Ipen na Mídia
-
- 05/12/2022 - Cientistas desenvolvem baterias baseadas em elemento abundante no planetaMaterial feito por pesquisadores do Centro de Inovação em Novas Energias é capaz de melhorar o desempenho de baterias e supercapacitores com íons de sódio
Material feito por pesquisadores do Centro de Inovação em Novas Energias é capaz de melhorar o desempenho de baterias e supercapacitores com íons de sódio
Fonte: Agência FAPESP
Agência FAPESP* – Pesquisadores do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) e colaboradores desenvolveram um material capaz de melhorar o desempenho de baterias e supercapacitores baseados em íons de sódio, tecnologia alternativa à de íons de lítio, a mais usada atualmente.O CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell, com sedes na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).Em ambas as tecnologias, os íons são os encarregados de transportar e estocar elétrons durante a carga e a descarga dos dispositivos. Nesses processos, os íons penetram o material dos eletrodos, sendo que os menores conseguem fazê-lo mais rapidamente. Nesse ponto, embora o sódio seja pequeno, o lítio é campeão, sendo o menor íon em estado sólido da tabela periódica.Contudo, o sódio apresenta uma importante vantagem: trata-se de um elemento abundante e bem distribuído no planeta, tanto na crosta terrestre quanto, principalmente, no mar. Essa característica facilitaria a produção mundial de dispositivos de armazenamento de energia, cada vez mais demandados, dentro dos esforços para diminuir as emissões de carbono e estocar eletricidade proveniente de fontes renováveis como o sol e os ventos. No caso do lítio, as reservas são menos abundantes e se concentram em poucos países."Em nosso trabalho desenvolvemos dispositivos que funcionam com íons de sódio – uma tecnologia cuja viabilidade econômica é muito mais interessante do que a de íons de lítio e que poderia ser fabricada em muitos países, inclusive o Brasil”, diz Hudson Zanin, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisador do programa Armazenamento Avançado de Energia do CINE.Essa tecnologia, porém, ainda não está pronta para a comercialização. Um dos desafios principais para viabilizá-la é desenvolver eletrodos nos quais os íons de sódio possam entrar e sair mais rapidamente. Nesse contexto, em artigo publicado no i>Journal of Energy Storage, Zanin e os demais autores apresentam um novo material para os eletrodos desses dispositivos formado por nanotubos de carbono com nanopartículas de pentóxido de nióbio (NbO5).A equipe estudou o desempenho desse material como eletrodo de uma bateria e de um supercapacitor de íons de sódio. Os resultados dos experimentos e das simulações computacionais mostraram que o eletrodo funcionou muito bem nos principais mecanismos de armazenamento de cargas desses dispositivos: a intercalação e a adsorção.Os autores observaram que os íons de sódio penetraram o pentóxido de nióbio em velocidade ultrarrápida e foram bem adsorvidos por eletrostática na grande área superficial dos nanotubos de carbono. Em consequência, a capacitância dos dispositivos – a sua habilidade de coletar e armazenar cargas elétricas – aumentou significativamente em relação ao eletrodo convencional de nanotubos sem nanopartículas.O estudo foi realizado durante o doutorado de Carla Real, que está em andamento na Unicamp sob a orientação de Zanin. Contou com a colaboração de pesquisadores da Kansas State University (Estados Unidos) na produção e caracterização da bateria de sódio. Também participaram do trabalho pesquisadores da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), que ajudaram a compreender os fenômenos eletroquímicos fundamentais que ocorriam nos dispositivos.O artigo Freestanding niobium pentoxide-decorated multiwalled carbon nanotube electrode: Charge storage mechanism in sodium-ion pseudocapacitor and battery pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2352152X22008027?via%3Dihub.* Com informações do CINE, um Centro de Pesquisa em Engenharia apoiado por FAPESP e Shell.
-
- 05/12/2022 - Ciência para a guerra e para a pazUso militar ajudou a ciência a avançar, mas o papel da ciência na busca pela paz é fundamental
Uso militar ajudou a ciência a avançar, mas o papel da ciência na busca pela paz é fundamental
Fonte: Revista Ciência e Cultura
Chris Bueno
Guerra e ciência têm um longo – e complicado – relacionamento. Em diversos momentos da história, a ciência foi empregada para fins bélicos, aprimorando estratégias, logística e armamentos. Por outro lado, isso fez a ciência avançar, e muitas inovações que surgiram no contexto militar hoje são utilizadas na saúde, no transporte e no dia a dia.
Nesse sentido, a comunidade científica desempenha um papel central na demarcação de fronteiras para a criação e aplicação de instrumentos para a guerra, mas também para desenvolver padrões e mecanismos éticos que permitam evitar, cada vez mais, os conflitos.
"A CT&I tem potencial para desenvolver vários tipos de armas e temos tido exemplos disso há anos. Mas acredito que nossa maior preocupação deva ser investir em CT&I para que ela possa atuar no combate ao desenvolvimento de novas armas”, aponta Elisa Orth, vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Química e professora do Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná(UFPR). A pesquisadora explica que a preocupação com o uso de armas mais letais – como as armas químicas e biológicas – levou à elaboração de acordos internacionais, como a Convenção Mundial sobre Armas Químicas, regulada pela Organização para Proibição de Armas Químicas (Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons– OPCW). Este acordo internacional, assinado em Paris em 1993, proíbe o desenvolvimento, a produção, a estocagem e o uso de armas. "Mas vale ressaltar o boom dos cálculos computacionais e machine learning, que têm grande potencial para desenvolver novas armas químicas”, alerta.
Tecnologias avançadas são vistas como elementos essenciais para um exército bem-sucedido. A Primeira Guerra Mundial ficou conhecida como "a guerra dos químicos” – isso porque, ao longo do conflito, cientistas de ambos os lados desenvolveram produtos químicos cada vez mais potentes (os mais usados foram o gás de cloro, o gás de mostarda e o gás de fosgênio) e também elaboraram medidas contra os novos gases inimigos. Os físicos também tiveram uma importante participação, desenvolvendo tecnologias de comunicação sem fio e métodos baseados em som para detectar submarinos. Mas foi a Segunda Guerra Mundial que marcou o crescimento do uso militar da ciência, especialmente da física. O conflito pode ser chamado de "a guerra dos físicos”: além da bomba atômica (talvez a mais notória colaboração científica para a guerra), o desenvolvimento do radar foi fundamental, permitindo a detecção de navios e aeronaves inimigas, assim como da criptografia matemática e da ciência de foguetes, com seus avanços tendo um efeito significativo em cada disciplina.
Segundo Geraldo Lesbat Cavagnari Filho, fundador e coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professor convidado do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), a partir da Primeira Guerra Mundial, a comunidade científica iniciou sua colaboração com o esforço de guerra das grandes potências. No intervalo entre as duas guerras mundiais, as potências estavam convencidas da importância da pesquisa científica e tecnológica para as guerras futuras. "Mas foi a partir da Segunda Guerra Mundial que os militares tomaram consciência do caráter estratégico da ciência e tecnologia na guerra moderna”, afirma em artigo para a revista ComCiência.
O advento da Guerra Fria solidificou os vínculos entre as instituições militares e a ciência acadêmica, particularmente nos Estados Unidos e na União Soviética. Assim, o financiamento militar continuou a se expandir e se espalhou para as ciências sociais, naturais, e para campos totalmente novos, como a computação. "Intervenções bélicas são, em sua maioria, causadas por escassez ou busca pelo controle de recursos como alimentos, água, minerais e, principalmente, fontes energéticas, e também domínio das rotas de escoamento e distribuição desses recursos. O conhecimento científico permite melhorias em todos esses processos”, explica Frederico Genezini, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
A ciência da guerra
De todos os avanços científicos e tecnológicos feitos durante a Segunda Guerra Mundial, poucos recebem tanta atenção quanto a bomba atômica. Desenvolvidas durante o conflito em meio a uma corrida armamentista entre as potências do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e dos Aliados (Reino Unido, França, União Soviética e Estados Unidos), as bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki moldaram o século XX e a posição dos Estados Unidos no cenário global. Essa corrida armamentista inaugurou uma nova era da ciência que mudou a diplomacia, o poder das forças militares e o desenvolvimento tecnológico.(Imagem por ARL Technical Library. Reprodução)
Figura 1. Mulheres operam o computador ENIAC.Porém, abomba atômica não foi o único avanço tecnológico advindo do conflito. O primeiro sistema de radar prático foi produzido em 1935 pelo físico britânico Robert Watson-Watt, e em 1939 a Inglaterra construiu uma rede de estações de radar ao longo de suas costas sul e leste. O uso do radar foi determinante para a guerra, pois ajudou as forças aliadas a detectar navios e aviões inimigos.
A guerra também avançou as pesquisas sobre o motor a jato. A aviação e os motores aeronáuticos eram uma preocupação militar mesmo antes da Segunda Guerra Mundial. Os motores a jato surgiram nos meses finais do conflito como forma de dar aos caças uma vantagem sobre seus adversários. Em 1930, Frank Whittle, engenheiro inglês da Royal Air Force, do Reino Unido, registrou a primeira patente da tecnologia. Com o início da guerra, o governo britânico desenvolveu aviões baseados nos projetos de Whittle. O primeiro avião aliado a usar propulsão a jato decolou em 15 de maio de 1941.
