Ipen na Mídia
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- 05/02/2014 - Amazônia mais verde na seca é ilusão de ótica, diz estudo - Portal G1Imagens de satélite indicavam que a floresta esverdeava na estiagem. Estudo diz que isso se deve a como as copas das árvores refletem a luz.
Imagens de satélite indicavam que a floresta esverdeava na estiagem. Estudo diz que isso se deve a como as copas das árvores refletem a luz.
Fonte: Portal G1 de Notícias
A última edição da revista "Nature” tem dois artigos sobre a Amazônia. A maior floresta tropical do mundo é também tema da capa da publicação. Uma das pesquisas, liderada por Douglas Morton, da Nasa, aponta que o fenômeno observado em imagens de satélite em que a floresta fica mais verde em época de seca pode ser uma ilusão de ótica.
Trabalhos anteriores chamavam a atenção para essa aparente reação positiva da floresta durante a estiagem. Alguns deles concluíam que o fato de a floresta ficar mais verde quando dispunha de menos água poderia significar que, para a vegetação, ter mais exposição ao sol, com menos nuvens de chuva, era algo mais importante para o crescimento do que a umidade.
No entanto, segundo os autores, trata-se apenas de uma ilusão de ótica causada pela forma como as copas das árvores refletem a luz próxima à ao espectro infra-vermelho. A mata não está mais verde de fato. Essa conclusão corrobora outros estudos que defendem que a água é o principal fator para determinar o crescimento da floresta.
O segundo artigo sobre a Amazônia, que tem como autora principal a brasileira Luciana Vanni Gatti, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), mostra que a disponibilidade de água influencia o quanto de carbono a floresta libera de carbono na atmosfera. Comparando medições de emissões de carbono de toda a região amazônica entre 2010, que foi extremamente seco, e 2011, que teve pluviosidade normal, os pesquisadores verificaram que, durante a estiagem, a floresta passou a liberar carbono em vez de retê-lo.
A Amazônia é considerada um importante "ralo” de carbono atmosférico – ou seja, pode absorver gases-estufa e mantê-los, contribuindo para manter o clima global - mas falta compreender melhor o quão sensível é este sistema de retenção às variações meteorológicas. Em 2010, indica o estudo, a floresta amazônica diminuiu sua capacidade de crescimento por falta de água, e liberou mais carbono devido às queimadas. -
- 01/02/2014 - Cientistas empreendedores - Revista FapespO físico Vladimir Airoldi, de 59 anos, se divide, há quase 17 anos, entre o trabalho como pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a administração de sua empresa, a Clorovale, também instalada na cidade paulista de São José dos Campos.
O físico Vladimir Airoldi, de 59 anos, se divide, há quase 17 anos, entre o trabalho como pesquisador sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a administração de sua empresa, a Clorovale, também instalada na cidade paulista de São José dos Campos.
Fonte: Revista Fapesp - nº 216 - fevereiro de 2014
Ele adaptou a tecnologia de diamantes sintéticos utilizados na indústria espacial para brocas odontológicas e outros equipamentos como brocas de perfuração de poços de petróleo. Hoje já exporta para países da América do Sul e Europa, e atingiu o faturamento de R$ 4 milhões em 2013. Airoldi começou a empresa em 1997, quando foi aprovado um projeto dentro do Programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresa (Pipe) da FAPESP.
"O Inpe tem o regime jurídico único, o que significa trabalhar 40 horas por semana, em período integral, mas não exclusivo”, explica. "Houve dias, quando estava montando a empresa, que trabalhei 20 horas.” Airoldi diz que quase todos os dias passa na empresa às 7 horas e às 8 horas já está no Inpe. Passa novamente na Clorovale na hora do almoço e à noite, depois do expediente no instituto, quando se dedica mais à empresa. Hoje ele tem diretores na administração, na parte comercial e tecnológica da Clorovale, muitos seus ex-alunos de doutorado. "O mais difícil é gerir a inovação, principalmente no início”, diz. Para melhorar a gestão, ele fez um curso de Master Business Administration (MBA). "Também fui estudar a cultura de inovação em outros países”, diz. Airoldi poderia ter recorrido à Lei da Inovação e pedido licença do Inpe para tocar a empresa. "Mas a saída significa cortar o cordão umbilical do processo de inovação que é constante no Inpe”, explica.
