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- 03/02/2018 - Hanford Site, a antiga usina de plutônio que virou o lugar com a maior contaminação nuclear dos EUAFonte: BBC BrasilBeatriz Díez
Da BBC Mundo em Los AngelesPara alguns, é preciso estar louco para querer morar ali. Para outros, trata-se do lugar dos sonhos, onde qualquer um pode prosperar.
De qualquer modo, não é fácil ter como vizinho o local de descarte de resíduos nucleares que concentra a maior contaminação em todos os EUA: a usina de Hanford, no sul do Estado de Washington. Desativado em 1987 após 44 anos em operação, o local passa desde então por um longo e complexo processo de limpeza.
"Nasci em Richland em 1955 e aqui fui criado", diz à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. Bob Thompson, prefeito dessa cidade que, ao lado de Kennewick e Pasco, se destaca por sua proximidade com a antiga usina nuclear.
A região depende do dinheiro destinado à limpeza da usina, admite Thompson, para quem há um forte estigma associado à vida no local.
"Isso não vem de nós, moradores, mas sim das pessoas de fora. É por isso que estamos tendo esta conversa, não? Por causa do estigma", diz.
Segundo ele, é exagerada a atenção dada a qualquer incidente ocorrido em Hanford.
'Onde a segurança vem em primeiro lugar', diz a placa de boas vindas às instalações de Hanford
"Os esforços cotidianos de limpeza não despertam interesse, mas qualquer vazamento ou acidente, sim", afirma.
Alta contaminação
A assessoria de imprensa de Hanford Site enviou à BBC informações sobre o processo de limpeza nuclear, tido como um dos maiores do mundo - e que ainda levará décadas para ser concluído.
Em 1989, o Departamento de Energia dos EUA e o Departamento de Ecologia de Washington firmaram um acordo para tratar as instalações.
Durante as quatro décadas de atividade em Hanford, foram geradas milhões de toneladas de resíduos sólidos e centenas de bilhões de litros de dejetos.
A planta, que se estende por uma ampla planície próxima ao rio Colúmbia, é um complexo nuclear operado pelo governo dos EUA. O início das operações foi em 1943, com um objetivo claro: produzir plutônio para a fabricação de armas nucleares.
"Apesar do progresso feito, ainda resta muita contaminação", diz o comunicado de Hanford. "O processo para produzir plutônio é extremamente ineficaz: gera uma grande quantidade de resíduos sólidos e líquidos, mas só se obtém uma pequena quantidade de plutônio."
Ali se desenvolveu parte do Projeto Manhattan, que culminou com a elaboração das bombas atômicas que terminariam sendo famosas pela destruição de Hiroshima e Nagasaki, em 1945, episódio que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.
Para o prefeito de Richland, o lançamento das bombas foram um evento "trágico, mas necessário" para pôr fim à guerra - a outra opção, uma vitória de Hitler ou do Japão, teria sido muito pior, diz.
Um lugar cheio de vida
Ainda que tenha se transformado em um lugar onde ocorre uma espécie de "destruição profissional" - por causa do processo de limpeza da usina -, Hanford era um local cheio de vida no período logo após o fim da Segunda Guerra.
Em seu livro Plutopia: Nuclear Families, Atomic Cities, and the Great Soviet and American Plutonium Disasters ("Plutopia: famílias nucleares, cidades atômicas e os grandes desastres soviético e americano de plutônio", em tradução livre), lançado em 2013, a historiadora americana Kate Brown descreve Richland como uma das primeiras "comunidades nucleares".
"Trabalhar em Hanford, mesmo quando muitos não sabiam a dimensão real do que estava sendo produzido ali, era considerado um ato patriótico", diz Brown à reportagem.
Em sua obra, a historiadora compara a planta de Hanford à de Ozersk, na antiga União Soviética.
Ela relata que os diretores de ambas as instalações perceberam que o melhor seria construir o que a autora chama de "plutopia": a ideia de que entrar naquela comunidade de residentes era como "ganhar na loteria".
"Richland se constituiu como uma cidade subsidiada pelo governo federal, onde os salários eram 30% mais altos que a média, com excelentes escolas e importantes auxílios à moradia", conta Brown.
"Até os anos 60, todas as minorias foram excluídas de Richland. Os negros e os latinos que trabalhavam na usina eram forçados a viver do outro lado do rio."
Sem risco de explosão
O prefeito não tem muitas queixas nem más recordações associadas a Hanford.
Thompson conta que saiu de sua cidade natal por alguns anos, mas que voltou para abrir um escritório de advocacia para atender as chamadas Tri-Cities - Richland, Kennewick e Pasco.
"As pessoas me olhavam como se eu estivesse louco. 'Como você vai voltar a viver lá!', me diziam."
"Quem era de fora pensava que havia risco de explosão - e não é assim. É complicado produzir a carga, o plutônio - é só ver a dificuldade que estão tendo países como Irã e Coreia do Norte", defende.
O prefeito diz que não chegou a ser impactado pela proximidade da usina, ainda ativa durante sua infância e juventude.
"Era a época da Guerra da Coreia e da crise dos mísseis com Cuba", diz. "Nós encarávamos de forma séria as ameaças, tínhamos que nos proteger diante da Rússia e da China."
O prefeito lembra que a cidade estava mais preocupada com a possibilidade de ser atingida por uma bomba ou um míssil do que pelos eventuais perigos que a usina representava.
"Não significa que ela não seja perigosa e que a limpeza não seja necessária", ressalta. "Nos anos 40 e 50, já estávamos acostumados. Quando alguma coisa está sempre aí, ela se torna habitual."
Contaminação da água
Mas para os ativistas da Hanford Challenge, uma organização da sociedade civil, a vida em Richland e nas cidades vizinhas implica sérios perigos, especialmente por causa da água.
Os vazamentos de resíduos nucleares líquidos se infiltram no lençol freático que, por ser relativamente superficial, é facilmente contaminado.
Assim, diante do temor de que a contaminação atinja o rio Columbia, o Hanford Challenge monitora de forma contínua os trabalhos de limpeza realizados no local.
"Por sermos independentes e não termos restrições, podemos atuar como uma organização vigilante", diz Tom Carpenter, diretor da entidade.
"Queremos deixar um legado ambiental que seja sustentável para as três cidades e para mais além", acrescenta ele, que não se mostra muito otimista em relação ao processo de limpeza.
"Já estouraram o orçamento e estão bastante atrasados com o cronograma."
Vazamento nos tanques
A maior parte dos resíduos nucleares de Hanford estão acondicionados em grandes tanques, à espera do momento em que possam ser transportados para outro lugar.
O destino final ainda não está claro. Fala-se na possibilidade de distribuir os resíduos entre os Estados de Novo México e Texas, mas por ora não há nenhum lugar para onde possam ser levados.
O problema é que alguns dos tanques têm apresentado pequenos vazamentos.
Datados nos anos 40 e 50, os recipientes originais já liberaram para o solo pelo menos 3,5 milhões de litros de dejetos líquidos.
Hanford chegou a construir tanques com dupla proteção nos anos 70 e 80 e começou a transferir para eles os resíduos radioativos.
Em outubro de 2012, contudo, o Departamento de Energia informou que um dos novos tanques tinha um vazamento entre as duas camadas de proteção.
Ainda que a dispersão do líquido pareça controlada, existe ainda a preocupação de que outros recipientes eventualmente apresentem a mesma problema.
O prefeito de Richland, porém, se diz tranquilo.
"Os responsáveis pela segurança de Hanford têm muita competência. Confio plenamente neles. São pessoas que quero que estejam aqui caso aconteça algum problema."
