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- 07/11/2018 - Convenção internacional para evitar terrorismo nuclear recebe apoio na CâmaraPaís possui 30 instalações nucleares e 3.000 fontes de radiação, que passariam a seguir regras globais de segurança
País possui 30 instalações nucleares e 3.000 fontes de radiação, que passariam a seguir regras globais de segurança
Fonte: Câmara dos Deputados
Representantes do governo federal e das forças armadas defenderam nesta quarta-feira (7) a validação, pelo Congresso Nacional, da Convenção sobre a Proteção Física dos Materiais Nucleares e das Instalações Nucleares, assinada pelo governo brasileiro em Viena, na Áustria, em 2005. O apoio foi anunciado durante audiência pública realizada pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
As novas regras globais surgiram quatro anos após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, a partir do entendimento de diversos países de que era preciso impedir terroristas de ter acesso a qualquer material radioativo. Além da Agência Europeia de Energia Atômica, 157 países já assinaram a convenção original, de 1980, e 118 já se manifestaram favoravelmente à emenda que propõe as novas regras.
Segundo o Itamaraty, o uso de material nuclear para fins pacíficos no mundo cresceu 70% nos últimos anos, o que levou a Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA) – órgão da ONU – a produzir seis documentos recomendando todos os países a adotarem novas regras de segurança.
"Isso colocaria o Brasil no eixo central das normas mundiais de proteção nuclear. Nenhum país está imune a atos de terrorismo. E, no caso do terrorismo nuclear, as consequências podem ter sempre maiores proporções”, disse o chefe da divisão de desarmamento e tecnologias sensíveis do Ministério das Relações Exteriores, Marcelo Câmara.
No caso brasileiro, a expansão do programa nuclear deve ganhar forma com a entrada em atividade da Usina de Angra III e com o projeto do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro (SN-BR).
Fontes de radiação
Ricardo Guterres, que representou na audiência pública a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), disse que existem no País hoje 30 instalações nucleares (como as usinas de Angra I e II) e 3.000 instalações com fontes de radiação (equipamentos médicos e de pesquisa).
Segundo Guterres, a ratificação das novas regras dificulta o acesso mal-intencionado a materiais com potencial radioativo. Ele avalia que é preciso ir além dos cuidados básicos para evitar episódios como o vazamento de Césio 137, que ocorreu em 1987, no centro de Goiânia (GO), quando catadores de sucata desmontaram um aparelho de radioterapia, gerando um rastro de contaminações.
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), relator da proposta que analisa a ratificação da emenda pelo Congresso brasileiro, disse que o apoio unânime de instituições brasileiras às novas regras sinaliza a importância das medidas, incluindo o Exército e a Marinha.
"No que diz respeito especificamente a esta convenção alterada, ninguém contestou a importância para o País de um tema que tem repercussão internacional”, disse ele, revelando uma preocupação inicial com o princípio da soberania nacional.
Autoridade nuclear
Presidente da Associação dos Fiscais de Radioproteção e Segurança Nuclear (AFEN), Neilson Ceia defendeu a ratificação do acordo, mas sugeriu a criação de um órgão regulador e fiscalizador independente, a exemplo do que ocorre há mais de 20 anos em outros países, como Espanha, França e Argentina.
Segundo ele, no atual modelo institucional brasileiro a Cnen acaba licenciando e fiscalizando instalações em que ela própria atua como operadora. Ceia avalia ainda que a comissão tem poderes limitados para, por exemplo, determinar a interdição de uma instalação. "Precisa percorrer um caminho burocrático e isso pode levar no mínimo 24 horas”, alerta.
Ceia afirma que a ideia inicial, em 2011, era criar uma agência nuclear, mas, atualmente, fala-se em uma autoridade nuclear.
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- 05/11/2018 - Cientistas do Cern podem ter descoberto uma nova “partícula fantasma”Campo da física vive momento promissor e que desafia teorias conhecidas
Campo da física vive momento promissor e que desafia teorias conhecidas
Fonte: Exame
São Paulo – Usando um acelerador de partículas, cientistas europeus detectaram um sinal que poderia ser de uma partícula com duas vezes a massa de um átomo de carbono, não se encaixando em nenhuma teoria da física conhecida até hoje. Apelidada de "partícula fantasma”, o fenômeno físico pode causar uma ligeira agitação na comunidade científica caso sua existência seja confirmada.
De acordo com os cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), pode levar mais um ano para confirmarem se a partícula é real ou não, mas, de acordo com o site de divulgação científicaScience Alert, a novidade não causará muita coisa além de estranheza. No modelo atual da física nuclear, não há nada capaz de prever a massa da nova partícula, que seria formada por múons (partícula semelhante ao elétron, mais com massa 200 vezes maior) e teria cerca de um quarto da massa do Bóson de Higgs, partícula elementar teoricamente surgida logo após o Big Bang e que ajudaria a explicar a origem do Universo.
Quebrando o Modelo Padrão
Ao longo deste ano, várias descobertas desafiaram as explicações dadas pelo Modelo Padrão da Física de Partículas, formando um conjunto de fatores que deverão contribuir para a revisão dos conceitos tradicionais. Em março, o "skyrimon”, partícula com propriedades semelhantes ao raro fenômeno dos raios esféricos (fluxos de correntes elétricas dentro de uma esfera de plasma) foi notícia na comunidade.
Já em julho foi a vez de os astrônomos anunciarem a descoberta de neutrinos vindos de uma galáxia energética a 4 bilhões de anos-luz de distância. Em setembro, novamente os cientistas sugeriram ter "quebrado” o Modelo Padrão ao detectar neutrinos cósmicos de energia ultra-alta.
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- 05/11/2018 - Oportunidades na área de segurança nuclear serão debatidas em workshop no IPENFonte: Defesa.TV
O Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP promoverá, no período de 10 a 12 de dezembro , o Workshop Internacional "Career Opportunities for Graduates in Nuclear Security” (Oportunidades de Carreira para Graduados em Segurança Nuclear, em tradução livre). A realização é uma parceria entre IPEN, que organiza e sedia o encontro, Texas A&M University (Estados Unidos) e World Institute for Nuclear Security-WINS (Áustria), por meio do programa Partnership for Nuclear Security (PNS).
O objetivo do evento consiste em chamar a atenção, principalmente para novas gerações de profissionais e futuros membros da área nuclear, para os novos conceitos e oportunidades acadêmicas e técnicas na área de segurança nuclear, afirma Jorge Eduardo de Souza Sarkis, pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações (CLA) e um dos coordenadores do workshop, junto a Delvonei Andrade, do Centro de Engenharia Nuclear (CEN) e Osvaldo Negrini, ex-diretor do Centro de Análises e Perícias da Polícia Científica do Estado de São Paulo e pesquisador associado do CLA.
Os interessados podem se inscrever e obter mais informações pelos e-mails jesarkis@ipen.br, delvonei@ipen.br e onegrini@ipen.br, dos professores Sarkis, Andrade e Negrini, respectivamente. São 60 vagas no total, porém, se houver mais candidatos, o evento, que é gratuito, será transmitido via web, possibilitando ao interessado acompanhar do seu computador. O período de inscrição é até 1º de dezembro. Para os alunos inscritos no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP que tenham presença mínima em 80% das palestras, será expedido um certificado IPEN/ Texas A& M /PNS.
Fonte: IPEN
Por Ana Paula Freire -
- 03/11/2018 - Coreia do Norte pode retomar programa nuclear caso diálogo com EUA não avanceO diálogo sobre o processo de desarmamento norte-coreano estagnou após a cúpula em Singapura entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump.
O diálogo sobre o processo de desarmamento norte-coreano estagnou após a cúpula em Singapura entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump.
Fonte: G1
A Coreia do Norte afirmou que contempla a possibilidade de retomar o programa atômico caso os Estados Unidos não demonstrem uma atitude mais favorável no processo de diálogo aberto entre ambos os países para a desnuclearização da península coreana.
Pyongyang lançou a advertência através de um comunicado de um alto cargo do Ministério das Relações Exteriores, divulgado neste sábado (3) pela agência pública "KCNA", em um momento marcado pela falta de avanços nas conversas bilaterais.
"Se os EUA mantiverem o comportamento arrogante sem demonstrarem nenhuma mudança de postura, a Coreia do Norte pode acrescentar modificações na linha da estratégia econômica adotada em abril", afirma na nota o diretor do Instituto de Estudos Americanos do ministério, Kwon Jong-gun.
"Como resultado, a palavra 'pyongjin' apareceria de novo e a mudança de linha seria seriamente reconsiderada", acrescenta o comunicado, em alusão ao termo usado pelo regime para se referir ao plano de buscar paralelamente o crescimento econômico e o desenvolvimento do programa nuclear, uma estratégia modificada em abril para dar prioridade ao econômico.
