Ipen na Mídia
-
- 26/08/2022 - Aditivo melhora as propriedades de eletrólito usado em baterias de lítio-metalEstudo realizado no Centro de Inovação em Novas Energias adicionou um cristal líquido iônico a solvente usado como eletrólito, tornando composto mais estável quimicamente
Estudo realizado no Centro de Inovação em Novas Energias adicionou um cristal líquido iônico a solvente usado como eletrólito, tornando composto mais estável quimicamente
Fonte: Agência FAPESP
Estudo realizado no Centro de Inovação em Novas Energias (CINE) mostrou que a adição de um cristal líquido iônico a um solvente amplamente usado como eletrólito de baterias de lítio-metal torna o composto mais estável quimicamente, além de melhorar a sua condutividade iônica. Com essas propriedades, o eletrólito aditivado se mostra promissor para compor baterias mais duráveis, mais seguras e de melhor desempenho.O CINE é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na Universidade de São Paulo (USP) e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).Desenvolver eletrólitos mais estáveis é um dos grandes desafios da pesquisa em baterias, principalmente com relação às baterias de lítio-metal. Ainda em desenvolvimento, essa tecnologia, que inclui, por exemplo, as baterias de lítio-oxigênio, é capaz de superar amplamente a tecnologia de íons de lítio, a mais usada atualmente, quanto à quantidade de energia que consegue armazenar. Porém, ela esbarra na instabilidade do eletrólito.O eletrólito de uma bateria é o componente que está em contato com os dois eletrodos. Muitas vezes, como no caso deste estudo do CINE, trata-se de uma solução líquida formada por um solvente e sais. A sua função principal é fornecer ativamente o caminho para que os íons se desloquem entre os eletrodos transportando cargas elétricas, processo essencial à carga e descarga da bateria. Por isso, os eletrólitos de baterias precisam ser bons condutores iônicos, além de quimicamente estáveis.A baixa estabilidade química torna o eletrólito mais suscetível a formar compostos indesejados e às vezes tóxicos, que podem danificar outros componentes da bateria, vazar ou provocar seu aquecimento ou explosão."Um exemplo de eletrólitos que formam componentes indesejados é quando observamos uma bateria com um certo tempo de uso e ela aparenta estar dilatada ou inchada”, explica Tuanan Lourenço, bolsista de pós-doutorado no Instituto de Química de São Carlos da USP e responsável pela investigação. Os resultados foram publicados no Journal of Materials Chemistry A.No artigo, os autores relatam a investigação das propriedades de um eletrólito baseado no solvente orgânico DMSO, frequentemente usado em baterias de lítio-metal, aditivado com um cristal líquido iônico baseado no composto orgânico imidazol. Cristais líquidos iônicos são sais que se assemelham aos líquidos iônicos por se apresentarem em estado líquido em temperatura ambiente, mas diferem deles por exibirem fases sólidas cristalinas."Com os experimentos, nós observamos o que está acontecendo com o sistema de uma maneira macroscópica e avaliamos as propriedades para a matéria como ela é, já que não estamos utilizando nenhum modelo para representar o sistema”, explica Lourenço. "Já com as simulações computacionais, nós podemos obter as informações mais detalhadas de um ponto de vista atomístico, observando como os átomos estão organizados, como estão interagindo.”O trabalho mostrou que a adição do cristal líquido iônico em determinada medida aumenta tanto a estabilidade química quanto a condutividade do eletrólito. "Em termos práticos, se temos maior estabilidade química e condutividade, temos um eletrólito com uma melhor performance e podemos talvez ter uma bateria com uma performance superior”, resume o pesquisador.O artigo Tuning aprotic solvent properties with long alkyl chain ionic liquid for lithium-based electrolytes pode ser lido em: https://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2022/TA/D1TA10592B#fn1.* Com informações da Assessoria de Imprensa do CINE. -
- 14/08/2022 - Como aviões que lançaram as bombas atômicas no Japão fugiram da radiação?Fonte: UOLAlexandre Saconi
Colaboração para o UOL, em São PauloNo começo de agosto de 1945, dois bombardeios encerraram a Segunda Guerra Mundial e mudaram para sempre a história dos conflitos armados. Nos dias 6 e 9 daquele mês, as cidades de Hiroshima e Nagasaki, no Japão, foram atacadas com as bombas atômicas.
Apelidadas de Little Boy (Garotinho) e Fat Man (Homem Gordo), foram lançadas de dois bombardeiros B-29 que, apesar da potência dos artefatos, não foram afetados pela explosão.
Como os aviões conseguiram fugir da radiação, já que ela foi fatal para milhares de pessoas imediatamente e se espalhou por dezenas de quilômetros?
Velocidade, manobra e distância
A onda de choque causada com a explosão se moveu a velocidades que atingiam 1.000 km/h, mas, mesmo assim, os aviões não foram afetados pela radiação. Para Carlos Alberto Zeituni, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e piloto de avião, alguns fatores ajudaram a tripulação a evitar a contaminação.
A radiação se espalhou por dezenas de quilômetros após a explosão, mas isso não aconteceu imediatamente. Ela demorou para se alastrar pelo solo e pela atmosfera, diz Zeituni.
"Esses aviões voavam a cerca de 8 km a 9 km de altitude, e atingiam velocidades por volta de 570 km/h. Com isso, nos poucos segundos após o lançamento, e realizando manobras evasivas para se afastarem das cidades o mais rápido possível, os bombardeiros não eram expostos aos altos índices de radiação das explosões", afirma o pesquisador.
Ainda de acordo com Zeituni, os dois aviões não registraram índices de radiação em sua estrutura.
Em ambos os bombardeios, existiam aviões afastados que monitoravam como os lançamentos ocorreriam e registravam se haviam sido bem-sucedidos do ponto de vista militar norte-americano. Esses aviões estavam a distâncias maiores e também ficaram afastadodo risco de contaminação nuclear.
Segundo dados da prefeitura de Hiroshima, aproximadamente 140 mil pessoas morreram em decorrência do lançamento da bomba na cidade até o final de 1945. Aproximadamente metade das pessoas que estavam dentro do raio de 1,2 quilômetro de distância do local da explosão morreu já naquele dia. As demais mortes aconteceram nos meses seguintes, devido às queimaduras e à radiação.
A operação
No dia 6 de agosto, o primeiro bombardeio foi realizado pelo B-29 batizado de Enola Gay. Ele lançou a Little Boy sobre a cidade de Hiroshima enquanto voava a uma altitude de cerca de 9 km.
A bomba explodiu em torno de 580 metros de altura, matando instantaneamente milhares de pessoas. A tripulação do avião viu o clarão da explosão naquele momento, mas já estava distante do local quando a onda de choque conseguiu alcançá-los.
Um dos tripulantes relatou em seu diário que poderia ter dito de maneira inconsciente no rádio "Meu deus, o que nós fizemos?". A tripulação não tinha conhecimento claro da dimensão do poder da bomba nem muitos detalhes de suas características.
A segunda bomba foi lançada de outro B-29, batizado de Bockscar. Ela explodiu 47 segundos depois de ter sido lançada, a cerca de 500 metros de altura.
