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- 23/02/2018 - Divulgação dos benefícios do Projeto RMB é 'estratégica' para sucesso do empreendimentoMaterial gráfico inédito voltado à população local acaba de ser lançado. Objetivo é mostrar vantagens socioeconômicas para toda a região.
Material gráfico inédito voltado à população local acaba de ser lançado. Objetivo é mostrar vantagens socioeconômicas para toda a região.
Os benefícios que o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) vai gerar à população de Iperó, na Região Metropolitana de Sorocaba, onde será construído, são o foco principal do material gráfico de divulgação que acaba de ser lançado pela equipe de Comunicação do empreendimento. O objetivo é conscientizar os moradores da magnitude do projeto para a saúde no Brasil e também quanto à viabilidade econômica, segurança e responsabilidade socioambiental, partindo do princípio de que o conhecimento é a melhor forma de erradicação do preconceito que ainda envolve a área nuclear por parte da opinião pública.
O material é composto de um flyer (folheto) e dois folders, com enfoques diferentes: o primeiro aborda "O RMB e os avanços para a saúde pública no Brasil”, enfatizando a capacidade do novo reator de produzir os radioisótopos de que o País precisa e que hoje são importados. Com o RMB em atividade, o Brasil ganha autossuficiência, e os riscos de desabastecimento serão reduzidos, assim como os custos de produção de radiofármacos. "Significa melhores condições para investimento na área médica, com ampliação do atendimento, em medicina nuclear, para um maior contingente populacional”, diz o folheto.
Um dos folderes enfatiza "O RMB e a sustentabilidade”, mostrando que o empreendimento é "economicamente viável”, "ambientalmente correto”, "socialmente justo” e "culturalmente aceito”. Para fortalecer este último tópico, a divulgação transparente de todas as etapas e questões que envolvem o projeto é estratégica. "A comunicação junto aos moradores é fundamental não somente para mostrar os benefícios dos resultados técnico-científicos, mas, também, no que diz respeito à geração de empregos e de melhoria da atividade econômica da região”, afirma Afonso Rodrigues de Aquino, colaborador na área de Comunicação.
Uma visão mais detalhada do RMB, ratificando os avanços para a saúde no Brasil, contendo também explicações sobre radioisótopos e radiofármacos para o público leigo, e reiterando quanto aos benefícios para Iperó, Sorocaba e para um País, como um todo, é apresentada em outro folder produzido. Nesse, que é o mais detalhado, há também a imagem da "planta” com indicação de cada unidade do RMB, dentre elas, o Núcleo de Produção de Pesquisa, Unidade de Produção de Radioisótopos, prédio do combustível, prédio do reator, laboratórios (Materiais Irradiados e Radioquímica) e área para tratamento e estocagem de rejeitos.
"Cada material de divulgação está sendo cuidadosamente elaborado de maneira a aproximar a sociedade do RMB. Também fazem parte da estratégia de comunicação um Centro de Visitação, a implantação de um programa de visitas às escolas e faculdades da região de Iperó-Sorocaba, palestras, oficinas, além da criação de monitorias, que serão exercidas por estudantes/bolsistas da área para realização das atividades de aceitação do empreendimento e da energia nuclear”, adianta Aquino, acrescentando que um empreendimento dessa magnitude não pode prescindir da parceria com a população local, a maior beneficiada.
Segundo o coordenador técnico do projeto, o engenheiro José Augusto Perrotta, "o Empreendimento RMB dotará o país de um reator nuclear de pesquisa e toda uma infraestrutura de laboratórios e instalações para dar suporte aos objetivos estratégicos nacionais, com ênfase na área de saúde e na formação de recursos humanos”.
Sobre o RMB – O Reator Multipropósito Brasileiro é um empreendimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), gerido pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em parceria com a AMAZUL Tecnologias de defesa S.A., e que também conta com a participação do Governo do Estado de São Paulo e, portanto, financiado com verbas públicas. Por questões estratégicas, a gerência técnica do RMB fica no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), a maior unidade de pesquisa da CNEN, localizado na Cidade Universitária, a 130km de Iperó.
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Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 22/02/2018 - Abertas as inscrições para a Escola Avançada em Fronteiras de Lasers e suas AplicaçõesIdealizada pela FAPESP, SPSAS tem como objetivo difundir e aprofundar o conhecimento na área de fotônica de lasers com aulas ministradas por especialistas nacionais e internacionais
Idealizada pela FAPESP, SPSAS tem como objetivo difundir e aprofundar o conhecimento na área de fotônica de lasers com aulas ministradas por especialistas nacionais e internacionais
Estão abertas, até 31 de março, as inscrições para a Escola São Paulo de Ciência Avançada em Fronteiras de Lasers e suas Aplicações ("São Paulo School of Advanced Science on Frontiers of Lasers and their Applications" - SPSAS) em parceria com a XVI Escola André Swieca de Óptica Quântica e Óptica Não Linear, que acontecerá no período de 16 a 27 de julho, no Centro de Lasers e Aplicações (CLA), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), na Cidade Universitária (São Paulo).O evento SPSAS é uma idealização da FAPESP e tem duas marcantes características: os alunos selecionados são integralmente custeados, e o tema da escola não se repete em futuras edições. Já a XVI Escola André Swieca de Óptica Quântica e Óptica Não Linear, escola tradicional vinculada à Sociedade Brasileira de Física (SBF), será oferecida conjuntamente com a SPSAS, de forma a potencializar os resultados de ambas.Os interessados devem apresentar uma carta de recomendação, currículo científico de página única (modelo disponível no formato Word), um resumo de sua pesquisa, incluindo figuras e referências, e também preencher um questionário on-line, acessível no site do evento (laserfrontiers.com). Um Comitê Científico analisará cada aplicação e escolherá os candidatos "com maior afinidade e potencial” em relação aos propósitos da Escola.De acordo com Niklaus Ursus Wetter, coordenador geral, o principal objetivo é difundir e aprofundar o conhecimento na área de fotônica de lasers para criar uma massa crítica de cientistas nesse campo da ciência. "Esse aumento” – explica – "é possível mediante um ensino de qualidade na base e na fronteira do conhecimento na área”, respectivamente os focos da Swieca e da SPSAS."As duas escolas, em conjunto, promoverão aulas lecionadas por um corpo docente nacional e internacional, além de minicursos ‘hands on’ [oficinas] e palestras, de maneira a garantir que os alunos aproveitam o máximo”, afirmou Wetter.Os subsídios beneficiarão aproximadamente um total de 100 estudantes de graduação "sênior” (a partir do quarto ano de curso) e de pós-graduação. A FAPESP prioriza brasileiros com um total de 50 vagas. As demais serão distribuídas entre latino-americanos (25 vagas) e candidatos de outras partes do mundo (25).Os selecionados serão notificados por e-mail até o dia 2 de abril e terão todas as despesas (passagens aéreas, transporte, alojamento e refeições) cobertas pela FAPESP. Também podem pleitear participação alunos que não requeiram ajuda financeira, observando-se as mesmas regras de seleção.As taxas de inscrição variam entre R$ 100 e R$330 para brasileiros, e entre US$ 50 e US$ 170 para estrangeiros, dependendo do nível. Estudantes provenientes de países em desenvolvimento podem solicitar isenção. O período para confirmar participação é de 3 a 22 de abril.Fotônica no BrasilMercado US$ 530 milhões em 2017A fotônica é uma das áreas que mais trará impactos tecnológicos, sociais e econômicos em um futuro próximo, segundo Wetter, porém, ainda há alguns desafios para esta área florescer no Brasil. "Entre os gargalos, vejo falta de formação de qualidade em parte dos nossos estudantes em comparação com estudantes provenientes de países onde a educação é uma prioridade de Estado, o que, em certas situações, nos impede de atacar temas mais complexos como os presentes nessa recente área”, disse.Entre as conquistas, Wetter menciona a recente fundação da Sociedade Brasileira de Fotônica (SBFóton) e os macrocentros de pesquisa, como o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LBLS) e o Projeto Sirius, "além do apoio continuo da FAPESP”. E conclui dizendo que a realização da Escola no Brasil é mais um passo importante para a formação de cientistas, criação de empresas e inovaçãonesta área"tão estratégica”, que movimentou, em 2017, um mercado de US$ 530 bilhões.Mais informações no site laserfrontiers.com ou pelo e-mail laserfrontiers@gmail.com----Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 09/02/2018 - IPEN estuda produção de resina especial para aplicação na odontologia restauradoraObjetivo da pesquisa é chegar a um produto que, aplicado nos dentes, seja potencialmente bactericida e proteja contra infecções
Objetivo da pesquisa é chegar a um produto que, aplicado nos dentes, seja potencialmente bactericida e proteja contra infecções
O Laboratório de Biomateriais Poliméricos, do Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA) do IPEN, está desenvolvendo estudos para a produção de resinas poliméricas adicionadas de nanopartículas com atividade antibacteriana, aplicadas à odontologia restauradora. O objetivo da pesquisa é chegar a um produto que, aplicado nos dentes, seja potencialmente bactericida, proteja contra a formação de biofilmes e de cáries secundárias, e também da sensibilidade dolorosa pós-operatória, que podem até provocar alterações pulpares (infecção do tecido).
O testes estão sendo feitos utilizando nanopartículas de MMT (montmorilonita) carregadas de Metronidazol em uma matriz orgânica à base de BisGMA/TEGDMA (bisfenol glicidil metacrilato e Dimetacrilato de tri-etileno-glicol, respectivamente). Segundo a pesquisadora Duclerc Parra, coordenadora da pesquisa, materiais poliméricos vêm sendo utilizados na odontologia por quase 60 anos para restabelecimento estético e funcional dos elementos dentários, e representam os maiores progressos na Dentística Restauradora.
Parra ressalta que as resinas compostas à base de BisGMA/TEGDMA já são amplamente utilizadas para restaurações dentárias diretas, mas os resultados ainda permanecem insatisfatórios, apesar do desenvolvimento tecnológico desses materiais. O inconveniente está na contração de polimerização gerada pela aproximação dos monômeros (pequenas moléculas que podem se ligar a outros monômeros formando moléculas maiores denominadas polímeros) durante a formação da cadeia polimérica permanece como a grande desvantagem.
"É que essa contração volumétrica, associada ao aumento do módulo de elasticidade, pode gerar tensões na interface dente/restauração, levando ao insucesso das restaurações de compósitos com perda de integralidade. Isso porque a resina composta aplicada atualmente, quando inserida em uma cavidade dentária,estabelece uma competição entre as forças de contração de polimerização e a resistência de união à estrutura dentária, podendo ocorrer formação de fendas marginais e a subsequente infiltração marginal”, explica Parra.
Segundo a pesquisadora, se a união dente-restauração for resistente para suportar as tensões da contração de polimerização, pode haver fraturas coesivas na estrutura dentária. Como conseqüências das tensões que implicam o processo de polimerização, podem ocorrer surgimento de fendas entre o dente e a restauração, dor pós-operatória, desprendimento da resina depositada, deflexão de cúspides, entre outros.
