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- 28/04/2016 - Pesquisador do CLA tem imagem destacada em importante revista da área de ÓpticaA fotografia “Cidade invertida” traz o efeito óptico de ilusão de imagem com a silhueta de um pássaro formada pelos objetos que a compõem
A fotografia “Cidade invertida” traz o efeito óptico de ilusão de imagem com a silhueta de um pássaro formada pelos objetos que a compõem
O pesquisador Ricardo Samad, do Centro de Lasers e Aplicações (CLA), mais uma vez ganhou destaque em uma das maiores revistas de divulgação científica na área de Óptica, a Optics and Photonics News (OPN), editada mensalmente pela Optical Society of America. Ele já havia sido contemplado, em 2009, com o primeiro lugar no 4º concurso anual "After Image", da mesma publicação. Desta vez, outra fotografia de sua autoria foi escolhida a "Imagem da Semana” (Image of the Week”).
"Cidade invertida” foi o título escolhido. Na legenda: "A bird waterer shows an inverted image of distant buildings. As a bonus, the silhouette of a bird appears between the waterer and the bird. —Ricardo E. Samad, IPEN-CNEN/SP”, que, em tradução livre, significa: "Um bebedouro de pássaros mostra uma imagem invertida de prédios distantes. Como um bônus, a silhueta de um pássaro aparece entre o bebedouro e o pássaro”.
Ricardo contou que a imagem foi captada na sua casa, onde há um bebedouro para os pássaros. "Era comum os pássaros pararem ali para beber um pouco d´água. Um dia eu estava com a câmara por perto, vi um pássaro bebendo água e tirei algumas fotos para registrar o efeito de inversão da cidade, que é comum na formação de imagens por lentes, juntamente com o pássaro”, disse, referindo-se à propriedade óptica, um critério exigido para a publicação.
O "bônus” é, para Ricardo, o grande diferencial da composição: o efeito óptico de ilusão de imagem, que, segundo ele, só foi percebido três anos depois da captura. "Olhando as fotos no computador, percebi a silhueta de um pássaro formada pelo pássaro e pelo bebedouro, o que torna esta foto única. Foi o que me motivou a enviar. Eu não havia pensado num nome, mas ‘cidade invertida’ ficou legal, embora eu considere a silhueta o diferencial”, acrescentou.
Ricardo captou essa fotografia em 2012, com uma câmera digital Canon EOS 40D, ISO (asa) 320, f/5.6 de abertura e 1/1600s de exposição, com uma lente zoom em 135mm. No tratamento da imagem, utilizou o programa Lightroom para recortar a imagem e melhorar as cores. "Apesar de não ser uma foto estritamente científica, fico feliz com a escolha e já a inscrevi para o mesmo concurso [After Image]. Convergi meu interesse em fotografia para o trabalho, que é em óptica - uni o útil ao agradável”.
"After Image”
A revista OPN é mensal e, a cada edição, na última página, uma foto é escolhida pelos editores como a melhor do mês. Ao final do ano, a comissão editorial escolhe as melhores daquele ano, e Ricardo venceu em 2009 com a imagem de um trem 1 kHz de pulsos ultracurtos de alta intensidade focada no ar por uma lente de distância focal de 75 mm, enquanto que um pedaço de papel é rapidamente movido da lente através do feixe.
"Toda vez que eu olho para esta imagem, não sou capaz de olhar apenas de maneira casual; ela exige que eu estude seus detalhes", disse, à época, o juiz Brian Monacelli. "O padrão produzido pelo movimento da folha de papel é muito bom", acrescentou François Busque. A imagem foi reproduzida na página 18, informando sobre os vencedores, e em toda a dimensão da folha, na página 56, além de ter ilustrado o calendário de 2010 distribuído aos leitores da publicação.
Ainda hoje, com a devida autorização de Ricardo, a imagem ilustra material de divulgação do CLA, por sua qualidade informativa e visual. "Me agrada muito que o IPEN tenha escolhido minha foto para nos representar em várias ocasiões, principalmente porque, além de bonita, é uma imagem com grande conteúdo científico. Também fiquei impressionado com a quantidade de colegas de todo o Brasil, e alguns do exterior, que me cumprimentaram pela publicação da foto, mostrando a capacidade de divulgação da OPN”.
A periodicidade da OPN é mensal, impressa, enviada para todos os membros da Optical Society of America, e tem o site ligado a ela: http://ow.ly/4n59qc. A bela imagem de Ricardo, cujo interesse pela fotografia "foi nascendo aos poucos”, ganhou ampla divulgação também na página do Facebook e no Twitter.
Também disponível no Órbita.
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Ana Paula Freireda Assessoria de Comunicação Institucional do IPEN
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- 22/04/2016 - Apresentação do Duo Pujol no auditório do IPENO Duo Pujol interpretou obras de compositores argentinos no auditório do IPEN. O próximo concerto será em 18/05
O Duo Pujol interpretou obras de compositores argentinos no auditório do IPEN. O próximo concerto será em 18/05
O Duo Pujol, criado em 2014, é formado por Fábio Ferreira (flauta) e Lucas Vieira (violão). O duo apresentou na quarta-feira, 20 de abril, obras dos compositores argentinos Máximo Diego Pujol e Astor Piazzolla. O concerto, realizado no auditório do IPEN reuniu cerca de 50 servidores e bolsistas interessados em música.
O virtuosismo e afinidade dos componentes do duo foram ressaltados nas composições "Suíte Buenos Aires", de Pujol e em alguns movimentos de "História do Tango" de Astor Piazzolla. O duo desenvolve atividades de estudos e divulgação de repertórios originais em espaços culturais, abrangendo obras clássicas e contemporâneas.
As apresentações são coordenadas pelo Prof. Michael Alpert, do Laboratório de Música de Câmara (LAMUC) da ECA/USP.
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- 20/04/2016 - Música Popular Brasileira é destaque da apresentação musical no IPENDois duos do LAMUC/ECA/USP interpretam MPB na quarta-feira, 20/04, às 12h30, no PEN
Dois duos do LAMUC/ECA/USP interpretam MPB na quarta-feira, 20/04, às 12h30, no PEN
A parceria entre o IPEN e o Laboratório de Música de Câmara (LAMUC) da ECA/USP promove a segunda apresentação da temporada 2016 com destaque para a Música Popular Brasileira, com canções de Chico Buarque e Máximo Diego Pujol. Na programação, também terá obras do argentino Astor Piazzolla. As apresentações acontecem no próximo dia 20 de abril, quarta-feira, das 12h30 às 13h30.
O Duo Teresa, formado por Camila Montefusco e Vinícius Faine , é um projeto que mistura a música popular brasileira cantada com arranjos para voz, violão e violino, buscando a riqueza lírica da canção brasileira com o refinamento técnico-estético da música erudita em apresentações ao vivo.
O Duo Pujol, com Fábio Ferreira (flauta) e Lucas Vieira (violão), teve início em 2014, e tem desenvolvido uma larga atividade de estudos, formação e divulgação de repertórios originais para os instrumentos em importantes espaços culturais. Os músicos possuem um diversificado repertório que compreende desde obras clássicas até compositores contemporâneos.
A coordenação das apresentações, sempre gratuitas, é do Prof. Michael Alpert, coordenador do LAMUC.
