Clipping de Notícias
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- 01/02/2017 - Russa Rosatom fornecerá concentrado de urânio para brasileira INBFonte: UOL
A Uranium One, subsidiária da gigante nuclear russa Rosatom, venceu concorrência internacional aberta pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) para o fornecimento de concentrado de urânio (U3O8) para a estatal brasileira. O valor do negócio, cujo resultado foi divulgado nesta quarta-feira no "Diário Oficial da União", não foi revelado.
A empresa fornecerá 982 mil libras, o equivalente a 445,4 toneladas, de concentrado de urânio, também conhecido com "yellowcake". O produto é utilizado no processo de enriquecimento de urânio, para o abastecimento das usinas nucleares brasileiras. -
- 31/01/2017 - Eletronuclear declara nula licitação para montagem da usina nuclear Angra 3Fonte: UOL Notícias
(Reuters) - A estatal Eletronuclear, da Eletrobras, declarou nulo o processo de licitação que havia resultado na contratação de um consórcio para realizar a montagem eletromecânica da usina nuclear de Angra 3, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, segundo publicação no Diário Oficial da União desta segunda-feira.
As empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, UTC, Techint, Odebrecht e EBE e o consórcio Angramon, formado por elas, recorreram da anulação, mas tiveram os pedidos indeferidos pela Eletronuclear.
O processo foi analisado em uma reunião realizada em 26 de janeiro na sede da Eletronuclear, segundo o aviso de anulação, assinado pelo diretor presidente da companhia, Bruno Barretto.
No início de janeiro, Andrade Gutierrez e UTC assinaram acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no qual admitiram cartel na licitação, o que já havia sido feito pela Camargo Corrêa em agosto de 2015.
As irregularidades no contrato com as empresas para montagem de Angra 3 foram reveladas em meio às investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que apura um enorme esquema de corrupção entre empresas e políticos no Brasil.
Após a denúncia, e em meio a atrasos de pagamentos pela Eletronuclear, as construtoras paralisaram as obras de Angra 3.
No final de dezembro, a Eletronuclear assinou memorando de entendimento com a chinesa CNNC para possível participação da empresa em uma retomada da construção de Angra 3. -
- 30/01/2017 - Dispositivo apresenta maior nível de interação entre luz e movimentoDesign de componente desenvolvido por pesquisadores da Unicamp permitiu aumentar o acoplamento entre ondas de luz e mecânicas
Design de componente desenvolvido por pesquisadores da Unicamp permitiu aumentar o acoplamento entre ondas de luz e mecânicas
Fonte: Agência Fapesp
Elton Alisson
Os dispositivos optomecânicos – capazes de confinar simultaneamente ondas de luz e mecânicas, de modo a possibilitar que interajam – podem ser úteis tanto para o estudo de questões fundamentais da Física, como para o uso de luz para detectar movimento, como já fazem os chamados acelerômetros. Presentes emsmartphones, esses componentes eletrônicos ajustam a orientação da tela de paisagem para retrato e vice-versa, ao detectar o movimento de rotação do aparelho pelo usuário.
O uso desses dispositivos optomecânicos para estudar fenômenos quânticos macroscópicos – no qual as propriedades da matéria em escala macroscópica, como as vibrações mecânicas, passam a ser governadas pelas leis que regem os átomos (a mecânica quântica) – ou para identificar movimentos muito sutis requer, contudo, níveis extremamente elevados de interação – ou acoplamento – entre as ondas de luz e as ondas mecânicas, conforme explicam especialistas na área.
Um grupo liderado pelos pesquisadores Thiago Pedro Mayer Alegre e Gustavo Silva Wiederhecker, do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), conseguiu desenvolver, durante pesquisasapoiadas pela FAPESP na modalidade de auxílio Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, um dispositivo optomecânico com um novodesignque permitiu apresentar níveis de acoplamento entre as ondas de luz e as mecânicas maiores do que os relatados para outros dispositivos semelhantes desenvolvidos em laboratório.
O novo dispositivo optomecânico e a demonstração experimental de seu funcionamento foram relatados em um artigo publicado na revistaOptic Express, destacado pela Optical Sociey of America.
"A forma como desenhamos o dispositivo permite aumentar os níveis de interação entre as ondas de luz e mecânicas que perpassam por ele”, disse Alegre, à Agência FAPESP.
"Dessa forma, o dispositivo poderá ter tanto aplicações práticas, como subsidiar nossa pesquisa básica, ajudando a responder algumas perguntas como o que acontece na transição entre o mundo microscópio quântico e o mundo macroscópico clássico”, exemplificou.
O dispositivo criado pelos pesquisadores, baseado em um disco de silício com 24 mícrons de diâmetro e apoiado em um pedestal central de dióxido de silício para que o disco vibre, possui um formato semelhante a um alvo de dardo – chamadobullseye, em inglês – com ranhuras circulares concêntricas.
Esse formato permite confinar as ondas de luz e mecânicas no dispositivo usando mecanismos separados.
As ondas de luz ficam confinadas somente na borda do disco por reflexão interna total – um fenômeno óptico em que, dependendo do ângulo de incidência sobre a interface entre dois meios (como a água e o ar), a luz é completamente refletida, como uma fonte luminosa no interior de uma piscina ou aquário. Dessa forma, a luz fica comprimida próxima à borda do disco, percorrendo o círculo por um longo tempo. Já as vibrações mecânicas podem se espalhar por todo o material.
As ranhuras circulares concêntricas, entretanto, criam regiões de frequência proibidas para a propagação de ondas mecânicas de modo que estas fiquem confinadas somente na parte externa do disco, onde interagem diretamente com a luz, explicou Alegre.
"Ao confinar as ondas de luz e mecânicas na borda do disco foi possível aumentar a interação entre elas. Dessa forma será possível explorar questões como fenômenos quânticos em objetos macroscópicos”, afirmou.
Processo de fabricação
Em dispositivos desenvolvidos por outros grupos de pesquisa, as ranhuras circulares concêntricas foram usadas para confinar ondas de luz na região central, e não nas bordas, como os pesquisadores da Unicamp fizeram agora.
Com base na constatação de que as vibrações mecânicas, assim como as ópticas, podem ser entendidas como ondas, o grupo de Alegre teve a ideia de usar as ranhuras circulares concêntricas para confinar as ondas mecânicas na borda do dispositivo e fazer com que interajam com maior intensidade com as ondas ópticas nessa mesma região.
"A ideia de desenvolver o disco com esse desenho de alvo de dardo foi evitar que o modo mecânico ‘enxergasse’ o pedestal central que suporta o disco e permitisse que a estrutura toda vibrasse, eliminando as perdas mecânicas”, afirmou.
Segundo ele, o dispositivo é altamente personalizável e compatível com os processos de fabricação industrial existentes hoje, o que o torna uma solução para melhorar sensores que detectam força e movimento, por exemplo.
Uma de suas potenciais aplicações seria na área de telecomunicações, como modulador óptico.
Uma vez que o dispositivo tem a propriedade de perceber e excitar a vibração mecânica, poderia ser usado como uma chave óptica, ligando ou desligando um feixe de laser que o atravessa, de forma muito mais eficiente do que as tecnologias moduladoras usadas hoje em redes de telecomunicações ópticas, exemplificou.
"Como o dispositivo foi fabricado de acordo com os processos industriais atuais, qualquer grupo do mundo poderia reproduzi-lo”, afirmou.
O grupo de pesquisadores da Unicamp, que também é integrado por Newton Cesário Frateschi e Felippe Alexandre Silva Barbosa, tem se dedicado à nanofotônica – ramo que estuda a interação entre a matéria e a luz confinada em diminutas regiões.
O artigo"Hybrid confinement of optical and mechanical modes in a bullseye optomechanical resonator”(doi: 10.1364/OE.25.00508), de Alegre e outros, pode ser lido na revista Optic Express e em www.osapublishing.org/oe/abstract.cfm?uri=oe-25-2-508.
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- 29/01/2017 - Abertas inscrições de candidatos a bolsas de mestrado e doutorado da CNENFonte: Justiça em Foco
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) receberá, de 24 de janeiro a 19 de fevereiro, inscrições dos interessados em candidatar-se às bolsas de pós-graduação oferecidas pela instituição. Neste ano, serão concedidas dez bolsas de mestrado e cinco de doutorado.Os candidatos serão selecionados, de acordo com os critérios estabelecidos no Edital 01/2017 (ver Edital 2017 retificado, abaixo), entre alunos de pós-graduação de programas reconhecidos pela CAPES. Os projetos de pesquisa precisam ser desenvolvidos em áreas de interesse da CNEN, tais como aceitação pública da tecnologia nuclear; análise e avaliação de segurança e de impactos ambientais de instalações nucleares e radiativas; aplicações e efeitos das radiações ionizantes na agricultura e em alimentos, na indústria, na saúde, no meio ambiente, nas artes e na cultura, entre outras áreas elencadas no edital.As bolsas são no valor de R$ 1.500, para o mestrado e de R$ 2.200, para o doutorado. O resultado final do processo seletivo será conhecido a partir de 5 de abril. Após realizada a seleção, as bolsas serão concedidas pelo período de 24 meses (mestrado) ou 48 meses (doutorado).Os interessados em candidatar-se deverão preencher o Formulário de Aplicação (anexo I do edital) e encaminhar, entre outros documentos, a Proposta de Trabalho, cujo roteiro consta do anexo II. Os parâmetros de avaliação do pedido e correspondente pontuação podem ser consultados no anexo III.
Caso contemplado, o candidato deverá providenciar a documentação listada no anexo IV do edital e preencher os formulários dos anexos V, VI e VII.
