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- 01/03/2018 - Tratamento de iodoterapia está suspenso desde 2016 na rede pública de saúde do DFEspaço onde procedimento é realizado está em reforma. Instituto Hospital de Base diz que tratamento voltará a ser oferecido até o fim de maio.
Espaço onde procedimento é realizado está em reforma. Instituto Hospital de Base diz que tratamento voltará a ser oferecido até o fim de maio.
Fonte: G1A rede pública de saúde do Distrito Federal suspendeu, desde maio de 2016, a oferta de um tipo de tratamento de iodoterapia – indicado para pacientes diagnosticados com câncer na tireoide. Por se tratar de um procedimento que usa material radioativo, a Secretaria de Saúde precisa de uma licença de funcionamento da Comissão Nacional de Energia Nuclear para ofertar o serviço. No entanto, o documento não foi mais emitido, porque o órgão exigiu mudanças na sala onde o tratamento é realizado.
Em nota enviada aoG1, o Instituto Hospital de Base – única unidade pública do DF que disponibiliza o procedimento –, informou que até o fim de maio o tratamento voltará a ser oferecido.
"O tratamento de câncer por iodoterapia em doses acima de 50mCi será realizado após a conclusão das obras do quarto terapêutico, das adequações exigidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a liberação do credenciamento pela CNEN."
Segundo o instituto, o processo de credenciamento do espaço está em andamento, e a aquisição de insumos radioativos, inclusive o iodo, também. As doses abaixo de 50mCi são realizadas por meio de comprimidos e o tratamento está disponível na rede pública, afirmou o órgão.
Espera pelo tratamento
Há cinco meses, a dona de casa Luciana Ferreira aguarda pela iodoterapia. Em setembro do ano passado, ela fez uma cirurgia. Após o procedimento, os médicos indicaram o tratamento, mas, até esta quarta-feira (28), ele ainda não havia sido realizado.
"A única coisa que os médicos dizem é que eles tinham um local para fazer o tratamento, mas não estava adequado e, por isso, foi fechado. Simplesmente foi isso: foi fechado e eles não tomaram providências até hoje", disse Luciana.
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- 28/02/2018 - Desmonte do setor nuclear exclui Brasil do jogo no mercado globalFonte: AbenAo lado dos Estados Unidos e da Rússia, o Brasil faz parte do seleto grupo de nações que domina o ciclo do combustível nuclear, de modo autossuficiente, para a geração de energia elétrica. Os outros países ou têm a tecnologia ou a matéria-prima, mas não as duas juntas. Além dos três citados, somente mais oito Estados nacionais completaram o ciclo tecnológico do enriquecimento do urânio – mas estes dependem da importação do minério.Em breve, contudo, é provável que o Brasil seja expelido do topo dessa lista e assista ao completo abandono do seu programa nuclear, que enfrenta uma dramática crise de financiamento há cerca de três anos. "Esse desmonte só interessa aos países centrais. O Brasil estava na crista da onda há seis anos e era reconhecido internacionalmente. Hoje, isso mudou completamente com a paralisia dos investimentos no setor nuclear", afirma Aquilino Senra, professor de Engenharia Nuclear da Coppe/UFRJ.De fato, a situação financeira da Eletronuclear é crítica devido à falta de renovação do seu empréstimo junto ao BNDES para a construção da usina de Angra 3, como atesta em carta pública a Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben). O Banco está exigindo que a empresa assuma encargos da ordem de R$ 30 milhões por mês antes de a própria usina gerar receita, comprometendo o fluxo de caixa da Eletronuclear e o pagamento a fornecedores.A Aben alerta que a paralisação das obras de Angra 3, com o consequente risco de que não entre em operação, poderá agravar a crise do setor elétrico brasileiro. A usina poderia agregar quase 1.500 MW à oferta de energia num momento em que se registram baixos níveis de armazenamento nos reservatórios das hidrelétricas.Brasil abdica do mercado globalAquilino Senra lembra que o Brasil tem a sétima maior reserva de urânio do mundo, com potencial para ser o primeiro desse ranking. Com minério de sobra, o país fez, a partir do fim da década de 1970, um notável esforço tecnológico de enriquecimento do urânio, por meio de centrífugas, que surpreendeu o mundo (acesse a palestra do pesquisador e saiba mais sobre o ciclo do combustível nuclear e a estrutura do setor no Brasil)."Foi um projeto coordenado pela Marinha, sob a liderança do almirante Othon Pinheiro, com a parceria das universidades e dos institutos de pesquisa. O Brasil passou a dominar essa tecnologia sensível e anunciou, na metade da década de 1980, a sua capacidade de enriquecer urânio", frisa.Portanto, o Brasil tem matéria-prima e tecnologia para galgar a posição de player no mercado global, segundo o pesquisador. São mais de 400 usinas nucleares no mundo com necessidade de manutenção e abastecimento de urânio."É um mercado que movimenta mais de U$ 20 bilhões, restrito a cerca de cinco países, e que envolve o fornecimento de componentes e de matéria-prima para as usinas. Só que o Brasil ainda não entrou neste mercado global e nem querem que entre", aponta.Ex-presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), empresa que exerce o monopólio da produção e comercialização de materiais nucleares, Senra defende a venda do minério enriquecido, ou seja, com valor agregado, e não do urânio in natura.Submarino nuclear e soberania do territórioMas, além das vantagens econômicas que pode proporcionar ao Brasil, o programa nuclear tem outro viés, relacionado à defesa do Estado e da soberania nacional. O submarino nuclear tem uma importância geopolítica estratégica, já que o país tem uma costa extensa, onde há petróleo e minerais valiosos que podem ser explorados."Essa extensão de mar ao longo da costa é uma área a ser defendida. O submarino nuclear é uma peça estratégica dentro do arranjo de defesa do território, já que permanece mais tempo submerso e não pode ser detectado por satélites ou sonares dos navios", explica.Para evitar confusões, o professor da Coppe/UFRJ lembra que o Brasil é o único país do mundo que tem um artigo na Constituição que proíbe o uso da energia nuclear para fins militares. Portanto, o submarino é movido a propulsão nuclear, não uma arma nuclear.Além do submarino nuclear – que deverá ficar pronto em 2029, com atraso de quatro anos devido à falta de recursos –, o programa prevê a construção de mais quatro submarinos convencionais, devendo o primeiro deles ser lançado no início do ano que vem.Hoje, segundo o docente, a tecnologia voltada para o submarino nuclear, com enriquecimento de 20% do urânio, está sendo desenvolvida no Centro Experimental Aramar, em São Paulo. "Na parte civil, o enriquecimento está limitado a 5% exatamente para que ele não possa ser desviado para a construção de artefatos nucleares. E o enriquecimento de 20% se destina a submarinos nucleares ou a reatores para pesquisa", esclarece.Senra afirma que o almirante Othon Pinheiro – engenheiro naval, com mestrado na área nuclear no Massachusetts Institute of Technology (MIT) – teve papel essencial no desenvolvimento do ciclo do combustível nuclear. E critica a condenação e a prisão ruidosa do ex-presidente da Eletronuclear no âmbito da Operação Lava Jato."Foi uma operação feita de maneira espetaculosa. Não havia a necessidade de filmarem a prisão do presidente da Eletronuclear, às seis da manhã. A prisão preventiva durou mais de um ano e meio até vir uma condenação em primeira instância, com uma pena de 43 anos [hoje o almirante cumpre prisão domiciliar]. Além disso, não foi apontado nenhum ato de ofício de Othon Pereira em benefício de empreiteiras", afirma.O almirante era um integrador das atividades de todo o setor, segundo o professor, e tinha voz ativa na definição da política nuclear do país, com uma visão autônoma e nacionalista. "Era um cientista que incomodava os interesses econômicos das outras nações", ressalta.Outras aplicações da energia nuclearAquilino Senra salienta ainda que a sociedade, de modo geral, ouve falar em energia nuclear apenas quando ocorrem grandes acidentes em reatores de usinas, mas desconhece o seu uso em áreas como a indústria, a medicina e a agricultura, entre outras. São aplicações do dia a dia estabelecidas e socialmente aceitas, mas a principal delas é mesmo a geração de energia elétrica – "hoje, 16% da energia elétrica gerada no mundo vem das usinas nucleares".Ele aponta que outra aplicação importante, mas ainda incipiente, relaciona-se à dessalinização da água do mar, a partir do calor produzido nas usinas, para torná-la potável e também para produzir energia. Por fim, Senra cita o hidrogênio como a bola da vez na área de produção de energia, com capacidade até mesmo de se tornar o substituto do petróleo no futuro. E, para o necessário processo de separação do hidrogênio da água, uma das possibilidades em estudo é o uso do calor dos reatores nucleares.Fim do monopólio do urânio atende a interesses externosConexão UFRJ – Como o senhor avalia a possibilidade de fim do monopólio da exploração do urânio?Aquilino Senra – Durante os três anos em que presidi a INB, entre 2013 e 2016, eu me manifestei no Congresso Nacional contra a quebra do monopólio do urânio, que está previsto na Constituição. E hoje existe uma conversa no governo para quebrar o monopólio e temos que nos posicionar contra