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- 24/07/2019 - IPEN na 71ª Reunião Anual da SBPC: Aplicações da tecnologia nuclear são tema de palestraPesquisador Marcelo Linardi apresentou as principais contribuições do Instituto na área nuclear e suas aplicações, e também os dois programas de Pós-Graduação do Instituto
Pesquisador Marcelo Linardi apresentou as principais contribuições do Instituto na área nuclear e suas aplicações, e também os dois programas de Pós-Graduação do Instituto
São inúmeras as aplicações da tecnologia nuclear para promover mais qualidade de vida à população. Mas é preciso que os seus benefícios cheguem ao conhecimento do público de forma correta e confiável. Um dos momentos mais oportunos são os eventos de divulgação científica, como a 71ª Reunião Anual Para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre esta semana (21 a 27) na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMT), onde o IPEN se faz presente na forma de palestra e exposição.
Para apresentar o uso da energia nuclear a serviço da sociedade, o pesquisador Marcelo Linardi apresentou nesta quarta-feira, 24, das 9h10 às 10h, no auditório Pantanal, a palestra "Ciência e Tecnologia Nuclear a Serviço da Saúde, Agricultura, Indústria e Meio Ambiente”. Primeiro, fez uma breve apresentação do Instituto e de sua infra-estrutura, mencionando os Reatores Nucleares IEA-R1 e IPEM/01, seus aceleradores cíclotrons e o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, explicando a finalidade e as aplicações de cada um.
Na saúde, a principal produção do Instituto é de radioisótipos para uso na medicina nuclear. O IPEN produz atualmente 38 radiofármacos que são distribuídos em mais de 400 clínicas de todo o País. "Radiofármacos são medicamentos que se diferenciam dos demais por serem marcados com materiais radioativos. Eles podem ser usados para fins de diagnósticos, em exames por imagem (cintilografia e tomografia) para identificar novas doenças, ou com objetivo terapêutico, sendo importantes auxiliares nos tratamentos oncológicos”, explicou.
Linardi também apresentou outras aplicações na saúde dentre elas a utilização do nanocompósito de óxido de grafeno no pericárdio bovino empregados em dispositivos cardiovasculares, pesquisa em colaboração com Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, e a irradiação de pele de tilápia para o tratamento de queimaduras e feridas em humanos, uma alternativa à pele humana para transplante de queimadura, que, entre muitas vantagens, não necessita aguardar um doador.
Linardi mostrou a contribuição do IPEN na indústria, agricultura e meio ambiente. No Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, é possível irradiar de embalagens e medicamentos, de pedras semipreciosas, de grãos e sementes e na preservação de acervos culturais, com a desinfestação por meio da radiação gama de obras de artes, sejam pinturas, esculturas ou livros. Também falou da esterilização de cabos elétricos e outras aplicações do Acelerador de Elétrons do Instituto.
O pesquisdaor também falou sobre a Unidade Móvel com Acelerador de Feixe de Elétrons para o tratamento de efluentes da produção de petróleo, para a dessulfurização de petróleo (processo de remoção de enxofre) e para a degradação de compostos orgânicos tóxicos em águas residuais com fins de reutilização. A eficiência dessa tecnologia será testada para resolver problemas de efluentes industriais no Brasil, principalmente no caso da Companhia de Saneamento de São Paulo (SABESP) e da Companhia de Petróleo PETROBRAS.
Tanto o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 quanto a Unidade Móvel com Acelerador de Feixe de Elétricos foram premiados no 11th International Forum ATOMEXPO 2019. O projeto "Multipurpose Gamma Irradiation and Mobile Unit with na Electron Beam Accelerator Developed in Brazil venceu na categoria "Nuclear Technologies for better life” ("Tecnologias nucleares para uma vida melhor”, em tradução livre). A cerimônia de premiação ocorreu no dia 15 de abril, na cidade de Sochi, Rússia, onde ocorre o evento.
Linardi também apresentou ao público da SBPC os dois programas de Pós-Graduação do IPEN, o de Tecnologia Nuclear, com a USP, e o mais recente, o Mestrado Profissional de Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde, cuja primeira turma começa no dia 7 de agosto próximo. "Com a USP, destacamos o inicio em 1976 e já pós-graduou 965 doutores e 1.909 mestres. Até o momento, 1.387 alunos de graduação e pós-graduação matricularam-se no Instituto. Além disso, a média de 275 trabalhos publicados em periódicos indexados e renomados por ano”.
O Mestrado Profissional de Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde (MP-TRCS) é o único programa stricto sensu no Brasil na área. O edital de seleção para a primeira turma foi lançado em 17 de junho e encerrou-se um mês depois. Foram homologadas 66 inscrições, e o resultado deve sair ainda esta semana. "A nossa infra-estrutura mais a nossa expertise de profissionais em radiofarmácia, radioquímica, física médica etc. farão desse curso um curso único e de excelência, a exemplo do que é o nosso atual programa”, acrescentou Linardi
ExpoT&C - O IPEN também participa do estande da CNEN na Avenida da Ciência, espaço do MCTIC destinado a suas autarquias e unidades de pesquisa, na ExpoT&C, a mostra de ciência, tecnologia e inovação. O Instituto levou diversos produtos destinados à medicina nuclear, como radiofármacos e gerador de Tecnécio-99, que fazem parte de seu catálogo, além de painéis, folhetos explicativos e filmes institucionais. A ideia é levar ao público mais conhecimentos sobre a tecnologia nuclear e seus benefícios à população, bem como a importância do IPEN, responsável por mais de 90% dos radiofármacos distribuídos no País.
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- 22/07/2019 - Radiofármacos do IPEN e outros exemplos de aplicações da tecnologia nuclear são levados à exposição da SBPCExpoT&C ocorre em paralelo à 71a Reunião da SBPC, no campus da UFMT, em Campo Grande. Público pode conhecer mais sobre o Instituto e os benefícios da tecnologia nuclear para a sociedade
ExpoT&C ocorre em paralelo à 71a Reunião da SBPC, no campus da UFMT, em Campo Grande. Público pode conhecer mais sobre o Instituto e os benefícios da tecnologia nuclear para a sociedade
O IPEN é um dos integrantes do grande estande da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), na Avenida da Ciência, exposição que contempla os institutos de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em paralelo à 71ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontece esta semana (de 21 a 27), no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMT), em Campo Grande.
Denominada ExpoT&C, a mostra de ciência, tecnologia e inovação teve início nesta segunda-feira, 22, e começa Avaí das 8h às 18h. O IPEN levou diversos produtos destinados à medicina nuclear, como radiofármacos e gerador de Tecnécio-99, que fazem parte de seu catálogo, além de painéis, folhetos explicativos e filmes institucionais. A idéia é levar ao público mais conhecimentos sobre a tecnologia nuclear e seus benefícios à população, bem como a importância do Instituto, responsável por mais de 90% dos radiofármacos distribuídos no País.
De acordo com os organizadores, considerando o número de inscritos na Reunião Anual, a estimativa de público é de 20 mil pessoas ao longo da semana, a maioria alunos de ensino médio e superior e professores. "Explicamos os benefícios da tecnologia nuclear em diversas áreas, entre elas, a de alimentos. As pessoas se surpreendem quando falamos do aumento de tempo e da segurança dos alimentos irradiados com radiação gama, no nosso Irradiador Multipropósito de Cobalto-60”, conta Antonio Rodriguez, um dos expositores do Instituto.
Os visitantes também recebem explicações sobre o Reator Nuclear IEA-R1, que produz radioisótopos para a medicina nuclear – este ano, o IPEN comemora a produção, em caráter experimental, da primeira dose de radiofármaco no País, o Iodo-131. "Também falamos do nosso outro reator, o IPEN/MB-01 e o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), coordenado pela CNEN com importante participação do IPEN. Tudo isso à medida que os temas são mencionados no filme. E falo ainda das possibilidades de mercado para a área nuclear”, acrescenta Rodriguez.
Também participam, pelo IPEN, os servidores Anderson Andrade, Walkíria Gomes e Kátia Itioca, da Assessoria de Comunicação Institucional (ACI), e o pesquisador Marcelo Linardi, que vai proferir a palestra "Ciência e Tecnologia Nuclear a Serviço da Saúde, Agricultura, Indústria e Meio Ambiente”, nesta quarta-feira, 24, às 9h, no Auditório Pantanal. "Empreendemos um grande esforço para garantir a participação do IPEN da melhor forma possível, idealizamos esse estande para atrair a atenção do público”, afirmou Andrade.
Além do IPEN, participam do estande da CNEN outros três institutos de pesquisa da autarquia, o Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) e o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), localizados no Rio de Janeiro, e o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte. A ExpoT&C também reúne universidades, agências de fomento, entidades governamentais, setor empresarial e outras organizações interessadas em apresentar novas tecnologias, produtos e serviços.
Alguns dos tradicionais expositores são o próprio MCTIC, com todos os seus institutos e agências de financiamento, como FINEP e CNPq, o Ministério da Educação (MEC) e sua agência CAPES, o INMETRO, o Ministério da Defesa (Marinha, Exército e Aeronáutica), o Sebrae, o SENAI, as Fundações de Apoio à Pesquisa dos Estados (FAPs), editoras universitárias, dentre outras grandes instituições.
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- 15/07/2019 - Programa de Danilo Gentili grava reportagem sobre o Reator IEA-R1 do IPENMaterial será exibido no dia em que a entrevista com o pesquisador Frederico Genezini for ao ar, no Programa The Noite com Danilo Gentili
Material será exibido no dia em que a entrevista com o pesquisador Frederico Genezini for ao ar, no Programa The Noite com Danilo Gentili
Uma equipe de reportagem do programa The Noite com Danilo Gentili, do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), esteve no IPEN nesta segunda-feira, 15, para gravar matéria no Reator Nuclear de Pesquisas IEA-R1. O repórter Murilo Couto entrevistou o pesquisador Frederico Genezini, gerente do Centro do Reator de Pesquisa (CERPQ), e operadores, para mostrar ao telespectador como é um reator nuclear e suas aplicações sociais e em pesquisa.