Outras informações podem ser solicitadas na Secretaria de Formação Especializada (SEFESP) da CNEN, pelos telefones 2173-2187/2188 ou pelo e-mail sefesp@cnen.gov.br. -
- 27/01/2017 - “Ciência, hoje, significa desenvolvimento econômico e social”, afirma Helena NaderEm entrevista à Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), a presidente da SBPC, Helena Nader, fala sobre os prejuízos sociais e os riscos que o País enfrenta num patamar internacional
Em entrevista à Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), a presidente da SBPC, Helena Nader, fala sobre os prejuízos sociais e os riscos que o País enfrenta num patamar internacional
Fonte: Jornal da CiênciaCiência e tecnologia estão em risco com o corte de investimentos públicos. A produção científica e tecnológica é fundamental para o avanço da sociedade, para formular políticas de mobilidade urbana, de agronomia, agroecologia, saúde, educação e em todos os campos para o desenvolvimento econômico e social. Nesta entrevista à Fisenge, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader fala sobre os prejuízos sociais e os riscos que o País enfrenta num patamar internacional.
O orçamento para ciência e tecnologia é um dos mais baixos. Com a aprovação da PEC 55, quais serão as consequências?
As consequências serão desastrosas, e com um agravante: a PEC 55 coincide com o momento em que o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) está em um patamar baixíssimo. O orçamento do MCTIC previsto no Projeto de Lei Orçamentária para 2017 é de R$ 5,2 bilhões, o que significa praticamente a metade do orçamento de 2014 em valores corrigidos: R$10 bilhões. Mais uma comparação: o orçamento executado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em 2004, em valores corrigidos pelo IPCA, foi de R$ 5,8 bilhões. Ou seja, vamos voltar a um orçamento de 13 anos atrás. Seria a mesma coisa que dizer para um chefe de família que ganha hoje R$5 mil que, a partir do ano que vem, ele terá que se virar com um salário de R$2.500,00. Reconhecemos, obviamente, que o governo precisa fazer o ajuste fiscal, mas não concordamos com limitações tão severas para educação, ciência, tecnologia e inovação. O governo federal está cometendo o equívoco que considerar educação e CT&I como despesas, e não como investimentos. Dessa maneira, estaremos longe dos países desenvolvidos que investem cada vez mais nessas áreas. Veja que a China, diante da crise econômica que enfrenta, decidiu em março deste ano que ciência é a plataforma para alavancar a economia do País. A China hoje investe 2,1% do PIB em CT&I e pretende chegar a 2,5%.
Qual a importância do investimento em ciência brasileira?
Até um tempo atrás, a geração de produtos primários em abundância até que podia sustentar a economia de um país. Hoje, porém, a principal fonte de sustentação de uma economia está no desenvolvimento e na aplicação do conhecimento científico e tecnológico. O mundo vive hoje a economia do conhecimento. Ao lado de um sistema educacional eficiente e universal, o traço que caracteriza os países desenvolvidos, com economia moderna, é a existência de um sistema dinâmico e robusto de geração de ciência, tecnologia e inovação. E não estamos falando aqui somente de países tradicionalmente desenvolvidos, como, por exemplo, Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha, mas também de países que despontaram recentemente na economia mundial, como Cingapura, Coreia do Norte e Finlândia. Mesmo a geração de produtos primários exige, hoje, a participação intensa da ciência e da tecnologia. Temos o exemplo disso aqui mesmo no Brasil. Há trinta anos, importávamos alimentos; hoje, somos um dos maiores produtores e exportadores mundiais. Qual foi causa dessa mudança excepcional? O trabalho de pesquisa realizado pela Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] e de nossas faculdades de agronomia, zootecnia e veterinária. A importância do investimento em ciência é que ciência hoje significa desenvolvimento econômico e social; significa produção de riqueza, ou seja, lucro para as empresas, salário para os trabalhadores e impostos para o governo; significa promover a qualidade de vida das pessoas. Ao limitar bruscamente os investimentos em ciência, a PEC 55 estará jogando o Brasil para o retrocesso econômico e social.
Corremos o risco de perda da soberania em produção de conhecimento?
Certamente, vamos caminhar para trás uns pares de anos. Números do SCImago Journal & Country Rank – reconhecidos universalmente – mostram que em 1996 os pesquisadores brasileiros publicaram nas principais revistas científicas do mundo 8.784 artigos, número que dava ao Brasil a 21ª posição no ranking mundial da produção científica. Em 2015, publicamos 61.122 artigos e subimos para a 13ª posição global. Nossa produção científica se multiplicou por sete nesses 20 anos, enquanto a produção científica mundial cresceu 2,8 vezes. Dentre os BRICS, o crescimento da produção cientifica da China corresponde à ousadia do país: 14,5 vezes mais ciência entre 1996 e 2015. Na comparação com os demais, o Brasil ficou acima: a produção da Índia cresceu 5,9 vezes; a da África do Sul, 4,0; e da Rússia, 1,8. Quase empatamos com a Coreia do Sul, que multiplicou por 7,2 sua produção de ciência no mesmo período. Para comparar com outras economias emergentes: o México cresceu 4 vezes; a Austrália, 3,5; e o Canadá, 2,1. Esses números mostram que o Brasil aumentou bastante sua participação na ciência mundial. É esse patrimônio de valor imensurável que a PEC 55 vai colocar ladeira abaixo.
Quais as consequências para as pesquisas sobre zika vírus?
Não temos informações precisas sobre as pesquisas com o zika vírus, mas queremos crer que o governo federal manterá os investimentos anunciados. No entanto, não podemos ficar felizes pelo fato de as pesquisas com o zika vírus estarem asseguradas. E as demais doenças, que também estão sendo objeto de pesquisas, mas terão seus orçamentos extintos? É isso que o governo quer: vamos nos salvar do zika, mas continuar morrendo de malária? E os novos dados que mostram a gravidade da chikungunya? E o câncer e outras doenças degenerativas, também vamos abandonar? Continuaremos comprando pacotes do exterior para os tratamentos mais modernos dessas doenças que envolvem biofármacos, como anticorpos monoclonais?
De que forma os profissionais da ciência serão afetados?
Estamos sendo afetados, primeiramente, na nossa dignidade. Ao limitar os investimentos em ciência, as palavras com que estão escritas a PEC 55 significam algo como "senhores e senhoras cientistas, fiquem aí quietinhos durante vinte anos porque o governo acha que nesse período vocês não serão importantes para o País”. Seremos impedidos de trabalhar com um mínimo de condições. Com certeza, seremos olhados com comiseração e pena pelos cientistas de todo o mundo, inclusive de países mais pobres que o Brasil, porém providos de um senso de futuro que nossos governantes no plano federal estão mostrando não ter.
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- 27/01/2017 - HUB oferece nova terapia contra dor para pacientes com câncerFonte: MetropolisOferecer qualidade de vida a pacientes com câncer que sofrem com dores crônicas e, até mesmo, quando a morfina já não surte mais efeito. Esse é o objetivo do Samário-153, material nuclear usado para combater principalmente a dor óssea causada pela metástase do câncer. É um tipo de radioterapia disponível no Hospital Universitário de Brasília (HUB), o único da rede pública do Distrito Federal a oferecer a terapia.
"Muitas vezes o paciente fica internado meses só para controlar a dor, sendo que ele pode fazer a terapia com Samário e ir para casa. Não vamos dar a cura, mas vamos dar qualidade de vida a esse paciente”, explica o enfermeiro da Unidade de Medicina Nuclear do HUB Flávio Andrade.
Para utilizar o Samário-153, a instituição precisa de autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O HUB recebeu a visita de representantes da comissão, que reavaliaram o serviço e autorizaram a terapia ambulatorial, quando o paciente faz o tratamento e vai para casa, sem necessidade de internação. Antes de iniciar a radioterapia, é preciso passar por uma avaliação clínica.
"Como o HUB tem muitos pacientes oncológicos, é importante investir nesse tipo de terapia que alivia a dor e melhora a qualidade de vida”, afirma a chefe da Unidade de Medicina Nuclear, Flávia de Freitas Rodrigues.
O primeiro paciente a fazer a terapia foi Lucas Rodrigues, de 15 anos. Diagnosticado em 2013 com osteossarcoma, câncer no osso, ele sofre com fortes dores em todo o corpo. Por isso, passa a maior parte do tempo deitado. "Com esse remédio, espero ficar mais sentado sem dificuldade, brincar, ler e me distrair um pouco”, planeja ele.
Lucas também tem esperança de realizar dois sonhos: voltar a estudar e brincar com um carrinho de controle remoto, que deseja ganhar. "Tenho certeza que vou melhorar e poder sair, colocar um banquinho com travesseiro para sentar na rua de casa, que não é asfaltada, e brincar com esse carrinho, que já é próprio para trilha”, acredita Lucas.
Com informações da Agência UnB
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- 27/01/2017 - CNPq divulga vencedor do Prêmio Almirante Álvaro Alberto 2017Samuel Goldenberg, diretor da Fiocruz do Paraná, foi agraciado na edição que teve como área Ciências da Vida; prêmio será entregue em maio
Samuel Goldenberg, diretor da Fiocruz do Paraná, foi agraciado na edição que teve como área Ciências da Vida; prêmio será entregue em maio
Fonte: Agência Fapesp
O diretor do Instituto Carlos Chagas (ICC) da Fundação Oswaldo Cruz do Paraná, Samuel Goldenberg, foi o vencedor do Prêmio Almirante Álvaro Alberto 2017, concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação Conrado Wessel e a Marinha do Brasi.O prêmio, que neste ano destacou pesquisas na área de Ciências da Vida, será entregue em maio, no auditório da Escola Naval do Rio de Janeiro.
Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (UnB), Samuel Goldenberg é doutor pela Universidade de Paris VII e pesquisador da Fiocruz desde 1982. Coordenou a implantação da Fiocruz no Paraná, foi diretor do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e é diretor do Instituto Carlos Chagas (ICC, Fiocruz-Paraná).
Membro titular da Academia Brasileira de Ciências, Goldenberg atua na área de Biologia Molecular, com ênfase em Parasitologia Molecular, com pesquisas sobre diferenciação de Trypanosoma cruzi, regulação da expressão gênica em parasitos, genômica funcional e desenvolvimento de insumos para diagnóstico.