Informações com a Assessoria de Comunicação Institucional, 11 -3133-9092, 9095, pergunta@ipen.br
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- 15/04/2016 - Pesquisadores testam pele de tilápia para queimaduras; IPEN faz a radioesterilização do materialIrradiação de tecidos biológicos, tecnologia oferecida pelo IPEN, garante qualidade e segurança para pacientes
Irradiação de tecidos biológicos, tecnologia oferecida pelo IPEN, garante qualidade e segurança para pacientes
Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal no Ceará (UFCE) com a parceria do IPEN – que faz a descontaminação do material por radioesterilização, e de outras instituições apresentou resultados promissores quanto ao uso do couro da tilápia do no tratamento de vítimas de queimaduras. A espécie utilizada foi a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), cuja pele possui características microscópicas semelhantes à estrutura morfológica da pele humana em suas características físicas (resistência à tração), histomorfológicas e da tipificação da composição do colágeno, o que suporta sua possível aplicação como biomaterial para enxertia.
A espécie tilápia do Nilo é da família dos ciclídeos, originária da bacia do rio Nilo, no Leste da África, e amplamente disseminada nas regiões tropicais e subtropicais. As amostras usadas na pesquisa foram obtidas no açude Castanhão, no município de Jaguaribara, a 250 quilômetros da capital Fortaleza. Os resultados do estudo estão disponíveis no artigo "Avaliação microscópica, estudo histoquímico e análise de propriedades tensiométricas da pele de tilápia do Nilo”, publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Queimaduras (Vol. 14 nº 3 - Jul/Ago/Set de 2015) e foram apresentados na 2ª Jornada Carioca de Queimaduras, no início de março, na cidade do Rio de Janeiro.
Os primeiros testes com animais indicaram novo ânimo às vítimas de queimaduras. Entre as vantagens da pele da tilápia, estão a cicatrização menos dolorida e que leva o mesmo tempo do tratamento à base de sulfadiazina (em torno de 14 dias), a diminuição de perda de líquidos e, principalmente, a significativa redução do risco de infecção, uma das principais razões pelas quais a doação de tecidos biológicos tem sido alvo de controvérsia ao longo de décadas.
Radioesterilização no IPEN
"Existe uma preocupação quanto aos testes e à seleção do material a ser transplantado a fim de evitar a contaminação do receptor, o que dificulta a manutenção dos bancos de tecidos biológicos no Brasil. Além do fato de que os familiares do potencial doador não querem expor o ente querido com marcas de mutilação, o que aumenta ainda mais a dificuldade com transplantes de tecidos como pele e osso, por exemplo”, explica a pesquisadora Monica Mathor, do Laboratório de Processamento de Tecidos Biológicos por Radiação Ionizante do CTR/IPEN.
É por essa razão que, para minimizar a imunogenicidade, matar bactérias e reduzir o risco de transferir doenças contagiosas, todo material biológico transplantável (pele, osso, âmnion etc.) passa por processo de radioesterlização. Esse trabalho é coordenado por Monica. No caso da tilápia, depois que a pele removida é lavada para a retirada de tecidos musculares e submetida a um processo de esterilização, que consta de duas etapas de imersão em clorexidina por 30 minutos e três etapas de imersão no glicerol (50%, 75%, 100%). O couro limpo é enviado ao IPEN para receber radiação gama no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do CTR.
"A parceria do IPEN veio do anseio de profissionais em tratar, processar e armazenar a pele de Tilápia com a mesma qualidade que é exigida para a pele humana armazenada em Bancos de Tecidos”, explicou Monica, referindo-se aos médicos Marcelo Borges, coordenador do SOS Queimaduras e Feridas do Hospital São Marcos e coordenador do Banco de Pele do Imip (Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira), no Recife; Edmar Maciel, presidente da ONG Instituto de Apoio ao Queimado do Ceará; e Odorico Moraes, diretor do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM), de Fortaleza.
"O trabalho coordenado no IPEN pela Dra. Monica já tem se mostrado bastante promissor e reafirma o compromisso do Instituto em atender às demandas da sociedade”, afirmou Margarida Mizue Hamada, gerente do CTR. "Trata-se do reconhecimento pelo esforço e dedicação da Dra. Monica e dos profissionais das equipes envolvidas no trabalho”, complementou Wilson Calvo, diretor de Administração do IPEN.
Além dos médicos citados por Monica, assinam o artigo a pesquisadora e pesquisadora Ana Paula Negreiros Nunes Alves, primeira autora, e alunos de graducação e põs-graduação da UFCE. A publicação completa está disponível no link.
--------Ana Paula FreireAssessoria de Comunicação Institucional - IPEN/CNEN-SP -
- 30/03/2016 - A resistência da canção latino-americana abriu apresentações musicais no IPENO duo formado por Giulia Faria e Carolina Andrade apresentaram canções do projeto "Volver a Latinoamérica"
O duo formado por Giulia Faria e Carolina Andrade apresentaram canções do projeto "Volver a Latinoamérica"
A temporada 2016 de apresentações musicais no auditório do IPEN abriu com canções latino-americanas do projeto "Volver a Latinoamérica", desenvolvido pelo duo Giulia Faria e Carolina Andrade, ambas da Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP). O repertório apresentado pela dupla destacou as canções de resistência contra os regimes autoritários vigentes na América Latina durante os anos 60 e 70. Compositores como Violeta Parra, María Elena Walsh, Atahualpa Yupanqui, Fito Paez e a intérprete Mercedes Sosa foram citados e contextualizados durante as canções.
Giulia Faria é cantora e violonista, graduanda em Música pela ECA e ganhadora do Programa Nascente 2015 na categoria Intérprete Vocal de Música Popular Brasileira. Carolina Andrade é violonista e arranjadora, formada em Licenciatura em Música pela ECA/USP. Desenvolve mestrado sobre regentes-arranjadores na área de coral.
As apresentações musicais no auditório do IPEN acontecem mensalmente, às quartas-feiras, e são coordenadas pelo Prof. Dr. Michael Alpert, do Laboratório de Música de Câmara da ECA/SUP.
Informações com a Assessoria de Comunicação Institucional (ACI), 11 3133-9092, 9095 (pergunta@ipen.br)
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- 30/03/2016 - Canções latino-americanas abrem as apresentações musicais no IPENApresentação da dupla "Volver a Latinoamerica" acontece em 30/3, às 12h30, no auditório do IPEN
Apresentação da dupla "Volver a Latinoamerica" acontece em 30/3, às 12h30, no auditório do IPEN
A parceria entre o Laboratório de Música de Câmara (LAMUC) da ECA/USP e o IPEN entra em seu oitavo ano com a temporada de 2016 que se inicia na próxima quarta-feira, 30 de março, às 12h30, no auditório do instituto. Estão previstas 8 apresentações mensais que acontecerão sempre às quartas-feiras.
As veias abertas
A primeira apresentação terá a dupla formada pelas violonistas Giulia Faria e Carolina Andrade. Ambas desenvolvem o projeto musical "Volver a Latinoamerica" com repertório inspirado em Violeta Parra, Mercedes Sosa e demais compositores latino-americanos como María Elena Walsh, Atahualpa Yupanqui, Fito Paez, Tejada Gómez, Víctor Jara entre outros. A crítica político-social das canções criadas durante as décadas de 1960 e 1970, época em que a região vivenciou regimes autoritários, são apresentadas de forma didática e ressaltando a cultura popular.
A coordenação das apresentações, sempre gratuitas, é do Prof. Michael Alpert, coordenador do LAMUC.