O The Noite com Danilo Gentili é apresentado pelo comediante stand-up Danilo Gentili, com a participação de Murilo Couto e Léo Lins, além de outros integrantes. É um late-night talk show, subgênero dos programas de entrevistas, formato que tem como algumas de suas características a presença do humor e as exibições nos finais da noite. Desde a sua estreia, em 10 de março de 2014, vai ao ar durante os cinco dias úteis da semana por volta da meia-noite.
Devido ao sucesso da série Chernobyl, veiculada pelo canal fechado de TV HBO, o IPEN tem sido procurado por diferentes veículos de comunicação com o objetivo de mostrar ao público leigo o que é um reator nuclear, os tipos de reatores, os riscos de acidentes etc.. A produção do The Noite convidou Genezini para uma entrevista no dia 5 de agosto, e Murilo Couto fez a reportagem externa no próprio ReatorIEA-R1 do Instituto.
Seguindo a linha escrachada do programa, Murilo Couto é o repórter "idiota” que tenta "tirar onda” dos entrevistados para a matéria de apoio que vai ao ar no dia da exibição da entrevista com Gentili. No CERPQ, Couto fez piada com a primeira mesa de controle do IEA-R1, exposta no Espaço de Memória, simulou uma reação na antessala do atual centro de controle, cuja pressão é mais baixa, e aprontou outras surpresas que o telespectador verá no programa.
"Embora tenha sido advertido pela produção de que ele iria zoar na entrevista, eu confesso que fiquei sem reação quando entramos na sala cuja pressão é mais baixa e ele se atirou no chão. Demorou para cair a ficha”, brinca Genezini. O pesquisador acredita que toda forma de divulgação do IEA-R1 e suas aplicações, bem como do IPEN, vale a pena. "Nós temos que usar todos os espaços possíveis para divulgar a importância do que fazemos”.
Para Murilo, conhecer o reator foi uma experiência "muito doida”. "Eu sou um cara muito burro (SIC), então, para mim, é muito difícil entender. Mas acho que deu pra pegar ‘pegar’ várias coisas, ver ali a sala de controle funcionando, a luz que sai de dentro da piscina... impressionante”, disse, referindo-se ao efeito Cherenkov, radiação eletromagnética que ocorre quando uma partícula carregada eletricamente atravessa um meio isolante a uma velocidade superior à da luz naquele meio, e que pode ser na faixa visível.
Sempre "tirando onda”, Murilo acredita que esse tom ajuda o telespectador a reter informações, talvez mais até do que em uma palestra. "É um programa de comédia, então a pessoa está ali, se divertindo, e com certeza ajuda a compreender melhor do que se estivesse em um ambiente acadêmico, aquela coisa chata, né?”, provocou, aproveitando para agradecer a oportunidade. "Obrigado por vocês deixarem um idiota entrar aqui e ver tudo isso”.
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- 13/07/2019 - IPEN divulga resultado de bolsa para pós-doutorado na área de células a combustívelO Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do IPEN-CNEN/SP comunica o resultado da Seleção de Bolsista de Pós-Doutorado no âmbito do Projeto FAPESP 2014/09087-4, intitulado “Estudos sobre o uso do bioetanol em células a combustível tipo PEMFC e SOFC”, na área de produção de hidrogênio pelo processo de reforma a vapor
O Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do IPEN-CNEN/SP comunica o resultado da Seleção de Bolsista de Pós-Doutorado no âmbito do Projeto FAPESP 2014/09087-4, intitulado “Estudos sobre o uso do bioetanol em células a combustível tipo PEMFC e SOFC”, na área de produção de hidrogênio pelo processo de reforma a vapor
A avaliação dos candidatos foi feita por meio das informações constantes dos documentos apresentados, à luz do disposto no Edital, levando-se em conta a área de formação do candidato e a experiência na área de conhecimento, sendo a seguinte classificação final dos candidatos:
1)Dr. Tamara Siqueira Moraes
2)Dr. Karthikeyan K. Karuppanan
3)Dr. B. Nagaraj
4)Dr. Adhidesh S. KumawatSerá convocado o primeiro classificado para implementação da bolsa e, em caso de impedimento, será convocado o segundo colocado.
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RESULT OF POS DOC GRANT SELECTION
The candidates, based on the information contained in the documents presented, according to the information published in the Edital, taking into account the area of candidate training and experience in the field of knowledge. The final result is the following:
1)Dr. Tamara Siqueira Moraes
2)Dr. Karthikeyan K. Karuppanan
3)Dr. B. Nagaraj
4)Dr. Adhidesh S. KumawatThe first classified for the implementation of the scholarship will be called and, in case of impediment, the second place will be called.
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- 10/07/2019 - IPEN ganha dois prêmios em congresso internacional realizado na Universidade de Parma, ItáliaTrabalhos são desenvolvidos pelo grupo de Biofotônica, liderado por Denise Zezell, do Centro de Lasers e Aplicações
Trabalhos são desenvolvidos pelo grupo de Biofotônica, liderado por Denise Zezell, do Centro de Lasers e Aplicações
O IPEN recebeu dois prêmios – Best Oral Presentation e Best Poster Presentation – no congresso da Word Federation for Laser Dentistry – European Division 2019: "The Sound of Light”, realizado entre 20 e 22 de junho, em Parma, Itália. O primeiro, pelo trabalho de pós-doutorado de Claudia Bianchi Zamataro, e o segundo, do mestrado de Nathalia Zanini, no âmbito do Programa de Tecnologia Nuclear IPEN/USP, em conjunto com Thais Freitas, bolsista de Iniciação Científica (IC).
Zamataro venceu com o trabalho "Er,Cr:YSGG laser irradiation associated to fluoride for in situ model using gamma sterilized dentin and enamel” ("Laser Er,Cr:YSGG associado ao fluoreto para o modelo in situutilizando dentina e esmalte dental esterilizados por radiação gama”, em português. São coautores Rabelo Thais F, Zanini Nathalia AS, Juvino Amanda C, Kuchar Nielsen G, Castro Pedro AA, Ana Patricia, Zezell Denise, pesquisadora do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) e supervisora do pós-doc de Zamataro, na área de Materiais.
A pesquisa versa sobre os usos de radiação nuclear na área odontológica, contemplando desde a sua utilização em pesquisa básica até seus usos clínicos em odontologia. Cirurgiã-dentista pela Unicamp, Zamataro conta que começou a pesquisa visando o uso da radiação ionizante em esterilização de tecidos biológicos duros (esmalte dental e dentina). No decorrer do estudo, por meio das análises de resultados inovadores, começou a estender o entendimento da radiação ionizante no uso clínico.
"Associando o uso dos lasers de alta intensidade na prevenção aos efeitos da radiação ionizante pudemos avaliar resultados referentes à radioterapia para tratamento do câncer de cabeça e pescoço e como minimizar danos aos dentes dos pacientes que se submetem a este tipo de tratamento”, explicou Zamataro. Ela não sabe precisar quantos trabalhos estavam concorrendo, mas conta que, na plenária final, quando foram entregues os prêmios, foi mencionado que todos os países europeus estavam representados.
"Assim como alguns países da Ásia, África e América Latina, sendo o Brasil seu maior representante em numero de participantes”, acrescentou. Zamataro fez questão de destacar que o prêmio é fruto de um trabalho coletivo. "Este prêmio significou o reconhecimento do esforço coletivo do grupo de Biofotônica do Centro de Lasers e Aplicações. Este grupo multidisciplinar orquestrado pela profa. Dra. Denise Maria Zezell conta com um time singular de alunos de iniciação cientifica, mestrado, doutorado e colaboradores de pós-doutorado”.
Zamataro avalia que a participação de alunos de graduação de outras instituições de ensino e pesquisa desde a iniciação científica, conforme explica: "Na iniciação cientifica, temos alunos da graduação da FOUSP [Faculdade de Odontologia da USP] e alunos que se destacaram em instituições privadas. Acredito ser de fundamental importância este convívio também entre as Instituições para a divulgação e incentivo da ciência e tecnologia ainda durante a graduação”.
Também este ano, segundo Zamataro, Denise Zezell concedeu, a pedido, um estagio de férias para uma aluna da graduação de Biomedicina da The University of Edinbourgh, que foi colaboradora para as apresentações no congresso em Parma. "As alunas de mestrado já se destacam e foram premiadas com o melhor pôster. Então, este reconhecimento representa que o grupo tem trabalhado em esforço conjunto, a despeito de seus projetos individuais, e o esforço coletivo parece que tem sido reconhecido! Também destaco a colaboração com a Universidade Federal do ABC e egressos do grupo de Biofotônica”.
Best Poster – Também orientada por Denise Zezell, Nathalia Zanini levou o prêmio com o pôster "Analysis of Ceramic Laminates Removal with Er, Cr: YSGG Laser by Optical Coherence Tomography” ("Análise da Remoção de Laminados Cerâmicos com Er, Cr: Laser YSGG por Tomografia de Coerência Óptica”, na tradução para o português). Também assinam o trabalho Zanini Nathalia A S, Zamataro Claudia B, Rabelo Thais F, Juvino Amanda C, Kuchar Nielsen G, Castro Pedro AA, Ana Patricia e Zezell, que declarou ser "uma honra” receber os prêmios.
