavam de 300 metros até 4,4 km – e no solo, a cada quinze dias ao longo dos dois anos, eles notaram que na seca a floresta emite mais carbono (pela respiração) do que absorve (pela fotossíntese).
A diferença de umidade parece ter sido o fato preponderante. "Os dois anos também foram mais quentes do que a média na região, sendo 2010 ainda mais quente que 2011. Mas a maior diferença entre eles é que um foi mais seco e o outro teve mais chuva. Não quer dizer que a temperatura não possa ter efeito no balanço de carbono. Mas claramente percebemos que a precipitação foi mais importante”, explica a pesquisadora brasileira Luciana Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), primeira autora do trabalho.
Os cientistas do Ipen e de instituições como Universidade de Leeds (Inglaterra), Agência de Pesquisa Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa), Universidade do Colorado e Universidade de Oxford, observaram que enquanto em 2010 a floresta sozinha absorveu somente cerca de 30 milhões de toneladas de carbono (através da fotossíntese), em 2011 foram 250 milhões de toneladas.
Além de o estresse hídrico tornar mais difícil o crescimento das plantas (momento em que as plantas mais absorvem carbono), aumentar a mortalidade e a decomposição da vegetação (situações emissoras), a seca ainda favorece que as queimadas, tradicionalmente usadas na região para limpar terreno, se espalhem. Em 2010 foram emitidos para a atmosfera por conta do fogo 510 milhões de toneladas, contra 300 milhões de toneladas emitidos em 2011 pelo mesmo motivo.
Sem padrão. Por esses cálculos, 2011 teve um balanço quase neutro, enquanto 2010 ficou claramente no negativo. A análise somente dos dois anos, no entanto, não permite tirar uma conclusão sobre qual é a realidade média atual da floresta, explica Luciana.
Um outro estudo, conduzido ao longo dos últimos 30 anos por Oliver Phillips, da Universidade de Leed (também autor do trabalho atual), estimou que a absorção média da floresta neste período foi de 390 milhões de toneladas de carbono por ano. O dado fortalece a noção de que floresta é acima de tudo um sumidouro de carbono. É por esse, entre outros motivos, que a preservação da floresta é importante: num cenário de aumento mundial das emissões e consequente aquecimento global uma floresta intacta pode ajudar a reduzir o problema. Mas pode ser que essa função já esteja sendo afetada pelas mudanças climáticas.
Mesmo sendo mais chuvoso, o ano de 2011 ficou abaixo dessa taxa (em 300 milhões). "Pode ser que a absorção tenha sido inferior porque a floresta ainda estivesse arcando com a consequência do ano anterior calamitoso. Talvez o impacto da seca severa ainda estivesse presente. Ou pode ser que a Amazônia já esteja mudando muito, pode ser que a vegetação já não faça tanta absorção quanto fazia”, avalia Luciana. "Mas isso ainda é especulação, precisamos de mais anos de medida para tirar uma conclusão”.
O projeto que fez as medidas em 2010 e 2011 continuou pelos dois anos seguintes (os dados ainda não estão compilados) e será concluído somente no final de 2014, mas Luciana defende que talvez seja necessária uma década de análises para concluir o comportamento normal da Amazônia. "A verdade é que os anos estão muitos estranhos, com muitos extremos, as mudanças climáticas estão em curso.” -
- 05/02/2014 - Amazônia mais verde na seca é ilusão de ótica, diz estudo - Portal G1Imagens de satélite indicavam que a floresta esverdeava na estiagem. Estudo diz que isso se deve a como as copas das árvores refletem a luz.
Imagens de satélite indicavam que a floresta esverdeava na estiagem. Estudo diz que isso se deve a como as copas das árvores refletem a luz.
Fonte: Portal G1 de Notícias
A última edição da revista "Nature” tem dois artigos sobre a Amazônia. A maior floresta tropical do mundo é também tema da capa da publicação. Uma das pesquisas, liderada por Douglas Morton, da Nasa, aponta que o fenômeno observado em imagens de satélite em que a floresta fica mais verde em época de seca pode ser uma ilusão de ótica.