"O problema ocasionado pela contração de polimerização é crítico, pois a resina composta deve conservar-se intimamente ligada à cavidade dentária enquanto ganha rigidez e diminui suas dimensões”, acrescenta Parra. A incorporação de nanopartículas em compósitos dentários é um dos avanços mais importantes dos últimos anos nesse campo, e podem melhorar algumas propriedades como a resistência ao desgaste, a retenção de brilho, o aumento do módulo, a resistência à flexão, à tração diametral e à fratura, e a redução da contração de polimerização.
"Nossa pesquisa visa justamente desenvolver nanocompósitos odontológicos à base de BisGMA/TEGDMA com atividade antimicrobiana utilizando nanopartículas de MMT carregadas de Metronidazol, ou seja, ou seja, uma resina que promova uma liberação de fármaco controlada. É um trabalho bem interessante, que tem despertado o interesse de professores da Faculdade de Odontologia da USP (FOUSP), pois estamos aplicando a biofilmes com bons resultados, o que, para eles, é inovador. O que fazemos é encapsular antibiótico na resina e analisar a formação de halo (disco de mortalidade celular) em placa de cultura de bactérias, isso indica a morte das bactérias”, concluiu Parra.
Participam da pesquisa a mestranda Tamiris Ribeiro e as pós-doutorandas Luiza Campos de Paiva Melo e Leticia Boaro. Os recursos para o projeto são do IPEN, da FAPESP e da CAPES.
A pesquisa completa, com metodologias e experimentos já realizados, estará em destaque na edição de Janeiro/Fevereiro do informativo Órbita IPEN.
-----Ana Paula Freire, jornalista MTb172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 06/02/2018 - IPEN e Universidad del Este formalizam colaboração acadêmica no âmbito da pós-graduação em tecnologia nuclearAcordo permitirá a mobilidade de alunos e docentes pesquisadores da instituição paraguaia e, ao mesmo tempo, impulsionará o Programa de Internacionalização do Instituto
Acordo permitirá a mobilidade de alunos e docentes pesquisadores da instituição paraguaia e, ao mesmo tempo, impulsionará o Programa de Internacionalização do Instituto
O superintendente do IPEN, Wilson Calvo, e o decano da Universidad Nacional del Este (UNE), Eustaquio Alcides Martínez Jara, representado por Alejandro Peruzzi Bardella, assinaram um "Memorando de Acordo de Pesquisa e Educação”, com o objetivo de promover intercâmbio de experiências no âmbito da docência e da pesquisa. A reunião para anunciar a colaboração ocorreu na manhã desta quarta-feira, 6, na Superintendência, e contou com a participação também do diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do IPEN, Marcelo Linardi, e da gerente do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM), Sonia Mello.
O Acordo contempla a mobilidade de alunos e docentes pesquisadores da instituição paraguaia – a UNE está localizada em Ciudad del Este – para qualificação no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP. Ao mesmo tempo, impulsiona a Internacionalização no IPEN, cuja proposta é aglutinar pesquisas e parcerias com instituições do exterior e, nessa troca, se consolidar como referência mundial nas áreas de atuação, tendo o ensino como a principal ferramenta – na última avaliação quadrienal da Capes, divulgada em 2017, a pós-graduação do Instituto recebeu nota 6, confirmando a excelência.
O foco do intercâmbio será em ciência de materiais. Inclusive, Bardella, que é professor do Departamento de Engenharia Elétrica, da Facultad Politécnica da UNE, já iniciou estágio de pós-doutorado no Instituto, com supervisão do pesquisador Rubens Nunes de Faria Junior, do CCTM/IPEN. Acordo semelhante será firmado também com a Universidad Nacional de Assunción (UMA), que anunciou o interesse em criar, a médio, logo prazo, uma pós-graduação em na área de materiais "com selo IPEN”, a partir da expertise alcançada por seus pesquisadores meio dessa colaboração com o IPEN, segundo adiantou Linardi.
"Eu estive na UNA em setembro, para apresentar o IPEN e discutir a possibilidade de colaboração. Professores da Universidad del Este estavam presentes e se interessaram, e então a UNE se antecipou, e hoje estamos aqui. Mas é uma questão de tempo para formalizar a colaboração, porque, na prática, já recebemos alunos aqui na nossa pós, o próprio Fernando”, disse o diretor da DPDE, referindo-se Fernando Gabriel Benítez, mestrando no IPEN, convidado para a reunião por ter intermediado as conversas entre IPEN-UNA. A ideia, de acordo com Linardi, é formar um triângulo de colaboração UNA-UNE-IPEN.
Wilson Calvo ratificou a importância do Acordo para o Programa de Internacionalização do IPEN e comentou que o tema tem sido amplamente debatido no âmbito das universidades brasileiras. Salientou ainda que colaborações internacionais têm sido apoiadas e estimuladas não apenas por agências de fomento brasileiras, como CNPq, Capes e Fapesp, mas também por apoiadores internacionais, como a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e os Brics, grupo político de cooperação formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
"Esse Acordo legitima o compromisso do IPEN em firmar parceria com universidades que são expressões internacionais, dos Estados Unidos e da Europa, mas, principalmente, da América Latina, que vivem as mesmas dificuldades e têm estruturas muito próximas às brasileiras. É um dos nossos papeis, no IPEN, fomentar esse tipo de colaboração e de crescimento para a região. É fundamental que resultados de sucesso possam chegar à sociedade e a outros países vizinhos, promovendo a melhoria de qualidade de vida”, declarou o superintendente do IPEN.
Para Bardella, é preciso que os países latino-americanos "conversem mais”, no sentido de promover ações de parceria em vários campos do conhecimento. "Essa região, o Mercosul, tem as maiores reservas de água, de energia, de minerais... é uma região que está para crescer. Por que não cresce? Porque nós não interagimos positivamente. Então, esse tipo de convênio vai possibilitar mais interação positiva, sobretudo para formação de novos pesquisadores e líderes. Certamente, será a base para construirmos realmente algo muito importante a longo prazo”, diz o pesquisador, que é físico especialista em ciência de materiais.
Sonia Mello destacou a importância, para o Brasil, de "ocupar espaços” de liderança no continente. "Qualquer interação com países latino-americanos é importante para o Brasil porque é uma oportunidade de divulgar nossos conhecimentos e experiências, e assim contribuir de forma decisiva para alavancar o desenvolvimento tecnológico na América Latina, formando novas lideranças de pesquisa. É um espaço que o Brasil deve ocupar, de alavancar mentores de desenvolvimento, e nos temos todas as condições para isso”.
"Há um claro interesse da instituição parceira em vincular o maior número possível de novos alunos ao nosso programa, o que é muito bom, porque já começa com material humano engajado ao Acordo. Então, acreditamos que a parceria dará muitos frutos tanto para nós quanto para eles”, acrescentou Isolda Costa, gerente do Programa de Internacionalização do IPEN, que também é pesquisadora do CCTM e se integrou grupo na reunião.
"É gratificante saber que as duas importantes instituições paraguaias têm esse interesse, pra que floresçam novas lideranças na ciência latino-americana. Outros virão”, concluiu o superintendente Wilson Calvo.
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Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 05/02/2018 - Pesquisador do IPEN ganha prêmio internacional por colaboração com Sociedade Americana de CerâmicaReginaldo Muccillo, do CCTM, foi um dos cinco homenageados por organização de simpósio honorário da Conferência Internacional sobre Cerâmica Avançada e Compósitos
Reginaldo Muccillo, do CCTM, foi um dos cinco homenageados por organização de simpósio honorário da Conferência Internacional sobre Cerâmica Avançada e Compósitos
O professor Reginaldo Muccillo, atualmente Pesquisador Voluntário do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM) do IPEN, foi homenageado na sessão de abertura da "42nd International Conference and Expo on Advanced Ceramics and Composites (ICACC’18)", realizada no dia 22 de janeiro, em Daytona Beach, Florida, Estados Unidos. Muccillo foi um dos cinco selecionados, entre pouco mais de 200, e recebeu o prêmio "Global Star Award".
O prêmio é concedido pela The American Ceramic Society (ACerS), e o critério para a outorga não é produção científica, mas liderança na organização de um dos mais de 20 simpósios que ocorrerram durante a conferência. Cada simpósio possui entre cinco e 15 organizadores, e, este ano, a ACerS resolveu premiar cinco deles. Muccillo coordenou o simpósio em homenagem ao último presidente da entidade, Mrityunjay Singh, cuja gestão encerrou-se em dezembro.
"Eu fiquei surpreso quando fui a chamado para receber o prêmio. O congresso começou às 7h de segunda-feira, e eu havia recebido um e-mail de Signh dizendo para eu não deixar de estar presente às 8h30 na sessão plenária, que é a abertura do evento. Achei estranho, mas às 8h eu estava lá, ele me encontrou e pediu que eu sentasse na fila de convidados – bem na frente, pois havia mais de mil pessoas, só depois eu compreendi por que”, conta Muccillo.
Um pouco antes da outorga do "Global Star Award", jovens pesquisadores doutorandos, que no congresso do ano passado ganharam como melhor apresentação, este ano receberam o prêmio em dinheiro – US$ 400/US$ 500 – e uma placa comemorativa. "Eu estava lá, assistindo à premiação, e então eles anunciaram a entrega do "Global Star Award". Chamaram os quatro, até que escutei meu nome, e demorou alguns segundos para me levantar”, brinca Muccillo.
Apesar de ser um "contador de histórias”, no melhor sentido, e muito espontâneo – fala o que pensa –, ele se diz muito "shy” (tímido) nessas situações. "Mas eu tive que subir ao palco, sendo aplaudido por todos, e depois ainda tive que posar para fotos – imagine!”, diz o pesquisador. Para Muccillo, o fato de ter sido o escolhido da América do Sul é motivo de muito orgulho.
"Eu fico honrado porque, afinal, havia mais de 200 pessoas merecedoras, inclusive do nosso continente. Mas eu fui o escolhido e atribuo isso ao reconhecimento ao meu trabalho na organização dessa conferência. Um prêmio internacional que muito me honra”, afirma Muccillo, acrescentando que participou do simpósio honorário por ter trabalhado durante quase 20 anos com Signh.
Todos os organizadores, de todos os simpósios, apresentaram uma palestra convidada, "e aí, sim, eu falei do meu trabalho de pesquisa no IPEN, inclusive, relacionando-o ao que Signh fez, nas suas pesquisas na NASA”, ressalta Muccillo. Além dele, ganharam o "Global Star Award" os pesquisadores Z. Fu (Wuhan University of Technology, China), T. Jones (Army Research Lab, Estados Unidos), D. Koch (German Aerospace Center, Alemanha) e J. A. Salem (Nasa Glenn Research Center, Estados Unidos).Sobre o pesquisador - Reginaldo Muccillo é um dos mais destacados pesquisadores do IPEN. Já orientou 17 mestres, 10 doutores, mais de 30 iniciação científica e também supervisionou estágios de pós-doutorado. É bolsista de produtividade 1-A do CNPq e considera seu maior legado a implantação de seu Laboratório - "comecei do zero" - e a consolidação de seu grupo de pesquisa muito produtivo. Tem o professor Shigueo Watanabe, do Instituto de Física da USP (IFUSP), como uma das pessoas que mais influenciaram a sua vitoriosa trajetória acadêmico-científica.-----Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 23/01/2018 - IPEN desenvolve tecnologia 'limpa' para tratamento de resíduos orgânicos perigososDenominada "Tratamento de Resíduos Orgânicos Perigosos em Sais Fundidos”, consiste na decomposição térmica de resíduos por meio de oxidação submersa em um banho de sais em fusão. O método não produz fumaça tóxica.