História – O 7º Congresso da World Federation for Laser in Dentistry – União Europeia teve lugar no edifício principal da Universitá di Parma, Itália. É um palácio histórico no coração do centro da cidade. Erguido pelos jesuítas entre os séculos XVII e XVIII, hospeda a Universidade desde 1768. "Tivemos a oportunidade de participar de sessões científicas na majestosa Aula Magna, sala de Filosofia e sala dos Chevalliers”, concluiu Zamataro.
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- 04/07/2019 - CTR promove talk sobre acidente de Chernobyl para servidores e pós-graduandos do IPENRafael Garcia, do Centro do Combustível Nuclear, falou de aspectos técnicos do acidente e contou sobre sua experiência na visita à Pripyat, onde estava localizada a Usina Nuclear
Rafael Garcia, do Centro do Combustível Nuclear, falou de aspectos técnicos do acidente e contou sobre sua experiência na visita à Pripyat, onde estava localizada a Usina Nuclear
Motivado pela série sobre o acidente nuclear de Chernobyl, veiculada no canal fechado de TV HBO, o pesquisador Rafael Garcia, do Centro do Combustível Nuclear (CECON), participou de um talk com servidores e pós-graduandos do Instituto sobre aspectos técnicos daquele acidente, ocorrido entre 24 e 25 de abril de 1986, e relatou a sua experiência na viagem a Pripyat, a cidade fantasma localizada ao norte da Ucrânia, perto da fronteira com a Bielorrússia, onde estava a Usina Nuclear de Chernobyl.
O acidente aconteceu na madrugada do dia 25, no reator no 4, durante um teste de segurança que simulava falta de energia da estação. Os sistemas de segurança e emergência e de regulagem de energia foram intencionalmente desligados, porém, uma combinação de fatores, tais como falhas no projeto do reator e erro dos operadores dos reatores, que organizaram o núcleo de uma maneira contrária à lista de verificação para o teste, resultou em condições de reação descontroladas.
"Foi o acidente nuclear mais lamentável da história, causando a morte de milhares de pessoas – os números totais ainda são uma incógnita, pois estudos recentes questionam esses dados, que estariam subestimados”, comentou Garcia. Esse episódio, segundo ele, ainda hoje repercute junto à opinião pública. "Lamentavelmente, observamos que o maior medo da população em geral, não só brasileira, é que haja um novo acidente parecido como o de Chernobyl”.
Contudo, acrescenta o pesquisador, foram feitas melhorias devidas no controle e segurança do radiador, que passou por uma enorme modificação exatamente para que acidentes dessa natureza e proporção não aconteçam novamente "Sempre é possível [ocorrer acidentes], mas os riscos são cada vez menores. Acredito que, se fosse para acontecer, já teria acontecido”, pondera Garcia.
Ele avalia que ainda há diversas especulações partindo da opinião pública com relação à energia nuclear, "mas é uma postura contraditória”, pois, como ressalta, outras fontes utilizadas para a geração de energia são "muito piores à saúde” e "continuam sendo preferidas”, como por exemplo, a queima de combustíveis fósseis.
Entre algumas dúvidas que surgiram na conversa, a maior parte delas se referia ao tempo de duração de uma contaminação radioativa e se é possível removê-la do ambiente. "Depende muito do tipo de contaminação. A causada por um acidente em uma usina nuclear está entre as piores possíveis, já que um reator desse tipo normalmente comporta toneladas de material radioativo no núcleo e pode espalhar material radioativo por uma grande área”, explicou Garcia.
O fato de a usina nuclear possuir elementos de variadas atividades e meias-vidas (nos processos radioativos, meia-vida é o tempo necessário para desintegrar a metade da massa de um isótopo, que pode ocorrer em segundos ou em bilhões de anos) também contribui para a gravidade desse tipo de acidente.
"Ou seja, embora a maior parte da radiação seja exaurida nos primeiros anos, alguns elementos demoram dezenas, centenas, milhares de anos até que os níveis de radiação se tornem aceitáveis. Nesse caso, podem-se remover esses materiais das superfícies contaminadas, destinando e estocando adequadamente esse material em local seguro, permitindo liberação da área”, acrescentou.
De acordo com o pesquisador, existem estudos que indicam que as usinas nucleares estão entre as formas mais seguras de produção de energia. "Se forem calculadas todas as perdas humanas causadas por acidentes nucleares e hidroelétricas, por exemplo, verifica-se que, para mesma quantidade de energia gerada, houve até 15 vezes mais mortes por conta de acidentes com hidrelétricas, quando comparada à nuclear”, ressaltou.
À medida que conversava com os servidores, Garcia mostrava imagens que ele próprio fez quando de sua visita à cidade fantasma de Pripyat. Também deu informações sobre logística e estimativa de valores para quem eventualmente tenha interesse em viajar até o local do acidente. O pesquisador finalizou dizendo que foi "uma das experiências mais incríveis” da sua vida.
Além de abordar aspectos técnicos do acidente e da radiação, outro objetivo do talk, segundo Garcia, é mostrar que a tecnologia nuclear vai muito além da geração de energia. "Permite que tenhamos alimentos mais frescos, produtos de melhor qualidade e diagnósticos médicos mais precisos, melhorando a qualidade de vida das pessoas, dentre outros benefícios”.
O talk foi na manhã desta quarta-feira, 3, na sala de reuniões do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR). Dias antes, no dia 30 de junho, Garcia fez essa mesma apresentação no Galeria 540, bar localizado na Rua Mourato Coelho, 540, Pinheiros. Foi o "Bate-papo com ciência: O acidente nuclear de Chernobyl”, inspirado no Festival Pint Of Science, que aconteceu em maio, em bares de diversos países.
---Rafaelle Pereira, estagiáriaSupervisão de Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 02/07/2019 - Resultado da seleção de candidatos a bolsa de doutorado em biomateriais esterilizados por radiação ionizanteO Escritório de Gestão de Projetos/Apoio ao Pesquisador – COPDE/SEEGP comunica o resultado da Seleção de Bolsista de Pós-Doutorado no âmbito do Projeto FAPESP2017/50332-0, intitulado “Capacitação científica, tecnológica, infraestrutura em Radiofarmácia e Radiações a serviço da Saúde”, na área de atuação: Elaboração de biobanco e avaliação de biocompatibilidade em arcabouços constituídos de biomateriais e produzidos e esterilizados por radiação ionizante.
O Escritório de Gestão de Projetos/Apoio ao Pesquisador – COPDE/SEEGP comunica o resultado da Seleção de Bolsista de Pós-Doutorado no âmbito do Projeto FAPESP2017/50332-0, intitulado “Capacitação científica, tecnológica, infraestrutura em Radiofarmácia e Radiações a serviço da Saúde”, na área de atuação: Elaboração de biobanco e avaliação de biocompatibilidade em arcabouços constituídos de biomateriais e produzidos e esterilizados por radiação ionizante.
A avaliação dos candidatos, por meio das informações constantes dos documentos apresentados, à luz do disposto no Edital, levando em conta as considerações de cada integrante da Comissão Julgadora deliberoupela seguinte classificação:
1)Dra. Maria Fátima Guarizo Klingbeil
2)Dra. Fabiane Nunes Ribeiro
Será convocada a primeira classificada para implementação da bolsa e, em caso de impedimento, a convocação seguirá a lista de espera.
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RESULT OF POS DOC GRANT SELECTION
The candidates, based on the information contained in the documents presented, according to the information published in the Edital, taking into account the considerations of each member of the Commission were evaluated. The final result of the commission is the following:
1) Dra. Maria Fátima Guarizo Klingbeil
2) Dra. Fabiane Nunes Ribeiro
The first classified for the implementation of the scholarship will be called and, in case of disability, the call will follow the waiting list.
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- 01/07/2019 - Pesquisador do IPEN faz palestra sobre reator nuclear no “Física para Todos”“Nêutrons que Não Sabem Nadar: Radioatividade e Reatores” é o tema da palestra de Frederico Genezini, do CRPq
“Nêutrons que Não Sabem Nadar: Radioatividade e Reatores” é o tema da palestra de Frederico Genezini, do CRPq
"No fundo de uma piscina límpida e de um azul que só se encontra no céu, pequenas partículas se lançam, mais rápidas que a luz, em direção a um futuro que salvará mais vidas, preservará o meio ambiente e terá uma indústria eficiente, limpa e sustentável”. Afinal, do que estamos falando? Quem vai responder é o físico Frederico Genezini, do Centro do Reator de Pesquisas do IPEN, no projeto "Física para Todos”, edição do dia 6 de julho, na Biblioteca Mário de Andrade, a partir das 10h30.
Organizado pelo Instituto de Física da USP (IF-USP), o "Física para Todos” é um evento de divulgação científica que acontece desde 2005, no primeiro sábado de cada mês, na Biblioteca Mário de Andrade, a partir das 10h30. Genezini vai proferir a palestra "Nêutrons que Não Sabem Nadar: Radioatividade e Reatores”, uma abordagem sobre reatores nucleares de pesquisa, suas características e aplicações. Não é necessário fazer inscrição, basta chegar e retirar senha com a equipe local.
Quando se fala em reator nuclear, é comum imaginar esse tipo de instalação voltado apenas para a geração de eletricidade. De uma forma simples, pode-se dizer que não é uma compreensão "errada”. De fato, há obtenção de energia por meio de uma reação nuclear controlada, mas essa energia não se converte apenas na eletricidade que chega a casa das pessoas. Um reator pode ser utilizado para outros fins, como propulsão de submarinos e satélites artificiais, produção de radioisótopos para a medicina nuclear e pesquisas científicas.
