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- 10/11/2022 - Seminário no IPEN-CNEN discute inovações e perspectivas para a Engenharia TecidualO evento gratuito tem o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA na sigla em Inglês) e conta com a participação de especialistas nacionais na área de tecidos
O evento gratuito tem o apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA na sigla em Inglês) e conta com a participação de especialistas nacionais na área de tecidos
O IPEN-CNEN sedia no próximo dia 10 de novembro, quinta-feira, das 9h às 17h, o "Seminário Latino-Americano de Ensaios Pré-Clínicos e Clínicos: Atualizações e Perspectivas para a Engenharia Tecidual” com o objetivo de apresentar um painel dos desenvolvimentos realizados no campo da engenharia e banco de tecidos, biomateriais e tecnologia de processamento utilizando radiação ionizante. O evento estimulará a discussão do tema e suas perspectivas no cenário nacional.
Temas e palestrantes
O seminário abre com tema relacionado aos aspectos regulatórios no desenvolvimento de produtos de engenharia tecidual focando em normas da Anvisa e será apresentado pelo responsável da Gerência de Sangue, Tecidos, Células, Órgãos e Produtos de Terapia Avançada (GSTCO) da Anvisa, João Batista da Silva Junior.
A utilização de enxerto de tecido irradiado será apresentada pela médica otorrinolaringologista do AME de Santa Bárbara do Oeste, Amanda Bueno de Araújo.
A co-fundadora da startup 3DBS - 3D Biotechnology Solutions, Ana Luiza Millas discorrerá sobre biofabricação de tecidos humanos e modelos in vitro.
O médico André Paggiaro, Chefe do Banco de Tecidos e Unidade de queimados do ICHC-FMUSP, apresentará o tema ”Utilização Clínica da Membrana Amniótica como Arcabouço para Cultivo Celular”.
Em seguida, terapias cell-free na Engenharia de Tecidos Dentários será abordado pela médica Maria Stella Moreira, do Programa de Pós-Graduação da Universidade Ibirapuera.
A última apresentação terá por tema Contagem Celular e Impacto no Controle de Qualidade: ISO 20391-2019, apresentada por José Mauro Granjeiro, especialista sênior em Metrologia e Qualidade do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Professor Associado da Universidade Federal Fluminense.
O evento realiza-se concomitante ao "Regional Training Course on Pre-Clinical Practice of New Materials for Regenerative Medicine”, que será sediado no Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) e com parte das aulas práticas no Centro de Biotecnologia (CEBIO) do IPEN, durante o período de 7 a 11 de novembro, inserido no "Acuerdo Regional de Cooperación para la Promoción de la Ciencia y Tecnologia Nucleares en América Latina y el Caribe” (ARCAL) da IAEA.
Coordenam o seminário a pesquisadora Mônica Mathor, do CETER do IPEN, Fabiana Medeiros da Silva, pesquisadora e docente da pós-graduação do IPEN, e Patrícia Santos Lopes, professora associada da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Informações e Inscrições
Mais informações sobre o seminário e seus palestrantes, acesse:
site: https://sites.google.com/alumni.usp.br/arcal-rla-1018/in%C3%ADcioA participação no evento é gratuita e as inscrições devem ser realizadas pelo link: https://forms.gle/FXbBFnYShZRrWKmu7
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- 08/11/2022 - XIII Seminário Internacional de Energia Nuclear – SIEN 2022O evento acontece de forma híbrida no período de 8 a 11 de novembro e terá como tema 'Tecnologia Nuclear, Amiga do Clima, do Homem e do Planeta´
O evento acontece de forma híbrida no período de 8 a 11 de novembro e terá como tema 'Tecnologia Nuclear, Amiga do Clima, do Homem e do Planeta´
O XIII Seminário Internacional de Energia Nuclear (SIEN 2022) pretende ser um amplo painel de discussão sobre as várias aplicações da tecnologia nuclear em seus mais diversos campos de atuação. O evento, que retorna às atividades presenciais mas manterá transmissão on-line, discutirá as oportunidades de negócios na área nuclear desde a mineração, radiofármacos para uso em medicina nuclear, irradiação de alimentos e a retomada de Angra 3 além projetos para novas usinas nucleares.
O evento se completa com o Encontro de Comunicação no Setor Nuclear (ENCOM) e será realizado no período de 8 a 11 de novembro, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN). No último dia, está prevista uma visita à Central Nuclear de Angra dos Reis.
Realizado pela Casa Viva Eventos, o SIEN 2022 tem o apoio da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (AMAZUL), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), da Sociedade Brasileira de Física (SBF), da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN) entre outras instituições.
A programação completa com a relação dos palestrantes pode ser conferida no site: www.sienbrasil.com.br .