O diálogo sobre o processo de desarmamento norte-coreano se estagnou após a cúpula de junho, em Singapura, entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, na qual os EUA se comprometeram a garantir a sobrevivência do regime em troca da desnuclearização.
Desde então, Pyongyang tem reivindicado a assinatura de um tratado de paz e a suspensão de sanções para continuar desmantelando o programa de armas, ao mesmo tempo que a Casa Branca exigiu mais gestos que demonstrem o compromisso com a desnuclearização.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, deve conversar na próxima semana com o ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong-ho, sobre a possibilidade de inspetores internacionais entrarem na Coreia do Norte para examinarem centros de testes nucleares.
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- 02/11/2018 - Centro Tecnológico da Marinha projeta curso de pós-graduação na área da tecnologia nuclearFonte: Defesa.TV
O ministro da Educação, Rossieli Soares, esteve na manhã desta quinta-feira, 1º, no Centro Tecnológico da Marinha, localizado na cidade de São Paulo, para conhecer as instalações da unidade e conversar sobre a proposta de abertura de um curso de pós-graduação na instituição voltado a estudos e pesquisa em ciência nuclear. O projeto ainda está em desenvolvimento.
"Eu fiquei muito encantado com o projeto de ter uma instituição formadora aqui dentro, moderna, com condições de apoiar a pesquisa e a formação de uma nova geração no Brasil”, disse o ministro. "Vamos construir uma proposta para que junto com a Marinha tenhamos uma faculdade específica para os estudos de apoio à área nuclear. Acho que este será um grande avanço para o Brasil e temos condições de dar este passo importante”, comentou Rossieli Soares. Durante a visita, o ministro conheceu os laboratórios de uma unidade piloto de enriquecimento de urânio no Centro Tecnológico.
O urânio enriquecido se transforma em um importante metal capaz, dentre outras coisas, de gerar energia elétrica e ser usado como combustível em reatores que podem beneficiar áreas como a da medicina na luta contra o câncer. Participaram da vista o vice-reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFScar), Walter Libardi, a coordenadora da comissão de pós-graduação da Universidade Estadual de Campinas da Unicamp (Unicamp) e professores de radiologia e medicina nuclear da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP).
O Centro Tecnológico da Marinha é responsável pelo desenvolvimento do Programa Nuclear da Marinha do Brasil, que busca promover a inserção do país na lista de nações que dominam a tecnologia nuclear. Tal inserção contribui para a nacionalização de processos, equipamentos e inovações para a indústria e aumenta a participação de universidades e institutos de pesquisa nesse processo, promovendo, assim, maior geração de conhecimento. O Brasil conta, ainda, com o Centro Industrial Nuclear de Aramar, localizado em Iperó, município na Região Metropolitana de Sorocaba (SP).
O Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro foi criado em 2017, sendo coordenado, atualmente, pelo Gabinete de Segurança Institucional. Entre suas funções está a fixação de diretrizes e metas para o desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro e a supervisão de sua execução. O trabalho contempla, ainda, a elaboração de políticas públicas para o setor e fomento a aplicações da tecnologia nuclear na indústria, agricultura e saúde.
Assessoria de Comunicação Social
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- 01/11/2018 - Usuários na BESSY II: NAFION, a talentosa membrana para células a combustível e impressão 4D (HZB Blog Science)Materiais de ionômero termoplásticos como Nafion têm muitos talentos: podem ser usados como membranas para troca de prótons em células de combustível, mas também atraíram a atenção como materiais de memória de forma: através de estímulos externos como calor ou um campo elétrico, é possível desencadeie uma mudança nas formas. Aplicações em têxteis, biomedicina, aeroespacial, sensores e revestimentos são possíveis.
Materiais de ionômero termoplásticos como Nafion têm muitos talentos: podem ser usados como membranas para troca de prótons em células de combustível, mas também atraíram a atenção como materiais de memória de forma: através de estímulos externos como calor ou um campo elétrico, é possível desencadeie uma mudança nas formas. Aplicações em têxteis, biomedicina, aeroespacial, sensores e revestimentos são possíveis.
Fonte: HBZ Blog Science (leia artigo no original)
Por Antonia Roetger
Nafion: uma membrana com memória de forma
Nafion é um desses materiais: como uma membrana em uma célula de combustível, sua alta condutividade de prótons permite uma passagem rápida de íons de hidrogênio (prótons).E sua forma interna desempenha um papel crucial.Agora, uma equipe do Brasil analisou no BESSY II quais processos ocorrem durante a transição de fase relevante de uma forma para outra.Isso pode até levar a materiais de impressão, que podem mudar de forma com o tempo, a chamada impressão 4D.
Topologia de Nafion revelando a estrutura da forma interna medida por microscopia de força atômica.
Via Email, me correspondi com o usuário BESSY-II Dr. Bruno Ribeiro de Matos, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - IPEN, São Paulo, Brasil.Ele fez muita pesquisa sobre Nafion e seu comportamento no BESSY II.Seus resultados são publicados em relatórios científicos, o periódico de acesso aberto da Nature.Aqui você pode ler a entrevista:
Dr. Ribeiro de Matos, em que tipo de materiais você está trabalhando e por quê?Bruno Ribeiro de Matos: Trabalhamos com polímeros que contêm íons, chamados polímeros ionoméricos.Várias empresas e grupos de pesquisa em todo o mundo desenvolveram polímeros contendo íons para diversas aplicações.Entre eles, células de combustível de eletrólito de polímero e impressão 4D, o que significa: Impressão de materiais que são capazes de mudar sua forma por um estímulo externo, como a temperatura.
O que você queria descobrir?
Bruno Ribeiro de Matos: Alguns ionômeros da família dos ionômeros de perfluorossulfonato (PIMs) exibem a mais alta condutividade conhecida entre os condutores sólidos de prótons. Mas ainda não entendemos por que essa alta condutividade é possível - quais são os mecanismos subjacentes, que permitem que esses íons pulem na matriz polimérica.Essa compreensão mais profunda poderia nos permitir projetar novos ionômeros de alto desempenho.Como você conseguiu obter mais informações sobre esses materais?
Bruno Ribeiro de Matos: Nosso grupo no IPEN está trabalhando em conjunto com pesquisadores do HZB, Dr. Lili Puskar e Dr. Ulrich Schade no BESSY II. Usamos dois métodos diferentes e combinamos os dados. Um deles é a espectroscopia de infravermelho distante (FIR), o outro método é a espectroscopia dielétrica de banda larga (BDS). Ambos fornecem informações sobre o ion-hopping entre diferentes escalas de comprimento da matriz de ionômetro. Nós estudamos nossas amostras em uma ampla gama de frequencias, de frequencias muito altas (~ 1012 - 1013Hz) para o infravermelho distante (FIR) em que os movimentos vibracionais de íons ocorrem, e dentro da faixa de baixa frequência ( ~ 10-2 - 107Hz - BDS) que reflete interações entre os movimentais de íons e a dinâmica da rede de polímeros.O que você esperava aprender com o experimento?
Bruno Ribeiro de Matos: Anteriormente, foi demonstrado que algumas propriedades intrigantes dos ionômeros estavam profundamente ligadas à chamada transição-a. Por exemplo, uma "memória de forma". A origem da transição-a , no entanto é obscurecida, uma vez que muitos processpos interdependentes ocorrem. Com o nosso experimento em BESSY II, encontramos uma conexão entre a forma dos blocos de construção do ionômero, a dinâmica da rede iônica e as propriedades mecânicas e de condução. Acreditamos que esta é uma regra prática para a seleção e desenvolvimento de materiais de ionômero de alto desempenho.Ao aquecer acima de 120 ° C, as hastes de Nafion-polímero se contraem e as ligações cruzadas iônicas são trocadas.Após aquecimento adicional> 140 ° C, as hastes tornam-se uma espécie de bobinas desarrumadas.Isso é reversível.
Quais resultados são realmente novos?Bruno Ribeiro de Matos: As medições FIR e BDS foram realizadas em condições não exploradas anteriormente. Houve uma correspondência muito boa entre as medições FIR e BDS, em que a primeira indicou o comportamento térmico das interações eletrostáticas entre grupos iônicos agregados, e a última mostrou que a forma de tais agregados iônicos transita de uma forma semelhante a haste para uma conformação espiralada. Isso acontece em uma condição crítica especificada pela dinâmica relativa de troca de íons e polarização de carga. Então, nós entendemos agora que a condutividade do próton não depende apenas da morfologia, mas de uma relação entre o tempo de relaxamento para polarização de carga das cadeias de ionômero e o tempo de relaxamento para o íon-hopping.