Denominada "Tratamento de Resíduos Orgânicos Perigosos em Sais Fundidos”, consiste na decomposição térmica de resíduos por meio de oxidação submersa em um banho de sais em fusão. O método não produz fumaça tóxica.
Alguns resíduos orgânicos perigosos decorrentes de processos químicos e industriais, como pesticidas, herbicidas e rejeitos hospitalares e radioativos, por exemplo, devem receber um tratamento adequado ao serem descartados, em função dos riscos que oferecem, principalmente na contaminação do ambiente. Para eliminar esse risco, o IPEN desenvolveu uma tecnologia que também usa calor para decompor essas substâncias, mas de forma mais segura.A tecnologia, denominada "Tratamento de Resíduos Orgânicos Perigosos em Sais Fundidos”, consiste na decomposição térmica de resíduos por meio de oxidação submersa em um banho de sais em fusão. Apesar de ser um processo de decomposição térmica, a oxidação em sais fundidos não é considerada um processo de incineração.
Isso porque, diferentemente da incineração, não há formação de chama para iniciar ou continuar a reação, mas também se trata de um processo de decomposição térmica, uma vez que o sal é fundido por um aquecimento externo (por exemplo, com aquecimento resistivo, ou seja, resistências elétricas fornecem o calor necessário para a fusão inicial do sal). O processamento não ocorre em temperatura ambiente.
Por esse método, o resíduo e o oxidante (normalmentear) são continuamente introduzidos simultaneamente em uma mistura de sais que já se encontra no estado líquido (fundidos). A fusão dos sais é iniciada pelo aquecimento externo, por meio de resistências elétricas, e, a partir de certo ponto, as reações de oxidação fornecem calor para manter o sal no estado de fusão.
A temperatura em que ocorre o processo depende da composição do sal. Carbonato de sódio puro, por exemplo, funde a cerca de 850°C. A decomposição do resíduo é obtida pela injeção do material a ser oxidado e ar em excesso (em relação à quantidade estequiometricamente necessária) abaixo da superfície de um banho fundido de um sal ou mistura salina como, por exemplo, carbonato de sódio e sulfato de sódio, mantido em temperaturas da ordem de 900 a 1.000°C.
"Iniciamos nossos estudos com estes sais. Depois, desenvolvemos misturas salinas constituídas de carbonato de sódio, carbonato de potássio e carbonato de lítio que fundem a cerca de 450—500°C”, afirmou o engenheiro de Metalurgia Paulo Ernesto de Oliveira Lainetti, pesquisador do Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA).
Segundo ele, as condições da oxidação em sais fundidos proporcionam temperaturas de processo mais baixas que as da incineração convencional, que, associadas à fase líquida em que ocorrem as reações, permitem uma redução significativa na produção de óxidos de nitrogênio, além da retenção de componentes inorgânicos, inclusive materiais radioativos, no banho salino.
"Portanto, as reações de oxidação que, em última análise, são os agentes promotores da transformação do resíduo perigoso em produtos totalmente inócuos, como água e dióxido de carbono, ocorrem em meio líquido, ou seja, um leito turbulento de sais em fusão”, explicou Lainetti.
Com isso – continua – a transferência de calor é muito mais eficiente e o sal reage com componentes do resíduo, contribuindo para a formação de compostos inócuos que ficam retidos no banho, dispensando o uso de equipamentos caros de controle das emissões atmosféricas.
"As reações de oxidação também fornecem calor para manter o sal no estado de fusão”, acrescentou.
Riscos - Lainetti aponta para o fato de que a disposição final adequada de alguns resíduos orgânicos perigosos constitui um grave problema ambiental. Como exemplo, cita um problema ambiental sério que ocorre mundialmente: a decomposição de resíduos orgânicos que contêm cloro.
"Rejeitos como PCBs (bifenilas policloradas), pesticidas, herbicidas, resíduos hospitalares, propelentes, explosivos, resíduos orgânicos radioativos deverão ser "destruídos”, isto é, deve ocorrer a sua decomposição completa em algum ponto do seu ciclo de uso, em razão do risco que representam para o ser humano, animais e plantas”, salienta o pesquisador, doutor em Tecnologia Nuclear pelo IPEN/USP.
A decomposição térmica tem sido comercialmente empregada na disposição de resíduos, principalmente a incineração, que apresenta algumas restrições, uma vez que incineradores podem liberar substâncias extremamente tóxicas, tais como: metais pesados, produtos da combustão incompleta (PCIs) ou cloreto de polivinila (PVC), além de dioxinas e furanos (que são compostos extremamente tóxicos, mesmo em concentrações de partes por bilhão). Lainetti ressalta que, na oxidação em sais fundidos, os hidrocarbonetos são imediatamente oxidados a dióxido de carbono – CO2 – e vapor d'água.
Na incineração – explica o pesquisador – o cloro se recombina durante o resfriamento dos gases para formar as dioxinas e furanos. Já na oxidação em sais fundidos, pelas suas características químicas e de projeto, o cloro reage com o sódio presente no sal (carbonato de sódio) e forma o cloreto de sódio (o sal de cozinha – composto totalmente inócuo), que fica retido no banho salino.
"Dessa maneira, a formação de dioxinas e furanos pode ser negligenciada. Ou seja, a oxidação em sais fundidos proporciona uma queima muito mais eficiente de compostos considerados nocivos que a incineração convencional, constituindo uma alternativa intrinsecamente segura e mais avançada na disposição de resíduos orgânicos perigosos, principalmente os organoclorados”.
A construção de um equipamento com capacidade de tratamento de resíduos de cerca de 100 kg/hora teria um custo estimado de R$ 500.000,00, inclusive com as utilidades necessárias (ar comprimido, linhas de gases, sistemas de exaustão, etc.). Instalações prediais não estão computadas nesta estimativa.
Os gastos até o momento, segundo Lainetti, podem ser estimados em cerca de R$ 250 mil, recursos obtidos junto às agências de fomento FAPESP e CNPq.
----Ana Paula Freire, jornalista MTb 172-AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 18/01/2018 - Visando transparência e qualidade, servidores do IPEN têm à disposição novo canal para manifestaçõesOuvidoria do Instituto é redesenhada com objetivo de ampliar o acesso às informações e estimular a participação da comunidade interna, melhorando a gestão dos serviços prestados.
Ouvidoria do Instituto é redesenhada com objetivo de ampliar o acesso às informações e estimular a participação da comunidade interna, melhorando a gestão dos serviços prestados.
Visando melhorar a gestão dos serviços e oferecer mais transparência às ações administrativas, a Ouvidoria do IPEN, antes um canal direcionado exclusivamente aos clientes do Instituto, agora passa a receber também manifestações da comunidade interna, sejam pesquisadores, técnicos, bolsistas, estudantes ou funcionários terceirizados. À frente dessa tarefa nem sempre prazerosa, está o servidor Celso Huerta Gimenes, da Gerência de Desenvolvimento de Pessoas (GDP) do Instituto.
Gimenes, que assumiu a função em fevereiro de 2017, tem larga experiência na gestão de Recursos Humanos, especificamente em acompanhamento funcional, tendo se tornado uma referência para os servidores nessa área, sobretudo em questões conflituosas. "Como RH, eu já fazia o acompanhamento funcional. Por falta de psicólogo e assistente social no Instituto, acabei me tornando a pessoa que todos procuram quando encontram dificuldades para resolver problemas junto aos gestores e à direção”, conta Gimenes.
Para qualificar ainda mais o serviço, Gimenes participou de treinamentos especializados, entre eles o curso "Gestão e Prática em Ouvidoria”, oferecido pela Controladoria Geral da União – CGU em agosto de 2017, na cidade de Porto Alegre (RS). Fora do Brasil, esteve em dois congressos de "Mediação de Conflitos”, ambos na Espanha. O primeiro, em 2016, na cidade de Salamanca, e o segundo, em 2017, em Madri, quando apresentou o trabalho "La Mediación de Conflictos en una Organización de Investigaciones y Desarrollo”.
Há um ano, o IPEN disponibilizou, prioritariamente para o público interno, o e-mail ouvidoria@ipen.br. Para os clientes, sejam as clínicas que compram radiofármacos ou aqueles que contratam serviços diversos, o e-mail acionado é sac@ipen.br. "Quando a demanda é externa, (professores, convidados, fornecedores, prestadores de serviço e outros (pacientes que utilizam nossos produtos) o canal de reclamação é a ouvidoria. Quando forem clientes (clinicas e hospitais) que adquirem produtos e serviços do IPEN o canal é o SAC) procuro a pessoa ou setor envolvido e encontramos a solução. Até o momento, não tive dificuldade em responder ao contribuinte. Quando a reclamação é do tipo SAC, a própria Gerência Comercial tem dado solução aos reclames dos clientes”, explica Gimenes.
Além desses canais, também é possível enviar manifestação por telefone. Para o público interno, ramal 9039; para o externo, pelo telefone (11) 3133-9039 ou pelo sistema e–Ouv, o Sistema de Ouvidorias do Poder Executivo Federal, do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, com link no Portal IPEN. Nesse canal, são permitidas seis diferentes manifestações: denúncia, reclamação, solicitação, sugestão, elogio ou simplifique. O próprio sistema vai indicando, de acordo com as informações registradas, quais as instituições indicadas para aquela situação em particular.
Quando a própria instituição para o qual se deseja registrar manifestação utiliza sistema próprio de Ouvidoria cadastrado, o usuário é redirecionado para o site em questão. Mas o IPEN ainda não está cadastrado no e-Ouv, embora tenha solicitado formalmente no dia 5 de outubro de 2017. "É necessário retomar o contato com a CGU para corrigir alguns detalhes e vincular o IPEN ao sistema e-Ouv”, afirma Gimenes.
Qualquer que seja o canal, Gimenes salienta que todos ganham com a Ouvidoria em plena atividade. "O objetivo da direção do IPEN é estimular a participação dos servidores, melhorando a gestão dos serviços prestados e ampliar o acesso às informações através de um trabalho de promoção de estratégias mais eficazes de escuta, não apenas pelos canais de acesso (telefone; internet; atendimento presencial). Queremos captar as expectativas dos servidores e usuários de nossos produtos e serviços, discutindo as alternativas para a resolução de conflitos apresentadas”, conclui, salientando que "a transparência das ações é o principal ganho para todos”.
