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- 08/10/2018 - Descoberta bactéria capaz de neutralizar resíduosUma bactéria peculiar, descoberta em um armazém de resíduos nucleares na Sibéria, mostra-se promissora como ferramenta para criação de uma barreira natural contra a disseminação de radionuclídeos.
Uma bactéria peculiar, descoberta em um armazém de resíduos nucleares na Sibéria, mostra-se promissora como ferramenta para criação de uma barreira natural contra a disseminação de radionuclídeos.
Fonte: Sputnik BrasilPesquisadores do Instituto moscovita Físico-Químico Frumkin e do Centro Federal de Pesquisas de Biotecnologia da Academia de Ciências da Rússia conseguiram isolar microrganismos que podem ser úteis para proteger o meio ambiente de resíduos nucleares líquidos.
Cientistas fizeram a descoberta durante análises microbiológicas das águas subterrâneas no local de enterro de resíduos nucleares na cidade russa de Seversk, Sibéria, onde estão armazenados resíduos nucleares líquidos da Usina Química Siberiana que fornece e reprocessa urânio enriquecido para combustível nuclear.
A pesquisa, divulgada recentemente na revista científica russa Radioaktivnye otkhody (Resíduos Radioativos), supõe que a bactéria seja capaz de converter íons radionuclídeos, inclusive os encontrados em urânio e plutônio, em formas sedentárias, prevenindo o meio ambiente da disseminação de radiação perigosa.
Através de experimentos em laboratório, cientistas conseguiram determinar condições necessárias para que a bactéria realize um trabalho útil.Segundo os pesquisadores, trata-se do primeiro passo para criação de uma barreira biogeoquímica de radionuclídeos que pode ser usada em locais de enterramento de resíduos nucleares líquidos.
Desde 1980, a sociedade presta grande atenção a pesquisas microbiológicas de territórios contaminados por radionuclídeos e locais de enterramento de resíduos nucleares. Cientistas de todo o mundo apelam para levar em conta processos microbiológicos na esfera de enterro de resíduos nucleares que podem passar milhões ou até bilhões de anos se decompondo.
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- 05/10/2018 - UFRJ promove VI Semana da Engenharia NuclearPanorama da energia nuclear no Brasil e o papel das instituições de P&D fazem parte da programação do evento
Panorama da energia nuclear no Brasil e o papel das instituições de P&D fazem parte da programação do evento
Fonte: Site segs
Entre os dias 15 e 19 de outubro, a Escola Politécnica e a Coppe/UFRJ promovem a VI Semana da Engenharia Nuclear (SEN), encontro que busca proporcionar a integração e o debate entre os setores relacionados a Engenharia, Física e Energia Nuclear do país, além de ser um espaço apropriado para o desenvolvimento, aprendizado e fomento da capacidade de inovação. As atividades serão abertas ao público e ocorrem no Centro de Tecnologia da UFRJ, na Ilha do Fundão.Organizada por alunos de graduação em Engenharia Nuclear do Departamento de Engenharia Nuclear (DNC) da Poli-UFRJ e alunos de pós-graduação do Programa de Engenharia Nuclear (PEN) da COPPE/UFRJ, a semana conta com uma programação que inclui palestras, mesas-redondas, apresentações de trabalho, visitas técnicas e workshops. Estão previstos debates a respeito do panorama atual da energia nuclear no país; uso da tecnologia nuclear, além da energia; energia nuclear do futuro; e o papel das instituições P&D no setor.
De acordo com o prof. Paulo Frutuoso, coordenador do Programa de Engenharia Nuclear da COPPE/UFRJ, será uma oportunidade única de interação dos alunos com profissionais e empresas que investem no setor como Eletronuclear, Nuclep, Rosatom e Marinha do Brasil. "O evento é essencial para que os estudantes que estão iniciando os seus cursos possam ter contato com profissionais da área e conhecer melhor o desenvolvimento técnico e as possíveis oportunidades em um futuro próximo”, explica.
A cerimônia de abertura será no dia 15, às 10h30, no auditório Horta Barbosa, com a presença dos professores do DNC da Poli-UFRJ, Paulo Frutuoso e Ademir Xavier; do presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães; além de representantes do setor Nuclear. Quem estiver interessado, pode conferir a programação completa e fazer inscrição pelo site (http://www.nuclear.ufrj.br/semana2018/). Mais informações podem ser obtidas pelo e-mailseen@poli.ufrj.br.
Serviço:
VI Semana de Engenharia Nuclear UFRJ
Dias: de 15 a 19 de outubro
Horário: 9h às 17h30
Local: Av. Athos da Silveira Ramos, 149 – Bloco A (Centro de Tecnologia da UFRJ) – Cidade Universitária (Ilha do Fundão)
Inscrições: Alunos de graduação: R$ 10; mestrado e doutorado: R$ 20; profissionais: R$ 30.
Mais informações: www.nuclear.ufrj.br/semana2018 ouseen@poli.ufrj.brPROGRAMAÇÃO:
15 DE OUTUBRO – SEGUNDA-FEIRA (AUDITÓRIO HORTA BARBOSA)
10h00 – 10h30: Credenciamento e Café da Manhã
10h30 -12h00: Abertura VI SEN
- Prof. Dr. Paulo Fernando Frutuoso (Coordenador do PEN/COPPE); Prof. Dr. Ademir Xavier (Coordenador da graduação em Engenharia Nuclear da Poli-UFRJ); Dr. Leonam Guimarães (Eletronuclear); representantes: ABACC; Nuclep; Framatome; Rosatom; Westinghouse; e LAS/ANS.
12h-14h: Almoço
14h-15h30: Painel 1: Panorama Atual da Energia Nuclear no Brasil
- Dr. Felipe Gonçalves (FGV Energia); Sr. Roberto Cardoso Tavares (Eletronuclear); Sr. André Osório (EPE)
15h30-16h30: Palestra: Comemoração de 50 anos do PEN
- Prof. Dr. Paulo Fernando Frutuoso (Coordenador do PEN/COPPE); Prof. Dr. Fernando Carvalho (Colaborador do PEN/COPPE) 16h30-18h00: Coquetel de Abertura16 DE OUTUBRO – TERÇA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Painel: O uso da tecnologia nuclear além da Energia
- Representante da Rosatom; Prof. Dr. Davi Ferreira de Oliveira (PEN/COPPE); Dr. Sérgio Altino de Almeida (Rede D’Or)
10h30-11h: Coffee Break
11h-12h30: Painel: Desenvolvimento do Programa Nuclear da Marinha e o Submarino Brasileiro
- Sr. Tuxaua Linhares (Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade); Almirante Othon Luiz da Silva (Marinha do Brasil); Sr. Ricardo Corrêa (Nuclep)
12h30-14h: Almoço
14h-15h: Palestra: O Programa Nuclear Autônomo
- Dr. Rex Nazaré (IME)
15h-15h30: Coffee Break
15h30-17h: Painel: A energia nuclear do futuro – Reatores Rápidos, Modulares e Fusão Nuclear
- Sr. Carlos Leipner (Westinghouse); Dr. Ricardo Galvão (INPE) e Dr. Paulo Berquó (IEN/CNEN)17 DE OUTUBRO – QUARTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Sessão Técnica de Trabalhos (Anfiteatro do PEN)
8h-12h: Minicurso: Matlab (I131-A/I228)
12h-14h: Almoço
14h-15h: Mesa Redonda 1: Oportunidades para o egresso da Engenharia Nuclear da UFRJ
- Contra-almirante Luciano Pagano (AMAZUL); Sra. Fernanda Werner (InnoEnergy)
15h-19h: Minicurso: RELAP (I228)
18 DE OUTUBRO – QUINTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Painel: Salvaguardas e não-proliferação nuclear
- Dr. Monica Herz (PUC-Rio); Dr. Marco Marzo (ABACC) e Sr. Orpet Peixoto (LAS/ANS).
10h30-11h: Coffee Break
11h00-12h30: Mesa Redonda: Ex-alunos
- Sra. Alice Cunha (Westinghouse); Sra. Fernanda Werner (InnoEnergy); Sr. Mario Hugo Botelho (Amazul)
12h30-13h30: Almoço
13h30-15h: Painel: Análise de Segurança Probabilística
- Sr. Luiz Eurípedes Massière (Eletronuclear); Sr. Daniel Corrêa de Guamá (Eletronuclear); Sr. Diogo Baliza Maia (Eletronuclear) e Dr. Marco Antônio Bayout Alvarenga (CNEN).
13h-17h: Minicurso: Excel (I131-A)
15h-19h: Minicurso: RELAP (I228)19 DE OUTUBRO – SEXTA-FEIRA (AUDITÓRIO DA COPPE)
9h-10h30: Painel: O papel das instituições P&D na área nuclear no Brasil
- Representante do CDTN/CNEN; Dr. Francisco Ferreira (Reator Argonauta –IEN/CNEN); Dr. Jorge Eduardo de Souza Sarkis (IPEN/CNEN)
10h30-11h: Coffee Break
11h-12h30: Painel: A comunicação no setor nuclear brasileiro
- Dra. Cássia Helena (CNEN); Sra. Tariana Brocardo (USP); Jornalista da ABDAN.
12h30-13h30: Almoço
14h-15h: Palestra: "RMB: Desafios e perspectivas”
- Dr. José Augusto Perrota (IPEN/CNEN)
15h-15h50: Quiz
15h50-16h30: Premiação e Encerramento
16h30-20h: Cerimônia de Encerramento
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- 05/10/2018 - Formação de recursos especializados é uma das maiores contribuições da FAPESP para o BrasilFonte: Agência FapespAndré Julião | Agência FAPESP –Aumentar até 2023 o dispêndio de pesquisa em colaboração com empresas de 10% para 13% do total e de 5% para 10% em pesquisa em áreas estratégicas, com objetivos definidos em virtude de seu interesse para o Estado. Este é parte do plano de metas orçamentárias aprovado pelo Conselho Superior que o novo presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, ajudará a conduzir ao longo de seu mandato de três anos.
Em cerimônia de posse na sexta-feira (05/10), Zago ressaltou o fortalecimento de programas de perfil tecnológico e de inovação já em curso na FAPESP, sem que o apoio à pesquisa básica sofra qualquer efeito negativo. "Não pode, aqui, haver competição, mas sempre complementariedade”, disse.
Com 150 instituições de pesquisa e desenvolvimento e cerca de 15 mil empresas inovadoras, nas quais atuam 55% dos seus 70 mil pesquisadores, o Estado de São Paulo, lembrou Zago, constituiu ao longo das décadas o mais sólido complexo de ciência, de tecnologia, dos setores acadêmico, industrial, de saúde e de agropecuária do país.
"A formação de recursos especializados para esses setores é uma das maiores contribuições da FAPESP para o Estado e para o Brasil, e será sempre uma de suas prioridades; por isso, 41% dos recursos utilizados pela Fundação no ano passado foram aplicados em bolsas, e desde sua fundação, foram 158 mil bolsas”, disse.
Zago começou seu discurso lembrando que em 2019 completam-se 50 anos da chegada do homem à Lua. E que o sucesso da empreitada não foi resultado do acaso, "de deixar a ciência construir seu caminho”, mas sim uma resultante prática de uma decisão política do presidente dos Estados Unidos John Kennedy, anunciada em discurso ainda em 1961.