Quais são as possíveis novas aplicações?
Bruno Ribeiro de Matos: Esses materiais ionoméricos "falam” diretamente com a comunidade de células de combustível. No entanto, nossos resultados também são de grande interesse para outros tópicos de pesquisa, como design muscular artificial, eletrocatalisadores, mas também para impressão 3D e 4D. Esses materiais foram apontados como materiais de alto desempenho para impressão 3D. Tais ionómeros possuem uma propriedade interessante não encontrada em polímeros convencionais;eles têm a capacidade de memorizar diferentes formas que mudam com o tempo quando o estímulo apropriado é aplicado, como calor, umidade e potencial elétrico. Essa assim chamada propriedade de memória de forma adiciona outra dimensão ao produto final: tempo (impressão 4D). Pode ser usado, por exemplo, como um material de embalagem de alimentos que é capaz de encolher quando é permitido aquecer quando removido da prateleira refrigerada do supermercado, protegendo assim os alimentos.
E quais são os próximos passos?
Bruno Ribeiro de Matos: Realizamos todas as caracterizações das amostras no estado seco, pois a presença de água aumenta a complexidade na compreensão dos dados. Agora podemos avançar e realizar nossos experimentos para amostras na forma hidratada e com diferentes graus de conteúdo iônico. A investigação dos ionômeros no estado úmido é um passo preliminar para a compreensão do papel de um solvente na dinâmica dos relaxamentos e na forma dos blocos de ionômero. Este desenvolvimento é considerado um passo fundamental para o avanço de ambas as células de combustível de eletrólito de polímero e tecnologias de impressão 4D.
Obrigado e vejo você novamente no BESSY II!
Os resultados são publicados em relatórios científicos (2018), o periódico natureza acesso aberto.
Interação da dinâmica de relaxamento de α / β e da forma dos blocos de construção dos ionómeros.
Bruno R. Matos, Rodolfo Politano, José Fernando Q. Rey, Daniel Hermida-Merino, Ulrich Schade, Ljiljana Puskar e Fabio C. Fonseca
Jaqueline da Souza (hoje estudante de doutorado no IPEN) foi aluna de verão na HZB em 2017. Em sua curtapostagem,ela descreve seu projeto de verão na HZB na Nafion.
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- 31/10/2018 - CEO da New Midia palestra sobre o impacto da Internet das Coisas na educaçãoSandra Janostiac, da startup do Cietec, ministra palestra no Campus Google São Paulo e apresenta suas tecnologias para o setor educacional
Sandra Janostiac, da startup do Cietec, ministra palestra no Campus Google São Paulo e apresenta suas tecnologias para o setor educacional
Fonte: Site Segs
A Internet das Coisas (IoT) representa o segmento com maior taxa de crescimento atual no contexto de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). De acordo com a Internet World Stats, o número de usuários conectados foi de 3,8 bilhões, em março de 2017. Este cenário criou condições para o crescimento do uso de novas tecnologias como recursos educacionais. Para discutir o impacto que a transformação tecnológica pode trazer à educação, a empresária Sandra A. S. Biasi Janostiac, CEO da New Midia, startup da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/IPEN–Cietec, ministrará palestra sobre o tema, no dia 08 de novembro, às 10 horas, no Campus da Google, em São Paulo (SP).Durante a palestra, Sandra abordará o que é Internet das Coisas, como a evolução tecnológica impactará o cotidiano escolar, os desafios e oportunidades deste novo cenário, além do projeto "Future Classroom Lab”, da European Schoolnet (EUN), que apoia a divulgação e a expansão de abordagens pedagógicas inovadoras e avançadas com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) para o ensino e a aprendizagem em ambiente de Sala de Aula do Futuro.
A New Midia é uma das empresas pioneiras na criação de tecnologias para o setor educacional. Um dos seus principais projetos está sendo desenvolvido no Cietec. Trata-se da Catraca Virtual, tecnologia idealizada para monitorar e liberar o acesso de pessoas em ambientes que controlam a circulação de pessoas para segurança, substituindo as tradicionais catracas físicas. A Catraca Virtual funciona por meio de dispositivos de IoT que interagem com uma plataforma de serviços, trazendo vários benefícios para escolas, hospitais e empresas.
Segundo Sandra, as novas tecnologias poderão ajudar as escolas a superar o desafio de capacitar alunos, às competências necessárias para o século XXI. "A escola do futuro tem como missão desenvolver em seus alunos, habilidades socioemocionais, tais como, pensamento crítico, comunicação, criatividade, trabalho em equipe, resolução de conflito e flexibilidade”, explica a executiva.
De acordo com Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, fortalecer startups que geram negócios de impacto na sociedade é um dos principais objetivos do Cietec. "Somos a maior fábrica de startups do Brasil, oferecemos todos os subsídios para o desenvolvimento e sucesso de projetos que contribuem para a sociedade”, afirma Risola.
Serviço:
Palestra - Internet das Coisas (IOT), escola do futuro e competências do século XXI
Data: 08 de novembro de 2018
Horário: 10 horas
Local: Campus Google São Paulo (Rua Coronel Oscar Porto, 70 – Paraíso. São Paulo/SP)
Inscrições: http://bit.ly/2CkSV7T
Sobre o Cietec
O Cietec - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fundado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.
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- 29/10/2018 - CNEN publica edital de comitê de busca de diretores para suas unidades técnico-administrativasFonte: Site da CNEN
- Publicado: Segunda, 29 de Outubro de 2018, 15h25
- Última atualização em Quinta, 01 de Novembro de 2018, 11h33
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), lançou nesta segunda-feira (29) o edital para o Comitê de Busca para seleção de diretores das seguintes unidades técnico-científicas da CNEN: Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN/NE) e Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD). Podem se candidatar ao cargo brasileiros natos ou naturalizados com notório conhecimento, portadores de diploma de doutorado e experiência profissional compatível com as áreas de atuação da unidade à qual pretende concorrer.
Os interessados em concorrer às vagas têm até o dia 01 de dezembro para enviar EXCLUSIVAMENTE POR MEIO ELETRÔNICO, para o endereço de e-mail comitedebusca@cnen.gov.br, com cópia para presidencia@cnen.gov.br, os documentos exigidos para candidatura, que incluem carta com solicitação de inscrição no processo de seleção, currículo Lattes atualizado. Deve ser encaminhado, também, texto de até cinco páginas descrevendo a visão de futuro para a Unidade pretendida e seu projeto de gestão.
Além da avaliação dos documentos solicitados, o processo seletivo incluirá uma apresentação pública e uma entrevista privada dos candidatos com o Comitê de Busca.
-Edital CNEN-PR n° 004, de 26 de outubro de 2018
-Edital CNEN-PR n° 004, de 26 de outubro de 2018 (RETIFICADO)
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- 29/10/2018 - Comitiva de especialistas da Argentina conhecem as atividades do Setor Nuclear da MarinhaFonte: Defesa.Net
No período de 24 a 28 de setembro, uma Comitiva de especialistas argentinos, acompanhada pelo Assessor-Chefe de Relações Institucionais e Comunicação Social da DGDNTM, Contra-Almirante (RM1) José Roberto Bueno Junior, teve a oportunidade de conhecer algumas atividades desenvolvidas pela Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), bem como de outras instituições ligadas ao Setor Nuclear Brasileiro.
A Comitiva argentina foi composta pelo Subsecretário de Energia Nuclear, Julián Galdano; pelo Diretor Nacional de Política Nuclear, Facundo Deluchi; Gerente Geral da Comissão Nacional de Energia Atômica da Argentina, Enrique Cinat; pelo Gerente de Projetos Nucleares da INVAP, Juan Pablo Ordoñez; pelo Gerente-Geral da Combustíveis Nucleares Argentinos (CONUAR), Pablo Schroeder; e pelo Presidente da Dioxitek, Alberto Guevara.
No dia 25 de setembro, a Comitiva visitou as instalações do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), organização militar executora do Programa Nuclear da Marinha do Brasil, cujo propósito é capacitar o País no domínio dos processos tecnológicos, industriais e operacionais de instalações nucleares aplicáveis à propulsão naval.
Na ocasião, também tiveram oportunidade de conhecer o Instituto de Pesquisas Nucleares (IPEN), localizado dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP). Já no dia 26 de setembro, os especialistas argentinos conheceram as atividades desenvolvidas no Centro Industrial Nuclear de Aramar (CINA), em especial o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE) e o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
Os dias 27 e 28 de setembro foram dedicados às visitas ao Complexo Naval de Itaguaí (CNI) e à Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (AgNSNQ).