A premiação também concedeu títulos de Pesquisador Emérito a oito pesquisadores: Ângelo Barbosa Monteiro Machado (UFMG), Fábio de Melo Sene (USP), Ingedore Grunfeld Villaça Koch (Unicamp), Jorge de Lucas Junior (Unesp), Jorge Luiz Gross (UFRGS), Jose Arthur Giannotti (Cebrap), Luiz Carlos Bresser Pereira (FGV), Othon Henry Leonardos (UnB), Ricardo de Araújo Kalid (UFSB), Sandoval Carneiro Junior (UFRJ).
O prêmio é concedido anualmente, em sistema de rodízio, a uma das três grandes áreas do conhecimento –Ciências Exatas, da Terra e Engenharias; Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; e Ciências da Vida.
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- 27/01/2017 - CDMF constrói equipamentos para pesquisa em ciências dos materiaisSistema de Pulsed Laser Deposition está sendo utilizado em investigações com filmes finos supercondutores, memórias ferroelétricas, entre outras
Sistema de Pulsed Laser Deposition está sendo utilizado em investigações com filmes finos supercondutores, memórias ferroelétricas, entre outras
Fonte: Agência Fapesp
Claudia Izique
O Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) apoiados pela FAPESP, construiu, com o apoio da Fundação, um sistema de PLD (Pulsed Laser Deposition) que já está sendo utilizado em pesquisa com filmes finos supercondutores e para aplicação em memórias ferroelétricas, investigações sobre o grafeno e nanofios, entre outras.
"O PLD utiliza um feixe de laser pulsado de alta intensidade e energia para bombardear um ou mais alvos em uma câmara de vácuo. O feixe atinge o alvo – um material cerâmico, por exemplo –, que transita do estado sólido para plasma, e o ‘transporta’ até um substrato – superfície a ser revestida –, recobrindo-o”, resume o pesquisador Leonélio Cichetto Júnior, responsável pela montagem e construção do equipamento durante sua tese de doutorado.
Desde a década de 1960, quando tiveram início as primeiras tentativas de utilização do laser pulsado para preparação de filmes finos, e, finalmente, no final dos anos 1980, quando ficou bem estabelecida com os trabalhos de deposição de filmes finos supercondutores de alta temperatura crítica, a técnica tem contribuído para levar a pesquisa de materiais à fronteira do conhecimento.
"A técnica de PLD permite a fabricação não somente de filmes finos simples com monocamadas, mas também a formação de heteroestruturas complexas, por meio da utilização de um carrossel de seis alvos, em sincronia com o laser”, diz Cichetto.
O equipamento beneficia a investigação dos pesquisadores do Centro e também de outras instituições em outros estados que o utilizam para realizar experimentos. "Nos últimos anos a técnica PLD vem se tornando cada vez mais atraente por seu baixo custo e pela possibilidade de variar os parâmetros sobre um vasto leque de possibilidades, como densidade de energia, grau de ionização, temperatura do substrato e a disposição geométrica dos equipamentos dentro da câmara de deposição”, afirma o pesquisador.
Atualmente, em seu pós-doutorado, Cichetto desenvolve o projeto "Obtenção de memórias com LaNiO3 e LaNiO3/BaTiO3 utilizando PLD” com apoio da FAPESP, sob a supervisão de Elson Longo, pesquisador responsável pelo CDMF.
"O composto niquelato de lantânio (LaNiO¬3) é um material interessante com promissoras aplicações na fabricação de filmes finos nanoestruturados”, afirma o pesquisador. Já o titânio de bário (BaTiO3), uma cerâmica policristalina, tem propriedades como pizoeletricidade e pode ser utilizado na fabricação de memórias dielétricas/ferroelétricas, ele acrescenta. Para entender as propriedades físicas desses materiais, Cichetto vem estudando a deposição de filmes finos desses materiais em diferentes substratos, utilizando o PLD, além de outras técnicas como difração de raios X, microscopia eletrônica de varredura e de força atômica, entre outras.
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- 26/01/2017 - Conselho Nacional de C&T tem regimento interno aprovadoEntre os novos titulares e suplentes do Conselho estão os cientistas Helena Nader e Ildeu Moreira, presidente e vice-presidente da SBPC, respectivamente. Também estão o presidente e o vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich e João Fernando Gomes de Oliveira
Entre os novos titulares e suplentes do Conselho estão os cientistas Helena Nader e Ildeu Moreira, presidente e vice-presidente da SBPC, respectivamente. Também estão o presidente e o vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich e João Fernando Gomes de Oliveira
Fonte: Jornal da CiênciaDepois de quatro anos sem reuniões, o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) volta a funcionar oficialmente. O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (25) a aprovação do regimento interno do colegiado. Com a iniciativa, a pasta regulamenta o funcionamento do CCT, criado para assessorar a Presidência da República na formulação e implementação da política nacional de desenvolvimento científico e tecnológico do País.
A aprovação do regimento faz parte da estratégia do governo federal de reativar as reuniões do CCT, presididas pelo presidente da República ou representante designado, com o intuito de aproximar a ciência e tecnologia do poder Executivo. No final do ano passado, os membros titulares e suplentes do Conselho foram nomeados. Nesta terça-feira (24), o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, formalizou a instalação dos grupos de apoio ao CCT.
Com a presença do presidente da República, Michel Temer, assuntos estratégicos para o setor já começaram a ser discutidos, entre eles a captação de recursos no montante de US$ 1,5 bilhão junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para projetos de inovação.
"A inovação tecnológica tem uma linguagem universal e sem divergências. É um setor fundamental para o nosso país e eu não tenho a menor dúvida de que é incentivador da geração de empregos”, afirmou Temer na ocasião.
Há anos a comunidade científica defende a inserção da ciência, tecnologia e inovação como item prioritário da pauta do desenvolvimento do País, por ser uma área estratégica para a retomada econômica e do crescimento de qualquer nação.
Competências
Entre suas competências, o CCT deverá propor a política de ciência e tecnologia (C&T) como parte integrante do desenvolvimento nacional; formular, em sincronia com as demais políticas governamentais, planos, metas e prioridades referentes à C&T, com as especificações de instrumentos e recursos; efetuar avaliações relativas à execução da política nacional de ciência e tecnologia; opinar sobre propostas ou programas que possam causar impactos ao desenvolvimento da C&T nacional, bem como sobre atos normativos de qualquer natureza que tenham como objetivo regulamentar o setor.
O CCT é composto por 27 membros titulares, sendo 13 ministros, entre os quais os da Fazenda, Saúde e MCTIC, oito produtores e usuários de ciência e tecnologia, e seis entidades representativas dos setores de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia. Entre os novos titulares e suplentes do Conselho estão os cientistas Helena Nader e Ildeu Moreira, presidente e vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), respectivamente. Também está o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich.
O colegiado será dividido em seis comissões temáticas: Capital Humano; Pesquisa e Infraestrutura; Tecnologia e Inovação; Financiamento, Cooperação Internacional, Acompanhamento e Avaliação; Marco Legal; e Assuntos Cibernéticos. Outras comissões temáticas, desde que temporárias, poderão ser formadas, conforme a necessidade.
Também haverá uma comissão de coordenação, composta por oito membros, com a finalidade de propor reuniões, seminários e demais eventos, além de definir o funcionamento das demais comissões.
O CCT deverá ter reuniões a cada três meses, conforme a convocação do MCTIC. Os encontros deliberativos serão realizados somente com a presença de, no mínimo, metade dos seus conselheiros.
Leandro Cipriano, da Agência ABIPTI
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- 24/01/2017 - Condenado a 43 anos de prisão na Lava Jato tentou suicídioEx-presidente da Eletronuclear, o vice-almirante Othon Silva tentou se matar após condenação, afirma advogado ao Globo. Aos 77 anos, acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina diz se considerar condenado a pena perpétua
Ex-presidente da Eletronuclear, o vice-almirante Othon Silva tentou se matar após condenação, afirma advogado ao Globo. Aos 77 anos, acusado de receber R$ 4,5 milhões em propina diz se considerar condenado a pena perpétua
Fonte: Congresso em Foco
O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva tentou se matar logo após ter sido condenado, no início de agosto do ano passado, a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisão e organização criminosa durante as obras da usina nuclear de Angra 3. Segundo o jornal OGlobo, a informação foi confirmada pelo advogado do vice-almirante da Marinha, que está preso em uma unidade militar em Duque de Caxias (RJ).
"Ele tentou suicídio porque se julga na condição de injustiçado. Othon sempre lutou pelo bem do país”, afirmou ao jornal o advogado Helton Marcio Pinto. Segundo ele, por ter 77 anos de idade, o vice-almirante entende que a condenação de 43 anos é como uma pena perpétua. Helton disse que foi informado sobre a tentativa de suicídio pelo comando da Marinha, mas que não sabe de que maneira seu cliente tentou se matar.
Othon foi condenado em primeira instância pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas e tenta reverter a decisão no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). De acordo com a acusação, na presidência da Eletronuclear, ele recebeu R$ 4,5 milhões em propina por contratos com as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez para a construção da usina nuclear de Angra 3.
Preso pela primeira vez em 28 de julho de 2015, Othon foi mantido em uma cela especial da Base de Fuzileiros Navais do Rio Meriti, onde, segundo o juiz Marcelo Bretas, teve regalias "absolutamente incompatíveis”, como acesso a telefone celular. Ele passou para a prisão domiciliar, com uso de tornozeleira, em dezembro daquele ano. Mas acabou preso novamente, em julho do ano passado, na Operação Pripyat, acusado de manter influência na estatal mesmo sem sair de casa.
Ele chegou a ser levado para a penitenciária de Bangu 8. Mas a Justiça Federal acolheu recurso da defesa e determinou seu envio para uma unidade da Marinha, onde se encontra atualmente.
Othon Luiz Pinheiro da Silva recebeu em 1978 a incumbência de iniciar os primeiros estudos para um submarino nuclear brasileiro e liderou o Programa Nuclear Paralelo entre 1979 e 1994. Executado sigilosamente pela Marinha, o projeto resultou no desenvolvimento da tecnologia 100% nacional de enriquecimento do urânio pelo método de ultracentrifugação.