isso porque o que querem é vender o minério in natura. Todos têm acompanhado as notícias sobre o programa de privatização da Eletrobras, uma empresa holding com várias subsidiárias, entre elas a Eletronuclear, que lida com o urânio. Como a sua exploração é monopólio da União, para que a Eletrobras seja privatizada, é preciso que a Eletronuclear se desvincule dela. E esse modelo de como ficará a empresa não está claro.Conexão UFRJ – Como as empresas brasileiras têm sido afetadas pela Operação Lava Jato?Aquilino Senra – Em relação à Eletronuclear, desde a prisão do almirante Othon Pinheiro, todo o processo de construção de Angra 3 foi interrompido. Nada era assinado, nada podia ser feito e as empreiteiras que estavam construindo a usina estão tentando terminar um acordo de leniência, numa briga entre o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União que não se consegue resolver. O que está acontecendo é que, sob o argumento de combater a corrupção, a Lava Jato está destruindo as empresas brasileiras. A Engenharia Nacional foi desmontada em função desse processo. Em outros países do mundo democrático, nunca se fez combate à corrupção sem se observarem os aspectos estratégicos envolvidos na atividade das empresas. Durante a 2ª Guerra Mundial, grandes empresas alemãs fizeram uso de mão de obra escrava judia. Com o fim da Guerra, os dirigentes das empresas foram a julgamento, mas as empresas se mantiveram intactas. No Brasil, não há uma preocupação dos órgãos de controle da Justiça brasileira em separar a atividade primordial das empresas do processo de combate à corrupção, seja por incapacidade ou por outras razões menos nobres.Conexão UFRJ – A quem interessa esse desmonte das empresas brasileiras e do programa nuclear?Aquilino Senra – Só interessa aos países centrais. E é evidente que há interesses internacionais por trás disso, não confessados, mas há. Primeiro, são interesses comerciais. Esse mercado do uso da tecnologia nuclear para geração de energia elétrica e produção de radiofármacos para aplicações industriais é extremamente valioso, que se renova anualmente. E os players são poucos, em torno de cinco. A alguns países centrais não interessa que tenhamos essa capacidade tecnológica para que possam tentar vender serviços e tecnologia ao próprio Brasil. E mais, o urânio também interessa fortemente aos países centrais que fazem uso da energia nuclear. Sem ele, a usina não gera energia.Conexão UFRJ – Com a paralisação das obras e o agravamento da crise do setor elétrico, há risco de novo apagão no país no futuro?Aquilino Senra – Sem dúvida nenhuma. A paralisação de Angra 3 não teve ainda as consequências que poderia ter porque a economia brasileira entrou em colapso. Se ela continuasse crescendo a uma média razoável de 3% ao ano, seria necessário agregar esse mesmo percentual ao ano, pelo menos, em nova geração de energia. Se houver um descompasso, não teremos energia, que foi o que aconteceu em 1999, no apagão, quando o Brasil teve que colocar para funcionar geradores a diesel.Conexão UFRJ – O papel da UFRJ no desenvolvimento da pesquisa e da tecnologia nuclear vem sendo afetado pela crise econômica e queda dos recursos de financiamento?Aquilino Senra – Boa parte dos engenheiros que trabalha no setor nuclear começou a sua vida profissional nas décadas de 1970 e 1980. A maioria já se aposentou ou está em vias de se aposentar. Então, seria preciso uma renovação de quadros. Por outro lado, há uma perspectiva de se ampliar a matriz energética com um percentual maior da nuclear, e seriam necessários técnicos para isso. Não adianta pensar apenas em investimento em tecnologia, é preciso fazer investimento também em formação de pessoal. Por isso, a UFRJ, há cerca de sete anos, criou o primeiro curso de graduação de Engenharia Nuclear do país, numa parceria entre a Escola Politécnica e o Programa de Engenharia Nuclear da Coppe. Já formamos duas turmas com profissionais extremamente qualificados.Conexão UFRJ – E eles estão conseguindo se inserir no mercado?Aquilino Senra – Esses profissionais estão sendo contratados por empresas estrangeiras, pela Marinha ou pela empresa a ela associada, a Amazul. Outros estão indo para a vida acadêmica. Portanto, é importante que se defina rapidamente qual é a dimensão do programa nuclear brasileiro para que não continuemos a colocar jovens no mercado sem uma perspectiva de emprego. Mas a vantagem do profissional da área nuclear é que ele é um engenheiro de sistemas, tem uma formação que permite a ele trabalhar em outras áreas. A verdade, no entanto, é que hoje está muito mais difícil para os estudantes conseguirem oportunidades na área de pesquisa e de desenvolvimento de tecnologia, com os cortes nas bolsas feitos pelo governo. Os editais para pesquisa também são cada vez mais raros e, quando saem, muitas vezes os recursos não são liberados. Ou seja, está havendo também um desmonte da área de ciência e tecnologia no país. -
- 27/02/2018 - Delegação brasileira chega ao Cazaquistão para desenvolver comércio bilateralFonte: UOLAstana, 27 fev (EFE).- Uma delegação de empresas brasileiras chegou nesta terça-feira a Astana para estabelecer contatos que favoreçam a criação de projetos com o Cazaquistão nas áreas de energia, desenvolvimento de cidades inteligentes, construção de instalações industriais e mineração."O Cazaquistão é um país rico em petróleo, gás, urânio e outros minerais. Também é um dos países da Ásia Central que está pronto para investir", disse à Agência Efe o diretor da consultoria brasileira TL, Tomas Lico Martins.Após uma reunião com representantes da companhia cazaque KazInvest, Martins afirmou que havia interesse no projeto de construção de uma quarta refinaria de petróleo no Cazaquistão."Estamos considerando projetos potencialmente interessantes de contratos 'chave na mão': desenhando, construindo, fornecendo equipes e entregando-os logo depois da sua finalização a futuros sócios cazaques em aluguel", explicou Martins.O Cazaquistão é o maior produtor de urânio no mundo e, segundo o brasileiro, há planos para um contrato de longo prazo com a empresa energética Kazatomprom para o fornecimento do produto ao Brasil.Martins afirmou que as escassas chuvas no inverno afetaram a produção de eletricidade no Brasil, que depende em 90% da energia hidrelétrica.
"Agora o Brasil está construindo uma terceira usina de energia nuclear. As autoridades do país planejam construir mais duas. Portanto, precisamos de urânio", explicou. -
- 27/02/2018 - Análise de osso comprova dose mortal de radiação em explosão nuclearTécnica inovadora mediu dose de radiação na mandíbula de vítima da bomba atômica lançada na cidade japonesa de Hiroshima
Técnica inovadora mediu dose de radiação na mandíbula de vítima da bomba atômica lançada na cidade japonesa de Hiroshima
Fonte: Jornal da USP
Pesquisa com a participação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP mediu a exposição à radiação das explosões nucleares no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, a partir do osso da mandíbula de uma vítima dos bombardeios. Por meio de técnicas inovadoras de medição, o estudo comprova a exposição a uma quantidade mortal de radiação no momento da explosão. Os resultados são compatíveis com as doses de radiação encontradas em fragmentos de tijolos e telhas nos locais atingidos pelas bombas.
As explosões em Hiroshima e Nagasaki, acontecidas em 6 e 9 de agosto de 1945, são o único momento da história em que as bombas atômicas foram usadas contra civis. Este evento levou a um grande número de estudos sobre os efeitos e a dosimetria das radiações ionizantes. Porém, as pesquisas não utilizaram os ossos das vítimas como dosímetro.
"Um dosímetro é um dispositivo utilizado para medir a dose de radiação, ou seja, a quantidade de energia que é depositada na matéria por unidade de massa”, explica o professor Oswaldo Baffa, do Departamento de Física da FFCLRP, um dos autores do artigo. "Há diversos tipos de dosímetros, como as câmeras de ionização existentes em hospitais, os dosímetros termoluminescentes e os opticamente estimulados. Mesmo um filme fotográfico ou de raio-x, conforme a dose de radiação, muda a tonalidade de cinza e pode ser calibrado como um dosímetro.”
Exposição à radiação
A pesquisa avaliou amostras de ossos de vítimas fatais da explosão por Ressonância de Spin Eletrônica (ESR). "Nesse caso, em que houve uma exposição incidental à radiação, ossos e principalmente dentes serviram como dosímetro”, relata o professor. "Os ossos possuem uma parte orgânica e outra mineral, e a parte mineral possui um componente chamado hidroxiapatita. Ela possui propriedades paramagnéticas, ou seja, é capaz de registrar a interferência de campos magnéticos externos, como o produzido pela explosão, funcionando como um tipo de ‘memória magnética’ da exposição à radiação. Por meio dela é possível inferir a dose no momento da explosão.”
Em 1973, Sérgio Mascarenhas, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) e um dos autores da pesquisa, viajou para o Japão e realizou um experimento preliminar sobre as amostras de ossos das vítimas. "Havia um problema na amostra, que era um sinal de fundo de origem desconhecida, que atrapalhava as medições do dosímetro”, conta Baffa. "Foram necessários avanços nos estudos sobre propriedades paramagnéticas e a tecnologia de processamento de sinais para separar o sinal de fundo e permitir a medição da dose.”