A Comitiva de especialistas argentinos pode constatar a grandiosidade do PROSUB, que dotará a indústria brasileira de defesa com tecnologia de propulsão nuclear de ponta, como previsto na Estratégia Nacional de Defesa.
A concretização do Programa fortalece, ainda, setores da indústria nacional de importância estratégica para o desenvolvimento econômico do País, priorizando a aquisição de componentes fabricados no Brasil, sendo, portanto, um forte incentivo ao nosso parque industrial. -
- 29/10/2018 - Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN contrata DiretorA Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN abre processo seletivo para Diretor em quatro Unidades.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN abre processo seletivo para Diretor em quatro Unidades.
Fonte: Concursos no Brasil
A Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN publicou o edital nº 4/2018 referente ao seu processo seletivo que irá preencher cargos de Diretor de Unidade Técnico-Científica. As vagas são destinadas às seguintes unidades: Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN/NE) e Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD).
Os contratos são temporários e o Diretor nomeado irá ocupar o cargo pelo período de 48 meses, podendo se candidatar a recondução apenas uma vez e por igual período. Para tanto, será necessário um novo processo de avaliação por Comitê de Busca.
Requisitos para o cargo
- Ser cidadão de reputação ilibada;
- Possuir conhecimento, capacidade e experiência profissional para o exercício do
cargo;
- Pós-graduação em nível de doutorado;
- Possuir experiência mínima de dez anos de trabalho efetivo em instituições
públicas ou privadas no país ou no exterior. Esta experiência precisa ser em áreas
compatíveis com as áreas de atuação da Unidade à qual pretende concorrer;
- Ter no mínimo experiência de dois anos em cargo de Diretor ou equivalente em
instituição de porte igual ou superior à Unidade à qual pretende concorrer ou dois
anos em cargo em comissão ou função de confiança equivalentes a nível 4, ou
superior, do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS, em pessoa
jurídica de direito público interno;
- Possuir capacidade gerencial nas áreas de Administração, Finanças, Pessoal e
Logística;
- Possuir conhecimento da legislação aplicável à Administração Pública;
- Possuir capacidade de promover a cooperação com outras instituições em âmbito
nacional e internacional;
- Possuir capacidade de liderança.Para efetuar sua inscrição o candidato deverá optar por uma Unidade acima descrita e enviar a documentação abaixo listada para o emailcomitedebusca@cnen.gov.br, com cópia parapresidencia@cnen.gov.br até o dia 26 de novembro de 2018.
- Carta endereçada ao Presidente do Comitê. Nela dever solicitar a inscrição no processo de seleção. É necessário fazer referência ao presente edital, com dados pessoais para contato;
- Declaração de que tem pleno conhecimento da legislação aplicável e que concorda com os termos do edital;
- Curriculum Vitae (Currículo Lattes) atualizado;
- Texto digitado, de até cinco páginas. Nele deve descrever seu projeto de gestão. Também é necessário colocar a sua visão de futuro, com base na respectiva área de atuação;
- Cópia de documentação pessoal e comprobatória. São elas: documento de identidade, CPF, título de eleitor, comprovante de residência, diploma(s) e comprovantes de experiência profissional.
Este processo seletivo será composto por análise dos currículos, documentos e propostas dos candidatos, exposição oral pública dos respectivos projetos de gestão e entrevista individual.
Edital
O edital do processo seletivo CNEN está publicado na página 8, seção 3, do Diário Oficial da União, em sua edição nº 208 de 29 de outubro de 2018.
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- 27/10/2018 - Indústria nuclear cria 200 mil empregos em todo mundo nas construções de usinasFonte: O Petróleo
Quem duvida da capacidade da geração nuclear de energia, preste atenção nesses dados: o setor de energia nuclear emprega uma força de trabalho gigante em todo o mundo e deve crescer ainda mais. A revelação é de um relatório especial produzido pela Agência de Energia Nuclear (NEA) e pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ele diz que são criados cerca de 200 mil empregos por ano por cada gigawatt de construção de capacidade nuclear. A NEA e a AIEA usaram o modelo macroeconômico mais disponível para determinar o emprego total – o modelo de ‘entrada / saída’ – para medir o emprego direto, indireto e induzido do setor de energia nuclear em uma economia nacional. Os autores usaram uma combinação de abordagens na tentativa de criar uma metodologia que possa ser aplicada a todas as fontes.
Os resultados do relatório "Medindo o Emprego Gerado pelo Setor de Energia Nuclear” -sugere um período de dez anos de preparação do local e construção de um reator de água leve de 1.000 MWe de cerca de 1.200 trabalhadores profissionais e de construção, produzindo 12.000 trabalhadores/ano. Durante um período de funcionamento de 50 anos, aproximadamente 600 funcionários administrativos, operacionais e de manutenção e contratados permanentemente são empregados anualmente, ou cerca de 30 mil ano/trabalho. Uma vez que o reator é desligado, mais 500 pessoas são empregadas anualmente durante um período de dez anos de descomissionamento. Além disso, ao longo de um período de cerca de 40 anos, 80 funcionários gerenciam os resíduos nucleares, totalizando cerca de 3 mil homens ano/trabalho.
Este é um total de cerca de 50 mil empregos de mão-de-obra direta por gigawatt durante a construção, operação e desmantelamento do reator, diz o relatório. Além disso, o estudo diz que mais 50 mil empregos-anos de emprego indireto também são criados através da cadeia de suprimento nuclear. Enquanto isso, outros 100 mil empregos/ano induzido são gerados. O emprego total ao longo do ciclo de vida de um reator nuclear de 1000 MW é, portanto, de cerca de 200 mil empregos/anos, conclui o estudo. Embora o estudo tenha sido concluído em 2016, o relatório só foi divulgado após o acordo entre a NEA e a AIEA. A indústria nuclear definiu a meta de energia nuclear para fornecer 25% da eletricidade global até 2050. Serão necessários cerca de 1000 GWe de nova capacidade de geração nuclear para atingir esse objetivo. Geoffrey Rothwell (foto) da NEA, que contribuiu para o estudo, apresentou suas descobertas no Simpósio Anual da World Nuclear Association.
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- 25/10/2018 - Justiça alerta proprietários do antigo Hospital Papi sobre risco de acidente radioativoFonte: Tribuna do Norte
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-21) oficiou a cooperativa Unicred Natal (Sicredi Natal), atual responsável pelo prédio do antigo Hospital Papi, em Natal, que durante inspeção de rotina por um oficial de justiça constatou furto de peças do aparelho de Raio-X após violação da sala onde o equipamento é mantido. O prédio vem sendo violado por moradores de rua e viciados em drogas, com o objetivo de furtar materiais diversos que possam ser vendidos. Não há, por enquanto, qualquer constatação de que essas pessoas tenham tido acesso ao componente onde fica armazenada a fonte radioativa usada no aparelho e segundo o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e técnico em radiação, José Humberto Araújo, um aparelho de raio-x desligado não apresenta riscos de emitir radiação.
O imóvel conta com vigilância eletrônica e, de acordo com informações da Justiça do Trabalho, a empresa de vigilância que presta serviço à cooperativa teria informado ao menos 31 situações de eventual violação do imóvel.
O documento alerta para o risco iminente de um acidente radioativo. O TRT-21 confirma que deve expedir ainda hoje, também em caráter de urgência, um ofício à Comissão Nacional de Energia Nuclear informando sobre a constatação.
De acordo com despacho da Justiça do Trabalho, datado desta quarta-feira (24), em caráter de urgência, o juiz dá ciência à cooperativa e alerta que "a violação ao equipamento de Raio-X, sendo de extrema gravidade eventual vazamento da sua substância radioativa, o Césio, o que acarretaria sérias consequências para a saúde das pessoas que tiverem contato com esse material, inclusive com repercussão no entorno do imóvel e até em outras áreas da cidade, o que necessita de imediata providência”.
A inspeção periódica feita pela Justiça do Trabalho nada tem a ver com fiscalização sobre a forma como está sendo mantido o equipamento. Mas a constatação de que houve violação da sala, e do equipamento, motivou as medidas preventivas e urgentes adotadas pelo judiciário. A inspeção da última segunda-feira era para averiguar a situação de bens móveis que estão no prédio e que são parte de ações trabalhista — 280 processos.
De acordo com o professor José Humberto Araújo, a máquina de Raio-X que estaria sendo violada no local não apresenta riscos em relação a material radioativo. "O aparelho só emite radiação quando está em funcionamento. É preciso alta tensão de energia para gerar”, esclareceu.