Informações com a Assessoria de Comunicação Institucional, 11 -3133-9092, 9095,pergunta@ipen.br
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- 18/03/2016 - Seminário de Avaliação do Plano Diretor do IPEN - 2016Gerentes, diretores e demais servidores do IPEN participaram da série de apresentações do Seminário de Avaliação do Plano Diretor do instituo, no período de 8 a 18 de março de 2016
Gerentes, diretores e demais servidores do IPEN participaram da série de apresentações do Seminário de Avaliação do Plano Diretor do instituo, no período de 8 a 18 de março de 2016
A Diretoria de Planejamento e Gestão (DPG) realizou o Seminário de Avaliação do Plano Diretor do IPEN, ano de 2015 - ciclo 2016, de 8 a 18 de março, com apresentações diárias nos diversos centros de pesquisa da instituição. Participaram todos diretores e gerentes de centros de pesquisa do instituto que apresentam um balanço do resultados obtidos no ano de 2015 e as perspectivas para 2016. Ao fim de cada apresentação, o superintendente do IPÈN, José Carlos Bressiani, abria uma sessão de debates com os servidores de cada unidade.
Premiações
No encerramento do ciclo de apresentações, realizado no Auditório Prof. Alcídio Abrão, no prédio de Ensino, em 18 de março, o diretor de Pesquisa Desenvolvimento e Ensino, Marcelo Linardi, anunciou os vencedores do Prêmio de Destaque nas categorias de Pesquisador 2015 e Servidor após esclarecer sobre os critérios de premiação.
O servidor Gilberto Magalhães, da Divisão de Operação do Campus (DAI), recebeu menção honrosa por sua dedicação, competência, pró-atividade e comprometimento. A pesquisadora Eliana Navarro dos Santos Muccillo, do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM), destacou-se por ter seu currículo incluído no livro Sucessfull Women Ceramic and Glass, como grande incentivadora na área de pesquisa de materiais. O prêmio de Pesquisador Destaque 2015 coube a Almir de Oliveira Neto, do Centro de Célula a Combustível e Hidrogênio (CCCH).
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- 13/03/2016 - IPEN promove curso sobre ciência forense nuclear para América Latina e CaribeOrganizado em parceria com a AIEA, objetivo é disseminar informação técnica vislumbrando a possibilidade de integração regional por meio de colaborações científicas
Organizado em parceria com a AIEA, objetivo é disseminar informação técnica vislumbrando a possibilidade de integração regional por meio de colaborações científicas
Desde meados da década de 1990, o tráfico e/ou posse não autorizada de materiais nucleares ou fontes radiativas têm sido objeto de preocupação internacional. Embora a maioria dos casos confirmados tem uma dimensão criminal, o uso desses aparatos por grupos extremistas não pode serdescartado Nesse contexto, surgiu a ciência forense nuclear, disciplina científica que reúne conhecimento e práticas de várias ciências, além das ações internacionais de não proliferação e combate ao terrorismo.
Dessa forma, e com o objetivo de familiarizar profissionais da América Latina e do Caribe acerca do papel da ciência forense nuclear no regime de segurança nuclear, o IPEN promove esta semana, de 15 a 18, o "Curso Regional Introdução à ciência forense nuclear", organizado em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). "Queremos disseminar a informação técnica, vislumbrando a possibilidade de integração regional por meio de colaborações científicas”, afirma o pesquisador Jorge Eduardo Sarkis, coordenador do Programa de Internacionalização do Instituto.
Estão confirmados 42 participantes, dos quais 30 são de países latino-americanos. Sarkis destaca que, desde 1999, o IPEN desenvolvendo, de forma inédita no país, um programa de capacitação na área forense nuclear. "Aproveitando a experiência dos seus cientistas na área nuclear e da infraestrutura estabelecida, foi organizado aqui a Rede Brasileira de Laboratórios Forenses Nucleares, que contou com a colaboração da Polícia Científica do Estado de São Paulo e da Polícia Federal”, acrescentou.
Em linhas gerais, as atividades da ciência forense nuclear podem ser divididas em dois grandes grupos. O primeiro, chamado de inteligência nuclear, visa, dentro dos procedimentos legais de cada Estado, a investigação preliminar de pessoas, grupos e/ou instalações sob suspeita de manipulação, posse e/ou intenção de uso fora das leis e do regime de segurança nuclear estabelecidos no pais.
O segundo conta com a participação dos cientistas em apoio as ações de resposta face a uma ameaça ou investigação criminal. Essas ações envolvem apoio técnico aos organismos de Estado responsáveis por estas ações, principalmente no que tange a categorização, análise (química , física e isotópica) e identificação da origem do material apreendido ou sob suspeita.
"Ou seja, a ciência forense nuclear busca levantar informações sobre a história, o uso pretendido e, possivelmente, a origem dos aparatos fornecendo, assim elementos para a persecução penal no contexto civil, criminal ou do direito internacional”, explica Sarkis.
O curso será composto de palestras dirigidas por especialistas internacionais, durante as quais serão apresentados os conceitos e definições gerais da ciência forense nuclear. Também serão discutidos casos reais de ameaças e apreensões de material ilícito, seguidos de exercício de mesa com os participantes.
Estão programadas ainda visitas a alguns laboratórios da Rede Forense Nuclear do IPEN localizados no Centro de Química e Meio Ambiente (CQMA), no Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM), e os de Radioquímica e Reator Nuclear do Centro do Reator de Pesquisas (CRPQ) .
Serviço:
Curso Regional Introdução à ciência forense nuclearData: 15 a 18 de marçoLocal: Sala 143 , prédio do Centro de Ensino e Informaçãp - CEI/IPENHorário: 9 as 17 horas
-------Ana Paula Freire - ACI/IPEN -
- 13/03/2016 - Obras do Metrô são descontaminadas no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do CTR/IPENIPEN tem realizado o trabalho de higienização e descontaminação de acervos culturais para diversos públicos, gratuitamente, quando se tratam de instituições governamentais
IPEN tem realizado o trabalho de higienização e descontaminação de acervos culturais para diversos públicos, gratuitamente, quando se tratam de instituições governamentais
Onze obras artísticas do Metrô de São Paulo estão sendo descontaminadas no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do IPEN. De acordo com Sandra Theodozio, coordenadora de Ação Cultural, após laudo técnico realizado com o apoio do Palácio do Governo, foi constatada a existência de cupins nessas obras. O Metrô de São Paulo possui um acervo de 91 obras de arte instaladas em estações das Linha 1-Azul, Linha 2-Verde, Linha 3-Vermelha, e Linha 5-Lilás. As 11 contaminadas estão originalmente instaladas na Linha 1-Azul, Estação Liberdade.
São elas: "Paralelepípedo”, de Mário Noboru Ishikawa; "Bad Moon”, de Lúcio Yutaka Kume; "O primeiro imigrante a desembarcar”, de Oscar Satio Oiwa; "Projeto de uma paixão sem fim”, de Milton Terumitsu Sogabe; "Momento – História”, de Laerte Yoshiro Orui; "Tempo I”, de Ayao Okamoto; "Pós-80”, de Hironobu Kai; além de quatro telas sem título, dos artistas Yae Takeda, Toshifumi Nakano, Carlos Alberto Yasoshima e Hisae Sugishita.
Theodozio tomou a iniciativa de procurar o IPEN a partir da indicação das restauradoras Fernanda Perroni e Vivian Freire, responsáveis técnicas da Conservare, atelier que desenvolve trabalhos de conservação e restauração de obras de arte, produções e projetos culturais relacionados à preservação de coleções particulares, museológicas e empresariais. Depois que conhecerm essa atividade do IPEN, vêm atuando como importantes divulgadoras do procedimento.
O IPEN tem realizado esse trabalho de higienização e descontaminação de acervos culturais para diversos públicos, gratuitamente, quando se tratam de instituições governamentais. A ideia, segundo o pesquisador Pablo Vásquez, coordenador do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, é transferir tecnologia e divulgar o procedimento. Ele destaca que esta iniciativa do IPEN vem sendo apoiada e incentivada pela gerente do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), Margarida Mizue Hamada.