Trabalhos anteriores chamavam a atenção para essa aparente reação positiva da floresta durante a estiagem. Alguns deles concluíam que o fato de a floresta ficar mais verde quando dispunha de menos água poderia significar que, para a vegetação, ter mais exposição ao sol, com menos nuvens de chuva, era algo mais importante para o crescimento do que a umidade.
No entanto, segundo os autores, trata-se apenas de uma ilusão de ótica causada pela forma como as copas das árvores refletem a luz próxima à ao espectro infra-vermelho. A mata não está mais verde de fato. Essa conclusão corrobora outros estudos que defendem que a água é o principal fator para determinar o crescimento da floresta.
O segundo artigo sobre a Amazônia, que tem como autora principal a brasileira Luciana Vanni Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), mostra que a disponibilidade de água influencia o quanto de carbono a floresta libera de carbono na atmosfera. Comparando medições de emissões de carbono de toda a região amazônica entre 2010, que foi extremamente seco, e 2011, que teve pluviosidade normal, os pesquisadores verificaram que, durante a estiagem, a floresta passou a liberar carbono em vez de retê-lo.
A Amazônia é considerada um importante "ralo” de carbono atmosférico – ou seja, pode absorver gases-estufa e mantê-los, contribuindo para manter o clima global - mas falta compreender melhor o quão sensível é este sistema de retenção às variações meteorológicas. Em 2010, indica o estudo, a floresta amazônica diminuiu sua capacidade de crescimento por falta de água, e liberou mais carbono devido às queimadas. -
- 01/02/2014 - Cientistas empreendedores - Revista FapespO físico Vladimir Airoldi, de 59 anos, se divide, há quase 17 anos, entre o trabalho como pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a administração de sua empresa, a Clorovale, também instalada na cidade paulista de São José dos Campos.
O físico Vladimir Airoldi, de 59 anos, se divide, há quase 17 anos, entre o trabalho como pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a administração de sua empresa, a Clorovale, também instalada na cidade paulista de São José dos Campos.
Fonte: Revista Fapesp - nº 216 - fevereiro de 2014
Ele adaptou a tecnologia de diamantes sintéticos utilizados na indústria espacial para brocas odontológicas e outros equipamentos como brocas de perfuração de poços de petróleo. Hoje já exporta para países da América do Sul e Europa, e atingiu o faturamento de R$ 4 milhões em 2013. Airoldi começou a empresa em 1997, quando foi aprovado um projeto dentro do Programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresa (Pipe) da FAPESP.
"O Inpe tem o regime jurídico único, o que significa trabalhar 40 horas por semana, em período integral, mas não exclusivo”, explica. "Houve dias, quando estava montando a empresa, que trabalhei 20 horas.” Airoldi diz que quase todos os dias passa na empresa às 7 horas e às 8 horas já está no Inpe. Passa novamente na Clorovale na hora do almoço e à noite, depois do expediente no instituto, quando se dedica mais à empresa. Hoje ele tem diretores na administração, na parte comercial e tecnológica da Clorovale, muitos seus ex-alunos de doutorado. "O mais difícil é gerir a inovação, principalmente no início”, diz. Para melhorar a gestão, ele fez um curso de Master Business Administration (MBA). "Também fui estudar a cultura de inovação em outros países”, diz. Airoldi poderia ter recorrido à Lei da Inovação e pedido licença do Inpe para tocar a empresa. "Mas a saída significa cortar o cordão umbilical do processo de inovação que é constante no Inpe”, explica.
Outro físico, Spero Morato, de 70 anos, também montou a sua empresa com os conhecimentos adquiridos em mais de 30 anos de trabalho como pesquisador no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, onde chegou à superintendência, cargo equivalente à presidência. No caso de Spero, a ideia de fazer uma empresa veio após a aposentadoria, em 1995. "Fui chamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para dar cursos tecnológicos sobre aplicações de laser. Eu e outros professores demos cursos em vários países, mas eles terminaram em 1998. Quando voltei, percebi que poderia abrir uma empresa e foi o que fiz com um projeto aprovado no Pipe.” A empresa, a Lasertools, foi incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), que fica dentro do prédio do Ipen, na Cidade Universitária, em São Paulo. Ele convidou mais quatro pesquisadores do instituto que trabalhavam com ele na área de laser por algum tempo.