Segundo ele, existe um risco pelo material está sendo manipulado por pessoas leigas. "Pessoas que não sejam especialistas não podem estar mexendo em aparelhos eletrônicos e de alta potência, há risco de acúmulo de carga elétrica, o que pode causar um problema”, alertou o professor.
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- 23/10/2018 - Governo espanhol confirma fim da mina de urânio junto a PortugalO Governo espanhol confirmou esta segunda-feira o abandono do projeto da mina de urânio em Alameda de Gardón, em Salamanca, próximo da fronteira com Portugal, indicando que a empresa promotora não apresentou a documentação necessária para avançar.
O Governo espanhol confirmou esta segunda-feira o abandono do projeto da mina de urânio em Alameda de Gardón, em Salamanca, próximo da fronteira com Portugal, indicando que a empresa promotora não apresentou a documentação necessária para avançar.
Fonte: Jornal de Notícias
Em causa está uma resposta dada hoje pelo executivo espanhol ao senador Carles Mulet, indicando que "o Ministério para a Transição Ecológica não recebeu nem o estudo de impacto ambiental, nem o arquivo de informações públicas para o início da fase ordinária de avaliação ambiental".
Ao Governo não chegaram, também, os resultados da consulta pública realizada, acrescenta o executivo na resposta, citada pela agência noticiosa Efe.
O projeto "Salamanca", da empresa Barkeley, previa um investimento total de 250 milhões de euros, a criação de 450 postos de trabalho diretos e 2.000 indiretos, estando o começo da produção previsto para 2019.
Ainda no último fim de semana, mais de duas mil pessoas manifestaram-se em Vitigudino, Salamanca, contra o projeto da mina de urânio, segundo a organização.
Esse protesto foi organizado por empresários de pecuária da região e contou com o apoio da plataforma Stop Urânio e de mais 42 câmaras municipais do oeste da província de Salamanca.
Entretanto, a plataforma Stop Urânio já reagiu à informação hoje confirmada, notando que, apesar do abandono do projeto, esta mina de urânio continua a ser usada como "um chamariz" para a empresa promotora, a Barkeley, criticando a posição dos governos central e regional.
Em maio passado, os ministérios portugueses do Ambiente e dos Negócios Estrangeiros anunciaram que Espanha tinha prestado "informação detalhada" sobre os projetos de exploração mineira de urânio de Salamanca e de Retortillo-Santidad, em zonas fronteiriças, garantindo que Portugal será envolvido no processo.
A declaração foi feita no final de uma reunião, a pedido de Portugal, entre as Partes do Protocolo de Atuação a aplicar às avaliações ambientais de planos, programas e projetos com efeitos transfronteiriços.
Antes, em março, a Assembleia da República aprovou um conjunto de sete resoluções, com origem em todas as bancadas, com recomendações ao Governo português para adotar medidas junto do executivo espanhol que suspendam a exploração de urânio em Salamanca.
Por seu lado, a Agência Portuguesa do Ambiente considerou que o projeto de exploração mineira de urânio em Retortillo é "suscetível de ter efeitos ambientais significativos em Portugal", pela proximidade com a fronteira e tendo em "atenção a direção dos ventos" de este e nordeste.
As associações ambientais de ambos os países também têm feito críticas ao processo, bem como autarquias.
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- 22/10/2018 - Vidro que armazena lixo nuclear está se dissolvendoDe milhares de anos para alguns anos
De milhares de anos para alguns anos
Fonte: Inovação Tecnológica
A imobilização de resíduos nucleares em "toras" de vidro - um processo conhecido como vitrificação - é usada atualmente para proteger os resíduos radioativos de usinas nucleares e atividades não pacíficas.
Ao contrário do que se acreditava inicialmente, contudo, essa técnica está longe de apresentar a segurança que os cientistas acreditavam no início do armazenamento - é comum ouvir especialistas falando sobre "armazenamento seguro por milhares de anos" usando a técnica.
Na prática, agora se sabe que o vidro pode começar a se dissolver e a durabilidade desses barris de vidro continua sendo uma área ativa de pesquisa.
Na verdade, o vidro parece durável, mas, em algum momento, ele começa a deteriorar-se relativamente rápido, liberando resíduos radioativos em níveis que excedem os limites definidos pela legislação.
"Com o tempo, começam a se formar cristais de zeólitas no vidro, facilitando a dissolução mais rápida," explica o professor Jeffrey Rimer, da Universidade de Houston, nos EUA, que está tentando entender detalhadamente esse mecanismo em colaboração com colegas do Laboratório Nacional do Pacífico Noroeste e da Universidade de Pittsburgh.
"Estamos analisando mais de perto o estágio inicial da formação das zeólitas e pensando em maneiras de retardar ou impedir completamente o processo," acrescentou Rimer, afirmando que isso poderá ajudar a projetar os materiais de vidro de forma a melhorar a segurança.
Zeólitas indesejadas
As zeólitas têm larga aplicação industrial, de membranas de troca iônica à fabricação petroquímica e até fertilizantes.
Vários anos atrás, Rimer e seu colega Radha Motkuri colaboraram em um projeto de síntese de zeólita que resultou na descoberta de dois polimorfos, denominados P1 e P2.
Mas agora a equipe deu uma reviravolta em seus objetivos, investigando como evitar que as zeólitas se formem, em vez de desenvolver novas maneiras de produzir esse material economicamente tão valioso.
E eles já constataram que o polimorfo termicamente estável P2 é o cristal envolvido na dissolução do vidro de resíduos nucleares.
"Há muito tempo observamos em estudos de laboratório que a formação de zeólita em testes de corrosão de vidro resulta em um aumento na taxa de corrosão do vidro," disse James Neeway, membro da equipe. "Esperamos entender por que as zeólitas levam a um aumento nas taxas de alteração do vidro e por que apenas certas zeólitas provocam mudanças, com o objetivo de longo prazo de impedir sua formação".
A zeólita P, que se forma a partir do vidro, é afetada pela temperatura, tendo sido sintetizada em laboratório a 100º C - mas os pesquisadores ainda não sabem como a cristalização ocorre a temperaturas mais baixas e não conhecem métodos para impedir a sua formação.
Além disso, o controle das temperaturas nas formações geológicas designadas como depósitos de resíduos nucleares não é necessariamente prático, de forma que a equipe está procurando outros fatores que possam afetar o crescimento dos cristais, incluindo os componentes do vidro.
Ou seja, parece que ainda estamos longe de contar com uma segurança minimamente razoável no armazenamento de resíduos nucleares.
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- 17/10/2018 - Parceria entre USP e Ipen já formou 2 mil alunos em Tecnologia Nuclear (Jornal da USP no Rádio - Momento USP Inovação)Instituto oferece produtos e serviços cruciais na área de medicina e indústria automobilística
Instituto oferece produtos e serviços cruciais na área de medicina e indústria automobilística
Fonte: Momento USP Inovação - Jornal da USP no Rádio - Rádio USP
O Momento USP Inovação desta semana, com a participação de Verônica Lopes, da Agência USP de Inovação (Auspin), apresenta a importância do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), localizado na Cidade Universitária. Wilson Calvo, superintende do Ipen, falou a respeito do órgão, que surgiu em 1956, a partir de um convênio firmado entre a USP e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), para promover projetos da área nuclear. O objetivo era coordenar a parte de aplicações da tecnologia nuclear para fins pacíficos como saúde, indústria, meio ambiente e agricultura.
Para Wilson Calvo, o instituto é especial porque tem o lado técnico administrativo ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear, que é uma instituição do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), tem também um vínculo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo e com a USP, onde mantém disciplinas para graduação e pós-graduação no Programa de Tecnologia Nuclear. Hoje já foram formados mais de 2.800 profissionais em tecnologia nuclear, na área de reatores, aplicações e materiais. "Seria muito difícil ser o que o Ipen é sem a USP”, comenta. Uma das grandes vertentes do instituto é a formação de capital humano, desde a parte de iniciação científica, graduação e também pós-graduação. Muitos dos projetos e equipamentos que existem na Universidade e no Ipen foram conquistados graças a essa parceria.
O superintendente diz que não adianta pesquisar, desenvolver e inovar, se isso não for transferido para a Universidade ou para a sociedade. Além dos projetos com a USP, há 16 anos a incubadora, que é uma parceria entre Ipen e USP e é administrada pelo Cietec, foi criada. Há mais de 112 empresas, que geram um faturamento de 15 milhões por ano. A ideia é abrigar alunos, pós-graduandos e startups para que os produtos desenvolvidos no Ipen cheguem à sociedade.