Outro físico, Spero Morato, de 70 anos, também montou a sua empresa com os conhecimentos adquiridos em mais de 30 anos de trabalho como pesquisador no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo, onde chegou à superintendência, cargo equivalente à presidência. No caso de Spero, a ideia de fazer uma empresa veio após a aposentadoria, em 1995. "Fui chamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para dar cursos tecnológicos sobre aplicações de laser. Eu e outros professores demos cursos em vários países, mas eles terminaram em 1998. Quando voltei, percebi que poderia abrir uma empresa e foi o que fiz com um projeto aprovado no Pipe.” A empresa, a Lasertools, foi incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), que fica dentro do prédio do Ipen, na Cidade Universitária, em São Paulo. Ele convidou mais quatro pesquisadores do instituto que trabalhavam com ele na área de laser por algum tempo.
Em 2009, Spero voltou para oIpendepois de ter ganho o título de pesquisador emérito. "Estamos desenvolvendo tecnologias para produtos da área médica e de biotérios que depois poderão ser transferidas para outras empresas.” Hoje ele tem 25 funcionários na Lasertools e fatura cerca de R$ 2,5 milhões por ano na manufatura de peças automotivas, produtos médicos e promocionais com laser. Também criou outra empresa, a Innovatech, que foi a pioneira na produção de stents no país. Esses pequenos cilindros metálicos são colocados nas artérias do coração obstruídas por placas de gordura ou cálcio para refazer a passagem do sangue. No ano passado, ele repassou a tecnologia de fabricação para outra empresa, a Scitech, de Goiás. Para os novos pesquisadores empreendedores, ele recomenda ter a visão do produto final. "É uma condição pessoal ser empreendedor, mas o Brasil não precisa apenas de tecnologia de última geração, tem muita inovação possível de ser feita com a tecnologia importada, que não temos aqui.”
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- 29/01/2014 - Falta de chuva afeta a capacidade da Amazônia de absorver carbono - Agência FapespPesquisa liderada por uma brasileira, Luciana V. Gatti (Ipen), por Manuel Gloor (Univ. de Leeds) e por John Miller (NOAA/Univ. Colorado) é divulgada na revista Nature de 6 de fevereiro, calculou o balanço de carbono na bacia amazônica nos anos de 2010 e 2011
Pesquisa liderada por uma brasileira, Luciana V. Gatti (Ipen), por Manuel Gloor (Univ. de Leeds) e por John Miller (NOAA/Univ. Colorado) é divulgada na revista Nature de 6 de fevereiro, calculou o balanço de carbono na bacia amazônica nos anos de 2010 e 2011
Fonte: Agência Fapesp
Por Karina Toledo
A seca que atingiu a bacia amazônica em 2010 foi tão severa que comprometeu até mesmo a capacidade da floresta de absorver o excesso de dióxido de carbono (CO2), considerado o principal gás de efeito estufa. Em 2011, ano em que choveu acima da média, a vegetação conseguiu não apenas absorver toda a emissão oriunda de processos naturais como também a resultante de atividades humanas, entre elas as queimadas.
Os dados são de uma pesquisa financiada (http://www.bv.fapesp.br/pt/auxilios/6503/carbon-tracker-and-water-availability-controls-of-land-use-and-climate-changes/) pelo Natural Environment Research Council (NERC), do Reino Unido e pela FAPESP, e foram divulgados na edição mais recente da revista Nature.
"São dois cenários extremos que mostram como a falta de chuva modifica a dinâmica da floresta e o balanço de carbono na região. A precipitação pluviométrica, portanto, é um fator que os cientistas que trabalham com previsão climática terão de levar em consideração em seus modelos. Caso contrário, os resultados ficarão muito distantes da realidade”, disse Luciana Vanni Gatti, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Gatti é autora principal do estudo ao lado de Emanuel Gloor, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e John B. Miller, do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), uma das principais agências científicas norte-americanas focada em questões ambientais.