Nascido em 25 de fevereiro de 1939 em Sumidouro, no interior do Rio, Othon é engenheiro naval formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, com mestrado na área nuclear no Massachusetts Institute of Technology (MIT). De 1982 a 1984, acumulou com suas funções na Marinha do Brasil o cargo de diretor de Pesquisas de Reatores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), ocasião em que foi construído o Reator IPEN-MB-01 (único reator de pesquisas projetado e construído com equipamentos nacionais). Em 1994, foi para reserva na Marinha do Brasil no posto de Vice-Almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais, o mais alto posto da carreira naval para oficiais engenheiros.
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- 24/01/2017 - Optical Society Foundation e Quantel Laser lançam chamada de propostaInstituição vencedora receberá prêmio equivalente a US$ 30 mil em equipamentos da empresa; prazo de submissão encerra em 1º de março
Instituição vencedora receberá prêmio equivalente a US$ 30 mil em equipamentos da empresa; prazo de submissão encerra em 1º de março
Fonte: Agência FAPESP
A Optical Society Foundation (OSAF) e a Quantel Laser – fabricante de sistemas de laser de estado sólido para aplicações científicas, militares, industriais e médicas – lançaram chamada de proposta para a comunidade de fotônica, a Bright Ideas Competitions.
As propostas devem envolver aplicações que requeiram o uso de sistema de laser do portfólio de produtos da Quantel Laser. A proposta vencedora receberá um prêmio equivalente a US$ 30 mil em equipamentos da Quantel Laser. O prazo de submissão encerra em 1º de março.
As propostas devem ser apresentadas por profissionais – pesquisadores, engenheiros, empresários e estudantes – ligados a instituições ou organizações não governamentais, mesmo aqueles que não sejam membros da OSA. Não serão aceitas submissões individuais.
As propostas serão avaliadas por uma banca independente de revisores e analisadas por critérios de originalidade, mérito e viabilidade.
As propostas finalistas serão apresentadas na Conference on Lasers and Electro-Optics (CLEO), que será realizada de 14 a 19 de maio, em São José, Califórnia, nos Estados Unidos.
Para mais informações e instrução sobre a aplicação das propostas acesse osa.org/brightideascompetition.
Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail OSAFgrants@osa.org.
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- 23/01/2017 - Procuradoria abre inquérito sobre depósito radioativo em DouradosCidade corre risco de acidente radiológico com fontes de césio 137 que estão em armazenados de forma irregular
Cidade corre risco de acidente radiológico com fontes de césio 137 que estão em armazenados de forma irregular
Fonte: O ProgressoDepois do Ministério Público Estadual, a Procuradoria da República abriu inquérito para investigar o risco de acidente radiológico em Dourados. As autoridades estão em alerta devido a um depósito no Hospital Evangélico de fontes de Cesio 137, que estão em desuso e que já deveriam ter sido levadas para local seguro. Trata-se do mesmo elemento que nos anos 80 causou a maior tragédia radiológica do Brasil, ocorrida em Goiânia.
Por causa disso, o procurador da República em Dourados, Luiz Eduardo Smaniotto, instaurou inquérito civil no último dia 18 e também cobrou providências ao Hospital Evangélico, Centro de Tratamento de Câncer de Dourados e para a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). O objetivo é retirar o material do depósito, que segundo o MPF, traz risco em potencial para a população. O MPF vai aguardar as respostas para seguir com o procedimento.
Conforme divulgou O PROGRESSO no último dia 16, o Ministério Publico estadual constatou que a transferência do elemento radioativo está emperrada devido a divergências judiciais entre o Hospital Evangélico e o Centro de Tratamento de Câncer de Dourados (CTCD). Ambos tinham uma parceria em que o HE terceirizava os serviços para o CTCD. Com o rompimento deste acordo, o Centro não consegue a autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) para transportar o material para local seguro. Na prática o HE é o cadastrado com CNPJ na Cnen, mas é o Centro que presta o serviço, cuida das questões técnicas e seria o proprietário dessas fontes.
Por lei não pode existir duas empresas radioativas num mesmo endereço. Por isso a Cnen não pode credenciar o Centro com o CNPJ do HE, que por sua vez não tem os profissionais e manutenção dos equipamentos de radioterapia que é feita pelo Centro. Por isso, a Comissão tem dificuldades para entender de quem é a responsabilidade técnica e de supervisão de radioproteção de serviços de radioterapia, o que gera a dificuldade da retirada das fontes de césio 137 de Dourados.
De acordo com a física-médica em radioterapia e supervisora de radioproteção da Cnen, Flávia Cristhina Ferreira de Araújo, o Centro de Tratamento do Câncer ingressou com um pedido junto a Comissão, em julho do ano passado, para a retirada das fontes de Cesio 137 do Hospital Evangélico, mas até agora, devido a esse impasse, nenhuma providência foi tomada e o projeto segue em análise. Segundo ela, o material é do CTCD e era utilizado para o tratamento de pacientes com câncer ginecológico, mas hoje está em desuso.
"As fontes de Césio 137 são rejeitos e devem ser encaminhadas para um destino seguro. Todo o trâmite legal para o transporte desses produtos foi feito pelo Centro de Tratamento do Câncer, mas é necessário que a Cnen faça a autorização", destaca Flávia.
Segundo ela, devido às pendências entre os hospitais, Dourados corre um risco em potencial de acidente radiológico. "As fontes estão abrigadas num cofre, mas é sempre um risco mantê-las em desuso, quando poderiam ser transportadas para um local adequado. A gente não pode estar o tempo todo cuidando e fiscalizando esse depósito e a minha preocupação é que num momento em que o Hospital Evangélico passa por paralisações, greves e demissões, esses materiais possam ser desviados. Há uma insegurança física dessas fontes porque o HE não tem condições de fazer o monitoramento das pessoas que entram e saem, diferente da sensação de segurança que há no Centro, que possui câmeras de segurança e vigias monitorando 24h. Hoje a gente teme um risco ao meio ambiente e a população de Dourados", destaca a física-médica que frisa ainda que o elemento cesio 137 que existe no depósito do HE é o mesmo registrado na tragédia em Goiânia com a diferença que lá era em pó enquanto que em Dourados são estruturas metálicas, mas os riscos são os mesmos", destacou ao O PROGRESSO.
Paralisação da radioterapia
Conforme alertou O PROGRESSO, outro grave risco que Dourados corre, é de que haja a paralisação do serviço de radioterapia. É que a Cnen exige um especialista em supervisão e radioproteção nos locais em que se ofereça esse tipo de atendimento. Hoje, o HE possui o cadastro como prestador de serviço, mas não tem o profissional, já que a especialista, a física-medica Flávia Cristina Ferreira de Araújo, é do Centro de Tratamento do Câncer de Dourados. Por causa disso a Cnen nunca respondeu ao Centro sobre a designação dela na função de supervisora e já teria comunicado o HE que pode suspender a autorização da operação do aparelho caso a exigência do hospital ter um profissional seja descumprida. O prazo venceu em 04 de janeiro.
Apesar das questões técnicas, informações e os profissionais contratados ficarem a cargo do CTCD é o HE que tem o registro na Cnen e segundo informações, disputa na justiça a posse do aparelho de radioterapia.
Enquanto existe essa divergência entre os hospitais, a Cnen já comunicou a falta do especialista por parte do HE para a Vigilância Sanitária, que deverá interditar o aparelho na primeira visita que der ao Centro. "Para piorar o problema, o Ministério da Saúde, que também tem o conhecimento do fato, pode suspender os repasses da alta complexidade caso não sejam resolvidos os entraves. Os impactos disso poderão ser sofridos pelos 40 pacientes que hoje fazem o tratamento e correm o risco de interrupções. Além disso, há uma demanda de cerca de 5 a 10 pacientes por semana, os quais podem ingressar na Radioterapia, que passa por essa crise", destaca.
HE
O PROGRESSO encaminhou questionamentos ao Hospital Evangélico que foi enfático. "São denúncias vazias vindas de uma campanha com o objetivo de manchar a reputação do hospital. Estamos tomando as providências judiciais a cerca dessas acusações", disse a assessoria.
Tragédia
Há 30 anos, Goiânia era atingida por aquele que é considerado o maior acidente radiológico do Brasil. A tragédia envolvendo o césio-137 deixou centenas de pessoas mortas contaminadas pelo elemento e outras tantas com sequelas irreversíveis. No âmbito radioativo, o Césio 137 só não foi maior que o acidente na usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, segundo a Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). O incidente teve início depois que dois jovens catadores de papel encontraram e abriram um aparelho contendo o elemento radioativo.
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- 23/01/2017 - Quinze minutos: câncer pode ser diagnosticado rapidamente com avanço de tecnologiaNovo equipamento de PET-CT realiza exame com pouca radiação já está disponível para cariocas
Novo equipamento de PET-CT realiza exame com pouca radiação já está disponível para cariocas
Fonte: SEGSConsiderado uma das tecnologias de diagnóstico por imagem mais avançadas para a detecção e o acompanhamento de pacientes oncológicos no mundo, o PET-CT acaba de chegar com exclusividade à unidade Leblon da Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI), na zona sul do Rio de Janeiro e promete trazer muito mais conforto e segurança para os pacientes. Feito por meio do aparelho GE Discovery 710, modelo de última geração que conta com precisão milimétrica no diagnóstico e na qualidade de imagem em alta definição, o exame de PET-CT é indolor, preservando o bem-estar do paciente. Uma grande vantagem desse novo aparelho é sua rapidez, levando apenas de 12 a 15 minutos de duração contra a média de 25 a 30 minutos dos aparelhos convencionais, o que aumenta em muito o conforto do paciente.
"O PET-CT é um exame funcional que tem como objetivo identificar alterações em nível celular que precedem as alterações anatômicas reconhecidas em exames convencionais de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética, por exemplo). Para isso, usamos um nível baixíssimo de radiação para conseguir resultados de imagem que ultrapassam expectativas, o que nos ajuda a garantir um diagnóstico mais preciso, feito, muitas vezes, de forma precoce”, explica o Dr. José Leite, médico nuclear e coordenador do serviço de PET/CI da CDPI.