O estudo utilizou um fragmento da mandíbula de uma vítima da explosão de Hiroshima, da qual foi isolada da parte mineral uma amostra de hidroxiapatita. "Por meio de equipamentos de ressonância, a ‘memória magnética’ é lida para se obter o espectro paramagnético da hidroxiapatita”, diz o professor. "Em seguida, é adicionada uma dose adicional de radiação à amostra. Quando são medidas as diferenças no espectro, é possível obter um marcador que estima a dose à qual o osso foi submetido na explosão das bombas.”
Dose fatal
A análise obteve da mandíbula uma dose reconstituída de 9,46 ± 3,4 Gray (Gy), que indica a dose de radiação. "Esse valor é compatível com a dose obtida por meio de outras técnicas, em amostras não biológicas como, por exemplo, na medição da luminescência de grãos de quartzo presentes nos fragmentos de tijolos e telhas encontrados no local das explosões”, conta o professor. "Também está próxima do resultado de técnicas biológicas de medição, aplicadas em estudos de longo prazo que utilizam como parâmetro as alterações no DNA de sobreviventes do ataque nuclear.”
Baffa ressalta que a dose encontrada na amostra é considerada alta. "Uma dose de 5 Gy exposta pelo corpo todo, cerca de metade do valor obtido, já é fatal”, observa. "Numa sessão de radioterapia, o paciente é submetido a uma dose menor, de 2 Gy, aplicada em um local específico do corpo. Para eliminar um tumor, utiliza-se 30 Gy, direcionados para áreas menores, de alguns milímetros quadrados.”
O artigo Electron spin resonance (ESR) dose measurement in bone of Hiroshima A-bomb victim é assinado por Ângela Kinoshita, da FFCLRP e da Universidade Sagrado Coração, em Bauru (SP), Oswaldo Baffa e Sérgio Mascarenhas, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP. O texto na íntegra, publicado pela Plos One em 6 de fevereiro, pode ser lido neste link.
Mais informações: e-mail baffa@usp.br, com o professor Oswaldo Baffa
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- 27/02/2018 - #Os100Mais ComentadosEmpresa divulga o ranking com artigos científicos que chamaram a atenção dos leitores nas mídias sociais em 2017
Empresa divulga o ranking com artigos científicos que chamaram a atenção dos leitores nas mídias sociais em 2017
Fonte: Agência FAPESPReduzir o consumo de gorduras pode não ser a melhor alternativa para diminuir o risco de doenças cardiovasculares e de morte, segundo a principal conclusão do estudo mais comentado nas mídias sociais em 2017. O paper, que recomenda cortar carboidratos, está no topo do ranking dos 100 artigos científicos de maior impacto na internet elaborado pela Altmetric, empresa do Reino Unido que monitora a influência da produção científica por meio não da citação em artigos, mas da análise de menções em sites, redes sociais, Wikipedia, portais de notícia e blogs. Grande parte das pesquisas mais discutidas no ano passado trata de assuntos como estereótipos de gênero, estigmas em torno de doenças mentais e efeitos das mudanças climáticas. Outras abordam tópicos como planetas capazes de sustentar a vida e o risco de robôs roubarem o emprego de seres humanos. O ranking completo está disponível em altmetric.com/top100/2017/.O paper que lidera o ranking de 2017 foi publicado em agosto na revista The Lancet por pesquisadores de vários países, inclusive do Brasil, e avaliou a dieta de aproximadamente 130 mil pessoas em 18 nações nos últimos 10 anos. Segundo a base de dados Scopus, da editora Elsevier, o trabalho recebeu, por enquanto, apenas 10 citações em outros artigos. Mas teve impacto importante entre públicos variados: foi citado em mais de 7.400 posts no Twitter, 422 páginas no Facebook e 130 sites de notícias. "Graças aos dados da Altmetric é possível ter um quadro mais completo do alcance imediato da pesquisa na sociedade”, observa o cardiologista Álvaro Avezum, diretor da Divisão de Pesquisa do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo, e um dos autores do artigo. O número de citações, ele diz, é um parâmetro consagrado para avaliar a relevância da produção científica, mas não fornece pistas de como seus resultados são recebidos pela população.O ranking da Altmetric é divulgado anualmente desde 2013 (ver Pesquisa FAPESP nº 250). No ano passado, os 100 artigos da lista renderam, no total, mais de 200 mil menções. A maioria foi feita no Twitter (165 mil), seguido de sites de notícias (25 mil) e do Facebook (6.164). "As mídias sociais são as fontes mais importantes para avaliar o engajamento das pessoas ao compartilhar ou comentar posts em que os artigos científicos são divulgados”, explica o especialista britânico em bioinformática Euan Adie, fundador da Altmetric. "Já para analisar o alcance dos papers, é mais interessante considerar a repercussão em veículos da imprensa”, completa.Um artigo publicado em maio na revista Research Policy ficou na segunda posição do ranking ao repercutir não só em mais de 7.300 tuítes, mas também em importantes jornais e portais de notícias, como o espanhol El País e o norte-americano Yahoo. O estudo mostrou que um terço dos 3.659 estudantes de doutorado das universidades da região de Flanders, na Bélgica, corria o risco de desenvolver algum tipo de doença psiquiátrica. "Embora seja um problema do ambiente universitário, a discussão sobre as pressões enfrentadas por quem opta por seguir a carreira acadêmica e os distúrbios psicológicos relacionados à vida na pós-graduação está em evidência no mundo. Isso justifica o interesse do público por esse tema”, comenta o biólogo Atila Iamarino, um dos criadores da rede ScienceBlogs Brasil.Na terceira posição, ficou um paper do Journal of American Medical Association(Jama), assinado por pesquisadores de várias instituições dos Estados Unidos. O estudo examinou dados do Medicare, o sistema de seguros de saúde gerido pelo governo norte-americano, entre 2011 e 2014, e descobriu que os pacientes com idade igual ou superior a 65 anos tratados por médicas apresentaram taxas de mortalidade significativamente menores em comparação com aqueles que foram atendidos por profissionais do sexo masculino no mesmo hospital. O estudo sugere que as diferenças de gênero nos padrões de prática médica pode ter implicações clínicas no tratamento dos pacientes."Como se percebe, muitos assuntos estão relacionados à saúde humana e à aptidão física”, salienta Euan Adie. Pouco mais da metade da lista (53%) é de artigos publicados em revistas médicas ou que se dirigem a quem atua em medicina. "Trata-se de um campo do conhecimento cujos avanços científicos e as descobertas afetam diretamente a vida das pessoas, diferentemente, por exemplo, da física quântica.” Um dos artigos que mais fez sucesso em 2017 propôs uma metodologia controversa para diagnosticar depressão com base em fotos do Instagram. O estudo, publicado na revista EPJ Data Science por pesquisadores das universidades Harvard e de Vermont, nos Estados Unidos, coletou 43.950 fotos publicadas no aplicativo por 166 participantes. As imagens foram analisadas por um software. Ele ajudou a identificar que indivíduos deprimidos na amostra tendiam a publicar fotos que eram, em média, mais azuis, mais escuras e mais cinzas do que aquelas publicadas por usuários saudáveis.Para o epidemiologista Carlos Augusto Monteiro, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), a lista da Altmetric serve de alerta para que a comunidade científica tome cuidado na forma como os resultados de pesquisa estão sendo difundidos para o público. "Muitos estudos em saúde e medicina são divulgados nas mídias sociais como definitivos, mas nem sempre os resultados apresentados espelham um consenso dentro da comunidade científica”, afirma Monteiro. É o caso, ele diz, da pesquisa que ficou na primeira posição no ranking da Altmetric. "Apesar de ter ganho as manchetes, o estudo publicado na Lancet tem conclusões muito taxativas, como a de que as orientações sobre alimentação devem ser alteradas, e tem sido alvo de críticas de epidemiologistas de todo o mundo, por adotar metodologias questionáveis.”O nome do farmacêutico Anderson Martino-Andrade, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi parar na lista da Altmetric ao assinar, junto com pesquisadores de outros países, um artigo que identificou um declínio de mais de 50% na concentração de espermatozoides em homens ocidentais. O trabalho teve ampla repercussão principalmente em sites de notícia, sendo citado em 396 reportagens em vários países. "Analisamos 185 estudos publicados sobre o assunto entre 1981 e 2013, que analisaram um total de 42 mil amostras de sêmen. Algumas hipóteses para explicar a baixa concentração de espermatozoides é o aumento da obesidade, o tabagismo, o estresse e a crescente exposição a agrotóxicos”, explica Martino-Andrade. "Trata-se de um tema controverso entre pesquisadores, porque há grupos que contestam que haja um declínio na concentração de espermatozoides e que isso possa afetar a reprodutibilidade humana. O público também deveria ser informado sobre esse tipo de conflito, muito comum, que existe na ciência”, diz.Euan Adie, da Altmetric, chama a atenção para o fato de que nem sempre os artigos ganham notoriedade na internet exatamente por suas contribuições científicas. "Muitos papers caem na boca do povo nas mídias sociais devido a erros detectados após a publicação ou porque o assunto tratado é polêmico por si só”, diz. Ele conta que nessa última edição do ranking não houve casos de erros ou fraudes, mas recorda de situações incomuns registradas em anos anteriores. "Houve uma vez que o artigo estava no top 100 porque o autor havia escrito um pedido de casamento na seção de agradecimentos.” Em 2014, um trabalho foi muito comentado nas mídias sociais por causa de um descuido dos autores e dos editores do Journal of Ethology. O artigo, que tratava da variação de nível de melanina, pigmento que dá cor à pele, em diferentes ambientes, foi publicado com um comentário inusitado sobre uma das referências que eram citadas no texto: "Devemos citar a porcaria do artigo de Gabor aqui”. O paper foi substituído por uma nova versão, mas isso não foi suficiente para evitar a enxurrada de comentários na internet, quase todos zombando do deslize cometido pelos autores.Tweets, posts e zika