Em 2009, Spero voltou para oIpendepois de ter ganho o título de pesquisador emérito. "Estamos desenvolvendo tecnologias para produtos da área médica e de biotérios que depois poderão ser transferidas para outras empresas.” Hoje ele tem 25 funcionários na Lasertools e fatura cerca de R$ 2,5 milhões por ano na manufatura de peças automotivas, produtos médicos e promocionais com laser. Também criou outra empresa, a Innovatech, que foi a pioneira na produção de stents no país. Esses pequenos cilindros metálicos são colocados nas artérias do coração obstruídas por placas de gordura ou cálcio para refazer a passagem do sangue. No ano passado, ele repassou a tecnologia de fabricação para outra empresa, a Scitech, de Goiás. Para os novos pesquisadores empreendedores, ele recomenda ter a visão do produto final. "É uma condição pessoal ser empreendedor, mas o Brasil não precisa apenas de tecnologia de última geração, tem muita inovação possível de ser feita com a tecnologia importada, que não temos aqui.”
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- 29/01/2014 - Falta de chuva afeta a capacidade da Amazônia de absorver carbono - Agência FapespPesquisa liderada por uma brasileira, Luciana V. Gatti (Ipen), por Manuel Gloor (Univ. de Leeds) e por John Miller (NOAA/Univ. Colorado) é divulgada na revista Nature de 6 de fevereiro, calculou o balanço de carbono na bacia amazônica nos anos de 2010 e 2011
Pesquisa liderada por uma brasileira, Luciana V. Gatti (Ipen), por Manuel Gloor (Univ. de Leeds) e por John Miller (NOAA/Univ. Colorado) é divulgada na revista Nature de 6 de fevereiro, calculou o balanço de carbono na bacia amazônica nos anos de 2010 e 2011
Fonte: Agência Fapesp
Por Karina Toledo
A seca que atingiu a bacia amazônica em 2010 foi tão severa que comprometeu até mesmo a capacidade da floresta de absorver o excesso de dióxido de carbono (CO2), considerado o principal gás de efeito estufa. Em 2011, ano em que choveu acima da média, a vegetação conseguiu não apenas absorver toda a emissão oriunda de processos naturais como também a resultante de atividades humanas, entre elas as queimadas.
Os dados são de uma pesquisa financiada (http://www.bv.fapesp.br/pt/auxilios/6503/carbon-tracker-and-water-availability-controls-of-land-use-and-climate-changes/) pelo Natural Environment Research Council (NERC), do Reino Unido e pela FAPESP, e foram divulgados na edição mais recente da revista Nature.
"São dois cenários extremos que mostram como a falta de chuva modifica a dinâmica da floresta e o balanço de carbono na região. A precipitação pluviométrica, portanto, é um fator que os cientistas que trabalham com previsão climática terão de levar em consideração em seus modelos. Caso contrário, os resultados ficarão muito distantes da realidade”, disse Luciana Vanni Gatti, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Gatti é autora principal do estudo ao lado de Emanuel Gloor, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e John B. Miller, do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), uma das principais agências científicas norte-americanas focada em questões ambientais.
Para chegar a tal conclusão, o grupo realizou, ao longo de 2010 e 2011, 160 medições aéreas em quatro locais da bacia amazônica: Santarém, Alta Floresta, Rio Branco e Tabatinga. Em cada perfil de avião foram coletadas cerca de 17 amostras de ar atmosférico em alturas que variavam até 4,4 quilômetros acima do nível do mar.
"Fazemos um plano de voo indicando para o piloto em quais alturas devem ser feitas as coletas. Ele começa do ponto mais alto e desce em um trajetória helicoidal de aproximadamente 5 quilômetros de diâmetro”, explicou Gatti.
De acordo com a pesquisadora, a representatividade do dado obtido cresce na medida em que aumenta a altura das medições, pois as amostras trazem informações de toda a região que aquela massa de ar passou desde a entrada no continente.