Para chegar a tal conclusão, o grupo realizou, ao longo de 2010 e 2011, 160 medições aéreas em quatro locais da bacia amazônica: Santarém, Alta Floresta, Rio Branco e Tabatinga. Em cada perfil de avião foram coletadas cerca de 17 amostras de ar atmosférico em alturas que variavam até 4,4 quilômetros acima do nível do mar.
"Fazemos um plano de voo indicando para o piloto em quais alturas devem ser feitas as coletas. Ele começa do ponto mais alto e desce em um trajetória helicoidal de aproximadamente 5 quilômetros de diâmetro”, explicou Gatti.
De acordo com a pesquisadora, a representatividade do dado obtido cresce na medida em que aumenta a altura das medições, pois as amostras trazem informações de toda a região que aquela massa de ar passou desde a entrada no continente.
"Medições feitas no nível do solo, por meio de câmeras ou torres, representam apenas a realidade daquele local. Estudos anteriores mostraram que não dá simplesmente para pegar dados de diferentes locais e tirar uma média, pois a Amazônia tem uma diversidade de habitats gigantesca em seus 6 mil quilômetros quadrados de extensão. Por outro lado, perfis de avião mostram a resultante de todos os processos que ocorreram desde a costa até o local de coleta e não permite entendermos todas as fontes e seus sumidouros e suas dinâmicas. São trabalhos complementares”, disse Gatti. Com um entendemos o macro, a região Amazônica como um todo e o outro entendemos o micro, cada compartimento da floresta e suas dinâmicas. O primeiro chamado estudo"Top-down”(de cima para baixo) e o outro"botton-up”(de baixo para cima).
Com auxílio de um equipamento portátil, a bordo de aviões comuns (taxis aéreos), os pesquisadores coletaram o ar e analisaram as concentrações de cinco diferentes gases: CO2, metano (CH4), óxido nitroso (N2O), monóxido de carbono (CO) e hexafluoreto de enxofre (SF6) no Laboratório de Química Atmosférica do Ipen.
"O CH4 e o N2O também são importantes gases de efeito estufa, que estudamos no momento. Já a concentração de CO permite estimar o quanto daquela emissão resulta da queima de biomassa. O SF6 permite calcular qual era a concentração de carbono quando aquela massa de ar entrou no continente”, explicou Gatti.
Cruzando dados
Para entender o balanço de carbono no período, os pesquisadores cruzaram os resultados obtidos nas medições aéreas com informações sobre a precipitação pluviométrica dos anos de 2010 e 2011 e dados de monitoramento de queimadas do satélite Aqua Tarde.
"Em 2010, a estação chuvosa foi muito menos chuvosa do que a média dos 30 anos anteriores. O estresse hídrico foi tão grande para a vegetação que aumentou a mortalidade e a taxa de decomposição e modificou o balanço entre fotossíntese e respiração. Tudo isso comprometeu a capacidade da floresta de absorver carbono”, afirmou Gatti.
Para piorar, acrescentou a pesquisadora, o número de focos de queimada detectados em 2010 foi bem maior do que nos anos anteriores. Segundo os cálculos do grupo, a queima de biomassa lançou na atmosfera naquele ano cerca de 510 bilhões de quilos de carbono.
A floresta praticamente só absorveu a quantidade de carbono equivalente ao que naturalmente foi emitido, além de outros processos, desconsiderando a queima de biomassa – algo em torno de 30 bilhões de quilos de carbono – sendo que o balanço final foi de 480 bilhões de quilos de carbono emitidos para a atmosfera, para o ano de 2010.
Em 2011, por outro lado, as queimadas lançaram na atmosfera cerca de 300 bilhões de quilos de carbono e o balanço final da bacia foi próximo de 6 bilhões de quilos de carbono.
"Foi um ano em que a floresta compensou praticamente tudo que o fogo emitiu. A maioria dos modelos de previsão climática estão baseados na temperatura. E vimos que tanto 2010 como 2011 foram anos com temperatura acima da média. A diferença principal foi a chuva”, ressaltou Gatti.
Para a pesquisadora, os resultados alertam para os possíveis impactos nefastos que as alterações no ciclo de chuva causadas pelas queimadas, pelo desmatamento e construção de represas poderão causar no ambiente.