Pablo salienta que a tecnologia de irradiação é rápida, eficiente e segura, ou seja, não sobra qualquer resíduo radioativo, e o material pode ser manuseado tranquilamente, sem risco para o usuário e sem a necessidade de "quarentena”. O Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do IPEN é uma tecnologia 100% nacional e está em operação há 12 anos.
Outras aplicações
A radiação ionizante também é utilizada na redução da carga microbiana ou no combate a pragas em alimentos, na esterilização de produtos médicos e farmacêuticos, como os geradores de tecnécio-99m (99mTc) processados no Centro de Radiofarmácia do IPEN, e na coloração de pedras e gemas preciosas.
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Ana Paula FreireAssessoria de Comunicação Institucional do IPEN -
- 02/03/2016 - Oficiais do Corpo de Bombeiros visitam o IPENA visita dos oficiais ao IPEN faz parte de treinamento da Escola Superior de Bombeiros
A visita dos oficiais ao IPEN faz parte de treinamento da Escola Superior de Bombeiros
O IPEN recebeu a visita de 21 oficiais do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo no dia 2 de março de 2016. Os visitantes participam do Curso de Atendimento à Emergência com Produtos Perigosos, ministrado pela Escola Superior de Bombeiros.
Os oficiais, recebidos por servidores da Assessoria de Comunicação Institucional, deslocaram-se para a sala 7, no subsolo do Bloco A, onde assistiram palestra proferida pelo supervisor de Radioproteção Eduardo Toyoda com o tema "Respostas a Emergências Radiológicas ou Nucleares".
Após a palestra, os visitantes conheceram as instalações do Reator Nuclear para Pesquisa - IEA-R1, do Centro do Reator de Pesquisa (CRPq).
Em junho está agendada outra visita. -
- 19/02/2016 - Seminário vai definir ações de colaboração acadêmica entre IPEN e Universidade do TennesseeÉ a primeira atividade desde que foi assinado o convênio entre as duas instituições, em outubro de 2015. A UT desenvolve pesquisas na área nuclear em associação com o Oak Ridge National Laboratory (ORNL)
É a primeira atividade desde que foi assinado o convênio entre as duas instituições, em outubro de 2015. A UT desenvolve pesquisas na área nuclear em associação com o Oak Ridge National Laboratory (ORNL)
Uma comitiva da Universidade do Tennessee (UT) e do Oak Ridge National Laboratory (ORNL), dos Estados Unidos, visitará o IPEN, nos próximos dias 25 e 26, para discutir possibilidades de colaboração interinstitucional com apoio a projetos de pesquisas na área nuclear (vigentes e novos), incluindo intercâmbio para pesquisadores e alunos da pós-graduação em Tecnologia Nuclear (IPEN-USP). É a primeira ação concreta no âmbito do convênio assinado, em outubro de 2015, pelo superintendente José Carlos Bressiani e o diretor para a Segurança Nuclear da instituição norte-americana, Howard L. Hall.
A comitiva é liderada por Larry Satkowiak, atual diretor de Não-Proliferação, Salvaguardas e Segurança Nuclear do ORNL e responsável pela coordenação dos programas existentes na implementação da política nacional e internacional destinado a reduzir as ameaças internas e externas para os Estados Unidos a partir de armas de destruição maciça (ADM). Atualmente, Satkowiak preside também o Institute of Nuclear Material Management (INMM).
Também fazem parte da comitiva Priya Sethi, do Bureau Internacional de Segurança e Não-Proliferação do Departamento de Estado dos Estados Unidos; e Teressa McKinney, gerente das operações de Segurança Nuclear (NS & S) e co-gestora do programa de segurança nuclear do ORNL, cujas atividades envolvem a coordenação das operações diárias dos programas de não-proliferação, fiscalização em eventos especiais, manutenção do planejamento estratégico para NS & S. McKinney coordena ainda atividades relacionadas à implantação de projetos de pesquisa e desenvolvimento, e sua avaliação técnica.
Completando a comitiva a experiente Karen Kaldenbach, que há mais de 25 anos vem trabalhando na segurança nuclear, com desenvolvimento de programas de formação de pessoal, criação de centros de formação , desenvolvimento e implementação de técnicas, de confiabilidade humana (HRP). Atualmente, McKinney atua como o líder da equipe de HRP no ORNL e suporta várias atividades para o Departamento de Estado dos EUA na sensibilização para as ameaças potenciais dentro de instalações nucleares e fortalecimento da cultura de segurança nuclear em nível mundial.
O grupo será recebido pelo diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino (DPDE), Marcelo Linardi, e o coordenador do Projeto de Internacionalização do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN-USP, Jorge Eduardo de Souza Sarkis. Os visitantes apresentarão suas linhas de trabalho e, a partir delas, em consonância com as pesquisas do IPEN, serão definidas as ações de parceria.
Convênio
O IPEN e a Universidade do Tennessee assinaram convênio de cooperação no dia 1º de outubro de 2015, oficializando o Projeto de Internacionalização. Na ocasião, Howard L. Hall, diretor do Instituto de Segurança Nuclear da Universidade do Tenneesse e comitiva foram recepcionados por Bressiani, Linardi e Sarkis, e demais gestores do Instituto. A parceria envolve as áreas de segurança nuclear, forense, radioquímica, reatores e combustíveis nucleares.
A internacionalização tem duas finalidades básicas: maior inserção de pesquisadores e pesquisas do Instituto na comunidade acadêmica internacional e a modernização do atual programa, trazendo a possibilidade de oferecimento de novos cursos e novas formas de ensino. Com isso, atende-se também a uma demanda da Capes para que os programas de pós-graduação brasileiros tenham essa vertente. "Esse vaso comunicante com o exterior é fundamental para o IPEN. A integração da nossa pós-graduação com Universidades e Centros de Pesquisas com larga experiência na área nuclear é fundamental na formação de uma nova geração de cientistas nucleares”, destacou Sarkis.
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira, 25 de fevereiro
9:00-9:50 – Abertura do Seminário IPEN/ORNL/PNS - Dr. Martineli, ORNL/Ms. Sethi9:50-10:30 – "A sinergia entre "Safety" e Cultura de Segurança Nuclear” - Ms. Karen Kaldenbach (ONRL) and Ms. Teressa McKinney (INMM)10:30-10:45 – Intervalo10:45-12:00 – "Considerações sobre o desempenho humanos em um ambiente técnico” - Ms. Karen Kaldenbach (ONRL) e Dr. Larry Satkowiak (ONLR)12:00-13:00 – Almoço13:00-14:30 – "Educação e Treinamento : Considerações sobre Cultura de Segurança Nuclear” - Ms. Karen Kaldenbach (ONRL)14:30-15:30 "Importância de sociedades profissionais nos avanços da cultura de segurança nuclear” - Dr. Larry Satkowiak (ONLR)15:30-16:00 – Comentários finais (Todos)16:00-17:00 - Colaboração Técnica e Acadêmica na área de segurança nuclear – Dr. Sarkis (CQMA/IPEN), Dr. Martineli/US team
Sexta-feira, 26 de fevereiro9:00-10:30 – Discussão sobre a recente assinatura de um Memorando de Entendimento entre a USP e UTK e identificação de oportunidades de investigação em colaboração (Todos os interessados)10:30-12:00 – Visita aos Laboratórios do CEN (CEN/ Equipe ORNL)12:00-13:00 – Almoço13:00-15:00 – Visita ao Reator Nuclear e Laboratórios de Radioquímica - CRPq/Equipe ORNL15:00 – Final visita-----------Ana Paula FreireAssessoria de Comunicação Institucional (ACI-IPEN) -
- 17/02/2016 - CTR-IPEN irradia mais de dois mil documentos do acervo da FAU-USPParceria com a FAU faz parte de um amplo acordo de colaboração entre IPEN e USP para a conservação de acervos e bens culturais
Parceria com a FAU faz parte de um amplo acordo de colaboração entre IPEN e USP para a conservação de acervos e bens culturais
Mais de dois mil desenhos originais e materiais bibliográficos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP) foram higienizados no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR). Sob a coordenação do pesquisador Pablo Vásquez, o processo de irradiação Gama com 60Co promove a descontaminação dos documentos, eliminando insetos e fungos e permitindo que o material seja manuseado pela equipe de conservação, sem colocar em risco a saúde dos funcionários.