Foi também durante a Segunda Guerra que os Estados Unidos começaram a desenvolver novas máquinas para calcular trajetórias balísticas. Apesar de já estarem em desenvolvimento bem antes do início do conflito, a guerra exigiu uma rápida progressão dessa tecnologia, resultando na produção de novos e mais potentes computadores. Um exemplo foi o Electronic Numerical Integrator and Computer (ENIAC). Com cerca de dois metros de altura, pesando 30 toneladas e ocupando 180 metros quadrados, o ENIAC conseguia realizar milhares de cálculos em um segundo. Originalmente projetado para fins militares, o computador não foi concluído até 1945, sendo lançado ao público apenas em 1946. Porém, antes do ENIAC, na Grã-Bretanha, o matemático e cientista da computação britânico Alan Turing inventou uma máquina eletromecânica chamada Bombe que ajudou a decifrar os códigos alemães. Embora a máquina de Turing não fosse tecnicamente um computador – especialmente considerando-se as máquinas dos dias de hoje – o Bombe foi um precursor do Colossus, uma série de computadores eletrônicos britânicos. A invenção de Turing aparece no filme Enigma, de 2001. Enigma é uma máquina eletromecânica de criptografia utilizada pelos nazistas para transmitir mensagens aos seus submarinos através de códigos ultra seguros. O filme de Michael Apted, embora seja uma obra ficcional, trata do embate real entre a inteligência alemã e inglesa e aborda parte da vida de Turing e o uso de sua máquina para quebrar o código nazista. (Figura 1)
De certa forma, a própria internet começou como um projeto militar. A Rede da Agência de Pesquisas em Projetos Avançados (Advanced Research Projects Agency Network – ARPANET) começou durante a Guerra Fria como uma forma de os militares dos Estados Unidos desenvolverem um sistema de compartilhamento de informações sem a necessidade de um centro de comando. Ao criar uma rede robusta e flexível, os Estados Unidos poderiam garantir que, em caso de catástrofe, o acesso aos supercomputadores do país permanecesse intacto. A tecnologia possibilitava que vários computadores se conectassem diretamente uns aos outros, permitindo que as pessoas compartilhassem informações em velocidades sem precedentes. A ARPANET deu as bases para a internet como a conhecemos hoje.
"Nos últimos anos, muita ênfase tem sido dada ao desenvolvimento de armas e veículosautônomos ou operados remotamente, que permitem reduzir drasticamente a perda devidas em esforços bélicos”, explica Guilherme Soares Zahn, pesquisador do Centro do Reator de Pesquisas (IPEN-CNEN). O pesquisador aponta que as armas "inteligentes” (que usam inteligência artificial) possibilitam a tomada de decisões instantaneamente, o que permite a criaçãode novos campos de batalha. Um exemplo são os domos virtuais de segurança que, pormeio de cálculos de balística de mísseis, permitem sua interceptação. Os próprios mísseis também podem tomar decisões na mesma velocidade. "Essas duas mudanças, junto com diversas outras que vêm sendo introduzidas a partir de avançoscientífico-tecnológicos, vêm mudando drasticamente a lógica de conflitos bélicos, bem como trazendo diversos novos problemas éticos à mesa de discussão”, diz.
Avanço tecnológico
Apesar de inicialmente terem sido desenvolvidas com fins bélicos, essas tecnologias continuaram avançando e alcançaram outras finalidades, desta vez pacíficas. O radar, por exemplo, tornou-se essencial para os meteorologistas avançarem no conhecimento dos padrões climáticos e aumentou a capacidade de realizar previsões meteorológicas. Os motores a jato agora são usados pelas companhias aéreas para transportar passageiros por todo o mundo. O desenvolvimento contínuo tornou os computadores progressivamente menores, mais poderosos e mais acessíveis. E não é possível imaginar o mundo hoje sem a internet.(Reprodução)
Figura 2. A tecnologia do forno micro-ondas foi descoberta por acidente
durante a Segunda Guerra Mundial, numa tentativa de aprimorar os radares de então.Mas não é só. Várias outras inovações – hoje comuns em nosso dia a dia – originaram-se através de pesquisas militares. Esse é o caso da borracha sintética. O suprimento global de borracha natural foi suficiente até a Segunda Guerra Mundial, quando as potências do Eixo cortaram quase todo o suprimento de borracha da Ásia (o maior fornecedor do produto). Como a borracha era essencial para as operações militares – utilizada desde esteiras de veículos e máquinas, a calçados, roupas e equipamentos de soldados – os Aliados foram forçados a encontrar materiais alternativos e assim desenvolveram a borracha sintética. O mesmo aconteceu com a supercola e a fita adesiva, criadas para suprir as necessidades dos exércitos e hoje amplamente comercializadas. E também como o forno micro-ondas. Originalmente utilizada no desenvolvimento de radares (a capacidade de produzir comprimentos de onda mais curtos através do uso de um magnetron de cavidade resultou em maior precisão em distâncias maiores), a capacidade de micro-ondas para cozinhar alimentos foi descoberta por acidente. Enquanto pesquisava o uso das micro-ondas em radares, o engenheiro norte-americano Percy Spencer notou que uma barra de chocolate em seu bolso havia derretido. Isso levou à percepção de que o equipamento poderia ser reaproveitado para aquecer e cozinhar alimentos. (Figura 2)
Uma das inovações mais importantes foi o GPS. Desenvolvido na década de 1960, a ideia era usar satélites para determinar a posição de um usuário na Terra medindo sua distância de três satélites periféricos em um processo conhecido como trilateração. Embora o sistema tenha se tornado totalmente operacional em março de 1994, ele capturou o interesse do público muito antes disso. Hoje, a tecnologia é usada em produtos como carros e telefones, e também é aplicada na pesquisa de terremotos egeocaching.
"Um bom monitoramento, aliado a um trabalho eficiente de processamento da informação, permite a rápida identificação de padrões suspeitos que podem indicar potenciais ataques, tanto bélicos como criminosos”, aponta Genezini. Para o pesquisador, o monitoramento eficiente possibilita a identificação e a prevenção de crimes, bem como a solução dos crimes já cometidos. No mesmo sentido, a comunicação rápida, segura e eficiente entre os atores do sistema de prevenção é essencial para ações integradas e cirúrgicas, aumentando muito sua eficiência e reduzindo os danos colaterais.Uma questão de saúde
Junto com os avanços da tecnologia de micro-ondas e computadores, a Segunda Guerra Mundial trouxe mudanças importantes no campo da medicina. A necessidade de tratar milhões de soldados exigiu o desenvolvimento e uso de novas técnicas que levaram a melhorias nas transfusões de sangue, enxertos de pele e cirurgia, assim como o desenvolvimento de novos medicamentos.
Durante a Primeira Guerra Mundial, a pandemia de influenza (também conhecida como Gripe Espanhola) entre 1918 e 1919 impactou significativamente os exércitos e motivou os militares norte-americanos a desenvolver a primeira vacina contra a gripe. Os cientistas começaram a isolar os vírus na década de 1930 e o Exército dos Estados Unidos ajudou a patrocinar o desenvolvimento de uma vacina contra eles nos anos 1940. A primeira vacina contra a gripe foi aprovada para uso militar em 1945 e para uso civil em 1946.
(Reprodução)
Figura 3. O cientista escocês Alexander Fleming descobriu a penicilina
em 1928, mas foi só durante a Segunda Guerra que ela começou a ser
produzida em massa para o tratamento médico.Previamente ao uso generalizado de antibióticos nos Estados Unidos, mesmo pequenos cortes e arranhões podiam levar a infecções fatais. O cientista escocês Alexander Fleming descobriu a penicilina em 1928, mas foi só durante a Segunda Guerra que os Estados Unidos começaram a produzi-la em massa para o tratamento médico. Antes da tomada da Normandia, que iniciou a invasão da Europa Ocidental ocupada pelos alemães em 1944, os cientistas prepararam 2,3 milhões de doses do medicamento. Da Segunda Guerra Mundial até hoje, a penicilina continua sendo uma forma fundamental de tratamento usada para evitar infecções bacterianas. (Figura 3)
A ciência da paz
Se por um lado as armas ficaram mais sofisticadas, a ciência aplicada à saúde, o desenvolvimento das ciências sociais em termos de construção de meios preventivos de resolução de conflitos, a diplomacia e o direito internacional são o outro lado dessa moeda.
"O papel da ciência em todos os aspectos sempre é central. Ela que norteia como os avanços do conhecimento devem ser aplicados e como nos precaver. Ela que alerta sobre perigos e traz soluções para problemas. Ela é o alicerce para o desenvolvimento de uma sociedade consciente e que busca a paz”, enfatiza Orth.
Desta forma, a ciência é a chave para um futuro próspero e pacífico. Desde sua proclamação pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco) em 2001, o Dia Mundial da Ciência para a Paz e o Desenvolvimento é comemorado em todo o mundo para demonstrar por que a ciência é relevante para a vida cotidiana das pessoas e envolvê-las em debates sobre essas questões. Ao vincular a ciência mais estreitamente à sociedade, a data visa garantir que os cidadãos sejam mantidos informados sobre os desenvolvimentos da ciência e ressalta o papel que os cientistas desempenham na ampliação de nossa compreensão do planeta.
Embora hoje exista muita informação, tecnologia e conhecimento disponíveis, isso não significa que haja paz e justiça para todos. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente o mundo enfrenta o maior número de conflitos violentos desde o fim da Segunda Guerra Mundial: no total, 25% dos habitantes do mundo estão em áreas afetadas por conflitos. Para Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, os surpreendentes avanços alcançados pela ciência nessas últimas décadas têm mudado nossas condições de vida, e as inovações produzidas são uma oportunidade para desenvolver as sociedades e alcançar a paz. "As ciências melhoram nosso bem-estar, facilitam a vida cotidiana e derrubam as fronteiras que pareciam imutáveis nas áreas de medicina, transporte, comunicação e partilha de conhecimentos. Além disso, são um motor de crescimento e riqueza”, afirmou Azoulay em declaração no Dia Mundial da Ciência para a Paz.