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- 02/02/2018 - Orçamento de CT&I: O País não suporta novos contingenciamentos!'Os cortes praticados anteriormente no Orçamento para CT&I já colocaram o Brasil na contramão da história. Eventuais contingenciamentos adicionais contribuirão para acelerar este retrocesso em direção ao passado', alertam a SBPC e mais cinco entidades em carta enviada hoje ao presidente Michel Temer
'Os cortes praticados anteriormente no Orçamento para CT&I já colocaram o Brasil na contramão da história. Eventuais contingenciamentos adicionais contribuirão para acelerar este retrocesso em direção ao passado', alertam a SBPC e mais cinco entidades em carta enviada hoje ao presidente Michel Temer
Fonte: Jornal da Ciência
Em carta conjunta enviada ao presidente Michel Temer nesta sexta-feira, 02, a SBPC e mais cinco entidades nacionais representativas das comunidades científica, tecnológica e acadêmica e dos sistemas estaduais de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) se manifestam contra possíveis contingenciamentos na área em 2018.O orçamento de 2018 destinou apenas R$ 4,7 bilhões para custeio e investimento no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), 25% a menos do que o aprovado para o orçamento de 2017 e cerca de um terço de anos anteriores. A decisão de cortes drásticos nos recursos para CT&I em 2018 ocorreu apesar dos esforços e da pressão contrária de toda a comunidade científica e acadêmica.
As entidades alertam que as "consequências de um novo contingenciamento, se efetivado, serão catastróficas para toda a estrutura de pesquisa no País e também para os setores empresariais que apostam em inovação” e que a "possibilidade de recuperação econômica do país fica ainda mais comprometida e a qualidade de vida da população brasileira, em particular na saúde pública, será certamente prejudicada”.
Em documento publicado em dezembro passado, as entidades já haviam alertado que não se podia admitir contingenciamentos adicionais nos recursos para CT&I por parte do governo, como aconteceu em 2017.
A carta foi enviada também aos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles; do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira; e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.
Além da SBPC, assinam também: a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino (Andifes), o Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), o Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia (Consecti) e o Fórum Nacional de Secretários Municipais da Área de Ciência e Tecnologia.
Leia a carta abaixo:
Orçamento de CT&I: O país não suporta novos contingenciamentos!
Senhor Presidente,
As entidades nacionais, representativas das comunidades científica, tecnológica e acadêmica e dos sistemas estaduais de ciência, tecnologia e inovação (CT&I) dirigem-se às autoridades do governo federal e à população brasileira para expressar sua total oposição a novos contingenciamentos nos recursos destinados à CT&I. O orçamento de 2018 destinou apenas R$ 4,7 bilhões para custeio e investimento no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC, 25% a menos do que o aprovado para o orçamento de 2017 e cerca de um terço do que já tivemos em anos anteriores. A decisão de cortes drásticos nos recursos para CT&I em 2018 ocorreu apesar dos esforços e da pressão contrária de toda a comunidade científica e acadêmica.
Notícias publicadas recentemente na mídia anunciam que o governo está preparando um novo contingenciamento nos recursos orçamentários. Reafirmamos que é inaceitável que sejam feitos novos cortes em um orçamento já tão reduzido. As consequências de um novo contingenciamento, se efetivado, serão catastróficas para toda a estrutura de pesquisa no país e também para os setores empresariais que apostam em inovação. A possibilidade de recuperação econômica do país fica ainda mais comprometida e a qualidade de vida da população brasileira, em particular na saúde pública, será certamente prejudicada. Em carta pública, enviada às autoridades governamentais em dezembro de 2017, as nossas entidades já haviam alertado que não se podia admitir contingenciamentos adicionais nos recursos para CT&I por parte do governo, como aconteceu em 2017. Destacamos, ainda, que os recursos alocados na Reserva de Contingência desta área, para 2018, deveriam ser progressivamente liberados ao longo do ano.
Os cortes praticados anteriormente no Orçamento para CT&I já colocaram o Brasil na contramão da história. Eventuais contingenciamentos adicionais contribuirão para acelerar este retrocesso em direção ao passado. Diante deste quadro, é essencial uma atuação vigorosa e permanente das entidades cientificas e acadêmicas, bem como do setor empresarial e de outros segmentos da sociedade civil, e uma mobilização intensa da comunidade científica e acadêmica como um todo.
Ciência não é gasto, é investimento!
Atenciosamente,
Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich.
Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino (Andifes), Emmanuel Zagury Tourinho.
Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap), Maria Zaira Turchi.
Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia (Consecti), Francilene Procópio Garcia.
Fórum Nacional de Secretários Municipais da Área de Ciência e Tecnologia, André Gomyde Porto.
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira.
O documento na íntegra também pode ser acessado aqui.
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- 02/02/2018 - Governo estabelece cota de importação de bens destinados à pesquisa científica e tecnológicaO limite fixado pela Portaria Nº 39, de 29 de janeiro de 2018, é de US$ 203,8 milhões para este ano
O limite fixado pela Portaria Nº 39, de 29 de janeiro de 2018, é de US$ 203,8 milhões para este ano
Fonte: Jornal da Ciência
Publicada na terça-feira, 30/01, no Diário Oficial da União, portaria que estabelece o limite global anual para 2018 de importação de bens destinados à pesquisa científica e tecnológica.O limite fixado pela Portaria Nº 39, de 29 de Janeiro de 2018, é de US$ 203,8 milhões para este ano. A cota abrange itens definidos pela Lei 8.010 de 29 de março de 1990, tais como máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, bem como suas partes e peças de reposição, acessórios, matérias-primas e produtos intermediários, destinados à pesquisa.
Segundo a portaria, a Receita Federal pode propor revisão do valor do limite global, caso se verifique risco de que os limites autorizados superem a estimativa de renúncia fiscal constante do Demonstrativo de Gastos Tributários da Lei Orçamentária Anual de 2018, em decorrência de variação cambial não aderente aos parâmetros utilizados no cálculo do volume esperado de renúncia fiscal.
Com a liberação, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) fará a análise dos pedidos das entidades e pesquisadores credenciados.
Em 2017, com a cota fixada em US$ 301 milhões, as solicitações totalizaram cerca de US$ 274 milhões.
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- 31/01/2018 - Amazul sedia primeira reunião técnica do RMBFonte: Site AmazulA Amazul sediou nos dias 29 e 30 de janeiro a primeira reunião técnica com a empresa argentina Invap e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) para alinhar procedimentos e apresentar as equipes que trabalharão no projeto detalhado do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) pelos próximos dois anos.
A partir desse projeto, o RMB será construído em terreno localizado ao lado do Centro Industrial Nuclear de Aramar, em Iperó. O RMB produzirá radioisótopos usados na fabricação de radiofármacos para diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer, além de permitir pesquisas de materiais e combustíveis nucleares.
A Amazul será responsável pelos projetos de engenharia civil, elétrica, comunicação, arquitetura, sistema de HVAC convencional (aquecimento, ventilação e ar condicionado), utilidades (serviços), sistema de combate a incêndio, piscina de estocagem de combustível gasto, manuseio de itens e itens para movimentação de cargas. Também será responsável pelo acompanhamento, fiscalização e integração do projeto da Invap. A equipe da Amazul é formada por mais de 45 profissionais de diversas especialidades, sob a coordenação técnica da engenheira Maria Cristina Ibelli e a gerência técnica da engenheira Maria Lúcia Martins Tavares Lim.
"Este encontro dá efetivamente início ao projeto executivo do RMB. É também uma oportunidade para as equipes se conhecerem e se integrarem para o melhor desenvolvimento dos trabalhos", observou Maria Cristina.
Nilo de Almeida é o coordenador de gestão do emprendimento pela Amazul. José Augusto Perrotta é o coordenador técnico do empreendimento pela Cnen e lidera a equipe de especialistas da comissão.