Nesse novo ataque, o alvo era a cidade de Kokura. Entretanto, nuvens dificultaram a observação, e os pilotos se dirigiram a Nagasaki, onde, nos últimos instantes disponíveis, encontraram uma brecha no céu e conseguiram lançar a Fat Man.
Os Bombardeiros
O avião que lançou a primeira bomba atômica sobre o Japão foi batizado de Enola Gay. Esse bombardeiro B-29, fabricado pela Boeing, leva esse nome em homenagem à mãe do piloto daquele episódio, Paul Warfield Tibbets Jr.
O nome foi pintado logo abaixo da janela da cabine de comando horas antes do voo de lançamento. Hoje ele está em exposição no Museu Nacional do Ar e Espaço Smithsonian, e sua exibição pública é alvo de polêmicas em decorrência da quantidade de mortes que sua ação causou.
Já o B-29 Bockscar teria esse nome em referência ao seu piloto habitual, Frederick Bock. Entretanto, naquele dia, Bock acabou voando em um outro avião, e Charles Sweeney assumiu o comando do B-29 Bockscar, que terminou lançando a bomba Fat Man sobre Nagasaki.
Hoje, o Bockscar está em exposição no Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos. Ambas as aeronaves ainda voaram em missões dos EUA após a Segunda Guerra Mundial.
Ficha técnica - Enola Gay
Modelo: Bombardeiro B-29
Fabricante: Glenn L. Martin/Boeing
Envergadura (distância de ponta a ponta da asa): 43,1 metros
Altura: 8,5 metros
Comprimento: 30,2 metros
Velocidade de cruzeiro: 354 km/h
Velocidade máxima: 575 km/h
Altitude máxima de voo: 10 km
Tripulação: 12
Preço: US$ 639 mil à época.Fontes: Carlos Alberto Zeituni, pesquisador do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e piloto de avião, Museu Nacional do Ar e do Espaço Smithsonian, Museu Nacional da Força Aérea dos Estados Unidos.
-
- 12/08/2022 - Biophotonics shedding light on diseasesWorkshop promovido pelo Ipen debaterá o uso da biofotônica aplicada à saúde. Evento é gratuito e aberto a toda a comunidade científica
Workshop promovido pelo Ipen debaterá o uso da biofotônica aplicada à saúde. Evento é gratuito e aberto a toda a comunidade científica
Fonte: Agência FAPESP
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) promoverá nesta sexta-feira (12/08), em São Paulo, o workshop "Biophotonics shedding light on diseases”.
O evento debaterá o uso da biofotônica aplicada à saúde, em lasers para cirurgias, microscopia e imagens para diagnóstico, entre outras aplicações. O evento é aberto a toda a comunidade científica.
O workshop terá nomes de ponta na área da biofotônica, entre eles, Anita Mahadevan-Jansen, diretora do Centro de Biofotônica da Vanderbilt University (Estados Unidos), John Girkin, diretor do Instituto de Ciências Biofísicas, e Lai Zhang, pesquisadora do Departamento de Física, ambos da Durham University (Reino Unido), além de Mauro Baesso, ex-reitor da Universidade Estadual de Maringá.
A inscrição é gratuita e poderá ser realizada até o dia que antecede o evento, por formulário on-line. O evento acontecerá das 14h às 18h, no Saguão do Prédio do Ensino do Ipen, situado na av. Prof. Lineu Prestes, 2.242, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=38&campo=17897.
-
- 10/08/2022 - Anvisa prorroga importação de radiofármacosOs radiofármacos são compostos radioativos que possuem, em sua composição um radionuclídeo (isótopo radioativo) responsável pela emissão de radiação ligado quimicamente a uma molécula não-radioativa que apresenta afinidade biológica por um determinado órgão ou sistema, com finalidade de diagnóstico ou terapêutica.
Os radiofármacos são compostos radioativos que possuem, em sua composição um radionuclídeo (isótopo radioativo) responsável pela emissão de radiação ligado quimicamente a uma molécula não-radioativa que apresenta afinidade biológica por um determinado órgão ou sistema, com finalidade de diagnóstico ou terapêutica.
Fonte: Correio do BrasilPor Redação, comABr – de BrasíliaA decisão pela aprovação foi tomada na terça-feira durante a 14ª Reunião da Diretoria Colegiada tendo como relator da matéria o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.Ao iniciar a leitura do relatório, Torres lembrou que a matéria trata de "critérios e procedimentos excepcionais de importação em virtude de riscos de desabastecimento no mercado nacional”.– O mercado em nosso país ainda é restrito e há constatação de falta desses (rádio) fármacos. Assim sendo, as autoridades envolvidas pediram à agência apoio para a mitigação do impacto dessa situação – disse o presidente da Anvisa ao lembrar que essa medida vem sendo reiteradamente prorrogada, "enquanto a indústria nacional não se vê preparada para dar conta da demanda”.Durante a explanação, Torres destacou que cabe ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) informar a Anvisa sobre a eventual normalização do mercado, o que, até o momento, não ocorreu.Por esse motivo, acrescentou ele, a importação é, ainda, o meio encontrado "para minimizar a escassez e suprimir a demanda por radiofármacos, com vistas à contenção da situação de desabastecimento iminente em nosso país”, dispensando, inclusive, a necessidade de análise de impacto de mercado ou de consulta pública pela Anvisa.RadiofármacosOs radiofármacos são compostos radioativos que possuem, em sua composição um radionuclídeo (isótopo radioativo) responsável pela emissão de radiação ligado quimicamente a uma molécula não-radioativa que apresenta afinidade biológica por um determinado órgão ou sistema, com finalidade de diagnóstico ou terapêutica.Diante do aspecto estratégico para diagnósticos e tratamentos, e da complexidade tecnológica que envolve esse tipo de fármaco, a diretora Meiruze Freitas confirmou a necessidade de importação desses produtos considerados "de risco maior”.
– É preferível manter a importação dos [produtos] sem registro no Brasil, circundado com todo cuidado de monitoramento e proteção – disse ao lembrar que "em algumas situações é preciso (à Anvisa) fazer avaliações excepcionais como essa, mas sempre buscando mitigar o risco, para termos um controle mínimo”.
Desinteresse do mercado
Em seu voto, o diretor Alex Machado Campos disse que, antes de definirem seu posicionamento sobre a questão, a diretoria da Anvisa ouviu dirigentes do Ipen. "Nos causou perplexidade saber que não há, no horizonte próximo, possibilidade de retomada robusta do Ipen para a produção desses radiofármacos”, disse.
– São produtos de produção exclusiva do Ipen que colocam luz sobre a questão de um desabastecimento que é fruto do desinteresse do mercado, interessando apenas ao poder público. A Anvisa, então, em muitos momentos, tem de enfrentar esse tema por uma via excepcional, como é o caso – argumentou.
Linguagem acessível
Ao final da votação dos diretores, a ouvidora da Anvisa, Lorena Dourados, pediu a palavra para pedir que os votos sejam publicados de forma clara e com linguagem acessível, uma vez que a ouvidoria tem percebido que o tema em questão "nem sempre é bem entendido pela população”. A solicitação foi acatada pela diretoria.