Incógnita amazônica
Há pelo menos duas décadas, cientistas de todo o mundo têm se esforçado para entender o balanço de carbono da bacia amazônica e descobrir se a floresta é, de fato, o sumidouro de carbono, o principal gas do efeito estufa que se imagina. "A Amazônia concentra 50% da floresta tropical do planeta e isso faz muita diferença no balanço global de carbono. É uma incógnita importante nos modelos climáticos”, contou Gatti.
Embora medições aéreas ofereçam dados com maior representatividade regional, avaliou a pesquisadora, é preciso também que o estudo tenha representatividade temporal, ou seja, de longa duração.
"Existe uma variabilidade muito grande de ano para ano. Se nos baseássemos apenas nas medições feitas em 2010, que foi um ano completamente anômalo, não teríamos uma ideia precisa do balanço de carbono da Amazônia. Por isso o projeto continua e nossa meta é completar dez anos de medições para ter um dado que realmente represente o balanço de carbono da bacia amazônica”, afirmou Gatti. -
- 20/01/2014 - Complexo nuclear começa a sair do papel - Valor EconômicoUm importante projeto nuclear começa a ganhar corpo no país. O governo deu os primeiros passos concretos para erguer, no interior de São Paulo, um complexo de pesquisa e produção nuclear, estrutura avaliada em mais de R$ 1 bilhão e que promete revolucionar a atuação do país neste setor.
Um importante projeto nuclear começa a ganhar corpo no país. O governo deu os primeiros passos concretos para erguer, no interior de São Paulo, um complexo de pesquisa e produção nuclear, estrutura avaliada em mais de R$ 1 bilhão e que promete revolucionar a atuação do país neste setor.
Fonte: Valor Econômico
Nada relacionado a empreendimentos como Angra ou Fukushima, onde a fissão nuclear é usada para gerar energia elétrica. Do novo complexo, sairá a produção de insumos cruciais para a área da saúde, materiais usados em tratamentos complexos - como o de câncer - e que garantirão a autossuficiência do Brasil em um setor dependente de importação e que hoje gera uma demanda superior a dois milhões de procedimentos por ano no país.
Paralelamente, o reator vai atender diversas áreas industriais. Suas aplicações vão desde tecnologias usadas para a localização de microfissuras em asas de avião, até a verificação da quantidade de agrotóxicos encontrada em alimentos, atribuições que vão alimentar pesquisas e conhecimento nacionais.
O chamado Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) vai ocupar uma área equivalente à de 200 campos de futebol na pequena Iperó, cidade de 28 mil habitantes, localizada a 125 km da capital paulista. Sua primeira etapa de estudos acaba de ser concluída. Projetado pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), autarquia vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o RMB já recebeu R$ 51 milhões, dinheiro que foi aplicado na elaboração do projeto básico de engenharia, além de estudos para licenciamento ambiental. No mês passado, o Ibama encerrou a etapa de audiências públicas do empreendimento e, nos próximos meses, deve emitir a licença prévia do complexo.
"Agora, entramos na etapa de contratação do projeto executivo de engenharia. Já temos R$ 120 milhões para aplicar no desenvolvimento desse estudo detalhado, que será concluído entre junho e julho do ano que vem", disse ao Valor o secretário-executivo e ministro interino do MCTI, Luiz Antonio Elias. "Nos próximos meses, já vamos iniciar a etapa de terraplenagem, para preparar o terreno."
A área de dois milhões de metros quadrados prevista para o complexo está localizada ao lado do Centro Experimental de Aramar (CEA), da Marinha. O objetivo do governo é transformar a região próxima a município de Sorocaba no maior polo de desenvolvimento nuclear do país.
"É um projeto estruturante. Se não avançarmos neste setor, acabaremos à margem do desenvolvimento mundial e ficaremos a mercê do que existe no Exterior", diz José Augusto Perrotta, coordenador técnico do complexo nuclear.