A Invap, empresa com mais de 30 anos de experiência em reatores de pesquisa, desenvolverá trabalhos referentes à engenharia nuclear, instrumentação, eletrônica, termohidráulica e proteção radiológica, entre outras. A equipe argentina é formada por profissionais experientes, sob coordenação técnica do engenheiro Marcelo Barrera.
A agenda de trabalho prevê videoconferências semanais com os técnicos argentinos e encontros presenciais para acompanhamento do projeto do RMB. Nesse primeiro encontro presencial, foram discutidos detalhes técnicos da implementação do projeto, documentação, licenciamento e layout, entre outros temas. -
- 27/01/2018 - Brasil vai debater seu bagunçado setor nuclear. O que pode sair disso? - Gazeta do PovoA necessária modernização da exploração nuclear será complexa: depende do Congresso em um ano eleitoral, envolve discussões sobre o tamanho do Estado e o custo das estatais, além da discussão sobre impactos ambientais e sociais
A necessária modernização da exploração nuclear será complexa: depende do Congresso em um ano eleitoral, envolve discussões sobre o tamanho do Estado e o custo das estatais, além da discussão sobre impactos ambientais e sociais
Fonte: Gazeta do PovoFlávia PierryO governo quer criar uma política nuclear brasileira, fundamental para desenvolver o setor para além de questões de defesa e segurança nacional ou da geração de eletricidade. A necessária modernização da exploração nuclear será complexa: depende do Congresso em um ano eleitoral, envolve discussões sobre o tamanho do Estado e o custo das estatais, além da discussão sobre impactos ambientais e sociais.Desde 16 de janeiro, dois grupos técnicos estão encarregados de elaborar a proposta da Política Nuclear Brasileira e analisar a conveniência da flexibilização do monopólio da União na pesquisa e na lavra de minérios nucleares. Esse trabalho pode influenciar o debate eleitoral em 2018 sobre os rumos do setor nuclear no país.
"Se não reformularmos o setor, vai ficar uma bagunça eterna. É uma grande iniciativa do governo de fazer essa discussão. As empresas estrangeiras querem investir no Brasil”, afirmou Celso Cunha, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN).
Mudanças pontuais, que flexibilizam regras para permitir participação privada (PPPs) mantendo o monopólio estatal podem ser realizadas ainda em 2018. Porém, grande parte do que for produzido pelos grupos de trabalho terá de ser transformado em lei, o que depende do Congresso e de alterações na Constituição, algo de difícil aprovação.
"Abrirmos para PPPs na mineração do urânio não é um problema, mas precisamos ter o controle. Não é papel do Estado assumir isso. Precisamos de regras, de uma agência reguladora para a área nuclear. O mundo foi apresentado à área nuclear pela bomba, mas as pessoas que esquecem que a tecnologia nuclear está presenta quando estão fazendo um exame de saúde”, afirmou Cunha.
Dívidas, amarras e pouca eficiência
O setor nuclear brasileiro tem dificuldades financeiras e está preso a amarras impostas à atividade estatal, atrapalhando o desenvolvimento de projetos, atração de investimentos e o atendimento à demanda nacional. Parte do problema reside em um embaralhamento das funções dos principais órgãos do setor: o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), e das empresas estatais Indústrias Nucleares Brasileiras (INB) e da Nuclebras Equipamentos Pesados (Nuclep).
A interrupção na construção da usina termonuclear de Angra 3, por implicações da operação Lava Jato, também atrapalha o setor. Devendo ao BNDES pelo empréstimo tomado para construir a usina, a Eletronuclear está sem dinheiro para arcar com o combustível nuclear para a INB. Após negociação, a Eletronuclear deve para a INB R$ 654 milhões, que não foram pagos até o final de 2017. Ao traçar uma nova política nuclear, a retomada da construção da usina, que deverá custar até R$ 20 bilhões e dependerá de uma parceria com empresas privadas, precisará ser equalizada.
Alto risco com investimentos do governo
A falta de recursos e o monopólio estatal pela pesquisa, lavra e exploração nuclear são outros entraves para o setor. Na avaliação de um especialista ligado ao governo, que falou em condição de anonimato, esse modelo em que a União deve investir em atividades com resultado incerto, como a pesquisa mineral, é "ultrapassado”.
Sem dinheiro e pesquisas, o setor fica imobilizado. O setor produtivo quer flexibilização das regras, mas concordam em manter sob monopólio estatal o chamado enriquecimento do urânio (processo feito em reator nuclear e a partir do qual se faz a bomba atômica).
A INB, estatal responsável pela lavra de urânio no país, não tem capacidade para atender a toda a demanda nacional, mas é a única empresa que pode explorá-lo. Se uma mineradora encontrar urânio enquanto estiver explorando outros minerais, é obrigada a informar a INB e separar o material, para que seja retirado pela estatal.
O governo, via INB, não consegue sequer dar conta de recolher o urânio encontrado por mineradoras. Fontes do setor indicam que em uma área de exploração mineral privada em Pitinga, na Amazônia (em área com lavra concedida para exploração de fosfato), o urânio encontrado está separado, ocupando espaço e aguardando que seja retirado pela INB.
"O Estado brasileiro não deve correr o risco geológico durante a pesquisa. Já não temos dinamismo no mercado mineral nuclear, por falta de ambiente de negócios. Com o monopólio, cria-se outra trava, impedindo o país de conhecer seu potencial mineral. Não acho que seja ruim a flexibilização. O monopólio poderia ser da geração da energia ou uso bélico, mas a pesquisa de lavra em si pode ser exercida pelo ente privado sob condições específicas, com um rigor regulatório maior”, avalia o especialista, ouvido sob condição de anonimato.
As estatais responsáveis por viabilizar a atividade nuclear com exclusividade são dependentes de recursos da União e competem com áreas como saúde e educação pelos recursos. Um levantamento da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, mostra que os gastos com pessoal e despesas correntes consomem 98% do orçamento da Nuclep e 92% do INB.
Nuclear além da segurança e eletricidade
O Brasil ainda tem muito para desenvolver no setor nuclear na produção de medicamentos e componentes para uso da medicina. Essas áreas ampliam as possibilidades de parceria para o desenvolvimento de tecnologia que pode beneficiar mais segmentos, como o de radiofármacos, medicamentos utilizados em exames diagnósticos ou no tratamento de doenças como o câncer.
Entre os projetos que já estão em andamento no Brasil está a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). O projeto foi lançado em 2008, ainda está em fase de licenciamento e depende de recursos do Orçamento. A expectativa é ter o reator funcionando em 2024.
O reator pode aprofundar as pesquisas para usos sociais nucleares, como os medicamentos. O Brasil não consegue suprir sua demanda os radiofármacos utilizados em exames como tomografias. O Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen) importa os elementos químicos para produção dos radiofármacos, fabrica os medicamentos e faz a distribuição para mais de 400 clínicas no país. Isso atende a mais de 2 milhões de procedimentos médicos no ano, ainda bem abaixo de outros países e deixando parte da população sem acesso a esses exames e tratamentos.
O coordenador-técnico do RMB, o pesquisador José Augusto Perrotta, avalia que apesar da falta de recursos públicos, esse segmento não deve ser alvo de parcerias com o setor privado. "Temos feito o que é possível dentro do Orçamento. A fase de reator é complexa. Isso não é um negócio. É uma ação de Estado”, avalia.
No Brasil, a capacidade de produção de urânio é de 400 toneladas ao ano. Segundo a INB, o objetivo é aumentar para 800 toneladas e chegar a 1.200 toneladas/ano sob a forma de concentrado de urânio. O país é um dos 12 em todo o mundo que podem enriquecer urânio, ao lado de China, Estados Unidos, França, Japão, Rússia, Alemanha, Inglaterra, Holanda, Brasil, Índia, Paquistão e Irã.