Para avaliar a importância nacional e internacional da divulgação de artigos nas mídias sociais, pesquisadores do Brasil, Canadá e Estados Unidos investigaram como papers sobre o vírus zika foram compartilhados por usuários do Facebook e do Twitter no primeiro semestre de 2016, quando a doença foi declarada emergência internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).O trabalho, publicado em janeiro na revista PLOS ONE, mostrou que, apesar de a língua inglesa prevalecer nos posts das duas redes sociais, no Facebook cerca de 24% das postagens foram feitas em outros idiomas, com destaque para o português e o espanhol.No estudo, observou-se também que posts comentando artigos com pelo menos um autor brasileiro tiveram 13% mais chance de serem escritos em português no Facebook do que no Twitter. "Os resultados indicaram que a comunicação científica sobre zika nas mídias sociais foi dominada pelo inglês, embora o Brasil seja considerado o epicentro da epidemia”, comenta Germana Barata, pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade Estadual de Campinas (Labjor-Unicamp) e autora principal do estudo."No Twitter, pesquisadores publicam mais em inglês e, com isso, alcançam audiências mais globais. Já no Facebook, o impacto dos posts escritos em línguas não inglesas é local”, explica Germana, que faz estágio de pós-doutorado na Universidade Simon Fraser, no Canadá, na área de ciências da informação.Segundo ela, a análise indica que as informações científicas seriam mais bem difundidas para as populações atingidas se os editores considerassem divulgar resultados em português ou espanhol via Facebook. -
- 27/02/2018 - Microscópio de tunelamento entra em funcionamento na UnicampSistema que permite estudar propriedades eletrônicas e ópticas de materiais nanoestruturados foi adquirido com apoio do Programa Equipamentos Multiusuários da FAPESP
Sistema que permite estudar propriedades eletrônicas e ópticas de materiais nanoestruturados foi adquirido com apoio do Programa Equipamentos Multiusuários da FAPESP
Fonte: Agência FapespUm microscópio de varredura por tunelamento, equipamento que permite estudar materiais em nível atômico – único do tipo no Estado de São Paulo –, acaba de ser instalado no Grupo de Pesquisas Fotovoltaicas do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física "Gleb Wataghin” (IFGW) da Unicamp.O aparelho PanScan FLOW, da RHK Technology, foi adquirido com apoio da FAPESP por meio do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU).
O microscópio opera em ultra-alto-vácuo e em temperaturas menores que 15 K (cerca de 258 ºC negativos). Segundo o professor Luiz Fernando Zagonel, responsável pelo projeto, o sistema permitirá estudar propriedades eletrônicas e morfológicas de materiais com resolução atômica, impulsionando estudos em nanotecnologia no Estado de São Paulo.
"Será possível compreender de forma mais ágil as propriedades eletrônicas e ópticas de materiais nanoestruturados, como nanopartículas, nanofios e materiais bidimensionais”, disse Zagonel à Agência FAPESP.
Depois da realização de estudos preliminares para estabelecer protocolos de utilização, o equipamento será aberto para usuários externos por meio do Parque de Equipamentos Multiusuários do IFGW. "Pesquisadores no Estado de São Paulo que tenham interesse em utilizar o equipamento poderão submeter projetos de pesquisa”, disse Zagonel.
O sistema conta com instalações para aquecimento de amostras in situ e armazenamento de pontas. Um dispositivo para detecção de luz também está sendo finalizado para operação conjunta com o microscópio.
"Com isso, será possível detectar a luz emitida por amostras semicondutoras devido à corrente túnel do microscópio. Essa capacidade permitirá grande agilidade nos estudos de materiais nanoestruturados com potencial para aplicações em optoeletrônica, como LEDs”, disse Zagonel.
"Alguns desses materiais, como WSe2[seleneto de tungstênio] ou MoS2[bissulfeto de molibdênio] têm atraído muita atenção nos últimos anos devido ao seu potencial em eletrônica flexível, por exemplo. O microscópio poderá também ser aplicado em estudos de moléculas e de organização de superfícies dentro de outras áreas do conhecimento”, disse.
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- 26/02/2018 - Defesa Civil encontra atividade radioativa em vistoria às cinzas dos CorreiosProduto foi recolhido na semana passada. Segundo órgão municipal, fonte radioativa é de baixa atividade e de baixo risco de contaminação
Produto foi recolhido na semana passada. Segundo órgão municipal, fonte radioativa é de baixa atividade e de baixo risco de contaminação
Fonte: O Povo OnlineSinais de atividade radioativa foram identificados em meio às cinzas dos materiais queimados no Centro de Triagem de Cartas e Encomendas dos Correios (CTCE) de Fortaleza. Enquanto faziam a varredura no local, na semana passada, técnicos da Defesa Civil de Fortaleza identificaram os indícios. A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi acionada para o caso.
Os servidores municipais recolheram o produto emissor: um espectrômetro de massa usado no raios-X para detecção de encomendas ilícitas. O objeto contém uma fonte radioativa de níquel 63, de baixa atividade e de baixo risco de contaminação.
Tranquilidade
Segundo Cristiano Férrer, coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, não há motivo para pânico. "Foi para evitar qualquer problema que procuramos o CNEN. Boa parte do material evaporou com o incêndio, mas já coletamos os dejetos que sobraram e o vasilhame onde ele estava”, explicou.
O órgão nacional está avaliando o produto. Conforme a Defesa Civil, os procedimentos foram realizados segundo os protocolos de emergência radiológica da CNEN, visando a segurança dos funcionários da unidade e também da vizinhança no entorno do prédio.
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- 26/02/2018 - Fernando Coelho visita Angra 3; obras estão paradas desde 2015Fonte: EBC Agência BrasilAlana Gandra - Repórter da Agência BrasilO ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, visitou hoje (26) a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), no município de Angra dos Reis, Costa Verde do estado do Rio de Janeiro, onde estão em funcionamento as usinas nucleares Angra 1 e 2, e se acha em construção a Usina Angra 3. O ministro recebeu relatório técnico sobre a história do programa nuclear brasileiro e a situação atual, mas não deu declarações. A visita foi fechada à imprensa.
O presidente da Eletronuclear, estatal que administra e opera as usinas nucleares, Leonam dos Santos Guimarães, inteirou o ministro sobre os passos para levar à retomada de Angra 3, ressaltando a importância dessa retomada, inclusive para o processo de democratização do capital da Eletrobras. O projeto de lei que está em tramitação no Congresso referente à privatização da Eletrobras prevê a segregação da Eletronuclear, junto com a Usina Binacional de Itaipu.
"Para fazer essa segregação, a Lei das Sociedades Anônimas requer que a empresa não pode ter patrimônio líquido negativo, que é o nosso caso”, ressaltou Guimarães, em entrevista à Agência Brasil. "Nós estamos nessa situação por causa do impairment (deterioração) de Angra 3, ou seja, pela projeção de prejuízos futuros de Angra 3”.
Segundo Leonam Guimarães, um item chave nesse processo é uma atualização do valor de venda do contrato de energia. Ele considera esse fator crucial para sanear o balanço da Eletronuclear para que ela possa ser, efetivamente, segregada, isto é, retirada do processo de privatização da holding Eletrobras. O "pontapé” inicial da solução do problema de Angra 3 passa por essa condição, disse.
De acordo com o projeto de lei em tramitação, previsto para ser votado no Congresso no próximo mês de março, seria criada uma nova empresa sob cujo guarda-chuva ficariam a Eletronuclear e Itaipu. Esse ponto acaba tendo um efeito indireto muito importante dentro da política que o governo adota para a Eletrobras, destacou o presidente da Eletronuclear.
Condições
Leonam dos Santos Guimarães explicou que a retomada de Angra 3 requer o cumprimento de três condições. A primeira seria resolver o problema da tarifa. "Botar um valor de tarifa realista para o efetivo custo do empreendimento”. A segunda condição é a renegociação das dívidas do que já foi sacado em termos de financiamento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal e à própria Eletrobras.
Equacionados esses dois itens, o governo poderá dar sequência à abertura de capital da Eletronuclear, podendo admitir um sócio privado que tenha capital para investir e assumir o investimento que falta para concluir Angra 3. O presidente da Eletronuclear lembrou que a antecessora da estatal, a Nuclem, teve no passado sócio privado, que foi a empresa alemã Siemens, com 25% do capital. "Não seria nada novo, diferente”, disse Guimarães. O que se teria que garantir é que a maioria do capital votante seja da União, para respeitar a Constituição.