Ele traz exemplos que mostram a importância do Ipen para a sociedade. Na área de saúde, uma das maiores missões é suprir hospitais e clínicas com a questão de radiofármacos, usados para diagnósticos e terapia de doenças como câncer. O instituto é responsável, desde sua criação, por 40 milhões de procedimentos na medicina nuclear. Na área industrial, radiam fios e cabos elétricos para a indústria automobilística. Há ainda a preservação de bens culturais e a esterilização de produtos médico-cirúrgicos.
O Ipen possui ainda um Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), cuja missão é tornar o que é desenvolvido no instituto disponível para a sociedade. Há convênios de inovação e educacionais firmados e também a organização de workshops, para os quais órgãos como a Auspin, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) são convidados a ministrar palestras. Há ainda feiras de inovação tecnológica para divulgar esses produtos e processos para que possam ser compartilhados em parceria com a iniciativa privada.
- O Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP, Faculdade de Medicina e Instituto de Estudos Avançados. Busca aprofundar temas da atualidade de maior repercussão, além de apresentar pesquisas, grupos de estudos e especialistas da Universidade de S. Paulo.
No ar de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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- 16/10/2018 - Verba para ciência em 2019 é ameaçada por contingenciamentoFalta de recursos compromete pagamento de bolsas do CNPq e realização de pesquisas
Falta de recursos compromete pagamento de bolsas do CNPq e realização de pesquisas
Fonte: O Globo
Renato Grandelle
RIO — À primeira vista, após anos à míngua, os pesquisadores brasileiros parecem ter um motivo para respirar. De acordo com proposta do governo federal, o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) aumentará 20,2% em 2019, passando de R$ 12,7 bilhões para R$ 15,3 bilhões.
Quando são destrinchados, porém, os números revelam que os laboratórios continuarão com o cofre vazio. Diversos institutos deverão ter recursos reduzidos até pela metade, inviabilizando a realização de novos trabalhos, e as associações do setor dizem não compreender qual foi o critério adotado para privilegiar ou sacrificar cada área.
O ministério deverá começar 2019 com R$ 5,2 bilhões contingenciados, um aumento de 45,5% em relação ao ano anterior, quando esse índice era de R$ 3,6 bilhões. São recursos que não podem ser empenhados em qualquer programa, ficando à disposição do governo federal.
Grande parte dos ganhos orçamentários de 2019 é destinada a operações envolvendo Telebras e Correios, ligados ao setor de comunicação, e não a ciência e tecnologia. Para isso, está previsto R$ 1,3 bilhão — em 2018, eram R$ 150 milhões.
— Depois que fazemos essas subtrações, vemos que o aumento do orçamento é capcioso — alerta Ildeu de Castro Moreira, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). — Uma das principais vítimas é o fundo que destina recursos para inovação em empresas e pesquisas de ciência e tecnologia. O projeto de lei orçamentário do ano que vem destina R$ 4,2 bilhões para ele, mas, desta quantia, R$ 3,3 bilhões estão contingenciados.
Treze centros de tecnologia que deveriam ser nutridos por essa fonte devem ter redução de recursos — de até 88% em relação a 2018 —, como aqueles destinados a pesquisas sobre transporte e biotecnologia. Apenas cinco têm previsão de mais verbas para o mesmo período.
Presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich avalia que a distribuição orçamentária não tem explicação clara:
— Não tenho a menor ideia sobre como o governo decide que centros devem ganhar mais ou menos. Falta noção de que a ciência deve participar de nossa agenda de desenvolvimento. Em outros países já se sabe disso, tanto que foi esse o tema agraciado pelos vencedores deste ano do Nobel de Economia.
Menos educação
Outro motivo de preocupação é o encolhimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que perderia 13,7% dos recursos, passando de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,2 bilhão. A concessão de bolsas, principal operação do órgão, teria queda ainda mais dramática, de R$ 1 bilhão para R$ 784,7 milhões, o equivalente a 27,5%.
A ameaça às bolsas de estudo mobiliza as agências de fomento à ciência. Ildeu adianta que os pesquisadores reivindicarão "ao menos R$ 300 milhões” para manter a qualidade do programa. Davidovich, por sua vez, calcula que, sem o acréscimo de recursos, não será possível financiar estudos a partir de outubro.
Mesmo programas que nasceram prósperos serão vítima dos cortes. É o caso, por exemplo, do Reator Multipropósito Brasileiro, que produzirá substâncias necessárias para a fabricação de medicamentos usados no tratamento de doenças nas áreas de cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia, evitando gastos com importações.
O presidente Michel Temer participou do lançamento da pedra fundamental do reator em Itaperó (SP), que, na Lei Orçamentária de 2018, teve R$ 71 milhões. Em 2019, no entanto, deverá contar com R$ 10 milhões, uma queda de 85,9%.
— Isso não paga nem a pedra fundamental — critica Davidovich. — Também foi reduzido em quase 30% o fomento a pesquisa e desenvolvimento em tecnologia do mar, oceanos e clima, ignorando que em nossa costa há mais do que petróleo, gás e peixes. Esquecemos que o país tem cerca de 20% da biodiversidade mundial. Se explorasse esse potencial, nossa economia não seria dependente de commodities, cujos preços são determinados pelo mercado internacional.
Entre os órgãos mais vitimados está o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), que passará de R$ 6,3 milhões em 2018 para R$ 2,9 milhões no projeto de lei orçamentária do ano que vem. Assim, a instituição, que guarda equipamentos avaliados em mais de R$ 100 milhões, viu 53,9% de sua verba desaparecerem.
— Com o dinheiro separado, a gente sai para o carnaval e não consegue mais voltar — ressalta o diretor do CBPF, Ronald Shellard. — Em 2018, aumentamos nosso orçamento com emendas parlamentares. Executamos o valor necessário para nossa sobrevivência. Qualquer redução compromete nossas atividades. Vários equipamentos, como microscópios eletrônicos e de ressonância magnética, estão com a taxa de manutenção vencida.
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- 15/10/2018 - Reator Argonauta, localizado na UFRJ, completa 52 anos de plena atividadeFonte: Defesa.TV
O Reator Argonauta, instalado no Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), é o único reator nuclear de pesquisa em operação na cidade do Rio de Janeiro. Não é um reator de potência voltado para geração de energia elétrica, e sim uma instalação destinada a ensino, pesquisa e serviços.
Com mais de 52 anos de atividade regular, na área de ensino o Argonauta atende os cursos de pós-graduação do IME, COPPE-UFRJ e do próprio IEN, e cursos de graduação da UFRJ de física médica e engenharia nuclear. Também recebe visitas de instituições de ensino de graduação e de nível médio.
Em relação à pesquisa, até agora foram defendidas, com ajuda do reator, cerca de 100 teses de doutorado e dissertações de mestrado, que deram origem a diversas linhas de P&D. Entre elas, podem-se citar a neutrongrafia e a tomografia com nêutrons, a espectrometria com nêutrons, a análise por ativação neutrônica e a produção de radioisótopos. Todas essas aplicações utilizam o fluxo de nêutrons gerado no Argonauta.
Utilizando a técnica da neutrongrafia (que é uma espécie de "radiografia” com nêutrons em vez de raios X), são prestados serviços, por exemplo, para a indústria aeroespacial. Esses serviços representam ensaios para o controle de qualidade de componentes produzidos por essa indústria. O reator também produz radioisótopos com aplicação na pesquisa e na indústria.
Histórico
O Argonauta começou a ser construído em 1962, marcando o início das atividades do IEN. Ele foi projetado pelo Argonne National Laboratory (EUA), projeto este que foi doado ao Brasil através do programa "Átomos pela Paz”. Foi o terceiro reator nuclear de pesquisa instalado no Brasil e o primeiro construído e montado por empresas nacionais. Engenheiros brasileiros redesenharam, adaptaram e detalharam o projeto norte-americano, adequando-o às nossas condições de engenharia e tecnologia da época. Em apenas três anos foram terminadas as etapas de fabricação, montagem, carregamento dos elementos combustíveis, instalação e testes da instrumentação, controle e segurança do reator.
Feito pioneiro foi a confecção dos elementos combustíveis para o reator, realizada em um pequeno laboratório recém-construído nas instalações do antigo IEA/SP, atual IPEN/SP. Eles foram fabricados a partir de 30 kg de urânio enriquecido a 20%, recebidos, a título de doação, através do programa "Átomos pela Paz”, liderado pelo governo norte-americano para promover o uso pacífico da energia nuclear, do qual o Brasil participava.
Perspectivas
Em 2016, o IEN teve aprovada, por meio do projeto FINEP "Modernização e Adequação das Instalações do Reator Argonauta – IEN e Laboratórios Associados”, uma verba de cerca de nove milhões de reais, destinada à modernização e ajustes das instalações do reator e dos laboratórios associados. Os objetivos são estender a vida útil do reator e introduzir novas áreas de pesquisa, como novas aplicações da neutrongrafia à indústria e às ciências médicas, produção de radioisótopos para a medicina, testes de materiais etc.