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- 25/01/2018 - Partículas ultrafinas de aerossol intensificam as chuvas na AmazôniaEstudo publicado na Science revela que, na floresta tropical, as partículas de poluição emitidas pelas cidades afetam substancialmente a formação das nuvens de tempestade
Estudo publicado na Science revela que, na floresta tropical, as partículas de poluição emitidas pelas cidades afetam substancialmente a formação das nuvens de tempestade
Fonte: Agência FapespKarina Toledo
Em estudo divulgado no dia 25 de janeiro na revista Science revelou como a presença atmosférica de partículas ultrafinas de aerossol – aquelas com diâmetro menor do que 50 nanômetros (ou bilionésimos de metro) – pode intensificar o processo de formação de nuvens e também as chuvas que caem sobre a região amazônica.De acordo com os autores do artigo, sempre se acreditou que essas nanopartículas tinham papel desprezível na regulação do ciclo hidrológico – o que, de fato, é verdade em regiões continentais poluídas, como as cidades europeias, norte-americanas ou mesmo São Paulo. Na Amazônia, porém, seu papel é diferente.
"A descoberta permite compreender melhor como a poluição urbana afeta os processos relacionados à formação de tempestades convectivas na Amazônia e deve aumentar a acuidade dos modelos climáticos e de previsão do tempo”, disse Luiz Augusto Toledo Machado, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coautor do estudo.
A investigação teve início em 2014 e foi conduzida no âmbito da campanha científica Green Ocean Amazon (GOAmazon).
O apoio da FAPESP ao trabalho agora publicado se deu por meio de três projetos – um coordenado por Henrique de Melo Jorge Barbosa, professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP), outro por Paulo Artaxo, também do IF-USP, e o terceiro por Machado.
Como explicou Barbosa, os dados usados no artigo foram coletados durante a estação chuvosa de 2014 – entre os meses de março e abril –, período em que a Amazônia está livre das queimadas e, portanto, em que a única fonte de poluição relevante é a cidade de Manaus.
"Manaus é uma cidade com cerca de 2 milhões de habitantes, mais de 500 mil veículos e abastecida por termelétricas. É, portanto, uma grande fonte poluidora cercada de floresta pristina. Nosso principal sítio experimental foi instalado em Manacapuru – cidade situada a 80 quilômetros da capital amazônica e que, alternadamente, recebe a pluma de poluição carregada pelos ventos alísios e também ar limpo da floresta”, disse Barbosa.
Com o auxílio de instrumentos capazes de medir a concentração de aerossóis na atmosfera e calcular o tamanho das partículas, bem como o de radares que medem o tamanho das gotículas de nuvem, a quantidade de chuva e a velocidade com que o vapor é levado da superfície terrestre para a nuvem, o grupo comparou como ocorria o processo de convecção (movimento vertical dos gases causado pela transferência de calor) e de formação de nuvens quando a pluma de Manaus estava ou não presente sobre Manacapuru.
"As partículas de aerossol são essenciais no processo de formação de nuvens porque são elas que oferecem uma superfície para o vapor d’água se condensar. As gotículas formadas pela condensação são pequenas, mas elas acabam colidindo umas com as outras e, assim, crescendo. As gotas aumentam de tamanho e, quando ficam pesadas o suficiente, precipitam”, explicou Barbosa.
Normalmente, apenas as partículas maiores do que 50 nanômetros atuam como núcleos de condensação de nuvens (CCN, na sigla em inglês). Segundo os pesquisadores, é mais fácil para o vapor se condensar nas partículas grandes por ser menor a menor tensão superficial, a força de atração entre as moléculas de água que permite aos mosquitos pousar na superfície de um lago.
"Em cidades mais poluídas, ou na época seca na Amazônia, há muitas partículas na atmosfera e, portanto, existe uma forte competição pelo vapor d’água que emana da superfície terrestre. Portanto, a população de gotículas que se forma tem maior número e menor tamanho do que teria se não houvesse poluição. Assim, ela demora mais tempo até crescer o suficiente para chover”, explicou Machado.
Por esse motivo, acrescentou o pesquisador, a nuvem acaba se desenvolvendo muito no sentido vertical e, como a parte de cima é mais fria, ocorre a formação de gelo. "A intensa formação de gelo favorece o desenvolvimento de tempestades, ou seja, de nuvens intensas com raios”, disse.
O processo descrito pelo pesquisador é conhecido pelos especialistas em clima comocloud invigoration, algo como intensificação da nuvem. O trabalho publicado naSciencerevelou que na região amazônica as nanopartículas também podem influenciar nesse processo, o que era desconhecido.
Como na floresta tropical a umidade relativa e a temperatura do ar são muito altas, e como há poucas partículas grandes na atmosfera no período chuvoso, o vapor em excesso acaba se condensando também nas nanopartículas e o processo decloud invigorationocorre na parte baixa da nuvem, onde a água está no estado líquido. Esse processo de formação de gotas de chuva libera calor latente que acelera o movimento vertical do ar, aumentando a intensidade da tempestade.
"Para se ter uma ideia, a velocidade do vento dobrava quando havia muitas nanopartículas na atmosfera”, disse Rodrigo Souza, professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) que também participou do estudo.
Trabalhos de modelagem foram feitos pelo grupo para confirmar a hipótese levantada com base nos dados atmosféricos coletados. O modelo atmosférico usado foi o Weather Research and Forecasting (WRF), um programa de última geração, mas que falhava em representar alguns aspectos importantes do ciclo hidrológico da Amazônia por ter sido desenvolvido com base em observações do hemisfério Norte.
"Foi preciso adaptar o modelo para a nossa região”, disse o professor Helber Gomes, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Preenchendo lacunas
"Nunca entendemos como podem ocorrer aguaceiros tão frequentes na Amazônia se a região tem tão poucos núcleos de condensação de nuvens – algo na ordem de 300 ou 350 partículas por centímetro cúbico [São Paulo, por exemplo, chega a ter de 10 mil a 20 mil]. Mas é porque nunca havíamos considerado o papel dessas partículas ultrafinas de aerossol”, comentou Artaxo, coautor do artigo.
De acordo com o pesquisador, a descoberta mostra que os cientistas que estudam as regiões tropicais não devem se basear apenas em conceitos desenvolvidos em países de clima temperado. "Precisamos olhar para as particularidades da Amazônia. É possível que no passado, quando a atmosfera global ainda não estava poluída pelas emissões humanas, esse fenômeno de intensificação de tempestades também ocorresse em outras regiões do planeta. Mas não sabemos ao certo e precisamos aprofundar as investigações”, disse Artaxo.
Na avaliação de Machado, os achados deverão alterar não apenas os modelos climáticos como também o modo como teorias são formuladas e dados atmosféricos são coletados.
"Agora que foi mostrada a importância das nanopartículas no processo de intensificação da chuva nunca mais vamos estudar as nuvens da mesma maneira. Isso modifica a forma de pensar todo o processo”, comentou.
O grupo ainda pretende trabalhar em novos dados e modelos para investigar até que ponto as conclusões válidas para a Amazônia podem ser extrapoladas para outras regiões do globo. "Sabemos que é preciso uma energia brutal para levar todo esse vapor d’água para 12 a 14 quilômetros de altura. Essa energia vem do sol e está disponível na Amazônia”, disse Artaxo.
O trabalho de coleta e análise dos dados contou com a participação de cientistas do Brasil, Estados Unidos, Israel, China e Alemanha. Parte das medidas foi feita com o avião americano Gulfstream-1 (G1), pertencente ao Pacific Northwest Laboratory (PNNL).