Histórico – A Ouvidoria foi instituída no Instituto em meados dos anos 90 e tinha como escopo atender a demanda da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação – SDECTI. O primeiro ouvidor foi José Adroaldo de Araujo, permanecendo no cargo até 26 de junho de 2003. Depois, quem assumiu e ficou mais tempo no cargo – até fevereiro de 2017 – foi Ronaldo Veronesi, gerente comercial do IPEN.
Essa função foi criada por meio da Lei de Proteção e Defesa do Usuário (Lei No 13.460 de 25 de junho de 2017), que dispõe sobre a participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos. Aprovada pela Presidência da República em dia 27 de junho, regulamenta o Parágrafo 3º do artigo 37 da Constituição Federal e define a ouvidoria como canal de entrada das manifestações, prevê as atribuições e deveres das ouvidorias públicas, garante as forma de participação da sociedade e avaliação periódica da qualidade de serviços públicos.
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- 16/01/2018 - 'Se aprovado, Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações na Saúde será estratégico para o País'Em entrevista para Órbita IPEN, a pesquisadora Denise Zezell fala sobre como o novo curso submetido à avaliação da Capes pode contribuir para a saúde no Brasil. Edição traz o balanço dos fatos ocorridos em novembro e dezembro, incluindo os 60 anos do Reator IEA-R1
Em entrevista para Órbita IPEN, a pesquisadora Denise Zezell fala sobre como o novo curso submetido à avaliação da Capes pode contribuir para a saúde no Brasil. Edição traz o balanço dos fatos ocorridos em novembro e dezembro, incluindo os 60 anos do Reator IEA-R1
Recentemente, o IPEN submeteu à Capes a proposta de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações na Saúde. O que esse programa poderá oferecer de diferencial, caso seja aprovado?
Denise Zezell - Diferentemente dos programas de pós-graduação acadêmicos, o mestrado profissional (MP) é voltado para a capacitação de profissionais atuando no mercado, que não deixarão suas atividades para dedicar-se com exclusividade à pós-graduação, e que visem solucionar problemas relativos a sua prática profissional. Isto per si já carateriza um alunado diferente dos demais programas de Pós-graduação Acadêmicos. No caso da proposta apresentada pelo IPEN, pretende-se atender uma demanda do mercado de trabalho de hospitais e clínicas, por profissionais que tenham conhecimento mais aprofundado em áreas como radiofarmácia e medicina nuclear, assim como em radioterapia, e demais métodos de diagnóstico e terapia usando radiações ionizantes e não ionizantes. Esta nova proposta é uma conseqüência natural do programa de pós-graduação acadêmico oferecido pela USP no IPEN, em função da crescente demanda por titulação de profissionais médicos, e demais profissionais atuando em áreas da saúde, com claro perfil profissional. O trabalho final do curso (dissertação ou proposta de patente, por exemplo) deve ser sempre vinculado a problemas reais da área de atuação do profissional-aluno.
Sendo um programa profissional, qual a estratégia para elevar e manter a qualidade científica?
Os critérios de avaliação da CAPES para programas profissionais são diferentes dos acadêmicos. Apesar de também considerar publicações cientificas em revistas internacionais, valoriza também o desenvolvimento ou aprimoramento de processos ou técnicas, patentes, e principalmente o impacto destes no setor produtivo e para a sociedade. Já há tradição indiscutível na instituição nestas atividades.
Como o programa poderá auxiliar novos pesquisadores?
Novos pesquisadores já participantes da proposta, quando aprovada, poderão orientar alunos e colher os frutos dos resultados do tema escolhido. A divulgação das ações e resultados obtidos pelo programa poderá motivar novos pesquisadores a se credenciarem, oferecendo sua contribuição.
Esse programa poderia, de alguma maneira, competir com o atual, que é de excelência e tem a chancela USP? Ou, ao contrário, poderia contribuir?
De forma alguma haverá competição e sim atuação de forma complementar. O perfil do alunado e tema de trabalho são bem diferentes. A intenção é que egressos do novo programa, que se interessem em fazer doutorado de pesquisa, se vinculem ao programa acadêmico, contribuindo desta forma para o aumento do número de alunos de doutorado do programa da USP. Como disse, esta nova proposta é uma conseqüência natural do programa de pós-graduação acadêmico oferecido pela USP no IPEN.
Existe uma previsão de prazo para a Capes anunciar o resultado?
Em 2017 a Capes publicou os resultados das avaliações de novas propostas em meados de outubro. Em anos anteriores esta resposta ocorria em meados de junho. Assim, entre junho e outubro de 2018 devemos receber a avaliação.
A aplicação de tecnologias das radiações nas ciências da saúde é uma área de conhecimento médico que tem se desenvolvido muito. Pode-se dizer que a ideia do curso nasceu dessa demanda?
Sim. A formação de profissionais altamente especializados para a integralidade do cuidado em saúde representa uma política estratégica nacional e, ao mesmo tempo, um grande desafio para a otimização de recursos, tanto humanos, como de infraestrutura e de financiamento, capitaneados por uma Instituição pública, para o objetivo comum do bem estar da população brasileira. Especificamente, a aplicação de tecnologias das radiações nas ciências da saúde é uma área de conhecimento médico que tem se desenvolvido rapidamente e colaborado com o diagnóstico por imagem, no monitoramento de pacientes e no tratamento de doenças via radiofármacos, de uma maneira muito significativa. São indiscutíveis os avanços na medicina nuclear, principalmente no campo das doenças oncológicas. Além disso, essa área se desenvolvendo de forma exponencial e só tem agregado valores na conduta dos pacientes. Nossa proposta nasceu dessa reflexão.
E o Projeto RMB também pode ser beneficiado...
Sim, sem dúvida. O RMB, grande projeto do MCTIC, executado pela CNEN, vai trazer autossuficiência na produção de Molibidênio-99, precursor do principal radiorfármaco consumido hoje, e, claro, vai exigir mão-de-obra qualificada para seus objetivos finalísticos, indo ao encontro dessa proposta.
Sendo o IPEN a instituição que melhor reúne todos os requisitos para esse curso, podemos ter boas expectativas quanto à sua aprovação?
Estamos otimistas, porém cautelosos. Vamos aguardar o resultado da avaliação. Convém lembrar que essa é uma proposta inédita que congrega radiofarmacia e física médica, além de aplicações de radiações ionizantes e não ionizantes na saúde.
Veja edição completa do Órbita IPEN - Novembro/Dezembro.
------Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AmAssessoria de Comunicação -
- 27/12/2017 - Centros do IPEN mantêm Certificação ISO 9001:2015 por mais três anosDesafio, agora, é assegurar que a gestão da qualidade no IPEN seja vista como "muito mais do que preencher os requisitos da ISO 9001, afirma Tereza Salvetti,coordenadora da Gestão de Qualidade do Instituto.
Desafio, agora, é assegurar que a gestão da qualidade no IPEN seja vista como "muito mais do que preencher os requisitos da ISO 9001, afirma Tereza Salvetti,coordenadora da Gestão de Qualidade do Instituto.
Três unidades do IPEN – os Centros de Engenharia Nuclear (CEN), Radiofarmácia (CR) e do Reator de Pesquisa (CRPq) – receberam recertificação NBR ISO 9001:2015 pelos próximos três anos, depois de auditoria realizada pela Funação Vanzolini, no período de 1 a 8 de dezembro. Foram avaliadas, principalmente, as práticas de gestão de cada Centro e o envolvimento da direção da casa com o Sistema de Gestão da Qualidade, conforme explicou Tereza Salvetti, coordenadora da Gestão de Qualidade do Instituto (CQUAL)."Nas versões anteriores à 2015, o foco principal da NBR ISO 9001 era o cliente. Agora, com a mudança da norma, continua a abordagem por processo e a necessidade de atender o cliente, mas com forte ênfase na gestão e a participação efetiva da Alta Direção, identificando, inclusive os riscos e ameaças para atingir os objetivos do Instituto”, afirmou Salvetti.Os escopos auditados foram: "Prestação de Serviços Tecnológicos em Sistemas Energéticos e Nucleares” (CEN); "Pesquisa e Desenvolvimento, Produção, Controle de Qualidade e Comercialização de Radiofármacos e Produção de Radioisótopos em Ciclotron” (CR) e "Operação e Manutenção do Reator IEA-R1 e Prestação de Serviço de Irradiação” (CRPq).Apesar de a recertificação ter o prazo de até três anos, nos próximos dois anos haverá auditorias de manutenção e acompanhamento. "Na prática, somos avaliados a cada ano. Não havendo qualquer não conformidade séria (maior), a certificação é mantida. Ou seja, precisamos manter as nossas boas práticas, até porque esse deve ser sempre o nosso compromisso”, reitera Salvetti.A manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade é uma tarefa que exige muita dedicação, ressalta. Para adequação do Sistema de Gestão do IPEN à norma 2015, foi criado um Grupo de Transição, que promoveu várias reuniões e discussões. Foi elaborado um calendário contendo todas as ações para esta adequação do SGQ, incluindo o atendimento às exigências regulamentares tais como as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e aos requisitos da CNEN, para garantia da qualidade."Tudo fica mais fácil se trabalharmos com organização e planejamento. É fundamental acompanharmos mensalmente todos os indicadores da qualidade, fazermos reuniões periódicas a fim de encontrar possibilidades de melhorias nos processos, realizarmos auditorias internas e reuniões de análise crítica periódicas”, observa Salvetti.Para ela, a equipe de auditoria interna e o Grupo de Transição "tiveram forte protagonismo no sucesso na realização da auditoria externa”. Salvetti salienta que, com base no resultado da última auditoria externa e das auditorias internas, é realizada uma operação "pente fino” para garantir que tudo esteja em plena conformidade. "Tudo é verificado com atenção sem se esquecer de itens como análise crítica, organização dos documentos e pastas de procedimentos”, acrescenta.Uma das principais dificuldades enfrentadas nessa tarefa, segundo Salvetti, diz respeito aos servidores envolvidos de fato com o Sistema. "Temos pessoas que colaboram muito e não se negam em auxiliar, mas estão, normalmente, sobrecarregadas com atividades específicas, sobrando pouco tempo para dedicar-se à melhoria dos processos”, lamenta.Mas, apesar dessa e de outras questões, como a pouca experiência de gestão por parte dos servidores e principalmente pesquisadores, Salvetti afirma que tinha boa expectativa quanto à recertificação, que "significa muito” para o IPEN. "Considero um avanço para o Instituto, porque, historicamente, o IPEN é muito técnico, até por sua especificidade. Então, podemos dizer que houve um upgrade na gestão do Instituto, uma preocupação de olhar de forma mais holística essa questão”.Pensando no futuro, Salvetti ressalta a importância de assegurar que a gestão da qualidade no IPEN seja vista como "muito mais do que preencher os requisitos da ISO 9001” e "que realmente ajude o Instituto a atingir sucesso em longo prazo”. Para ela, essa recertificação significa "promover a qualidade no sentido amplo da palavra”."[A recertificação] foi só um pontapé inicial, mas devemos permanecer atentos à qualidade no Instituto como um todo. Nesse momento, tivemos que introduzir a gestão como prática, agora, o desafio é disseminar e melhorar os conceitos de gestão no Instituto e ela precisa ser de forma permanente”, concluiu, destacando o apoio que a equipe recebeu da Alta Direção do IPEN e dos servidores envolvidos. "Será um grande desafio, mas plenamente possível de ser superado com a imensa e imprescindível colaboração de todos”.A auditoria foi realizada pela Fundação Vanzolini.-------Ana Paula Freire, jornalista MTb172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 27/12/2017 - Pesquisador lança livro sobre os 30 anos de atividade de imageamento com nêutrons no IPENEm linguagem acessível, mas com o rigor científico na abordagem dos conceitos, a obra on-line na página do IPEN para download gratuito e também poderá ser adquirido impresso por encomenda
Em linguagem acessível, mas com o rigor científico na abordagem dos conceitos, a obra on-line na página do IPEN para download gratuito e também poderá ser adquirido impresso por encomenda
O pesquisador Marco Antônio Stanojev Pereira, doutor em Tecnologia Nuclear pelo IPEN/USP e pesquisador colaborador do Insituto, acaba de lançar o livro "Imageamento com Nêutrons: 30 anos de atividades no IPEN-CNEN-SP” (ISBN 978-85-923404-1-4, 205pp.), no qual apresenta, "de uma forma bastante sucinta”, como ressalta, o trabalho realizado ao longo de três décadas pelo Grupo de Radiografia com Nêutrons, vinculado ao Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN.