"A diretriz política clara, neste caso, foi o enunciado de um tópico de interesse amplo da nação, que originou ações agregadoras e sincrônicas de diferentes níveis. O resultado prático surgiu em oito anos”, disse.
Ele lembrou que o sistema de ciência, tecnologia e educação superior do Estado de São Paulo "não é produto da ação isolada de qualquer líder, governante ou partido político, mas sim uma construção coletiva da sociedade paulista ao longo de décadas”, disse.
"Da mesma forma, o sucesso da FAPESP, construído pela inteligência e dedicação de sucessivos dirigentes, diretores, conselheiros e presidentes, continuará dependente de forte apoio da academia, das empresas, da imprensa paulista, do governo, dos parlamentares, e de um trabalho interno coeso e consistente.”
Programas inovadores
O novo presidente lembrou ainda que, além da formação de recursos humanos altamente qualificados, a FAPESP se caracteriza por programas inovadores que fortalecem ou promovem a formação de núcleos de ciência, tecnologia ou inovação. Como exemplos, citou o sequenciamento do genoma da Xyllela fastidiosa, o Programa Genoma do Câncer, o Programa BIOTA de biodiversidade, o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia, o Programa de Pesquisa para o SUS, o Programa de Pesquisa em Políticas Públicas e os Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs).
Zago destacou também o investimento da FAPESP em Centros de Pesquisa em Engenharia e Centros de Pesquisa Aplicada, em parceria com empresas, para pesquisa por até dez anos e investimentos da FAPESP, das empresas e das universidades e institutos de pesquisa que os sediam
Zago recomendou ainda o fortalecimento do programa de estímulo à cooperação internacional. Entre os resultados, a ação contribuiu para aumentar a relevância dos artigos científicos publicados pelos pesquisadores, o reconhecimento da excelência das universidades e "a atração de jovens pesquisadores do exterior para participar da renovação da força de trabalho especializada”.
Marco Antonio Zago graduou-se pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, onde obteve títulos de mestre e de doutor, tendo realizado o pós-doutorado na Universidade de Oxford.
Foi reitor e pró-reitor de Pesquisa da USP, presidente do CNPq, coordenador do Centro de Terapia Celular de Ribeirão Preto (CEPID FAPESP), diretor clínico do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e membro da Comissão Nacional de Biossegurança. É o atual secretário de Estado da Saúde do Governo do Estado de São Paulo.
Zago sucede José Goldemberg, presidente de 2015 a 2018. Na passagem do cargo, o vice-presidente no exercício da presidência, Eduardo Moacyr Krieger, desejou sorte ao novo presidente e agradeceu o trabalho do antecessor.
"Nossos melhores votos para que em sua gestão a FAPESP continue cumprindo com sucesso sua obrigação constitucional de promover o desenvolvimento científico e tecnológico no Estado de São Paulo. Devemos também consignar um voto de agradecimento ao professor José Goldemberg, homem público, cientista e educador reconhecido internacionalmente, que presidiu a Fundação com competência nos últimos três anos”, disse Krieger.
Além de Krieger, estiveram presentes na cerimônia Ricardo Alexandre Almeida Bocalon, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, representando o governador Márcio França; Wanda Machado Hoffman, reitora da Universidade Federal de São Carlos; Soraya Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo; Marcelo Knobel, reitor da Universidade Estadual de Campinas; Antonio Carlos Hernandes, vice-reitor no exercício da Reitoria da Universidade de São Paulo; Sergio Roberto Nobre, representando Sandro Roberto Valentini, reitor da Universidade Estadual Paulista; Ricardo Toledo Silva, secretário de Estado em exercício de Energia e Mineração; José Luiz Fontes, representando o secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Francisco Sergio Ferreira Jardim; Antonio Rugolo Júnior, secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Saúde; coronel PM Helena dos Santos Reis, secretária-chefe da Casa Militar e coordenadora estadual da Defesa Civil; os conselheiros da FAPESP Pedro Wongtchowski, Ignacio Maria Poveda Velasco, Carmino Antonio de Souza, José de Souza Martins, Ronaldo Pilli, Marilza Vieira Cunha Rudge e Vanderlan da Silva Bolzani, representando ainda o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira; Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP; Fernando Dias Menezes de Almeida, diretor administrativo da FAPESP; Maria Zaira Turchi, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa; Marcos Buckeridge, presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo; Carlos Vogt, presidente da FAPESP de 2002 a 2007; Flavio Fava de Moraes, diretor-geral da Fundação Faculdade de Medicina e diretor científico da FAPESP entre 1985 e 1993; e Axel Zeidler, cônsul- geral da Alemanha.
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- 03/10/2018 - Governo cancela reunião do CNPE por falta de consenso sobre tarifa de Angra 3Ministério de Minas e Energia quer aprovar aumento, mas Fazenda cobrou estudos técnicos que comprovem que o preço está desatualizado
Ministério de Minas e Energia quer aprovar aumento, mas Fazenda cobrou estudos técnicos que comprovem que o preço está desatualizado
Fonte: Portal Terra
BRASÍLIA - O governo cancelou a reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), marcada para esta semana, e que iria tratar da retomada das obras de Angra 3, diante da falta de consenso sobre o tratamento a ser dado à tarifa. Dada como certo, a reinício das obras da usina nuclear enfrenta um impasse dentro do governo.Projeto do período militar, Angra 3 começou a ser erguida em 1984. Suas obras prosseguiram até 1986, quando foram paralisadas devido a dificuldades políticas e econômicas, após a explosão do reator da usina de Chernobyl, na Ucrânia.
O projeto brasileiro ficou na gaveta por 25 anos, até ser retomado em 2009 como um dos destaques do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Naquele ano, o custo estimado para o término do projeto era de R$ 8,3 bilhões. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometia colocar a usina para funcionar em maio de 2014. Investigações realizadas pela Polícia Federal descobriram desvios de recursos na obra e resultaram na prisão de executivos da Eletronuclear.
Com os R$ 17 bilhões estimados como necessários para concluir a usina, o gasto total com Angra 3 somaria R$ 24 bilhões. A usina terá potência de 1.405 megawatts (MW). Para se ter uma ideia do que isso significa, a hidrelétrica de Teles Pires, na divisa entre Mato Grosso e Pará, que tem potência de 1.820 MW e entrou em operação no fim de 2015, custou R$ 3,9 bilhões. Uma fonte que participa das negociações destacou que a interrupção da obra exigiria R$ 10 bilhões para a desmontagem do que já foi feito.
O Ministério de Minas e Energia quer aprovar um aumento na tarifa de Angra 3, condição imposta pelo Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Caixa para renegociar o financiamento do empreendimento. Mas o Ministério da Fazenda cobrou estudos técnicos que comprovem que o preço está desatualizado.
Além do aumento da tarifa, o governo trabalha para fechar um modelo que permita a entrada de um parceiro privado para a usina. A forma de escolha desse parceiro também está em estudo, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
O MME quer remarcar a reunião para a próxima semana, de forma a viabilizar o leilão para a escolha do parceiro privado em 2019. Segundo fontes, há pelo menos cinco grupos estrangeiros interessados.
Os estudos a respeito da nova tarifa de Angra 3 consideram três patamares de taxa interna de retorno (TIR) e quatro propostas de participação de capital de terceiros. O preço-teto seria definido a partir da combinação entre os dois indicadores. BNDES e Caixa têm interesse na retomada da obra e renegociação da dívida para terem de volta o que já emprestaram.
A proposta do governo para a usina é semelhante à que constava daMedida Provisória 814, que perdeu validade em 1º de junho. A ideia é alinhar a tarifa da usina à média internacional praticada em outras usinas nucleares.
A diferença é que a MP já estabelecia os critérios que o CNPE teria que adotar de forma obrigatória, sem discussões mais amplas. Como isso não foi aprovado, é preciso aval de diversos órgãos para o reajuste, alguns contrários a um aumento tarifário que não seja embasado em critérios técnicos.
A energia de Angra 3 foi contratada na modalidade de reserva, com prazo de 35 anos e início de entrega em janeiro de 2016. O preço fixado em dezembro de 2009 era de R$ 148,65 por megawatt-hora (MWh) e vem sendo atualizado anualmente. Pelos critérios propostos na MP, o valor, que hoje é de R$ 243,00 por MWh, poderia chegar a cerca de R$ 500,00 por MWh, se os preços internacionais fossem usados como base.
A Eletrobrás alega que o reajuste é necessário para retomar as obras da usina nuclear, paralisadas desde 2015. A previsão da empresa é que Angra 3 seja entregue em 2026.
Segundo a companhia, os financiamentos tomados para Angra 3 eram subsidiados e consideravam 92% do custo da obra. Como os bancos alegam não haver perspectiva real de conclusão, os bancos decidiram não emprestar mais recursos enquanto não houver reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos. A Eletronuclear não tem caixa para pagar os financiamentos e conta com recursos da holding para pagar as parcelas mensais.
Nota técnica
Uma nota técnica do MME elaborada em 2016 diz que não há respaldo para qualquer reajuste na tarifa de Angra 3. O custo do empreendimento, de acordo com o documento, pode ter sido influenciado "por eventuais práticas de superfaturamento".
"Há que se ter muita cautela para não imputar ao consumidor final um aumento de preço que possa ser questionado judicialmente em função do conhecimento público e notório de suspeitas de superfaturamento, lançando dúvidas inclusive sobre o orçamento original da obra", diz o documento.
"Sabe-se que o preço a que se chegaria talvez não fosse suficiente para a recuperação da viabilidade do empreendimento, isso porque, com a operação Lava Jato, passou-se a supor que eventualmente tenha ocorrido superfaturamento da obra", afirma a nota.
No documento, a Assessoria Econômica da pasta ressalta que a determinação para a retomada da construção da usina nuclear "nunca partiu do pressuposto de que o consumidor deveria pagar para que esse empreendimento fosse construído a qualquer custo".
O documento ressalta ainda que o risco do negócio foi alocado à Eletronuclear subsidiária da Eletrobrás, que aceitou as condições propostas no contrato.
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- 03/10/2018 - Projeto no Ipen tem duas oportunidades com bolsa da FAPESPPesquisa em radiofármacos, radiações e empreendedorismo aplicado à saúde tem uma vaga de jovem pesquisador e uma de pós-doutorado
Pesquisa em radiofármacos, radiações e empreendedorismo aplicado à saúde tem uma vaga de jovem pesquisador e uma de pós-doutorado
Fonte: Agência Fapesp
Um projeto de pesquisa conduzido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) oferece duas oportunidades com bolsas da FAPESP. O prazo de inscrição se encerra no dia 11 de outubro de 2018.
As vagas estão vinculadas ao projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde", coordenado pelo professor Marcelo Linardi.
O projeto conta com equipe constituída por grupo multidisciplinar de pesquisadores participantes do Ipen e de diversas instituições brasileiras. O objetivo do projeto é a investigação de novos materiais e métodos para aplicação na área da saúde. Os pesquisadores envolvidos no projeto atuam em diversos campos do conhecimento e aplicam distintas metodologias em suas investigações.
Uma das vagas é de pós-doutorado e se destina a desenvolver projeto específico, com o tema "Estudo da Interferência de Radiofármacos na Neuroimunomodulação em Animais de Laboratório”.