Também apoiaram a campanha GOAmazon a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE, na sigla em inglês), além de outros parceiros.
Realizado em 2014 e 2015, o experimento teve entre seus objetivos investigar o efeito da poluição urbana de Manaus sobre as nuvens amazônicas e avançar no conhecimento sobre os processos de formação de chuva e a dinâmica da interação entre a biosfera amazônica e a atmosfera. Com base nos achados, os pesquisadores pretendem estimar mudanças futuras no balanço radiativo, na distribuição de energia, no clima regional e seus impactos para o clima global (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/18691).
O artigoSubstantial Convection and Precipitation Enhancement by Ultrafine Aerosol Particles(don: 10.1126/science.aan8461), de Jiwen Fan, Daniel Rosenfeld, Yuwei Zhang, Scott E. Giangrande, Zhanqing Li, Luiz A. T. Machado, Scot T. Martin, Yan Yang, Jian Wang, Paulo Artaxo, Henrique M. J. Barbosa, Ramon C. Braga, Jennifer M. Comstock, Zhe Feng, Wenhua Gao, Helber B. Gomes, Fan Mei, Christopher Pöhlker, Mira L. Pöhlker, Ulrich Pöschl e Rodrigo A. F. de Souza, pode ser lidoem http://science.sciencemag.org/content/359/6374/411.
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- 24/01/2018 - Novos conselheiros da FAPESP são nomeadosGovernador nomeia Marco Antonio Zago, Ignácio Poveda Velasco, Vanderlan Bolzani e José Goldemberg (recondução) para o Conselho Superior da Fundação
Governador nomeia Marco Antonio Zago, Ignácio Poveda Velasco, Vanderlan Bolzani e José Goldemberg (recondução) para o Conselho Superior da Fundação
Fonte: Agência FapespEm decreto publicado noDiário Oficialdo Estado de São Paulo de 24 de janeiro de 2018, o governador Geraldo Alckmin nomeou novos membros do Conselho Superior da FAPESP.
Foram nomeados para mandatos de seis anos, indicados pela Universidade de São Paulo (USP), os professores José Goldemberg, Marco Antonio Zago e Ignácio Maria Poveda Velasco.
Goldemberg, atual presidente da FAPESP, foi reconduzido ao Conselho Superior da Fundação. Zago e Velasco assumirão após 18 de abril de 2018, quando terminam os mandatos de, respectivamente, João Grandino Rodas e Suely Vilela.
A professora Vanderlan da Silva Bolzani foi nomeada pelo governador para complementar o mandato do conselheiro Julio Cezar Durigan (até 17/08/2022), vago em razão de seu falecimento. Bolzani teve o maior número de votos em eleição pelas instituições de ensino superior e de pesquisa no Estado de São Paulo.
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- 22/01/2018 - Brasil atrai investimentos e se torna referência em energias renováveisAo adotar projetos limpos em sua matriz, o Brasil atrai capital internacional e se torna referência na preservação do meio ambiente e na produção de tecnologias inovadoras
Ao adotar projetos limpos em sua matriz, o Brasil atrai capital internacional e se torna referência na preservação do meio ambiente e na produção de tecnologias inovadoras
Fonte: Correio BrazilienseNos últimos dias, o Brasil deu um passo importante para se tornar referência em energias renováveis ao aprovar o processo de adesão à Irena, a agência internacional do setor. A decisão foi comunicada pela Comissão Interministerial em Organismos Internacionais do governo federal, depois da 8ª Assembleia Geral da Irena, em Abu Dhabi. A organização tem, atualmente, 152 países-membros. Outros 30 estão em processo de adesão, como o Brasil.Para o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Luiz Augusto Barroso, a decisão de participar da Irena posiciona o Brasil no centro das discussões mundiais sobre a expansão das chamadas energias verdes, o que é fundamental para que o mercado brasileiro siga com o processo de inserção de renováveis que está em andamento. "Especificamente para a fonte solar fotovoltaica, trata-se de uma enorme oportunidade de mais aprendizado sobre modelos de negócios, regulação e novas estruturas comerciais”, diz Barroso.Os números mostram que os sistemas de energia tradicionais estão mudando rápido em função dos investimentos em novos projetos de geração alternativa que já superaram em capacidade os de combustíveis fósseis. Em 2016, dos 162 gigawatts (GW) de energia adicionados ao sistema, 60% vieram de fontes renováveis.Relatório recente da Irena mostra que os projetos e leilões de todas as tecnologias de geração de energias renováveis são mais baratos e devem continuar com preços mais baixos que os fósseis. Os dados da Irena mostram ainda que o custo de geração de energia eólica (aquela movida pela força dos ventos) vem registrando queda de 25% desde 2010. Já os custos de energia solar fotovoltaica tiveram redução de 73% no mesmo período. Estima-se que, até 2020, os custos com energia solar cairão pela metade.O documento prevê que, entre este ano e 2020, os empreendimentos de energias solar e eólica terrestre poderão entregar o quilowatt-hora (kWh) a 3 centavos de dólar, bem abaixo do custo da energia extraída dos combustíveis fósseis. Com base na média dos últimos 12 meses, essa energia é entregue hoje entre 6 centavos de dólar e 10 centavos de dólar por kWh.Eficiência
Entre os países que integram o grupo dos Brics, o Brasil lidera com folga o ranking de produção de energias renováveis. No boletim anual Energia no bloco dos Brics, a matriz de geração elétrica brasileira registrou em 2016 80,4% de fontes renováveis, ante 25,3% do conjunto do grupo e 23,6% da média mundial. O maior consumo de energia de fontes alternativas impacta diretamente no volume de emissões de CO². Segundo o mesmo relatório, as emissões brasileiras correspondem à metade da média dos Brics.O aumento da participação de fontes renováveis na matriz brasileira tem atraído cada vez mais investimentos. No fim do ano passado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a captação de US$ 141,7 milhões junto ao banco de fomento alemão Krefitanstalt für Wiederaufbau (KfW). O dinheiro será destinado a investimentos em projetos que envolvem eficiência energética e energias renováveis (solar, eólica, pequenas centrais hidrelétricas e bioenergia, entre outras.)Exemplo do avanço de energias renováveis é o crescimento da utilização de energia de fonte solar fotovoltaica, que alcançou, na semana passada, a marca de 1 gigawatt de potência instalada na matriz elétrica brasileira. Pelos cálculos da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), responsável pela medição, esse volume de energia é suficiente para abastecer 500 mil residências e atender ao consumo de 2 milhões de brasileiros.O resultado também coloca o Brasil entre os 30 países que têm mais de 1GW de fonte solar. Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, reconhece os avanços, mas pondera que o país ainda está muito aquém do seu potencial. "O Brasil está mais de 15 anos atrasado no uso da energia solar fotovoltaica. Temos condições de ficar entre os principais países nesse mercado, mas, para isso, precisamos de um programa nacional estruturado”, afirma. -
- 21/01/2018 - Brasil é o país com mais publicação científica em acesso abertoRelatório internacional mostra que 75% dos artigos em periódicos nacionais estão disponíveis gratuitamente, em grande parte graças à biblioteca SciELO
Relatório internacional mostra que 75% dos artigos em periódicos nacionais estão disponíveis gratuitamente, em grande parte graças à biblioteca SciELO