Na opinião de colegas, Stanojev está sendo modesto, pois sua obra é muito mais do que um relato sucinto. Trata-se de um passeio pela história das pesquisas na área imageamento com nêutrons, em linguagem acessível, mas com o rigor científico na abordagem dos conceitos.
"Esse livro é muito importante como registro da história do grupo de imageamento com nêutrons do CRPq. Esse grupo, que iniciou-se com o Dr. Reynaldo Pugliesi, hoje tem um equipamento com alta resolução e que pode produzir imagens semelhantes aos melhores aparelhos no mundo, mas foi o primeiro grupo da américa latina, iniciando suas atividades de modo precário, inclusive fazendo as primeiras imagens em um tubo extrator de nêutrons usado para outra técnica e por meio de projetos com a IAEA [Agência Internacional de Energia Atômica] e com agências de fomentos nacionais conseguiu implementar um aparelho de alto nível", diz Frederico Genezini, gerente do CRPq.
Ele destaca o valor da obra como memória para a área de nêutrons no Brasil. "A bonita e árdua trajetória do grupo poderia ser perdida como tantas outras na ciência nacional, e daí a grande importância deste livro. Manter um registro do grupo que se confunde com a história da nêutrongrafia no Brasil", acrescenta Genezini.
Stanojev considera seu livro um trabalho de divulgação científica que - acredita - contribuirá muito para despertar o interesse de estudantes oriundos das diversas áreas do conhecimento para a tecnologia nuclear, pois aborda, de uma forma prática, a aplicação da técnica de imageamento com nêutrons na engenharia civil, bioengenharia, arqueologia, química, física, tecnologia da informação, e uma infinidade de outros campos de atuação. "É um trabalho que mostra aos estudantes que existe no Brasil, em São Paulo, próximo deles, uma instituição com tradição e reconhecimento internacional em pesquisa científica”, diz o autor.
O livro, que estará disponível on-line na página do IPEN para download gratuito e também poderá ser adquirido impresso por encomenda diretamente à gráfica "Clube de Autores”, no site https://www.clubedeautores.com.br, ou através do autor, começou a ser delineado em 2013 e foi finalizado durante e em conjunto com os estudos de pós-doutorado realizados por Stanojev, entre os anos de 2016 e 2017, sob a orientação do pesquisador Reynaldo Pugliesi, a quem autor se refere como "amigo e eterno professor”.
O lançamento neste ano em que o Reator IEA-R1 completa seis décadas de operação é motivo de satisfação. "Apresentamos esta obra na emblemática data em que o IPEN comemora, em grande forma, 60 anos de operação de seu Reator Nuclear IEA-R1 ininterruptamente, gerando nêutrons em seu núcleo de Urânio produzido com tecnologia nacional, semeando conhecimento e recursos humanos, consolidando a ideia primordial, quando da época de sua construção, no conceito de ‘Átomos para a Paz’”, diz Stanojev, logo na Introdução do livro.
Nesse percurso histórico, o autor traz "achados” do período em que o IEA-R1 foi inaugurado, como, por exemplo, as palavras do então presidente da República, Juscelino Kubitschek, que ressaltou o ingresso do Brasil e mesmo a América Latina na era atômica, "projetando-se, assim, internacionalmente”.
"Procurando por radiografias históricas nos arquivos do grupo de imageamento com nêutrons, deparei-me com um tesouro: ‘Publicação IEA – no2: Radioisótopos Artificiais preparados com o Reator IEA-R1’”, conta Stanojev, acrescentando que na página 3 dessa publicação constavam os pronunciamentos de Kubitschek e também do então governador de São Paulo, Jânio Quadros.
Memórias e relatos pessoais, narrados em primeira pessoa, são o diferencial nesta obra. Stanojev fala de sua participação nesta "grande epopéia” de 30 anos de atividades de radiografia com nêutrons há exatos 22 anos, "aprendendo sempre e muito com todos os participantes”.
Sempre fazendo referência a Reynaldo Pugliesi e aos demais colegas de trabalho, Stanojev salienta que, à luz do conceito de interdisciplinaridade, a área nuclear permite "naturalmente a convergência de várias áreas do conhecimento humano”. Ele diz: "Assim, é possível o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e formação de recursos humanos em todos os segmentos das ciências exatas e da terra, como física teórica e experimental, geologia, meio ambiente, das ciências humanas, dentre outros”.
Os capítulos– O livro está dividido em seis capítulos, com muitas fotos ilustrativas. No primeiro, "Princípios”, Stanojev faz uma breve introdução e apresenta fundamentos de nêutrons e sua interação com a matéria, bem como a sua transmissão pela matéria. No capítulo 2, "Imageamento com Nêutrons”, o autor traz um histórico sobre a técnica de radiografia com nêutrons, seguido de conceitos básicos como fontes de nêutrons, sistema de colimação, filtros contra radiação gama e conversor e meio sensível. Também há um tópico sobre o Reator IEA-R1.
No capítulo 3, "Imageamento com Nêutrons no IPEN-CNEN/SP”, são apresentados os primórdios radiográficos, os trabalhos acadêmicos na área e as técnicas de imageamento com nêutrons desenvolvidas pelo grupo no CRPq. Conceitos gerais sobre imagens analógicas e digitais e aspectos sobre a obtenção de uma tomografia com nêutrons são abordados no capítulo seguinte, "Tomografia com Nêutrons”.
O capítulo 5, "Aplicações da Técnica de Tomografia com Nêutrons”, é o mais extenso, e o mais atrativo para quem não é da área. Apresenta as aplicações para preservação e restauração do patrimônio histórico e cultural, como objetos cerâmicos, materiais de composição mista (compósitos de matriz cerâmica, por exemplo), artefato com ferrugem e arqueometalurgia. Por fim, o capítulo 6, "Epílogo”, traz um relato das experiências vivenciadas pelo grupo de pesquisas e sugere perspectivas para o futuro. Mas "o último capítulo desta obra ainda não foi escrito”. Assim Stanojev termina seu livro, suscitando a curiosidade e a expectativa do leitor.
Sobre o autor– Marco Stanojev possui graduação em licenciatura plena em química pela Universidade Camilo Castelo Branco (1993), mestrado (2000) e doutorado (2008) em Tecnologia Nuclear - Aplicações - no IPEN/USP e pós-doutorado (2017) em aplicação de tecnologia nuclear no estudo para preservação e restauro de objetos do patrimônio histórico e cultural. De 2009 a 2014, trabalhou como pesquisador auxiliar no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, em tomografia e radiografia com nêutrons aplicada ao estudo do Patrimônio Cultural e Áreas Tecnológicas. Também tem experiência em docência do Ensino Superior, atuando desde 2001 como professor de disciplinas pedagógicas e tecnológicas. Desde 2014 é pesquisador-colaborador no CRPq/IPEN.
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Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 22/12/2017 - IPEN é contemplado em edital para criação de Centro de Pesquisa em Novas EnergiasA verba deste projeto destinada ao Instituto - cerca de US$ 5 mi, vai praticamente dobrar o orçamento para P&D nos próximos anos
A verba deste projeto destinada ao Instituto - cerca de US$ 5 mi, vai praticamente dobrar o orçamento para P&D nos próximos anos
O IPEN foi uma das três instituições contempladas, com USP e Unicamp, em edital para a criação do Centro de Pesquisa em Novas Energias, em São Paulo, confirmando sua excelência na área de energias sustentáveis. Fapesp e BG E&P Brasil, empresa subsidiária do Grupo Shell, são as financiadoras do projeto, estimado em US$ 16,6 mi. Desse montante, cerca de US$ 5 mi serão coordenados pelo Centro de Células a Combustível e Hidrogênio (CCCH), unidade principal que vai executar a pesquisa no Instituto. O resultado foi anunciado nesta quinta-feira, 21.
Desde 2000, o IPEN pesquisa sistemas energéticos eficientes e de baixo impacto ambiental, com foco no desenvolvimento da tecnologia de células a combustível, dispositivos que convertem a energia química do hidrogênio em energia elétrica de forma limpa. Ao longo de quase duas décadas, o Instituto se tornou referência nacional nesta área, conduzindo estudos em materiais, eletroquímica e catálise para células a combustível e para a produção de hidrogênio.
A chamada foi divulgada no primeiro semestre, com data limite para envio das propostas em 9 de junho de 2017. De acordo com a Fapesp, foram recebidas 12 submissões, cobrindo as quatro divisões com os seguintes tópicos de pesquisa : "Transportadores de alta densidade de energia”, "Armazenamento avançado de energia”, "Conversão de metano em produtos” e "Ciência de materiais computacional ”. Estas divisões comporão o novo centro de pesquisas em energias avançadas.
Cada proposta recebeu pareceres de assessoria ad hoc e foi analisada por um painel de especialistas. O Comitê Gestor avaliou a documentação e, após discussão preliminar, enviou críticas e pedidos de esclarecimento identificados nos pareceres, para manifestação dos proponentes. Depois de examinadas as respostas dos proponentes, o Comitê Gestor realizou as entrevistas de esclarecimentos previstas na chamada e, depois de quase seis meses de análises e expectativa, anunciou os vencedores.
"Esse projeto marca uma nova fase do CCCH, abrindo linhas de pesquisa inovadoras e consolidando nossa atuação no IPEN. Talvez os dois principais méritos da nossa proposta sejam o caráter inovador da pesquisa e a equipe reunida, composta por pesquisadores do CCCH, do CCTM, da Universidade Federal do ABC e nossos parceiros de centros de referência no mundo”, afirmou Fábio Coral, gerente do Centro.