Mais informações na Casa Viva Eventos, tel. 21 3301-3208 / 99699-1954, e-mail: siennuclear@gmail.com -
- 07/11/2022 - IPEN-CNEN participa do PINT Of SciencePesquisadores do IPEN participam pela terceira vez do evento de divulgação científica Pint Of Science nos dias 7 e 8 de novembro
Pesquisadores do IPEN participam pela terceira vez do evento de divulgação científica Pint Of Science nos dias 7 e 8 de novembro
A Direção do IPEN convida todos os servidores, colaboradores e alunos a prestigiarem as apresentações do Instituto no evento Pint Of Science, que acontecerá no período de 7 a 9 de novembro, das 19h às 21h15. O tema "Energia Nuclear” será debatido nos dias 7 e 8, por pesquisadores e parceiros do IPEN, conforme detalhamento abaixo.
O Pint of Science é um festival mundial de divulgação científica que leva pesquisadores a bares e restaurantes para compartilhar suas pesquisas, em todas as áreas do conhecimento. A ideia é promover conversas e debates acerca dos temas selecionados. Esta é a terceira vez que o IPEN participa, após o sucesso das apresentações em 2019 e 2021 (virtual).
O evento acontece de 7 a 9 de novembro, das 19h às 21h15 em várias cidades do País. O IPEN concentrará suas apresentações na Cervejaria Zuraffa, Rua Artur de Azevedo, 1902, Pinheiros, São Paulo.
Primeira noite – 7 de novembro
Título: "Tecnologia nuclear para conservação de obras de arte e outras aplicações”
Participantes: Pesquisadores Dr. Pablo Vásquez e Dra. Maria José Alves; Adriana Pires, restauradora do Acervo Artístico Pos palácios do Governo de São Paulo (parceiros do IPEN)
Segunda noite – 8 de novembro
Título: "Reatores Nucleares + Acidente de Goiânia: o que aprendemos com ele?”
Participantes: Pesquisadores Drs. Frederico Genezini, Roberto Vicente e Sandra Bellintani
Para mais informações sobre o Pint Of Science em São Paulo, acessar este link.
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- 19/10/2022 - Equipe do IPEN vence a primeira edição do HackAtom, competição científica promovida com apoio da RosatomAtividade fez parte do acordo bilaterial IPEN/MEPhI. Próxima etapa é viabilizar a dupla titulação para impulsionar carreira de futuros pesquisadores
Atividade fez parte do acordo bilaterial IPEN/MEPhI. Próxima etapa é viabilizar a dupla titulação para impulsionar carreira de futuros pesquisadores
A equipe HackIPEN, do IPEN, foi a vencedora do Brazil HackAtom, competição científica por equipes com a finalidade de desenvolver ideias sobre um tema relacionado à energia nuclear. Promovida pelo Instituto, em parceria com o Instituto de Engenharia Física (MEPhI) de Moscou e Corporação Estadual de Energia Atômica Rosatom, a disputa envolveu nove equipes de até cinco participantes para a realização de duas tarefas e aconteceu de forma híbrida, nos dias 18 e 19.
Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Priscila Santos Rodrigues e Maria Eduarda Zaganin Rigo, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, e Jabison Rafael de Aguiar Bezerra, graduando de engenharia nuclear e bolsista de inicação científica, foram os vencedores. Em segundo lugar, veio a equipe Hackerspace, com estudantes do Instituto de Física da USP (IFUSP) e também do IPEN, e em terceiro, a Nuclear, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A primeira tarefa foi mais simples. As equipes receberam vários dados brutos de consumo de energia de uma usina nuclear e precisavam analisar esses dados e elaborar um algoritmo que previsse o futuro da usina (em relação ao consumo, não à geração), com escala temporal definida pelos próprios estudantes, desde que coerentes com a proposta. As três primeiras colocadas concluíram o trabalho com êxito, de acordo com Julian Shorto, pesquisador do IPEN e um dos coordenadores do HackAtom.
O desafio maior, segundo Shorto, foi na segunda tarefa, em que as equipes receberam dados brutos de temperatura e pressão uma usina nuclear, durante um período de tempo, e também alguns sinais na instrumentação, como detetores de vibração, e teriam que encontrar a correlação entre esses dados e elaborar uma previsão. "Foi mais difícil, porque, aparentemente, não havia correlação. Eles tentaram, usaram técnicas de inteligência artificial, mas nenhum conseguiu resolver totalmente”.
Shorto atribui a dois fatores: o tempo de 24h para a resolução do desafio – muito curto, na avaliação dele, e o fato de os participantes não terem vivência de uma usina, o que torna missão quase impossível correlacionar dados "sem a prática da vida real”, o que, conforme o pesquisador, "naturalmente indicaria pistas para eles atuarem”. "Para quem não conhece nada de uma usina, ter apenas 24 horas é bem difícil. Eles foram até surpreendentes nos resultados obtidos”, avaliou.
Na reta final, das nove equipes inscritas, apenas quatro se mantiveram na disputa. Shorto acredita que, apesar do pouco tempo para o grau de complexidade dos desafios, o Brazil HackAtom cumpriu seu objetivo, de incentivar o interesse de alunos da física nuclear e de outras ciências exatas e tecnologias pela área nuclear. "O que podemos melhorar, em edições futuras, é o contato com as equipes, talvez oferecendo um tutor para cada uma, por exemplo, e também trabalhar com um pouco mais tempo, antes do evento, sobre questões gerais”.