Texto de Henrique Davidovich, com a colaboração de Francisco Ferreira
Assessoria de Comunicação do IEN -
- 11/10/2018 - Como o Brasil sofreu o pior acidente radioativo ocorrido fora de uma instalação nuclear no mundoEm setembro de 1987, dois catadores de lixo na cidade de Goiânia entraram em uma clínica médica abandonada, furtaram uma máquina de radioterapia e a desmontaram. Centenas de pessoas foram contaminadas pelo césio, e quatro morreram.
Em setembro de 1987, dois catadores de lixo na cidade de Goiânia entraram em uma clínica médica abandonada, furtaram uma máquina de radioterapia e a desmontaram. Centenas de pessoas foram contaminadas pelo césio, e quatro morreram.
Fonte: G1
Em setembro de 1987, dois catadores de lixo na cidade de Goiânia entraram em uma clínica abandonada, encontraram uma máquina ali dentro e a desmontaram.Mal sabiam eles que causariam o que já foi considerado o pior desastre nuclear do mundo desde Chernobyl, em 1986, e o maior acidente radioativo da história fora de uma instalação nuclear.
Os dois homens, Wagner Pereira e Roberto Alves, retiraram a parte superior da máquina - que era uma unidade de radioterapia usada para tratamentos contra o câncer - e a levaram para casa em um carrinho de mão.
Eles usaram chaves de fenda para abrir a pesada caixa de chumbo.
Dentro, havia um cilindro que continha 19 gramas de césio-137, uma substância altamente radioativa.
Os homens venderam a cápsula para um ferro-velho, propriedade de Devair Ferreira.
Um relatório publicado um ano depois pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) registrou que, em pouco tempo, Pereira e Alves começaram a sofrer com vômitos frequentes, mas atribuíram à época os sintomas a uma intoxicação alimentar.
Sofrendo diarreia, tontura e com uma mão inchada, Pereira procurou atendimento médico no dia 15 de setembro. Os sinais sugeriam, segundo o diagnóstico, um tipo de reação alérgica causada pela ingestão de alimentos em más condições.
Três dias depois, Ferreira entrou na garagem e notou um brilho azul emanando da cápsula que havia comprado como sucata.
Achou bonito o que via e pensou que aquele pó poderia ser valioso, como uma pedra preciosa, ou mesmo algo sobrenatural.
Vista do ferro-velho onde estava o material radioativo — Foto: CNEN
Ele levou o cilindro para casa.
Durante os três dias seguintes, vários vizinhos, parentes e conhecidos foram convidados a ver a curiosa cápsula.
Como os brilhos do Carnaval
Um amigo de Ferreira o visitou e, com a ajuda de uma chave de fenda, extraiu alguns fragmentos do material raro, do tamanho de grãos de arroz, que se desintegravam facilmente e viravam pó.
Ferreira também distribuiu pedaços para a família. Houve vários casos de pessoas que esfregaram o pó radioativo sobre a pele, como fariam com o brilho usado na época do Carnaval.
Em 24 de setembro, Ivo Ferreira, irmão de Devair, levou alguns fragmentos para casa e eles foram colocados na mesa durante uma refeição. Sua filha de seis anos, Leide das Neves Ferreira, os tocou enquanto comia, assim como outros familiares.
Logo, muitas pessoas adoeceram - 12 delas foram transferidas para um dos melhores hospitais de Goiânia com os mesmos sintomas: diarreia, vômitos, febre alta e queda de cabelo.
A primeira pessoa a suspeitar que a cápsula com o pó brilhante estaria por trás disso foi María Gabriela Ferreira, mulher do dono do ferro-velho.
Sueli de Moraes, uma vizinha que também foi contaminada, contou à BBC News Brasil o que aconteceu em seguida.
"María Gabriela pôs o cilindro em um saco plástico e o levou, de ônibus, para um escritório de saúde do governo local, onde ninguém sabia o que era, mas o guardaram", lembrou ela.
A mulher do dono do ferro-velho colocou o objeto suspeito em uma sacola e o levou a um posto de saúde — Foto: CNEN
O físico
Já haviam se passado 15 dias desde o início da contaminação. No hospital, os médicos começaram a considerar a hipótese de envenenamento por radiação.
Quando os pacientes foram informados sobre a cápsula, pediram ao físico Walter Mendes Ferreira que examinasse o dispositivo. Ele pediu emprestado um detector de radiação de uma agência federal de prospecção de urânio e foi ao escritório de saúde.
"Quando estava a cerca de 80 metros do escritório o detector começou a agir de forma estranha e pensei que estivesse com defeito", disse ele à BBC News Brasil.
Ele pediu outro detector e voltou ao escritório.
"Mais uma vez, a 80 metros, (o detector) começou a ficar saturado. Isso significava que ou estava em um lugar com um campo de radiação muito alto, ou que ambos os detectores estavam defeituosos."
Mendes Ferreira conta que viu um bombeiro saindo do posto de saúde carregando o cilindro a fim de jogá-lo no rio.
"Eu disse: 'Pelo amor de Deus, não!'. Imediatamente, evacuei o posto de saúde e perguntei aos trabalhadores locais de onde vinha aquilo. Eles me disseram que uma mulher de um ferro-velho o havia levado. Fui ao ferro-velho e antes de entrar, detectei radiação por todos os lados", lembra ele.
Pânico
O físico fez alertas às autoridades e instâncias públicas como a Comissão Brasileira de Energia Nuclear (CNEN). Sua intenção era deter a contaminação e, ao mesmo tempo, evitar o pânico. Mas os temores sobre um vazamento de radiação se espalharam pelo Brasil.
Mendes Ferreira conta que eles usaram ônibus da polícia, com o interior forrado por chapas de plástico, para levar os possíveis contaminados para um estádio de futebol vazio, onde ficaram em barracas de acampamento.
Milhares de pessoas foram examinadas no local em busca de vestígios de radiação. Muitos receberam alta após tomarem banho com água e vinagre. Mas outros foram enviados para um abrigo temporário ou um hospital local.
Os casos mais graves foram levados para um hospital militar no Rio de Janeiro.
De acordo com relatório da AIEA, "a comunidade médica em Goiânia se mostrou relutante em ajudar" e o medo da contaminação se estendeu pelo estado de Goiás.
No total, mais de 110 mil pessoas foram examinadas.
Verificou-se que 249 delas tinham níveis significativos de material radioativo em seus corpos.
No acampamento montado em um campo de futebol, mais de 110 mil pessoas foram examinadas para detectar quem estava contaminado — Foto: CNEN
Centenas de pessoas com níveis leves de contaminação tiveram de permanecer em abrigos especiais. Sueli de Moraes, que hoje é presidente da associação de vítimas, passou três meses em um deles.
Ela lembra que era preciso tomar banho com água, vinagre e sabão de coco, além de trocar de roupa a cada meia hora.
"Tomamos comprimidos para ajudar na descontaminação interna. Também tínhamos que esfregar nossos pés, que eram as partes mais contaminadas. Não nos permitiam sair ou receber visitas. Não podíamos assistir à TV, eles não queriam que soubéssemos o que estava acontecendo lá fora", recorda.
O ferro-velho e dezenas de casas foram demolidos. Centenas de objetos, de refrigeradores a sofás, o pavimento de ruas inteiras, veículos, e até mesmo árvores e animais foram destruídos e descartados como lixo nuclear.
Dezenas de casas foram demolidas e centenas de objetos - cerca de 6.000 toneladas de lixo - foram jogados fora — Foto: CNEN
O desastre em Goiânia produziu cerca de 6.000 toneladas de resíduos, recolhidos e enterrados em um centro especialmente preparado, a 20 quilômetros da cidade.
As vítimas fatais
A primeira pessoa a morrer foi Leide das Neves Ferreira, a menina de seis anos que brincou com o pó brilhante e até engoliu um pouco do material. Tanto ela quanto sua tia María Gabriela Ferreira morreram de septicemia e sepse - infecções generalizadas - um mês após a exposição ao césio.
Seu enterro em Goiânia ficou longe de ser um pacífico assunto de família. A vizinha Sueli de Moraes diz que, quando os caixões chegaram ao cemitério, as pessoas começaram a atirar pedras e tijolos, tentando impedir o sepultamento.
"Os corpos foram descontaminados e eles decidiram enterrá-los em pesados caixões de chumbo como uma precaução adicional para tranquilizar as pessoas. Mas o que aconteceu foi o oposto. As pessoas entraram em pânico", diz De Moraes.