Genezini vai explicar brevemente os tipos de reatores, porém o foco de sua palestra é o reator nuclear de pesquisas, especificamente o Reator IEA-R1, do IPEN, pioneiro no Brasil, com 62 anos de operação. Nesse reator são realizadas pesquisas científicas de excelência nas áreas de Física Nuclear Experimental e da Matéria Condensada, bem como de Análise por Ativação Neutrônica, e são produzidos os radioisótopos para uso na medicina nuclear, além de outras aplicações.
"As técnicas que usamos no Reator IEA-R1 são bastante específicas e com capacidades únicas. Há vários trabalhos de ponta sendo desenvolvidos com essas técnicas, que vão desde desenvolvimento de novos nanomateriais e semicondutores, até estudos de arqueologia. Além desses estudos, também desenvolvemos e aprimoramos tecnologias que têm benefício direto para sociedade. Vale ressaltar que o nosso reator tem sido modernizado constantemente nos últimos anos e ainda tem muito a contribuir”, afirmou Genezini.
Segundo ele, uma das principais tarefas do reator do IPEN é justamente a divulgação das aplicações sociais da energia nuclear, ação que vai ao encontro da proposta do "Física Para Todos”, que é a disseminação do conhecimento científico para públicos diversos. "Recebemos cerca de 1000 pessoas anualmente e tentamos, sempre que possível, divulgar o reator na imprensa. Nosso reator é um dos poucos no mundo em que é possível se visitar o saguão da piscina com ele em operação”, ressaltou.
Um dos pontos altos para quem visita o IEA-R1 é ver, "de perto”, o efeito Cherenkov, justamente "a luz azul que só se encontra no céu”. "É um privilégio de nossos visitantes. Dá uma ótimas selfies”, brinca Genezini, acrescentando que a instalação é bastante segura. Respeitando as normas, esperamos continuar a fomentar essa atividade que consideramos uma obrigação do IPEN”. É sobre essas e outras questões curiosas a respeito de um reator que Genezini vai falar no "Física Para Todos”.
Fred, como é chamado entre colegas, tem se dedicado a divulgar ciência em diferentes projetos. Recentemente, participou como palestrante do Festival Pint Of Science, no Armazém 77 (Penha), onde falou sobre "Ativação neutrônica para a determinação de efeitos da poluição na saúde humana” e também explicou o que é reator nuclear, os tipos existentes, suas múltiplas funções e aplicações sociais. Doutor em Tecnologia Nuclear pela USP, tem experiência na área de Física Nuclear, com ênfase em medidas de dados nucleares, aplicações nucleares e instrumentação nuclear.
Mais sobre o evento
O "Física para Todos” é um ciclo de palestras voltado a um público amplo, desde o Ensino Médio até o Ensino Superior, nas várias áreas do conhecimento humano. A cada ano, diferentes temas são tratados, sempre em linguagem acessível, e explicados por alguns de mais conceituados professores e pesquisadores. Os conteúdos abordam aspectos físicos de questões contemporâneas que dizem respeito à vida dos cidadãos e sua visão de mundo.
Serviço
O quê: Palestra "Nêutrons que Não Sabem Nadar: Radioatividade e Reatores”, com o físico Frederico Genezini – CRPq/IPENQuando: Dia 6 de julhoOnde: Biblioteca Mario de AndradeHorário: 10h30
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- 01/07/2019 - Nota de falecimento de Márcia Palmeira de Mello AlexandriaMárcia ingressou no IPEN no início dos anos 1980 e atuou na Gerência de Pessoal (GPE) e no Centro de Projetos Especias, atual Centro de Lasers e Aplicações (CLA), até sair do instituto para lecionar
Márcia ingressou no IPEN no início dos anos 1980 e atuou na Gerência de Pessoal (GPE) e no Centro de Projetos Especias, atual Centro de Lasers e Aplicações (CLA), até sair do instituto para lecionar
A vida é feita de ciclos que muitas vezes parecem se antecipar. Assim, informamos com pesar o falecimento de Márcia Palmeira de Mello Alexandria, na manhã de 30 de junho de 2019.Márcia ingressou no IPEN nos anos 1980 e, pelos caminhos do coração, conheceu João Carlos Alexandria, o Joca, com o qual casou e teve um filho. Joca, até recentemente, foi gerente de Redes e Suporte Técnico do instituto e aposentou-se há poucas semanas.O velório realiza-se no Cemitério do Araçá, Av. Dr. Arnaldo, 300, sala A, piso térreo, desde às 20h de domingo. O sepultamento será em 1º de julho, segunda, às 14h30, no Cemitério Jardins dos Jesuítas, Av. Rotary, 319, Jardim Santa Teresa, Embú das Artes.Márcia é um exemplo de determinação, energia. Sua história se traduz em gestos que traduzem o significado das palavras amor e família. -
- 28/06/2019 - Motivado por série televisiva, pesquisador do IPEN participa de bate-papo em bar sobre ChernobylInspirado no Festival Pint Of Science, Rafael Garcia vai falar sobre aspectos técnicos do acidente ocorrido em 1986 e de sua experiência na viagem a Pripyat
Inspirado no Festival Pint Of Science, Rafael Garcia vai falar sobre aspectos técnicos do acidente ocorrido em 1986 e de sua experiência na viagem a Pripyat
O acidente nuclear de Chernobyl voltou com força à mídia após a exibição recente da série homônima pelo canal fechado HBO. Para esclarecer alguns aspectos sobre o acidente ocorrido em abril de 1986, Rafael Garcia, pesquisador do Centro do Combustível Nuclear (CCN) do IPEN, participará de um bate-papo neste próximo domingo, 30, às 18h, na Bar Galeria 540, (Rua Mourato Coelho, 540, Pinheiros).
Garcia contou que sempre teve interesse no tema e já havia feito uma viagem turística a Chernobyl, em 2011, segundo ele, uma "experiência inesquecível”. "A série despertou o interesse de amigos, que passaram a me fazer muitas perguntas, não só técnicas mas também curiosas sobre a experiência da visita à cidade fantasma de Pripyat. Aí preparei essa apresentação, para explicar de uma forma mais detalhada”.
A ideia de falar sobre esse tema tão hard e polêmico em bar foi inspirada no Festival Pint Of Science, ocorrido de 20 a 22 de maio em 13 bares de São Paulo, inclusive o Galeria 540. "Imaginando deixar uma explicação técnica menos ‘maçante’, tive a ideia de apresentar num bar, de um jeito bem descontraído e agradável, da maneira que é realizado no evento Pint Of Science, do qual o IPEN participou e, este ano, pude assistir”.
Justamente por ser um tema polêmico e complexo, Garcia acredita que é preciso falar a respeito. "Como técnicos, temos a responsabilidade de esclarecer o público. Atualmente, parece haver um descrédito na ciência, e talvez parte da culpa seja dos próprios cientistas, que nem sempre se preocupam em falar de suas pesquisas em uma linguagem acessível à maior parte da população. Na carência de boas fontes, as pessoas acabam mal informadas”, disse.
Trinta e três depois, o acidente ainda repercute e contribui para deixar as pessoas apreensivas em relação à energia nuclear, na opinião de Garcia. "Por mais que estudos indiquem que formas de geração de energia como queima de carvão causem problemas de saúde pública muito maiores do que todos os que já foram causados pela energia nuclear, essa acaba tendo uma rejeição muito maior”, avalia.
O pesquisador atribui a rejeição em parte ao desconhecimento do público, em parte ao que considera "sensacionalismo” da mídia. "É como o caso do transporte aéreo e terrestre. Viajar de avião é muito mais seguro do que de carro, mas tem muito mais gente com medo de avião”, compara. Daí a importância de programas contínuos de divulgação científica sobre esse tema, incluindo os benefícios da tecnologia nuclear.
"Acredito que programas permanentes de divulgação dos usos dessas tecnologias em escolas, por exemplo, seriam muito interessantes. Até mesmo na USP, a maioria das pessoas que frequentam o campus não sabe da existência dos dois reatores nucleares situados no IPEN. Nesse sentido, também seria bacana a divulgação de trabalhos realizados no IPEN com radiação, que precisam ser mais conhecidos, pois impactam no cotidiano de muitas pessoas”.
No bate-papo, ele vai abordar aspectos técnicos do acidente e da radiação e mostrar que a tecnologia nuclear vai muito além da geração de energia. "Permite que tenhamos alimentos mais frescos, produtos de melhor qualidade e diagnósticos médicos mais precisos, melhorando a qualidade de vida das pessoas, dentre outros benefícios”, conclui. O público também terá acesso a fotos de um tour na cidade fantasma de Pripyat.
ServiçoO quê: Bate-papo com ciência: O acidente nuclear de ChernobylQuando: Domingo, dia 30Onde: Bar Galeria 540, na Rua Mourato Coelho, 540
Horário: 18h -
- 24/06/2019 - CNEN divulga Plano de Orientações Estratégicas (POE)A Presidência da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) aprovou, por meio da Portaria 021, de 16 de maio de 2019, o Plano de Orientações Estratégicas (POE)
A Presidência da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) aprovou, por meio da Portaria 021, de 16 de maio de 2019, o Plano de Orientações Estratégicas (POE)
O coordenador Geral de Planejamento e Avaliação da CNEN, Roberto Salles Xavier, enviou ao IPEN o Plano de Orientações Estratégicas da CNEN que estabelece as grandes linhas de orientação para as atividades da instituição no período de 2019 a 2022.
"É fundamental que o POE seja divulgado a todos os servidores e que o planejamento das unidades esteja alinhado com as Diretrizes e Estratégicas", conclui.