O IPEN vai executar, junto com a Universidade Federal do ABC e parceiros da Dinamarca, Alemanha, França, Estados Unidos e Portugal, a divisão "Conversão do Metano para Produtos - Rota sustentável para a conversão de metano com tecnologias eletroquímicas avançadas”, tendo o físico Coral como PI (pesquisador principal – o "coordenador” do projeto).
"O principal objetivo desta divisão é investigar rotas para a oxidação parcial do metano em moléculas que são matéria-prima para indústria química e combustíveis, como o etano e o metanol. Cenários futuros prevêem que o metano será disponível e abundante, motivando o interesse em se estabelecer novas rotas tecnológicas para a conversão deste insumo em produtos de maior valor agregado”, explica Coral.
Este gás, segundo ele, pode ser considerado o "diamante dos gases" por sua estabilidade. "Portanto, o desafio será usar técnicas eletroquímicas, em reatores similares às células a combustível, para promover as reações de interesse. O tema é de fronteira e muito desafiador, representando novos rumos da pesquisa de todo o time envolvido”, acrescenta Coral.
O Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas e a Faculdade de Engenharia Química, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e o Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo (USP), foram contemplados para a Divisão "Portadores Densos de Energia”, Divisão "Armazenamento Avançado de Energia” e Divisão "Ciência dos Materiais Computacional”, respectivamente.
"Estamos muito orgulhosos dessa conquista. O processo de seleção foi duro, com várias etapas que incluíram entrevistas com assessores internacionais. Além disso, os concorrentes eram todos de excelente competência e de tradição. A seleção recaiu sobre um grupo de sangue jovem, criativo e de muita energia, sem trocadilhos. A verba deste projeto vai praticamente dobrar o orçamento IPEN para P&D nos próximos anos, além de sinalizar para a sociedade nossa excelência nesta área”, ressaltou Marcelo Linardi, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (DPDE) do IPEN.
Parceria– Fapesp e BG E&P Brasil (Shell) mantêm um acordo de cooperação desde 2013. A duração do financiamento desse novo Centro de Pesquisa é de cinco anos. Os itens financiados pela empresa devem seguir o que é estabelecido pela Resolução ANP 50/2015 e seu respectivo Regulamento Técnico 3/2015, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).À Fapesp, proibida, por lei, de apoiar atividades administrativas, caberá o apoio financeiro a bolsas de estudo (de iniciação científica a pós-doutorado); programas de pesquisadores visitantes; equipamentos de pesquisa; serviços de terceiros e subsídios diários para viagens, transporte, despesas de vida para pesquisadores visitantes; construção civil da infra-estrutura de pesquisa através da modificação de instalações e estruturas existentes (dentro da pegada existente); e custos internacionais de colaboração ou treinamento para estudantes de doutorado e pesquisadores.Os detalhes do edital podem ser encontrados neste link.A Resolução ANP 50/2015 aqui.Informações sobre as pesquisas desenvolvidas no CCCH/IPEN aqui.----------Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMAssessoria de Comunicação Institucional -
- 22/12/2017 - Projeto RMB avança mais uma etapa com assinatura de acordoContrato foi assinado por Brasil e Argentina nesta quinta-feira, 21, em Brasília. Empreendimento é considerado estratégico pelos dois países
Contrato foi assinado por Brasil e Argentina nesta quinta-feira, 21, em Brasília. Empreendimento é considerado estratégico pelos dois países
O maior empreendimento nacional para a área nuclear, na atualidade, o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), ganhou um novo impulso nesta quinta-feira, 21 de dezembro, com a assinatura do contrato que dará continuidade à execução do projeto, por meio da Comissão Binacional de Energia Nuclear (COBEN) e no âmbito da cooperação Brasil e Argentina. As negociações foram concluídas em paralelo à 51ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, realizada nesse dia, no Palácio Itamaraty, em Brasília.O RMB é um reator de pesquisa brasileiro, que contará com desenho à semelhança do projeto argentino RA-10. Responsável pelo projeto, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência Tecnologia Inovação e Comunicações (MCTIC), trabalha em parceria com a AMAZUL, co-executora, e com a Fundação PATRIA, parte brasileira responsável pela contratação da empresa argentina INVAP, que elaborará o projeto detalhado de engenharia do reator e sistemas associados. Esse contrato é financiado com recursos de convênio FINEP."Esse contrato se adiciona ao esforço empreendido pela CNEN e a Amazul para realização do projeto detalhado do Reator e seus prédios e sistemas”, afirmou José Augusto Perrotta, coordenador técnico do empreendimento, cujo escritório fica situado no campus do IPEN, na Cidade Universitária, em São Paulo.O RMB trará benefícios sociais importantes para a população brasileira, pois garantirá a produção autônoma de radioisótopos, principalmente o Molibdênio-99, permitindo a ampliação do uso da medicina nuclear no país. Hoje, o Brasil depende integralmente da importação do insumo para a produção de radiofármacos, utilizados, entre outros, no combate ao câncer. O Reator auxiliará ainda projetos na área científica, por meio da utilização de feixes de nêutron para a pesquisa e testes de materiais nucleares.O projeto sela a parceria entre Brasil e Argentina na área nuclear e é considerado estratégico, conforme assertiva de Mauricio Macri e de Michel Temer nas Declarações Presidenciais Conjuntas de julho e outubro de 2016, e no Plano de Ação assinado por ambos os presidentes, em 7 de fevereiro. No ano passado, os dois países comemoraram os 25 anos da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Material Nuclear (ABACC). O RMB deverá ainda propiciar plataforma de cooperação para os demais países do Mercosul.Além de Macri e Temer, participaram da 51ª Cúpula os presidentes Tabaré Vázquez, do Uruguai, Horacio Cartes, do Paraguai, David Arthur Granger, da Guiana, e Evo Morales, da Bolívia, além do ministro das Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz Valenzuela. -
- 13/12/2017 - Ipen recebe condecoração da MarinhaA medalha "Mérito Tamandaré" foi entregue durante as festividades do Dia do Marinheiro
A medalha "Mérito Tamandaré" foi entregue durante as festividades do Dia do Marinheiro
Em 13 de dezembro de 2017, data em que é nacionalmente comemorado o Dia do Marinheiro, o Comando do 8º Distrito Naval (COM8DN) condecorou o Ipen com a medalha "Mérito Tamandaré”.
O superintendente do Ipen, Wilson Calvo, representou o Instituto na cerimônia que também homenageou o coordenador técnico do empreendimento RMB (Reator Multipropósito Brasileiro) na Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), José Augusto Perrotta.
Wilson Calvo destacou a parceria de sucesso entre as duas instituições desde os anos de 1980: o domínio do Ciclo do Combustível Nuclear, a construção do Reator de Pesquisa IPEN/MB-01 com tecnologia totalmente nacional e, atualmente, o fornecimento de urânio enriquecido pela Marinha para a fabricação do combustível que será utilizado no RMB. "A condecoração é o reconhecimento da importância do Ipen no cenário nacional”, completa Perrotta.
A medalha "Mérito Tamandaré” foi criada em homenagem ao Almirante Joaquim Marques Lisboa - o Marquês de Tamandaré, Patrono da Marinha do Brasil - e é destinada a agraciar autoridades, personalidades e organizações, civis e militares, que tenham prestado relevantes serviços à instituição.
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- 12/12/2017 - Ciência com alegria formaram a essência do 11º IPEN de Portas AbertasO evento destacou atividades de divulgação científica para o público infanto-juvenil e contou com uma apresentação especial do Show da Física
O evento destacou atividades de divulgação científica para o público infanto-juvenil e contou com uma apresentação especial do Show da Física
Com um público estimado em 1.200 pessoas, realizou-se na terça-feira, 12 de dezembro, a 11ª edição do IPEN de Portas Abertas. O grande destaque foi a abertura com o Show da Física, projeto desenvolvido há mais de 25 anos pelo Instituto de Física da USP (IFUSP), com coordenação do Prof. Fouad Daher Saad. O público lotou o auditório do IPEN para acompanhar de forma interativa princípios da Física apresentados por Daisy (uma das coordenadoras das apresentações) e pelos jovens monitores Bruno Santos Nascimento, Dindara Silva Galvão e Jonathan de Oliveira Figueiredo dos Santos, todos alunos do IFUSP.O superintendente do IPEN, Wilson Calvo, deu as boas-vindas agradecendo a presença de todos fortalecendo o objetivo do evento em permitir que as famílias de servidores, colaboradores e público visitante pudessem passar um dia de lazer com ciência, tecnologia e inovação.Após a divertida e surpreendente apresentação do Show da Física, os visitantes conheceram três espaços expositivos do Instituto que apresentam informações históricas e científicas. A exposição permanente "A História do IPEN", com projeto do artista plástico Guto Lacaz, apresenta, além de informações históricas, maquetes e aparelhos que apresentam os diversos desenvolvimentos científicos desenvolvidos no Instituto.No segundo andar do prédio de Ensino, o pesquisador e professor da Pós-Graduação do IPEN, Afonso Rodrigues de Aquino recebia os visitantes no Nuclespaço. O local foi concebido para apresentar de forma clara e acessível, informações sobre a Energia Nuclear e suas diversas aplicações.O espaço mais recente encontra-se no 1º andar do Centro do Reator de Pesquisa (CRPq). O Espaço Memória do Reator IEA-R1 homenageia do físico e pesquisador do IPEN Carlos Benedicto Ramos Parente e foi inaugurado durante as comemorações dos 60 anos de sua primeira operação. As visitas ao local tiveram inscrição prévia durante o evento. O local atenderá os inúmeros visitantes que o IPEN recebe anualmente para conhecerem as instalações do reator.Uma praça de alimentação localizada atrás do Prédio de Ensino tornou-se um ponto de encontro da comunidade do IPEN.
Um trenzinho turístico levou os visitantes pelas arborizadas alamedas do Instituto, entre os diversos centros de pesquisa que o formam.O evento contou com o apoio da Minc Corretora, da Tokio Marine, Sul América e Porto Seguro.Os setores de Segurança Física, de Transportes e de Infraestrutura foram essenciais para a realização do evento.
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- 08/12/2017 - 'Show de Física' abre programação do IPEN de Portas AbertasProjeto criado pelo físico Fuad Daher Saad, do Departamento de Física Experimental do Ifusp, inicia a série de atividades programadas para o dia em que o Instituto oferece diversas atrações
Projeto criado pelo físico Fuad Daher Saad, do Departamento de Física Experimental do Ifusp, inicia a série de atividades programadas para o dia em que o Instituto oferece diversas atrações
O "Show de Física”, uma seleção de experimentos que demonstram alguns princípios da Física de forma criativa e interativa, abrirá a edição 2017 do evento "IPEN de Portas Abertas”, que acontece no próximo dia 12 (terça-feira), no campus do Instituto. Dirigida principalmente ao público infanto-juvenil, a atração, apresentada por monitores do Instituto de Física da USP (Ifusp), começa às 10h, no Auditório Rômulo Ribeiro Pieroni (anexo ao Bloco A), após uma breve sessão de "boas-vindas” do superintendente do IPEN, Wilson Calvo.