A equipe de professores foi composta por oito membros, sendo três do IPEN – Shorto, Delvonei Andrade e Luis Antonio Albiac Terremoto. Da Rússia, participaram Dmitry Samokhin, Alex Nakhabov, Dmitry Raspopov, Alla Udalova, Dmitry Savkin. Cada avaliador deu duas notas, uma para o resultado em si e outra para a apresentação da equipe. Ao final, a equipe vencedora obteve maior pontuação com sete dos oito avaliadores.
Parceria promissora
Niklaus Ursus Vetter, gerente de Internacionalização do IPEN, comentou sobre "o estreitamento dos laços acadêmicos entre MEPhI e IPEN”, que, por meio de um acordo bilateral, propiciou intercâmbio de vários alunos de pós e de cursos de pós-graduação da USP ministrados por professores russos em colaboração com docentes do IPEN. "Com a realização do evento HackAtom no IPEN, esse acordo chega a outro patamar. Estamos visando, agora, a dupla titulação IPEN – MEPhI, para oferecer aos alunos um mestrado internacional que possa resultar em um aumento de suas oportunidades de carreira”.
"Para nós, o HackAtom não é apenas um evento para promover a tecnologia nuclear, é uma possibilidade de interagir com os jovens talentosos capazes de apresentar soluções realmente interessantes e inovadoras. Estamos realizando este evento no Brasil pela primeira vez em conjunto com nosso parceiro IPEN e esperamos que o HackAtom se torne nosso evento anual comum e atraia o maior número possível de participantes de diferentes universidades e institutos”, disse Valery Karezin, diretor de Projetos do Escritório de Projetos para o Desenvolvimento da Educação e Cooperação Internacional da Rosatom, após o anúncio dos vencedores.
Ruan Nunes, vice-diretor do Centro Regional da Rosatom para a América Latina, falou sobre a "grande satisfação” de poder promover e acompanhar a primeira edição do HackAtom e destacou a disposição e a participação "notáveis” das equipes. "A capacidade de resolver problemas complexos em 24 horas demonstra o quão preparados são os cientistas e estudantes da área. Nada resta além da dar os parabéns aos participantes, ao IPEN e a MEphi. Vamos aguardar ansiosos a próxima edição no ano que vem”.
Wetter, Karezin, Nunes e Dmitry Savkin, vice-reitor de Relações Internacionais do MEPhI participaram do anúncio dos vencedores. Está programada para o final do mês uma cerimônia de premiação. O HackAtom é realizado fora da Rússia desde 2021, a primeira competição foi organizada na Bulgária e depois em outros países, entre eles, Hungria e Argentina.
Equipes
1o lugar: HackIPEN – Noé Gabriel Pinheiro Machado, Sandro Minarrine Cotrim Schott, Jabison Rafael de Aguiar Bezerra Priscila Santos Rodrigues, Maria Eduarda Zaganin Rigo.
2o lugar: Hackerspace (FUSP/IPEN): Victor Keichi Tsutsumiuchi, Cristhian Ferreira Talacimon, Ícaro Vaz Freire, Ricardo Laranjeira Couro Pitta e Júlio de Oliveira Júnior.
3o lugar: Nuclear (UFRJ): João Victor Faria de Souza, João Victor Sigaud Andrade Guimarães, Gabriel Faria Beserra, William Luna Salgado e Vinícius Souza Pinheiro Silva
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- 17/10/2022 - XXI Workshop da pós em Tecnologia Nuclear debate temas inéditos e homenageia Shigueo WatanabeEvento, que teve transmissão em tempo real, foi considerado 'um sucesso' pelos participantes, com uma programação 'enriquecedora e diversificada', segundo a diretora Isolda Costa.
Evento, que teve transmissão em tempo real, foi considerado 'um sucesso' pelos participantes, com uma programação 'enriquecedora e diversificada', segundo a diretora Isolda Costa.
O XXI Workshop da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, realizado na manhã de sexta-feira, 14, mostrou por que continua sendo a principal referência na área nuclear, no Brasil. "Os números indicam o tamanho do Programa”, afirmou o professor Reinaldo Giudici, da Escola Politécnica da USP (Poli-USP), convidado para apresentar o colóquio "Área de Engenharias II: Desafios e Futuros”. De fato, alguns indicadores impressionam: só de alunos ativos são 428, e o total de 91 docentes credenciados.
De acordo com o presidente da Comissão de Pós-Graduação (CPG), Eduardo Landulfo, em termos de metas para o próximos anos, o Programa vai apoiar a participação de alunos e docentes em eventos científicos nacionais e internacionais, a publicação de artigos em periódicos e os trabalhos de campo, além de promover a manutenção de laboratórios e de seu funcionamento interno. Para isso, conta com uma equipe multidisciplinar, cujos integrantes foram citados nominalmente como forma de agradecimento.