Durante a visita, o ministro de Minas e Energia pôde conferir o estado de preservação da Usina Angra 3, disse o presidente da Eletronuclear. Ele informou que até agora os investimentos em Angra 3 somam R$ 7 bilhões. Faltam ainda R$ 13,8 bilhões para completar a construção da usina. O planejamento da Eletronuclear é recomeçar a obra em junho de 2019, de modo que a usina entre em operação no final de 2024 ou começo de 2025. "Essa é a previsão que nós temos, mas as coisas precisam acontecer nesse um ano e alguns meses que faltam”, disse Guimarães.
Localizada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis, a Usina Angra 3 terá potência de 1.405 megawatts (MW), com capacidade de gerar mais de 12 milhões de megawatts-hora (MWh) por ano, energia suficiente para abastecer as cidades de Brasília e Belo Horizonte durante o mesmo período. Com Angra 3, a energia nuclear passará a gerar o equivalente a 50% do consumo do estado do Rio de Janeiro. As obras foram iniciadas na década de 1980 e estão paradas desde 2015.
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- 26/02/2018 - CNEN realiza primeira Jornada de Divulgação do Foro Iberoamericano de Organismos Reguladores Radiológicos y NuclearFonte: CNENA Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) promoveu, nos dias 22 e 23 de fevereiro, a primeira Jornada de Divulgação do Foro Iberoamericano de Organismos Reguladores Radiológicos y Nucleares (Foro). O evento visou apresentar os principais resultados das atividades do Foro e a situação atual dos projetos em andamento.O Foro foi criado em 1997 para promover o alto nível de segurança em todas as práticas e atividades que envolvam fontes de radiação ionizante e materiais nucleares. Uma de suas atividades centrais é o intercâmbio de informações e experiências relacionadas à segurança radiológica, nuclear e física. A entidade, que também mantém colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), é composta por organismos reguladores de atividades nucleares e radiológicas de dez países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Espanha, México, Paraguai, Peru e Uruguai.A CNEN é a atual presidente do Foro, posição assumida no dia 7 de julho do ano passado. A passagem de comando ocorreu em Buenos Aires, durante reunião de representantes dos dez países integrantes da entidade. O Foro alterna anualmente o exercício da presidência entre seus integrantes, seguindo como referência a ordem alfabética dos nomes dos países membros no idioma espanhol.Esta primeira Jornada de Divulgação visou, além de dar visibilidade às ações do Foro, estimular o uso das ferramentas e documentos gerados pela entidade. Pretendeu também abrir a possibilidade de discussão de ideias, para o desenvolvimento de projetos de interesse da comunidade. O evento contou com a participação de profissionais da área nuclear brasileiros e estrangeiros, incluindo representantes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), de países que integram o Foro, da Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), da área regulatória da CNEN, das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), da Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica (SBPR), da Marinha do Brasil, entre outras relevantes entidades do setor nuclear brasileiro.Na abertura do evento, o presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, chamou a atenção para importância do entrosamento entre profissionais e entidades que compõem a área nuclear. Destacou, ainda, que a Jornada de Divulgação é uma excelente oportunidade para o aprimoramento das ações do Foro, pois permite uma troca de ideias e conhecimentos. "É uma ocasião ímpar para aprendermos conjuntamente”, disse. -
- 23/02/2018 - Brasil e Alemanha se unem para fazer frente à China no mercado de terras rarasCientistas tentam desenvolver tecnologia para produção de "superímã verde" competitivo com terras raras brasileiras. Reservas do Brasil são as segundas maiores do mundo, atrás apenas das da China.
Cientistas tentam desenvolver tecnologia para produção de "superímã verde" competitivo com terras raras brasileiras. Reservas do Brasil são as segundas maiores do mundo, atrás apenas das da China.
Fonte: DWPesquisadores alemães e brasileiros estão trabalhando juntos paradesenvolver a tecnologia necessária para explorar de forma mais eficiente as terras-raras, elementos químicos essenciais na fabricação de eletrônicos como tablets e smartphones.
Com 22 milhões de toneladas, o Brasil só fica atrás da China em reservas de terras-raras. Falta ao país, porém, tecnologia que possibilite a sua exploração e a elaboração de um produto final de forma competitiva para o mercado internacional.
Reunidos no projeto Regina(Rare Earth Global Industry and New Application - Indústria Global de Terras-Raras e Novas Aplicações), os pesquisadores de sete instituições brasileiras e mais sete alemãs trabalham para desenvolver essa tecnologia.
"Nosso grande desafio é desenvolver tecnologias sustentáveis e com um custo competitivo em relação ao praticado pelos chineses. O projeto é tão interessante por combinar qualidade do produto, custo baixo e cuidado de preservação ambiental", diz Fernando Landgraf, diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), uma das instituições que integram o Regina.
Concorrência para a China
O mercado internacional de terras raras é dominado pela China, que controla cerca de 90% da oferta. A dependência preocupa a indústria de alta tecnologia, que, desde 2011, já enfrentou duas explosões de preços. Isso gerou insegurança no mercado, que movimenta cerca de 5 bilhões de dólares por ano.
O Brasil contribui com apenas cerca de 1% da produção global, mas pode se tornar um concorrente de peso da China caso consiga oferecer um produto finala preços atraentes. A parceira de pesquisa com a Alemanha abre caminho para impulsionar o desenvolvimento tecnológico necessário para isso.
Segundo Landgraf, o mercado de terras-raras é um nicho, mas de grande potencial. Além da instabilidade no mercado global, o pesquisador prevê que haverá um aumento no preço praticado pela China, que está se esforçando para produzir de maneira que prejudique menos o meio ambiente.
Bom para os dois lados
Para os alemães, o sucesso do projeto é fundamental para reduzir a dependência da Alemanha da China como fornecedor desse tipo de matéria-prima.
"Ambos os lados sairão ganhando. A Alemanha terá uma nova fonte desses recursos e um novo parceiro estratégico. Já o Brasil poderá comercializar e agregar valor a essa matéria-prima, que praticamente não está sendo usada", afirma a engenheira Eva Brouwer, do departamento de pesquisa sobre ímãs do Instituto Fraunhofer IWKS.
Brouwer destaca que o objetivo final do projeto é a produção de um "superímã verde de terras raras", ou seja, de menor impacto ambiental e feito a partir das terras-raras que sobram na exploração do nióbio. Esses ímãs são usados, por exemplo, em turbinas geradoras de energia eólica.
Recurso estratégico
As terras-raras, compostas por um grupo de 17 elementos químicos e presentes em mais de 250 espécies minerais conhecidas, são utilizadas em quase todos os produtos eletrônicos modernos, desde smartphones e escovas de dente elétricasaté carros elétricos.
Com países buscando alternativas para reduzir as emissões de gases causadores do aquecimento global, carros elétricos e geração de energia limpa ganham mais espaço, o que deve aumentar a demanda por terras-raras.
A Alemanha, por exemplo, anunciouo fechamento de todas as suas usinas nuclearesaté 2022. A geração de energia serásubstituída por fontes renováveis, e osucesso dessa transição depende dos ímãs de terras raras.
Para a futura tecnologia teuto-brasileira, os pesquisadores pretendem usar a monazita, considerada um resíduo da mineração de nióbio no complexo de Araxá, em Minas Gerais.
A pesquisa conjunta, coordenada pela Universidade Federal de Santa Catarina (USFC) e pelo Instituto Fraunhofer IWKS, irá abordar todas as etapas do processo de produção desses ímãs, desde a separação da monazita, que contém terras raras, passando pelo desenvolvimento da liga de neodímio-ferro-boroaté a fabricação do superímã. Em todas as etapas, a questão ambiental é um fator central.
Aprimorar o processo existente
Segundo Landgraf, já existe um caminho básico da tecnologia para a exploração de terras raras e produção dos ímãs. O que a pesquisa busca é aprimorar esseprocessopara melhorar a produtividade e a sustentabilidade e, assim, reduzir os custos do produto final. O trabalho em comum parte ainda de estudos em estágio avançado realizados há alguns anos, tanto na Alemanha como no Brasil.
Sobre os riscos de acidente, devido ao fato de alguns minerais possuírem também elementos radioativos, como a própria monazita, Landgraf afirma que os riscos são mínimos e lembra que há décadas a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), que explora as minas em Araxá, já lida com essa situação e segue normas rígidas de preservação ambiental.
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- 21/02/2018 - Presidente da INB desembarca na Europa em busca de novos negóciosA comitiva retorna ao Brasil no próximo dia 02 de março
A comitiva retorna ao Brasil no próximo dia 02 de março
Fonte: Setor EnergéticoO presidente da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Reinaldo Gonzaga, segue hoje para sua primeira viagem internacional em busca de novos negócios. A ideia é estreitar as relações comerciais com a empresa francesa Framatome e a coreana Korea Nuclear Fuel (KNF). Expandir os negócios está entre as metas previstas no Planejamento Estratégico da INB – 2017/2026, traçado depois de estudos da Fundação Getulio Vargas (FGV). A comitiva que acompanha o presidente é formada pelo diretor de Combustível Nuclear, Marcelo Xavier, e o superintendente de Engenharia do Combustível, Márcio Adriano da Silva.