O projeto, criado pelo físico Fuad Daher Saad, do Departamento de Física Experimental do Ifusp, foi apresentado em edições anteriores sempre grande interesse e participação da plateia. Além do "Show de Física”, os visitantes poderão conhecer três espaços expositivos do Instituto: o Espaço Cultural Marcello Damy, que traz a linha do tempo do IPEN desde quando ainda era o Instituto de Energia Atômica (IEA), o Nuclespaço, onde noções sobre radioatividade e energia nuclear são apresentadas de forma didática, e o Espaço de Memória Reator IEA-R1 - Benedicto Ramos Parente, recém inaugurado durante as comemorações dos 60 anos de operação do reator mais antigo do Hemisfério Sul.
De acordo com Edvaldo Paiva da Fonseca, um dos coordenadores do "IPEN de Portas Abertas”, haverá visitas guiadas ao novo espaço de exposição com duração de uma hora, a partir das 11h até as 15h. A inscrição e o acesso para as visitas serão pela portaria do Centro do Reator de Pesquisa (CRPq). Além da réplica da primeira mesa de controle do IEA-R1, também estarão disponíveis alguns óculos para realidade virtual que permitirão uma visão do núcleo do reator IEA-R1.
Outra atração será um computador com link para jogo online, desenvolvido pela Australian Nuclear Science and Technology Organisation – ANSTO (Organização Australiana de Ciência e Tecnologia Nuclear), e que dá noções sobre a produção de radiofármacos em reatores nucleares (http://www.ansto.gov.au/static/halflifehero/). Para os visitantes que desejarem compartilhar nas redes sociais essa experiência, a coordenação do evento sugere as hashtags #ipenportasabertas #eunoreator, #eunoipen #openhouseipen,. "Desse modo, será possível acompanharmos as postagens”, diz Edvaldo.
Um trenzinho "turístico” percorrerá as alamedas centrais do campus do IPEN, no período das 10h às 15h, com ponto inicial de trajeto em frente ao Centro do Reator de Pesquisas (CRPq). O Instituto ocupa uma área de 500.000m2, em uma paisagem bastante florida e agradável. "Esse passeio turístico costuma fazer muito sucesso. Entretanto, ao contrário do que realizávamos em algumas edições anteriores, não será possível descer no caminho”, explica Edvaldo.
Outra novidade é que, este ano, a direção o IPEN decidiu abrir o evento para os familiares dos colaboradores terceirizados, devidamente cadastrados. Todos os menores deverão estar acompanhados por seus responsáveis. Caso alguém se perca, o ponto de encontro sugerido, será em frente ao Bloco A, nos mastros das bandeiras.
Uma área gastronômica, uma pequena praça de alimentação, será formada por cinco food trucks(veículos que servem diferentes tipos de comidas) atrás do prédio do Ensino. Na marquise, serão colocadas algumas mesas e cadeiras, cedidas gentilmente pelo GREIC – Grêmio dos Funcionários do IPEN/CTMSP. Por conta da localização, o estacionamento do Prédio de Ensino estará reservado para o público.
As opções de alimentação são: Um, Dois, Três... Pizza do Chef Food Truck, que oferece pizzas salgadas e doces; PãodeLove, de cups cakes e brigadeiros; FamiLee, com cafés, bolos, tortas e massas (salgado e doce); Parada do Cone, com hotdog, pasteis em cone e crepes; e Truck do Barba, opção de hamburgueres artesanais. O restaurante do IPEN, a lanchonete Espaço Legal e a Rainha das Saladas também estarão atendendo normalmente.
A expectativa, segundo Edvaldo, é de que o evento permita uma maior compreensão das atividades desenvolvidas pelo Instituto, "ao mesmo tempo em que fortaleça os vínculos afetivos e proporcione a criação de ótimas lembranças".
O evento conta com o apoio da Minc Corretora, Tokio Marine, Porto Seguro e Sul América.
ServiçoO quê: IPEN de Portas AbertasQuando: 12 de dezembroHorário: Das 10h às 15hEndereço: Avenida Lineu Prestes, 2242 – Cidade UniversitáriaMais informações pelo e-mail pergunta@ipen.br ou pelos telefones 3133-9092/9095
-----Ana Paula Freire, jornalistra MTb 172/AMAssessoria de Comunicação
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- 08/12/2017 - Pesquisadora do CQMA/IPEN é contemplada com R$ 6,1 mi da Aneel para projeto em termelétrica do ParanáUsina Termelétrica de Figueira está sendo modernizada e o projeto a ser desenvolvido pelo IPEN visa a redução de impactos ambientais
Usina Termelétrica de Figueira está sendo modernizada e o projeto a ser desenvolvido pelo IPEN visa a redução de impactos ambientais
A pesquisadora Denise Alves Fungaro, Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA), foi contemplada com R$ 6.142.523,61 para executar o projeto de pesquisa e desenvolvimento "Sustentabilidade da Usina Termelétrica: Tratamento Integrado de Efluentes Líquido, Sólido e Gasoso”, na Usina Termelétrica de Figueira, no Paraná. A planta pertence à Copel Geração e Transmissão S/A - Copel-GeT, que participa e financia o projeto no âmbito do programa de P&D regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
De acordo com Fungaro, a Copel está modernizando a planta da Usina envolvendo a troca das atuais caldeiras de carvão pulverizado por uma caldeira de leito fluidizado borbulhante. Essa modificação resultará na produção de cinzas sulfatadas com características diferentes das cinzas silico-aluminosas geradas anteriormente na combustão de carvão pulverizado.
"Uma das maneiras de reduzir os impactos ambientais decorrentes da sua disposição consiste na ampliação das potencialidades de utilização com agregação de valor. Assim, a motivação desta pesquisa será buscar a possibilidade de obtenção de produtos de valor agregado usando as cinzas sulfatadas”, explica a pesquisadora.
As cinzas sulfatadas, segundo Fungaro, serão a matéria-prima na produção de material adsorvente, o qual será utilizado no tratamento dos efluentes líquidos gerados pelas pilhas de rejeito presentes nos aterros da usina, bem como na captura do gás carbônico, o principal gás do efeito estufa. "É um processo integrado de reciclagem das cinzas e tratamento dos principais efluentes da própria usina”, diz.
Com previsão para quatro anos, mas podendo ser prorrogado, o projeto será executado em etapas: caracterização de matéria-prima, avaliação de pozolanicidade, síntese e aplicação de material adsorvente a partir das cinzas sulfatadas. O Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) é a unidade do IPEN responsável pela formalização do acordo interinstitucional.
O projeto foi submetido em 2016, e o resultado, divulgado em 20 de novembro, com um parecer de avaliação "muito positivo”. "O projeto tem excelente qualidade e mérito científico, o que pode ser demonstrado pela nota calculada da avaliação”, diz o parecer.
Para Fungaro, o resultado já era esperado. "Eu coordeno Projetos de P&D&I sobre esse assunto há 20 anos, tenho mais de 50 artigos publicados, seis capítulos de livro, depósito de oito patentes. Orientei três doutorados e oito mestrados. Atualmente, oriento dois doutorados, cinco mestrados e um pós-doutorado. A pesquisa foi premiada muitas vezes, inclusive em um Congresso sobre água, na França. Então, nós esperávamos uma avaliação positiva”, afirmou a pesquisadora.
Outro aspecto importante do projeto diz respeito à capacitação de recursos humanos, conforme destaca Fungaro: "Possibilitará a formação de mestres e doutores, a participação de pós-doutores, a participação em congressos, a publicação de artigos internacionais, o depósito de patentes e a modernização de equipamentos de laboratório com treinamento incluso”.
A pesquisadora se diz satisfeita com o fato de seu trabalho ser valorizado por outras instituições. "É uma satisfação ter o reconhecimento externo da qualidade da pesquisa que eu desenvolvo há 20 anos no IPEN, principalmente envolvendo um recurso financeiro de tal montante com possibilidade de renovação após os quatro anos. O legado a ser deixado para os futuros pesquisadores será considerável em todos os sentidos”, conclui.
Do IPEN, além de Fungaro, fazem parte os servidores Anderson Andrade, Sandra Maria Cunha, Sabine Neusatz Guilhen e Iara Maria Carneiro Bignardi, e os alunos Felipe Campelo, Davi Homem de Melo Castanho, Juliana Izidoro, Lucas Grosche, Tharcila Bertolini, Suzimara Rovani, Caio Miranda, carlos Eduardo de Souza e Thiago Luis Zanin, último aluno de doutorado da pesquisadora. Da Copel, Eliseu Esmanhoto.
Prêmios – A pesquisadora Denise Alves Fungaro tem um histórico de premiações pessoais e para seus alunos. Entre eles, o 1o Prêmio Enfil de Inovação em Tecnologia Ambiental, Enfil S/ASoluções Ambientais (2013), o Prêmio FIEMA, Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (2008), o Prêmio Internacional da Água e da Ciência do Simpósio de Água de Cannes (França), UNESCO; Cidade de Cannes; Universidade das Nações Unidas e Universidade de Nice Sophia Antipolis (2006), o Prêmio Fernando Cervino Lopes- Novas Técnicas de Reciclagem (2005) e Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2016, dentre outros.
-----Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AmAssessoria de Comunicação Institucional -
- 07/12/2017 - Brasil é liderança em políticas públicas de imunização, diz pesquisadora do ButantanWaldely Dias, do Centro de Biotecnologia do Instituto Butantan, abriu o Seminário Anual de Iniciação Científica e Tecnológica com palestra sobre vacinas
Waldely Dias, do Centro de Biotecnologia do Instituto Butantan, abriu o Seminário Anual de Iniciação Científica e Tecnológica com palestra sobre vacinas
Quando se fala em vacina e política pública de imunização, o Brasil tem uma atuação muito importante no cenário mundial, por meio de seu Programa Nacional de Imunizações – PNI, do Ministério da Saúde (MS). O Instituto Butantan, em São Paulo, é o principal centro de pesquisa e produção de imunobiológicos do País, responsável por grande porcentagem da produção nacional de soros hiperimunes e de antígenos vacinais, que compõem as vacinas utilizadas no PNI e são distribuídos de forma estratégica e gratuita à população.
No Centro de Biotecnologia do Instituto, a pesquisadora Waldely Dias coordena e participa de projetos de desenvolvimento de novas vacinas para coqueluche e tosse convulsa, altamente contagiosas e perigosas para as crianças, dentre outros estudos. Ela esteve no IPEN nesta quarta-feira (6) para proferir a palestra de abertura do Seminário Anual de Avaliação dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica da CNEN – PIBIC/PROBIC/PIBITI, cujo tema foi "Os Programas de Imunização no Brasil: da Revolta das Vacinas ao Controle de Doenças”.