"São eles que tocam o dia a dia de toda a área de ensino do IPEN, e eu quero aqui apresenta-los e fazer um agradecimento especial a cada um”, disse Landulfo. Além dele, fazem parte da equipe os pesquisadores Martha Marques Vieira, coordenadora do Centro de Ensino, e Almir Oliveira Neto, vice-presidente da CPG, Elsa Papp, Ilze Puglia, Andressa Santos, Bruna Roque, Érika Martins, Nathalia Kodama, Paula Oliveira, Thiago Hossaka, Paulo Balan, José Paulo Cupertino.
Landulfo também apresentou a prestação de contas dos recursos da CPG, relacionando as demandas e a utilização, o edital de credenciamento 2022, o calendário 2023 e as mudanças encaminhadas para apreciação e avaliação, tais como extensão do prazo de credenciamento para quatro anos, depósito digital de teses e dissertações, artigos como trabalho de conclusão e critérios de credenciamento e recredenciamento.
Colóquios e Prêmio
O professor Ricardo Teixeira, da Faculdade de Medicina da USP (FM-USP), abriu a programação do XXI Workshop apresentando o colóquio "Saúde Mental e Aprendizado”. Ele é o coordenador da Diretoria de Saúde Mental e Bem-Estar Social, vinculada à recém-criada Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP) da USP. Sanitarista com larga experiência no Sistema Único de Saúde (SUS), Teixeira apresentou dados alarmantes: 25% da comunidade faz uso de medicamento psiquiátrico e 50% referiu ter tido problemas de saúde mental no último ano.
Na sequência, o professor Cláudio Schön, da Poli-USP, apresentou o colóquio "A Graduação em Engenharia Nuclear”, que conta com a expertise do IPEN e a disponibilização de seus laboratórios e instalações nucleares. Aprovado em 2020 pelo Conselho Universitário da USP, com 89 votos favoráveis, nenhum contrário e apenas duas abstenções, o curso teve início em 2021, como habilitação do Departamento de Engenharia de Materiais, Metalúrgica e Nuclear.
Falando sobre os desafios e as perspectivas futuras para a área de Engenharias II, Reinaldo Giudici (Poli-USP) começou seu colóquio falando sobre o sistema nacional de pós-graduação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que possui 49 áreas avaliação organizadas em três grandes campos: ciências da vida, exatas e humanidades.
Um dos momentos mais emocionantes do evento foi o anúncio da criação do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese IPEN, com a presença do homenageado, que fez questão de falar, mesmo com sua limitação auditiva. Antes, Isolda Costa, fez um breve relato sobre sua trajetória acadêmica e científica, e destacou a "inestimável” contribuição do professor Shigueo ao ensino e à pesquisa no IPEN. "Eu fico muito contente quando vejo alunos que depois fizeram o curso comigo e continuaram suas carreiras. Muito obrigado a todos vocês”, disse Shigueo Watanabe, antes da foto com seus ex-alunos presentes.
O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Madison Almeida, também participou do XXI Workshop, compondo a mesa ao lado da diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, dos palestrantes convidados e da coordenadora de Ensino, Martha Vieira. O evento, que teve transmissão em tempo real, foi considerado "um sucesso” pelos participantes, com uma programação "enriquecedora e diversificada”, segundo as palavras de Costa.
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- 04/10/2022 - Webinário internacional 'Tecnologia das Radiações' está com inscrições abertas; IPEN representa o BrasilPesquisador Pablo Vasquez, do Centro de Tecnologia das Radiações do Instituto, participa de dois trabalhos com estudantes de doutorado
Pesquisador Pablo Vasquez, do Centro de Tecnologia das Radiações do Instituto, participa de dois trabalhos com estudantes de doutorado
"Tecnologia das Radiações” será tema do webinário que o Organismo Internacional de Energía Atómica (OIEA) e o Arcal promovem no próximo dia 4 (quarta-feira), das 15h às 17h45, com a participação de Brasil, Peru, México e Argentina. Representando a ciência nuclear brasileira, a equipe do pesquisador Pablo Vasquez, responsável pelas atividades de pesquisa e aplicação para preservação de objetos de patrimônio cultural com radiação ionizante no Instituto. Os interessados devem se inscrever nesse link.
Arcal é o acrônimo para Acuerdo Regional para la Promoción de la Ciencia y Tecnologías Nucleares en América Latina y el Caribe (Acordo Regional para a Promoção da Ciência e Tecnologia Nucleares na América Latina e no Caribe, em tradução livre). Trata-se de um pacto de cooperação técnica e econômica para promover o uso de técnicas nucleares para fins pacíficos e de desenvolvimento. Criado em 1984, o Arcal abrange as prioridades de desenvolvimento da região e se concentra em necessidades relacionadas à segurança alimentar, saúde, meio ambiente, energia e indústria, e segurança radiológica.
A participação do IPEN está relacionada a duas apresentações abordando as principais aplicações desta tecnologia na preservação de acervos, com os temas "Por una conservación más sostenible: la preservación de materiales arqueológicos y etnográficos por médio de la radiación gamma” e "Colecciones en papel y fotográficas: contribución del procesamiento con radiación ionizante”.