-
- 03/08/2022 - Pós-doutorado em engenharia química e ciência dos materiais no IpenVaga está vinculada a pesquisa que desenvolve materiais 3D nanoestruturados baseados em polímeros biocompatíveis para fins de regeneração tecidual
Vaga está vinculada a pesquisa que desenvolve materiais 3D nanoestruturados baseados em polímeros biocompatíveis para fins de regeneração tecidual
Fonte: Agência FAPESP
Uma oportunidade de pós-doutorado em engenharia química e ciência dos materiais com bolsa da FAPESP é oferecida pelo projeto "Capacitação científica, tecnológica e em infraestrutura em radiofármacos, radiações e empreendedorismo a serviço da saúde (PDIp)”. O prazo de inscrição termina no domingo (07/08).Desenvolvido no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), o projeto pretende desenvolver materiais 3D nanoestruturados baseados em polímeros biocompatíveis para fins de regeneração tecidual e engenharia de tecidos.O candidato deve ter doutorado em química, ciência dos materiais, engenharia química ou áreas afins e conhecimentos em polímeros fluorados, modificação de polímeros por fluoretação e por meio da radiação ionizante, nanocompósitos poliméricos, síntese e caracterização de materiais e técnicas analíticas. Publicações nas áreas de modificação de polímeros fluorados por meio da radiação, caracterização mecânica e reológica são recomendáveis.Os interessados devem enviar currículo Lattes completo, carta de interesse apresentando os resultados de pesquisa mais importantes publicados e projeto de pesquisa resumido para o e-mail seegp@ipen.br, indicando no assunto "PDIP 1 – Desenvolvimento de redes/scaffolds 3D”.Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/5293.A oportunidade de pós-doutorado está aberta a brasileiros e estrangeiros. O selecionado receberá Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R$ 8.479,20 mensais e Reserva Técnica equivalente a 10% do valor anual da bolsa para atender a despesas imprevistas e diretamente relacionadas à atividade de pesquisa.Caso o bolsista de PD resida em domicílio fora da cidade na qual se localiza a instituição-sede da pesquisa e precise se mudar, poderá ter direito a um auxílio-instalação. Mais informações sobre a Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP estão disponíveis em www.fapesp.br/bolsas/pd.Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
-
- 28/07/2022 - Ipen prorroga prazo de inscrições em cursos com professores de Instituto de Engenharia Física de MoscouAulas serão ministradas por docentes do Instituto de Engenharia Física de Moscou (Rússia) e terão monitoramento de docentes do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do Ipen. Inscrições até 12 de agosto
Aulas serão ministradas por docentes do Instituto de Engenharia Física de Moscou (Rússia) e terão monitoramento de docentes do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do Ipen. Inscrições até 12 de agosto
Fonte: Agência FAPESP
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) está recebendo, até o dia 12 de agosto de 2022, inscrições de alunos interessados em cursar disciplinas da área nuclear ministradas por professores do Instituto de Engenharia Física de Moscou, vinculado à National Research Nuclear University, da Rússia.
Os cursos terão duração de seis semanas, sendo as quatro primeiras na modalidade on-line e as duas últimas presenciais, em São Paulo. Docentes do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear do Ipen e da Universidade de São Paulo (USP) acompanharão e darão monitoramento a cada disciplina.
Embora direcionados predominantemente a alunos de pós-graduação e pós-doutorados, os cursos também possibilitam a participação de alunos especiais e estudantes de graduação da USP, servidores, técnicos, pesquisadores, docentes dos dois programas de Pós-Graduação do Ipen, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e interessados nas áreas de Física Nuclear, Segurança Nuclear e Cálculo de Nêutron-Físicos para instalações nucleares de potência.
Não há número máximo de alunos regulares por curso, o mínimo é de dez inscritos. As aulas serão ministradas em inglês.
Os interessados em cursar as disciplinas deverão preencher formulário de inscrição e entrar em contato pelo e-mail bruna.s-topservice@ipen.br, exceto aqueles de outras unidades da USP, que também precisam do formulário, mas devem solicitar a inscrição nas suas próprias unidades.
Mais informações: https://www.ipen.br/portal_por/portal/interna.php?secao_id=37&campo=17819.
-
- 28/07/2022 - Produção de radiofármacos no Brasil é tema de debate da Reunião Anual da SBPCA mesa-redonda realizada na Universidade de Brasília contou com a participação de médicos, farmacêuticos e pesquisadores do setor
A mesa-redonda realizada na Universidade de Brasília contou com a participação de médicos, farmacêuticos e pesquisadores do setor
Fonte: site do MCTI
A política e produção de radiofármacos no Brasil foram temas de um debate realizado nesta terça-feira (26), durante a 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência, que acontece na Universidade de Brasília. Participaram da mesa-redonda, médicos, farmacêuticos, biomédicos, pesquisadores e representantes de instituições como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), vinculado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN/MCTI).
Os radiofármacos são compostos radioativos utilizados no diagnóstico e tratamento de doenças, entre elas o câncer.
O superintendente do IPEN detalhou o processo de fabricação dos radiofármacos produzidos pelo instituto e suas diferentes aplicações. Ele ainda deu destaque aos projetos em tramitação no Congresso Nacional que podem beneficiar a indústria brasileira de radiofármacos, além de baratear tratamentos e contribuir com os pacientes que utilizam os medicamentos.
Durante o debate, ainda foram abordadas questões como a qualificação de profissionais para atuarem na área, e investimentos para inovação no setor. Por ano, mais de um milhão e meio de procedimentos com radiofármacos são realizados no país. A mesa de debates foi uma atividade proposta pela Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN).
Reunião Anual da SBPC
A 74ª Reunião Anual da SBPC ocorre até o próximo sábado (30). O evento é realizado em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) de forma híbrida, com atividades presenciais nos campi Darcy Ribeiro, Gama, Ceilândia e Planaltina, e on-line, com transmissões nos canais da UnB TV e da SBPC no YouTube. Este ano, o evento tem como tema "Ciência, independência e soberania nacional”, em alusão ao ano que marca o bicentenário da Independência do Brasil e o centenário da Semana de Arte Moderna.
Mais informações sobre o evento:https://ra.sbpcnet.org.br/74RA.