A importância dessa interação entre ciência e sociedade é que a CT&I impacta a sociedade, determinando assim a extensão de seu desenvolvimento, enquanto a sociedade pode influenciar o desenvolvimento da CT&I em direção a comunidades pacíficas. "O desenvolvimento da ciência, que é um ramo que pressupõe colaboração entre países, para além dos equipamentos e armamentos de dissuasão, pode e deve influenciar na qualidade de vida, reduzindo a causa primária de conflitos”, afirma Zahn.
Em seu texto "Ciência sem o Pentágono”, publicado no jornal Folha de S. Paulo em 1985, Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC, afirma a importância de usar a ciência para fins pacíficos. Mais recentemente, em entrevista à Revista Pesquisa Fapesp Chris Bueno é jornalista, escritora, divulgadora de ciências, editora-executiva da revista Ciência & Cultura, e mãe apaixonada por escrever (especialmente sobre ciência).no ano passado, Janine Ribeiro voltou a afirmar o papel fundamental da ciência na defesa da democracia. "Houve um período em que o desenvolvimento científico esteve muito associado à pesquisa militar. Um grande exemplo foi o desenvolvimento da bomba atômica, por volta de 1945. Mas ocorreu uma mudança interessante. A ciência foi se afastando das causas da guerra e assumindo as causas da paz, da democracia e da ética. Foi se voltando mais para a questão da saúde, do meio ambiente, da sustentabilidade”, afirmou.
Chris Bueno é jornalista, escritora, divulgadora de ciências, editora-executiva da revista Ciência & Cultura, e mãe apaixonada por escrever (especialmente sobre ciência).
-
- 05/12/2022 - Radiação contra fungos em herbáriosFonte: Revista FAPESP no. 322 - dezembro de 2022
Já aplicada sobre documentos ou objetos, a descontaminação por radiação ionizante serviu para eliminar fungos e insetos de amostras botânicas, as chamadas exsicatas. Um grupo do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) submeteu amostras prensadas e desidratadas de folhas de plantas das famílias Asteraceae e Solanaceae coletadas em 1946, 1984 e 1986 a um tratamento com radiação emitida pelo elemento químico cobalto 60. Foram avaliadas três doses absorvidas de radiação (1, 6 e 10 quilogray), as mesmas usadas para a desinfestação e a desinfecção de outros materiais. As análises feitas por Leni Lima, do IPA, indicaram que não houve alteração significativa nem da cor nem de estruturas microscópicas das folhas. A radiação ionizante mostrou-se eficiente, mas, por exigir instalações apropriadas e técnicos especializados, por ora, sua aplicação é de difícil acesso para herbários em áreas remotas (Radiation Physics and Chemistry, janeiro de 2023).
-
- 29/11/2022 - CNEN leva aplicações da energia nuclear para a SNCTFonte: CNEN
Acontece de 28 de novembro a 04 de dezembro, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade em Brasília, a 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). O evento, que anualmente é organizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), tem como tema este ano "Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil”.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI) e 5 de suas unidades – Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD) e o Centro Regional de Ciências Nucleares do Nordeste (CRCN-NE) – apresentam diversas aplicações da energia nuclear em benefício da sociedade.
Produção de radiofármacos para diagnóstico e tratamento de vários tipos de câncer, realidade virtual aplicada ao setor nuclear, monitoramento e proteção radiológicos, radiação de gemas voltada para a alteração da coloração e aumento do seu valor comercial são alguns dos usos benéficos da energia nuclear demonstrados no estande da Comissão.
Este ano também está sendo apresentada uma novidade, o Informama, um aplicativo cujos objetivos, dentre outros, são oferecer informações fidedignas de testes de controle de qualidade em mamografias, disponibilizando para profissionais e público em geral, dados sobre fatores de risco, principais sintomas e sinais radiológicos do câncer de mama, diagnóstico precoce, além de serviços de análise da qualidade da imagem da mamografia.
O objetivo da SNCT é estimular a curiosidade e o gosto pela pesquisa, divulgando os resultados e a produção científica do país.
Fotos: Monica Viana, Walber Castro e Ricardo Fernandes
-
- 21/11/2022 - INB entrega décima centrífuga de urânioEquipamento finaliza primeira fase de implantação da empresa e reduz dependência de material importado
Equipamento finaliza primeira fase de implantação da empresa e reduz dependência de material importado
Fonte: Diário do Vale
A Indústrias Nucleares do Brasil - INB dará mais um passo para o aumento da produção nacional de urânio enriquecido na próxima sexta-feira, dia 25/11. A empresa inaugurará, na Fábrica de Combustível Nuclear- FCN, em Resende/RJ, a 10ª cascata de ultracentrífugas da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio.
Com a ampliação, a INB finaliza a primeira fase da implantação e reduz o seu grau de dependência na contratação do serviço no exterior para a produção de combustível das usinas nucleares nacionais.
A entrada em operação da 10ª cascata de ultracentrífugas, conjunto de equipamentos que realiza a concentração do urânio em seu isótopo físsil, capaz de gerar energia, possibilitará o alcance da capacidade de produção para atendimento de 70% da demanda das recargas anuais da usina nuclear Angra 1, correspondendo a um acréscimo de cerca de, aproximadamente, 5% em relação à capacidade atual. A tecnologia de enriquecimento do urânio pelo processo da ultracentrifugação foi desenvolvida no Brasil pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN /CNEN).
De acordo com a World Nuclear Association, o Brasil faz parte de um seleto grupo de 13 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção.
Ampliação
A implantação da Usina de Enriquecimento de Urânio da empresa, projeto industrial estratégico do Ciclo do Combustível Nuclear, foi iniciada em 2000, em Resende/RJ. Em 2006, foi inaugurada a 1ª cascata de ultracentrífugas, fato que inseriu o Brasil no seleto grupo de países detentores dessa tecnologia..
A implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio da FCN está sendo realizada, de forma modular, em duas fases. A segunda será composta por trinta cascatas.
O projeto para a implantação da 2ª fase, denominada Usina Comercial de Enriquecimento de Urânio (UCEU) já foi iniciado com o projeto básico, que se encontra em elaboração, e com a solicitação de licenças aos órgãos de fiscalização: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama e Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
Quando a implantação da Usina estiver concluída, o Brasil passará à condição de autossuficiência de enriquecimento de urânio. A previsão é que, até 2033, a INB seja capaz de atender, com produção totalmente nacional, as necessidades das usinas nucleares de Angra 1 e 2 e, até 2037, a demanda de Angra 3.
O urânio encontrado em sua forma natural não produz energia. O processo de enriquecimento é realizado para separar e aumentar a concentração de um dos isótopos do urânio, que sofre um processo de fissão nos núcleos dos reatores nucleares. A INB produz urânio enriquecido a até 5% em peso do isótopo 235 para a fabricação dos combustíveis que abastecem as usinas Angra 1 e Angra 2 e, no futuro, também Angra 3.
O enriquecimento isotópico de urânio é uma das etapas do ciclo de combustível nuclear que contempla a mineração e o beneficiamento, conversão, enriquecimento, reconversão, fabricação de pó e pastilhas, fabricação do combustível nuclear e geração da energia nuclear.
-
- 15/11/2022 - SENAI-SP lança 'O IPEN e a Economia do Hidrogênio' , de Marcelo LinardiFonte: Tania Malheiros - Jornalista
Acaba de sair do forno o livro "O IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) e a Economia do Hidrogênio”, do engenheiro químico Marcelo Linardi, pela editora SENAI, de São Paulo, com 288 páginas, um importante trabalho sobre o tema, que no momento está sendo debatido no Brasil e no mundo. As mudanças climáticas apontam para a relevância do estudo da utilização do hidrogênio, considerado o pilar da descarbonização e, desde fevereiro de 2021, foram anunciados em todo o mundo 131 projetos de grande escala, em um total de 359, com investimentos estimados em cerca de US$ 500 bilhões até 2050.De acordo com o Marcelo Linardi, mais de 30 países possuem estratégias para o hidrogênio e a capacidade de sua produção pode ultrapassar 10 milhões de toneladas/ano, em 2030. Até 2050, a demanda por hidrogênio verde (de origem renovável) deverá chegar de 300 milhões de toneladas, segundo as previsões mais pessimistas, e a 800 milhões de toneladas, no cenário mais otimista, promovendo o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico, a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente.
"Internamente, entre as maiores riquezas do Brasil estão as inúmeras fontes de produção de hidrogênio, em sua maioria renovável, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Temos sol, vento, água, biomassa, energia geotérmica, energia dos oceanos, biocombustíveis, e ainda vários tios de resíduos”, comenta Linardi. Para a diretora de Relações Institucionais da Associação da Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2), Monica Saraiva Panik, o hidrogênio já está entre as mais importantes fontes de energia no futuro.
"Vislumbramos o sonho do hidrogênio tornando-se realidade, quando tantos pesquisadores e especialistas do IPEN e de outros institutos de ensino e pesquisa têm trabalhado, incansavelmente, durante os últimos 30 anos, nesse tema, no Brasil. De fato, considerando a imensa porta de oportunidades que se abriu em 2021, o que importa que tenha demorado tanto tempo? As experiências bem sucedidas serviram de legado e as experiências frustradas, de aprendizado. E agora, é preciso aproveitar esse momento do nascer do sol do hidrogênio, pelo qual todos nós espetávamos e que é tão maravilhoso que parece que ainda estamos sonhando. Mas não estamos”, escreveu a diretora da Associação, ao prefaciar o livro.