Perrotta cita o exemplo da crise de abastecimento ocorrida entre 2008 e 2009, quando o mundo viu sumir das prateleiras um radioisótopo usado em mais de 80% dos procedimentos que envolvem medicina nuclear, por conta da paralisação de um reator canadense, principal fornecedor do país. "Esse episódio mostrou a nossa vulnerabilidade. O Brasil depende desse material que hoje é usado para atender mais de 5 mil procedimentos por dia", diz o especialista.
Por ano, cerca de R$ 40 milhões são gastos pelo país para abastecer a demanda nacional. Países como Canadá, Holanda, África do Sul, Bélgica e França são os donos dos principais reatores nucleares em operação.
A expectativa do governo é de que o complexo brasileiro esteja pronto entre 2017 e 2018. No ano que vem, uma licitação deverá contratar as empresas que erguerão a infraestrutura física do empreendimento, além da construção do reator. Apesar de o país deter 100% do conhecimento do ciclo de processamento nuclear, a maior parte das peças deverá ser importada. A expectativa, no entanto, é de que o índice de nacionalização do empreendimento chegue a cerca de 70%.
Segundo Luiz Antonio Elias, do MCTI, o governo tem discutido a possibilidade de empresas privadas serem sócias do empreendimento. A manipulação nuclear e do urânio, no entanto, permanecem como monopólio da União. "Estamos negociando. Acordos são possíveis, mas é uma área sensível. Tudo será detalhadamente discutido."
O BNDES já foi acionado para financiar o projeto. Recursos do Ministério da Saúde também devem compor o caixa, além da participação de fundações de amparo à pesquisa.
Este não será o primeiro reator nuclear brasileiro. Outras quatro estruturas dessas estão em operação no país. O mais antigo e de maior potência (5 megawatts) foi erguido em 1957, em São Paulo. Outros dois reatores - localizados em Minas Gerais e Rio de Janeiro - foram erguidos na década de 60. O reator mais recente foi construído na década de 80, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), em São Paulo. No caso do RMB, a potência energética do complexo será de 30 MW. Pode parecer muito, se comparado ao alcance dos atuais reatores de pesquisa em atividade, mas seu potencial torna-se inexpressivo quando colocado ao lado da capacidade das duas usinas nucleares em operação no Brasil. Juntas, Angra 1 e 2 alcançam 1.998 MW. Em construção, Angra 3 vai chegar a 1.405 megawatts de potência.
Atualmente, há 230 reatores de pesquisa em operação em todo o mundo. Destes, mais de 70% estão em operação há mais de 30 anos. A Rússia concentra o maior número de reatores (41), seguida pela China (15), Japão (15), França (12) e Alemanha (11).
Quando for acionado, o novo reator brasileiro deverá contar com aproximadamente 150 profissionais, com perspectiva de atingir cerca de 1 mil especialistas no pico de operação.
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- 13/01/2014 - Exposição Nanoarte em Araraquara - Portal UnespAtividade, dia 16/01, abre ações de 2014 no Espaço Cultural da Câmara
Atividade, dia 16/01, abre ações de 2014 no Espaço Cultural da Câmara
Fonte:Portal UNESP
O Espaço Cultural da Câmara Municipal de Araraquara abre a programação de exposições de 2014 nesta quinta-feira, dia 16 de janeiro, às 15 h, com a Nanoarte, uma expressão artística recente, surgida com a nanotecnologia.
Serão expostas 30 imagens obtidas por meio de microscópio eletrônico de varredura e microscópio de força atômica pelos técnicos e pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), cuja sede é no Instituto de Química da Unesp de Araraquara, e integrado por uma rede de pesquisadores da Unesp, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Dirigido pelo Professor Doutor Elson Longo, o CDMF é um centro de excelência financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
As imagens são resultado da análise morfológica de estruturas nanométricas de materiais pesquisados nos laboratórios de microscopia do CDMF, as quais são ampliadas, colorizadas e transformadas em arte por meio da habilidade computacional dos pesquisadores. A Nanoarte se insere em uma área de investigação em que convergem arte, ciência e tecnologia, revelando estruturas nanométricas produzidas pela natureza, as quais são invisíveis ao olho humano sem a utilização de ferramentas poderosas como os microscópios de alta precisão.