Fonte: Agência FAPESPEm 13º lugar entre os países que mais produzem artigos científicos no mundo, o Brasil tem a maior porcentagem disponível gratuitamente e sem entraves via internet – o chamado acesso aberto. Os dados estão em relatório publicado este mês pela Science-Metrix, uma empresa norte-americana dedicada a avaliar atividades ligadas a ciência e tecnologia.Dos artigos publicados em periódicos brasileiros, 74% têm acesso aberto. O fenômeno se deve em grande parte à biblioteca virtual SciELO (sigla de Scientific Electronic Library Online), que reúne 283 periódicos brasileiros e por volta de mil de outros países. O acesso aberto parece ser uma estratégia relevante para difusão da ciência produzida em cada país, dado que artigos facilmente disponíveis têm mostrado um índice de citação maior. O engajamento Brasileiro nessa tendência foi detalhado na edição de setembro de 2017 de Pesquisa FAPESP.Nos Estados Unidos, o país com maior produção científica no mundo, dois terços dos artigos publicados têm acesso aberto gratuito. Esse tipo de publicação não é homogêneo em todas as áreas do conhecimento, tendo preponderância em ciências da saúde e ciências naturais, mas traz benefícios em todas as áreas. Um achado curioso é que a chamada via verde de acesso aberto, em que os artigos são postos à disposição pelos próprios autores, rende mais citações do que a via dourada, em que a ação é do periódico. Entender essas tendências requer estudo de longo prazo, já que são necessários alguns anos para se avaliar o quanto um artigo é citado. -
- 19/01/2018 - China é o país que produz mais artigos científicos no mundo. Brasil é o 12ºEstudo da National Science Foundation (NSF) dos Estados Unidos divulgado ontem, 18, aponta que em termos de quantidade, os chineses ultrapassaram os Estados Unidos. Investimento maciço em C&T é apontado como fator determinante desse avanço
Estudo da National Science Foundation (NSF) dos Estados Unidos divulgado ontem, 18, aponta que em termos de quantidade, os chineses ultrapassaram os Estados Unidos. Investimento maciço em C&T é apontado como fator determinante desse avanço
Fonte: Jornal da CiênciaUm estudo apresentado pela National Science Foundation (NSF) dos Estados Unidos apontou que a China é o país que mais produz artigos científicos no mundo, em termos de números absolutos, ultrapassando o gigante norte-americano. O relatório Science & Engineering Indicators 2018 foi publicado ontem, 18 de janeiro, destacando que os norte-americanos mantêm a liderança em muitos aspectos da produção científica, mas vêm perdendo espaço na competição mundial, especialmente para os países em desenvolvimento.O Brasil aparece em 12º lugar entre os países com maior número de trabalhos publicados, com 53 mil artigos em 2016 – os chineses, no mesmo ano, tiveram 426 mil publicações. Além da China, a Índia, Coreia do Sul e Rússia – países que integram os Brics – figuram entre as dez nações que mais publicam artigos científicos no mundo. A Índia está terceiro lugar, com 110 mil artigos, ultrapassando o Japão, em número de produção científica.O relatório foi destaque também na revista Nature, que observou uma tendência entre os países em desenvolvimento, que estão intensificando seus investimentos em ciência e tecnologia, de seguir uma direção ascendente nesse cenário. No entanto, conforme ressaltam, os Estados Unidos continuam sendo uma potência científica mundial, com pesquisas de alto nível de qualidade e impacto, formando o maior de número de doutores em ciência e tecnologia, além de ser, ainda, o principal destino de pesquisadores internacionais.O que mais chama a atenção, no entanto, é o crescimento da China nos últimos 10 anos. Em 2006, o país tinha aproximadamente 190 mil artigos publicados, e em 2016 conquistou a liderança mundial com mais de 426 mil, um aumento de quase 125%. Segundo o estudo, o governo chinês vem ampliando gradualmente os investimentos em CT&I, e atualmente destina cerca de US$ 408 bilhões por ano em ciência e tecnologia (nos EUA, os investimentos giram em torno de US$ 500 bi, valor que não mudou muito nos últimos anos, segundo o relatório).O Brasil, no mesmo período, também teve um aumento significante, de 89%, no número de artigos publicados, porém está muito aquém das economias emergentes que figuram entre os dez maiores, e os investimentos em ciência e tecnologia vêm caindo severamente nos últimos dois anos, deixando o sistema científico nacional à beira de um colapso.Para o presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira, esse estudo reafirma o que a comunidade científica tem dito sempre: que o desenvolvimento científico e tecnológico depende do investimento continuado, permanente, e que é fundamental definir prioridades nacionais, como a China define em alguns setores. "Os países que estão apostando em investimento continuado e permanente, com política consolidada, estão avançando. O Brasil teve um início nisso e, embora com muitas dificuldades, estava em um processo crescente. Mas, infelizmente, estamos vendo uma desconstrução disso agora, o que é muito grave”, lamenta.Segundo ele, o exemplo da China mostra por que o país está avançando rapidamente, e, em breve, atingirá o mesmo patamar dos países desenvolvidos também em termos de qualidade e impacto científico. "Tem uma crítica nesse relatório que a ciência (chinesa) ainda não atinge a qualidade europeia e dos Estados Unidos, e é verdade. Só que eles vão chegar lá em breve. Eles começam colocando bastante recursos, fazendo muita pesquisa, envolvendo muita gente e, depois, a qualidade – que deve ser uma preocupação permanente – vai aumentando”, enfatiza.Paulo Artaxo, professor titular do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da USP e considerado um dos pesquisadores brasileiros mais influentes e mais citados no mundo, concorda que falta ao Brasil a visão estratégica da China para crescer. "O Brasil está investindo menos de 2% do que a China investe em C&T, por conta das diferentes visões sobre o que é o desenvolvimento de um país”, afirma.A falta de investimento, de planejamento estratégico, está atrasando o desenvolvimento do País e o colocando, cada vez mais, em uma posição de menos importância no cenário mundial. Segundo o cientista, isso é consequência da atual conjuntura política nacional. "Tínhamos uma visão estratégica do desenvolvimento científico do País, da formação de cientistas, inclusive como maneira de subir a renda da população mais desfavorecida. Isso foi invertido pelo novo governo, que não tem o menor interesse em promover programas de distribuição de renda, de desenvolvimento científico e tecnológico, em apoiar universidades e institutos de pesquisa. Porque, realmente, o setor financeiro, que domina completamente a agenda política e econômica brasileira, não tem interesse nenhum nesse sentido”.Artaxo afirma que é preciso que a sociedade reaja e exija politicas que fortaleçam o desenvolvimento econômico, científico e social do Brasil. "A sociedade brasileira tem que realmente reagir contra isto. Estamos vendo o País se enfraquecendo em todos os sentidos, econômico, social e científico, sem que haja uma reação da sociedade”. -
- 19/01/2018 - Cern abre inscrições para programa de verão na SuíçaFonte: Agência FAPESPA Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) recebe até 28 de janeiro inscrições para a edição 2018 do CERN Non Member State Summer Student Programme.O programa oferece a estudantes de graduação e jovens na pós-graduação (ou que concluíram recentemente), de Física, Informática e Engenharia, oportunidade para conhecer o dia a dia das equipes de pesquisa que participam de experimentos no Cern, na Suíça.O grupo de pesquisadores do High Energy Physics and Instrumentation Center at USP (Hepic) está à frente da oportunidade para os estudantes brasileiros.Além do trabalho nas equipes experimentais, os estudantes participarão de uma série de palestras e terão contato com cientistas e engenheiros de diversos países, que compartilharão conhecimentos nos campos da física de partículas e engenharia teórica e experimental.Os alunos deverão entregar um relatório ao terminarem o programa. Os participantes receberão apoio financeiro do Cern para cobrir custo de acomodação e refeições e para um número limitado de viagens e excursões.A participação no programa exige bom conhecimento da língua inglesa. A participação mínima é de 8 semanas em um dos seguintes períodos: 11 de junho a 3 de agosto, 18 de junho a 10 de agosto, 25 de junho a 17 de agosto ou de 2 julho a 24 de agosto.As inscrições devem ser feitas pelo site do Cern. Os candidatos que cumprirem os critérios de elegibilidade e tenham completado sua candidatura antes do prazo passarão para a próxima etapa do processo de seleção. Os resultados da seleção serão comunicados aos candidatos no fim de abril.Mais informações: https://jobs.web.cern.ch/job/12846. -