Doutora em microbiologia e imunologia, com pós-doutorado no Institut Pasteur (França), começou sua palestra fazendo uma retrospectiva histórica das vacinas, que, segundo ela, "se confunde com a história do homem”, desde a época da chamada "variolização” – o pus de uma ferida de alguém com varíola era introduzido em um pequeno corte no braço de uma pessoa saudável, que ficava doente por um tempo e, depois de curada, nunca mais tinha varíola – até os dias de hoje. "Tentava-se provocar a moléstia de forma branda, para que o indivíduo sobrevivesse”, disse.
Nesse percurso, o médico inglês Edward Jenner teve um papel importante: ao observar um número expressivo de pessoas imunes à varíola depois de terem sido contaminadas com cowpax (doença de gado semelhante à varíola), inoculou um menino de oito anos, James Phipps, com pus retirado de uma pessoa doente, o garoto contraiu uma infecção benigna e ficou curado. Meses depois, Jenner inoculou Phipss com pus varioloso, e ele não adoeceu. "Era descoberta a vacina”, contou Waldely.
Émile Roux, Alexander Yersin, Emil Ehring, Jonas Salk e Albert Sabin, esses últimos "pais” da vacina contra a poliomielite, também foram fundamentais nessa trajetória. "Nenhum imunizante contribuiu tanto para a popularização das vacinas como o contra a poliomielite”, salientou Waldely. Mas foi Louis Pasteur quem "revolucionou a ciência” ao obter as primeiras vacinas seguindo uma metodologia científica. "Isso foi no final do séc. XIX. Depois, foram surgindo outras importantes vacinas, como a Tríplice, que resultou no primeiro Prêmio Nobel de Medicina, em 1901, para Emil Behring, e BCG”.
Revolta – No Brasil, a primeira vacinação, contra a varíola, data de 1804. Depois, em 1885, foi introduzida a primeira geração da vacina antirrábica, e em 1897, contra a peste. Em 1904, foi colocada em prática a campanha de vacinação obrigatória. "Era uma boa causa, mas grande parte da população, alarmada, não sabia o que era vacina e tinha medo de seus efeitos. Era a revolta da ignorância”, acrescentou Waldely, referindo-se ao movimento popular de rejeição à vacina contra a varíola, que ficou conhecida como a "Revolta da Vacina”.
O sanitarista Oswaldo Cruz, cientista homenageado no Seminário, foi pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Teve participação fundamental para a aprovação da Lei da Vacina Obrigatória, em 31 de Outubro de 1904, que permitia que brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, entrassem nas casas para aplicar a vacina à força. Valia tudo para erradicar a varíola, e o médico convenceu o Congresso disso, tendo a lei sido aprovada, tornando-se o estopim da revolta. Em 5 de novembro, a oposição criou a Liga contra a Vacina Obrigatória. Mas a situação foi normalizada e o processo de vacinação, reiniciado, tendo a varíola, em pouco tempo, sido erradicada do Rio de Janeiro.
Waldely também apresentou um histórico das vacinas no Brasil, explicou sobre os diferentes tipos de vacina, as etapas desde a pesquisa até a distribuição no mercado, e finalizou com dados significativos: mais de 10 Milhões de crianças morrem por ano, antes de completarem cinco anos de idade. "2,5 milhões dessas mortes poderiam ser evitadas com vacinas já disponíveis ou em desenvolvimento”.
-----Assessoria de Comunicação Institucional -
- 05/12/2017 - EGP no Portal IPEN: mais uma opção de acesso à gestão de projetos no InstitutoPágina do EGP traz informações sobre os projetos ativos, o sistema de gestão e também orientações a pesquisadores e demais interessados
Página do EGP traz informações sobre os projetos ativos, o sistema de gestão e também orientações a pesquisadores e demais interessados
O Escritório de Gestão de Projetos (EGP) do IPEN, vinculado à Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (DPDE), acaba de lançar a sua página no Portal IPEN (www.ipen.br), com o objetivo de facilitar o acesso de pesquisadores e demais interessados no gerenciamento de seus projetos científicos individuais, temáticos ou institucionais. Para acessá-la, basta clicar no botão "Gestão de Projetos” na barra de menu que fica à esquerda da tela ou diretamente neste link.
Nesse caminho, há uma página de apresentação e mais três sub menus. Na página "Projetos Ativos”, serão encontrados os projetos de diversas agências de fomento, entre elas a FAPESP, bem como outros projetos institucionais, gerenciados pelo Escritório. Ao clicar no título de cada projeto, outras informações serão exibidas. "Disponibilizamos na página ‘Sistema de Gestão de Projetos’ o acesso ao sistema. Este acesso é restrito aos coordenadores, por meio de senha”, explicou Fernando Moreira, gerente do EGP.
Segundo ele, também está disponível a página "EGP Orientações”, baseada nas principais ocorrências do trabalho realizado pelo Escritório, bem como nas diligências que chegam das Auditorias, a partir das prestações de contas. "São orientações para que os coordenadores/pesquisadores possam atuar de forma mais eficiente na gestão dos documentos e procedimentos gerenciais dos projetos”, acrescentou Moreira, salientando a sua "imensa satisfação” ao anunciar esse canal facilitador.
"A intenção é que tenhamos um canal de comunicação disponível 24 horas, as páginas estarão sempre em atualização, dada a dinâmica do nosso trabalho junto aos pesquisadores”, disse Moreira. O gerente do EGP fez questão de agradecer ao diretor da DPDE, Marcelo Linardi, pelo "incentivo”, ao servidor Franz Arnold, da Gerência de Desenvolvimento de Sistemas (GDS) do IPEN, pela construção da página, e ao funcionário terceirizado Weder Silva, pela "inestimável colaboração”. "Esperamos que seja de grande valia para os nossos pesquisadores”, concluiu Moreira.
Treinamento – A equipe do Escritório de Gestão de Projetos do IPEN está habilitada como EAIP – Escritório de Apoio Institucional ao Pesquisador, que é a denominação utilizada pela FAPESP, após a realização de curso naquela Fundação. O EGP recebeu a visita do Grupo de Trabalho da FAPESP cujo objetivo foi conhecer como o apoio aos pesquisadores tem se desenvolvido no Instituto, como está a adesão dos pesquisadores a esse serviço, como estão sendo feitos o controle e manutenção das atividades e,por fim, para informar-se acerca das ferramentas e sistemas utilizados. Outras instituições também foram visitadas.
Em sua página institucional, a FAPESP afirma ter recebido o feedback de pesquisadores que usufruíram dos serviços prestados e "manifestaram-se muito satisfeitos com o resultado atingido”. Essas visitas ocorreram após um treinamento promovido pela FAPESP direcionado aos Escritórios de Apoio Institucional ao Pesquisador (EAIP) das instituições de ensino e pesquisa, que demandaram por esse auxílio.
De acordo com o divulgado no site da FAPESP, o treinamento foi uma demanda da comunidade científica, que buscava auxílio para atuar na pesada carga de trabalho exigida para gestão e administração de projetos de pesquisa. Desse modo, o pesquisador pode se dedicar mais à pesquisa e a orientação dos alunos do que a burocracia da gestão. "Tem sido uma parceria na qual todos, FAPESP, Instituição e Pesquisadores ganham”, diz o site da FAPESP.
Mais informações sobre os EAIP em http://www.fapesp.br/eaip, onde está mencionada a iniciativa do IPEN.
----Ana Paula Freire, jornalista MTb 172/AMda Assessoria de Comunicação Institucional -
- 05/12/2017 - Seminários com pesquisadores franceses tratam de corrosão e métodos eletroquímicosOs seminários internacionais serão realizados no dia 05/12, a partir das 14h, no auditório Alcídio Abrão, Prédio de Ensino do IPEN
Os seminários internacionais serão realizados no dia 05/12, a partir das 14h, no auditório Alcídio Abrão, Prédio de Ensino do IPEN
Em visita ao IPEN, os pesquisadores franceses Nadine Pébère, do Centro Intra-universitário de Pesquisa e de Engenharia de Materiais (CIRIMAT/ENSIACET) da Universidade de Toulouse, França e Vincent Vivier, da Universidade Pierre e Marie Curie (UPMC-CNRS), em Paris, proferirão no dia 5 de dezembro, a partir das 14h, no auditório Alcídio Abrão, no prédio de Ensino, os seguintes seminários:
- Corrosion Behavior of Rare-earths Magnesium Alloy - Dra. Nadine Pébère - CIRIMAT/ENSIACET
- New transient electrochemical methods for revisiting passive film behavior - Dr. Vincent Vivier - UPMC-CNRS
O intercâmbio tem o apoio do Projeto CAPES/COFECUB - 806/14.
Informações com Dra. Isolda Costa (tel. 11 3133-9226 - e-mail: icosta@ipen.br) pesquisadora do Centro de Ciência e Tecnologia dos Materiais (CCTM) do IPEN , também responsável pelo setor de Internacionalização do Instituto.
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- 01/12/2017 - Workshop sobre reatores de pesquisa e segurança nuclear celebra os 60 anos de operação do reator IEA-R1De 28 de novembro a 1o. de dezembro, O IPEN sediou o "International Workshop on Utilization of Research Reactors” que marcou as comemorações pelos 60 anos de operação segura do Reator Nuclear para Pesquisa IEA-R1
De 28 de novembro a 1o. de dezembro, O IPEN sediou o "International Workshop on Utilization of Research Reactors” que marcou as comemorações pelos 60 anos de operação segura do Reator Nuclear para Pesquisa IEA-R1
O Reator Nuclear IEA-R1 teve sua primeira operação em 16 de setembro de 1957, um ano após o início de sua construção no campus da USP em Sã Paulo. Marco tecnológico e considerado o primeiro reator nuclear de pesquisa da América Latina, o IEA-R1 completa 60 anos de operação segura e como ferramenta essencial para a comunidade científica em diversos ramos da pesquisa.
Para celebrar a data, o IPEN, por meio de seu Centro do Reator de Pesquisa (CRPq), organizou o "International Workshop on Utilization of Research Reactors” durante o período de 28 de novembro a 1º de dezembro, em seu auditório. O evento reuniu pesquisadores nacionais e internacionais, estudantes e interessados que trocaram informações e conhecimento sobre diversos estudos realizados em reatores nucleares de pesquisa e sua segurança nuclear.
Durante a abertura do evento, em 28 de novembro, foi inaugurado o Espaço de Memória do Reator Nuclear IEA-R1 – Carlos Benedicto Ramos Parente – com réplica da primeira mesa de operação do reator exibindo instrumentos originais. Parente, físico nuclear que ingressou no IPEN ainda em 1965 após conclusão do curso no Instituto de Física e que permaneceu na instituição até completar 70 anos, foi homenageado dando seu nome ao novo espaço expositivo do instituto.
O workshop contou com painéis, mesas redondas e palestras. Dentre os temas apresentados, destacaram-se segurança nuclear e a diversidade de pesquisas e serviços prestados por reatores de pesquisa, desde aplicações na saúde, pesquisa básica e arqueologia, entre outros campos.
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