Portaria nº 21, de 26 de maio de 2019
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- 19/06/2019 - Embaixador brasileiro que atua na AIEA visita o IPENO conselheiro Marcelo Bölhke, do Ministério de Relações Exteriores (MRE) esteve em visita ao IPEN em 19 de junho
O conselheiro Marcelo Bölhke, do Ministério de Relações Exteriores (MRE) esteve em visita ao IPEN em 19 de junho
Bölhke serve, atualmente, na Missão Permanente do Brasil na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e esteve no Brasil para uma série de visitas técnicas relacionadas ao tema de Salvaguardas. Além do IPEN, Bölhke visitou o compleso naval de Itaguai, no Rio de Janeiro, as usinas nucleares de Angra dos Reis, e a INB. Em São Paulo, além do IPEN, visitou as instalações da Marinha em Iperó e do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, CTMSP.
No IPEN, Bölhke foi recepcionado pelo superintendente do instituto, Wilson A. P. Calvo e por pesquisadores e técnicos cujas atividades estão relacionadas a Salvaguardas nucleares. -
- 19/06/2019 - Música indiana encanta plateia em recital realizado no IPENO músico Helder Araújo, estudioso da música clássica e folclórica indiana, encerrou o primeiro semestre de concertos no auditório "Rômulo Ribeiro Pieroni" durante o projeto de Quartas Musicais
O músico Helder Araújo, estudioso da música clássica e folclórica indiana, encerrou o primeiro semestre de concertos no auditório "Rômulo Ribeiro Pieroni" durante o projeto de Quartas Musicais
Helder Araújo iniciou seu concerto dando informações sobre instrumentos e características da música indiana, que estuda há quase 30 anos. Interpretou, a seguir, músicas da região do Hindustão (norte da Índia), onde morou por um período e para onde retorna com frequência para aprimorar sua interpretação. Araújo, ao longo dessas décadas, foi orientado por mestres como Raj Bhan Sing, Debashis Sanial e Padma B. Sing, entre outros.
Além de tocar o sitar,tabla (instrumento de percussão), violino indiano e bansuri (uma espécie de flauta), Helder Araújo compõe canções com influências indiana, árabe, rock e world music. Ampliou seu conhecimento entre 2012 e 2014 aprendendo a tocar ney (flauta turca) com o músico Huseyin Ozikiliç e Rifat Varol, além de música sufi com Arif Senyuz, em Istambul, Turquia.
Atualmente leciona aulas de música clássica indiana no Instituto Paulista de Sânscrito e em demais instituições brasileiras. Possui quatro CDs gravados: Samadhi, Atmanam, Jhala e Ishta. Ao final, realizou-se um sorteio de CD em que o servidor Franco Brancaccio foi agraciado.
A apresentação também marcou a despedida do Prof. Michael Alpert, coordenador do Laboratório de Música de Câmara (LAMUC), da Escola de Comunicações e Artes, ECA/USP. Após 40 anos na Universidade, Alpert aposenta-se e parte para novos projetos. Ao final do concerto, o Prof. Alpert realizou um discurso emocionado que tocou todos os presentes pois sua presença foi marcante nesses mais de dez anos de apresentações musicais gratuitas realizadas no IPEN.
Mais informações na Assessoria de Comunicação Institucional (ACI) do IPEN, telefone 3133-9095,pergunta@ipen.br -
- 18/06/2019 - IPEN abre seleção para Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da SaúdeDestinado a profissionais da área de saúde, o curso terá início em agosto. Inscrições terminam no dia 18 de julho.
Destinado a profissionais da área de saúde, o curso terá início em agosto. Inscrições terminam no dia 18 de julho.
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP) torna público o edital para processo seletivo do Mestrado Profissional Stricto Senso em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde (MP-TRCS), o único no Brasil nessa área e modalidade. Graduados em medicina, farmácia, bioquímica, biomedicina, radiologia, física médica, biologia, medicina veterinária e áreas afins estão aptos e têm até o dia 18 de julho para submeter inscrição. O Edital completo, bem como o regulamento e os procedimentos para a seleção, neste link.
Coordenado pela física Denise Maria Zezell, o MP-TRCS tem como objetivo geral capacitar profissionais da área de saúde no uso das radiações ionizantes e não ionizantes para diagnóstico, terapia e demais aplicações. "O IPEN é a única instituição no Brasil que pode oferecer uma pós-graduação dessa magnitude. A infraestrutura laboratorial de ponta e a expertise dos pesquisadores nessa área fazem toda a diferença”, afirmou Zezell, que é pesquisadora do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) do Instituto.
Serão duas linhas de pesquisa: Processos de Radiação na Saúde, com foco em pesquisas relativas a técnicas de aplicação de radiações ionizantes e não ionizantes em saúde e Medicina Nuclear e Radiofarmácia, voltada a pesquisas relacionadas ao desenvolvimento, fabrico e aplicação clínica dos radiofármacos. Para a primeira, as disciplinas são Avaliação de Tecnologias em Saúde, Fundamentos de Física em Ciências da Saúde, Imagens Médicas, e Proteção e segurança e logística radiológica.
A segunda linha oferece as disciplinas Dosimetria para Radioterapia, Fundamentos de Radioterapia, Interação das radiações ionizantes e não ionizantes com tecidos biológicos, Radiofarmácia I (módulo teórico) e Radiofarmácia II (módulo prático-experimental). Com duração de 24 meses, o programa conta com 21 docentes e inicia-se em 7 de agosto. O período letivo é semestral, de quartas-feiras às sextas-feiras das 14h às 20h. A Comissão de Pós-Graduação MP-TRCS definirá a cada ano o número de vagas disponíveis.
O resultado das inscrições homologadas será divulgado até 19 de julho. Os candidatos que forem enquadrados serão submetidos à (1) Comprovação da proficiência em Inglês, conforme Regulamento; (2) Análise do Currículo Lattes; (3) Entrevista com a Comissão do Processo seletivo do Programa de MP-TRCS; e (4) O candidato estrangeiro, além da proficiência em inglês, deverá comprovar proficiência em Português, segundo o Regulamento do MP-TRCS. No dia 22 de julho, será realizado o Exame de Proficiência (Inglês ou Português para estrangeiros).
Nesse mesmo dia 22, serão realizadas as entrevistas com os candidatos. A divulgação dos resultados finais estará disponível no dia 23 de julho, no link http://mprofissional.ipen.br e pelo telefone (011)3133-9956. Os aprovados têm a partir desse dia até 1 de agosto para efetuar a matrícula na Secretaria do Programa, no prédio do Ensino, 2º andar, onde serão realizadas todas as etapas presenciais. O campus do IPEN está localizado na Av. Prof. Lineu Prestes, 2242, Cidade Universitária, Butantã (São Paulo).
Pioneiro – O MP-TRCS foi o único aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na modalidade, área de Medicina II, concorrendo com mais sete propostas. "A nossa expertise de profissionais farão desse curso um curso único e de excelência, a exemplo do que é o nosso atual, o Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP. O Brasil vai ganhar muito com esses profissionais altamente qualificados que vamos formar para a área de saúde”, afirmou o pró-reitor Marcelo Linardi.
São inúmeras as contribuições que o MP-TRCS dará ao Instituto e ao País, na avaliação do superintendente do Instituto, Wilson Calvo, reitor do Programa. "O IPEN continua firme na sua missão de oferecer melhoria da qualidade de vida da população brasileira, produzindo conhecimentos científicos, desenvolvendo tecnologias, gerando produtos e serviços de maneira segura e formando recursos humanos nas suas áreas de atuação. Nesse programa, profissionais capacitados para atuarem numa área tão importante ao Brasil: a saúde", disse.
Sobre o IPEN – Autarquia vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Governo do Estado de São Paulo e gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do Governo Federal. Tem destacada atuação em vários setores da atividade nuclear entre elas, nas aplicações das radiações e radioisótopos em medicina nuclear. Em parceria com a USP, possui um Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear, níveis Mestrado e Doutorado acadêmicos, cuja nota é 6 na Capes.
ServiçoO quê: Seleção para ingresso no Mestrado Profissional Stricto Senso em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde (MP-TRCS)Instituição: Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP).Período: de 17 de junho a 18 de julho de 2019 -
- 18/06/2019 - IPEN divulga resultado da seleção de candidatos a bolsa de pós-doutorado em novos radiofármacosO Escritório de Gestão de Projetos/Apoio ao Pesquisador – DPDE/EGP comunica o resultado da Seleção de Bolsista de Pós-Doutorado no âmbito do Projeto FAPESP 2017/50332-0, intitulado “Capacitação científica, tecnológica, infraestrutura em Radiofarmácia e Radiações a serviço da Saúde”, na área de atuação: Novos radiofármacos e fontes radioativas.
O Escritório de Gestão de Projetos/Apoio ao Pesquisador – DPDE/EGP comunica o resultado da Seleção de Bolsista de Pós-Doutorado no âmbito do Projeto FAPESP 2017/50332-0, intitulado “Capacitação científica, tecnológica, infraestrutura em Radiofarmácia e Radiações a serviço da Saúde”, na área de atuação: Novos radiofármacos e fontes radioativas.
A avaliação dos candidatos, por meio das informações constantes dos documentos apresentados, à luz do disposto no Edital, levando em conta as considerações de cada integrante da Comissão Julgadora deliberoupela seguinte classificação:
1) Dr. Lucas Freitas de Freitas - Brasil
2) Dr. Velaphi Clement Thipe – África do Sul
Será convocado o primeiro classificado para implementação da bolsa e, em caso de impedimento, será convocado o segundo colocado.