- 18/01/2018 - Cortes de Temer põem em risco inovação tecnológica e pesquisa científicaLaboratórios de institutos e universidade federais estão sem recursos para compra de equipamentos, com dificuldades para avançar em pesquisas e até para pagar conta de luz
Laboratórios de institutos e universidade federais estão sem recursos para compra de equipamentos, com dificuldades para avançar em pesquisas e até para pagar conta de luz
Fonte: Rede Brasil AtualO orçamento para as áreas de ciência e tecnologia em 2018 é o mais baixo da última década. A situação piorou desde 2016, após a fusão do Ministério da Comunicação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sem aumentar os recursos. Para este ano, estão previstos R$ 3 bilhões, valor que representa um corte de R$ 1 bilhão em relação a 2017."Sem pesquisa, a gente não tem inovação. Sem inovação tecnológica, você não tem a possibilidade de injetar o desenvolvimento do país, o desenvolvimento econômico, novos postos de trabalho, novas empresas, você começa a ter um acometimento de toda a estrutura econômica e social”, avalia Anapatricia Morales Vilha, coordenadora da Agência de Inovação da Universidade Federal do ABC (UFABC).Segundo ela, com os cortes que o governo federal tem executado no orçamento das universidades federais e nas áreas de ciência e inovação, esses estudos estão em risco. Na UFABC, por exemplo, a redução dos recursos passou de 50% nos últimos quatro anos, prejudicando a produção cientifica."Temos uma série de reduções que impactam na compra de equipamentos importantes, pesquisas que poderiam avançar por meio de bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado, pesquisas que poderiam, inclusive, colocar a universidade em consórcio com outros países em pesquisas internacionais”, explica Anapatricia.Assista a reportagem da TVT aqui. -
- 18/01/2018 - Abertas inscrições de candidatos a bolsas de mestrado e doutorado da Cnen para 2018Fonte: ABENA Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) receberá, de 22 de janeiro a 22 de fevereiro, inscrições dos interessados em candidatar-se às bolsas de pós-graduação oferecidas pela instituição. Neste ano, serão concedidas dez bolsas de mestrado e cinco de doutorado.Os candidatos serão selecionados, de acordo com os critérios estabelecidos no edital 01/2018, entre alunos de pós-graduação de programas reconhecidos pela Capes, com conceito mínimo de 3, para mestrado; e de 4, para doutorado. Os projetos de pesquisa precisam ser desenvolvidos em áreas de interesse da Cnen, tais como aceitação pública da tecnologia nuclear; análise e avaliação de segurança e de impactos ambientais de instalações nucleares e radiativas; aplicações e efeitos das radiações ionizantes na agricultura e em alimentos, na indústria, na saúde, no meio ambiente, nas artes e na cultura, entre outras áreas elencadas no edital.As bolsas são no valor de R$ 1.500, para o mestrado, e de R$ 2.200, para o doutorado. O resultado final do processo seletivo será conhecido a partir de 3 de abril. Após realizada a seleção, as bolsas serão concedidas pelo período de 24 meses (mestrado) e 48 meses (doutorado).Os interessados em candidatar-se deverão preencher o formulário de aplicação (anexo I do edital) e enviar, entre outros documentos, uma carta de encaminhamento do coordenador do programa de pós-graduação (anexo II) e uma proposta de trabalho, cujo roteiro consta do anexo III. Os parâmetros de avaliação do pedido e correspondente pontuação podem ser consultados no anexo IV.Caso contemplado, o candidato deverá providenciar a documentação listada no anexo V do edital e preencher os formulários dos anexos VI, VII e VIII.Outras informações podem ser solicitadas na Secretaria de Formação Especializada (Sefesp) da Cnen, pelos telefones (21) 2173-2187/2188 ou pelo e-mail sefesp@cnen.gov.br.Os anexos do edital e formulários estão disponíveis em links aqui. -
- 18/01/2018 - EUA testam sistema de energia nuclear para sustentar astronautas em MarteFonte: Portal TerraTestes iniciais em Nevada, nos Estados Unidos, num sistema de energia nuclear compacto desenhado para sustentar uma missão humana de longa duração da Nasa na inóspita superfície de Marte têm sido exitosos, e um teste com a potência máxima está programado para março, disseram autoridades nesta quinta-feira.Autoridades da Nasa e do Departamento de Energia dos EUA, numa entrevista em Las Vegas, detalharam o desenvolvimento do sistema nuclear do projeto Kilopower da Nasa.Os testes começaram em novembro numa localidade do Departamento de Energia em Nevada com a perspectiva de fornecer energia para missões futuras de astronautas e robôs no espaço e na superfície de Marte, da Lua e de outros destinos no Sistema Solar.Um obstáculo chave para qualquer colônia de longo prazo na superfície de um planeta ou da Lua é ter uma fonte de energia forte o suficiente para sustentar a base, mas pequena e leve o suficiente para ser transportada pelo espaço."Marte é um ambiente muito difícil para sistemas de energia, com menos luz do que a Terra ou a Lua, temperaturas noturnas muito frias, tempestades de areia que podem durar semanas e meses e atingir o planeta inteiro, disse Steve Jurczyk, do setor de tecnologia espacial da Nasa."Assim, o tamanho compacto e a solidez do Kilopower permitem que enviemos unidades múltiplas num módulo único para a superfície, que fornece dezenas de kilowatts de energia", acrescentou. -
- 18/01/2018 - Novos reitor e vice-reitor da USP tomam posseFonte: Agência FAPESPOs professores Vahan Agopyan e Antonio Carlos Hernandes tomarão posse como novos reitor e vice-reitor da USP para o quadriênio 2018-2022. A sessão solene do Conselho Universitário será realizada no Auditório Ulysses Guimarães, no Palácio dos Bandeirantes, no dia 29 de janeiro de 2018, às 18 horas.Professor da USP desde 1975, Agopyan foi vice-diretor e diretor da Escola Politécnica (Poli), diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), coordenador de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e vice-presidente do Conselho Internacional para Pesquisa em Inovação em Edificação e Construção.Agopyan também foi pró-reitor de Pós-Graduação da USP no período de 2010 a 2014 e, atualmente, ocupa o cargo de vice-reitor da universidade. Foi membro do Conselho Superior da FAPESP em dois mandatos: de 2000 a 2006 e de 2006 a 2012.Hernandes é professor titular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) desde 2008. Graduou-se em Física pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e obteve título de doutor em Física Aplicada pela USP, com estágio na Universidade de Gênova, na Itália.O novo vice-reitor da USP é também coordenador de Ensino e Difusão Científica do Centro para o Desenvolvimento de Materiais Funcionais – um CEPID da FAPESP –, vice coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Materiais em Nanotecnologia e coordenador do Centro de Tecnologia de Materiais Híbridos, um dos Núcleos de Apoio à Pesquisa da USP.A chapa de Agopyan e Hernandes foi a mais votada, com 1.092 votos, e encabeçou a lista tríplice, encaminhada ao governador Geraldo Alckmin, resultante da eleição realizada na USP. -