Um dos radiofármacos mais utilizados no PET-CT é o FDG-[F18], um análogo da glicose que não causa reação alérgica ao paciente e atua rastreando áreas de aumento do consumo da glicose por órgãos corpo, já que os tumores malignos consomem muito mais glicose do que os tecidos sadios. O FDG-[F18] consegue detectar o desenvolvimento do câncer em estágios iniciais que muitas vezes não aparecem em outros tipos de exame. Dessa forma, o médico é capaz de diagnosticar um possível quadro de câncer com maior eficiência e rapidez, ajudando no tratamento eficaz para a cura do paciente.
"A tecnologia TOF, abreviação de time of flight, que quer dizer "tempo de voo” em português, também está disponível nesse aparelho, o que melhora bastante a qualidade da imagem obtida, diminuindo distorções e permitindo que o médico tenha maior capacidade de detectar tumores muito pequenos”, conta o médico.
Para celebrar a disponibilidade do novo aparelho no Rio de Janeiro, a CDPI realizará um evento no dia 28 de janeiro, no Copacabana Palace, dedicado aos avanços conquistados pela tecnologia dos exames de PET no acompanhamento de diagnósticos de câncer. Entre os palestrantes estão o médico nuclear José Leite e o prof. Paolo Castellucci, membro do conselho da Sociedade Europeia de Medicina Nuclear (EANMMI) e professor sênior do Centro de PET e Medicina Nuclear da Universidade de Bolonha, na Itália. Com mais de cem trabalhos relacionados com a PET publicados no mundo, o médico nuclear é um dos profissionais de maior renome na área.
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- 23/01/2017 - Diretor do Instituto de Matemática da USP envia carta ao governador Geraldo AlckminNo documento, ele lembra que a Fundação deve seu grande sucesso às diversas administrações estaduais que, desde o Governo Carvalho Pinto, durante os últimos 54 anos, têm mantido estável o financiamento da instituição
No documento, ele lembra que a Fundação deve seu grande sucesso às diversas administrações estaduais que, desde o Governo Carvalho Pinto, durante os últimos 54 anos, têm mantido estável o financiamento da instituição
Fonte: Jornal da CiênciaClodoaldo Grotta Ragazzo, diretor do Instituto de Matemática da Universidade de São Paulo (USP), enviou carta ao governador Geraldo Alckmin em defesa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). No documento, ele lembra que a Fundação deve seu grande sucesso às diversas administrações estaduais que, desde o Governo Carvalho Pinto, durante os últimos 54 anos, têm mantido estável o financiamento da instituição.
Leia a carta na íntegra aqui.
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- 23/01/2017 - Achado pode ajudar a personalizar tratamento do câncer de mama em estágio inicialPesquisadores brasileiros descreveram na revista Oncotarget um conjunto de 26 genes com potencial para se tornarem biomarcadores de agressividade de tumores do tipo carcinoma ductal in situ
Pesquisadores brasileiros descreveram na revista Oncotarget um conjunto de 26 genes com potencial para se tornarem biomarcadores de agressividade de tumores do tipo carcinoma ductal in situ
Fonte: Agência Fapesp
Em um estudo publicado recentemente na revistaOncotarget, pesquisadores do A.C. Camargo Cancer Center descreveram um conjunto de 26 genes com potencial para se tornarem biomarcadores de agressividade para um subtipo de câncer de mama conhecido como carcinoma ductalin situ(DCIS, na sigla em inglês).
O trabalho teve apoio da FAPESPe foi coordenado pela pesquisadora Dirce Carraro, do Laboratório de Genômica e Biologia Molecular.
"Se confirmada por novos estudos, a descoberta ajudará a personalizar o tratamento da doença, livrando pacientes com lesões consideradas indolentes de abordagens clínicas mais agressivas, como cirurgia e radioterapia”, afirmou Carraro em entrevista à Agência FAPESP.
Conforme explicou a pesquisadora, são classificados como ductalin situos casos em que as células tumorais, de origem epitelial, ainda estão confinadas dentro dos ductos lactíferos – canais pelos quais o leite escoa durante o período de amamentação. Atualmente, não há biomarcadores capazes de predizer quais dessas lesões têm de fato potencial para se transformar em doença invasiva capaz de alcançar os tecidos adjacentes e causar metástase e quais delas podem permanecer relativamente estáveis e indolentes ao longo da vida, sem representar uma ameaça à vida da paciente.
De maneira geral, os DCIS são considerados pouco agressivos, sendo que 98% das pacientes diagnosticadas e tratadas da forma convencional não apresentam recidivas ou progressão da doença. O percentual das lesões que teriam risco de progredir se fossem deixadas livres de tratamento é controverso e, na dúvida, o consenso entre os médicos é submeter as pacientes diagnosticadas com esse subtipo de câncer mamário aos tratamentos mais agressivos, que incluem cirurgia para retirada da lesão e, em alguns casos, radioterapia.
Especialistas estimam, porém, que para uma parcela significativa das mulheres o tratamento poderia ser mais brando. Algumas poderiam até mesmo ficar livres de tratamento.
"Cerca de 30% das lesões detectadas na mama atualmente são diagnosticadas como carcinoma ductalin situ. A tendência é que esse número aumente à medida que evoluem os métodos de diagnóstico, uma vez que são lesões pequenas e não palpáveis, mas que podem ser identificadas durante o rastreamento. Por isso, hoje, há um esforço para encontrar biomarcadores que ajudem na avaliação do prognóstico e no planejamento da terapia”, explicou Carraro.
Metodologia
A equipe do Laboratório de Genômica e Biologia Molecular tem estudado há cerca de 10 anos como a expressão dos genes está alterada nas lesões que se revelam capazes de invadir os tecidos adjacentes ao ducto mamário. Em um trabalho publicado em 2008, o grupo de Carraro sugeriu que essa modificação na expressão gênica ocorre antes mesmo da alteração morfológica, ou seja, antes que as células tumorais consigam efetivamente sair de seu local de origem e invadir tecidos vizinhos.
O novo trabalho publicado naOncotarget– com a colaboração de pesquisadores do Hospital Sírio-Libanês e da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto reforça essa hipótese e apresenta uma lista de 26 genes cuja expressão, de maneira geral, está diminuída nas lesões consideradas mais agressivas:AZGP1,CAMP,EDN1,EPOR,GRB10,INPP1,MAPK8,P4HB,RARRES3,ALSM1,ANAPC13,ARHGAP9,CHRNB1,CPN3,CTTNBP2NL,HLTF,LSM4,RABEPK,REC8,UTP20,CLNS1A,FCGR3A,POSTN,SAA1,SLC37A1eTFF1.
Para chegar a essas conclusões, o grupo avaliou a expressão gênica em 63 amostras tumorais congeladas no Biobanco do A. C. Camargo Cancer Center. As amostras foram divididas em três grupos, que mimetizavam os diferentes estágios de progressão da doença.
O estágio inicial era representado por amostras retiradas de lesões cujas células tumorais ainda estavam totalmente confinadas no ducto mamário. O estágio mais avançado era mimetizado por células malignas que já haviam escapado para os tecidos adjacentes ao ducto. Já o intermediário era representado pelo chamado "componentein situ” (as células tumorais presentes dentro do ducto) de lesões que já haviam se tornado invasivas.
Por métodos considerados abrangentes, como omicroarray, a expressão de mais de 5 mil genes foi comparada nos três grupos. "Vemos uma diferença grande na expressão desses 26 genes quando comparamos o estágio inicial com o intermediário. Porém, a diferença é pequena quando comparado o estágio intermediário e o mais tardio. Isso reforça a ideia de que a mudança na expressão dos genes antecede a mudança na morfologia”, afirmou Carraro.
O grupo de Carraro acredita que esse painel de 26 genes representa uma assinatura capaz de diferenciar os tumores que necessitam de tratamento mais invasivo. Um novo estudo já está em andamento para avaliar a utilidade clínica desse achado – desta vez com amostras tumorais colhidas para biópsia e, posteriormente, armazenadas em parafina.
"Vamos analisar apenas amostras de lesões puramentein situ, ou seja, cujas células ainda estão confinadas dentro do ducto. É uma análise retrospectiva e, portanto, sabemos qual foi o desfecho das pacientes que doaram as amostras de tecido. O objetivo é descobrir se analisando a expressão desses 26 genes nas células tumorais conseguimos identificar os casos em que as lesões se mostraram agressivas. Mas para isso precisaremos de um grande número de amostras”, contou a pesquisadora.
Outros estudos estão em andamento com o objetivo de esclarecer o papel funcional que esses 26 genes desempenham no processo de invasão das células tumorais. Segundo Carraro, dados preliminares dos ensaios funcionais com o geneANAPC13suportam a hipótese de que ele pode ser um biomarcador de agressividade, dependendo de seu nível de expressão e de sua localização nas células tumorais. "Observamosin vitroque, quando sua expressão diminui no citoplasma das células tumorais, aumenta a capacidade de invasão e migração da célula”, contou.
O artigo "Epithelial cells captured from ductal carcinoma in situ reveal a gene expression signature associated with progression to invasive breast cancer” (DOI: 10.18632/oncotarget.12352) pode ser lido em: http://www.impactjournals.com/oncotarget/index.php?journal=oncotarget&page=article&op=view&path[]=12352&pubmed-linkout=1
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- 20/01/2017 - Congregação do Instituto de Física da USP publica moção contra redução no orçamento da Fapesp“A Fapesp é um dos maiores patrimônios estaduais, cuja administração eficiente, com decisões baseadas em rigorosas análises de mérito, tomadas de forma ágil por pessoal altamente qualificado, garantem a São Paulo a liderança, nacional e na América Latina, na produção de conhecimento e no avanço tecnológico”, afirma a Congregação
“A Fapesp é um dos maiores patrimônios estaduais, cuja administração eficiente, com decisões baseadas em rigorosas análises de mérito, tomadas de forma ágil por pessoal altamente qualificado, garantem a São Paulo a liderança, nacional e na América Latina, na produção de conhecimento e no avanço tecnológico”, afirma a Congregação
Fonte: Jornal da CiênciaA Congregação do Instituto de Física da Universidade de São Paulo publica moção contra a redução no orçamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), cujo repasse foi diminuído de 1% para 0,89% da arrecadação estadual na Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovada em 29/12/2016.