-
- 29/06/2022 - Estudo revela biomarcadores que tornam possível personalizar o tratamento de tumores de cabeça e pescoçoO cetuximab é uma das poucas terapias aprovadas para esse tipo de câncer, mas tem alto custo e faz efeito em apenas 40% dos pacientes. Artigo na revista Cells descreve alterações moleculares observadas nas células tumorais que indicam a resistência ao fármaco, abrindo caminho para o desenvolvimento de um teste preditivo
O cetuximab é uma das poucas terapias aprovadas para esse tipo de câncer, mas tem alto custo e faz efeito em apenas 40% dos pacientes. Artigo na revista Cells descreve alterações moleculares observadas nas células tumorais que indicam a resistência ao fármaco, abrindo caminho para o desenvolvimento de um teste preditivo
Fonte: Agência FAPESP
André Julião
Um grupo que reúne pesquisadores do Brasil e de Portugal desvendou as alterações moleculares que indicam a resistência de tumores de cabeça e pescoço ao cetuximab, uma das poucas terapias aprovadas para esse tipo de câncer. Cerca de 60% dos pacientes não respondem bem ao tratamento.Com os resultados, publicados na revista Cells, espera-se que os médicos possam em breve prever quais pacientes responderão ou não ao tratamento, considerado de alto custo. Baseados nos resultados, os pesquisadores sugerem ainda testar combinações do cetuximab com outros fármacos, a fim de reverter a resistência ao agente."O tratamento para os tumores de cabeça e pescoço tem evoluído relativamente pouco e evolve ainda basicamente cirurgia, radioterapia e quimioterapia. O cetuximab é revolucionário, por ser uma terapia específica para um receptor celular bastante alterado nesses tumores, conhecido pela sigla EGFR”, explica Rui Manuel Reis, pesquisador do Hospital de Amor – anteriormente conhecido como Hospital do Câncer de Barretos – e da Universidade do Minho, em Portugal.Até então, não se sabia o que causava a resistência ao medicamento em uma parcela dos pacientes com tumores de cabeça e pescoço. Esse é um fator decisivo na decisão sobre como tratá-los. Além disso, a incapacidade de prever o sucesso do tratamento de alto custo faz com que ele não seja incluído no rol de medicamentos cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para esse tipo de câncer.O cetuximab, porém, é utilizado de forma personalizada para tratar o câncer colorretal metastático, uma vez que existem testes genéticos para as mutações nos genes KRAS, NRAS e BRAF que predizem a resistência ao medicamento. A droga somente é administrada aos pacientes com potencial de responder de forma positiva.O estudo publicado agora abre caminho para o desenvolvimento de abordagens personalizadas também para tumores de cabeça e pescoço."Analisamos linhagens resistentes – em nível de DNA, RNA e proteínas – e encontramos alguns biomarcadores que foram bastante expressos, como a proteína mTOR. Nossa proposta é também usar regimes de combinação do cetuximab com fármacos que inibam essas proteínas expressas, revertendo esse fenótipo de resistência”, conta Izabela Faria Gomes, que realizou o trabalho durante doutorado no Hospital de Amor com bolsa da FAPESP.Atualmente, existem inibidores específicos da proteína e da via mTOR disponíveis no mercado. Dessa forma, a proteína que é expressa na linhagem resistente poderia ser inibida em regimes de combinação com outros fármacos que atuam sobre outras proteínas da mesma via de sinalização celular.Linhagens resistentesPara descobrir os mecanismos de resposta ao fármaco que podem estar ocorrendo, o grupo de Barretos desenvolveu um modelo in vitro para mimetizar a resistência que ocorre nos tumores dos pacientes.Uma linhagem de tumor de cabeça e pescoço inicialmente sensível ao medicamento foi cultivada em laboratório e "bombardeada” por um ano com o cetuximab. As células que sobreviveram, ou seja, que desenvolveram resistência, foram então analisadas pelos pesquisadores por meio de diversas ferramentas moleculares para que se pudesse entender o que as tornava diferentes."Fizemos uma pressão seletiva nessa linhagem de tumor. À medida que ficava mais tempo exposta ao medicamento, ela se tornava mais resistente. Todas as alterações moleculares foram ficando mais visíveis”, relata Renato da Silva Oliveira, pesquisador que desenvolveu o método durante seu doutorado no Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular do Hospital de Amor, sob orientação de Reis.O modelo de resistência criado pelos pesquisadores está no momento sendo aperfeiçoado em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) e com a Universidade do Alabama, nos Estados Unidos.Futuramente, pode dar origem a um teste específico para detectar a resistência dos tumores de cabeça e pescoço à droga. Caso evolua para essa fase, o estudo poderá ser realizado em parceria com o A.C. Camargo Cancer Center, em São Paulo, onde alguns pacientes são tratados com o cetuximab.O próximo passo da pesquisa é validar os achados em modelos animais e em pacientes refratários à terapia com cetuximab. Além disso, em estudos futuros, poderão ser testados regimes de combinações entre cetuximab e outros agentes terapêuticos.O artigo Comprehensive Molecular Landscape of Cetuximab Resistance in Head and Neck Cancer Cell Lines pode ser lido em: www.mdpi.com/2073-4409/11/1/154/htm. -
- 06/06/2022 - Rios na Terra Yanomami têm 8600% de contaminação por mercúrio, revela laudo da PFPerícia analisou amostras de água corrente dos rios Couto de Magalhães, Catrimani, Paríma e Uraricoera. Danos da poluição podem afetar saúde dos indígenas que vivem próximo a garimpos ilegais.
Perícia analisou amostras de água corrente dos rios Couto de Magalhães, Catrimani, Paríma e Uraricoera. Danos da poluição podem afetar saúde dos indígenas que vivem próximo a garimpos ilegais.
Forte: Portal G1 - Roraima
Por Yara Ramalho, Valéria Oliveira, Marcelo Marques e Luciano Abreu, g1 RR e Rede Amazônica — Boa Vista
Um laudo da Polícia Federal sobre contaminação dos rios na Terra Indígena Yanomami, maior reserva do Brasil, revelou que quatros rios da região tem alta contaminação por mercúrio:8600%superiorao estipulado como máximo para águas deconsumo humano.
Foram analisadas amostras das águas correntes dos rios Couto de Magalhães, Catrimani, Parima e Uraricoera, próximos a garimpos ilegais onde os invasores usam produtos nocivos à natureza, principalmente o mercúrio, durante a extração de minérios.
Em relação às águas que podem ser destinadas para irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas, forrageiras, a pesca amadora e a navegação, as amostras apresentaram um teor de mercúrio de 860% nas amostras.
O objetivo da perícia, obtida com exclusividade pela Rede Amazônica, era identificar e quantificar a presença e concentração de contaminantes relacionados a atividade de extração do ouro nos garimpos ilegais dentro da Terra Indígena Yanomami.
Altamente tóxico, o mercúrio é usado pelos garimpeiros para separar o ouro de outros sedimentos e, assim, deixá-lo "limpo"(entenda mais abaixo). Após isso, a substância é jogada nos rios, causando poluição ambiental e impactando na saúde dos indígenas. Semana passada, foi apreendido 1Kg do metal na operação Xapiri, de combate ao garimpo na Terra Yanomami.
Uma pesquisada Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em 2016, revelou que indígenas de comunidades próximas ao Uraricoera tinham alto nível de mercúrio o organismo, com 9 2,3% de contaminação.
O estudo deste ano da PF também mencionou um aumento das áreas afetadas pelo garimpo. Entre 2018 e 2021, os peritos identificaram que na região do rio Uraricoera, um dos mais afetados pelo garimpo, houve um aumento de 505% da área garimpada. Em 30 anos, a Terra Yanomami vive a pior devastação da história, com aumento de 46% de degradação da floresta em um ano.
'Potencial destrutivo', diz procurador
Na avaliação do procurador da República que atua no Ministério Público Federal (MPF) em Roraima, Matheus de Andrade Bueno, como a Terra Yanomami é uma das mais afetadas pelo garimpo, a única alternativa é retirar os garimpeiros que exploram ilegalmente a reserva.
"Ela têm sido atingida de forma gravíssima pelo garimpo. E, coincidentemente, nessas áreas estão sendo detectadas presenças superiores de mercúrio, que a gente sabe que tem o potencial destrutivo muito grande e também de causar vários problemas de saúde", disse.