Hoje, segundo eles, já está garantido que o hidrogênio passou a ser finalmente considerado veto energético importante e a sua demanda mundial está vinculada às metas de descarbonização. "Não se trata de mais uma onda ou moda, e sim de um processo sem volta”, afirmaram.
Em fevereiro de 2021, segundo eles, o governo do Estado do Ceará lançou o primeiro hub de hidrogênio verde, atraindo outros estados. Para a presidente da ABH2, a obra de Marcelo Linardi, além de promover um resgate histórico, tem o mérito de demonstrar o legado cientifico, tecnológico e de formação de recursos humanos especializados que o IPEN deixou em áreas da economia do hidrogênio para o Brasil. Ela espera que o trabalho "estimule instituições de pesquisa e desenvolvimento do País a continuar contribuindo para a realizado do sonho, em parceria com órgãos do governo responsáveis”.
No Brasil, segundo ela, o hidrogênio pode combinar a rota da eletrificação com a de biocombustíveis e o sonho brasileiro de ter um veiculo a hidrogênio movido a etanol pode virar, finalmente, realidade, conforma descrito no livro, que contou com a coautoria de uma equipe formada por 27 pesquisadores. Entre os temas estão a infraestrutura e ensino, as células a combustível, o programa brasileiro, os resultados institucionais das pesquisas nos últimos 20 anos, publicações de estaque e patentes, os grandes projetos entre outros. Para obter o trabalho, escreva para o endereço: dpde@ipen.br.
Marcelo Linardi - Perfil
Pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Marcelo Linardi, é graduado em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (1983), com mestrado em Ciências Nucleares pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (1987), doutorado em Engenharia Química - Universitat Karlsruhe (1992) e Pós-Doc pela Universidade de Darmstadt, Alemanha em 1998. Na área da Química, tem experiência em Eletroquímica, atuando principalmente nos seguintes temas: célula a combustível, eletroquímica, eletrocatálise, hidrogênio e etanol. Orientou 10 teses de doutorado, 10 dissertações de mestrado, 15 trabalhos de iniciação científica, 7 estágios e 5 pós-doc, na CPG USP/IPEN.
Atuou no Programa Brasileiro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ministério de Ciência e Tecnologia. Escreveu o primeiro livro em língua portuguesa sobre ciência e tecnologia de células a combustível. Possui atualmente mais de 100 publicações internacionais arbitradas, incluindo uma publicação na Advanced Materials, revista mais prestigiada na área de materiais do mundo.
Participou de mais de 100 eventos científicos nacionais e internacionais e ministrou vária palestras e conferências como convidado. Ocupou o cargo de Diretor de P&D e Ensino do IPEN de 2013 a 2019, onde atuou em Inovação, Ensino, Projeto Institucionais e Gestão de Tecnologias. Coordena projetos institucionais na FAPESP, chamada da Secretaria do Estado de SP, na área de radiofarmácia e nanotecnologia; e na FINEP, de equipamentos multiusuários. É responsável por várias ações de Internacionalização do instituto, como o livro sobre o passado, presente e futuro da inovação tecnológica no IPEN; e o livro sobre o IPEN, entre outros.
**NOTA DO IPEN**
A obra "O IPEN e a Economia do Hidrogênio” pode ser acessada para download no Repositório Digital da Produção Técnico-Científica do Instituto.
-
- 10/11/2022 - Novo microscópio do Ipen permite ver interior de célula vivaFonte: Ciência SP
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) inaugurou um laboratório multiusuário com o que há de mais avançado em microscopia óptica de varredura de campo próximo.
O Snom é um microscópio subnano a laser capaz de realizar medidas em amostras líquidas e de controlar a temperatura da amostra, características que lhe garantem o acesso a células vivas. Adquirido com apoio da FAPESP, o equipamento será fundamental para o avanço em vários campos de pesquisa, entre eles plasmônica, guias de ondas fotônicas, micro e nanolasers, fotovoltaicos, fotocondutores, fenômenos biológicos celulares, fluorescência de zeptólitros e espectroscopia de correlação. Uma das possibilidades é mapear o interior de células vivas de forma não invasiva.
O Ipen é uma das três instituições no mundo que dispõem de um microscópio equivalente.
-
- 09/11/2022 - Pesquisadores fazem esclarecimento técnico sobre programas nucleares nacionaisResposta a artigo publicado no Jornal da Ciência na última segunda-feira intitulado 'O que o Brasil real vai apresentar na COP-27'
Resposta a artigo publicado no Jornal da Ciência na última segunda-feira intitulado 'O que o Brasil real vai apresentar na COP-27'
Fonte: Jornal da Ciência
Leia a íntegra:
Prezado Editor,
O Jornal da Ciência publicou em 07/11/2022 o artigo O que o Brasil real vai apresentar na COP27, de autoria do Prof. Heitor Scalambrini Costa. Sem prejuízo de outros, discordarmos do parágrafo intitulado A insistência em programas nucleares, com as indesejáveis usinas e submarinos nucleares. Devido ao alcance desse jornal, julgamos procedente o esclarecimento técnico, visando não perpetuarmos mitos e desinformação, independente de posicionamentos individuais sobre a política nuclear brasileira e/ou prioridades de qualquer governo.
O Brasil é um país que domina a tecnologia nuclear em toda sua extensão. A capacidade nacional instalada percorre desde as mais simples utilizações típicas de monitoração de áreas industriais, procedimentos diagnósticos ou terapias de diversas doenças, até os complexos processos de controle da fissão nuclear para operação de reatores de pesquisa e centrais de geração de energia elétrica. O país é internacionalmente reconhecido neste campo e respeitado, sobretudo, pelo deliberado posicionamento de não reciprocidade às inciativas de desenvolvimento armamentista nuclear. É imprescindível notar que o desenvolvimento de armas de origem nuclear, as bombas atômicas, esbarram nos limites de enriquecimento da matéria fundamental destes projetos, o elemento radioativo base, que pode ser urânio, plutônio ou outro de estrutura semelhante. É importante notar que reatores nucleares não são bombas atômicas sob controle. Considerando-se que o urânio seja o modelo, como o é no Brasil, para haver disponibilização de energia efetiva para qualquer utilização, é necessário que seja operado um procedimento que minera dentro do isótopo mais abundante, o U-238, uma fração mais rara, o U-235 (cerca de 7 átomos a cada 1000), o qual apresenta as condições energéticas necessárias para o processo de fissão nuclear e consequente liberação de energia útil, processo denominado enriquecimento. Entretanto, por um breve equívoco de avaliação se pode admitir equivalência de capacidades entre reatores nucleares e artefatos bélicos, haja vista funcionarem sob os mesmos princípios físicos – a fissão nuclear. A fundamental diferença reside no fato de que para ocorrer processos controlados de fissão o enriquecimento de urânio apresenta baixos índices, em torno de valores máximos próximos a 20%. De outra forma, para haver uma explosão de interesse bélico esses índices são próximos a 100%. Este salto quantitativo no enriquecimento do urânio não é uma tarefa simples de cumprir, exigindo alto investimento e desenvolvimento de um parque industrial que, nos moldes de cobertura geográfica atuais, seria de difícil ocultação, além de um pensionamento político nacional contrário ao que vem adotando o Brasil. A Constituição Brasileira de 1988 afirma no seu artigo 21, parágrafo 23, inciso (a) que toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional. O Brasil possui acordos em vigência sobre controle e contabilidade mútua de todas as instalações e materiais nucleares com a Argentina, através da Agência Brasil-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC) e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Essa contabilidade e controle inclui as instalações e materiais em operação pelas Forças Armadas do Brasil. O Brasil aderiu ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e é signatário do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT, do inglês). O CTBT foi celebrado em 1996 e hoje conta com mais de 180 países signatários, dentre eles o Brasil. Uma vez signatário e adimplente quanto às suas responsabilidades, que incluem treinamento de pessoal e hospedagem de pontos de monitoramento com dados abertos aos países integrantes do Tratado, o Brasil deixa claro seu posicionamento.
A referência à insistência de programas nucleares leva a um questionamento sobre a responsabilidade do país em aplicar os benefícios da energia nuclear para a sociedade. Os institutos de pesquisas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), participantes do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), buscam, de uma forma geral, o conhecimento da ciência nuclear, desenvolvem tecnologias, criam inovações que se convertem em produtos e serviços para aplicação à sociedade e contribuem à formação de pesquisadores e técnicos do setor. Essas atividades são fortemente relacionadas ao desenvolvimento científico e tecnológico do país e devem ser preservadas e incentivadas à despeito da utilização da energia nuclear para geração de eletricidade.
O desenvolvimento de equipamentos que sejam atendidos pela tecnologia de produção de energia nuclear, ainda que seja para utilização no campo da Defesa Nacional, não produz argumentos suficientes para tornar esta aplicação bélica. Fácil referência se faz ao caso do desenvolvimento brasileiro de submarinos propulsados à energia nuclear, cujo estudo é desenvolvido sob coordenação da Marinha do Brasil. Neste caso o submarino porta um motor nuclear, que é um reator e possui nível de enriquecimento incapaz de gerar explosão nuclear, não podendo ser confundido com um artefato bélico nuclear. Deste modo, qualquer tentativa de associar a propulsão nuclear, caso do submarino, com artefatos bélicos nucleares (bombas atômicas) é inconsistente tanto com relação às diferenças na abordagem física dos processos, como também com relação ao posicionamento político internacional do Brasil no campo das salvaguardas e CTBT.