O bolsista selecionado atuará na área de neuroimunomodulação para a padronização de modelos tumorais para testes em radiofármacos no Centro de Biotecnologia do Ipen.
É fundamental para a vaga ter conhecimento e ou experiência prévia em síntese de nanoestruturas por métodos químicos e caracterização de nanopartículas magnéticas, difração de raios X e interações hiperfinas. É desejável que o candidato tenha algum conhecimento em caracterização por técnicas físicas (microscopia eletrônica de transmissão e de varredura, difração de nêutrons e outras).
A outra vaga é para jovem pesquisador na área de neuroimunomodulação, que atuará na padronização de modelos tumorais para testes em radiofármacos no Centro de Biotecnologia do Ipen. A pesquisa deverá estar voltada ao tema de padronização de modelos tumorais para testar radiofármacos, inicialmente aplicados a tumores prostáticos.
É recomendável que o candidato possua doutorado em Farmacologia, Fisiologia, Imunologia ou Veterinária, com forte histórico de publicação e bom desempenho em inglês falado e escrito. Além disso, é desejável que o candidato tenha experiência comprovada em Boas Práticas de Laboratório (BPL), técnicas de imageamento; manutenção e avaliação do crescimento de células tumorais; cirurgia em roedores; estudos de interação social em roedores; RT-PCR para estudos qualitativos da expressão de genes; técnicas neuroquímicas em modelos animais.
As inscrições podem ser feitas por e-mail para egp01@ipen.br. No caso da vaga para pós-doutorado, o candidato deve colocar o título "Bolsa - PD Institutos – CRPq” e anexar currículo Lattes, impressão das páginas do MyCitation (Google Scholar) e Web of Science e plano de trabalho, em português ou inglês, com no máximo cinco páginas. Para a vaga de jovem pesquisador, o título do e-mail deve ser "Bolsa – JP – IPEN”, e devem ser anexados currículo Lattes e diploma de doutorado.
Mais informações sobre as vagas: www.fapesp.br/oportunidades/2371ewww.fapesp.br/oportunidades/2373.
O candidato selecionado para jovem pesquisador receberá bolsa da FAPESP no valor de R$ 8.152,20 mensais e isenta de imposto de renda, com duração de 24 meses. O projeto Jovem Pesquisador selecionado, revisado por pares, poderá receber um Auxílio à Pesquisa, conforme descrito em www.fapesp.br/jp.
A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 7.373,10 mensais e Reserva Técnica equivalente a 15% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.
Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade onde se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, ele poderá ter direito a um Auxílio-Instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 02/10/2018 - Novíssimo combustível nuclear russo 'do futuro' está pronto para utilizaçãoSegundo os especialistas, o uso prático dos resultados do projeto fortalecerá a liderança da Rússia no mercado global de tecnologias nucleares
Segundo os especialistas, o uso prático dos resultados do projeto fortalecerá a liderança da Rússia no mercado global de tecnologias nucleares
Fonte: Sputnik NewsOs resultados dos inúmeros testes do combustível misto de urânio e plutônio dissolvido em ácido nítrico para reatores de nêutrons rápidos já são suficientes para iniciar sua operação, informou Evgeny Adamov, gerente da pesquisa do projeto Proryv da estatal nuclear russa Rosatom.
Ele explicou que tudo está pronto para iniciar o funcionamento do reator experimental de demonstração.
"Esperamos que os trabalhos ativos de construção do reator comecem no próximo ano. Por enquanto, está sendo concluída a construção de uma fábrica para produção do combustível misto", declarou Adamov.
Proryv é um dos mais modernos projetos na indústria global da energia nuclear que prevê a criação de tecnologias energéticas de nova geração baseados em um ciclo de combustível nuclear fechado com uso de reatores de nêutrons rápidos.
O combustível misto de urânio e plutônio dissolvido em ácido nítrico para reatores de nêutrons rápidos possui uma série de vantagens, como seu alto grau de combustão, alta condutividade térmica e compatibilidade com metal líquido refrigerante.
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- 02/10/2018 - Diretor da Agência Internacional de Energia Atómica repudia acusações de IsraelO diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Yukiya Amano, repudiou hoje as acusações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de que os seus inspetores não estão a investigar bem o programa nuclear iraniano
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Yukiya Amano, repudiou hoje as acusações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de que os seus inspetores não estão a investigar bem o programa nuclear iraniano
Fonte: Diário de NotíciasNo seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 27 de setembro, Netanyahu assegurou que o seu país tem provas de uma instalação secreta no Irão usada para continuar o programa de armas nucleares iraniano.
Esta afirmação é baseada, segundo Netanyahu, num arquivo que os serviços secretos israelitas obtiveram no Irão este ano e cujo conteúdo foi entregue à AIEA.
No entanto, diante da "inação" por parte da AIEA, Israel decidiu tornar pública uma parte dos documentos que demonstrariam a existência de uma instalação desconhecida até agora, segundo o primeiro-ministro de Israel.
Num comunicado divulgado hoje em Viena, o diretor-geral da AIEA assegurou que o seu organismo "implementa os seus controlos de segurança de acordo com os seus direitos e obrigações", entre estes controlos estão os realizados através do Conselho de Segurança da ONU e acordos bilaterais e multilaterais com o Irão.
Numa clara alusão às informações recebidas de Israel este ano, Amano acrescentou que os seus especialistas submetem este tipo de documentação a "uma revisão rigorosa" para chegar, "juntamente com outras informações disponíveis, a uma análise independente".
"Não é prática do organismo debater em público assuntos relacionados com este tipo de informações", sublinhou Amano.
"O trabalho relacionado com a verificação nuclear é e deve ser sempre imparcial, baseada em factos e profissional. Para manter a sua credibilidade, a independência do organismo em relação a implementação de atividades de verificação é de máxima importância", afirmou Amano no comunicado.
Os especialistas da AIEA verificam, desde 2016, as obrigações assumidas pelo Irão no quadro do chamado "plano de ação conjunto (JCPOA, sigla em inglês)", que prevê um levantamento de sanções internacionais em troca de uma limitação substancial das suas atividades nucleares.
No seu discurso em Nova Iorque, Netanyahu exigiu que se investigue as supostas instalações nucleares iranianas e advertiu que o seu país atuará contra o Irão no caso de ser necessário.
Além disso, atacou os líderes da União Europeia por trabalharem com o Irão para manter vivo o JCPOA, firmado em 2015 e abandonado unilateralmente pelos Estados Unidos em maio deste ano.
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- 27/09/2018 - Pesquisas ambientais na Amazônia devem integrar questões socioeconômicasEm workshop em Washington, cientistas demonstram avanços de pesquisa na região e a necessidade de investigar o impacto social das mudanças climáticas para a criação de políticas públicas
Em workshop em Washington, cientistas demonstram avanços de pesquisa na região e a necessidade de investigar o impacto social das mudanças climáticas para a criação de políticas públicas
Fonte: Agência Fapesp
Maria Fernanda Ziegler, de Washington
A Amazônia está em transição. A alternância entre períodos de secas seguidos por cheias, uma das características principais da região, está mais espaçada. Estima-se que a cada década a temporada de estiagem ganhe 6,5 dias, ou um mês de seca a mais a cada 40 anos.
Houve também o crescimento de 30% do fluxo do rio Amazonas, na altura da cidade paraense de Óbidos. A mudança ocorreu nos últimos 25 anos. A região amazônica também está mais quente, e não é pouco. Observou-se um aumento de 0,9 °C na temperatura média do ar, o suficiente para mudar o comportamento de plantas, animais e do ser humano.
Mudanças no balanço energético e nos ciclos hidrológicos da região têm sido observadas em estudos científicos. Essas mudanças têm impacto profundo na composição da biodiversidade, do solo e também no cotidiano amazônico. Porém, para que haja políticas públicas voltadas ao desenvolvimento social sustentável na região, estudos ambientais na Amazônia devem estar integrados a questões socioeconômicas.
A avaliação foi feita por participantes no workshop Scientific, Social and Economic Dimensions of Development in the Amazon, realizado em Washington, Estados Unidos, em 24 de setembro. O evento – continuação de outro realizado em Manaus em agosto – foi organizado pela FAPESP em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Wilson Center.
Na abertura do workshop, foi apresentado um vídeo com mensagem de Thomas Lovejoy, professor da George Mason University, nos Estados Unidos.
"A Amazônia tem um ciclo hidrológico que permite gerar seu padrão de chuva. Hoje, esse ciclo está sendo impactado pelo desmatamento, pelo uso excessivo de fogo e pelas mudanças climáticas. Com isso, existe o risco de chegarmos a um ponto de inflexão, quando o desmatamento estiver prestes a atingir um determinado limite a partir do qual regiões da floresta tropical podem passar por mudanças irreversíveis", disse.
Em fevereiro deste ano, Lovejoy e Carlos Nobre, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas – um dos INCTs apoiados pela FAPESP no Estado de São Paulo em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) –, publicaram um alerta sobre o assunto na revistaScience Advances(leia mais em http://agencia.fapesp.br/27180).
"Mudanças no balanço energético e em ciclos hidrológicos já são observadas em pesquisas realizadas na Amazônia. Estamos descobrindo e monitorando essas mudanças. Porém, para conseguir que políticas públicas sejam feitas para a região, é preciso integrar aos estudos científicos aspectos socioeconômicos críticos para a sustentabilidade da região”, disse Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.
Mudanças no ciclo de cheias e secas afetam a biodiversidade e o cotidiano na região. "Nem todas as plantas são adaptadas ao período de seca prolongado. Com isso, a composição da biodiversidade acaba sendo alterada e ocorre maior mortandade de árvores, por exemplo, o que pode impactar no armazenamento de carbono”, disse.
Por ser tão extensa, a Floresta Amazônica é capaz de armazenar uma grande quantidade de carbono da atmosfera, questão determinante para o avanço das mudanças climáticas.
"A Amazônia armazena entre 100 bilhões e 120 bilhões de toneladas de carbono na biomassa. Porém, nos últimos anos, com o aumento da perda de árvores – por seca, enchente e desmatamento –, se uma pequena fração desse montante for para a atmosfera, vão ocorrer grandes mudanças no balanço CO2atmosférico”, disse Artaxo.
Eventos extremos
Registros históricos recentes de dados de chuva e ocorrência de secas e cheias mais intensas comprovam essa transição no bioma. "Foram três secas muito fortes, uma após a outra, em menos de 20 anos. Isso é um indicador grave. Os dados mostram que algo importante está acontecendo”, disse José Marengo, coordenador-geral do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Esses eventos climáticos extremos têm aumentado também o risco de incêndios na floresta.
"Nem toda a seca é provocada pelo El Niño. Algumas são, outras têm relação com o Atlântico Tropical Norte mais aquecido, como ocorreu em 2005 e 2010. Em alguns casos, quem manda é o El Niño [aquecimento natural das águas do Pacífico], em outros é o Atlântico e em outros os dois vêm juntos, como em 1983 e 1998”, disse Marengo.
Ele ressaltou, no entanto, que seja por El Niño ou por aquecimento do Atlântico, essa é a parte natural. Não inclui a ação humana. "Se acrescentarmos ao El Niño e ao aquecimento do Atlântico outras condições, como por exemplo o aumento no desmatamento, veremos que a situação pode ser muito mais agravada”, disse.