Essa parceria com a FAU faz parte de um amplo acordo de colaboração entre IPEN e USP para a conservação de acervos e bens culturais. Segundo Pablo, na semana passada foi entregue uma grande quantidade de material da Procuradoria Geral da USP, também irradiado no CTR, nos meses de dezembro e janeiro. Outros institutos foram e continuam sendo beneficiados, como a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) – com a higienização de parte do acervo da Biblioteca Florestan Fernandes, e o Instituto de Psicologia – com a dos livros doados pelo professor Cesar Ades para o acervo do Museu da História da Psicologia.
"São muitos os institutos da USP que nos procuram: o Instituto de Geociências, o Instituto de Química, a Escolada de Comunicação e Artes, a Biblioteca Brasiliana Mindlin, a Escola de Enfermagem, a Faculdade de Direito, a Faculdade de Odontologia, o Centro de Preservação Cultural, o Arquivo Geral, a Superintendência de Espaço Físico, o Sistema Integrado de Bibliotecas e o Instituto de Estudos Brasileiross. Recentemente, houve uma demanda relacionada a um acervo contaminado por fungos devido a uma enchente. Enfim, nós, do IPEN, fazemos essa colaboração para ajudar a preservar os acervos da USP, que são materiais riquíssimos e importantes para a memória da instituição. Alguns são muito peculiares”, destacou Pablo.
Entre esses, os Diários de Navegação do N/Oc. Prof. W. Besnard, do período entre 30/05/1967 e 26/02/1984. A conservação desse material faz parte do projeto "Memória da Oceanografia no Brasil – o papel do Navio Oceanográfico Prof. Wladimir Besnard” do IO, apresentado e contemplado pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP através do Edital Memória USP. As plantas da FAU também são parte de projeto de conservação de acervos submetido a esse edital. Trata-se de um grande volume que se encontrava armazenado no subsolo do Prédio Vilanova Artigas.
O processo
O tratamento realizado no Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do CRT-IPEN consiste em irradiar com raios gama os materiais infestados. A vantagem desse procedimento é que não sobra qualquer resíduo radioativo, e o que foi irradiado pode ser manuseado tranquilamente, sem risco para o usuário e sem a necessidade de "quarentena".
Pablo explica que a radiação gama proveniente do Cobalto-60 não possui energia suficiente para desestabilizar o núcleo do átomo, ou seja, é uma radiação cuja energia está abaixo do limiar de ativação da maior parte dos elementos, diferentemente do que ocorre, por exemplo, no bombardeamento por nêutrons no interior de um reator nuclear, que pode deixar traços de radioatividade no material. "Os objetos que passam por nosso procedimento não têm contato com o material radioativo", afirmou o pesquisador.
Pablo destaca o apoio e incentivo proporcionados pela gerente do CTR, a pesquisadora Margarida M. Hamada, "que têm sido fundamentais para o êxito de todas as atividades".
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Assessoria de Comunicação Institucional - ACI IPEN
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- 04/02/2016 - Coral do GREIC apresentou marchinhas de CarnavalO ano começou animado com a apresentação do Coral do GREIC cantando marchinhas de Carnaval
O ano começou animado com a apresentação do Coral do GREIC cantando marchinhas de Carnaval
Marchinhas de Carnaval formaram o repertório da primeira apresentação do Coral do Grêmio dos Funcionários do IPEN e CTMSP (GREIC). O espetáculo aconteceu no Auditório Rômulo Ribeiro Pieroni, na tarde de 3 de fevereiro. Os integrantes do coral foram conduzidos pela maestrina Márcia Braga Cascapera.
Os interessados em participar do grupo, poderão entrar em contato com a secretaria do GREIC, telefone 11 3133-.3133-9102 (greicgremio@gmail.com)
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- 03/02/2016 - IPEN e CENA-USP desenvolvem projeto conjunto para esterilização do Aedes aegypti com radiação nuclearAtendendo à demanda da ONU, que propõe o combate ao vetor da zika, dengue e chikungunya, mosquitos machos serão expostos à radiação gama para se tornarem inférteis
Atendendo à demanda da ONU, que propõe o combate ao vetor da zika, dengue e chikungunya, mosquitos machos serão expostos à radiação gama para se tornarem inférteis
Um novo método para tornar mosquitos machos inférteis por radiação nuclear pode ajudar a reduzir as populações do Aedes aegypti, transmissor de zika, dengue e chikungunya. Através da aplicação da Técnica do Inseto Estéril (TIE), um grupo de cientistas brasileiros vai avaliar os efeitos da radiação ionizante nas fases do ciclo evolutivo (ovo, larva, pupa e adultos) doAedes aegypti como um método alternativo de controle de manejo integrado dessa praga, declarada emergência de saúde pública internacional pela Organização Mundial da Saúde (OAS).
A pesquisa "Efeitos da radiação ionizante nas fases do ciclo evolutivo do Aedes aegypti visando o seu controle através da TIE” será realizada no Laboratório de Radiobiologia e Ambiente, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/USP), em Piracicaba/SP, e nos laboratórios do Centro de Tecnologia das Radiações do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP). O trabalho atende a uma demanda do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) visando diminuir a incidência das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
A técnica consiste em expor os machos do Aedes aegypti a raios-X ou gama e com isso tornar o esperma estéril. Esses mosquitos machos criados em laboratório poderiam, então, ser liberados para cruzar com as fêmeas da espécie cujos ovos nunca se desenvolveriam. Dessa maneira, reduz-se o número de insetos numa determinada área sem matar animais ou usar produtos químicos.
Após a irradiação, serão avaliadas as viabilidades dos ovos, larvas, pupas e adultos provenientes dos adultos emergidos em cada fase do ciclo evolutivo do inseto irradiado, para se determinar as doses letais e esterilizantes.
Os procedimentos de irradiação serão realizados em equipamento de raios-X modelo RS-2400V e em irradiadores gama de Cobalto-60 (Panorâmico, Gammacell e Multipropósito), também sob diferentes condições quanto à taxa e dose de radiação absorvida. Já a cultura do mosquito será mantida nas instalações do laboratório do CENA/USP, sob condições controladas pré-definidas.
De acordo com os pesquisadores Valter Arthur, do CENA, e Anna Lucia Casanas Haasis Villavicencio, do IPEN, a vantagem da TIE é que os mosquitos estéreis podem ser mais facilmente aceitos como alternativa de controle do Aedes aegypti.
"No controle com mosquitos transgênicos, por exemplo, os insetos morrem na fase de larva; no controle com mosquitos estéreis, a larva não chega eclodir dos ovos. Além disso, alguns países não aceitam a utilização de transgênicos, porque não se sabe o que poderá ocorrer com liberação massiva desses. Assim, a liberação de insetos estéreis é uma das alternativas mais viáveis de controle do Aedes aegypti”, justificam os pesquisadores.