À disposição para esclarecimentos adicionais,
Edson Ramos de Andrade, D.Sc., inspetor delegado do Comprehensive Nuclear-Test-Ban Treaty Organization (CTBTO) e professor dos PPGs em Engenharia Nuclear e Engenharia de Defesa do IME
Frederico Genezini, D.Sc., Gerente do Centro do Reator de Pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
Débora Peres Menezes, D. Phil., Profa. Titular da Universidade Federal
de Santa CatarinaJosé Augusto Perrotta, D.Sc., pesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
Silvia Maria Velasques de Oliveira, D.Sc., pesquisadora aposentada da Comissão Nacional de Energia Nuclear
-
- 26/10/2022 - Anvisa prorroga por mais 5 meses a importação de radiofármacosFonte: Agência Brasil
Por Lucas Pordeus Leon - Repórter da Rádio Nacional - Brasília
A Anvisa prorrogou, nesta quarta-feira, por mais cinco meses, a resolução que permite a importação de radiofármacos em caráter temporário e excepcional.
o diretor da Anvisa, Daniel Pereira explicou que esses insumos são utilizados para diagnóstico e tratamento de doenças, como a arterial coronariana e vários tipos de câncer. Desde setembro do ano passado, tem sido necessário importar radiofármacos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária para evitar a escassez desses medicamentos no Brasil.
O responsável pela produção dos radiofármacos no Brasil é o Ipen, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, entidade ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O órgão suspendeu parte da produção, em setembro de 2021, devido a problemas financeiros e logísticos.
O Ipen informou a Anvisa que só deve regularizar a situação em março do próximo ano. Por isso, a autorização da importação dos radiofármaco sem caráter excepcional foi prorrogada pela Anvisa até o dia 31 do mesmo mês.
Edição: Bianca Paiva / Beatriz Arcoverde
-
- 25/10/2022 - Técnica evita a degradação de compostos antioxidantes presentes em alimentosEstratégia criado no Centro de Pesquisa em Alimentos da USP aumenta a estabilidade de moléculas conhecidas como antocianinas e poderá ser usada na produção de suplementos alimentares e corantes naturais
Estratégia criado no Centro de Pesquisa em Alimentos da USP aumenta a estabilidade de moléculas conhecidas como antocianinas e poderá ser usada na produção de suplementos alimentares e corantes naturais
Fonte:Agência Fapesp
Agência FAPESP* – Amora, morango, açaí, uva, acerola, repolho roxo e berinjela são alguns dos alimentos ricos em antocianinas, compostos naturais com poder antioxidante que, aliados a um estilo de vida saudável, reduzem os riscos de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e alguns tipos de cânceres. O problema é que menos de 5% das antocianinas mantêm sua estrutura molecular intacta até o fim do processo digestivo. A maior parte dessas moléculas acaba se degradando antes de ser absorvida pelas células.Com o intuito de solucionar esse problema, o Centro de Pesquisa em Alimentos (FoRC) desenvolveu uma estratégia para proporcionar maior estabilidade à estrutura molecular dos compostos. O FoRC é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP)."Para diminuir a degradação das antocianinas, que ocorre durante a digestão, principalmente no pH intestinal e pela ação das bactérias intestinais, desenvolvemos cápsulas em escala nanométrica. Essas nanocápsulas recobrem a estrutura das antocianinas, aumentando a estabilidade química tanto durante o armazenamento quanto na digestão humana”, explica a nutricionista Thiécla Katiane Osvaldt Rosales, autora da pesquisa.Rosales é responsável pelo desenvolvimento da metodologia, que foi patenteada e publicada em três periódicos: Food Hydrocolloids, AntioxidantseColloids and Surfaces B: Biointerfaces.Outros artigos com os resultados da pesquisa estão em fase de revisão. O trabalho é fruto do seu doutorado, feito sob a orientação do farmacêutico-bioquímico João Paulo Fabi, professor da FCF-USP e membro do FoRC.As nanocápsulas são feitas de compostos naturais: pectina, um polissacarídeo extraído de citros, e lisozima, uma proteína encontrada na clara do ovo. Foram realizados testes in vitro, com microscopia eletrônica e de varredura, para avaliar a tecnologia em quatro aspectos: estabilidade, capacidade de proteção física e química, capacidade de absorção pelas células e toxicidade.Proteção sem toxicidadeUm dos testes aplicados foi o InfoGest, um protocolo reconhecido internacionalmente que simula a digestão gastrointestinal humana, levando em consideração diversas variáveis, como temperatura corporal, movimentos peristálticos, ação das enzimas e pH fisiológicos."Nesse teste constatamos que aproximadamente 42% das antocianinas iniciais tinham sido protegidas da degradação no final da digestão simulada ou mantinham suas estruturas moleculares intactas dentro das nanocápsulas ou tinham sido liberadas gradativamente para absorção celular. No grupo-controle, com as antocianinas livres, menos de 13% das moléculas iniciais se encontravam nessas mesmas condições, in vitro”, conta Rosales.Os ensaios foram feitos com o auxílio de marcadores fluorescentes, que evidenciaram não apenas a absorção das nanopartículas como também a não alteração das proporções entre células vivas e mortas: "Quando a célula absorvia a antocianina nanoencapsulada, a cor verde no interior da estrutura celular era visualizada pelo microscópio”, exemplifica. Foram usados tanto o modelo bidimensional, com células aderidas à placa de cultura, quanto tridimensional, com células em esferoides, mimetizando o microambiente intestinal.O próximo passo da pesquisa, já em nível de pós-doutorado, será a realização de testes in vivo. Essa etapa será feita no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em parceria com o FoRC. "Precisamos saber se as nanopartículas continuarão estáveis em um organismo vivo. Além disso, teremos condições de acompanhar in vivo, também com marcadores, como se dá a absorção das nanopartículas e sua biodisponibilidade [aproveitamento no metabolismo]”, acrescenta a pesquisadora.Aplicações promissorasO objetivo final da pesquisa é fazer a transferência da tecnologia para o desenvolvimento de suplementos alimentares com ação antioxidante e usados como adjuvantes no tratamento de doenças. Outra possível aplicação seria a produção de corantes naturais.Segundo Rosales, a tecnologia é acessível por não requerer equipamentos sofisticados ou caros. Além disso, os compostos naturais da matéria-prima ocorrem em abundância. A pectina, por exemplo, é fartamente encontrada em resíduos da indústria alimentícia, como casca de citros e de maçãs.O artigo Nanoencapsulation of anthocyanins from blackberry (Rubus spp.) through pectin and lysozyme self-assemblingpode ser lido em:www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0268005X20329374?via%3Dihub.Já o estudo Nanotechnology as a Tool to Mitigate the Effects of Intestinal Microbiota on Metabolization of Anthocyanins está acessível em:www.mdpi.com/2076-3921/11/3/506.E a pesquisa Nanoencapsulated anthocyanin as a functional ingredient: Technological application and future perspectives pode ser conferida em:www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0927776522003903.* Com informações do FoRC. -
- 24/10/2022 - Equipe do Ipen vence a 1ª edição do HackAtom, competição científica apoiada pela RosatomFonte: site Defesa em Foco
A equipe HackIPEN, do IPEN, foi a vencedora do Brazil HackAtom, competição científica por equipes com a finalidade de desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. Promovida pelo Instituto, em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou e Corporação Estadual de Energia Atômica Rosatom, a disputa envolveu nove equipes de até cinco participantes para a realização de duas tarefas e aconteceu de forma híbrida, nos dias 18 e 19.
Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Priscila Santos Rodrigues e Maria Eduarda Zaganin Rigo, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, eJabison Rafael de Aguiar Bezerra, graduando de engenharia nuclear e bolsista de inicação científica,foram os vencedores. Em segundo lugar, veio a equipe Hackerspace, com estudantes do Instituto de Física da USP (IFUSP) e também do IPEN, e em terceiro, a Nuclear, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A primeira tarefa foi mais simples. As equipes receberam vários dados brutos de consumo de energia de uma usina nuclear e precisavam analisar esses dados e elaborar um algoritmo que previsse o futuro da usina (em relação ao consumo, não à geração), com escala temporal definida pelos próprios estudantes, desde que coerentes com a proposta. As três primeiras colocadas concluíram o trabalho com êxito, de acordo com Julian Shorto, pesquisador do IPEN e um dos coordenadores do HackAtom.
O desafio maior, segundo Shorto, foi na segunda tarefa, em que as equipes receberam dados brutos de temperatura e pressão uma usina nuclear, durante um período de tempo, e também alguns sinais na instrumentação, como detetores de vibração, e teriam que encontrar a correlação entre esses dados e elaborar uma previsão. "Foi mais difícil, porque, aparentemente, não havia correlação. Eles tentaram, usaram técnicas de inteligência artificial, mas nenhum conseguiu resolver totalmente”.
Shorto atribui a dois fatores: o tempo de 24h para a resolução do desafio – muito curto, na avaliação dele, e o fato de os participantes não terem vivência de uma usina, o que torna missão quase impossível correlacionar dados "sem a prática da vida real”, o que, conforme o pesquisador, "naturalmente indicaria pistas para eles atuarem”. "Para quem não conhece nada de uma usina, ter apenas 24 horas é bem difícil. Eles foram até surpreendentes nos resultados obtidos”, avaliou.