Ele disse que a destruição de maquinários usados no garimpo, como já ocorreram em operações deflagradas pela PF e outros órgãos de fiscalização, é importante para a contenção dos crimes ambientais, mas a retirada dos garimpeiros é uma medida emergencial. "Não há para o Ministério Público Federal nenhuma medida de saúde pública mais emergencial, mais importante para a garantia da saúde dos indígenas do que a retirada dos garimpeiros da área", pontuou.
Em maio deste ano, a Justiça Federal determinou o retorno das operações para retirada de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami. O pedido foi feito MPF.
Contaminação no corpo humano
O mercúrio é o único metal líquido em temperatura ambiente que se une facilmente ao ouro, formando uma liga metálica. Esse material, então, é aquecido, o mercúrio se evapora e o ouro se funde sozinho. O excesso de mercúrio restante desse processo é lançado diretamente nos rios e entra na cadeia alimentar, por meio da ingestão de água e peixes.
Segundo o laudo da PF, todas as amostras analisadas apresentam teores anormais do metal. O doutor em geologia e pesquisador da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Vladimir de Souza, explica que, no corpo humano, a contaminação é acumulativa e ocorre de médio a longo prazo.
"Quem está em contato direto, já está contaminado e isso tende a aumentar porque é acumulativo e lento. Você não vai ter contato com o mercúrio e se contaminar logo em seguida, é uma questão de médio a longo prazo."
Na avaliação do pesquisador, os números do relatório são "gravíssimos" porque os rios contaminados formam o rio Branco, o principal do estado, e, com isso, o mercúrio usado nos garimpos chega até a capital Boa Vista.
"A gente sabe que o mercúrio está dissolvido na água e ele não vai, na verdade, depurar. Ele vai chegar até Boa Vista e vai vir contaminando ao longo do caminho. Não há como depurar isso ao longo do caminho mais próximo, essa contaminação está chegando até a nossa capital", disse.
A ingestão de alimentos contaminados não é a única forma de transmissão. Segundo Vladimir de Souza, o metal entra no corpo humano pelo tecido adiposo, fazendo com que a gordura se torne o abrigo ideal.
"O mercúrio entra no nosso tecido adiposo, na nossa gordura e não sai mais. Antigamente, se pensava que era só consumindo peixes que você se contaminava, mas já se sabe que o mercúrio fica na água em suspensão. Então, até no ar e no contato você já está se contaminando com o mercúrio, ele é muito volátil", destacou.
O mercúrio tem a venda controlada no Brasil, mas toneladas chegam ilegalmente aos garimpos todos os anos. O Fantástico mostrou no passado como toneladas do metal entram clandestinamente no país.
A fronteira com a Guiana é uma das duas portas de entrada de mercúrio ilegal no país mapeadas pela reportagem. A outra é Guajará-mirim, na fronteira da Bolívia com Rondônia. O contrabando da Guiana entra por Bonfim, em Roraima, e acaba na Terra Yanomami, onde houve uma disparada no número de garimpos ilegais nos últimos anos.
Maior reserva indígena do pais, a Terra Yanomami tem quase 10 milhões de hectares distribuídos no Amazonas e em Roraima, onde fica a maior parte. A região é formada por 371 comunidades de difícil acesso. Mais de 28 mil indígenas vivem na reserva.
A área é alvo do garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980. Mas, nos últimos anos, essa busca pelo minério se intensificou, causando além de conflitos armados, a degradação da floresta e ameaça a saúde dos indígenas. -
- 16/05/2022 - Ipen inaugura laboratório com microscópio a laser de uso raro no mundoMicroscópio a laser de novo laboratório do Ipen só tem em outras duas instituições no mundo
Microscópio a laser de novo laboratório do Ipen só tem em outras duas instituições no mundo
Fonte: CIMM
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) inaugurou no fim de abril um laboratório multiusuário com o que há de mais avançado em microscopia: o Snom (sigla em inglês para microscopia óptica de varredura de campo próximo), microscópio subnano a laser cujo método óptico com super-resolução permite resolver o interior de uma molécula com acuidade nanométrica.Adquirido com apoio da FAPESP, o equipamento será fundamental para o avanço em vários campos de pesquisa, entre eles plasmônica, guias de ondas fotônicas, micro e nanolasers, fotovoltaicos, fotocondutores, fenômenos biológicos celulares, fluorescência de zeptólitros e espectroscopia de correlação. Uma das possibilidades é mapear o interior de células vivas de forma não invasiva.
Apenas duas instituições no mundo dispunham de microscópio equivalente – o Ipen agora é a terceira. Para operar o equipamento, os pesquisadores Anderson Zanardi de Freitas e Niklaus Ursus Wetter, do Centro de Lasers e Aplicações (Celap), passaram por um treinamento em Lille, na França, onde está sediada a empresa fabricante.
"Na realidade, um sistema igual ao nosso não existe em outro lugar. O Snom adquirido pelo Ipen é o único capaz de evitar interferências climáticas nas amostras devido, por exemplo, a aparelhos de ar-condicionado”, conta Wetter.
O Snom é capaz de realizar medidas em amostras líquidas e de controlar a temperatura da amostra, características que lhe garantem o acesso a células vivas.
"Além disso, como o Snom captura a distribuição de luz do campo próximo, as imagens não apresentam nenhuma contribuição de luz fora de foco, como ocorre em outros métodos de imagem óptica. Um Snom correlaciona a topografia da amostra com uma análise espectral de luz”, acrescenta Zanardi.
O pesquisador Marcelo Linardi destaca que os grupos de pesquisa que fazem uso de microscópios semelhantes publicam com relativa frequência na Nature, uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo. "Isso significa que nós estaremos com instrumentação para publicar em revistas de alto impacto. Agora, é trabalhar e apresentar resultados”, afirma.
Wilson Calvo, superintendente do Ipen, enfatiza a possibilidade de novas parcerias que o novo microscópio deve fomentar. "Há um potencial de colaborações que o uso do Snom pode gerar, visto que é um laboratório multiusuário”, avalia.
-
- 14/05/2022 - O que é a medicina nuclear e quais as suas aplicações?Fonte: TV BrasilO programa "Ciência é Tudo" exibido pela TV Brasil no dia 14 de maio, teve como uma de suas pautas a Medicina Nuclear e os avanços desenvolvidos no setor. Foi destacada a participação do IPEN-CNEN nos desenvolvimentos e serviços prestados há mais de 60 anos na área. A pesquisadora do Centro de Radiofarmácia, Regina Célia Carneiro, comentou sobre as aplicações de radiofármacos no diagnóstico e terapia.Nesta edição também foi apresentado o laboratório multiusuário com o equipamento SNOM (do inglês Scanning Near Field Optical Microscopy), um microscópio sub-nano a laser adquirido com apoio da FAPESP e o terceiro instalado no mundo. Os pesquisadores do Centro de Lasers e Aplicações, Anderson Zanardi e Niklaus Wetter, destacaram as características e o potencial de pesquisas que poderão ser realizadas com o novo equipamento.O programa "Ciência é Tudo" é resultado de uma parceria entre a TV Brasil e o MCTI.Assista aqui -
- 11/05/2022 - O que é a medicina nuclear e quais as suas aplicações?Fonte: TV BrasilNeste episódio do Ciência é Tudo, entenda o que é a medicina nuclear, quais as suas aplicações e como o Brasil está posicionado neste setor. O IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - produz 85% dos radiofármacos consumidos no país.