As consequências da intensidade de secas e cheias vão além das fronteiras amazônicas. Estima-se que 70% dos recursos hídricos da bacia do rio da Prata, mais ao sul do continente, dependem da evaporação sobre a Amazônia. A transição passada pela Amazônia e o impacto em seu ciclo hidrológico, portanto, podem ter consequências importantes no agronegócio das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, assim como na Argentina.
Marengo também defende a necessidade de maior integração entre as pesquisas. Ele foi coordenador do projeto Metrópole, iniciativa internacional que estuda estratégias de adaptação aos impactos das mudanças climáticas. O estudo, realizado na cidade de Santos (SP), estimou perdas econômicas, modelagem dos extremos climáticos e impactos na saúde (leia mais em http://agencia.fapesp.br/25976).
"Poderíamos fazer algo nesse sentido na Amazônia. A previsão é de significativo aumento dos eventos extremos na região nas próximas décadas”, disse.
Outra participante do workshop, Rita Mesquita, pesquisadora do Inpa, concorda com a necessidade de maior integração.
"Os estudos precisam ser interdisciplinares. Modelos sociais, econômicos e ambientais nem sempre têm os interesses alinhados. Mas só quando colocarmos todos esses aspectos juntos, poderemos avançar em questões de sustentabilidade”, disse.
Estimar a ação do homem
Questionado pela plateia sobre qual seria a o peso do efeito antrópico nas queimadas na Amazônia, Artaxo respondeu: "100%. Mesmo nos períodos de seca, trata-se de uma floresta úmida, onde é difícil fazer e manter o fogo”, disse.
A destruição da floresta por queimadas tem se mostrada muito mais significativa que o corte para a exploração madeireira. "O fogo é a maneira mais eficiente para destruir”, disse Douglas Morton, do Goddard Space Flight Center, da Nasa, durante sua fala no workshop.
"O Brasil foi um dos líderes no monitoramento do desmatamento. Sistemas como o Prodes e o Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) criaram uma base, com dados históricos, mas é preciso ir além, com mais investimento”, disse.
Morton coordena um projeto para medir a degradação das florestas. Nele aviões sobrevoam a Floresta Amazônica para identificar a degradação em três etapas (alturas) da floresta.
Além disso, como Morton comentou, a Nasa dispõe de 20 satélites de monitoramento, com dados abertos. "Os satélites dão padrões sobre o que está ocorrendo. Temos modelos para previsões que podem servir para a criação de políticas públicas”, disse.
No evento em Washington, pesquisadores apresentaram outros resultados de projetos apoiados pela FAPESP, para uma plateia formada por cientistas e representantes de ONGs e de agências norte-americanas ligadas ao meio ambiente. A intenção foi trocar experiência para no futuro elaborar colaborações internacionais no estudo da Amazônia.
Mais informações: www.fapesp.br/eventos/amazon-workshop.
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- 26/09/2018 - Incubadora de negócios da USP auxilia no lançamento de produtos (Momento USP Inovação - Jornal da USP no Rádio)Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da USP transforma ideias em produtos
Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia da USP transforma ideias em produtos
Fonte: Rádio USP - Jornal da USP
O Momento USP Inovação desta semana nos leva a conhecer o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) da USP. E para isso conversa com Sérgio Risola, diretor executivo do centro.Risola conta que o centro de inovação foi criado há 20 anos. O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em conjunto com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ambos da USP, e com apoio da Secretaria do Estado, criou o Cietec. O projeto foi pensado como uma célula que tivesse a função de incubar e acelerar negócios universitários, a exemplo de grandes universidades que já tinham seus próprios centros dessa natureza.
Mas o que é uma incubadora, como o Cietec? O diretor explica que uma incubadora de empresas acolhe uma ideia, ou um produto prototipado, e dá apoio para que a ideia ou produto cresça e se desenvolva. Não só intelectualmente, mas trazendo designe estruturação jurídica para a empresa, por exemplo. Ele lembra também que uma grande apoiadora do projeto, e que dá muitos insumos para que se desenvolvam as ideias e produtos apresentados, é a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Risola fala ainda sobre como o Cietec se relaciona com a inovação. O centro é uma incubadora que apoia negócios inovadores e que têm tecnologia embutida, seja ela pequena (incremental) ou disruptivas (novas e grandes tecnologias). Exemplos dessa inovação são uma empresa que tem menos de um ano e desenvolve medicamentos no tratamento de tumores e uma empresa que desenvolveu um inseticida biológico, que atua no controle de larvas do mosquito vetor da dengue (Aedes aegypti), o DengueTech, patenteado e aprovado pela Anvisa. Ele conta também que o vínculo da empresa com a USP é bem-vindo, porém não obrigatório, basta demonstrar a necessidade de obter mais conhecimento na área, conhecimento esse que reside na universidade e no centro de inovação. Essa política é muito enriquecedora para a empresa, que cresce com o conhecimento empírico que ela já tem previamente, somado ao mais teórico, dos acadêmicos.
O Momento USP Inovação tem a participação de Verônica Lopes, da Agência USP de Inovação.
Download do áudio- O Jornal da USP no Ar é uma parceria da Rádio USP, Faculdade de Medicina e Instituto de Estudos Avançados. Busca aprofundar temas da atualidade de maior repercussão, além de apresentar pesquisas, grupos de estudos e especialistas da Universidade de S. Paulo.
No ar de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM107,9 pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do celular.
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- 25/09/2018 - Cietec promove Rodada de Negócios Internacional Ryme+Evento visa ajudar empresas brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional
Evento visa ajudar empresas brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional
Fonte: AGUSPIN - Agência USP de Inovação
Por Mariana Gonçalves
O Cietec, entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/Ipen, junto com parceiros da Espanha, França, Portugal, Israel e Uruguai, trazem ao Brasil a 1ª Rodada de Negócios Internacional RYME+, que acontece entre os dias 25 e 26 de setembro, na sede da entidade, em São Paulo. O evento é voltado para empresas que atuam nos setores de saúde e bem-estar, energia, materiais e sustentabilidade industrial, cidades inteligentes e indústrias criativas.
O Ryme+ apoia o desenvolvimento de startups e PMEs contribuindo para uma maior competitividade do território SUDOE (Espanha, França e Portugal) nos países estrangeiros. Co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), garante a ida de 50 empresas ao mercado brasileiro para estabelecerem relações comerciais. A Rodada é gratuita e as startups que quiserem participar podem entrar em contato pelo e-mail: stela_projetoryme@cietec.org.Segundo Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, o objetivo de receber o RYME+ no País é ajudar às startups brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional. "O Cietec conta com uma rede de contatos extremamente estratégica e rica para relacionamento que favorecem o desenvolvimento do empreendedorismo brasileiro”, informa Risola.
Confira a lista das empresas internacionais participantes:
Empresas de Portugal:
TUU– plataforma para gestão de projetos de investimento imobiliário, design, remodelação ou construção.
Enging– empresa especializada em desenvolver soluções industriais.
Wisecorp– plataforma de gerenciamento centralizado para alavancar os resultados do agronegócio.
Empresas da Espanha:
Bioquochem – empresa de biotecnologia que projeta, desenvolve e fabrica kits e dispositivos para a quantificação rápida e fácil de biomarcadores.
Visualtis – desenvolve soluções voltadas para empresas que desejam aumentar a
eficiência e a eficácia da comunicação com os clientes.MicruX – desenvolve plataformas microfluídicas inovadoras, sensores eletroquímicos e instrumentos analíticos portáteis baseados em Tecnologias Lab-on-a-Chip (LOC) para pesquisa e atividades industriais.
Empresas da França:
Emundus – aplicativo de gerenciamento de campanhas para candidatura em universidades e escolas de negócios que desejam melhorar sua capacidade de atrair e selecionar os melhores alunos.
Camileia – responsável por otimizar a gestão do seu portfólio de imóveis.
Sobre o Cietec
O Cietec – Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fuxndado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.Com informações da assessoria de imprensa do Cietec – Trama Comunicação – (11) 3388-3040 – www.tramacomunicacao.com.br
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- 25/09/2018 - Cietec promove Rodada de Negócios Internacional Ryme+Evento visa ajudar empresas brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional
Evento visa ajudar empresas brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional
Fonte: Site SEGS
O Cietec, entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/Ipen, junto com parceiros da Espanha, França, Portugal, Israel e Uruguai, trazem ao Brasil a 1ª Rodada de Negócios Internacional RYME+, que acontece entre os dias 25 e 26 de setembro, na sede da entidade, em São Paulo. O evento é voltado para empresas que atuam nos setores de saúde e bem-estar, energia, materiais e sustentabilidade industrial, cidades inteligentes e indústrias criativas.O Ryme+ apoia o desenvolvimento de startups e PMEs contribuindo para uma maior competitividade do território SUDOE (Espanha, França e Portugal) nos países estrangeiros. Co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), garante a ida de 50 empresas ao mercado brasileiro para estabelecerem relações comerciais. A Rodada é gratuita e as startups que quiserem participar podem entrar em contato pelo e-mail: stela_projetoryme@cietec.org.
Segundo Sergio Risola, diretor-executivo do Cietec, o objetivo de receber o RYME+ no País é ajudar às startups brasileiras a estabelecerem parcerias com o mercado internacional. "O Cietec conta com uma rede de contatos extremamente estratégica e rica para relacionamento que favorecem o desenvolvimento do empreendedorismo brasileiro”, informa Risola.
Confira a lista das empresas internacionais participantes:
Empresas de Portugal:
TUU - plataforma para gestão de projetos de investimento imobiliário, design, remodelação ou construção.
Enging - empresa especializada em desenvolver soluções industriais.
Wisecorp - plataforma de gerenciamento centralizado para alavancar os resultados do agronegócio.Empresas da Espanha:
Bioquochem – empresa de biotecnologia que projeta, desenvolve e fabrica kits e dispositivos para a quantificação rápida e fácil de biomarcadores.
Visualtis - desenvolve soluções voltadas para empresas que desejam aumentar a
eficiência e a eficácia da comunicação com os clientes.
MicruX - desenvolve plataformas microfluídicas inovadoras, sensores eletroquímicos e instrumentos analíticos portáteis baseados em Tecnologias Lab-on-a-Chip (LOC) para pesquisa e atividades industriais.
Empresas da França:
Emundus - aplicativo de gerenciamento de campanhas para candidatura em universidades e escolas de negócios que desejam melhorar sua capacidade de atrair e selecionar os melhores alunos.
Camileia - responsável por otimizar a gestão do seu portfólio de imóveis.Serviço: 1ª Rodada de Negócios Internacional RYME+
Data: 25 e 26 de setembro de 2018
Local: Cietec (Av. Prof. Lineu Prestes, 2242)
Inscrições: stela_projetoryme@cietec.org
Sobre o Cietec
O Cietec - Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, fuxndado em abril de 1998, tem como missão incentivar o empreendedorismo e a inovação tecnológica por meio da criação, fortalecimento e a consolidação de empresas de base tecnológica. O Cietec apoia a transformação de conhecimento em produtos e serviços para o mercado, a inserção no ecossistema de inovação, a capacitação técnica e de comercialização, contribuindo para o aumento da competitividade no Brasil. O Cietec é a entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica USP/IPEN, onde são conduzidos processos de incubação de empresas inovadoras, em diferentes níveis de maturidade. Nesses processos, são oferecidos serviços de apoio para demandas nas áreas de gestão tecnológica, empresarial e mercadológica, aproximação com o investimento-anjo, capital semente e venture capital, recursos de fomento público, além de infraestrutura física para a instalação e operação dessas empresas.