Segundo o texto, a Fapesp é um dos maiores patrimônios estaduais, cuja administração eficiente, com decisões baseadas em rigorosas análises de mérito, tomadas de forma ágil por pessoal altamente qualificado, garantem a São Paulo a liderança, nacional e na América Latina, na produção de conhecimento e no avanço tecnológico.
Veja aqui o texto na íntegra.
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- 19/01/2017 - Nota do Conselho Superior da FAPESPFonte; FAPESPO Conselho Superior da FAPESP, em reunião no dia 18/01/2017, discutiu a decisão da Assembleia Legislativa de reduzir o valor das transferências do Tesouro do Estado para a FAPESP, em relação ao proposto originalmente pelo Executivo.
O repasse de, no mínimo, 1% da receita tributária do Estado de São Paulo à FAPESP, tem sido - em reconhecimento do valor da pesquisa para o desenvolvimento do Estado - um compromisso histórico do Governo Estadual com a sociedade paulista, conforme prevê o artigo 271 da Constituição Estadual.
Ao longo de sua existência, a constância das regras e a previsibilidade de seus orçamentos têm permitido à FAPESP uma atividade profícua de financiamento ao desenvolvimento científico e tecnológico do Estado de São Paulo.
Os investimentos em ciência e inovação - nas Universidades, nos Institutos Estaduais de Pesquisa e nas empresas - são, por sua natureza, de longo prazo, e requerem estabilidade. Este tem sido um diferencial importante de São Paulo frente a outras realidades regionais e mesmo em relação à União.
A FAPESP continuará dialogando com o Governo de São Paulo e com a Assembleia Legislativa para restabelecer o seu orçamento original, e tomará as providencias necessárias para atingir este objetivo.
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- 18/01/2017 - Respeitar a lei e a Fapesp - Editorial de O Estado de S. PauloAinda que seja grave, a atual crise econômica não é motivo razoável para desmantelar uma instituição de tamanha relevância pública
Ainda que seja grave, a atual crise econômica não é motivo razoável para desmantelar uma instituição de tamanha relevância pública
Fonte: O Estado de S. Paulo
Em tempos de crise econômica, com a correspondente diminuição das receitas públicas, é imperioso que o governo – nas esferas federal, estadual e municipal – reduza suas despesas. Longe de representar uma opção ideológica, o equilíbrio fiscal é uma necessidade de todo administrador público responsável. Esse corte de gastos, porém, deve ser feito de forma criteriosa, respeitando, em primeiro lugar, a legislação vigente. Tais condições, porém, não foram observadas pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) ao excluir do orçamento estadual de 2017 importantes receitas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
O projeto de lei orçamentária para 2017 encaminhado à Alesp pelo Poder Executivo previa um repasse de R$ 1,116 bilhão do Tesouro do Estado para a Fapesp. Pouco antes da votação, no entanto, lideranças partidárias – entre elas a do PSDB, partido do governo, que detém ampla maioria no Legislativo estadual – apresentaram uma emenda para retirar R$ 120 milhões da agência de pesquisa, redirecionando esse valor para "projetos de modernização” dos Institutos de Pesquisa do Estado – um conjunto de 19 instituições, que inclui os Institutos de Botânica, Pesca, Geológico, Florestal, Agronômico de Campinas, Butantan, Pasteur e Adolfo Lutz, entre outros.
Com isso, a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2017 – publicada no Diário Oficial do Poder Legislativo no dia 22 de dezembro e sancionada pelo governador Geraldo Alckmin uma semana depois – estabeleceu que seja destinado à Fapesp o valor de R$ 996 milhões. O montante, no entanto, é inferior ao que, por força da Constituição estadual de 1989, a agência tem direito.
O art. 271 da Carta Magna estadual é claro: "O Estado destinará o mínimo de um por cento de sua receita tributária à Fapesp, como renda de sua privativa administração, para aplicação em desenvolvimento científico e tecnológico”. Segundo cálculo da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), o montante previsto pela LOA de 2017 corresponde apenas a 0,89% da receita tributária estadual.
Além de ilegal, a emenda aprovada pela Alesp, com o patrocínio do Palácio dos Bandeirantes, é um tremendo equívoco administrativo. A despeito de tantos casos de ineficiência no setor público, a Fapesp cumpre eficientemente sua missão institucional de promover a pesquisa. Desde o início de seu funcionamento, em 1962, a agência dá inequívoca contribuição ao desenvolvimento científico no Estado e no País.
Ainda que seja grave, a atual crise econômica não é motivo razoável para desmantelar uma instituição de tamanha relevância pública. Além do mais, ela cumpre uma antiga aspiração da população paulista. Basta ver, por exemplo, que a Constituição estadual de 1947, antes mesmo da criação da Fapesp, já previa destinar parte das receitas tributárias a uma agência de amparo à pesquisa.
É de admirar, portanto, que o governador Geraldo Alckmin, com inequívocas intenções presidenciais, tenha consentido com essa medida de restrição orçamentária à Fapesp. Além de alimentar resistências a seu nome, corre o risco de ver relacionado seu estilo de governar a uma visão estreita e de curto prazo, incompatível com as competências requeridas para o exercício do mais alto cargo da República.
A promoção da ciência e da pesquisa exige não pequenos investimentos e quase nunca traz dividendos políticos imediatos. Seus efeitos são lentos, em ritmo diverso daqueles próprios da agenda eleitoral. Tal fato, porém, não pode levar a uma política de desvalorização da pesquisa – como se ela fosse dispensável ou, ao menos, não prioritária –, por meio da redução injustificada de recursos a ela destinados. Ao contrário, a verdadeira relevância social da pesquisa científica está muitas vezes relacionada a essa aparente lentidão e a esse passar oculto aos olhos do grande público. Só assim, despreocupada dos interesses imediatos do governo, a ciência tem condições de produzir resultados isentos e duradouros.
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- 17/01/2017 - Após mobilização da comunidade científica, governo recompõe orçamento da área“A luta foi árdua. Ela não foi ganha, ela está garantida em um decreto, mas nós temos agora que ficar atentos para que não tenha um contingenciamento [desses recursos]”, disse à Agência Brasil a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader
“A luta foi árdua. Ela não foi ganha, ela está garantida em um decreto, mas nós temos agora que ficar atentos para que não tenha um contingenciamento [desses recursos]”, disse à Agência Brasil a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader
Fonte: Jornal da CiênciaEm publicação no Diário Oficial da União de ontem (16), o governo federal retomou integralmente o orçamento de R$ 1,7 bilhão para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A medida ocorre após mobilização da comunidade da ciência, tecnologia e inovação pela recomposição do orçamento da área.
Em portaria assinada pelo secretário de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, George Soares, foram recuperados R$ 1,1 bilhão para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), R$ 296 milhões para o MCTIC e R$ 317 milhões para as organizações sociais ligadas ao ministério, como o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).
"A luta foi árdua. Ela não foi ganha, ela está garantida em um decreto, mas nós temos agora que ficar atentos para que não tenha um contingenciamento [desses recursos]”, disse à Agência Brasil a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader.
Na prática, a medida retoma o orçamento retirado pelo Congresso Nacional de fonte referente a recursos garantidos do Tesouro Nacional e transferido para outra fonte em que não havia garantia ou previsão orçamentária, chamada de Recursos Condicionados. Ao perceber os cortes na LOA, a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) divulgaram um manifesto com mais nove entidades da área alertando sobre as prováveis consequências da redução de recursos. Um abaixo-assinado lançado pelas instituições já reuniu mais de 26 mil assinaturas.
"Essa luta começou quando foi decidido que haveria a PEC 55 [que congela os gastos públicos por 20 anos], pois o MCTIC ficou no pior patamar dos últimos anos e isso foi usado para fotografar o setor. Conseguiu-se um pequeno aumento e, agora, voltar o orçamento [anterior] significa um respeito. Não é o que o Brasil precisa se deseja ser uma nação forte e independente tecnologicamente, mas mantém a infraestrutura básica da ciência. Foi um motivo de alegria”, avaliou Nader.
De acordo com ministério, a medida já está em vigor. O montante deve ser usado para antecipar os pagamentos das bolsas de pesquisa dos meses de janeiro e fevereiro e despesas administrativas da pasta. O ministro Gilberto Kassab afirmou que a decisão do governo é uma "homenagem à comunidade científica”.
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- 17/01/2017 - Comunicação Científica na Web e na América Latina: Entrevista com Isidro AguilloVeja entrevista interessante realizada pelo SIBI/USP como o Prof. Isidro Aguillo, uma das maiores autoridades em Cienciometria, sobre o Futuro da Comunicação Científica e o impacto da ciência
Veja entrevista interessante realizada pelo SIBI/USP como o Prof. Isidro Aguillo, uma das maiores autoridades em Cienciometria, sobre o Futuro da Comunicação Científica e o impacto da ciência
Fonte: Acontece - SIBI/USP
Reconhecido como autoridade internacional nas questões relacionadas à bibliometria, cientometria e webometria, Isidro Aguillo concedeu entrevista (por e-mail) à equipe do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP (SIBiUSP), onde compartilhou alguns de seus pontos de vista sobre a visibilidade acadêmica e científica na web, impacto da ciência e o futuro da comunicação científica. Antes, saiba um pouco mais sobre esse importante pesquisador, suas atividades e projetos.Nascido Isidro Francisco Aguillo Caño em La Rioja, Espanha em 1963, licenciou-se em Biologia com especialização em Zoologia, é mestre em Informação e Documentação, diplomado em Estudios Avanzados (DEA), detentor de dois títulos Doctor Honoris Causa. É membro regular de comissões científicas de conferências e revistas científicas, autor de numerosas publicações sobre os processos de comunicação científica e indicadores web de desenvolvimento da ciência e da tecnologia, quase que diariamente compartilha suas opiniões no Twitter.