Conheça uma pesquisa realizada por cientistas da USP que pode ajudar no tratamento da doença de Parkinson. A doença causa a morte ou degeneração de células do cérebro, diminuindo a produção de dopamina e afetando o sistema nervoso central. Uma substância identificada pelos pesquisadores preveniu 60% da morte de células cerebrais em testes realizados em camundongos.
Veja algumas ações inovadoras voltadas para o desenvolvimento de veículos elétricos. A EMBRAPII - Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial - organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações - une empresas e startups em projetos inovadores em eletromobilidade.
E tem ainda uma matéria especial mostrando como é a vida e o trabalho dos pesquisadores brasileiros na Antártica.
O Ciência é Tudo é uma parceria da TV Brasil com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações - MCTI.
Clique aqui para saber como sintonizar a programação da TV Brasil.
-
- 10/05/2022 - Instituto de Engenharia Nuclear faz 60 anosFonte: IEN
A instalação de um reator nuclear de pesquisa no Rio de Janeiro foi o marco inicial do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), fundado em 1962. Na última semana, o IEN celebrou os 60 anos dessa história, que se expandiu por diversas áreas da tecnologia nuclear.
As comemorações tiveram início no dia 5, com a realização do workshop "Reatores de Pesquisa e de Potência no Brasil e no Mundo e as Perspectivas da Energia Nuclear no País”. Especialistas de instituições públicas e privadas da área nuclear apresentaram as mais recentes resoluções e inovações do uso da energia nuclear para uma plateia de profissionais e estudantes do setor vindos de vários estados do país.
No dia 6, foi realizada, para servidores e convidados, uma cerimônia no auditório do Instituto, com a presença do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Paulo Roberto Pertusi, do diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Madison Coelho de Almeida, e de representantes de outras instituições.
Na abertura, o diretor do IEN, Fábio Staude, falou brevemente da história da criação e expansão do Instituto e apresentou seus projetos estruturantes, em oito áreas, abrangendo desde engenharia de reatores a nanorradiofármacos, radiotraçadores, capacitação e divulgação científica. "Apostamos no aprimoramento das instalações pra fortalecer e ampliar nossas parcerias com outras instituições”, resumiu. "Essa premissa”, lembra Staude, "estava presente já na criação do IEN: promover colaboração com instituições facultando-lhes o uso das instalações e cooperação técnico-científica.”
Próximo a falar, o diretor de P&D destacou o atual papel do IEN, "um hub acolhedor de instituições com muitas possibilidades de entregas à sociedade.” Já o presidente da CNEN observou que o auditório lotado de servidores, colaboradores e representantes de centros de pesquisa e de ensino demonstra a importância do trabalho do IEN: "Mesmo com restrições de pessoal e recursos, o IEN se reposicionou com ideias, criatividade e empenho.” O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, enviou mensagem de vídeo.
Em seguida foi entregue a dez personalidades e instituições o Prêmio Luiz Aghina, criado em reconhecimento à sua contribuição para o desenvolvimento e aprimoramento do IEN e do setor nuclear brasileiro. (Leia mais no site do IEN).
Houve também o lançamento de três projetos: o curso de especialização em Direito Nuclear, inédito na América Latina, a ser oferecido a partir do próximo ano pelo Setor de Capacitação da Divisão de Ensino (Secap/Diens), a Casa da Ciência Nuclear, um espaço a ser criado no IEN para exposição permanente e mostras interativas de divulgação das aplicações da energia nuclear, e o Programa de Estágios do IEN.
Por fim foram apresentados os resultados do projeto de adequação e modernização das instalações do reator Argonauta e de seus laboratórios associados.
O projeto incluiu a aquisição de uma nova carga de elementos combustíveis, fabricados pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), em São Paulo, com tecnologia 100% nacional.
-
- 09/05/2022 - Ipen inaugura laboratório com equipamento que só existe em outras duas instituições no mundoFonte: Agência FapespAgência FAPESP* – O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) inaugurou no fim de abril um laboratório multiusuário com o que há de mais avançado em microscopia: o Snom (sigla em inglês para microscopia óptica de varredura de campo próximo), microscópio subnano a laser cujo método óptico com super-resolução permite resolver o interior de uma molécula com acuidade nanométrica.
Adquirido com apoio da FAPESP, o equipamento será fundamental para o avanço em vários campos de pesquisa, entre eles plasmônica, guias de ondas fotônicas, micro e nanolasers, fotovoltaicos, fotocondutores, fenômenos biológicos celulares, fluorescência de zeptólitros e espectroscopia de correlação. Uma das possibilidades é mapear o interior de células vivas de forma não invasiva.
Apenas duas instituições no mundo dispunham de microscópio equivalente – o Ipen agora é a terceira. Para operar o equipamento, os pesquisadores Anderson Zanardi de Freitas e Niklaus Ursus Wetter, do Centro de Lasers e Aplicações (Celap), passaram por um treinamento em Lille, na França, onde está sediada a empresa fabricante.
"Na realidade, um sistema igual ao nosso não existe em outro lugar. O Snom adquirido pelo Ipen é o único capaz de evitar interferências climáticas nas amostras devido, por exemplo, a aparelhos de ar-condicionado”, conta Wetter.
O Snom é capaz de realizar medidas em amostras líquidas e de controlar a temperatura da amostra, características que lhe garantem o acesso a células vivas.
"Além disso, como o Snom captura a distribuição de luz do campo próximo, as imagens não apresentam nenhuma contribuição de luz fora de foco, como ocorre em outros métodos de imagem óptica. Um Snom correlaciona a topografia da amostra com uma análise espectral de luz”, acrescenta Zanardi.
O pesquisador Marcelo Linardi destaca que os grupos de pesquisa que fazem uso de microscópios semelhantes publicam com relativa frequência na Nature, uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo. "Isso significa que nós estaremos com instrumentação para publicar em revistas de alto impacto. Agora, é trabalhar e apresentar resultados”, afirma.
Wilson Calvo, superintendente do Ipen, enfatiza a possibilidade de novas parcerias que o novo microscópio deve fomentar. "Há um potencial de colaborações que o uso do Snom pode gerar, visto que é um laboratório multiusuário”, avalia.
*Com informações da Assessoria de Comunicação Social do Ipen.
-
- 05/05/2022 - IEN promove em 5 de maio workshop sobre reatores nuclearesO evento faz parte das comemorações dos 60 anos do IEN, será composto de três mesas-redondas e é aberto ao público.
O evento faz parte das comemorações dos 60 anos do IEN, será composto de três mesas-redondas e é aberto ao público.
Fonte: IEN
Reatores nucleares para pesquisa e para produção de eletricidade serão o tema do workshop "Reatores de Pesquisa e de Potência no Brasil e no mundo e as Perspectivas da Energia Nuclear no Brasil”, a ser oferecido pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), presencialmente, em seu auditório, próximo dia 5 de maio.