Na reta final, das nove equipes inscritas, apenas quatro se mantiveram na disputa. Shorto acredita que, apesar do pouco tempo para o grau de complexidade dos desafios, o Brazil HackAtom cumpriu seu objetivo, de incentivar o interesse de alunos da física nuclear e de outras ciências exatas e tecnologias pela área nuclear. "O que podemos melhorar, em edições futuras, é o contato com as equipes, talvez oferecendo um tutor para cada uma, por exemplo, e também trabalhar com um pouco mais tempo, antes do evento, sobre questões gerais.
A equipe de professores foi composta por oito membros, sendo três do IPEN – Shorto, Delvonei Andrade e Luis Antonio Albiac Terremoto. Da Rússia, participaram Dmitry Samokhin, Alex Nakhabov, Dmitry Raspopov, Alla Udalova, Dmitry Savkin. Cada avaliador deu duas notas, uma para o resultado em si e outra para a apresentação da equipe. Ao final, a equipe vencedora obteve maior pontuação com sete dos oito avaliadores.
Parceria promissora
Niklaus Ursus Vetter, gerente de Internacionalização do IPEN, comentou sobre "o estreitamento dos laços acadêmicos entre MEPhI e IPEN”, que, por meio de um acordo bilateral, propiciou intercâmbio de vários alunos de pós e de cursos de pós-graduação da USP ministrados por professores russos em colaboração com docentes do IPEN. "Com a realização do evento HackAtom no IPEN, esse acordo chega a outro patamar. Estamos visando, agora, a dupla titulação IPEN – MEPhI, para oferecer aos alunos um mestrado internacional que possa resultar em um aumento de suas oportunidades de carreira”.
"Para nós, o HackAtom não é apenas um evento para promover a tecnologia nuclear, é uma possibilidade de interagir com os jovens talentosos capazes de apresentar soluções realmente interessantes e inovadoras. Estamos realizando este evento no Brasil pela primeira vez em conjunto com nosso parceiro IPEN e esperamos que o HackAtom se torne nosso evento anual comum e atraia o maior número possível de participantes de diferentes universidades e institutos”, disse Valery Karezin, diretor de Projetos do Escritório de Projetos para o Desenvolvimento da Educação e Cooperação Internacional da Rosatom, após o anúncio dos vencedores.
Ruan Nunes, vice-diretor do Centro Regional da Rosatom para a América Latina, falou sobre a "grande satisfação” de poder promover e acompanhar a primeira edição do HackAtom e destacou a disposição e a participação "notáveis” das equipes. "A capacidade de resolver problemas complexos em 24 horas demonstra o quão preparados são os cientistas e estudantes da área. Nada resta além da dar os parabéns aos participantes, ao IPEN e a MEphi. Vamos aguardar ansiosos a próxima edição no ano que vem”.
Wetter, Karezin, Nunes e Dmitry Savkin, vice-reitor de Relações Internacionais do MEPhI participaram do anúncio dos vencedores. Está programada para o final do mês uma cerimônia de premiação. O HackAtom é realizado fora da Rússia desde 2021, a primeira competição foi organizada na Bulgária e depois em outros países, entre eles, Hungria e Argentina.
Equipes
1o. lugar: HackIPEN – Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Jabison Rafael de Aguiar Bezerra Priscila Santos Rodrigues, Maria Eduarda Zaganin Rigo.
2olugar: Hackerspace (FUSP/IPEN): Victor Keichi Tsutsumiuchi, Cristhian Ferreira Talacimon, Ícaro Vaz Freire, Ricardo Laranjeira Couro Pitta e Júlio de Oliveira Júnior.
3olugar: Nuclear(UFRJ): João Victor Faria de Souza, João Victor Sigaud Andrade Guimarães, Gabriel Faria Beserra, William Luna Salgado e Vinícius Souza Pinheiro Silva
Fonte: site IPEN -
- 13/10/2022 - Livro reúne estudos sobre o uso de nanomateriais na conversão de CO2 em combustíveis e outros químicosObra lançada pela Royal Society of Chemistry conta com capítulo escrito por pesquisadoras brasileiras apoiadas pela FAPESP
Obra lançada pela Royal Society of Chemistry conta com capítulo escrito por pesquisadoras brasileiras apoiadas pela FAPESP
Fonte: Agência FAPESP
Lançado recentemente pela Royal Society of Chemistry, o livro 2D Nanomaterials for CO2 Conversion into Chemicals and Fuels traz em seus 16 capítulos vários estudos que investigam as oportunidades do uso de nanomateriais 2D na redução eletroquímica de CO2, dando ênfase nas suas propriedades únicas e no grande número de aplicações que esses materiais apresentam.A edição atende principalmente ao crescente interesse entre pesquisadores acadêmicos e industriais em entender as funcionalidades dos compósitos nanomateriais 2D.Um dos capítulos, intitulado "Photoelectrochemical CO2 Conversion Through the Utilization of Non-oxide Two-dimensional Nanomaterials”, foi escrito por quatro pesquisadoras brasileiras: Lucia Mascaro, Juliana Ferreira de Brito, Patrícia Gon Corradini e Anelisse Brunca da Silva.As autoras estão ligadas ao Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – e ao Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído em parceria com a Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com a participação de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).No capítulo são apresentados os avanços do uso de nanomateriais bidimensionais não óxidos para a redução fotoeletrocatalítica de dióxido de carbono em meio aquoso. Esses fotocatalisadores vêm recebendo atenção significativa em reações complexas que envolvem várias etapas, como redução de CO2 e divisão de água, devido às suas características catalíticas.Entre os diversos fotocatalisadores bidimensionais não óxidos relatados na literatura, o capítulo também examina os dicalcogenetos de metais de transição bidimensionais, nitretos, carbonitretos, estruturas metal-orgânicas e heterojunções desses catalisadores.O livro pode ser comprado pelo site da Royal Society of Chemistry.* Com informações da Assessoria de Comunicação do CDMF.
-
- 11/10/2022 - Brasil HackAtomEstão prorrogadas até sexta (14/10) as inscrições para o Brasil HackAtom, competição científica por equipes para desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. O evento, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de outubro, é promovido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou (Rússia), com apoio da Rosatom.
Estão prorrogadas até sexta (14/10) as inscrições para o Brasil HackAtom, competição científica por equipes para desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. O evento, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de outubro, é promovido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou (Rússia), com apoio da Rosatom.
Fonte: Agência Fapesp
A competição é inspirada em um hackathon, um evento tipo sprint de design, no qual diferentes especialistas em tecnologia da informação colaboram em projetos de software. Nessas competições, o objetivo é criar software ou hardware em funcionamento ao final do evento.
No Brasil HackAtom, a ideia é promover o contato dos alunos com questões práticas da área nuclear de maneira lúdica. Eles terão que demonstrar capacidade de trabalhar em equipe para buscar soluções criativas e inovadoras.
Serão formadas equipes de dois a cinco estudantes, a depender do número de inscritos. Alunos de diferentes especialidades podem compor as equipes, desde que sejam da mesma universidade.
Apesar de o HackAtom ter sido idealizado para a modalidade on-line, as equipes podem optar pelo trabalho off-line, sendo responsáveis pela escolha do local e pelo cumprimento das exigências epidemiológicas. Elas deverão ser formadas antecipadamente e, depois de registradas, indicadas pelas instituições participantes. Não há restrições sobre quais tecnologias serão usadas.
Para cada equipe, haverá um responsável dos organizadores, que auxiliará em eventuais problemas, bem como indicará quanto tempo possuem.
Não há requisitos rígidos para os participantes, que podem ser de qualquer instituição de ensino brasileira, mas é preferível que tenham conhecimentos básicos em matemática, física, análise de dados e ciência da computação. As equipes definem o número de participantes na apresentação do projeto ecada uma dispõe de dez minutos. A língua oficial é o inglês.
As inscrições devem ser feitas por formulário on-line.
Mais informações: https://bit.ly/3RLgGcp.
-
- 07/10/2022 - Amazul participa de conferência da AIEAO diretor-presidente da Amazul, Newton de Almeida, o diretor técnico Carlos Alberto Matias e os empregados Rafael Komatsu, Rômulo Hamamoto e Yasser Said participaram da 66ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), realizada em Viena, na Áustria, de 26 a 30 de setembro. A agência, criada pela ONU, é um centro de cooperação internacional no setor nuclear e busca promover o uso pacífico e seguro das tecnologias nucleares.
A Amazul compôs o estande brasileiro junto com as demais empresas brasileiras do setor nuclear. A comitiva do Brasil foi integrada por representantes do governo federal, Comando da Marinha, órgãos e entidades ligados à energia nuclear e empresas privadas.
Dentre as diversas atividades atendidas, os dirigentes e empregados da Amazul participaram do Fórum Científico, cujo tema central foi "Raios de esperança: cuidados com o câncer para todos”. Esse fórum teve grande relevância para os negócios da Amazul relativos ao programa de modernização do Centro de Radiofarmácia do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), na contribuição para produção de radiofármacos para todo o País, e ao empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), que permitirá a independência do país na produção de radioisótopos e radiofármacos, além de pesquisas científicas no campo da saúde, indústria, agroindústria e meio ambiente.
Houve, também, a participação em painéis sobre pequenos reatores modulares (SMR da sigla em inglês) e sobre os novos projetos de reatores avançados, também chamados de reatores de 4ª geração e que são o futuro da tecnologia nuclear para geração de energia. Uma visita técnica ao laboratório de dosimetria da AIEA, em Viena, ampliou o conhecimento sobre a capacidade da agência de oferecer apoio a essa atividade, desenvolvimento de novas tecnologias e treinamento para os países membros.