Ambas as palestras estão vinculadas às pesquisas desenvolvidas, respectivamente, por Ana Carolina Delgado Vieira, do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP (MAE/USP), e Malu Nagai, do Centro de Apoio à Pesquisa em História - CAPH (FFLCH/USP), durante o desenvolvimento do seu doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN-USP, orientadas por Vasquez.
"A AIEA [Agência Internacional de Energia Atômica], nos últimos anos, tenta "inovar” o uso da tecnologia nuclear, isto significa ‘aplicar’ os resultados das pesquisas realizadas atingindo o usuário final. Nesse sentido, mais do que alunas e colaboradoras, elas são "end-users”, pois trabalham diretamente na conservação e preservação de materiais de valor cultural tangível. São trabalhos pioneiros, de extrema importância e que ajudam a difundir ainda mais o uso da energia nuclear para fins pacíficos e o papel de liderança do IPEN nessa área”, afirmou o pesquisador.
A principal instalação do Instituto para esse fim – o Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 – é um empreendimento 100% nacional e bastante utilizado por museus e acervos particulares para a desinfestação de obras e objetos de arte.
Além de Vasquez, participam Susana Gonzáles (Instituto Peruano de Energía Nuclear/IPEN, Peru), Eduardo Robles Piedras e María Dolores Tenorio (Instituto Nacional de Investigaciones Nucleares/ININ, México), Alberto Muciño Vélez (Universidad Nacional Autónoma de México), Alfonso Ramón García Cueto (Instituto Mexicano de Ensayos No Destructivos, México) e Yesica Magali Dalto (Comisión Nacional de Energía Atómica/CNEA, Argentina).
Projetos
Visando fornecer estrutura para colaboração entre os Estados Membros, com apoio da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Arcal conta com inúmeros projetos que contribuem para ampliar o uso das técnicas nucleares nos países beneficiários, nas áreas de segurança alimentar (agricultura, alimentação, veterinária), saúde humana (medicina nuclear, radioterapia, física médica, radiofarmácia), meio ambiente (atmosfera, recursos hídricos, ambientes terrestre e marinho), energia e indústria, e segurança radiológica (aspectos normativos de proteção ao público e ao meio ambiente).
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- 30/09/2022 - Com apoio da Agência Internacional de Energia Atômica, IPEN promove curso sobre Segurança CibernéticaParticipantes abordaram a eficácia dos sistemas de segurança computacional e de medidas que fornecem proteção às instalações, essencial para a área nuclear no Brasil.
Participantes abordaram a eficácia dos sistemas de segurança computacional e de medidas que fornecem proteção às instalações, essencial para a área nuclear no Brasil.
A resposta a incidentes de segurança computacional é um aspecto importante da Segurança Nuclear, especialmente se considerarmos que os sistemas computacionais estão cada vez mais suscetíveis a ataques cibernéticos. Foi com a proposta de aprimorar os processos de gestão de incidentes cibernéticos nas organizações da área nuclear que o IPEN/CNEN solicitou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) o CyberSecurity Incident Response Team (CSIRT), encerrado nesta sexta-feira, 30.
Durante toda a semana, 23 participantes representando sete instituições participaram do treinamento técnico, que teve como focos os guias da AIEA e as boas práticas internacionais de resposta a incidentes de segurança computacional, voltados às instalações nucleares e radiativas, vitais para desenvolver e aprimorar as práticas de gestão. O curso foi baseado no documento intitulado Computer Security Incident Response Planning at Nuclear Facilities e incluiu conceitos da Nuclear Security Series (NSS), ambos da AIEA.
De acordo com Paulo Henrique Bianchi, chefe Serviço de Gestão de Redes e Suporte Técnico e coordenador pelo IPEN/CNEN, a iniciativa de promover o treinamento partiu do superintendente do Instituto, Wilson Calvo, por meio de tratativas iniciadas ainda em 2021 com Rodney Busquim e Silva, da Divisão de Segurança Nuclear da AIEA. "É um tema de extrema relevância para a área nuclear no Brasil, visto que os ataques cibernéticos estão aumentando cada vez mais, inclusive tendo como alvo órgãos governamentais”, disse.
Bianchi ressaltou o interesse do IPEN/CNEN, ao buscar essa parceria com a AIEA, de proporcionar a formação de recursos humanos especializados em Segurança Computacional "para termos condições de nos defender destas ameaças”. As expectativas se confirmaram: os participantes abordaram, no treinamento, a eficácia dos sistemas de segurança computacional e de medidas que fornecem proteção às instalações. Além disso, aprenderam como avaliar a capacidade de responder a incidentes de segurança computacional.
"Esperamos, com o término do curso, que os participantes estejam capacitados a aprimorar os processos de gestão de incidentes cibernéticos dos seus órgãos, com base nas melhores práticas sugeridas pela AIEA. Além disso, a realização do curso promoveu a cultura de segurança cibernética, reforçando aos participantes a grande importância da segurança computacional, que podem se tornar multiplicadores desta cultura em seus órgãos de origem”. Afirmou Bianchi.