Editor do Rankings Web de Universidades – Webometrics, responsável pelo Laboratorio de Cibermetria (Grupo Scimago) do Instituto de Bienes y Políticas Públicas (IPP -CSIC), dedica-se também a projetos como o OpenAIRE- de repositórios da Comissão Européia, ACUMEN- portfolio de indicadores científicos para indivíduos do VII Programa Marco de Inovação e Desenvolvimento da União Européia (UE); QEAVIS(Seção eHumanidades); Redes de Colaboración (Visibilidade Web) e PRACTIS 2008 (Tecnometría de CC SS e HH) do Plano Nacional de Inovação e Desenvolvimento da Red de ExcelenciaMA2VICMR da Comunidade de Madrid, Espanha. Ornitólogo aficionado, jáfez várias viagens de observação de aves, da Floresta Amazônica aos desertos da Namíbia, entre outros destinos. Sualista inclui mais de 2.000 espécies.Em 2012, foi um dos palestrantes convidados pelo SIBiUSP para o Simpósio Internacional sobre Rankings Universitários e Impacto Acadêmico na Era do Acesso Aberto, em São Paulo, Brasil, que reuniu especialistas internacionais e possibilitou a discussão em torno do impacto gerado pela produção científica e os indicadores de qualidade institucionais. Confira a entrevista.
SIBiUSP: Você é pesquisador do Cybermetrics Lab, ligado à Agencia Estatal Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC). Conte-nos um pouco sobre este laboratório e seu papel na estrutura de Ciência e Tecnologia (C&T) da Espanha.
Isidro Aguillo: O Cybermetrics Lab é um grupo de pesquisa pertencente ao CSIC, o mais importante organismo de pesquisa pública da Espanha e um dos maiores da Europa. Nossa principal missão é estudar a comunicação científica na Web, publicando artigos e relatórios sobre esse tema em nível local e global, mas com um forte interesse na América Latina [LATAM]. Também acolhemos doutorandos e visitantes de pós-doutorado, e estamos envolvidos em projetos da União Europeia (UE).
SIBiUSP: O Cybermetrics Lab desenvolveu e mantém ferramentas de avaliação, como o Webometrics Ranking, o Ranking Web de Repositóriose, mais recentemente, a lista de Autores com h> 100 segundo seu perfil no Google Scholar Citations1 .
- De que maneira essas ferramentas são distintas de outras disponíveis?
Isidro Aguillo: A diferença mais óbvia é que estamos usando indicadores da web, sozinhos ou combinados com dados bibliométricos. Mas há também uma agenda "política”, pois decidimos cobrir todos os países em nossa análise, não apenas os desenvolvidos. Nossas listas de instituições possuem mais de 40.000 entradas, enquanto o número de indivíduos classificados é provavelmente perto de 200.000, com uma cobertura completa dos países latino-americanos [LATAM].
SIBiUSP: O Google Scholar é uma fonte de dados confiável?
Isidro Aguillo: Verificando a literatura disponível sobre este banco de dados, a maioria dos estudiosos concorda que é tão confiável como WoSou Scopus, mas com uma cobertura que é várias vezes maior e considerando que é de livre acesso, eu acho que deveria ser a opção preferida para os países latino-americanos. Claro, existem problemas, como os indicadores de revistas científicas do Google Scholar Metrics que, na minha opinião, são demasiado tendenciosos para serem úteis.
SIBiUSP: Qual é a real importância dos rankings universitários?
Isidro Aguillo: Para nós, tem sido uma ferramenta poderosa para promover iniciativas de acesso aberto, que foi (e ainda é) o objetivo original dos Rankings Web. Outros editores de rankings têm outras agendas com fortes vieses políticos e comerciais e há até charlatões sem qualquer conhecimento real sobre o ensino superior e sobre as universidades. Mas no final há uma grande sobreposição entre os melhores desempenhos dos principais rankings, por isso há poucas dúvidas sobre quais são as melhores universidades de acordo com determinado modelo – as chamadas universidades intensivas em pesquisa. No entanto, as instituições que seguem outros modelos, como as universidades nacionais, que são tão importantes na América Latina, não são adequadamente reconhecidas nos rankings ARWU [Academic Ranking of World Universities], THE[Times Higher Education World University Rankings] ou o QS [Quacquarelli Symonds World University Rankings].
SIBiUSP: Muitos pesquisadores consideram as Ciências Humanas periféricas no campo das ciências. Isso se deve às diferentes dinâmicas de produção de conhecimento, que dificultam a mensuração pelos padrões atuais de avaliação científica.
- Neste sentido, que alternativas teríamos para demonstrar o potencial desta área e quais os indicadores que poderiam ser utilizados?
Isidro Aguillo: Discordo fortemente dessa afirmação. Como mostra o Google Scholar, as contribuições das Humanidades não são apenas relevantes, mas têm um impacto independente dos canais de publicação. A bibliometria fácil realizada por estudiosos com a base de dados WoS é realmente errada em muitas disciplinas devido aos grandes vieses e lacunas das bases de dados "tradicionais”.
SIBiUSP: Tendo em conta que os atuais modelos de avaliação científica tendem a enfatizar as citações em vez dos resultados reais, uma alternativa a esta questão seria medir o impacto das pesquisas científicas na sociedade. Desta forma, como poderíamos medir o impacto social?
Isidro Aguillo: Em primeiro lugar, acho que as citações ainda têm um papel importante nos processos de avaliação e não devem ser descartadas. No entanto, elas devem ser utilizadas em combinação com métodos qualitativos como o Manifesto de Leiden recomenda. Os indicadores altmetrics2 podem ser úteis também, mas eu acho que os atuais indicadores disponíveis estão realmente longe de medir verdadeiro impacto social. Os bibliotecários passaram por alto de outra disciplina de métricas que deve ser explorada em profundidade para tal propósito: Econometria. Como método, não apenas como forma de incorporar fontes de dados econômicos.
SIBiUSP: Em sua recente apresentação, você destacou a importância dos perfis de autores, instituições e grupos de pesquisa, que representam uma mudança de paradigma na ciência e na comunicação científica.
Isidro Aguillo: Devemos abandonar as métricas baseadas em revistas que não são úteis e são muito enganosas para os processos de avaliação, um grave erro comum na América Latina. O perfil é o futuro e a marca digital do pesquisador se tornará cada vez mais importante, por isso novas estratégias de comunicação devem ser desenvolvidas, especialmente aquelas que envolvem redes sociais.
SIBiUSP: Neste cenário, como fica a revisão por pares, elemento fundamental da validação da qualidade da pesquisa? E o que acontece com o papel do marketing? Poderá desvirtuar a avaliação da qualidade da ciência?
Isidro Aguillo: Tenho sérias dúvidas sobre o papel da revista tradicional como a principal unidade de comunicação científica. O esforço deve ser no sentido de fortalecer os artigos individuais, e a revisão por pares aberta é uma boa opção para identificar e filtrar a qualidade. Existem vários modelos que podem ser aplicados, mas minhas preferências vão para um híbrido de revisão por pares pré e pós-aberta.
Desde o passado o prestígio tem sido um motor para a mobilidade acadêmica, e é um fator chave para explicar o sucesso das instituições anglo-saxônicas. Até muito recentemente este recurso intangível era construído de uma forma muito opaca, mas agora a marca digital de cada pesquisador oferece uma maneira mais acessível e transparente para construí-lo, embora a confiabilidade dos métodos de marketing possa ser um problema.
SIBiUSP: Tendo em conta este pano de fundo, qual seria o futuro da publicação científica? Estaremos publicando em revistas como fazemos hoje?
Isidro Aguillo: Acho que o grande problema da ciência latino-americana é a inflação de revistas científicas. Redalyc, Scielo, Latindex e PKP [Public Knowledge Project] devem repensar seriamente suas políticas, pois promovem um enorme aumento de periódicos medíocres. Também na América Latina não há diretórios de assunto ou megajournals que deveriam ter um papel na transição para um cenário sem revistas. Também me preocupa o foco atual dos repositórios latino-americanos em teses e dissertações e artigos em revistas locais. Outra questão que necessita de mais debate é a preferência dos repositórios / coletores de conteúdo nacionais relativamente aos repositórios institucionais. Para minha surpresa um grande número de repositórios institucionais na América Latina coletam principalmente teses e dissertações (Doutorado e Mestrado). Parece que muitas universidades pensam que apenas teses são de acesso aberto ou talvez publiquem poucos artigos em revistas não-locais.
SIBiUSP: Como você vê o crescimento das recentes métricas alternativas na avaliação da pesquisa e dos pesquisadores?
Isidro Aguillo: Há muitos artigos na América Latina descrevendo muito acriticamente o movimento altmetrics2. Há muita ênfase nas métricas de uso que podem ser muito enganosas sem fixação de padrões, e os indicadores fornecidos por serviços como ResearchGate, Academia ou Mendeley de forma alguma substituem a análise de citação (provavelmente tais indicadores sejam um subconjunto da análise de citação); e o indicador composto oferecido pela [empresa] Altmetric.com é uma caixa preta, e ninguém sabe exatamente o que o Twittermetrics está realmente medindo.
SIBiUSP: Na sua opinião, qual é a importância da Ciência Aberta? Ela é realmente viável ou será "destruída” pelos interesses comerciais? Como vê as ameaças ao acesso aberto?
Isidro Aguillo: Cada um dos componentes da Ciência Aberta (incluindo até mesmo a Ciência do Cidadão – Citizen Science) já está sendo alvo de interesses comerciais. Os bibliotecários estão contribuindo com a aquisição ou suporte de ferramentas comerciais e serviços com condições desvantajosas (nada de novo nisso, uma vez que as condições de assinaturas digitais já são bastante abusivas). Em minha opinião, para evitar problemas, a Ciência Aberta deve ser fortemente apoiada por governos envolvendo um vigoroso financiamento público de infraestruturas e ferramentas.
SIBiUSP: Qual é o papel das bibliotecas e bibliotecários no atual cenário de mudança da avaliação científica?