Na oportunidade, o diretor-presidente e o diretor técnico realizaram importantes reuniões com os representantes das empresas brasileiras e estrangeiras do setor nuclear, com as quais a Amazul mantém projetos em andamento ou em prospecção, e participaram de um encontro de trabalho com representantes da indústria nuclear dos Estados Unidos. Houve, ainda, reuniões com dirigentes da empresa argentina Invap (Investigación Aplicada S.E.), quando foram delineados os possíveis modelos de negócio visando à construção do RMB, cujo projeto detalhado foi concluído e entregue à Comissão Nacional de Energia Nuclear em dezembro de 2021, numa parceria entre a Amazul e a Invap.
-
- 26/09/2022 - CINE ConferenceCentro de Inovação em Novas Energias promove conferência científica em Campinas para apresentar avanços recentes em ciência e tecnologia para a transição energética
Centro de Inovação em Novas Energias promove conferência científica em Campinas para apresentar avanços recentes em ciência e tecnologia para a transição energética
Fonte: Agência FAPESP
O Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) realizará a sua terceira conferência científica nos dias 18 e 19 de outubro, em Campinas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até sexta-feira (30/09).
No evento, será discutido o desenvolvimento de novas tecnologias para a transição energética. Os participantes poderão conhecer os resultados mais recentes relacionados ao aprimoramento de materiais e sistemas dedicados a gerar e armazenar energia limpa e a produzir combustíveis e matérias-primas de forma sustentável. Poderão também se atualizar sobre métodos experimentais e computacionais para a pesquisa na área de novas energias.
A programação conta com palestras de cientistas da academia e da indústria do Brasil e do exterior, além de apresentações orais e de pôsteres dos pesquisadores do CINE, com os resultados científicos obtidos e as contribuições para a transição energética.
O CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell, com sedes na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).
O evento será realizado no hotel Vitória Concept, situado na avenida José de Souza Campos, 425, em Campinas.
Inscrições e informações sobre a conferência podem ser acessadas em: https://www.cine.org.br/conference2022/.
-
- 12/09/2022 - Fumaça da Amazônia chega a São PauloUma grande nuvem de materiais particulados, carregados de fuligem das queimadas, parte da região amazônica, avança sobre o Centro-Oeste e chega ao Sudeste e Sul do País; previsão é de que essa situação se prolongue por setembro
Uma grande nuvem de materiais particulados, carregados de fuligem das queimadas, parte da região amazônica, avança sobre o Centro-Oeste e chega ao Sudeste e Sul do País; previsão é de que essa situação se prolongue por setembro
Fonte: Site Amazônia Real
Por Eduardo Nunomura
São Paulo (SP)– Na manhã desta sexta-feira (9), o cientista Eduardo Landulfo, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), saiu de casa e sentiu um cheiro de queimada. Ao contrário de milhares de paulistanos que tiveram a mesma sensação, ele tinha a certeza da origem daquele odor: era da Amazônia. No início da noite de quinta, ele já tinha coletado dados do Sistema Lidar do Centro de Lasers e Aplicações (Celap), que mostravam que uma imensa "língua” de materiais particulados tinha chegado a São Paulo e baixado a uma altitude de 2 mil metros.
É comum se detectarem as chamadas "plumas de aerossóis” geradas pela poluição normal de uma metrópole. Mas as imagens de satélite revelam que também a fuligem das queimadas da Amazônia estão agora sob as cabeças dos paulistas e também da população dos estados do Sul do Brasil, assim como na dos vizinhos Bolívia, Paraguai e Peru. "Você vê uma ‘língua enorme’ de material particulado e é isso que, com a umidade, cria aquela sensação de quase neblina, um smog, formando um cenário mais desfavorável para a qualidade do ar”, explica Landulfo, que conversou com aAmazônia Real.
Enquanto a entrevista transcorria, Landulfo enviava imagens que mostram claramente essa "língua” se formando e se concentrando nas Amazônias brasileira e boliviana. No lado do Brasil, há uma linha que começa no sul do Amazonas e do Pará, avançando pelo Tocantins e continuando sobre Acre, Rondônia e Mato Grosso. De lá, ela desce afunilando em direção às regiões Sudeste e Sul. "Quando há uma frente fria entrando, há uma diferença de pressão, que cria um duto entre o Centro-Oeste e o Noroeste, quase que sugando a fumaça”, explica o cientista.
No ranking de dez municípios brasileiros com mais focos de incêndio, detectados peloPrograma Queimadasdo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), todos estão nessa região: Lábrea (AM), São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO), Altamira (PA), Feijó (AC), Boca do Acre (AM), Colniza (MT), Novo Progresso (PA), Tarauacá (AC) e Candeias do Jamari (RO). Os dados se referem ao número de focos acumulados entre 1 e 8 de setembro.
Em condições normais, os materiais particulados ficam em altitudes elevadas, acima de 3 mil a 4 mil metros, o que faz com que as pessoas não sintam a sua presença. Mas os computadores do Celap detectaram que a pluma de partículas aerossóis desceu a uma altitude de 2 mil metros. Do ponto de vista meteorológico, isso se deu por conta das condições climáticas: a frente fria combinada com o dia quente de quinta-feira fez com que os materiais particulados praticamente aterrissassem na direção do solo – o que fez, enfim, as pessoas notassem algo diferente no ar.
Até o meio-dia desta sexta-feira, não ocorreu um fenômeno assustador, de agosto de 2019, quando São Paulo viu o dia se tornar noite por causa da mesma poluição vinda da fumaça da Amazônia. Mas, segundo Landulfo, o sinal de alerta foi dado, uma vez que a circulação desses materiais particulados deverá se estender por todo o mês de setembro.
"Tem muita coisa vindo de fora do Brasil também, da Bolívia”, alerta o cientista, que relaciona com a alta incidência de queimadas detectadas pelos satélites da Nasa. Segundo os dados do Programa Queimadas do Inpe, o Brasil teve em setembro 26.444 focos de incêndio florestal, ante os 7.245 da Bolívia e os 2.174 do Peru. "Quando há queima (da floresta), todo o material particulado é levado para cima, e pelas condições meteorológicas, elas vão atingindo diferentes níveis, podendo subir ou descer. Se você sente o cheiro de fumaça, é porque ele (o material particulado) realmente caiu.”
O mês de agosto registrou 33.116 focos de queimadas na Amazônia, quebrando desastrosos recordes de destruição nos últimos 12 anos. Apenas no dia 22, houve 3.358 focos de incêndios, mais que o dobro do "dia do fogo” de 2019. Em questão de poucos anos, o Brasil viu sua trajetória descendente de desmatamento se tornar novamente ascendente, alcançando em 2021 um recorde em 13 anos, com 12.415 quilômetros quadrados. Mas a lógica da destruição por meio do fogo continua em setembro.
O "dia do fogo”
Eduardo Landulfo trabalha há 25 anos no Ipen, hoje no Laboratório de Aplicações Ambientais de Lasers. Em agosto de 2019, ele foi um dos pesquisadores que notou a presença da incômoda presença da fumaça vinda da Amazônia. Na época, os dados indicavam que uma grande nuvem de aerossóis se formou por São Paulo a altitudes que variavam de 2 mil a 4 mil metros, que chegaram a obstruir a chegada da luz solar. Isso ocorre porque essa nuvem de poluição é carregada de monóxido de carbono, dióxido de carbono, materiais particulados e até metano. Ao ser questionado se poderia comparar com o que aconteceu três anos atrás, ele afirma que "em 2019 foi pior”, mas com a ressalva de que essa impressão valia até a data de 9 de setembro e o mês ainda está só no começo.
AAmazônia Real, em agosto de 2019, relatou que houve um aumento de 300% no número de focos de queimadas na região por conta do "dia do fogo”. Produtores rurais do município de Novo Progresso, no sul do Pará, realizaram uma operação orquestrada para incendiar a floresta amazônica. Na ocasião, funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ficaram de mãos atadas, não podendo combater as chamas, já que o próprio governo de Jair Bolsonaro, representado na época pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, negou o envio da Força Nacional de Segurança para apoiar as brigadas de incêndio.
No Twitter, a candidata a deputada federal por São Paulo Sonia Guajajara(Psol), uma das principais lideranças indígenas do País, externou pela manhã sua preocupação a fumaça vinda da floresta.
O que realmente preocupa o cientista do Ipen é que essa queima não parece ser aquela provocada pela cultura tradicional de queimadas que proprietários rurais costumam adotar nessa época do ano. Ou seja, não é tão aleatória quanto se imaginaria. "Quando olhamos os focos de focos, há uma certa organização, não parecem ser pontos pequenos de queimada. É maior e mais organizado, e isso é preocupante”, informa.
"É um sinal de alerta para não pensarmos que o que está na Amazônia não nos afeta. Isso tem consequências para a saúde, (os materiais particulados) vão para o trato respiratório, quem tem asma vai ter uma piora nos próximos dias”, conclui. O sistema do Ipen fica dentro da Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo, e realiza medições diárias das distribuições em altitude do material particulado.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) indicava, às 11 horas desta sexta-feira, que a qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo estava na faixa N3 – Ruim, uma vez que os níveis de materiais particulados estavam na faixa dos 113 µg /m³, e que para as próximas 24 horas as condições metereológicas são desfavoráveis para a dispersão dos poluentes dióxido de enxofre, partículas inaláveis, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e ozônio.