O evento faz parte das comemorações dos 60 anos do IEN e será composto de três mesas-redondas. Pela manhã o assunto será "Reatores de pesquisa no Brasil e no mundo: principais utilizações e perspectivas”. À tarde haverá duas mesas: "Reatores de potência no cenário atual mundial” e "Novos Projetos e perspectivas da energia nuclear no Brasil”. As apresentações terão a participação de especialistas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Eletronuclear, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), Westinghouse, entre outros que serão brevemente divulgados.
O evento é aberto ao público, especialmente pesquisadores, estudantes, professores, jornalistas e profissionais da área nuclear.
Para se inscrever preencha o Formulário de inscrição ou entre em contato o Setor de Comunicação do IEN/CNEN pelo tel.: 21 3865-3718. (INSCRIÇÕES ENCERRADAS)
Endereço do IEN: Rua Hélio de Almeida, 75 – Ilha do Fundão – Rio de Janeiro.
Mais informações: ascom@ien.gov.br
-
- 27/04/2022 - Congresso aprova fim de monopólio estatal na produção de radiofármacosFonte: Defesa em focoO Presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, promulgou hoje (26) a Emenda Constitucional 118, que trata da quebra de monopólio na produção de todos os tipos de radioisótopos de uso médico. Até então, o monopólio pertencia à União. A emenda teve a última etapa de aprovação no dia 5 de abril, na Câmara.
Entre no canal do Defesa em Foco no Whatsapp e fique por dentro de todas as notícias do dia
"A emenda à Constituição que promulgamos é de vital importância para garantir a universalização da oferta de procedimentos de medicina nuclear a todo território nacional, por meio da autorização de entes privados para, sob regime de permissão, produzir, comercializar e utilizar para pesquisa e uso médicos radioisótopos de meia-vida superior à duas horas”, disse Pacheco durante solenidade de promulgação, ocorrida no plenário do Senado.
Atualmente, a produção e a comercialização desses fármacos são realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e seus institutos, como o de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo. A quebra do monopólio se dá apenas aos materiais radioativos de uso médico. O monopólio estatal continua para a produção de radioisótopos necessários à agricultura e indústria.
Radioisótopos
Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação e são usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireoide.
"O radiofármaco é uma substância radioativa. Quando ela é injetada no paciente para fazer o exame, ela permite uma qualidade do exame muito mais precisa. Possibilita que diagnósticos e tratamento do câncer, diagnósticos cardíacos, diagnósticos da tireoide e outros possam ser analisados e verificados com uma atividade muito mais precoce”, afirmou o deputado General Peternelli (União Brasil-SP), relator da matéria na Câmara.
Na agricultura, os isótopos radioativos são aplicados aos adubos e fertilizantes a fim de se estudar a capacidade de absorção desses compostos pelas plantas. Na indústria, esses elementos são utilizados na conservação de alimentos, no estudo da depreciação de materiais, na esterilização de objetos cirúrgicos e na detecção de vazamentos em oleodutos.
-
- 26/04/2022 - Congresso promulga emenda que acaba com o monopólio estatal de radioisótoposAté então, a Constituição só permita a produção dessas substâncias (usadas no diagnóstico e tratamento do câncer) pela iniciativa privada em casos específicos
Até então, a Constituição só permita a produção dessas substâncias (usadas no diagnóstico e tratamento do câncer) pela iniciativa privada em casos específicos
Fonte: Agência Câmara de NotíciasO Congresso Nacional promulgou nesta terça-feira (26) a Emenda Constitucional 118, que permite a produção, comercialização e o uso de todos os tipos de radioisótopos pela iniciativa privada. O texto foi aprovado no início do mês na Câmara dos Deputados.
Até então, a matéria era monopólio público explorado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e seus institutos: o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, e o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), no Rio de Janeiro.
Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar enfermidades na glândula tireoide.
Demanda
Durante a sessão solene de promulgação, o deputado General Peternelli (União-SP), que relatou a proposta na Câmara dos Deputados, defendeu a entrada de laboratórios privados no mercado de radioisótopos para suprir a demanda de pacientes localizadas em regiões distantes do eixo Rio-São Paulo.Antes da mudança constitucional, a iniciativa privada tinha aval para produzir radioisótopos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas) apenas sob regime de permissão.
Além disso, o deputado disse que "o momento é oportuno para salientar ao Congresso Nacional e ao Executivo a importância de se investir no reator multipropósito, que vai propiciar a matéria-prima aos laboratórios para fabricar o radiofármaco”.
Expectativa de vida
O autor da proposta, senador Alvaro Dias (Podemos-PR), afirmou que prevaleceu o "bom senso” sobre a saúde pública. Ele também ressaltou que, apesar de serem qualificados, o Ipen e IEN atendiam apenas a 50% da demanda nacional."Toda vez que recebo uma notícia de falecimento de paciente por causa do câncer, questiono-me se essa vida não teria sido salva caso a proposta tivesse sido aprovada há mais tempo”, comentou.
Peternelli observou ainda que, no transcurso dos debates na Câmara, o texto recebeu apoio da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear e do Conselho Federal de Medicina, entre outras associações. Além disso, acrescentou o deputado, a proposta tinha parecer favorável do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações desde 2014.
-
- 25/04/2022 - Medicina nuclear: IPEN inaugura laboratório com microscópio capaz de visualizar câncer cervicalFonte: Blog Tania MalheirosO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-SP) inaugura nesta sexta-feira (29/4), às 14h30, o seu primeiro laboratório com microscópio que terá capacidade de visualizar câncer cervical em áreas grandes, além de outras atividades como a realização de análise dos modos de vibração de uma molécula. O microscópio sub-nano a laser com tecnologia francesa: o SNOM (Near-field Scanning Optical Microscopy), se destina a desenvolver novos radiofármacos (insumos utilizados no diagnóstico e combate ao câncer). O IPEN obteve cerca de R$ 16 milhões através de edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), com o projeto "Capacitação cientifica, tecnologia e em infraestrutura em radiofármacos e radiações a serviço da Saúde”.Segundo o coordenador responsável pelo projeto, Marcelo Linardi, o IPEN, Instituto da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) será a terceira instituição a adquirir o equipamento SNOM deste tipo no mundo, e o mínimo que se espera do equipamento são resultados de ponta. "Para termos ideia do alto nível de caracterização que o equipamento fornece, os grupos de pesquisa que o utilizam publicam com relativa frequência na Nature, uma das mais prestigiadas revistas científicas, com grande fator de impacto. Agora o IPEN terá condições técnicas para produzir trabalhos na área e radiofarmácia e nanotecnologia de alto nível", avaliou Linardi.
UMA INFINIDADE DE APLICAÇÕES
Os pesquisadores Anderson Zanardi de Freitas, coordenador do projeto Multiusuário FAPESP no qual esse equipamento foi enquadrado; e Niklaus Ursus Wetter, do Centro de Lasers e Aplicações, que abriga o laboratório, são os responsáveis pelo equipamento SNOM. Segundo Wetter, são inúmeras as possibilidades de aplicações. "Fica até difícil mencionar as vantagens desse equipamento, tamanha a sua diversidade, desde visualização de câncer cervical em áreas grandes até a visualização de uma única molécula e análise dos modos de vibração desta molécula", informou.