No enterro de duas das vítimas fatais do acidente a população fez protesto temendo que corpos contaminassem o cemitério — Foto: CNEN
"Muitos em Goiânia acreditavam que os corpos iriam contaminar o cemitério. E muitos no Brasil acreditavam que toda a cidade estava contaminada, que os produtos agrícolas do estado de Goiás estavam contaminados. Isso não era verdade, havia muita desinformação que ajudava a espalhar o pânico", diz ela.
As outras duas vítimas fatais foram homens que trabalhavam no ferro-velho.
Incrivelmente, os catadores de lixo Wagner Pereira e Roberto Alves sobreviveram, assim como o proprietário do ferro-velho Devair Ferreira.
Muitas outras vítimas foram salvas pelo tratamento que receberam no hospital.
O local onde os resíduos contaminados do acidente em Goiânia estão enterrados — Foto: CNEN
Em 1996, cinco pessoas ligadas à clínica onde havia sido abandonada a máquina de radioterapia foram condenadas a três anos e dois meses de prisão por homicídio. A pena foi reduzida depois a serviços comunitários.
O governo passou a pagar pensões vitalícias para cerca de 250 vítimas. Posteriormente, outras 2.000 pessoas, incluindo bombeiros, motoristas e policiais que trabalharam nas unidades de emergência, também tiveram direito a esses pagamentos.
Esta reportagem foi adaptada a partir de depoimentos dados a Thomas Pappon, do programa de rádio Witness, do BBC World Service.
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- 11/10/2018 - Pediatras pedem uso racional de exames por imagens em criançasFonte: Agência Brasil - EBCUma campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta para os riscos da exposição excessiva de crianças e adolescentes a exames de diagnóstico por imagem como tomografias computadorizadas e raios x.
A proposta é estimular o uso racional dessas ferramentas, contando com o apoio de pais e profissionais de saúde. Também há a preocupação, por parte de pediatras, em fazer com que técnicos responsáveis pela execução dos exames façam as adaptações necessárias aos equipamentos, adequando-os às características físicas desses pacientes.
"Para os médicos, os exames de imagem (raios x, tomografias, ultrassonografias e ressonância) são muito úteis à medicina e, por vezes, essenciais ao diagnóstico em adultos e crianças. Entretanto, alguns desses exames emitem radiação nociva à saúde e, por isso, a SBP, em parceria com outras entidades nacionais e internacionais, lança uma campanha que alerta sobre o uso racional dessas ferramentas. Além dos pediatras, os radiologistas e outros técnicos envolvidos no processo também devem ser bem orientados”, explicou a entidade, por meio de comunicado.
Para a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, é preciso cautela para não expor crianças e adolescentes a riscos desnecessários. Essa população, segundo ela, possui tecidos e órgãos ainda em desenvolvimento e apresenta, portanto, maior sensibilidade aos efeitos da radiação ionizante sobre o corpo humano. Quanto mais jovem for o paciente, maiores são as chances de desdobramentos adversos.
A orientação é que, durante a consulta, os especialistas façam uma investigação atenta e solicitem o exame apenas quando sinais e sintomas exigirem. Pediatras e demais médicos devem ainda alertar os pais sobre os riscos.
"Não são raros os casos em que os procedimentos decorrem de um pedido da própria família”, lembrou Luciana, ao destacar ser fundamental individualizar a situação de cada paciente, com bom senso crítico e uma boa hipótese diagnóstica, antes de solicitar exames complementares e, em muitas oportunidades, até discutir a possibilidade com o radiologista.
Números
Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que cerca de 350 milhões – 4% de todos os procedimentos médicos por imagem nos últimos dez anos – foram realizados em crianças e adolescentes de até 19 anos. Um ponto que chama a atenção, segundo a SBP, é que, embora o tamanho dessa população tenha diminuído no período, o volume de exames de diagnóstico por imagem aumentou em todo o país.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008 havia no Brasil 67,9 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos, algo em torno de 36% da população daquele ano. Já em 2017, o número passou para 63 milhões, baixando a representatividade do grupo pediátrico para 30% da população brasileira. Ao comparar os dois números, a queda foi de 7%.
Apesar da mudança no perfil demográfico, no caso das tomografias computadorizadas, o volume de exames realizados em pacientes com idade até 19 anos dobrou nesse intervalo de tempo, passando de 225,4 mil em 2008 para 466,9 mil no ano passado. As maiores variações percentuais foram observadas no Espírito Santo (aumento de 466%), no Rio de Janeiro (420%), no Acre (351%), em Santa Catarina (249%), em Mato Grosso do Sul (214%), no Amazonas (190%), em Alagoas (186%), no Paraná (167%), em Goiás e no Tocantins (ambos com 143%).
Já as unidades da Federação onde o aumento percentual foi menos significativo foram Paraíba (com alta de 48%), Distrito Federal (47%), Ceará (25%), Minas Gerais (13%) e Sergipe, onde não foi percebida mudança no número de exames realizados. Em São Paulo, estado que responde pela maior produção desse tipo de procedimento no país, o número cresceu 94%, saltando de 71.420 em 2008 para 138.838 em 2017.
"A SBP reconhece que uma parte dessa alta produtividade pode ser consequência da ampliação no número de equipamentos disponíveis para exames, em especial, nos estados menos desenvolvidos ou onde a rede pública recebeu investimentos mais consistentes na área. Contudo, argumentam os especialistas, o aumento proporcional é muito maior do que o crescimento da infraestrutura disponível, o que sugere a utilização dos procedimentos de modo não racional.”
De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, atualmente existem 4.588 tomógrafos computadorizados em funcionamento no Brasil. Destes, 2.007 (44%) estão disponíveis no SUS, que atende a 160 milhões de brasileiros. No caso dos aparelhos de raios-X, são 25.243 unidades, das quais 10.286 (41%) estão na rede pública.
Os números mostram que a Região Sudeste, sozinha, concentra 40,5% dos tomógrafos computadorizados de todo o país. No caso dos equipamentos de raios x, o percentual chega a 41%. Só o estado de São Paulo concentra um quinto dos equipamentos de todo o país, com mais tomógrafos computadorizados (392) e raios x (1.900) no SUS do que a soma das regiões Norte e Centro-Oeste: 311 tomógrafos computadorizados e 1.775 raios x.
Calibragem
A médica radiologista Dolores Bustelo, uma das organizadoras da campanha, alerta que falhas na calibragem de equipamentos também constituem um problema frequente. Segundo ela, estudos confirmam ser possível reduzir as doses de radiação aplicadas durante os exames de tomografias computadorizadas, sem perder a qualidade do resultado e nem interferência no diagnóstico.
Ainda de acordo com a especialista, quando uma tomografia ou um exame de raio x são estritamente necessários para uma criança, devem ser usados aparelhos que permitam a sua adequação em função do peso do paciente e da extensão da área a ser analisada. Se bem manuseados, é possível reduzir significativamente a exposição à radiação.
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- 10/10/2018 - Diretor-geral da Aneel diz que governo deve encontrar solução para concluir obras de Angra 3Obras da usina nuclear estão paradas desde 2015. Eletrobras, controladora da empresa responsável pela obra, defende um reajuste na tarifa para viabilizar conclusão da usina.
Obras da usina nuclear estão paradas desde 2015. Eletrobras, controladora da empresa responsável pela obra, defende um reajuste na tarifa para viabilizar conclusão da usina.
Fonte: G1O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, afirmou nesta terça-feira (9) que a obra da Usina Nuclear de Angra 3 precisa ser concluída e que o governo deve encontrar a melhor solução financeira para a finalizar o projeto.
Angra 3 está parada desde 2015, mas 63% do empreendimento já foram concluídos. As obras foram interrompidas por falta de recursos, em meio a acusações de superfaturamento e denúncias de corrupção contra empresas contratadas para a montagem da usina.
"A gente já passou da discussão se Angra é viável ou inviável. No estágio em que temos o ativo lá acho que o poder público e a regulação precisam achar uma equação financeira para viabilizar Angra”, disse.
A Eletrobras, controladora da Eletronuclear, responsável pela obra, defende um reajuste na tarifa da energia da usina. Para o presidente da estatal Wilson Ferreira Junior, a atual tarifa inviabiliza a conclusão da obra, já que não permite que a empresa consiga financiamentos.
O assunto será discutido nesta terça-feira na reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Hoje, a usina tem uma tarifa de energia de cerca de R$ 240 por megawatts-hora (MWh). A Eletrobras quer a aprovação de um reajuste tarifário. Se o governo usasse os parâmetros internacionais para definir o preço da tarifa, ela poderia chegar a R$ 500/MWh.