"Medições feitas no nível do solo, por meio de câmeras ou torres, representam apenas a realidade daquele local. Estudos anteriores mostraram que não dá simplesmente para pegar dados de diferentes locais e tirar uma média, pois a Amazônia tem uma diversidade de habitats gigantesca em seus 6 mil quilômetros quadrados de extensão. Por outro lado, perfis de avião mostram a resultante de todos os processos que ocorreram desde a costa até o local de coleta e não permite entendermos todas as fontes e seus sumidouros e suas dinâmicas. São trabalhos complementares”, disse Gatti. Com um entendemos o macro, a região Amazônica como um todo e o outro entendemos o micro, cada compartimento da floresta e suas dinâmicas. O primeiro chamado estudo"Top-down”(de cima para baixo) e o outro"botton-up”(de baixo para cima).
Com auxílio de um equipamento portátil, a bordo de aviões comuns (taxis aéreos), os pesquisadores coletaram o ar e analisaram as concentrações de cinco diferentes gases: CO2, metano (CH4), óxido nitroso (N2O), monóxido de carbono (CO) e hexafluoreto de enxofre (SF6) no Laboratório de Química Atmosférica do Ipen.
"O CH4 e o N2O também são importantes gases de efeito estufa, que estudamos no momento. Já a concentração de CO permite estimar o quanto daquela emissão resulta da queima de biomassa. O SF6 permite calcular qual era a concentração de carbono quando aquela massa de ar entrou no continente”, explicou Gatti.
Cruzando dados
Para entender o balanço de carbono no período, os pesquisadores cruzaram os resultados obtidos nas medições aéreas com informações sobre a precipitação pluviométrica dos anos de 2010 e 2011 e dados de monitoramento de queimadas do satélite Aqua Tarde.
"Em 2010, a estação chuvosa foi muito menos chuvosa do que a média dos 30 anos anteriores. O estresse hídrico foi tão grande para a vegetação que aumentou a mortalidade e a taxa de decomposição e modificou o balanço entre fotossíntese e respiração. Tudo isso comprometeu a capacidade da floresta de absorver carbono”, afirmou Gatti.
Para piorar, acrescentou a pesquisadora, o número de focos de queimada detectados em 2010 foi bem maior do que nos anos anteriores. Segundo os cálculos do grupo, a queima de biomassa lançou na atmosfera naquele ano cerca de 510 bilhões de quilos de carbono.
A floresta praticamente só absorveu a quantidade de carbono equivalente ao que naturalmente foi emitido, além de outros processos, desconsiderando a queima de biomassa – algo em torno de 30 bilhões de quilos de carbono – sendo que o balanço final foi de 480 bilhões de quilos de carbono emitidos para a atmosfera, para o ano de 2010.
Em 2011, por outro lado, as queimadas lançaram na atmosfera cerca de 300 bilhões de quilos de carbono e o balanço final da bacia foi próximo de 6 bilhões de quilos de carbono.
"Foi um ano em que a floresta compensou praticamente tudo que o fogo emitiu. A maioria dos modelos de previsão climática estão baseados na temperatura. E vimos que tanto 2010 como 2011 foram anos com temperatura acima da média. A diferença principal foi a chuva”, ressaltou Gatti.
Para a pesquisadora, os resultados alertam para os possíveis impactos nefastos que as alterações no ciclo de chuva causadas pelas queimadas, pelo desmatamento e construção de represas poderão causar no ambiente.
Incógnita amazônica
Há pelo menos duas décadas, cientistas de todo o mundo têm se esforçado para entender o balanço de carbono da bacia amazônica e descobrir se a floresta é, de fato, o sumidouro de carbono, o principal gas do efeito estufa que se imagina. "A Amazônia concentra 50% da floresta tropical do planeta e isso faz muita diferença no balanço global de carbono. É uma incógnita importante nos modelos climáticos”, contou Gatti.
Embora medições aéreas ofereçam dados com maior representatividade regional, avaliou a pesquisadora, é preciso também que o estudo tenha representatividade temporal, ou seja, de longa duração.
"Existe uma variabilidade muito grande de ano para ano. Se nos baseássemos apenas nas medições feitas em 2010, que foi um ano completamente anômalo, não teríamos uma ideia precisa do balanço de carbono da Amazônia. Por isso o projeto continua e nossa meta é completar dez anos de medições para ter um dado que realmente represente o balanço de carbono da bacia amazônica”, afirmou Gatti.