"A INB é capaz de oferecer uma gama enorme de serviços, com o nível de qualidade exigida no cenário internacional. Esta é a razão desse contato com as empresas estrangeiras. A INB precisa conquistar uma fatia maior nesse mercado”, frisou o presidente Reinaldo.
A primeira parada da comitiva será na França para uma visita à Framatome (antiga Areva) que produz combustível nuclear para várias empresas no mundo. Com o desligamento dos reatores alemães previstos para ocorrer até 2022, a empresa francesa terá apenas uma usina na Espanha semelhante à Angra 2 e 3. A INB tem a intenção de oferecer componentes e combustíveis para a planta espanhola. Há ainda o projeto de instalar no Brasil as máquinas de solda a laser descomissionadas pela Framatone, que poderiam ser usadas na fabricação das grades espaçadoras dos combustíveis e gerar receita para a INB.
Já na KNF, será discutida a possibilidade de ampliar a participação da INB na parceria hoje em curso entre as duas empresas. A INB quer aumentar a produção de bocais – que compõem o Elemento Combustível – para a empresa coreana.
A comitiva da INB chega ao Brasil no dia 02 de março.
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- 20/02/2018 - Eletronuclear negocia dívida de Angra 3 com credores, diz executivoFonte: Extra
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Eletronuclear, da Eletrobras, negocia uma flexibilização de dívida bilionária da usina de Angra 3 com bancos credores, a Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para tentar viabilizar a retomada das obras da usina paradas desde 2015, disse à Reuters o diretor-presidente da estatal, Leonam Guimarães.
O passivo com os bancos públicos é de aproximadamente 6 bilhões de reais e o equacionamento da dívida é considerado um ponto fundamental para atração de um sócio privado para investir na retomada da obra.
Segundo o executivo, ainda faltam cerca de 14 bilhões de reais para fechar a obra, e grupos da China, França, Rússia e outros países estão interessados.
"Esse é um ponto crucial que vai ajudar na atração dos investidores e na fixação do valor da tarifa para viabilizar o retorno do investimento", disse ele, durante um evento no Rio de Janeiro, nesta terça-feira.
Um estudo sobre a conclusão da obra, feito por uma consultoria externa, já foi concluído e deve ser apresentado até o fim do mês.
Uma das possibilidades é de que Caixa e BNDES convertam a dívida no capital de Angra 3. Outra hipótese é conseguir uma carência até 2025, quando a usina deve estar operando.
"Os bancos resistem um pouco à conversão, e a carência pode ser um caminho, mas haveria juros e tem que ver como isso cabe na tarifa", disse ele. "Para viabilizar, tem que flexibilizar e aumentar a tarifa", adicionou ele.
Leonam frisou que as conversas com o governo já começaram e uma direção deve ser dada em breve.
"A decisão vem de cima e acho que ainda dá tempo de definir este ano, mesmo com eleição. Se deixar para ano que vem, com um novo governo pode atrasar mais a retomada", comentou.
A usina de Angra 3 recebeu até o momento investimentos de mais de 5 bilhões de reais --as obras civis estão 67 por cento concluídas e equipamentos já foram contratados no Brasil e no exterior.
Mas a conclusão da obra demandaria mais do que o dobro do valor já investido, o preço da energia estabelecido originalmente para a usina não fecha a conta e precisaria ser revisto, e alguns investidores, como os chineses, querem sinalização de que poderão assumir novos projetos nucleares no país no futuro como contrapartida por participação em Angra 3, segundo fontes disseram à Reuters em janeiro.
A usina de Angra 3, que seria a terceira nuclear brasileira, teve as obras iniciadas originalmente nos anos 80, mas os trabalhos foram suspensos em 1986 por falta de recursos públicos.
O governo autorizou a retomada do empreendimento em 2009, mas os trabalhos foram atropelados por investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que acusou empreiteiras envolvidas na obra de irregularidades.
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- 15/02/2018 - Temer visita Campinas para conhecer obras do projeto Sirius: 'Extraordinário'Construção de R$ 1,8 bilhão funciona como supermicroscópio que deve revolucionar as pesquisas brasileira e internacional.
Construção de R$ 1,8 bilhão funciona como supermicroscópio que deve revolucionar as pesquisas brasileira e internacional.
Fonte: G1O presidente Michel Temer (PMDB) visitou pela primeira vez, nesta quinta-feira (15), o projeto Sirius, laboratório de luz síncroton de 4ª geração em construção dentro do Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP). A obra, orçada em R$ 1,8 bilhão, promete revolucionar as pesquisas brasileira e internacional.O Sirius é um acelerador de partículas que funciona como um supermicroscópio, e impressionou o presidente.
"Acabamos de conhecer um projeto extraordinário, uma tecnologia avançadíssima que é o projeto Sirius. Recebemos todos uma explicação muito adequada, muito competente deste projeto, e isto revela as potencialidades do país. [...] Este fato deve ser divulgado não só ao Brasil, para que os brasileiros tenham cada vez mais orgulho do seu país, da sua pátria, mas, se possível, transmitido ao exterior", afirma Temer.
O avião de Temer pousou no Aeroporto Internacional de Viracopos às 10h40 e ele já seguiu de helicóptero para o CNPEM. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) também participa do evento, ele chegou por volta das 11h.
Temer e Alckmin participaram de uma reunião antes da visita, que também teve a presença do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e do diretor-geral do CNPEM, o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite. A visita foi rápida e, em seguida, retornou de helicóptero para Viracopos, onde seguiu no avião presidencial para Brasília (DF).
Supermicroscópio
Quando o Sirius estiver em atividade -substituindo a atual fonte de luz usada no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron-, estima-se que uma pesquisa que atualmente é feita em 10 horas nos equipamentos mais avançados do mundo poderá ser concluída em 10 segundos.
Segundo o CNPEM, as obras civis do Sirius estão na reta final e a primeira volta dos elétrons no acelerador deve ocorrer no segundo semestre deste ano. A abertura da nova fonte de luz síncrotron para pesquisadores está programada para 2019.
Atualmente há apenas um laboratório da 4ª geração de luz síncroton operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia.O Sirius foi projetado para ter o maior brilho do mundoentre as fontes com sua faixa de energia.
Isso permitirá muito mais precisão, rapidez e capacidade de analisar diferentes materiais, o que está gerando expectativas entre cientistas.
Protesto
Cerca de 50 manifestantes se reuniram do lado de fora do CNPEM para protestar contra o governo do presidente Temer. Entre os participantes do ato estão funcionários da Replan, a refinaria da Petrobras em Paulínia (SP), que são contrários à reforma trabalhista. A Polícia Militar acompanha a manifestação no local e não divulgou número de pessoas, até o momento.
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- 15/02/2018 - Pesquisador do Ipen recebe prêmio da Sociedade Americana de Cerâmica - Agência FapespReginaldo Muccillo, pesquisador do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), recebeu o prêmio "Global Star Award" da Sociedade Americana de Cerâmica (ACerS)
Reginaldo Muccillo, pesquisador do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), recebeu o prêmio "Global Star Award" da Sociedade Americana de Cerâmica (ACerS)
Fonte: Agência Fapesp
Reginaldo Muccillo, pesquisador do Centro de Ciência e Tecnologia de Materiais (CCTM) do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), recebeu o prêmio "Global Star Award” da Sociedade Americana de Cerâmica (ACerS).A distinção foi entregue durante a sessão de abertura da 42ª Conferência Internacional sobre Cerâmica Avançada e Compósitos realizada pela ACerS de 21 a 26 de janeiro em Daytona Beach, Flórida.
Um dos pesquisadores principais do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiado pela FAPESP –, Muccillo recebeu o prêmio por sua atuação na organização dos mais de 20 simpósios que ocorrem paralelamente durante a conferência anual da ACerS.
"Fui escolhido por fazer parte do comitê organizador de um desses vários simpósios que têm, no total, mais de 200 organizadores”, disse Muccillo à Agência FAPESP.
O pesquisador coordenou o simpósio em homenagem ao último presidente da ACerS, Mrityunjay Singh, cientista-chefe do Ohio Aerospace Institute, cuja gestão encerrou-se em dezembro de 2017.
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- 08/02/2018 - Prefeito de Angra ameaça pedir desligamento de usinasFernando Jordão garantiu que pedirá o desligamento das usinas nucleares caso a Força Nacional de Segurança não atue em Angra.
Fernando Jordão garantiu que pedirá o desligamento das usinas nucleares caso a Força Nacional de Segurança não atue em Angra.
Fonte: AngraNews
Em entrevista ao programa Talk show, da Rádio Costazul, na manhã desta quinta-feira, 08, o prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão, garantiu que poderá pedir o desligamento das usinas nucleares caso não seja atendido pelo presidente Michel Temer e seu gabinete de segurança institucional. Jordão pede intervenção federal na segurança do município.
Segundo ele, após detalhar os problemas que o município enfrenta na área de segurança pública, o Prefeito pediu ao Presidente a intervenção da Força Nacional de Segurança e do Exército em Angra dos Reis. Jordão garantiu que caso não seja atendido, irá ao Ministério Público Federal e pedirá o desligamento das usinas nucleares. Ele afirmou ainda que o governo Federal já tinha um planejamento para a região, que poderá ser adiantado dada a situação do município.