Ao destacar a importância do IPEN, Linardi lembrou também que o Centro de Radiofarmácia (CECRF) é uma área estratégica do Instituto, que desenvolve e produz radioisótopos e radiofármacos para a realização de diagnósticos e terapia em medicina nuclear. "Para ser uma instituição de vanguarda na pesquisa, desenvolvimento e produção de radiofármacos em prol da qualidade de vida humana, o IPEN deverá estar preparado para atender à demanda de comercialização dos radiofármacos, mesmo que crescente, e preparar-se para a introdução de novos produtos, mantendo o estado da arte no desenvolvimento de radiofármacos”, comentou.
O IPEN E A NANOTECNOLOGIA - No mesmo evento está programado o lançamento do livro institucional "O IPEN e a Nanotecnologia” da autoria de Linardi, pesquisador emérito do Instituto. A publicação resume todas as atividades do Instituto no campo da ciência e tecnologia, que permeia as inúmeras e diversificadas atividades do IPEN, nas áreas de saúde, energia, materiais e ensino.
O livro foi prefaciado pelo professor Ado Jorio de Vasconcelos do Laboratório de Nano-Espectroscopia, do Departamento de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). "Nos últimos dois séculos, economia mundial tem exibido ciclos de crescimento ligados às revoluções industriais. Estas revoluções são precedidas por desenvolvimentos técnico-científicos disruptivos que mudam significativamente a nossa forma de vida. A primeira revolução industrial deu-se com o aparecimento da máquina a vapor, seguida de revoluções geradas pela introdução do sistema ferroviário, da energia elétrica, da indústria petroquímica e, por último, da tecnologia da informação. A próxima revolução tecnológica já exibe suas facetas, e apresenta-se relacionada ao desenvolvimento da nanotecnologia.”.
-
- 20/04/2022 - Em fórum sobre medicina nuclear, MCTI aponta desafios que permeiam o setorEvento organizado pelo Conselho Federal de Medicina debateu sobre a medicina nuclear
Evento organizado pelo Conselho Federal de Medicina debateu sobre a medicina nuclear
Fonte: MCTIA concentração no centro-sul do País de unidades de saúde que atuam na área de medicina nuclear e também no setor privado foram apontados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) como desafios que precisam de atenção da sociedade, durante o I Fórum Virtual de Medicina Nuclear. O evento foi realizado na terça-feira (19) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e reuniu mais de 400 profissionais da área. Outro ponto destacado durante o evento foi a necessidade de manutenção regular de recursos para a produção nacional de radioisótopos e radiofármacos. "É desejo do ministério contribuir com o crescimento do setor, de forma a oferecer serviços de ponta à população brasileira via Sistema Único de Saúde”, afirmou o secretário de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF/MCTI), Marcelo Morales, representou o ministro no fórum.
Atualmente, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, o Brasil possui 436 serviços de medicina nuclear, entre clínicas, hospitais e centros de pesquisa, que realizam cerca de 2 milhões de procedimentos por ano, utilizando radiofármacos. No entanto, cerca de 80% dessas unidades encontram-se nas regiões Sul e Sudeste e, apenas 25% dos atendimentos são realizados pelo sistema público de saúde.
Outro aspecto envolve o abastecimento regular de radiofármacos no País. O Projeto de Lei Orçamentária aprovado no Congresso Nacional para o ano de 2021 destinou recursos insuficientes para operação anual do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), unidade que produz 85% dos radiofármacos consumidos no País, o que causou problemas no fornecimento. À época, a Anvisa aprovou a importação temporária e excepcional para evitar o desabastecimento nacional. Logo, o governo solucionou o fato com aporte de recursos adicionais.
Além disso, encontra-se em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) nº 517/2010 para autorizar a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e uso médicos. Na prática, a proposta da legislação que aguarda promulgação, visa a autorizar a produção privada de radioisótopos de uso médico e deve fortalecer a cadeia de produção, hoje concentrada no Governo Federal, por meio do IPEN.
O secretário destacou que o instituto, ligado ao MCTI, tem papel central para o desenvolvimento da medicina nuclear no País, atuando em vários setores da atividade nuclear, como as aplicações das radiações e radioisótopos, em reatores nucleares, em materiais e no ciclo do combustível, em radioproteção e dosimetria. "Todas essas iniciativas têm proporcionado avanço significativos no domínio de tecnologias, na produção de materiais e na prestação de serviços de valor econômico e estratégico para o país, possibilitando estender os benefícios da energia nuclear à segmentos maiores de nossa população”, afirmou Morales.
Outra iniciativa mencionada pelo secretário foram os esforços no sentido de viabilizar o Reator Multipropósito Brasileira, cuja execução está sob a responsabilidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), autarquia vinculada ao MCTI. Este é o principal empreendimento de base científica e tecnológica da área nuclear do país e permitirá dobrar imediatamente o número de procedimentos anuais realizados em medicina nuclear; garantirá a estabilidade no fornecimento de radioisótopos; contribuirá para ampliação do número de clínicas e hospitais que oferecem serviços de medicina nuclear; e promoverá economia de mais de U$15 milhões ao ano com custos de importação de insumos.
Segundo a Câmara Técnica de Medicina Nuclear do CFM, os dados da Demografia Médica de 2020 apontam que o País tem pouco mais de mil médicos titulados especialistas em medicina nuclear. De acordo com um levantamento divulgado pelo NewsLab, o número de clínicas dedicadas à medicina nuclear cresce cerca 5% ao ano no Brasil.
-
- 19/04/2022 - Emenda que quebra monopólio sobre radioisótopos será promulgada na terçaFonte: Agência SenadoO Congresso Nacional se reúne na próxima terça-feira (26) para promulgar a Emenda Constitucional 118. O texto quebra o monopólio do poder público e permite a fabricação pela iniciativa privada de todos os tipos de radioisótopos de uso médico. A sessão solene está marcada para as 15h30, no Plenário do Senado.
Essa mudança foi sugerida pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 100/2007, do senador Alvaro Dias (Podemos-PR). A matéria autoriza a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos para a pesquisa e uso médicos. Após ser aprovado pelo Senado, o texto também foi analisado na Câmara, onde foi renumerado como PEC 517/2010. Os deputados federais aprovaram a proposição em abril deste ano.
Antes da Emenda Constitucional 118, a produção e a comercialização dos radioisótopos no Brasil só eram realizadas por intermédio da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) e de seus institutos, como o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo. A produção por empresas privadas só era permitida no caso de radiofármacos de curta duração (meia-vida igual ou inferior a duas horas).
Radioisótopos ou radiofármacos são substâncias que emitem radiação e são usadas no diagnóstico e no tratamento de diversas doenças, principalmente o câncer. Um exemplo é o iodo-131, que emite raios gama e permite diagnosticar doenças na glândula tireoide.
Na medicina, os radioisótopos de vida longa são utilizados no estudo, diagnóstico e tratamento de diversas doenças. Na agricultura, os isótopos radioativos são aplicados aos adubos e fertilizantes a fim de se estudar a capacidade de absorção desses compostos pelas plantas. Na indústria, esses elementos são utilizados na conservação de alimentos, no estudo da depreciação de materiais, na esterilização de objetos cirúrgicos e na detecção de vazamentos em oleodutos.