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- 24/09/2018 - Eletrobras avalia vender fatia da Eletronuclear a grupo estrangeiroFonte: Valor EconômicoA Eletrobras caminha para concluir o ano, se tudo sair como esperado pela estatal, com o endividamento sob controle e fora do segmento de distribuição de energia. Um obstáculo a ser superado, para o qual ainda não há saída definida, é a finalização das obras da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, que ainda demanda investimentos estimados em R$ 17 bilhões para ser concluída. A estatal avalia ceder uma participação na Eletronuclear a um grupo estrangeiro, que ficará responsável por fazer aportes na companhia e finalizar o empreendimento. A elétrica brasileira, no entanto, permanecerá como controladora da subsidiária. A ideia é lançar uma concorrência internacional para atração de sócios nos próximos meses, antes do início do próximo governo.
A possibilidade de receber um sócio na Eletronuclear é uma das duas alternativas em estudo pelo grupo de trabalho criado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para analisar a retomada das obras da terceira usina nuclear brasileira. A outra alternativa, já conhecida do mercado, seria a companhia estrangeira entrar como sócia especificamente em Angra 3, aportando os recursos necessários para a conclusão da usina. Mas a operação da termonuclear continuaria nas mãos da Eletronuclear.
Segundo Wilson Ferreira Júnior, presidente da Eletrobras, controladora da Eletronuclear, o CNPE deve se reunir no fim deste mês para decidir a solução que será tomada para a retomada das obras de Angra 3, que já consumiram R$ 13 bilhões. O grupo de trabalho entregou no início desta semana o relatório final sobre o tema.
"Esperamos ter uma reunião neste mês no CNPE em que haverá um debate sobre o tema da tarifa [de Angra 3] e, com essa tarifa, sairemos com uma incumbência de fazer uma concorrência internacional para selecionar um sócio", disse Ferreira Júnior, em entrevista exclusiva ao Valor, na sede da estatal elétrica, no Rio.
Entre os principais interessados no negócio, o Valor apurou que estão a russa Rosatom, a chinesa CNNC e o consórcio franco-japonês EDF / Mitsubishi.
De acordo com Ferreira Júnior, a ideia é que o CNPE aprove um reajuste na tarifa de energia de Angra 3, atualmente da ordem de R$ 240 por megawatt-hora (MWh), valor considerável inviável para arcar com os compromissos financeiros do empreendimento e para remunerar um novo investidor no projeto. O executivo não soube dizer de quanto seria o novo valor da tarifa. Estima-se, porém, que o preço supere os R$ 400 o MWh.
Questionado sobre o impacto do reajuste para a tarifa do consumidor, Ferreira Júnior afirmou que a entrada em operação de Angra 3, com a tarifa reajustada, permitirá, na verdade, uma redução média de 1,5% na tarifa de energia para o consumidor final, no ano em que ela iniciar o funcionamento. A queda, explicou, será motivada pelo deslocamento de termelétricas mais caras, com o acionamento de Angra 3.
"A única razão que fez a tarifa de energia brasileira subir tanto nesses últimos meses e anos é a exposição que nós, consumidores, temos ao risco hidrológico", disse o executivo, acrescentando que a operação de Angra 3 tem potencial para diminuir a exposição dos consumidores ao risco hidrológico, provocado principalmente pelas despesas relativas ao GSF (sigla em inglês para fator de ajuste da garantia física de hidrelétricas).
Com índice de conclusão de 67%, Angra 3 teve as obras interrompidas em setembro de 2015, devido a investigações no âmbito da Lava Jato e ao não pagamento, pela Eletronuclear, a fornecedores do empreendimento. A usina, que terá capacidade instalada de 1.405 MW, está prevista para entrar em operação em 2026, de acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2026, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A questão da busca por um sócio para a Eletronuclear ser um dos temas de conversas entre o presidente da Eletrobras e representantes dos candidados à presidência, que começam a ser recebidos na estatal esta semana.
A ideia das conversas, segundo o presidente da estatal, é entender a visão para infraestrutura e energia dos candidatos para a elaboração do próximo plano de negócios da empresa, para o período 2019-2023, e previsto para ser lançado no fim do ano.
"Vamos começar a recebê-los [representantes do setor de infraestrutura e energia dos candidatos]. E já teremos alguns 'inputs' do que eles querem. Vamos considerar isso também. Imagino que já possamos incorporar alguma coisa da visão ou da preocupação deles para a frente", disse Ferreira Júnior. -
- 21/09/2018 - Estudos apoiados pela FAPESP ganham Prêmio Tese Destaque USPTrabalhos de doutorado são reconhecidos entre aqueles defendidos nos programas de pós-graduação da universidade
Trabalhos de doutorado são reconhecidos entre aqueles defendidos nos programas de pós-graduação da universidade
Fonte: Agência Fapesp
Os trabalhos vencedores da edição 2018 do Prêmio Tese Destaque USP foram anunciados e quatro deles têm apoio da FAPESP. Em sua sétima edição, o prêmio reconhece as teses de doutorado defendidas nos programas de pós-graduação da universidade.
Os trabalhos vencedores com bolsa da FAPESP foram: "Dano muscular promove hipertrofia? A queda de um paradigma sustentada pela análise integrada da taxa de síntese proteica”, de Felipe Romano Damas Nogueira, na categoria Ciências da Saúde; "A apropriação e consolidação do culto de Zeus pela cidade grega: moedas e santuários, política e identidade em época arcaica e clássica”, de Lilian de Angelo Laky, na categoria Ciências Humanas;"Igrejas Paulistas da Colônia e do Império: Arquitetura e Ornamentação”, de Mateus Rosada, na categoria Ciências Sociais Aplicadas; e "Controle ativo de distúrbios harmônicos em veículos híbridos orientado por métricas de qualidade sonora”, de Jaime Alberto Mosquera Sanchez, na categoria Engenharias.
Além desses trabalhos, outros bolsistas da FAPESP receberam menções honrosas: Talita Aline Comunian, Marília Palumbo Gaiarsa, Juliane Cruz Campos, Antonio Anáx Falcão de Oliveira, Lucas Tadeu Fuesse Lya Valéria Grizzo Serignolli.
As grandes áreas premiadas foram Ciências Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências da Saúde, Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Engenharias, Linguística, Letras e Artes e Multidisciplinar. Para cada uma das nove grandes áreas são concedidos um prêmio e duas menções honrosas. O autor da Tese Destaque USP recebe um prêmio no valor de R$ 10 mil e o orientador, recurso para custeio de até R$ 5 mil.
A cerimônia oficial de premiação ocorrerá em 11 de outubro de 2018, às 10 horas, na sala do Conselho Universitário da USP, na rua da Reitoria, 374, térreo, Cidade Universitária, São Paulo. A lista de trabalhos vencedores está no site da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP.
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- 19/09/2018 - Amazul participa da Conferência da Agência Internacional de Energia AtômicaFonte: AmazulA Amazul integra a comitiva brasileira presente à 62ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que se realiza em Viena até dia 21/9. A empresa tem um estande em local destacado na conferência, juntamente com a Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). A Amazul é representada por Ney Zanella dos Santos, diretor-presidente; Luciano Pagano, diretor técnico e de Operação; e Nilo Almeida, coordenador técnico. O presidente da Cnen e conselheiro da Amazul, Paulo Roberto Pertusi, também participa da conferência.
Um dos eventos principais da conferência é um fórum científico sobre clima, no qual especialistas discutem como a ciência e a tecnologia nuclear ajudam a mitigar, monitorar e adaptar-se às mudanças climáticas.
Na pauta do segundo dia, discutiu-se também o fortalecimento da segurança em medicina nuclear, o emprego das tecnologias no combate ao câncer e na ciência forense, o papel da liderança informal na conquista da igualdade de gênero e outros temas técnicos e políticos.
Para a Amazul e a Cnen, que estão desenvolvendo o Reator Multipropósito Brasileiro, um dos debates mais importantes foi sobre "Entregando resultados contra o câncer”, no qual especialistas de alto nível de centros de câncer de todo o mundo destacaram o apoio da AIEA na capacitação, assessoria técnica e aquisição de ferramentas e equipamentos para a luta contra a doença.
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- 18/09/2018 - Programa interativo revela estrutura de cristais para estudantes - Jornal da USPAlunos podem construir cristais passo a passo e ver sua estrutura em imagens tridimensionais
Alunos podem construir cristais passo a passo e ver sua estrutura em imagens tridimensionais
Fonte: Jornal da USP
PorJúlio Bernardes
Editorias:Ciências Exatas e da Terra,Tecnologia
URL Curta:jornal.usp.br/?p=194607
Entender como os átomos dos elementos químicos formam cristais não é uma tarefa simples, principalmente para estudantes que aprendem sobre as propriedades dos materiais. Por essa razão, uma pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), instituição associada à USP, criou o programa de computador CrystalWalk. Por meio dele, os alunos podem construir cristais passo a passo e ver sua estrutura em imagens tridimensionais. O CrystalWalk é um software livre que pode ser utilizado on-line e em dispositivos como computadores, tablets e smartphones."Cristais são sólidos onde os átomos estão distribuídos de modo organizado no espaço”, explica o professor Ricardo Leal Neto, do Grupo de Visualização Científica em Materiais do Ipen. "Um cristalógrafo estuda essa organização do ponto de vista das simetrias dos cristais, pois delas dependem suas propriedades químicas e físicas, como, por exemplo, as propriedades ópticas.”
Ricardo Leal Neto, orientador da pesquisa, aponta que o Crystal Walk é um software interativo que procura desafiar os estudantes a desvendar estruturas básicas de cristais, o que é importante do ponto de vista didático – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Devido à complexidade das simetrias, Leal Neto aponta que ensinar sobre cristais não é fácil. "As necessidades dos cristalógrafos e dos estudantes de engenharia de materiais são diferentes. Existem softwares cristalográficos que constroem cristais com base nas simetrias, a partir de 236 grupos espaciais”, conta. "Porém, nos livros didáticos sobre ciências dos materiais, as simetrias são reduzidas a um grupo de 14 redes espaciais, sem deixar claro que são diferentes das estruturas cristalinas, o que dificulta o aprendizado.”
Construindo cristais..
No CrystalWalk, os alunos participam do processo de construção dos cristais, passo a passo, com comandos que possibilitam escolher estruturas básicas e os átomos que entrarão em sua composição. "Ele foi construído com uma preocupação didática, sua interface foi projetada para criar empatia e reduzir complexidades apontadas por estudantes”, afirma o pesquisador Fernando Bardella, que desenvolveu o CrystalWalk em sua tese de doutorado. Segundo Leal Neto, orientador da pesquisa, a abordagem é bastante interativa e demanda uma participação ativa do usuário em todo o processo. "Apesar de limitante e bastante restritivo para o uso de cristalógrafos, no CrystalWalk estudantes são desafiados a desvendar estruturas básicas de cristais, o que é considerado importante do ponto de vista didático”, destaca.