Uma geração de mosquitos machos estéreis, que leva cerca de um mês para ser produzida, deve superar a quantidade dos mosquitos machos nativos – em 10 ou 20 vezes – para deixar uma marca na população do inseto. "Isso requer milhões de machos, tornando o método mais apto para vilas ou cidades do que para metrópoles”, disse, em entrevista coletiva, Aldo Malavasi, vice-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O projeto CENA-IPEN, apresentado em janeiro ao MCTI, foi orçado em aproximadamente R$ 500 mil, sendo R$242 mil para execução este ano e R$242 mil para 2017. Os recursos serão destinados à ampliação dos laboratórios, compra de matérias e cinco bolsas de Iniciação Científica. Além de Valter (coordenador) e Anna Lúcia, também integram a equipe os pesquisadores Thiago Mastrangelo, do CENA/USP, o doutorando André Ricardo Machi, do IPEN/USP, e Marcio A. Gava, da ASR/LAB, de São Carlos.
"Se o Brasil soltar um grande número de machos estéreis, levaria poucos meses para reduzir a população, mas isso tem que ser combinado com outros métodos", declarou Malavasi. Já está agendada para o dia 16 de fevereiro uma reunião entre autoridades brasileiras e especialistas da AIEA, que tem sede em Viena, para discutir como melhor implementar a TIE no país que é sede dos Jogos Olímpicos, em agosto deste ano.
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Ana Paula Freire, ACI-IPEN
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- 01/02/2016 - Chefe de gabinete do MCTI visita sede da CNENMCTI destaca a importância do RMB. Expectativa é de uma visita do ministro Celso Pansera ao IPEN
MCTI destaca a importância do RMB. Expectativa é de uma visita do ministro Celso Pansera ao IPEN
O chefe de Gabinete do Ministro Celso Pansera, da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), professor Carlos Augusto de Azevedo, esteve na sede da CNEN, no Rio de Janeiro, na sexta-feira, 29, para uma reunião com o presidente Renato Machado Cotta e suas assessorias. Dentre diversos temas, especial atenção foi dedicada ao Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que está entre as ações prioritárias do MCTI.
O empreendimento RMB, cujo escritório fica no IPEN, em São Paulo, possibilitará o atendimento integral da demanda nacional por insumos utilizados em diagnósticos e terapias da medicina nuclear e beneficiará, também, a indústria e o desenvolvimento de mais pesquisas. Por essa razão, e também pela necessidade de interação com servidores dos demais institutos da CNEN, salientada pelo próprio chefe de gabinete do MCTI, fica sempre a expectativa de uma visita do ministro Pansera ao IPEN.
À tarde, no auditório, Carlos Azevedo apresentou para os servidores as linhas de ação do Ministério para a área. Em nome do Ministro, ele destacou a importância do setor, do estimulo à pesquisa, do olhar atento para Recursos Humanos – fundamental para o desenvolvimento – e da importância do diálogo com os servidores, com os institutos e com as universidades. "Nosso paradigma é o do conhecimento, do incentivo à pesquisa e inovação, inclusive na área de regulação, e da qualificação das pessoas”, afirmou o chefe de gabinete.
Ele destacou esse papel estratégico da área nuclear e a deliberação de intensificar ainda mais a forte presença que já tem na agenda da Ciência e Tecnologia: "O desenvolvimento tecnológico das áreas nuclear e aeroespacial são características da maioridade de um País. Precisamos ver o que podemos fazer ainda melhor para a instituição e para o Brasil. ”
Depois da sessão de perguntas para Carlos Azevedo, ao final do encontro, o presidente da CNEN ressaltou que o Ministro Pansera e sua equipe são grandes aliados e incentivadores da área nuclear: "Devemos continuar aproveitando esta janela de oportunidade para desenvolvermos ainda mais o setor”.
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ACI/IPEN, com informações da Cocom/CNEN
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- 01/02/2016 - Abertas as incrições para lista de espera de bolsas de Iniciação CientíficaO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares informa que se encontram abertas até o dia 25 de fevereiro as inscrições para o processo de seleção de bolsistas de Iniciação Científica, para os Programas CNPq/PIBIC e CNEN/PROBIC, nas áreas de Biologia, Biomédicas, Bioquímica, Ecologia, Engenharia, Farmácia, Física, Odontologia, Química e áreas correlatas. O público alvo são alunos de graduação em nível superior, e a concessão do benefício, no valor de R$ 400,00, tem vigência entre 01 de março a 31 de julho de 2016, com possibilidade de renovação.
É condição para os orientadores solicitantes o título de doutor ou perfil equivalente. Além disso, deve integrar o quadro de servidores da CNEN, comissionado ou colaborador com vínculo formal em atividade, em algum Instituto. O edital também exige que o pesquisador tenha expressiva produção científica, tecnológica ou artístico-cultural recente, divulgada nos principais veículos de comunicação da área. Caberá ao orientador escolher e indicar o aluno com perfil e desempenho acadêmico compatíveis com as atividades previstas.
Do candidato à bolsa, o edital exige que esteja regularmente matriculado em curso de graduação no país e apresente bom desempenho acadêmico, comprovado pelo histórico escolar. O aluno deve estar com seu currículo inscrito na Plataforma Lattes do CNPq, não pode ter vínculo empregatício e obrigatoriamente deve dedicar-se às atividades acadêmicas e de pesquisa. Entre suas atividades, deve apresentar o seu trabalho, sob a forma de pôsteres, resumos e/ou painéis e apresentação oral, no Seminário Anual organizado pela CNEN.
Quanto ao plano de trabalho do bolsista, deverá estar vinculado a um projeto constante das linhas de pesquisa da CNEN, devendo demonstrar que o mesmo terá acesso a métodos e processos científicos e apresentar um cronograma de atividades por um período de 12 (doze) meses. O projeto de pesquisa ao qual o bolsista estará vinculado deverá ter aprovação de um Comitê de Ética, para as pesquisas que envolvam seres humanos, e apresentar o Certificado de Qualidade em Biossegurança quando envolver produtos transgênicos (Decreto 1752/95). No caso de pesquisa envolvendo animais, o projeto deve ser submetido ao Comitê de Ética no Uso de Animais do IPEN.
Os documentos exigidos são: CV Lattes impresso do candidato e do orientador (contendo as publicações, orientações concluídas e registro de patentes ou softwares); Histórico escolar analítico atualizado (2º semestre/2015); Comprovante de matrícula no curso de graduação; as ficha de inscrição e de cadastro PIBIC/PROBIC anexa ao Edital; o plano de trabalho detalhado e individualizado, com respectivo cronograma de execução (modelo no Edital); e o projeto de pesquisa proposto pelo orientador.
Todos esses documentos devem ser encaminhados em envelope lacrado, identificado com a ficha de inscrição anexa colada por fora do envelope, sendo um envelope para cada solicitação de bolsa. O local de entrega é o Centro de Ensino e Informações (CEI/IPEN) – sala 205 – 2º andar / sala 128 – 1º andar. Mais informações podem ser obtidas pelos e-mails: ilze@ipen.br /gen01@ipen.br.
A apresentação dos documentos indicados é imprescindível para a análise do pedido. A ausência de qualquer documento acarretará na desclassificação do candidato. Esse edital destina-se ao preenchimento de vagas e recomposição da lista de espera para a implementação de bolsas até julho de 2016.
Veja o edital completo aqui.
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- 28/01/2016 - Novo titular da DGI toma posse na sede da CNENMatemático Cláudio de Souza Gimenez foi empossado na DGI/CNEN, em cerimônia na sede
Matemático Cláudio de Souza Gimenez foi empossado na DGI/CNEN, em cerimônia na sede
Em breve cerimônia realizada na sede da CNEN, Cláudio de Souza Gimenez foi empossado como o novo titular da Diretoria de Gestão Institucional (DGI) substituindo Cristóvão Araripe Marinho, na função desde junho de 2012. A nomeação de Gimenez foi publicada na edição Diário Oficial da União (DOU) de 14 de janeiro, e a posse ocorreu na segunda-feira, 18.