Na Amazônia Real, exerce a função de editor de especiais. (nunomura@amazoniareal.com.br). Mestre e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, é professor de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero. Iniciou a carreira jornalística em 1992, no grupo Folha, e teve passagens pelo Estadão e pela revista Veja. Foi repórter especial por quase dez anos no Estadão. -
- 09/09/2022 - Hub de Ciências da Vida é apresentado no HUFonte: site do CIETEC
O Cietec apresentou a proposta do Hub de Ciências da Vida para médicos, professores, pesquisadores, profissionais de saúde e colaboradores do Hospital Universitário da USP (HU). O encontro teve como objetivo avançar na formatação de possibilidades de atuação de cada membro da aliança estratégica formada por Institutos públicos de Ciência, Tecnologia do Estado de São Paulo, startups e indústrias para criar o Hub.
Para José Pinhata Otoch, superintendente do HU, o Hub de Ciências da Vida traz a possibilidade de oferecer melhores serviços à comunidade. "Fazer parte dessa iniciativa para nós é fundamental pois muda nossa inserção na universidade. Temos uma possibilidade de alterar o futuro do hospital, revertendo isso no bem-estar da população”, observou.
Grupos de trabalho do HU
O médico e professor Oscar Fugita, do Núcleo de Inovação e Sustentabilidade do HU, anunciou a criação de grupos de trabalho com foco no Hub de Ciências da Vida. A estrutura abrange cinco eixos: Prevenção e novas tecnologias; Cuidado integral; Rede e automação de serviços; Compartilhamento de informações de saúde e Personalização de cuidado.
"Nossa atuação será focada na aproximação de pesquisadores e investidores, na parceria com mentores para startups, na prospecção de novas oportunidades de pesquisa e na formação de grupos multidisciplinares para solução de problemas reais”, detalhou Fugita.
Aliança estratégica
Em sua apresentação, Paula Lima, diretora-presidente do Cietec, citou como grandes diferenciais do Hub a colaboração entre instituições públicas, empresas e academia para desenvolver novos empreendimentos intensivos em conhecimento e tecnologias em Ciências da Vida.
"O Campus do Butantã tem vocação para esse projeto, a capacidade local está instalada. Aqui temos acesso a unidades Embrapii, centros de pesquisa em engenharia (CPE), institutos e o Hospital Universitário”, lembrou Paula.
Na visão de Wilson Calvo, superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), o Hub de Ciências da Vida trará benefícios para o país: "Estamos plantando sementes que virarão empresas que ajudarão o Brasil a enfrentar futuras pandemias.”
Distrito USP de inovação
A evolução do ecossistema interno da Universidade de São Paulo foi lembrada por Luiz Henrique Catalani, coordenador da Agência USP de Inovação. "Hoje na USP vemos um salto bastante distinto, com destaque para a criação da Pró-reitoria de Pesquisa e Inovação. Ainda no âmbito interno, vemos a transformação da incubadora USP/Ipen, com a chegada de uma nova equipe e uma nova proposta de trabalho. Isso tudo culmina com o nascimento do Hub de Ciências da Vida”, disse Catalani.
Por sua vez, Raul Gonzalez Lima, pró-reitor ajunto de Inovação, citou os esforços da gestão do reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior para destravar gargalos que impactam os inovadores da USP. " Tudo o que temos feito é no sentido de proteger os agentes da inovação. Estamos reestruturando isso na universidade. Vamos acreditar nesse processo ", reiterou.
O encontro foi realizado em 8 de setembro, no auditório do HU.
-
- 09/09/2022 - 200+: A Evolução do Brasil - EducaçãoA capacitação de empreendedores pela Incubadora USP/IPEN, gerida pelo CIETEC é mencionada por sua diretora-presidente, Paula Lima
A capacitação de empreendedores pela Incubadora USP/IPEN, gerida pelo CIETEC é mencionada por sua diretora-presidente, Paula Lima
Fonte: CNN
A série de reportagens 200+: A Evolução do Brasil, produzida pela CNN, destacou o desenvolvimento nacional em vários segmentos desde a independência nacional. No episódio "Educação" que foi ao ar em 28 de agosto, a questão do empreendedorismo e da inovação é apresentada. O trabalho desenvolvido pelo CIETEC e a Incubadora USP/IPEN é mencionado em entrevista com a diretora-presidente Paula Lima (34:43).Link para a reportagem no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=kIDe74ARoBA&list=PL8cUMXM_077ccbHC_GSuftSdQzGEH18oX&index=2
-
- 09/09/2022 - IPEN relembra conquistas no aniversário de 66 anosFonte: site do Cietec
O uso da tecnologia nuclear a serviço da vida foi celebrado na cerimônia de comemoração de 66 anos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Isolda Costa, diretora substituta do Ipen, destacou que a missão da entidade é melhorar a qualidade de vida da população brasileira. Nesse sentido, ela apresentou as principais conquistas alcançadas em mais de seis décadas de trabalho.
Entre os marcos destacados está a fundação, em 1998, da incubadora de empresas de base tecnológica – ambiente gerido pelo Cietec. "A criação da incubadora foi resultado da mudança de paradigma na atuação do Ipen, que passou a atuar em outras frentes”, disse Isolda.
Ela também ressaltou a importância do Instituto na área da saúde, citando o pioneirismo na produção de Iodo 131, usado principalmente no tratamento do câncer de tireoide. "Hoje 85% da demanda nacional de radiofármacos é suprida pelo Ipen”, pontuou a gestora.
Para Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP, o Ipen cumpre uma missão que engrandece o país, pela aplicação da pesquisa em prol do bem-estar social. "Não é possível construir uma sociedade mais justa e desenvolvida se a Ciência não for parceira”, afirmou.
Já o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, agradeceu o trabalho de pesquisadores e servidores que, juntos, escreveram a história do Ipen: "Nossos heróis da Ciência precisam ser reconhecidos. Não existe Ciência e Tecnologia sem as pessoas.”
Também participaram da cerimônia a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Zeina Latif; Newton Costa Neto, diretor-presidente da Amazul; e Sergio Freitas de Almeida, secretário executivo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações.
O encontro aconteceu em 31 de agosto, no auditório do Ipen.
-
- 06/09/2022 - Incubadora USP/IPEN conquista Cerne 3A incubadora de empresas de base tecnológica USP/Ipen, gerida pelo Cietec, conquistou uma importante validação de seu papel no desenvolvimento de negócios inovadores de alto impacto. Nesta terça (6/9), o ambiente recebeu da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) a certificação 3 do Cerne.
A incubadora de empresas de base tecnológica USP/Ipen, gerida pelo Cietec, conquistou uma importante validação de seu papel no desenvolvimento de negócios inovadores de alto impacto. Nesta terça (6/9), o ambiente recebeu da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) a certificação 3 do Cerne.
Fonte: site do Cietec
Com a certificação, a incubadora USP/Ipen passa a ser a primeira não vinculada a parques tecnológicos com nível de maturidade 3. O Cietec, por sua vez, se posiciona entre os cinco melhores gestores de ambiente de inovação do Brasil.
"Um dos nossos diferenciais é ser referência para o desenvolvimento de startups. A certificação Cerne reconhece esse trabalho que vem sendo feito no sentido de liderar a estruturação e escalonamento de negócios com alto impacto positivo para a sociedade, indo ao encontro da missão do próprio Cietec”, avalia Paula Lima, diretora-presidente do Cietec.
Benefícios para startups
Cada nível de maturidade (Cerne 1, 2, 3 e 4) representa um passo em direção à melhoria contínua, ampliando sua capacidade em gerar empreendimentos de sucesso.
O Cerne 3, obtido pela incubadora USP/Ipen, atesta a consolidação de uma rede de parceiros em prol do ecossistema de inovação. Neste nível de maturidade, o ambiente de inovação atua proativamente como um dos "elos” da rede de atores envolvidos no processo de inovação. Como resultado, as startups incubadas têm maior probabilidade de sucesso.
"A obtenção da certificação consolida o esforço para fortalecer e dar dinamismo e transparência às práticas que a incubadora desenvolveu ao longo de sua trajetória pioneira”, reforça José Aluizio Guimarães, gerente da incubadora.
Hoje, cerca de 90 startups fazem parte da comunidade da incubadora USP/Ipen. A maioria (mais de 70%) são empresas das áreas de Ciências da Vida e Tecnologias Verdes. Mais de 180 startups já passaram pela incubação. Entre elas destacam-se empresas que são referência no mercado, como a MagnaMed, especializada em ventilação pulmonar, e a Genera, pioneira em análise genômica.
Além da equipe do Cietec, participaram da banca de efetivação Wilson Calvo, superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen); Luiz Henrique Catalani, coordenador da Agência USP de Inovação; Carlos Eduardo Bizzotto, coordenador de Projetos da Anprotec; e o auditor Flaviano Gastão Jr. Os empreendedores Lilian Laraia e Fábio Neves representaram as startups incubadas.
Sobre o Cietec
O Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), foi criado há 25 anos em São Paulo e tem como missão mobilizar o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação brasileiro em prol da promoção do bem-estar social e crescimento econômico sustentável. Por meio da gestão de ambientes e hubs de inovação e empreendedorismo, o Cietec se conecta a uma rede de parceiros do ecossistema público e privado para viabilizar o surgimento de soluções inovadoras que impactem a vida de milhões de brasileiros.
Sob a gestão da nova diretora-presidente, Paula Lima, o Cietec se reposiciona para fortalecer o ecossistema de inovação brasileiro, capitaneando novos projetos, como o recém-lançado Hub de Ciências da Vida.