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RESULT OF POS DOC GRANT SELECTION
The candidates, based on the information contained in the documents presented, according to the information published in the Edital, taking into account the considerations of each member of the Commission were evaluated. The final result of the commission is the following:
1) Dr. Lucas Freitas de Freitas – Brasil
2) Dr. Velaphi Clement Thipe – South Africa
The first classified for the implementation of the scholarship will be called and, in case of impediment, the second place will be called.
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- 18/06/2019 - '60 anos de produção de radiofármacos no Brasil': IPEN apresenta seu pioneirismo a público no ILPPesquisadores mostraram pesquisas e projetos que fizeram história e colocaram o Instituto na fronteira da Medicina Nuclear no País
Pesquisadores mostraram pesquisas e projetos que fizeram história e colocaram o Instituto na fronteira da Medicina Nuclear no País
Quando se fala em energia nuclear, o sentimento mais comum é de receio. Entretanto, são inúmeros os benefícios sociais e econômicos que ela pode gerar. Para falar das aplicações na área de saúde, com foco na medicina nuclear, cientistas do IPEN promoveram nesta segunda-feira, 17, uma série de talkssobre as atividades do Instituto desde que foi produzida a primeira dose de radiofármaco no Brasil, ainda de forma experimental: o Iodo-131 (131I), usado para diagnóstico e terapia de doenças da tireoide.
Esse feito, ocorrido em 1959, marcou o pioneirismo do IPEN e foi fundamental para a viabilização e consolidação da medicina nuclear no País. Ao longo de seis décadas, o Instituto expandiu suas atividades de pesquisa e de produção, tornando-se excelência na área. A série de talks, que ocorreu das 14h às 17h, no Instituto do Legislativo Paulista (ILP) – Plenária Teotônio Vilela, abriu a série de atividades do "60 anos de Produção de Radiofármacos no Brasil: o IPEN na fronteira da Medicina Nuclear”.
"Estamos aqui, nesta casa Legislativa, para apresentar uma parte da área nuclear, que tem sido fundamental para o desenvolvimento do País. É uma satisfação muito grande estar aqui, e agradeço ao ILP por se colocação à nossa disposição. No que depender do IPEN e da CNEN, daremos passos largos em direção à oferta de produtos e serviços visando ao bem estar da população brasileira”, declarou Paulo Roberto Pertusi, presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia federal à qual o IPEN está vinculado.
O superintendente do IPEN, Wilson Calvo, abriu a sessão de talks falando sobre "As várias faces do Instituto mais completo e eclético do Brasil”. Destacou que o Instituto está aberto à visitação e ressaltou a missão de promover a melhoria da qualidade de vida da população brasileira e, à medida que falava de cada Centro de Pesquisa, foi apresentando algumas das mais importantes pesquisas na área de saúde. Citou ainda a parceria com o Governo do Estado, por meio da FAPESP. "Fomos contemplados com R$ 13,6 milhões e uma bolsa extra de Jovem Pesquisador, voltados para a saúde, com aplicação na área de radiofármacos”, disse.
Calvo fez um balanço dos indicadores do IPEN e ressaltou a importância na formação de recursos humanos. "Já formamos mais de 2,8 mil mestres e doutores, e hoje [17 de junho] lançamos o edital para o Mestrado Profissional [em ‘Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde’] específico para profissionais da área de saúde. Também temos convênios acadêmicos com instituições brasileiras e internacionais. Um dos grandes impactos desses convênios nacionais é a transferência de tecnologia para regiões que antes não a dominavam”.
O superintendente destacou ainda o Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), tema de um dos talks apresentados, as pesquisas em saúde do IPEN nas áreas correlatas, e a produção de radiofármacos, que atende quase 2 milhões de pacientes ao ano. Também mencionou o recebimento da Medalha Mérito Tamandaré outorgada, em 2017, pelo Comando do 8º Distrito Naval (COM8DN) ao Instituto, como um dos inúmeros prêmios recebidos. "Os parceiros dizem a nossa importância”, concluiu.
Passado e presente – O pesquisador Jair Mengatti falou na sequência, sobre "Os bastidores da Medicina Nuclear – Desafios e Esperanças”. Iniciou agradecendo à Constância Pagano Gonçalves da Silva, "Pesquisadora Emérita” do IPEN e precursora dos radiofármacos no Instituto, e fez um retrospecto histórico desde a década de 50, quando foi construído o IEA-R1. Apresentando fotos históricas, desde a inauguração do Reator, das primeiras produções, no prédio do próprio Reator, Mengatti passou pelos destaques a cada década.
"A partir da década de 1960, passamos a produzir outros radiofármacos. Nos anos 1970, tivemos o primeiro bloco do Centro de Radiofarmácia. Em 1979, a medicina nuclear já era real e efetiva no País. Naquela época, o IPEN já vislumbrava a importância do Tecnécio-99 (99Tc). Nos anos 1980, a partir de uma demanda que já existia, foi realizado o primeiro PET [exame de imagens com Flúor-18] no INCOR, um exemplo do pioneirismo do IPEN. Nos anos 1990, adquirimos o Cíclotron de 30MeV e produzimos novos radiofármacos, até chegarmos ao que temos hoje”, afirmou.
Mengatti salientou que é necessária uma infraestrutura mínima para atender os pacientes no tempo certo. O grande desafio, segundo ele, é a logística para transportar radiofármacos. Atualmente, o IPEN comercializa 32 radiofármacos para todos os procedimentos no Brasil. Em termos de produção, o pesquisador acredita que o RMB vá suprir todas as necessidades e tornar o Brasil autossuficiente. "Temos um desafio enorme, que está nas mãos das próximas gerações do IPEN”.
Com o tema "Radiofármacos! O que isso tem a ver com Medicina Nuclear?”, a pesquisadora Elaine Bortoleti de Araújo iniciou com a definição de radiofármacos, afirmando que são "medicamentos únicos por conterem elemento radioativo [radioisótopo] na sua estrutura”. Destacou a expertise do IPEN nessa atividade, que é escopo de regulamentação intensa e constante. "Não se produz em qualquer lugar, precisamos de pessoal treinado e capacitado, e de instalações adequadas, com requisitos de segurança e sanitários”, pontuou.
Bortoletti também explicou como são obtidos os radiofármacos e deu exemplos de suas diferentes aplicações em diagnóstico e tratamento de doenças, não apenas de câncer, destacando sua importância e seu alcance na saúde pública. Em terapia, os radiofármacos são usados na destruição das células tumorais e em outras doenças, como artrite reumática. Em diagnóstico, são utilizados para exames de imagem, como cintilografia ou mapeamento. "Há centenas de diagnósticos possíveis de fazer em medicina nuclear”, disse, mostrando imagens relacionando-as ao radiofármaco correspondente.
O novo e o futuro – Coube ao pesquisador Emerson Bernardes apresentar o que tem sido pesquisado no IPEN para nacionalizar radiofármacos ainda não produzidos no Brasil e para ampliar o espectro de aplicações. "O que há de novo?” foi o tema do talk, que abordou o projeto do Núcleo de Inovação em Medicina Nuclear do Instituto. Bernardes começou fazendo uma provocação: "Quando falamos em energia nuclear, pensamos em como nos proteger. Nunca como usamos a nosso favor. É o que vou propor aqui”.
De acordo com o pesquisador, ensaios pré-clínicos são muito importante como primeira etapa de desenvolvimento de radiofármacos. Citando a fala de Jair Mengatti, ratificou que sempre foi preocupação do IPEN lidar com o que era de mais atual e moderno em radiofármacos no País. "E o que temos, hoje, de mais atual: radiofármaco não é atualizado apenas para terapia e diagnostico do câncer. Isso abre possibilidades, em termos de pesquisa, porque qualquer processo biológico ou patológico pode ser explorado pelo uso do radiofármaco”.
Bernardes mostrou como estão divididas as atividades de pesquisa, desenvolvimento e Inovação do Centro de Radiofarmácia do IPEN. Comentou que alguns radiofármacos são utilizados para processos neurodegenerativos, como Alzheimer. Reiterou que o câncer de mama é o mais comum em mulheres e relacionou incidência e mortalidade, dizendo que, no Brasil, a incidência é menor do que em outros países, porém, a mortalidade é maior.
"Isso ocorre porque o diagnóstico é feito de forma tardia, cerca de 40% quando a doença está em fase metastática. O diagnóstico inicial, mais recomendado, é baseado em biópsia. Enquanto fora leva cerca de 30 dias para o resultado, no Brasil, entre o paciente procurar o hospital e receber o diagnóstico, temos aí um período médio de 7 a 8 meses. Aí, acontece o que a gente chama de heterogeinedade tumoral: doença em estágio avançado com metástase. Dependendo da fase da doença, você não consegue mais a biopsia como indicador”, explicou.
Bernardes também falou como tumores respondem ou não a tratamentos, mostrando imagens com exemplos de tipos de radiação e sua capacidade de penetração quando o radiofármaco é injetado no paciente. Concluiu falando de pesquisa com molécula nova, em estágio pré-clínico, usando como alvo PSMA. "O 18F-PSMA é usado para diagnóstico. Estamos fazendo estudos para viabilizar ou ampliar o uso dessa molécula para todo o Brasil e também para a terapia”.
Reatores – Com o tema "RMB – Construindo um futuro melhor”, o engenheiro José Augusto Perrotta, coordenador técnico do Projeto Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), antes de apresentar esse empreendimento, falou sobre Reator Nuclear de Pesquisa, apresentando conceitos básicos como da energia nuclear, desde o átomo, radioatividade, reações nucleares e suas aplicações. Mostrou a diferença entre reator de potência, para geração de energia, e de pesquisa, caso dos reatores da CNEN.