Também foram incorporadas funcionalidades didáticas e interativas para aumentar o alcance social da ferramenta, como a criação de narrativas didáticas sobre a construção de cristais e compartilhamento com outros dispositivos por meio de QR Code (código de reconhecimento). "O usuário pode ver as imagens por meio de realidade virtual assistida, utilizando o mouse e o teclado de um computador, ou com óculos 3D que fazem estereografia por cores, uma tecnologia mais acessível”, relata o pesquisador. A pesquisa também avaliou outras tecnologias que possibilitam diferentes níveis de imersão, como o Oculus Rift (óculos com controles manuais) e o Google Cardboard (óculos adaptados para telefones celulares).
Fernando Bardella, que desenvolveu o Crystal Walk, relata que o Grupo de Visualização Científica em Materiais pesquisa tecnologia experimental que projeta estruturas cristalinas virtuais em objetos reais – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Os pesquisadores destacam que o CrystalWalk tem uma proposta de acessibilidade e democratização, e por isso a portabilidade da aplicação é uma característica importante para que funcione no maior número de dispositivos possível, como desktops, tablets e smartphones. "Desenvolvido utilizando a plataforma WebGL/HTML5, o CrystalWalk possui código aberto, é gratuito e disponível on-line”, descreve Bardella. O site com o programa é http://gvcm.ipen.br/CrystalWalk.
Sala de aula
Alunos utilizando o CrystalWalk em sala de aula - Foto: Cedida pelo pesquisador
O CrystalWalk já está sendo utilizado em sala de aula também em outras instituições. "Ele é um software de cristalografia para não cristalógrafos, e pode ser usado por alunos de graduação ou pós-graduação em engenharia de materiais, de química, física e geologia, entre outras áreas”, acrescenta Leal Neto. Alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), por exemplo, utilizam o CrystalWalk no laboratório de manufatura aditiva, lançando mão de recursos da aplicação específicos para impressão 3D de modelos.Atualmente, o grupo estuda o potencial imersivo em ambientes intermediários de virtualidade por meio da plataforma de computação holográfica Microsoft Hololens, tecnologia experimental de realidade mista capaz de projetar hologramas diretamente na retina do usuário. "Nesta plataforma, estruturas cristalinas virtuais são sobrepostas ao mundo real”, destaca Bardella. "Como este é um trabalho multidisciplinar, a ideia é buscar alunos de iniciação científica e mestrado de diversas áreas para participarem dos projetos de pesquisa do grupo.” A página do grupo de pesquisa é http://gvcm.ipen.br.
Mais informações: e-mail - gvcm@ipen.br, com Fernando Bardella, André Montes Rodrigues e o professor Ricardo Leal Neto ( lealneto@ipen.br).
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- 18/09/2018 - Equipamento amplia inclusão escolar de crianças com deficiências severas - Blog EstadãoFonte: Estadão - Blog Vencer Limites
Luiz Alexandre Souza Ventura
Um equipamento simples e inovador está ajudando a ampliar a inclusão de crianças com deficiências severas na AACD Lar Escola, em São Paulo. Batizado de Greg Maker, o dispositivo é ligado ao computador por conexão USB, usa uma placa que, por meio de fios com ‘garra jacaré’, transfere as funções de teclado e mouse para os mais diversos objetos, como CDs, massinhas, pratos, frutas, plantas e bonecos."Existem alunos com restrições severas de comunicação. Quando eles se expressam, é muito difícil compreendê-los, e foi possível entendê-los com o uso do Greg Maker”, afirma a coordenadora pedagógica da Escola de Educação Especial da AACD Lar Escola, Roberta Galasso.
"Estamos falando sobre estudantes muito absortos por causa das complexidades das deficiências congnitivas, mas que conseguiram participar da atividade, interagir, se comunicar e responder aos exercícios propostos”, diz a professora.O equipamento foi desenvolvido pela startup Engrenar, especializada em acessibilidade digital e tecnologia assistiva, residente no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, entidade gestora da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo USP/Ipen – Cietec, instalada no campus Ipen, na Cidade Universitária.
A AACD Lar Escola atende estudantes de 6 a 17 anos com deficiências físicas e intelectuais, quase todos (95%) com paralisia cerebral. "Uma aluna que convive com movimento involutários, mas consegue usar o teclado normal do computador com uma ponteira ligada a um capacete, está começando a usar o Greg Maker em casa”, comenta a coordenadora da escola.
O currículo da unidade é desenvolvido em projetos. No semestre passado, o tema foi a Rússia. Cada sala elaborou suas práticas com base nesse assunto central, destacando história, cultura e meio ambiente. Em uma das atividades, voltada à gastronomia russa, os estudantes aprenderam sobre pratos típicos e os principais alimentos consumidos no país europeu.
"Fizemos uma relação dos alimentos (batata, beterrada e outros itens), que foram reunidos in natura dentro de uma caixa de papelão. E buscamos algumas receitas da Rússia. O Greg Maker foi ligado nestes alimentos e a atividade pedia os produtos da receita de uma sopa, por exemplo. Quando o aluno tocava no item escolhido por ele para integrar essa receita, o nome do item era apresentado em áudio pelo computador”, conta a professora.
"Em outra sala, na pesquisa sobre os objetos mais importantes da Rússia, surgiu a Matryoshka. Então, os alunos montaram uma réplica da figura, confeccionada com material reciclado, com a placa do Greg Maker ligada nas costas desse boneco. Foi gravada uma música, com a voz dos alunos, e essa música era acionada quando as crianças tocavam na Matryoshka. Ela falava com eles”, explica a pedagoga.
Para Roberta Galasso, o Greg Maker é uma ferramenta socioeducativa que pode incrementar as atividades escolares para crianças com deficiência. "Essa ferramenta pode ser potencializada em casa, pelos pais desses estudantes, replicando o que já foi feito na escola”, destaca a coordenadora.
"É um processo que requer preparação e aprendizado. Não basta instalar e começar a usar”, ressalta a educadora. A próxima fase de uso do Greg Maker na AACD Lar Escola será com peças de Lego, aliando o equipamento à robótica, com as primeiras atividades previstas para o fim do ano.
COMO OBTER – Quem tiver interesse em obter o Greg Maker deve entrar em contato pelo telefone (11) 3039-8319 ou no email contato@gregmaker.com.br. O equipamento custa R$ 300,00 (trezentos reais).
IMAGEM 02:Quem tiver interesse em obter o Greg Maker deve entrar em contato pelo telefone (11) 3039-8319 ou no email contato @gregmaker.com.br. O equipamento custa R$ 300,00. Descrição #pracegover:Dispositivo sendo acoplado a CDs. Crédito: Divulgação
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- 18/09/2018 - Novo material permite a liberação controlada de medicamentosPesquisadores da Unesp e da Universidade de Franca combinam argila e polímero em escala nanométrica para criar estrutura que possibilita carregar e liberar fármacos gradualmente
Pesquisadores da Unesp e da Universidade de Franca combinam argila e polímero em escala nanométrica para criar estrutura que possibilita carregar e liberar fármacos gradualmente
Fonte: Agência Fapesp
Elton AlissonJá utilizados na agricultura e em cosméticos, os minerais da argila também podem ser aplicados em medicamentos, como anti-inflamatórios e quimioterápicos, para melhorar seus efeitos.
Pesquisadores do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Araraquara, e da Universidade de Franca (Unifran) desenvolveram um novo material, à base de argila e de um polímero. A estrutura permite carregar e liberar fármacos de forma lenta e gradual. Dessa maneira, possibilita controlar a absorção de medicamentos pelo organismo e evitar oscilações da concentração na corrente sanguínea.
O novo material foi desenvolvido no âmbito do INCT de Tecnologias Ecoeficientes Avançadas em Produtos Cimentícios – um dos INCTs financiados pela FAPESP em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no Estado de São Paulo. O processo de obtenção da estrutura foi descrito em artigo publicado na revista Applied Materials & Interfaces, da American Chemical Society.
"Combinamos uma argila comercial, chamada montmorilonita sódica, com um gel polimérico em escala nanométrica [da bilionésima parte do metro]. Com isso, conseguimos obter um material que possibilita liberar uma medicação paulatinamente, nas doses e taxas mais adequadas, mantendo a concentração ideal na corrente sanguínea”, disse Eduardo Molina, professor da Unifran e um dos autores da pesquisa, à Agência FAPESP.
Os pesquisadores incorporaram a montmorilonita sódica em uma matriz flexível e transparente, composta por polióxido de etileno (PEO). Esse material, com características de hidrogel, na forma de uma rede rígida tridimensional, é capaz de absorver volumes elevados de água em seus interstícios, sem se dissolver. Por isso, é considerado um excelente material para liberação controlada de fármacos.
Sozinho, contudo, o hidrogel permite a liberação de um fármaco muito rapidamente. Além disso, pode apresentar um problema, chamado burst release– liberação imediata –, em que uma dose alta de um medicamento é liberada no início e depois mantida a uma determinada taxa. "O hidrogel à base somente de polióxido de etileno não permite obter a liberação lenta e controlada do fármaco”, disse Molina.
Uma vez que a argila é conhecida como um material impermeabilizante, os pesquisadores tiveram a ideia de tentar combiná-la com o hidrogel para verificar se o material poderia se constituir em uma barreira e permitir um controle fino da quantidade de fármaco liberado.
Para testar essa hipótese, diferentes concentrações de montmorilonita sódica foram incorporadas em um hidrogel híbrido orgânico-inorgânico, chamado siloxano-poliéter ou ureasil, por meio de um processo denominado sol-gel.
Esse método de preparo de materiais é baseado em uma série de reações químicas, nas quais ocorre a transformação de um líquido com partículas nanométricas em suspensão – o "sol” – em um gel.
A combinação dos dois materiais – a argila e o hidrogel polimérico – resultou em um nanocompósito no qual foi incorporado diclofenaco sódico durante a preparação do material. O fármaco é um anti-inflamatório, administrável por via oral ou por injeção, bastante utilizado para aliviar o inchaço e a dor gerados, por exemplo, por artrite, reumatismo, lesões musculares, cirurgias ou gota.
As análises das estruturas dos nanocompósitos, feitas por meio de diferentes técnicas de caracterização, revelaram que era possível distinguir claramente o hidrogel polimérico, a argila e o fármaco nos materiais.
Em testes de desempenho do material na liberação do diclofenaco, feitos em laboratório, em recipientes que simulam as condições biológicas, constatou-se que a argila foi essencial para controlar a forma como o fármaco era liberado.
Ao ajustar a porcentagem de argila usada na preparação dos nanocompósitos, foi possível evitar que uma dose grande de diclofenaco sódico fosse liberada no início, e que a liberação posterior ocorresse de forma pausada e a uma taxa constante e previsível.
"Conseguimos obter um efeito, chamado difusão de barreira, que permitiu controlar a quantidade de fármaco liberada de acordo com o tempo”, explicou Molina.
Lamelas nanométricas
Os pesquisadores constataram que, dependendo da quantidade de montmorilonita sódica incorporada no hidrogel, a argila assume a forma de lamelas nanométricas homogeneamente dispersas no material. Essas lamelas nanométricas de argila atuaram como uma barreira física à passagem das moléculas de água e do fármaco pelos canais do hidrogel.