–Do jeito que está hoje, com fechamento de Rio-Santos, com problema de falta de segurança na região das usinas e em todo o município, nós não podemos dizer que temos um plano de emergência – afirmou o prefeito que destacou ainda sua determinação em aumentar o número de policiais do Proeis em 40 homens, comprar 20 novas viaturas para a Polícia Militar, ajudar a PM a instalar um destacamento no Centro e restabelecer as câmeras de monitoramento.
Segundo informações da Eletronuclear, a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), onde estão localizadas as usinas de Angra 1 e 2, gera o equivalente a um terço do consumo de energia elétrica do estado do Rio de Janeiro, o que equivale a 3% da geração nacional.
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- 07/02/2018 - Crise na ciência não se deve apenas à falta de recursos, avaliam cientistasFonte: Agência FapespA crise de financiamento pela qual a ciência brasileira atravessa atualmente não se deve apenas à falta de recursos, mas de visão estratégica e de uma política de Estado que compreenda a necessidade de aumentar os investimentos no setor para assegurar a competitividade e promover o desenvolvimento econômico e social do país.A avaliação foi feita por participantes do encontro "É o fim? Um debate sobre os rumos da ciência no Brasil e inspirações de Berlim”, realizado no dia 1º de fevereiro no espaço de eventos da Fnac Paulista.
O evento, que fez parte das atividades do Berlin Science Communication Award, promovido pela Humboldt-Universität zu Berlin e financiado pela Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), com apoio do Ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF), reuniu pesquisadores e jornalistas científicos para debater sobre o cenário atual e as perspectivas da ciência no Brasil.
"Os investimentos federais em ciência no Brasil nos últimos anos vêm despencando em queda livre, independentemente do governo”, disse Helena Nader, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
De acordo com dados apresentados por Nader, 31,6% das despesas financeiras e primárias do Brasil em 2015, por exemplo, foram com amortização de dívida e 8,7% com o pagamento de juros, e somente 5,8% relacionadas a despesas discricionárias, que são aquelas que o Estado pode ou não executar, de acordo com a previsão de receitas.
Nessa categoria de despesas estão incluídos os setores de educação, saúde, defesa e ciência e tecnologia. Esse último recebeu apenas 5,6% do total de recursos destinados para o pagamento de despesas discricionárias em 2015. "[O baixo investimento em ciência e tecnologia] representa uma opção do Estado brasileiro”, avaliou Nader.
A opinião foi compartilhada por Paulo Artaxo, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).
O orçamento geral da União em 2018 deverá ser 1,7% maior do que o de 2017. O orçamento para custeio e investimento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI), contudo, deverá sofrer um corte de 56%, também em relação a 2017, comparou Artaxo.
"Há quem diga que o problema da ciência brasileira é a falta de recursos, como se fosse uma questão de contabilidade. Mas não é. O que aconteceu é que mudaram as prioridades”, afirmou. A crise pela qual a ciência brasileira passa também não é exclusiva do setor e faz parte da crise do Estado como um todo, ponderou o pesquisador.
"A crise não é só da ciência brasileira, mas do Estado. Portanto, a ciência brasileira não vai sair dessa crise enquanto o país também não sair da crise institucional na qual está imerso”, disse Artaxo.
Falta de engajamento público
Na avaliação de Herton Escobar, jornalista de ciência do jornal O Estado de S. Paulo e colaborador da revista Science, os cientistas brasileiros devem valorizar a divulgação científica e se comunicar mais diretamente com a sociedade, por meio de plataformas de mídia social, e não delegar toda essa responsabilidade para a mídia tradicional.
Segundo ele, essa ação é importante para obter maior engajamento público na defesa da ciência e evitar a falta de apoio popular para a ciência. "Quando havia dinheiro disponível para fazer ciência no Brasil, não fazia diferença se a sociedade dava valor para essa atividade. A partir do momento que temos uma situação crítica, como a que estamos vivendo hoje, os cientistas viram que era preciso o apoio da sociedade, ir à Brasília, pedir mais recursos e mostrar que a ciência é importante, mas a sociedade não respondeu”, disse Escobar.
A dificuldade de se fazer divulgação científica de qualidade e engajar a sociedade brasileira na defesa da ciência foram ponderadas pelos participantes do debate.
"55% da população brasileira não completou o ensino médio. Essa população não vai procurar na internet ou ler jornal para se informar sobre ciência. Ela se informa pela televisão”, disse Nader. "Antes de pensarmos em internacionalização das universidades, é preciso trazer o brasileiro para dentro da escola e promover a cidadania.”
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- 05/02/2018 - Descoberta sobre ondas é passo rumo a reator nuclear limpo e eficienteDestaque em revista internacional, predições de brasileiro foram testadas na maior máquina dedicada a estudos sobre fusão magnética dos EUA
Destaque em revista internacional, predições de brasileiro foram testadas na maior máquina dedicada a estudos sobre fusão magnética dos EUA
Fonte: Jornal da USPVinicius CrevilariUma parceria entre a USP e a Universidade de Princeton (PU) vem contribuindo para as pesquisas relacionadas com o desenvolvimento de protótipos de reatores que um dia poderão produzir energia praticamente inesgotável, a partir da fusão nuclear. Entre as possibilidades, está a construção de usinas que forneçam energia suficientemente limpa, a ponto de diminuir a emissão de gases tóxicos ao meio ambiente e evitar o acúmulo de dejetos radioativos.
Neste sentido, a tese de doutorado de Vinícius Njaim Duarte trouxe entendimento inédito sobre o comportamento de ondas que afetam a continuidade de reações de fusão, prejudicando a eficácia na produção de energia. O estudo teve supervisão dos pesquisadores Ricardo Galvão e Nikolai Gorelenkov—dos Laboratórios de Física de Plasmas do IF e da PU, respectivamente.Um artigo de autoria de Duarte, junto a outros colaboradores, condensou as descobertas e foi publicado com destaquen a revista Physics of Plasmas.
A repercussão foi tanta, que um laboratório que opera a maior máquina dedicada a estudos sobre fusão magnética dos EUArealizou experimentos com o fim de testar as predições do modelo de Duarte,através do uso de uma máquina conhecida como tokamak. Trata-se de um protótipo experimental de reator de fusão nuclear, dentro do qual se confina, em uma câmara de vácuo, um gás composto de isótopos de hidrogênio, sob a forma de plasma (quando se aquece um gás neutro a temperatura muito elevada, obtendo íons e elétrons).
Dentro dotokamak,sob forte campo magnético e alta temperatura, as partículas do plasma se chocam, fazendo com que seus núcleos eventualmente se unam em um processo conhecido como fusão nuclear. A energia liberada é extremamente alta.
O tokamak é hermeticamente fechado, evitando perdas de partículas e de energia para o meio exterior. O ambiente com altíssima energia acumulada e com um plasma submetido a forte campo magnético gera ondas do mesmo tipo daquelas criadas a partir de explosões solares: as ondas de Alfvén.
Segundo Duarte, o que se observa em máquinas tokamaké que essas ondas "interagem com uma certa população de íons altamente energéticos, presentes no plasma”. Quando a interação foge do controle, as partículas são expelidas do plasma e esse fenômeno "é muito indesejável, porque é necessário manter as partículas do plasma bem confinadas”, preservando a autossuficiência do reator.
A maneira como esses íons "fogem” está relacionada à natureza da oscilação das ondas de Alfvén. Se a onda tem frequência fixa, as partículas normalmente são perdidas por difusão. Se possui variações abruptas, apresentam um mecanismo de auto-organização e são ejetadas de forma convectiva.
Eficiência
A pergunta que permanecia em aberto — qual o fator experimental que determina qual será a resposta espectral das ondas de Alfvén — foi elucidada pelo estudo ao propor, teórica e experimentalmente, que a turbulência afeta a dinâmica dos íons energéticos contidos no plasma. Verificou-se que as oscilações das ondas de Alfvén com frequência fixa são comuns em plasmas com alta turbulência e raras em condições onde o plasma se encontra em baixa turbulência, quando as ondas têm sua frequência sujeita a variações abruptas.
"Se controlamos a turbulência do plasma, controlamos, de certa forma, a oscilação das ondas de Alfvén. Controlando essa oscilação, é possível controlar a forma como essas partículas vão ser ejetadas do plasma e isso pode fazer toda a diferença na eficiência do reator”, explica Duarte. A meta é desenvolver capacidades de prever cenários e, consequentemente, abrandar as perdas de partículas.
O estudo pode contribuir no desenvolvimento de um reator experimental de fusão: um tokamak orçado em cerca de 20 bilhões de euros. Trata-se do International Thermonuclear Experimental Reactor (ITER), convênio formado por diversos países, com metade da construção já realizada."No ITER vai ser muito caro realizar um experimento. Então, é muito interessante que tenhamos ferramentas que consigam predizer como o plasma vai se comportar. Ao entendermos como as ondas vão evoluir, fica mais viável controlá-las”, esclarece.