Para Rodney Busquim e Silva, um dos instrutores, chamou a atenção o engajamento dos alunos, segundo ele "foi muito acima do esperado”. "Eles tiveram a oportunidade de assistir a aulas de instrutores internacionais e também de realizarem exercícios práticos em dois ambientes distintos: o ambiente hospitalar e uma planta nuclear. O ponto alto do treinamento foi no penúltimo dia [quinta-feira, 29], quando fizemos um exercício realista e imersivo durante todo o dia, onde puderam aplicar o conhecimento obtido no período do curso”, salientou.
Silva também mencionou o "fantástico apoio” do IPEN na execução do exercício, "inclusive permitindo que os alunos tivesses oportunidade de visitar o reator [IEA-R1] do Instituto e conversar a respeito de como uma instalação nuclear opera”. Além dele, também foram instrutores Ricardo Paulino Marques, da Escola Politécnica da Universidade de SãoPaulo (Poli/USP), Francesca Soro, do Austrian Institute of Technology (Áustria), Christophe Martin, da Électricité de France (França), e Gustavo Berman, da Comisión Nacional de Energía Atómica (Argentina).
Outro aspecto interessante do curso foi o fato de os participantes terem formações diversas. Não houve restrições quanto ao tipo de vinculação com o órgão de origem, isto é, puderam participar servidores, terceirizados e alunos da pós-graduação, que atuam ou possuem interesse no tema.
"Consideramos que a cultura de segurança cibernética, para ser efetiva, deve ser promovida para todos os colaboradores da empresa, sem distinção”, argumentou Bianchi. Para ele, durante o curso, ficou evidente a necessidade de envolver mais profissionais das áreas de Instrumentação e Controle e de Tecnologia Operacional (TO) nas atividades e treinamentos relacionados à Segurança Computacional, tendo em vista que cada vez mais dispositivos considerados críticos para a operação de instalações nucleares e radiativas estão se tornando digitais e conectados a dispositivos de Tecnologia da Informação (TI).
"Sempre vigilantes”
O analista em ciência e tecnologia do IPEN/CNEN e profissional de TI, Anderson Andrade, foi um dos participantes e destacou a importância do CSIRT devido ao aumento da presença das empresas no meio digital, que por consequência, acabam sendo alvos e podem sofrer incidentes de segurança Digital. "Além, é claro, do ganho de consciência e maturidade por parte das organizações quanto às necessidades de práticas de gerenciamento de riscos nessa área”, afirmou.
Andrade mencionou novas leis que têm surgido, como a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD 13709/2018, a fim de nortear a maneira como as organizações passam a tratar e proteger suas informações e de seus clientes. "Um CSIRT pode exercer tanto funções reativas, quanto proativas, auxiliando na proteção e segurança das organizações. Para os serviços reativos, podemos citar alertas de segurança, tratamento de vulnerabilidades, de incidentes de segurança e de artefatos, como worms, vírus, trojans, ransonwares, entre outros”.
No caso do Risco de Incidente de CyberSegurança Nuclear, Andrade avalia que há um risco maior relacionado aos ambientes de OT Operational Tecnology, "que podem ser afetados indiretamente por ações maliciosas e criminosas como hacker-ativismo, sabotagem, espionagem industrial e por aí vai. Também podem gerar falhas em sistemas críticos dos reatores de pesquisa e potência, além de causar diversos problemas similares em hospitais e clínicas que utilizam terapias nucleares. Por isso, temos que estar sempre vigilantes, atentos”.
Ele cita que o treinamento ofereceu a possibilidade de se trabalhar com um caso que pode se enquadrar em uma situação real. "Nos deparamos com uma circunstância em que um simples pen-drive causou um impacto de alguns milhões de dólares, além de criar riscos nucleares e contra a vida de diversos funcionário da Usina Nuclear estudada”, ressaltou. Para Andrade, ao oferecer o curso, "o IPEN demonstra seu protagonismo e antecipação de ocorrências, se preocupando sempre com o bem-estar de seus colaboradores e com a população em geral”.
Paulo Bianchi mencionou o "apoio essencial” da Fundação de Apoio e Fomento à Inovação Tecnlógica Pesquisa e Ensino – FAFITPE, "sem a qual o evento não teria sido possível”. Ao final, em nome da organização do evento, por parte do IPEN e da AIEA, agradeceu também à equipe da Comunicação Social, à Diretoria do Instituto e à Superintendência, bem como às suas secretarias, à COPLG e aos colaboradores do SEGRS que tanto nos ajudaram na organização do evento.
Ao final, o gurpo teve a oportunidade de conhecer o Reator Nuclerar de Pesquisas IEA-R1, do IPEN, em operação desde 1957, quando atingiu sua primeira criticalidade.
"Memorável oportunidade"
Nas boas-vindas aos instrutores e participantes, a diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, e o superintendente Wilson Calvo comentaram brevemente sobre o Instituto, seu pioneirismo e liderança em pesquisas nucleares no Brasil. Costa disse que era "um prazer recebê-los" e "uma honra" para o Instituto proporcionar um curso tão importante com apoio da AIEA.