"As lamelas de argila formaram um labirinto no interior do material, que retardou o movimento e imprimiu um determinado ritmo à absorção de água e à liberação do diclofenaco sódico”, afirmou Molina.
Na avaliação dos pesquisadores, o nanocompósito poderia ser usado para revestir comprimidos, por exemplo, e atuar como um sistema de liberação de fármacos para tratamentos prolongados de artrite, enxaqueca e dor pós-cirúrgica, entre outros.
O artigo Highly controlled diffusion drug release from ureasil–poly(ethylene oxide)–Na+–montmorillonite hybrid hydrogel nanocomposites(doi: 10.1021/acsami.8b04559), de Celso R. N. Jesus, Eduardo F. Molina, Sandra H. Pulcinelli e Celso V. Santilli, pode ser lido na revistaApplied Materials & Interfaces em pubs.acs.org/doi/10.1021/acsami.8b04559.
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- 17/09/2018 - CNEN participa da 62ª Conferência Geral da AIEAFonte: Site da CNEN
Entre os dias 17 e 21 de setembro acontece a 62ª Conferência-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em Viena,Áustria. O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Paulo Roberto Pertusi, os diretores Alexandre Gromann (Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear - DRS) e José Carlos Bressiani (Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento - DPD) e a Coordenadora - Geral de Assuntos Internacionais, Viviane Simões compõem a delegação da autarquia no evento. Ao longo da semana, 77 eventos paralelos mostrarão trabalhos de ponta dos países membros, utilizando técnicas nucleares, destacando atividades e programas especiais.Representantes dos Estados membros da AIEA, inclusive em nível ministerial ou superior, estão reunidos na Conferência para discutir os principais elementos das prioridades da Agência em seu trabalho sobre o uso pacífico de tecnologias nucleares. Durante a Conferência, os delegados considerarão uma série de questões, desde o fortalecimento das atividades da Agência relacionadas à ciência, tecnologia e aplicações nucleares, até a melhoria da eficiência das salvaguardas da AIEA e a crescente cooperação internacional em energia nuclear, transporte e segurança de resíduos.
Nos dias 18 e 19 de setembro ocorre o Fórum Científico intitulado "Tecnologia Nuclear para o Clima: Mitigação, Monitoramento e Adaptação”, reunindo especialistas de renome, representantes do governo e acadêmicos de 21 países para discutir o papel que a ciência nuclear pode desempenhar na mitigação, monitoramento e adaptação à mudança climática.
O Fórum abordará tópicos como o papel da energia nuclear na limitação das emissões de gases de efeito estufa e a competitividade da energia nuclear, como as técnicas nucleares estão promovendo a compreensão da mudança climática e seu impacto nos oceanos e na agricultura, e o papel que a ciência nuclear desempenha para ajudar os países a se adaptarem às consequências da mudança climática, abordando riscos à segurança alimentar e combatendo pragas e doenças animais.
Para demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade, a AIEA está organizando a Conferência Geral como uma reunião verde de acordo com as diretrizes do rótulo ecológico austríaco, mantendo o impacto ecológico do evento o mais baixo possível. Para participar dessa iniciativa, os delegados são incentivados a escolher opções ecologicamente corretas ao planejar sua participação, incluindo a redução do uso de papel baixando o aplicativo "Conferências e Reuniões da AIEA” disponível nos dispositivos IOS e Android como um acesso único a informações sobre a Conferência Geral e seus eventos paralelos. O aplicativo permite que os usuários montem sua própria agenda personalizada de eventos e atividades relacionadas ao evento.
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- 17/09/2018 - Grandes potências disputam mercado de energia atômica no continente africanoEnquanto os europeus debatem a abolição da energia atômica, os países africanos estão cada vez mais interessados em desenvolver suas atividades nucleares. Pelo menos dez deles indicaram recentemente a intenção de construir centrais para responder à necessidade de eletricidade na região. Rússia, China e França estão dispostos a investir na atividade em um continente que conta com a vantagem de possuir importantes reservas de urânio.
Enquanto os europeus debatem a abolição da energia atômica, os países africanos estão cada vez mais interessados em desenvolver suas atividades nucleares. Pelo menos dez deles indicaram recentemente a intenção de construir centrais para responder à necessidade de eletricidade na região. Rússia, China e França estão dispostos a investir na atividade em um continente que conta com a vantagem de possuir importantes reservas de urânio.
Fonte: RFI
Enquanto os europeus debatem a abolição da energia atômica, os países africanos estão cada vez mais interessados em desenvolver suas atividades nucleares. Pelo menos dez deles indicaram recentemente a intenção de construir centrais para responder à necessidade de eletricidade na região. Rússia, China e França estão dispostos a investir na atividade em um continente que conta com a vantagem de possuir importantes reservas de urânio.Diante de uma população cada vez maior, os países africanos enfrentam uma demanda crescente de eletricidade, indispensável para o desenvolvimento econômico, mas também de infraestruturas necessárias tanto para a população quanto para atrair investidores. As autoridades da região avançam em busca de fontes de energia vindas de diferentes tecnologias, seja por meio de centrais térmicas, solares, eólicas ou hidrelétricas. No entanto, a opção atômica é cada vez mais cogitada no continente. Para os promotores da energia nuclear, essa tecnologia seria capaz de cobrir rapidamente as necessidades na região.
Apesar dos custos em investimentos, dos riscos ambientais e de segurança, vários países já demostraram interesse no átomo. Argélia, Marrocos, Tunísia, Egito, Gana, Quênia, Uganda, Zâmbia, Níger, Nigéria e Sudão afirmaram claramente a vontade de produzir energia nuclear, mesmo se alguns ainda engatinham em suas pesquisas e sofrem da falta de investimentos.
Mas para Mikhail Chudakov, diretor-geral-adjunto da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), "a África tem sede de energia e a energia nuclear poderia fazer parte da solução para muitos países”. Principalmente diante do crescimento da população, que deve passar dos 1,3 bilhões atuais para 2 bilhões em 2050.
Apenas a África do Sul produz energia nuclear no continente
A história da energia nuclear na África não é recente. A primeira central foi inaugurada no Congo, nos anos 1950. Mas o projeto, implementado pela Bélgica com objetivo científico, foi interrompido em 1970, substituído por outras tentativas que nunca conseguiram alcançar seus objetivos plenos.
Outros países, como Líbia, Argélia, Marrocos e Nigéria, também construíram reatores que serviam principalmente para a pesquisa médica. Alguns, como a Argélia, chegaram a exprimir uma ambição bélica, mas renunciaram rapidamente à ideia de fabricar bombas atômicas.
Atualmente, apenas a África do Sul dispõe de uma central nuclear em atividade plena no continente. Os sul-africanos começaram a atividade atônica por meio de um programa militar secreto que contou com a produção de seis bombas atômicas nos anos 1980. A atividade bélica só foi interrompida quando o país ratificou o tratado de não-proliferação nuclear, em 1991. Em seguida, a África do Sul se concentrou em uma atividade destinada a complementar a geração de eletricidade.
Mas numa tentativa de se liberar da dependência do carvão – responsável na época por 90% da produção de eletricidade na África do Sul – o então presidente Jacob Zuma lançou um ambicioso programa de desenvolvimento do parque nuclear, que acabou sendo deixado de lado em detrimento das energias renováveis. "Nós vamos lançar um estudo para determinar se precisaremos do nuclear após 2030. Mas, até lá, vamos manter nossa capacidade de produção de eletricidade nuclear”, declarou o ministro sul-africano da Energia, Jeff Radebe, no final de agosto.
França tenta se impor diante de China e Rússia
Para responder às ambições nucleares, as autoridades africanas se aproximam de países que possuem experiência na área e que desejam investir no continente. A França, bastante presente na África, tenta como pode ocupar o terreno, por meio de acordos de acesso às minas de urânio. Mas os franceses, que possuem um grande parque nuclear e conhecem o assunto, enfrentam a concorrência dos chineses e dos russos, que já disputam o setor.
Em 2015, o Egito anunciou oficialmente que a Rússia construiria uma primeira central nuclear em El-Dabaa, em pleno deserto. O projeto, estimado de US$ 4 bilhões, deve estar operacional em 2025, ao mesmo tempo que uma central instalada pela empresa russa Rosatom na Nigéria. Moscou prepara ainda mais um projeto no Sudão.
Já do lado chinês, Pequim anunciou este mês que a China General Nuclear Power Corporation iria começar a explorar uma mina de urânio na Namíbia. Os asiáticos também assinaram um acordo com Uganda para a construção de uma usina nuclear, além de confirmarem o lançamento da primeira central nuclear do Quênia.
Além do potencial que representa a África para os promotores do nuclear, o continente possui 20% das reservas mundiais de urânio, indispensável para a produção de energia atômica. Dos 54 países africanos, 34 possuem o elemento químico em seu subsolo. As principais minas estão na África do Sul, Malawi e Namíbia. O Níger, um dos países mais pobres do planeta e que possui um dos menores índices de residências equipadas com energia elétrica, concentra em seu território a 4ª maior reserva mundial de urânio
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- 16/09/2018 - Lições Aprendidas para a Retomada do Programa Nuclear Brasileiro - Artigo de Leonam dos Santos GuimarãesFonte: Defesanet
Leonam dos Santos GuimarãesDiretor-Presidente da Eletrobrás Termonuclear S.A. – ELETRONUCLEAR, Conselheiro de Administração da World Nuclear Association (WNA) e membro do Grupo de Assessoria Permanente em Energia Nuclear do Diretor-Geral da International Atomic Energy Agency (IAEA)
Os percalços enfrentados durante a construção de novos projetos de usinas nucleares na Europa e nos EUA claramente abalaram a confiança na indústria e gerou dúvidas em líderes políticos e formadores de opinião sobre a capacidade da energia nuclear de contribuir ainda mais para reduzir as emissões de carbono da matriz energética global. Essa perda de credibilidade é injusta, uma vez que os problemas subjacentes são totalmente corrigíveis e dado que a tecnologia demonstrou ainda no século passado ser uma das opções mais rápidas e eficazes para descarbonizar a geração elétrica.
Muitos têm ponderado sobre como diminuir os custos nucleares. Uns argumentam que a comercialização de reatores avançados o mais rápido possível seria a chave, enquanto outros postulam que a construção em série de projetos padronizados e comprovados seria a solução. Ambos os argumentos têm mérito e merecem uma avaliação mais profunda, mas há coisas ainda mais fundamentais para melhorar a economia da geração nuclear, que devem ser alcançadas em ambos os casos.
Entretanto, há também lugares, especialmente na Ásia, onde os projetos de usinas nucleares estão sendo entregues no prazo e dentro do orçamento e, na verdade, um número crescente de países está iniciando programas de geração elétrica nuclear. A construção de novas usinas é uma opção inquestionavelmente competitiva em muitas partes do mundo. A questão é como criar essas condições para o sucesso em todos os lugares.
Na indústria nuclear, diz-se que, em termos econômicos, apenas dois números importam: os custos financeiros e os custos de capital. Os custos de construção de uma usina nuclear são altos em comparação com outras fontes. Portanto, grandes somas de dinheiro precisam ser garantidas antecipadamente.