Energia limpa
A energia nuclear é responsável pelo fornecimento de quase 15% da energia mundial e atualmente é obtida apenas a partir da fissão nuclear. Neste processo, segundo Galvão, o reator produz energia a partir do rompimento de átomos de alto número atômico (urânio) que, ao se dividirem, criam outros elementos de pesos atômicos menores, liberando nêutrons com alta energia.
Ele explica que as reações de fusão liberam "muito mais energia” que as de fissão. Porém, é mais fácil produzir fissão do que fusão, já que o primeiro processo é autossuficiente, porque ocorre através de reações em cadeia. O problema é que isso torna a fissão perigosa, porque os elementos e partículas que se formam a partir do urânio "ficam no reator e irradiam energia por milhares de anos”.
Próximos desafios
Um dos próximos desafios é descobrir quais os materiais mais adequados para constituir a câmara de vácuo do reator de fusão, que devem ser resistentes para aguentar os altos níveis de energia acumulados dentro dotokamak. "O plasma fica dentro da câmara e partículas tentam atravessá-la.” Essas partículas "deslocam” os átomos das paredes da câmara, comprometendo a integridade dotokamak. "Nós não sabemos ainda que materiais resistem a esses danos, porque é necessário ter um reator para testar. O ITER também busca testar quais os materiais que realmente resistiriam aos danos da radiação”, aponta Galvão.
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- 05/02/2018 - Amazul abre concurso com 5 vagas para engenheiro nuclearFonte: Amazul- Amazônia Azul
A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. - Amazul abriu concurso público (Edital nº 01/2018) para preenchimento de cinco vagas de engenheiro nuclear e formação de cadastro reserva para o Estado de São Paulo.O salário oferecido é de R$ 7.114,22 mais benefícios para jornada de 40 horas semanais e contratação por prazo indeterminado pela CLT. Os candidatos devem ter diploma ou declaração de conclusão de curso de nível superior (bacharelado) em Engenharia Nuclear.
A Amazul é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Defesa por meio do Comando da Marinha para absorver, promover, desenvolver, transferir e manter tecnologias sensíveis às atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM), do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e do Programa Nuclear Brasileiro (PNB).
Os aprovados irão atuar no desenvolvimento e fabricação de combustível nuclear, bem como na implantação, operação, licenciamento e descomissionamento de instalações nucleares; elaborar projetos de engenharia e gerir a obtenção de materiais, equipamentos, insumos e serviço.
Inscrições
As inscrições estarão abertas de 19 de fevereiro a 20 de março e poderão ser realizadas pessoalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro ou via postal. A taxa de inscrição é de R$ 100,00.
O candidato poderá se inscrever pessoalmente (ou por representante autorizado) em São Paulo (Av. Eusébio Matoso, 1.375 - 3º andar - Pinheiros, São Paulo - SP, CEP 05423-180) ou no Rio de Janeiro (Rua Conselheiro Saraiva, 8 - 3º andar - CEP 20091-030, Rio de Janeiro - RJ), das 10h às 12h e das 14h às 16h.
O endereço para inscrição via postal é Av. Eusébio Matoso, 1.375 - 3º andar - Pinheiros, São Paulo - SP, CEP 05423-180, aos cuidados da Coordenadoria de Desenvolvimento de RH. A Amazul não se responsabilizará pelo extravio, atraso na entrega de correspondência ou falhas na identificação dos envelopes. Correspondências recebidas fora do período de inscrições não serão consideradas, independentemente da data de postagem.
O concurso terá duas fases: a) avaliação de conhecimentos específicos por meio de prova objetiva de caráter eliminatório e classificatório; e b) avaliação de títulos e de coeficiente de rendimento acadêmico, que devem ser entregues em envelope lacrado no dia da realização da prova objetiva e têm caráter classificatório.
Na 2ª fase (análise do coeficiente de rendimento acadêmico e títulos), o candidato deverá entregar em envelope lacrado: os títulos, o coeficiente de rendimento acadêmico (acumulado) e a relação de todos os documentos entregues em uma folha assinada. Importante: o candidato deve rubricar todas as páginas de cada documento contido no envelope. Na parte externa, o envelope deve trazer as seguintes informações: Concurso Público nº 01/2018 da Amazul, nome completo do candidato e CPF.
A data prevista para realização da prova objetiva é 15 de abril.
É importante que o candidato leia atentamente o Edital nº 01/2018 do concurso e os anexos (cronograma, ficha de inscrição e conteúdo programático), publicados na íntegra na página de Pessoas/Concursos do site da Amazull (www.amazul.gov.br).
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- 05/02/2018 - Governo estuda ampliar flexibilização do monopólio da União em radiofármacos - Estado de MinasFonte: O Estado de Minas
O governo vai analisar a conveniência da ampliação da flexibilização do monopólio da União na produção de radiofármacos. Para estudar o assunto, foi criado um grupo técnico formado por vários ministérios. O grupo tem 120 dias para apresentar as propostas. Esse prazo poderá ser prorrogado, uma única vez, por mais 60 dias corridos.
A constituição do grupo está formalizada em resolução do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, presidido pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Sérgio Eetchegoyen.
Os trabalhos do grupo serão coordenados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações. Ainda participam do grupo representantes do próprio GSI, da Casa Civil, dos ministérios das Relações Exteriores, Fazenda, Saúde, Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Planejamento, além da Comissão Nacional de Energia Nuclear, da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear.
(Luci Ribeiro)
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- 05/02/2018 - Rússia denuncia caráter belicista da nova postura nuclear americanaFonte: Estado de Minas
A Rússia denunciou neste sábado (3) o caráter belicista e antirrusso da nova postura nuclear americana, anunciada na sexta-feira (2).O ministério russo de Relações Exteriores se declarou profundamente decepcionado e advertiu que tomará as medidas necessárias para garantir a segurança do país frente aos Estados Unidos.
Segundo as autoridades russas, a posição americana está "impregnada de todos os estereótipos antirrussos, começando por acusações descabidas de comportamento agressivo e de todo o tipo de ingerências, envolvida em acusações igualmente infundadas e violações de toda uma lista de acordos sobre o controle de armamentos".
Os Estados Unidos anunciaram que querem modernizar seu arsenal nuclear e desenvolver novas bombas atômicas de baixa potência, o que pode ser considerada uma resposta às ações russas dos últimos anos.
A declaração fez com que especialistas temessem uma reativação da proliferação e um risco maior de um conflito nuclear.
A chamada Revisão da Postura Nuclear apresenta as ambições nucleares do Pentágono durante o mandato do presidente Donald Trump e é a primeira vez desde 2010 que o Departamento de Defesa americano explica como prevê as ameaças nucleares nas próximas décadas.
Embora o documento do Pentágono, cujo rascunho vazou para a imprensa no mês passado, mencione as ameaças de China, Coreia do Norte e Irã, o enfoque principal é a Rússia.
"Essa é uma resposta à expansão da capacidade russa e à natureza de sua estratégia e doutrina", escreveu o secretário de Defesa Jim Mattis no prefácio do texto de 75 páginas.
"Isso, somado à tomada da Crimeia por parte da Rússia e às ameaças nucleares contra nossos aliados marcam o decidido retorno de Moscou à competência entre as principais potências", acrescentou.
Um dos temores do Pentágono é a Rússia assumir que suas armas de alta potência são, na maioria, grandes demais para serem usadas - já que seu uso provavelmente resultaria em represálias de larga escala e eliminaria do mapa grande parte da humanidade.
"Há fortes indícios de que os russos percebem nossa postura e capacidades estratégicas atuais como potencialmente inadequadas para dissuadi-los", disse à imprensa Greg Weaver, encarregado das capacidades estratégicas do Estado-maior americano.
Segundo ele, Estados Unidos e Otan precisam de uma gama mais ampla de opções nucleares de baixa potência para dissuadir a Rússia em caso de conflitos.
O documento diz que, se tiver armas menores, o Pentágono poderá contrariar as "percepções errôneas" de adversários de que os Estados Unidos não responderiam a outro país usam sua própria bomba de baixa potência.
A nova estratégia busca continuar o programa de modernização nuclear ordenado por Obama, que abrange todos os pilares da "tríade": armas balísticas intercontinentais terrestres, foguetes lançados de submarinos e bombas lançadas de aviões.
Mas, ao contrário da estratégia de Obama, que buscava reduzir o papel das armas nucleares, a nova política as considera de forma positiva.
O ex-presidente americano, durante um famoso discurso em Praga em 2009, pediu a eliminação das armas nucleares.
As armas nucleares de baixo rendimento, também conhecidas como armas nucleares "táticas", são extremamente poderosas e podem conter tanto impacto destrutivo quanto as bombas caíram sobre Hiroshima e Nagasaki no fim da Segunda Guerra Mundial.
Os Estados Unidos já dispõem de um enorme arsenal nuclear, que inclui 150 armas nucleares B-61 armazenadas em vários países europeus, que podem ser configuradas para operações cujos objetivos podem ser alcançados com bombas de baixa potência.
A diplomacia russa vê no documento uma injusta tentativa de Washington de "acusar aos demais de sua própria responsabilidade em detrimento da segurança internacional e regional, resultado de uma série de atos irresponsáveis dos próprios Estados Unidos".