Gimenez possui graduação em Matemática pela Sociedade de Ensino Superior de Nova Iguaçu (1985), mestrado em Gestão e Estratégia em Negócios pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2004), além de especialização em Análise de Sistemas e Gestão Tecnológica da Informação.
O novo diretor tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Desenvolvimento de Sistemas de Informação e Projetos Educacionais, atuando como pesquisador vinculado à Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Também atuou como diretor de Formação Inicial e Continuada, Assessor Especial, coordenador de Curso e diretor de Escola Técnica na Faetec.
Até a indicação para a CNEN, exercia as atividades de professor assistente da Universidade Estácio de Sá e do Centro Universitário da Cidade, professor de pós-graduação nas Faculdades Integradas Jacarepaguá e na Universidade Cândido Mendes e coordenador de pós-graduação da UNIABEU.
Gimenez também é suplente de vereador pelo PSB no município de Mesquita, no Rio de Janeiro.
Despedida
Cristóvão Araripe Marinho é graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Santa Úrsula (1982), possui mestrado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas (2001) e é também especialista em Análise e Projeto de Sistemas (IBAM 1983).
Servidor de carreira da CNEN, Cristovão acumula mais de 35 anos de experiência em administração pública, com ênfase em gestão financeira, custos e orçamento. Ocupou diversos cargos e esteve à frente da DGI desde junho de 2012 (conforme Portaria publicada no DOU Nº 125, de 29 de junho de 2012).
Em mensagem enviada no mesmo dia 14 aos servidores da CNEN comunicando sua saída, Cristovão deu as boas-vindas e desejou sucesso ao novo titular da pasta, e, "com emoção”, agradeceu a todos pela colaboração e compreensão que recebeu sempre que precisou.
"Todas as vivências durante esse tempo me qualificaram como profissional e me tornaram uma pessoa melhor. Gostaria de dizer a todos que continuem contando comigo na defesa dos interesses da CNEN e dos servidores - de forma incondicional, nos limites da ética e da legalidade”, afirmou.
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Da ACI/IPEN, com informações da CNEN
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- 23/01/2016 - 4ª Edição da Escola Internacional em Processamento Inteligente de Sinais (INFIERI)Entre os dias 23 de janeiro a 03 de fevereiro de 2017, a Cidade Universitária da USP, na capital, recebe a quarta edição da Escola Internacional em Processamento Inteligente de Sinais (Infieri), organizada internacionalmente pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN).
Entre os dias 23 de janeiro a 03 de fevereiro de 2017, a Cidade Universitária da USP, na capital, recebe a quarta edição da Escola Internacional em Processamento Inteligente de Sinais (Infieri), organizada internacionalmente pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN).
Fonte: IFUSP
O evento coloca em discussão temas relacionados às tecnologias avançadas nas áreas de semicondutores, nanotecnologia, empacotamento avançado e interconexões, telecomunicações, processamento de sinais em tempo real, filtragem e computação massivamente paralela e pretende debater sobre as motivações e desafios na construção de novos instrumentos tecnológicos.Para isso, a Escola Infieri 2016 irá realizar palestras e workshops em uma variedade de temáticasque vão desde aplicações multidisciplinares extraídas da exploração do Universo até a investigação do mundo das partículas elementares.
Esta é a primeira vez que o evento vem até a América do Sul, onde somente 60 alunos de doutorado e pós-doutorado do mundo inteiro são selecionados para participar.
Mais informações:
http://www.usp.br/ime/infieri2016/
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- 13/01/2016 - Empresa gerada na universidadeSpin-offs são uma forma de o conhecimento acadêmico chegar à sociedade, criar renda e empregos
Spin-offs são uma forma de o conhecimento acadêmico chegar à sociedade, criar renda e empregos
Marcos de Oliveira
As empresas nascentes originadas nas universidades e nos institutos de pesquisa são chamadas de spin-offs acadêmicas, o que as diferenciam daquelas nascidas no mundo corporativo, principalmente em grandes empresas. Elas são uma categoria de startups, empresas igualmente iniciantes, em grande parte com perfil tecnológico mas não necessariamente originadas na universidade. O surgimento das spin-offs a partir do convívio e do conhecimento gerado dentro das instituições de ensino e pesquisa é um fenômeno recente no Brasil que começou a se concretizar no final dos anos 1990 na mesma linha do que já acontecia nos países mais desenvolvidos. Chamadas também de spin-outs, as spin-offs acadêmicas iniciam suas atividades por meio do incentivo de um professor, com uma conversa entre alunos no laboratório, por meio do licenciamento de uma nova tecnologia ou em virtude do espírito empreendedor de um ou mais alunos.
Sabe-se de modo empírico que o número de spin-offs vem aumentando nos últimos anos. Para a formação desses empreendimentos não existe uma receita única como mostraram dois estudos apresentados em um seminário organizado no Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da Universidade de São Paulo (PGT-USP). "Existem diversas maneiras de levar o conhecimento gerado na universidade para empresas, organizações não governamentais (ONGs) ou outra forma que chegue à sociedade”, diz o professor Guilherme Ary Plonski, coordenador do PGT. "Pode ser por meio de um aluno de graduação que vai trabalhar em uma empresa ou ONG, um empreendedor que leva o seu conhecimento para a formação de um novo empreendimento e até o licenciamento de tecnologia, eventualmente na forma de patentes.”
Os dois estudos se complementam e mostram por meio de exemplos de empresas de sucesso como nascem e evoluem algumas spin-offs que tiveram sua origem na USP, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). "Uma spin-off sai da universidade com conhecimento de algo novo e transforma isso em produtos e processos inovadores. É uma forma de transferência de conhecimento para a sociedade”, diz Claudia Pavani, doutora no PGT, que fez a tese sobre o tema. Nela, a pesquisadora, que foi orientada pelo professor Moacir de Miranda Oliveira Júnior, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, mostra oito spin-offs da área de engenharia e os fatores que as influenciaram no nascimento. "As empresas são formadas conforme aquilo que elas conquistam como investidores, parcerias e investimentos como o Pipe [Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas da FAPESP]”, diz Claudia.
Sócio do mercado
Uma das empresas estudadas por Claudia foi a Technomar, de São Paulo, formada em 2002 por dois ex-alunos de mestrado e doutorado do Laboratório Tanque de Prova Numérico (TPN), da Escola Politécnica da USP. "O professor Kazuo Nishimoto, coordenador do TPN, sempre teve a visão de que deveríamos fazer uma empresa, levar o conhecimento para a indústria”, diz o engenheiro naval Fabiano Rampazzo, um dos sócios. No início, a empresa serviu para que os dois prestassem serviços técnicos, mas entre 2010 e 2013, com a entrada de mais dois sócios, um deles vindo do mercado financeiro, a empresa aumentou seu leque de serviços e passou a ser gerida de forma mais profissional. "Aumentamos o número de projetos tentando não depender exclusivamente, como estávamos fazendo, da área de óleo e gás”, diz Fabiano. Eles acrescentaram a possibilidade de fazer simuladores de manobras para treinar comandantes e práticos de navios. "Participamos do desenvolvimento de um simulador com a USP e a Petrobras, inclusive com uma patente em conjunto. No momento, estamos desenvolvendo um estabilizador de movimento para pequenos barcos de passeio, com o objetivo de evitar o enjoo de passageiros com o balanço da embarcação.”