Calvo mencionou alguns indicadores, destacando os mais de 3 mil titulados no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP e a consolidação de pesquisas e de tecnologias nucleares aplicadas à saúde, indústria, agricultura e meio ambiente. "É uma oportunidade memorável de troca de experiências e conhecimento na área de segurança computacional para instituições nucleares".
Instituições participantes
Além do IPEN, o treinamento contou com a presença de representantes da própria Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD/CNEN), das Indústrias Nucleares do Brasil S.A. (INB), da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), da Eletronuclear e do Centro Tecnológico da Marinha de São Paulo (CTMSP).
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- 15/09/2022 - Acidentes em usinas nucleares será tema de live com participação de pesquisador do IPEN-CNENO evento virtual, organizado pela Comissão Técnica de Energia do CRQ-IV, acontece no próximo dia 15/09/2022, às 19h30, no canal do Conselho no YouTube.
O evento virtual, organizado pela Comissão Técnica de Energia do CRQ-IV, acontece no próximo dia 15/09/2022, às 19h30, no canal do Conselho no YouTube.
O engenheiro químico Carlos Alberto Zeituni, gerente do Centro de Tecnologia das Radiações do IPEN, participará de live sobre Acidentes em Usinas Nucleares promovida pela Comissão Técnica de Energia do Conselho Regional de Química – CRQ-IV.
A live será realizada a partir das 19h30 de 15/09/2022, quinta-feira, no canal do CRQ-IV no YouTube .
Zeituni destacará o funcionamento de usinas nucleares, os principais riscos que levam a um acidente nuclear, os diferentes projetos de usinas nucleares.
O evento é gratuito e não é necessária inscrição prévia.
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- 15/09/2022 - Curso Pré-Congresso de Imersão no Teranóstico de Neoplasia de PróstataO evento ocorrerá no dia 15 de Setembro de 2022 no IPEN, em São Paulo
O evento ocorrerá no dia 15 de Setembro de 2022 no IPEN, em São Paulo
O workshop conjunto da SBMN (Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear) e IPEN terá como foco um dos temas mais relevantes da atualidade da Medicina Nuclear mundial: o diagnóstico e tratamento de câncer de próstata explorando PET-PSMA e terapias com radionuclídeos.
Estarão presentes convidados internacionais, incluindo o Dr. Enrique Estrada (México), Dr. Phillip Kuo e Dr. Abass Alavi (EUA), Dr. Stefano Severi (Itália) e Dr. Vasko Kramer (Chile), além de especialistas do Brasil como Dra. Elba Etchebehere, Dr. Emerson Bernardes, Dr. Juliano Cerci, Dra. Leticia Rigo, Dr. Paulo Rosado e Dr. Sérgio Altino, em um ambiente de imersão para a intensa discussão e aprendizado no assunto.
O evento é gratuito e as inscrições podem ser realizadas até o dia 09/09 através do e-mail secretaria.cr@ipen.br
Acesse aqui o programa
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- 01/09/2022 - 'Pertencimento, parceria e propósito são os pilares que melhor representam o IPEN', diz ministro Paulo AlvimSessão solene comemorativa, com a presença de autoridades, ocorreu nesta última quarta-feira (31), no Auditório Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni
Sessão solene comemorativa, com a presença de autoridades, ocorreu nesta última quarta-feira (31), no Auditório Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni
Pertencimento, parceria e propósito. Foram esses os três pilares que mais representam o IPEN-CNEN, na visão do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim. Na cerimônia pelo 66º aniversário do Instituto, após assistir à apresentação da linha do tempo do Instituto – sua fundação, conquistas e as perspectivas para o futuro –, Alvim destacou a contribuição "inestimável” do IPEN para ciência brasileira na área nuclear e reafirmou o compromisso com a continuidade do empreendimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
"Esses momentos de celebração e reconhecimento nos dão muito orgulho. Os nossos heróis da ciência precisam ser reconhecidos. O que se faz, num espaço como o IPEN, são trabalhos que não têm hora nem dia e cuja contribuição fica para a posteridade. São 66 anos de muita contribuição”, declarou o ministro, pontuando os três pilares que fazem do IPEN a instituição de referência que é para o Brasil. "Todas as pessoas que passam por aqui têm o conceito de pertencimento, por isso se dedicam, contribuem e continuam trabalhando como voluntários”.
O segundo "p” elencado por Alvim é de parceria: "Essa é uma instituição que pratica parcerias. Aqui, parceria é a palavra-chave”, acrescentou o ministro, em alusão aos projetos de arraste que o IPEN desenvolve em colaborações nacionais e internacionais. O ministro foi enfático ao mencionar o terceiro pilar: "propósito”. "Essa é uma instituição que tem um propósito. Não apenas de avanço, é mais do que isso. Quando vemos os cinco pontos de pesquisa do IPEN, vemos como a sociedade evoluiu”, completou.