Por outro lado, os custos de combustível e operação das usinas nucleares são baixos quando comparados com a maioria dos geradores termoelétricos convencionais, tornando-as ideais para geração na base da carga, constituindo investimentos muito lucrativos no longo prazo, uma vez que os custos de financiamento sejam pagos. Um terceiro número, portanto, também importa muito: o tempo necessário para construir a usina e começar a efetivamente gerar caixa. Essas noções básicas nos dão uma pista sobre o que precisa acontecer primeiro.
Redução nos custos de financiamento.
O primeiro passo para reduzir os custos de entrega da eletricidade nuclear tem pouco a ver com a tecnologia ou padronização de reatores e tudo a ver com o custo do financiamento. O custos projetados de novas usinas nucleares são fortemente afetados pela taxa de desconto[2], uma medida do retorno financeiro esperado. Os custos da energia nuclear são simplesmente dominados pelo que os proprietários esperam receber, ou precisam pagar.
Alguns responderiam a isso ressaltando que, se houvesse melhor evidência de que as usinas nucleares poderiam ser construídas dentro do prazo e do orçamento, o capital privado se tornaria mais acessível. Embora seja verdade, essa resposta não é particularmente perspicaz. Ela ignora o fato de que as usinas nucleares são projetos megainfraestruturais de importância nacional, com grandes riscos para os investidores, mas também importantes benefícios para a sociedade, tais como garantia da segurança energética, ar mais limpo, mitigação das mudanças climáticas, crescimento econômico regional e desenvolvimento sustentável.
Além disso, os próprios governos são a fonte de alguns dos maiores riscos enfrentados por esses projetos. Há muitos exemplos ao longo da história de lamentável interferência política na energia nuclear: casos de projetos cancelados em estágios avançados de construção, casos em que usinas concluídas nunca foram autorizadas a operar, casos em que usinas operacionais foram obrigadas a fechar, apesar de estarem em conformidade com os requisitos regulatórios, e casos em que impostos nucleares específicos se tornaram uma carga tão grande que influenciaram na decisão dos proprietários de descomissionar usinas prematuramente.
Nenhuma perícia em engenharia ou genialidade empreendedora pode superar a ideologia e o oportunismo político. Esse risco aumenta o custo de financiamento de projetos nucleares, já que os investidores invariavelmente consideram um prêmio adicional para assumi-lo.
Um apoio político forte, consistente e explícito aos programas nucleares é a única maneira de reduzir esses riscos. Os governos podem precisar reforçá-lo por meio de envolvimento direto, fornecendo garantias de empréstimos ou tomando parte do projeto, por exemplo. Eles também devem definir a estrutura do mercado para garantir que os fatores externos sejam internalizados e que seja propiciada estabilidade aos investimentos de longo prazo. Em um mundo que responde às realidades das mudanças climáticas, onde a demanda por eletricidade está crescendo e os países estão buscando um maior grau de segurança energética, tais intervenções são plenamente justificadas.
E quanto às instituições financeiras? Elas deveriam estar procurando financiar usinas nucleares como prioridades de governança ambiental e social. Isto vale especialmente para os bancos nacionais e internacionais de desenvolvimento, muitos dos quais, injustificadamente, se recusam a financiar projetos nucleares. O que nos leva ao segundo passo.
Redução do risco regulatório.
A energia nuclear é a tecnologia para uso civil mais regulamentada do planeta. É um pouco irônico esperar que as usinas nucleares frequentemente tenham de competir sem assistência em mercados "desregulados". Os projetos nucleares tipicamente:· requerem aprovação a nível nacional, regional e local (em alguns casos até internacional);
· levam anos de planejamento e são inviáveis de serem continuados sem um consenso político robusto;
· requerem estudos de impacto ambiental detalhados e longas consultas públicas;
· são licenciados e regulados por autoridades de segurança independentes, com o poder de parar a construção ou operação a qualquer momento, e,
· são abrangidos por tratados e acordos internacionais relativos ao comércio e transporte de materiais nucleares, segurança e responsabilidade civil, etc.Os reguladores da segurança têm contribuído para atrasos em projetos nucleares, por vezes de forma injustificada, como quando novos requisitos são introduzidos após a construção ter começado. É preciso evitar a mudança de requisitos regulatórios, para se ter alguma chance de entregar projetos com sucesso, dentro da qualidade, custos e prazos planejados.
Também há muito que pode ser feito internacionalmente em termos de harmonização de regulações, códigos e padrões. A indústria nuclear foi originalmente desenvolvida como uma série de empresas nacionais, mas os projetos têm um caráter cada vez mais internacional. O progresso na harmonização deve ajudar a reduzir a carga de licenciamento da concepção (que pode chegar a centenas de milhões de dólares), aumentar a diversidade e a qualidade da base de fornecedores e reduzir a possibilidade de erros durante a construção. Todas essas coisas devem ter impactos perceptíveis nos custos de entrega.
Ao mesmo tempo, há uma ativa discussão em muitos países sobre a adequação das atuais abordagens regulatórias e quais requisitos realmente contribuem para ganhos significativos de segurança. Esse tema deve continuar a ser aprofundado e mudanças práticas acontecerem, especialmente à medida que novas tecnologias inovadoras são trazidas à tona que podem ser injustamente prejudicadas pela estrutura existente. As evidências mostram claramente que a energia nuclear é uma das fontes de energia mais seguras[3]. Seria um desfecho ruim se a regulamentação impedisse o desenvolvimento nuclear ao invés de possibilitá-lo. A regulamentação nuclear e seus códigos e padrões estão fortemente ligados ao desempenho nuclear, o que nos leva finalmente à própria indústria, e ao terceiro passo.
Melhorar o desempenho da indústria
O terceiro passo para reduzir os custos da energia nuclear é, obviamente, que a indústria melhore seu desempenho na construção. Isso exige que todas as partes envolvidas [4], proprietários, fornecedores e contratados, aprendam as lições do gerenciamento de projetos nucleares anteriores, ao mesmo tempo em que integram tecnologias de ponta e melhores práticas. A construção de megaprojetos é, naturalmente, extraordinariamente complexa.
Essa complexidade cria muitas armadilhas, mas também, deve-se dizer, inúmeras oportunidades de otimização. A regra de ouro da construção nuclear é acertar na primeira vez. Quando um erro é cometido ou a gerência (ou reguladores) decide que o retrabalho é necessário, isso pode levar a danos triplos. Há o custo do trabalho e dos componentes originais, o custo de sua remoção e, é claro, o custo da substituição.
Se este trabalho estiver no caminho crítico do cronograma, isso levará a um atraso no comissionamento, e é aí que realmente começa a doer, na medida em que juros adicionais são acumulados aos empréstimos que agora terão que esperar mais tempo para ter a receita gerada pela operação da usina. Isso confirma a necessidade de priorizar a qualidade no gerenciamento de projetos nucleares, ao invés de selecionar produtos ou empreiteiros com preços mais baixos, já que isso provavelmente economizará tempo e custos mais tarde.
Os inaceitáveis atrasos em projetos de usinas nucleares na Finlândia, França e EUA foram agravados pelo fato de que eles eramfirst-of-a-kind(FOAK) e os países não construíram reatores por décadas, perdendo competência, como resultado. Infelizmente, o termo FOAK acaba se aplicando funcionalmente a projetos nucleares mesmo quando a mesma tecnologia é construída em diferentes países devido à limitada internacionalização anteriormente mencionada.
Vale a pena notar que quase nenhum dos problemas encontrados nesses projetos pode ser atribuído ao projeto básico do reator (uma ressalva é que a construção não deve começar até que um projeto detalhado seja desenvolvido). A escolha da tecnologia não parece ser a fonte do problema. No entanto, a própria tecnologia oferece a solução.
Afinal, nada permanece o mesmo para sempre e esta é a era da evolução tecnológica acelerada. Inovações como a digitalização e a impressão 3D estão transformando a maneira como a indústria faz e monta as coisas. As capacidades de fabricação das cadeias de suprimentos encontradas nos países nucleares mais avançados são um salto quântico em relação aos dias pioneiros. Novas técnicas introduzidas em um país podem ser transferidas para outros, se a indústria local estiver disposta a aprender e os reguladores estiverem dispostos a aceitar a mudança.
O caminho crítico
As chaves para reduzir os custos dos projetos nucleares são: facilitar o acesso a financiamento barato, reduzir as barreiras regulatórias e melhorar o desempenho da indústria na construção. Comprometer-se de todo o coração com a realização de projetos avançados o mais rápido possível ou com a construção em série de uma frota de reatores padronizados é uma preocupação que se segue aos fatores acima e não os substitui.
Ironicamente, são os defensores das energias renováveis que muitas vezes parecem se opor mais energicamente à energia nuclear por causa dos "custos”. É irônico porque há dez anos você poderia ter dito a mesma coisa sobre a energia solar ou eólica, mas isso era motivo para um programa consistente de apoio do governo com a intenção de reduzir o preço dessas tecnologias, não abandoná-las. Este programa de apoio foi inquestionavelmente justificado, uma vez que as energias renováveis oferecem benefícios distintos e o seu potencial de crescimento é promissor. O mesmo vale para a energia nuclear.
Melhorar o desempenho da construção de usinas nucleares e, em decorrência, sua atratividade econômica, exige que os países não desistam no primeiro tropeço. A indústria pode aprender fazendo, mas isso claramente não é possível se os programas são descontinuados e a expertise desapareça. O compromisso político é essencial.
É possível construir usinas nucleares rapidamente. Em 1996, a unidade 6 de Kashiwasaki Kariwa[5]foi conectada à rede elétrica após apenas três anos, estabelecendo a referência para o desempenho da construção nuclear. O que fundamentalmente impede que isso seja alcançado novamente? Se os períodos de construção de cinco, quatro ou até três anos se tornassem a norma da indústria, certamente ninguém poderia descartara prioria energia nuclear como sendo muito demorada ou muito cara para contribuir significativamente na luta contra a mudança climática.
[1] Leonam dos Santos Guimarães é Diretor-Presidente da Eletrobrás Termonuclear S.A. – ELETRONUCLEAR, Conselheiro de Administração da World Nuclear Association (WNA) e membro do Grupo de Assessoria Permanente em Energia Nuclear do Diretor-Geral da International Atomic Energy Agency (IAEA)
[2] OECD, Projected Costs of Generating Electricity, 2015 Edition(Custos Projetados da Geração de Eletricidade, Tabela 3.11, considerando 85% do fator de capacidade), disponível emhttps://www.oecd-nea.org/ndd/pubs/2015/7057-proj-costs-electricity-2015.pdf[3] OECD/NEA, Comparing Nuclear Accident Risks with Those from Other Energy Sources, disponível em https://www.oecd-nea.org/ndd/reports/2010/nea6861-comparing-risks.pdf[4] Guimarães, L.S., Agentes Envolvidos na Construção de uma Usina Nuclear, março de 2018, disponível em http://www.aben.com.br/noticias/agentes-envolvidos-na-construcao-de-uma-usina-nuclear[5]WNA, Kashiwazaki Kariwa 6, Japan, disponível em http://www.world-nuclear.org/reactor/default.aspx/KASHIWAZAKI KARIWA-6