Fazendo um breve retrospecto histórico do Reator IEA-R1, do IPEN, Perrotta destacou os benefícios dessa instalação a sociedade. "É a base da CNEN é isso: transformar C,T&I em benefícios para a sociedade. Ao construirmos um reator, jogamos uma semente, e o que se forma ao redor é um grande centro gerador de conhecimento e desenvolvimento tecnológico e inovação, como foi o caso do IPEN, como, esperamos, seja o caso do RMB. Mas ainda não sabemos como fixar essas pessoas, e esse é um desafio”.
Sobre o RMB, Perrotta disse que é um "sonho” que ele espera se tornar realidade o quanto antes. "Todas as apresentações aqui mencionaram o RMB, porque é uma infraestrutura fundamental para aplicações sociais e industriais estratégicas, e de desenvolvimento do País. Hoje importamos em torno de 23.175 Ci [de curie, unidade de medida de atividade radioativa] de Molibdênio-99, cada Ci custa 680 dólares. Com o RMB, esperamos produzir 54 mil Ci, ou seja, mais que o dobro. Vamos substituir todos os radioisótopos que são importados hoje e isso vai gerar economia e autossuficência para o Brasil”.
Perrotta fez uma apresentação com imagens do futuro empreendimento, especificando cada prédio e área de atuação. Encerrou dizendo que o Brasil detém a tecnologia do ciclo do combustível – o enriquecimento de urânio é feito em Aramar, na região de Sorocaba, onde estará sediado o RMB e outras expertises. "Temos a capacidade de produzir os insumos e sabemos operar um reator. Também somos capazes de lidar com a questão das licenças para operação. Precisamos de parcerias para a parte da engenharia”.
Perrotta citou o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a Marinha do Brasil, a Amazul (Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A.), a Financiadora de Projetos (Finep), a CNEN e suas unidades, bem como grandes laboratórios nacionais, como o Projeto Sírius e o Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS) como instituições parceiras fundamentais para o sucesso do RMB.
"O RMB é a tecnologia nuclear a serviço da vida, com um incalculável valor social, já que também será um centro de pesquisa nuclear de referência no futuro, podendo abrigar instalações em outro patamar tecnológico das atualmente existentes", concluiu Perrotta.
Mostrando sua importância – Ao final, o diretor-técnico e de Operação da Amazur, Francisco Roberto Portella Deiana, parabenizou o IPEN pela iniciativa de se apresentar no ILP e fez uma indagação sobre o número de radiofármacos comercializados pelo IPEN. Em seguida, o físico Silvério Crestana se manifestou, reiterando as palavras de Deiana sobre a importância de o IPEN se mostrar à sociedade e sugerindo que essa atividade seja ampliada para outros fóruns formuladores das principais políticas públicas para inovação.
"Eu sugeriria de o IPEN reunir o conjunto de seus cientistas para fazer uma semana, um grande seminário do IPEN, para mostrar tudo o que está sendo desenvolvido em todas as áreas – muito pioneirismo, qualidade e inovação. Vai dar um orgulho muito grande para deputados e parlamentares que formulam políticas publicas”, afirmou Crestana.
Encerrando o evento, Paulo Pertusi e Wilson Calvo mais uma vez agradeceram ao ILP e se colocaram à disposição para novas atividades que possam levar ao conhecimento da sociedade tudo o que o IPEN realiza. O evento no ILP integra a série de atividades pelos 60 anos de produção de Radiofármacos no Brasil. Foi organizado pela bolsista Adriana Miranda, no âmbito do Programa José Reis de Incentivo ao Jornalismo Científico, da FAPESP.
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- 18/06/2019 - IPEN abre processo seletivo para Mestrado Profissionalizante em Tecnologia das Radiações na SaúdeO novo curso de mestrado no IPEN foi aprovado pela CAPES (MEC) em 5 de outubro de 2018 e o processo seletivo está aberto até 18 de julho
O novo curso de mestrado no IPEN foi aprovado pela CAPES (MEC) em 5 de outubro de 2018 e o processo seletivo está aberto até 18 de julho
Os interessados devem enviar documentação para smp@ipen.br
Informações na secretaria de Ensino com Sabrina, tel. 11 3133-9956, prédio de Ensino, sala 208, 2º andar.
O exame de proficiência em Inglês será realizado em 22 de julho de 2019, às 9h, no prédio de Ensino do IPEN.
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- 13/06/2019 - Em parceria com Alemanha, IPEN vai estudar impactos da gravidade zero na neurofisiologiaAcordo entre o Instituto e o Centro Aeroespacial Alemão avaliará a adaptação e o equilíbrio da membrana celular na pesquisa aeroespacial
Acordo entre o Instituto e o Centro Aeroespacial Alemão avaliará a adaptação e o equilíbrio da membrana celular na pesquisa aeroespacial
Nos últimos anos, cientistas têm se debruçado a estudar os efeitos da gravidade na saúde humana. Mas a farmacologia aeroespacial, particularmente, ainda é uma área incipiente em temos de pesquisa e literatura científica. Nessa perspectiva, Brasil e Alemanha vão trabalhar conjuntamente durante dois anos, a partir de uma parceria interinstitucional entre IPEN e Centro Aeroespacial Alemão – DLR Center.
O Acordo de Cooperação, denominado "Behavior of Iigand-receptor and membrane fluidity under altered gravity” (Comportamento de sistemas ligante-receptor e da fluidez de membranas sob gravidade alterada, em tradução livre), formalizado em março deste ano, pela direção do Instituto, tem por objetivo investigar os impactos da gravidade zero na neurofisiologia. O experimento está previsto para voar a Marte em 2030, com lançamento de Kiruna, na Lapônia.
Os biólogos Patrick Jack Spencer, do Centro de Biotecnologia (CB) do IPEN, e Jens Hauslage, do Instituto de Medicina Aeroespacial do DLR Center, são os pesquisadores responsáveis no âmbito do Acordo. Spencer é doutor em Tecnologia Nuclear pelo IPEN/USP e Hauslage, em Biologia, pela Universidade Friedrich Whilhelms de Bonn (Alemanha).
Segundo Spencer, o IPEN entrará com a cultura de células e os receptores purificados de células neurais, e o DLR Center, com a aquisição do cilindro de liga de magnésio, produzido na Alemanha, e com os sensores, além do foguete e de centrífugas. O pesquisador explica que, com a ajuda de um chip, a afinidade da acetilcolina, um neurotransmissor, pelo seu receptor, será testada em condições de hiper e microgravidade.
"Será importante para o IPEN criar um protocolo sobre o experimento de gravidade, algo que já está em andamento na Alemanha. Com a adequação do equipamento de ressonância plasmônica de superfície, sistema que vai medir a cinética, para instalação no módulo de carga útil do foguete, podemos aprender também sobre a integração do foguete. Não é apenas pingar o neurotransmissor ou apenas apertar o botão”, explica Spencer. "Participaremos dos testes de bancada, de vibração, centrífuga e da integração, montagem e lançamento do foguete”, acrescenta.
Serão realizados experimentos em relação ao comportamento de neuroreceptores e seus ligantes (responsáveis pela comunicação entre as células), fluidez de membrana e interação de transmissores neuronais sob gravidade reduzida e alterada.
"Resolvemos nos dedicar a essa área a partir do lançamento da disciplina Farmacologia Espacial no DLR Center, porque nem todo fármaco vai desencadear os mesmos efeitos em condições de gravidade alterada. Já há dados experimentais que mostram que a membrana de células expostas à gravidade alterada sofrem mudanças em sua composição e que anestésicos têm a sua cinética modificada em condições de microgravidade”.
De acordo com Spencer, além da missão – o lançamento do foguete está previsto para 2030, de Kiruna, na Lapônia, será ministrado um curso de dez dias abordando desde os princípios básicos até o uso de sistemas fechados para reciclagem de água e oxigênio a serem usados em viagens espaciais de longa duração.
Citando um experimento do qual participou, no Centro de Lançamento de Alcântara (MA), Spencer relatou: "A carga útil do foguete se perdeu no mar. Fomos um dos poucos grupos que conseguiu resgatar os dados, pois tínhamos telemetria e os dados foram transmitidos em tempo real. O experimento indicou que reações químicas similares àquelas que ocorrem no cérebro têm comportamento diferente na ausência de gravidade”.
Dessa experiência, Spencer entende que a farmacologia espacial deve dar subsídio para voos tripulados de longa duração. como para Marte – há expectativa de um voo tripulado para o planeta vermelho em 2030, com uma exposição à microgravidade de seis meses para ir e o mesmo tempo para voltar.
"Quando falamos da gravidade em Marte, estamos falando em 0,38vezes aquela da terra. Em termos de efeitos fisiológicos, ainda não se sabe o que pode ocorrer. As poucas informações obtidas é que se os astronautas ficarem na ISS [do inglês, Estação Espacial Internacional] e não forem para a esteira todos os dias, as chances de desenvolverem uma osteoporose ou atrofia muscular é grande”, explica Spencer.
Segundo ele, "entre outros problemas, esse é apenas o macroscópico, o microscópico, como a depressão, e alterações no sistema imune ainda estão sendo estudados”. A farmacologia do cérebro – acrescenta o pesquisador – é apenas um aspecto dentre aqueles que deveriam ser investigados.
Como exemplo, Spencer cita idosos com sobrepeso: "eles possuem menor propensão à osteoporose, porque o esforço mecânico para se manter em pé, forçando o esqueleto acaba estimulando a fixação de cálcio. No espaço, onde não há peso, este esforço não existe e pode ocorrer a perda óssea”.
Atualmente, segundo o pesquisador, há um satélite do grupo colaborador alemão no ar, reciclando urina com microorganismos para gerar água e oxigênio. Essa água, por sua vez, vai alimentar ‘plantas’, como o tomate, e será testada com gravidade similar à da lua e à de Marte. O satélite foi lançado da base de Vandenberg pela Alemanha, em parceria com os Estados unidos.