Outra empresa estudada por Claudia foi a PAM Membranas, do Rio de Janeiro. Especializada em membranas poliméricas para filtração de água e tratamento de efluentes, a empresa nasceu do Laboratório de Processos de Separação por Membranas da Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ. Os sócios-fundadores foram três professores: Ronaldo Nóbrega, Cristiano Borges e Claudio Habert. Inicialmente instalada na incubadora da própria Coppe, em três anos eles se mudaram para o Parque Tecnológico da UFRJ, onde produzem membranas na forma de fibras ocas para micro e ultrafiltração e atuam na purificação de água e tratamento de efluentes. "Depois incorporamos um ex-doutorando do laboratório como sócio para ser o gerente da empresa, o Roberto Bentes”, diz Cristiano. Ao longo dos anos já passaram pela empresa cerca de 12 ex-alunos do laboratório da UFRJ. A PAM, desde a sua criação, tem um contrato de transferência de tecnologia com a universidade.
O outro estudo sobre empresas que nasceram na universidade foi realizado por Paula Salomão Martins, durante seu mestrado na Escola Politécnica da USP, orientada por Ary Plonski. Ela pesquisou spin-offs nas áreas de física e química em São Paulo ligadas à USP. "As áreas que mais têm empresas spin-offs são as de engenharias, de tecnologia da informação e de computação. Nos cursos de física e química, os alunos são pouco estimulados para iniciativas empreendedoras”, conta Paula. "Encontrei três casos no Cietec [Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, instalado na cidade universitária em São Paulo].”
Uma das empresas analisadas por Paula foi a LaserTools, que faz cortes e moldagens industriais a laser. Ela se originou em 1998 na Divisão de Óptica do Ipen, ficou incubada no Cietec e hoje tem sede própria, tendo à frente o físico Spero Morato (verPesquisa FAPESP nºs 50 e 110). "Ela foi importante porque surgiu antes da Lei da Inovação, de 2004, que favoreceu o nascimento dessas empresas e a participação de pesquisadores como sócios”, diz Paula.
Uma questão problemática para as spin-offs é o fato de as pequenas empresas terem que cumprir os mesmos requisitos legais que as grandes companhias. Um exemplo está em uma empresa estudada por Paula, a Chem4u, formada pelo casal Leila Keiko Jansen e José Ulisses Jansen, engenheiros químicos que trabalharam em grandes companhias do setor e em 2007 resolveram formar uma empresa a partir do tema que Ulisses tinha trabalhado no doutorado, no Ipen, relacionado a um processo de síntese de vernizes por ultravioleta e calor. "Após um período no Cietec iniciamos também o desenvolvimento de materiais nanoestruturados em que o foco passou a ser um nanoaditivo com propriedades microbicidas para inserção em materiais poliméricos”, diz Leila. "Tivemos problemas em relação às licenças ambientais, que são as mesmas para grandes, médias e pequenas empresas, o que se torna uma barreira pesada para empresas iniciantes com estruturas mínimas”, conta ela.
As duas pesquisadoras que estudaram as spin-offs registraram que um fator predominante para se ter nas universidades e institutos de pesquisa é um ambiente propício para o surgimento de novos empreendedores. "Se não existe cultura de empreendedorismo, o conhecimento não gera renda para a sociedade e para o país”, diz Claudia.
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é a instituição que há mais tempo incentiva atividades empreendedoras. "A Unicamp nasceu perto de empresas principalmente na engenharia, com parcerias. Essa visão de empreendedorismo vem de longo tempo com vários reitores”, diz Milton Mori, diretor executivo da Agência de Inovação da Unicamp. A grande vitrine da agência são as chamadas empresas filhas da Unicamp, que formam a Unicamp Ventures. No final de 2015 eram 286 empresas cadastradas e ativas no mercado. Dessas, 52,3% dos sócios são ou foram alunos da graduação, 18,66% da pós-graduação, 3,08% docentes e 25,96% tinham algum tipo de vínculo, como, por exemplo, licenciamento de patentes e participação na incubadora de empresas da universidade. A área de tecnologia da informação compreende 45,5% do total de empresas. Em dezembro de 2015, as filhas da Unicamp empregavam 19,2 mil pessoas e o faturamento atingiu cerca de R$ 3 bilhões. A grande maioria das empresas (93,6%) está instalada no estado de São Paulo, 63,21% delas em Campinas.
Outra recente iniciativa da Agência de Inovação da Unicamp é a Inova Ventures Participações (IVP), uma empresa que investe em startups de Campinas. "São 49 fundadores, entre empresários, muitos das empresas filhas, que atuam como anjos de investimento, mas dentro de um grupo”, diz Bruno Rondani, presidente da IVP. "Investimos de R$ 100 mil a R$ 400 mil na fase inicial da empresa após um processo de escolha.” Desde 2011 até agora foram cinco as empresas escolhidas para investimento, não necessariamente de alunos ou ex-alunos da Unicamp.
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- 06/01/2016 - Convênio entre Ministério da Saúde e CNEN destina R$ 30,2 mi ao Centro de RadiofarmáciaConvênio celebrado entre o Ministério da Saúde (MS) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) vai garantir R$ 30.251.840,00 ao Centro de Radiofarmácia (CR) do IPEN, visando à manutenção do Certificado de Boas Práticas de Fabricação (CBPF) e a obtenção do registro de radiofármacos junto à ANVISA. Os Termos de Execução Descentralizada de Recursos – TEDR – foram publicados no Diário Oficial da União, em 28 de dezembro de 2015 (Seção 3, página 51).
O apoio financeiro será realizado mediante três TEDR e tem como objetivo o fortalecimento do Sistema Único de Saúde – SUS, principalmente na área de medicina nuclear. Os recursos têm como finalidade a reforma de unidades do complexo da saúde para atendimento às exigências regulatórias e a aquisição de equipamento e material permanente para o desenvolvimento, qualificação e inovação de produtos radiofármacos.
De acordo com Jair Mengatti, gerente do CR e diretor de Produtos e Serviços do IPEN, esse convênio vem consolidar a parceria entre o MS e o Instituto, e vai permitir que o Centro de Radiofarmácia possa se adequar as boas práticas de fabricação no que tange à produção de radiofármacos injetáveis. "Nós temos a missão constitucional de atender a sociedade fornecendo quase 100% dos radiofármacos no Brasil. Quanto melhor e mais eficiente for o nosso serviço, mais beneficiada será a população”, afirmou.
Mengatti ressalta que o fortalecimento do SUS no âmbito da medicina nuclear é uma das reivindicações de pesquisadores, médicos e demais profissionais da área. Atualmente, a medicina nuclear brasileira conta com 436 centros em operação, responsáveis pelo atendimento de mais de 2 milhões de procedimentos a cada ano. Para a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), existe uma subutilização dessa especialidade por parte da população brasileira, em especial dos usuários do SUS.
Mas a expansão não deve se restringir à produção, na opinião de Mengatti. Ele destaca a necessidade de investimentos em pesquisas na área. "Sem pesquisa não chegaremos a lugar algum. É fundamental buscarmos financiamento junto a Capes, ao CNPq, Finep, fundações de amparo à pesquisa etc., porque é pela pesquisa que avançaremos continuamente no clico de produção dos radiofármacos”.
Antes mesmo da publicação no D.O.U., o presidente da CNEN, Renato Machado Cotta, já havia anunciado o apoio financeiro ao CR quando de sua visita ao IPEN, em 16 de dezembro passado. Na ocasião, Cotta, recém empossado, se apresentou aos servidores do Instituto e falou desse convênio e do aporte financeiro para o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
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Ana Paula Freire, da Assessoria de Comunicação Institucional - IPEN