- 17/01/2018 - Inscrições para etapa nacional do FameLab vão até o dia 28 de fevereiroFonte: MCTICEstão abertas as inscrições para os interessados em participar do FameLab, um concurso internacional que busca aproximar cientistas do público em geral e desenvolver habilidades de comunicação com o público. O período de submissão de projetos vai até 28 de fevereiro. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) é um dos apoiadores da iniciativa e vai levar até 15 pesquisadores brasileiros para a decisão nacional acontece em 27 de abril, no Museu de Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ).Os interessados devem mandar dois vídeos de três minutos cada, sendo um em português e outro em inglês. Não podem ser utilizados recursos de Power Point ou outro dispositivo eletrônico de apresentação, músicas de fundo, edições ou efeitos especiais. O uso de materiais de apoio portáteis é limitado. As produções devem ser encaminhadas à comissão julgadora do FameLab. Confira abaixo o edital completo.O concurso FameLab foi lançado em 2004 pelo Festival de Ciência de Cheltenham (Inglaterra) e está presente em 32 países. Organizado pelo British Council, é apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).ElegibilidadePodem participar da seleção bolsistas de mestrado (stricto sensu), doutorado, doutorado direto e pós-doutorado nas áreas de ciências da vida ou ciências exatas, tecnológicas e engenharias fluentes em português e inglês, das seguintes agências: CNPq; Fapesp; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg); Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig); Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes); Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb); Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc); Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec); e Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná.Os não bolsistas também podem participar, desde que tenham 21 anos e sejam fluentes em português e inglês. Além disso, devem estar cursando algum curso de pós-graduação nas áreas alvo em instituições de ensino superior reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Os mesmos critérios se aplicam a estrangeiros.Candidatos de anos anteriores que não tenham sido contemplados com o prêmio podem submeter seus vídeos para avaliação novamente. -
- 17/01/2018 - Inscrições para premiação de fotografia do CNPq se encerram nesta sexta-feira (19)Fonte: MCTICAcaba nesta sexta-feira (19) o prazo para a submissão de inscrições para concorrer ao Prêmio de Fotografia – Ciência & Arte, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A disputa ocorre nas categorias imagens produzidas por câmeras fotográficas e instrumentos especiais.Podem participar estudantes de graduação e pós-graduação, docentes e pesquisadores brasileiros. Os estrangeiros também podem submeter inscrições, desde que tenham visto permanente no Brasil.Ao todo, serão distribuídos R$ 30 mil em prêmios aos três melhores colocados de cada categoria. Além disso, os vencedores terão direito a passagens aéreas e hospedagem para participar da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontecerá na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), entre 22 e 28 de julho. -
- 16/01/2018 - Governo debaterá flexibilização do monopólio da União em pesquisa e lavra nuclearFonte: Isto ÉO ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), Sérgio Etchegoyen, instituiu dois grupos técnicos na área nuclear. O primeiro terá como tarefa elaborar a proposta da Política Nuclear Brasileira e o outro irá analisar a conveniência da flexibilização do monopólio da União na pesquisa e na lavra de minérios nucleares.Os dois grupos serão formados por representantes de vários ministérios e de outras instituições, como Comissão Nacional de Energia Nuclear, Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, Indústrias Nucleares do Brasil e Nuclebrás Equipamentos Pesados. Os técnicos que irão tratar da política nuclear serão coordenados pelo GSI e o outro grupo, pelo Ministério de Minas e Energia.As resoluções que criam os grupos estão publicadas no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 16. Cada um deles terá 150 dias para concluir os trabalhos. -
- 16/01/2018 - Treinamento técnico em Química no Ipen com Bolsa da FAPESP - Agência FapespFonte: Agência FAPESPUma oportunidade de treinamento técnico nível três (TT-3), com Bolsa da FAPESP, está aberta para o Projeto Temático "Estudos sobre o uso do bioetanol em células a combustível do tipo PEMFC e SOFC”, desenvolvido no Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e coordenado pelo professor Marcelo Linardi. A inscrição deve ser feita até dia 15 de fevereiro de 2018.Segundo Linardi, o projeto aborda temas críticos aos principais desafios científicos e tecnológicos relativos ao avanço do uso do etanol em células a combustível."O uso do bioetanol em células a combustíveis do tipo PEMFC (Proton Exchange Membrane Fuel Cell) e SOFC (Solid Oxide Fuel Cell), seja diretamente como combustível ou indiretamente na forma de hidrogênio, ainda apresenta uma série de barreiras que necessitam ser superadas para que estes dispositivos possam apresentar alta eficiência, durabilidade, confiabilidade e baixo custo”, disse.O bolsista será responsável por auxiliar nos experimentos de avaliação de catalisadores aplicados à reação de oxidação preferencial do monóxido de carbono (PROX-CO) em misturas ricas em hidrogênio. A oportunidade é voltada para alunos graduados do nível superior em Química ou Engenharia Química.Os interessados em se inscrever devem enviar e-mail para o pesquisador Estevam Vitorio Spinacé (espinace@ipen.br), junto com curriculum vitae e histórico escolar do curso de graduação.Mais informações sobre a vaga estão disponíveis em www.fapesp.br/oportunidades/1893.A Bolsa de TT-3 tem valor de R$ 1.195,60 e é direcionada a alunos graduados do nível superior, sem reprovações em seu histórico escolar e sem vínculo empregatício, com dedicação de 16 a 40 horas semanais às atividades de apoio ao projeto de pesquisa. O tempo de bolsa TT-3 será descontado no caso de o interessado vir a usufruir de Bolsa de Mestrado ou Doutorado Direto.Mais informações sobre as Bolsas de Treinamento Técnico: www.fapesp.br/bolsas/tt. -
- 15/01/2018 - Cientistas russos criam material que aumenta segurança em reatores nuclearesPesquisadores da MEPhI (Universidade Nacional russa de Pesquisa Nuclear) realizaram um estudo sobre o uso de molibdênio modificado isotopicamente como alternativa às ligas de zircônio, utilizadas para produzir o combustível nuclear.
Pesquisadores da MEPhI (Universidade Nacional russa de Pesquisa Nuclear) realizaram um estudo sobre o uso de molibdênio modificado isotopicamente como alternativa às ligas de zircônio, utilizadas para produzir o combustível nuclear.
Fonte: SputnikAtualmente, as ligas de zircônio são o principal material usado nas embalagens que contêm óxido de urânio. A vantagem desse material é que ele apresenta alta erosão e resistência à água juntamente com uma baixa captura de nêutrons térmicos (a propriedade que caracteriza a probabilidade de interação química entre partículas de nêutrons e o núcleo do átomo).
No entanto, o zircônio também possui algumas desvantagens como a geração de calor em contato com a água e a produção de hidrogênio, o que acelera a degradação do material utilizado nos reatores.
Esse tipo de problema ocorre durante as reações de calor envolvendo o zircônio, quando as temperaturas atingem aproximadamente 700 graus Celsius e que pode ser muito perigoso em situações de emergência em usinas nucleares. Acredita-se que foi justamente esse tipo de reação que causou o acidente nuclear de Fukushima.
Físicos nucleares ao redor do mundo têm discutido há um tempo a possibilidade de substituição do zircônio por uma caixa de liga de molibdênio refratária que, como o zircônio, possui alta resistência à corrosão, mas também uma maior condutividade térmica. A principal desvantagem do material são os altos custos porque ele requer um aumento do grau de enriquecimento do urânio e, portanto, torna o processo tecnológico muito mais caro.
Se introduzida, a tecnologia poderia levar a aumentos substanciais na segurança das usinas nucleares.
Valentin Borisevich, professor do departamento de física molecular da MEPhI, disse que o estudo da universidade forneceu aos pesquisadores "todas as informações necessárias para o projeto de um sistema de separação para a produção em larga escala de molibdênio modificado isotopicamente com base na tecnologia russa existente para a separação de isótopos de não urânio em centrífugas de gás. "
O estudo da universidade, publicado na revista científica Chemical Engineering Research & Design, foi possível graças ao apoio da Fundação Russa para Pesquisa Básica e em cooperação com o departamento de Física de Engenharia da Universidade de Tsinghua, em Pequim, na China.