O Acordo de Cooperação entre IPEN e DLR Center foi assinado em 14 de março, pelo superintendente do Instituto, Wilson Calvo, e contou com a presença de Spencer, da diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino, Isolda Costa, e do gerente do Programa de Internacionalização, Niklaus Ursus Wetter,
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- 12/06/2019 - Acervo da Biblioteca do Instituto de Química da USP é irradiado para descontaminação no IPENUma vez por semana, cerca de 4m3 de material vem sendo tratado no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60. Operação dura alguns meses e deve ser concluída em julho
Uma vez por semana, cerca de 4m3 de material vem sendo tratado no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60. Operação dura alguns meses e deve ser concluída em julho
Uma grande parte do acervo da biblioteca do Instituto de Química (IQ) da USP está passando por desinfestação no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR). São tratados, uma vez por semana, cerca de 4m3 de material, que estavam contaminados por insetos e fungos. As obras estão distribuídas em caixas padronizadas e identificadas, para facilitar a irradiação na câmara de 60Co e posteriormente o retorno às prateleiras devidas.
De acordo com Pablo Vásquez, pesquisador responsável pelo Irradiador Multipropósito de 60Co e pela linha de pesquisa para preservação de objetos de patrimônio cultural, o IPEN foi procurado por uma equipe da Divisão de Biblioteca e Documentação do Conjunto das Químicas liderada por Fátima Paletta, chefe de seção de aquisição. Seguindo o processo convencional para estes casos, o pesquisador foi até o local para verificar o tipo e o grau de contaminação.
"O acervo estava bastante comprometido devido à contaminação por fungos e insetos. Pela quantidade considerável a ser processada, foi estabelecido um cronograma dando prioridade aos lotes mais críticos. O trabalho foi dividido em etapas progressivas, visando o processamento de pelo menos um destes lotes por semana, pois existem compromissos preexistentes relacionados aos materiais do IPEN no Irradiador. Provavelmente, a desinfecção seja finalizada em julho deste ano”, afirmou. Ao todo serão tratados 12 mil volumes equivalentes a mil caixas de material.
Vásquez salienta a importância de qualquer material a ser processado com radiação ionizantedeva vir embalado, identificado e transportado com segurança, seguindo um "Protocolo de Preparação para Acervos Contaminados”. Este procedimento foi desenvolvido no Irradiador Multipropósito de Co-60 e publicado numa dissertação de mestrado.
"A logística utilizada e a forma como o material é entregue nesta instalação é fundamental para garantir a eficiência do processamento, ou seja, eliminar micro-organismos. No caso específico do acervo do IQ, está sendo aplicada uma dose absorvida dentro do intervalo de 6kGy e 10kGy [o Gray representa a quantidade de energia de radiação ionizante absorvida, ou dose, por unidade de massa]. A dose utilizada para eliminar os fungos também elimina os insetos, mas o inverso não acontece por causa da radiosensibilidade desses organismos”, explica.
Outra medida importante, segundo Vásquez, é tomar medidas relacionadas à conservação preventiva do local contaminado, que deve ser reformado ou colocado em condições adequadas para receber novamente o acervo tratado. "Quando existe uma infestação por cupins, por exemplo, não adianta só irradiar o material, é preciso tratar o local do acervo, caso contrário, a contaminação retorna com o tempo. É certo que a radiação ajuda a retardar novas infestações, mas é fundamental deixar todo o ambiente limpo e livre de contaminação. Por isso, são emitidos critérios e recomendações relacionadas ao pre e pós tratamento,”, observa o pesquisador.
Desde que iniciou suas operações, em 2004, o Irradiador Multipropósito de Co-60 tem sido uma das mais importantes instalações do IPEN na prestação de serviços voltados para a preservação de bens culturais. A parceria com a USP já possibilitou a desinfestação de vários acervos, entre eles o da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP), além de outros museus nacionais. Vásquez adianta que, em breve, o IPEN receberá um grande acervo do Museu Ipiranga, que inclui livros, telas, móveis e instrumentos musicais.
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- 12/06/2019 - 'Comprometimento dos servidores é o que garante o nosso sistema de gestão'Desde 2005 à frente do Sequa, a engenheira Tereza Salvetti diz que o comprometimento da alta direção e dos servidores é o que faz a diferença para o sistema de gestão da qualidade no Instituto. Confira a entrevista:
Desde 2005 à frente do Sequa, a engenheira Tereza Salvetti diz que o comprometimento da alta direção e dos servidores é o que faz a diferença para o sistema de gestão da qualidade no Instituto. Confira a entrevista:
Antes de falarmos sobre as conquistas do IPEN, vamos começar por uma pergunta básica: quais as certificações existentes e as diferenças entre elas?Salvetti - Bem, ISO é a sigla para International Organization for Standardization ou Organização Internacional para Padronização, em português, e tem como foco a padronização e a normatização de sistemas para a garantia da qualidade dos processos internos em diferentes segmentos do mercado. No Brasil, a organização está ligada à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), instaurando um padrão que não só eleva a competitividade da empresa, mas redefine os procedimentos, tornando-a um referencial. Suas normas mais conhecidas são a ABNT NBR ISO 9001, ABNT NBR ISO 17025 e ANBT NBR ISO 14001. Cada norma é dedicada a uma aplicação específica, ou seja, 9000 é para questões da qualidade de produto ou serviços e 14000 é para questões ambientais. Essas normas permitem certificação, sendo que várias organizações, desde que autorizadas pelo INMETRO, podem atuar. A norma 17025 é específica para que o laboratório demonstre competência para realizar seus ensaios ou calibrações, sendo que seus escopos, diferentemente das normas anteriores, são acreditados pelo regulador. No Brasil,o INMETRO é o único que realiza esta atividade nos laboratórios.
Além dessas, há outras normas que o IPEN precisa atender?Salvetti - Sim, o Sistema de Gestão (SG) do IPEN também precisa atender a uma resolução CNEN (CNEN NN 1.16), que trata de questões da qualidade, porém, com foco em segurança. Essa resolução não é facultativa, como as normas citadas até aqui, é obrigatória, pois é a única existente na CNEN para o processo de licenciamento das instalações nucleares, instalações radiativas e para as instalações vinculadas à gestão de rejeitos radioativos no Brasil.
Quais as certificações que o IPEN recebeu/manteve ao longo desses 20 anos e para quais Centros de Pesquisa/unidades?Salvetti - O IPEN teve a sua primeira certificação ABNT NBR ISO 9002 em 1996, para atividade "produção, controle de qualidade e comercialização de radiofármacos". Em 1999, passou a ter quatro escopos certificados ABNT NBR ISO 9001. Porém, após a junção do cíclotron e da radiofarmárcia, reduziu para três escopos, que foram sendo adequados conforme as proposições das próprias normas e da estrutura adotada pelos respectivos gerentes e direção.
Quais os escopos certificados no IPEN?Salvetti - Temos o CEN - Prestação de serviços tecnológicos em sistemas energéticos e nucleares; o CECRF - Pesquisa e desenvolvimento, produção, controle de qualidade e comercialização de radiofármacos e produção de radioisótopos em cíclotron; e o CERPQ - Operação e manutenção do Reator IEA-R1 e prestação de serviços de irradiação. Atualmente, apenas o laboratório de calibração de instrumentos (LCI) do GMR tem a acreditação (ABNT NBR ISO 17025) para o escopo "Instrumentos de medição em proteção radiológica: Medidor de equivalente de dose ambiente e Medidor de taxa equivalente de dose ambiente.”
Em várias oportunidades, você afirmou que implantar e manter um Sistema de Gestão em instituição pública é um desafio. Por quê?Salvetti - Para que um SG tenha sucesso em sua implantação, é fundamental que a alta direção da instituição entenda e esteja envolvida e comprometida com esse Sistema. As normas mais recentes até retiraram a figura que havia anteriormente de um "Representante da Direção” para coordenar o SG e atribuíram essa responsabilidade à alta direção. O IPEN, neste sentido, não tem tido problemas, pois os últimos gestores têm apoiado as ações de manutenção do SG. Nosso maior problema é a falta de recursos humanos que auxiliem na correção e melhoria dos processos, pois isso implica na atualização da documentação e registros específicos na intranet e nos arquivos, preservando a informação. Isso demanda tempo e dedicação. Contudo, o número de servidores é cada vez menor e não convém que certas atividades sejam realizadas por terceirizados. Ultimamente, com a questão da escassez de RH, até a questão de recursos financeiros deixou de ser a maior preocupação para a manutenção do SG.
Como o Instituto tem superado esses desafios? Existe alguma saída?Salvetti - Basicamente, o comprometimento de alguns funcionários é que tem mantido o SG do IPEN ainda aderente às normas de conformidade. Neste sentido, temos procurado envolver mais pessoas, mas isto fica cada vez mais difícil, pois temos que realizar cada vez mais coisas com a mesma carga horária de trabalho. Na última reunião de análise crítica, foi sugerido pela dire que seja contratada uma empresa que assuma esta atividade no Instituto, sobre a coordenação da SEQUA. Apesar de não ser o ideal, é o possível para o momento. Estamos definindo o escopo de trabalho para orçar junto a fornecedores.
Nesse cenário, o que pode ou precisa ser melhorado?Salvetti - Nossos processos precisam ser revistos criticamente, otimizando atividades; adoção de ferramentas (softwares) que nos auxilie na gestão dos processos; a comunicação relativa aos SGs precisa ser melhor desenvolvida, entre outras melhorias que precisam ser implementadas nos SGs.