Estas morfologias foram transformadas pelos artesãos de laboratórios em imagens de um mundo surrealista, nas quais a natureza morta ganha vida, vigor e transcende o imaginário.
Premiada em Nova York
O CDMF foi premiado na exposição Nanoarte 2013, em Nova York, nos Estados Unidos. Foram expostas 20 imagens de Nanoarte elaboradas pelos pesquisadores e técnicos do CDMF, Daniela Caceta, Rorivaldo Camargo, Ricardo Tranquilin e Enio Longo. O concurso reuniu 107 imagens de 33 participantes oriundos dos EUA, Brasil, Alemanha, Canadá, Itália, Romênia, Holanda, Eslovênia, Austrália, Rússia, Japão e México.
CDMF
O Centro de Desenvolvimento de Materiais Multifuncionais (CDMF) é um centro integrado de pesquisa científica e tecnológica financiado pela Fapesp, cujo foco principal é o desenvolvimento de novos materiais inorgânicos e de novas tecnologias de síntese e processamento.
A característica mais importante desse centro é a multiplicidade de suas missões. Além da missão primordial de desenvolver pesquisa em materiais cerâmicos, básica ou voltada para a inovação, focalizada em objetivos específicos, o centro tem como missão não menos importante, desenvolver mecanismos efetivos de transferência de conhecimento para a sociedade.
Entre os aspectos inovadores do Centro salienta-se o componente educacional, em todos os níveis, de sua missão. Além de desenvolver os programas de iniciação científica e de pós-graduação, vinculados a programas de renome como IQ-Unesp-Araraquara, DQ-UFSCar, IFSC-USP-São Carlos, DF-UFSCar, DEMa-UFSCar e Ipen, cabe também ao CDMF realizar atividades de extensão na área de educação básica, tais como iniciação científica para alunos e professores de segundo grau, treinamento de professores e cursos de difusão científica. Dentro desta filosofia o CDMF é formado por três colunas fundamentais: Pesquisa, Inovação e Difusão.
Informações
Câmara Municipal de Araraquara
Setor de Comunicação
santilli@camara-arq.sp.gov.br
angelosan@ig.com.br
imprensa@camara-arq.sp.gov.br
Contato: (16) 3301-0639
José Ângelo Santilli
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- 01/03/2012 - Membros do conselho tomam posse nesta quinta (1) - Site da SDECTSeis membros do Conselho Superior do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares foram empossados em reunião que contou com a presença de Paulo Alexandre Barbosa.
Seis membros do Conselho Superior do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares foram empossados em reunião que contou com a presença de Paulo Alexandre Barbosa.
Fonte: Site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia
Seis membros do Conselho Superior do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares foram empossados em reunião que contou com a presença de Paulo Alexandre Barbosa
Fabiano Guimarães / SDECT
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares é vinculado à SDECT
Os membros do Conselho Superior do Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (Ipen) tomaram posse nesta quinta-feira (01), com a participação do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa. Após a posse, ocorreu a 1ª reunião do Conselho, que elege seu presidente. Na ocasião, estiveram presentes o superintendente do Ipen, Nilson Dias Vieira Junior, e o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Angelo Fernando Padilha. O Conselho Superior é composto por seis membros, sendo que dois representam a USP, dois a CNEN, um representa a SDECT e outro a Fiesp.
Os novos membros do Conselho Superior do Ipen são: José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da USP; José Roberto Castilho Piqueira, vice-diretor da Escola Politécnica da USP; Miracy Wermelinger Pinto Lima, diretora de Gestão Institucional da CNEN, José Augusto Perrotta, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Désireé Morais Zouain, coordenadora de Ciência e Tecnologia da SDECT; e Pierangelo Rossetti, diretor adjunto do Departamento de Competitividade e Tecnologia da FIESP.
”É uma satisfação participar deste importante momento, ainda mais sabendo que o investimento em pesquisas e inovação é o grande diferencial do nosso Estado. É fundamental o esforço do Governo de São Paulo para continuar apoiando o trabalho realizado pelo Ipen”, disse Paulo Alexandre, que aproveitou para desejar boa sorte aos novos membros.