Isidro Aguillo: Na Europa, os bibliotecários acadêmicos já constituem o maior grupo bibliométrico existente, mas ainda há muitos problemas – muitos deles não conhecem o Manifesto de Leiden, por exemplo. Na América Latina temos iniciativas equivocadas como a bibliografia do Redalyc, outras com viabilidade futura incerta como o acordo Scielo-WoS, e em geral a maioria de seus bibliotecários ainda não estão assumindo um papel bibliométrico. Se posso dar um conselho, sugiro-lhes o modelo CRIS [Current Research Information System], evitando produtos comerciais como PURE e analisando serviços como o FUTUR (da Universidade Politécnica da Catalunha).
Notas:
1. h = índice h, mede a produtividade e o impacto individual de cientistas através do número de publicações e suas citações. Saiba mais em: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dndice_h.
2. Indicadores altmetrics = medidas de indicadores alternativos (em português: altmetria) baseadas no uso e nas menções nas mídias sociais. Saiba mais em: https://bsf.org.br/2014/07/15/altmetrics-redes-sociais-como-metricas-alternativas-para-medir-o-impacto-cientifico/.
Contato:
E-mail: isidro.aguillo@csic.es - Twitter: @isidroaguillo
== English version ==
Scientific Communication on the Web and in Latin America: Interview with Isidro Aguillo
Recognized as an international authority on issues related to bibliometrics, scientometrics and webometrics, Isidro Aguillo gave an interview (by e-mail) to the team of the Integrated Library System of USP (SIBiUSP), where he shared some of his points of view on academic and The impact of science and the future of scientific communication. Before, know a little more about this important researcher, his activities and projects.
Born Isidro Francisco Aguillo Caño in La Rioja, Spain in 1963, he has a degree in Biology with a specialization in Zoology, a Master in Information and Documentation, a Diploma in Advanced Studies (DEA), holder of two Doctor Honoris Causa degrees. He is a regular member of scientific commissions of conferences and scientific journals, author of numerous publications on the processes of scientific communication and web indicators of development of science and technology, almost daily he shares his opinions on Twitter.
Editor of the Web Rankings of Universities – Webometrics, responsible for the Laboratory of Cybermetrics (Grupo Scimago) of the Institute of Public Goods and Policies (IPP – CSIC), is also dedicated to projects such as OpenAIRE – from European Commission repositories, ACUMEN – portfolio Of scientific indicators for individuals of the VII Framework Program for Innovation and Development of the European Union (EU); QEAVIS (Section eHumanities); Redes de Colaboración (Web Visibility) and PRACTIS 2008 (Tecnometría de CC SS and HH) of the National Plan for Innovation and Development of the Network of Excellence MA2VICMR of the Community of Madrid, Spain. Amateur ornithologist, he has already made several trips of bird watching, from the Amazon Forest to the deserts of Namibia, among other destinations. Hislist includes more than 2,000 species. In 2012, he was one of the speakers invited by SIBiUSP to the International Symposium on University Rankings and Academic Impact in the Open Access Era, in São Paulo, Brazil, which brought together international experts and made it possible to discuss the impact of scientific production and institutional quality indicators. Check the interview.
SIBiUSP: You are a researcher at Cybermetrics Lab, CSIC. Tell us a little bit about this lab and its role in Spain’s S&T structure.
Isidro Aguillo: The Cybermetrics Lab is a research group belonging to CSIC (Spanish Research Council), the most important public research body in Spain and one of the largest in Europe. Our primary mission is to study the scholarly communication in the Web, publishing papers and reports on this topic at local and global level but with a strong interest in Latin America [LATAM]. We also host doctoral students and post-doctoral visitors and we are involved in EU projects.
SIBiUSP: Cybermetrics Lab has developed and maintains evaluation tools, such as the Webometrics Ranking, the Ranking Web of Repositories, and, more recently, the list of Authors with h> 100 according to their Google Scholar Citations Profile1
– In what ways are these tools distinct from others that are available?
Isidro Aguillo: The most obvious difference is that we are using web indicators, alone or combined with bibliometric data. But there is also a "political” agenda, as we decided to cover all the countries in our analysis, not only the developed ones. Our lists of institutions are over 40,000 entries, while the number of individuals ranked is probably close to 200,000, with a full coverage of LATAM countries.
SIBiUSP: Is Google Scholar a reliable data source?
Isidro Aguillo: Checking literature available about this database, most scholars agree that is as reliable as WoS [Web of Science] or Scopus, but with a coverage that is several times larger and considering that it is free access, I think it should be the preferred option for LATAM countries. Of course, there are problems, such as the journal indicators in Google Scholar Metrics that in my opinion are too strongly size biased to be useful.
SIBiUSP: What is the real importance of the university rankings?
Isidro Aguillo: For us it has been a powerful tool for promoting open access initiatives, that was (and still it is) the original aim of the Web Rankings. Others rankings editors have another agendas with strong political and commercial biases and there are even charlatans without any real knowledge about higher education and universities. But at the end there is a large overlap of the top performers among the main rankings, so there is little doubt about which are the best universities according to certain model, the so-called research-intensive universities. However, the institutions following other models like the nation-building universities, that are so important in LATAM, are not adequately recognized in ARWU [Academic Ranking of World Universities], THE [Times Higher Education World University Rankings] ou QS [Quacquarelli Symmonds World University Rankings].
SIBiUSP: Many researchers consider the subject of Human Sciences peripheral in the sciences field. This is due to its different dynamics of producing knowledge, which make it difficult to measure by the current standards of scientific evaluation.
– In this sense, what alternatives would we have to demonstrate the potential of this area and what indicators could be used?
Isidro Aguillo: I strongly disagree with that sentence. As Google Scholar is showing, the contributions by Humanities are not only relevant but having an impact independently of their publication channels. Easy bibliometrics done by WoS-centered scholars is really wrong about a lot of disciplines due to the large biases and gaps of the "traditional” databases.
SIBiUSP: Taking into account that current models of scientific evaluation tend to emphasize citations rather than actual results, an alternative to this question would be to measure the impact of research on society. In this way, how could we measure social Impact?
Isidro Aguillo: First of all, I think citations still have an important role in the evaluation processes and they should not be discarded. Nevertheless they should be used in combination with qualitative methods as Leiden Manifesto recommends. Altmetrics indicators2 can be useful too, but I think the current ones are really far from measuring true societal impact. Librarians have overlooked another metrics discipline that should be explored in depth for such purpose: Econometrics. As a method, not only as a way of incorporating economic data sources.
SIBiUSP: In your recent presentation, you highlighted the importance of the profiles of authors, institutions and research groups, which represent a paradigm shift in science and scientific communication.
Isidro Aguillo: We should abandon journal-level metrics that are not useful and very misleading for evaluation processes, a serious mistake common in LATAM. Profiling is the future and branding will become more and more important, so new communication strategies should be developed, especially those involving social networks.
SIBiUSP: In this scenario, does the peer review, fundamental element of research quality validation, need to change? Also, what about the role of marketing? Can it distort the evaluation of the quality of science?
Isidro Aguillo: I have serious doubts about the role of traditional journal as the main unit of scholarly communication. Effort should be done for enriching individual papers and open peer review is a good option for identifying and filtering quality. There are several models that can be applied but my preferences go to an hybrid one with both pre- and post- open peer review.
Prestige has been a motor for scholar mobility in the past, a key factor for explaining the success of Anglo-saxon institutions. Till very recently this intangible resource was built in a very opaque way, but now the digital branding offers a more more affordable and transparent way to build it, although reliability of marketing methods are going to be an issue.
SIBiUSP: Taking into account this backdrop, what would be the future of scientific publication? Will we still be publishing in journals as we do today?
Isidro Aguillo: I think major problem of LATAM science is the inflation of journals. Redalyc, Scielo, Latindex e PKP [Public Knowledge Project] should rethink seriously their policies that are promoting a huge increase of mediocre journals. Also in LATAM there is no subject directories or megajournals that should have a role in the transition to a journal-less scenario. I also concerned about the current focus of LATAM repositories in thesis and dissertations and papers in local journals. Another issue that needs more debate is the preference of national repositories/harvesters regarding the institutional repositories. To my surprise a large number of institutional repositories in LATAM are collecting mostly thesis (MS and doctoral). It looks that many universities think that only thesis are OA [Open Access] or perhaps they publish few papers in non-local journals.
SIBiUSP: How do you see the growth of recent alternative metrics in the evaluation of research and researchers?
Isidro Aguillo: There is a lot of papers in LATAM describing very uncritically the altmetrics movement. There is a lot of emphasis on usage metrics that can be very misleading without fixing standards, the indicators by RG [ResearchGate], Academia or Mendeleyare in no way substitutes to citation analysis (probably they are a subset of it), the Altmetric.com composite indicator is a black box and nobody knows exactly what twittermetricsis really measuring.
SIBiUSP: In your opinion, what is the importance of Open Science? Is it really viable or will it be "destroyed” by commercial interests? How do you see open access threats?
Isidro Aguillo: Each one of the components of the Open Science (including even Citizen Science) is already being the target of commercial interests. Librarians are even contributing by acquiring or supporting commercial tools and services with nasty conditions (nothing new otherwise, as the digital subscriptions conditions are already abusive enough). In my opinion for avoiding problems the Open Science should be strongly supported by governments involving strong public funding of infrastructures and tools.
SIBiUSP: What is the role of libraries and librarians in the current changing scenario of scientific evaluation?
Isidro Aguillo: In Europe the academic librarians constitutes already the largest bibliometric group, but there are still a lot of problems, as for example not many of them knows about the Leiden Manifesto. In LATAM we have misguided initiatives like Redalyc bibliometrics, other with not clear future feasibility like the Scielo-WoS agreement, and in general most of its librarians are not assuming that bibliometric roles yet. If I can give an advice I will suggest to them the CRIS [Current Research Information System] model, avoiding commercial products like PURE and analyzing services like FUTUR (Technical University of Catalunya).
Notes:
1. h: h-index, it measures the productivity and individual impact of scientists through the number of publications and their citations. Learn more at: https://en.wikipedia.org/wiki/H-index .
2. Altmetrics indicators: alternative indicators metrics based on use and mentions in social media. Learn more at: https://en.wikipedia.org/wiki/Altmetrics.
Contact:
E-mail: isidro.aguillo@csic.es - Twitter: @isidroaguillo