Ipen
O Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à SDECT. É gerenciado técnica, administrativa e financeiramente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e associado para fins de ensino de pós-graduação à USP. O Ipen atua em vários setores da atividade nuclear, como nas aplicações das radiações e radioisótopos, em reatores nucleares, em materiais e no ciclo do combustível, em radioproteção e dosimetria e ainda é responsável, em associação com a USP, pela condução de programas de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado. -
- 24/07/2011 - Reatores nucleares: sabia que existe um dentro da cidade de São Paulo?Reatores de pesquisa são essenciais no tratamento de doenças. Mas todo cuidado com esses equipamentos é pouco..
Reatores de pesquisa são essenciais no tratamento de doenças. Mas todo cuidado com esses equipamentos é pouco..
Fonte: Olhar Digital
Quem nunca ouviu falar em Chernobil, o pior acidente da história da energia nuclear? Se os mais novos não conhecem a história, recentemente o assunto voltou à tona com o terremoto que destruiu parte do Japão e gerou um novo acidente, desta vez em Fukushima. O material radioativo que escapou desses reatores contaminou o meio ambiente.Mas nem todos os reatores nucleares são igualmente perigosos. Aqui no meio da cidade de São Paulo, existe um deles. Só que esse tem muito menos potência. Trata-se de um reator de pesquisa do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, o IPEN, que fica no campus da USP.
José Roberto Berretta, físico supervisor do reator nuclear explica que o reator de pesquisa utiliza a radiação do Neutron para provocar reações nucleares em materiais que depois você usará na indústria ou na medicina. No reator de potência, o interesse é utilizar o calor gerado pela liberação de energia da fissão: "Aqui no reator de pesquisa, liberamos todo o calor na atmosfera. No reator de Angra, o calor é usado para aquecer a água e, por sua vez, girar uma turbina para gerar energia elétrica", completa.
Em escalas infinitamente menores, os reatores de pesquisas são indispensáveis para o diagnóstico e até tratamento de algumas doenças. Hoje, este reator é responsável pela produção de 70% da demanda nacional de iodo, por exemplo.
"O material que é irradiado do reator chega aqui na instalação da diretoria de radiofarmacia para ser processado. Nesse processamento, ele se transformará em um radiofármico, que é usado nas clínicas e hospitais tanto para terapia quanto para diagnóstico de uma série de doenças e disfunções dentro do corpo humano" dizJoão Alberto Osso Jr., da diretoria de radiofarmácia.
Hoje existe uma centena de diferentes exames de medicina nuclear, incluindo estudos cerebrais, diagnósticos e tratamento de tumores, avaliação das condições pulmonares e coração, rins...De volta ao reator, o funcionamento é idêntico ao que acontece em Fukushima ou Angra dos Reis.Há mais de 70 anos, dois cientistas alemães descobriram que o urânio é um elemento químico capaz de se partir em dois fragmentos quando bombardeado por partículas nucleares sem carga atômica, os nêutrons. Esse fenômeno é conhecido como "fissão nuclear"; uma espécie de reação em cadeia que libera energia, radiação e, claro, calor. E é exatamente isso que acontece ali embaixo, no fundo da piscina.
Berretta diz que se não controlarem essa reação, haverá uma liberação de energia muito grande e em pouco tempo. Pra um reator, controlar essas reações serve para que não ocorra um derretimento ou acidente no núcleo.
Por se tratar de um reator de pesquisa, em qualquer situação de emergência, o reator é completamente desligado. Claro, isso só é possível porque a potência é baixa - cerca de mil vezes menor do que um reator de uma usina nuclear.
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https://www.youtube.com/embed/r4Pr-9MUrPM
https://www.youtube.com/embed/r4Pr-9MUrPM - 24/07/2011 - Reatores nucleares: sabia que existe um dentro da cidade de São Paulo?Reportagem do Olhar Digital, em 24/07/2011, divulga as atividades e aplicações na medicina do Reator Nuclear IEA-R1, localizado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares IPEN) e, em operação desde 1957.
Reportagem do Olhar Digital, em 24/07/2011, divulga as atividades e aplicações na medicina do Reator Nuclear IEA-R1, localizado no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares IPEN) e, em operação desde 1957.