Alvim se referia aos cinco focos de atuação do IPEN mencionados pela diretora substituta, Isolda Costa, em sua apresentação "Passado, Presente e Futuro”. Por fim, o ministro se dirigiu a José Augusto Perrotta – pesquisador emérito do IPEN e engenheiro que concebeu o projeto do RMB, garantindo os esforços para assegurar o fluxo estável e permanente de recursos, visando a implementação do empreendimento, que, segundo ele, é fundamental para o País.
"É uma estrutura de conhecimento do Estado, e precisa ser tratado como tal. E estamos nessa missão. O RMB não é relevante apenas para o IPEN, é para a pesquisa do País. É uma infraestrutura que vai transbordar conhecimento”, disse o ministro, lembrando que, atualmente, há uma posição favorável da comunidade científica brasileira em favor dos investimentos para o projeto – a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) aprovou, em sua última Assembleia Geral (no mês de julho), a Moção "Independência tecnológica e soberania nacional na área de radiofármacos e a finalização do RMB”.
Linha do Tempo – Passado
Para iniciar a cerimônia, Isolda Costa fez apresentação sobre a história do IPEN-CNEN, destacando as pesquisas e tecnologias desenvolvidas durante os 66 anos do Instituto. Também mencionou os 60 anos da então Divisão de Metalurgia Nuclear, hoje Centros de Tecnologia dos Materiais (CECTM), e Divisão de Engenharia Química, atual Centro de Química e Meio Ambiente (CEQMA).A tônica foram as conquistas nas seis décadas, até o momento atual, começando pela criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em 1956, do Instituto de Energia Atômica (IEA), em 1957, até sua mudança para IPEN, em 1970. Entre as conquistas da década de 60, destaque para o início dos estudos de purificação do urânio (1960), da produção de radiofármacos de forma rotineira (1962) e da fabricação de elementos combustíveis para todos os reatores nacionais (1964).
Na década de 70, Costa mencionou o estabelecimento de novas linhas de pesquisa
sob a liderança do professor Shigueo Watanabe (1972), o início do programa das aplicações das radiações na indústria e engenharia (1972), a criação do Centro de Processamento de dados do Instituto (1974) e da Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear em associação com a USP (1976).Nos anos 80, começou o projeto de conversão de urânio (1980), início da produção dos geradores de Tecnécio-99 (1982), atuação no acidente radiológico com o Césio-137 em Goiânia (1987) – o IPEN foi o primeiro ator presente no local e a inauguração do Reator de potência zero, IPEN/MB-01 (1988).
Na década seguinte, houve uma "mudança de paradigma”, com destaque para a Integração das atividades de pesquisas ambientais, marco do atual Programa de Meio Ambiente do Instituto (1996), a irradiação na agricultura (1996), a conclusão do projeto de modernização do IEA-R1, que chegava a 40 anos de atividade (1997) e a instalação do Cíclotron de alta energia (1999), dentre outros.
Os anos 2000 foram marcados pelo início do programa de células a combustível (2000), a inauguração do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, uma tecnologia 100% nacional (2004), e do Laboratório de Laser de Altíssima Potência (2005), a marca de 1 mil teses e dissertações defendidas (2009) na pós-graduação e a inauguração do Espaço Marcello Damy (2010).
De 2011 a 2018, o IPEN foi muito longe: chegou à marca do 100º elemento combustível produzido para o Reator IEA-R1 (2011), criou o Prêmio de Inovação Tecnológica (2014) e a Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São
Paulo IPEN/USP consolida-se com 109 empresas incubadas e 264 patentes e
marcas protocoladas (2014).Em 2016, os 37 radiofármacos do IPEN são protocolados na Anvisa. Em 2018, o Instituto desenvolveu a arquitetura do Projeto da Unidade Móvel de Radiação, foi contemplado em Edital da FAPESP para a modernização institucional e aquisição do SNOM e teve seu Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde aprovado na CAPES.
De 2019 a 2022
Em 2019, o IPEN produz 19 elementos combustíveis para o Reator IPEN/MB-01, um feito inédito. O ano de 2020, quando foi decretada a pandemia da Covid-19, o Instituto protagonizou uma série de ações de enfrentamento, entre eles, a esterilização de equipamentos de proteção individual (EPIs), em colaboração com outros órgãos e entidades, e a inativação do SARS-CoV-2 por radiação ionizante para a fabricação de soro anti-Covid-19, em parceria com o Instituto Butantã.Neste ano, chegou ao Centro de Lasers e Aplicações o equipamento SNOM, o que há de mais avançado em microscopia sub-nano a laser. Em colaboração com a Poli-USP, foi aprovada a Graduação em Engenharia Nuclear. Além desses feitos, foi firmado acordo com a Nissan para desenvolvimento de um veículo movido por Célula a Combustível de Óxido Sólido (SOFC). Em 2021, a incrível marca de 3 mil teses e dissertações defendidas no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear.
O futuro
Ao projetar o futuro do Instituto, Costa seguiu com a temática do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), tema do colóquio e razão da homenagem a José Augusto Perrotta, com sua indicação como Pesquisador Emérito, no primeiro dia de comemoração ao 66º aniversário do IPEN-CNEN, terça-feira, 30."Acreditamos que o RMB é o futuro e queremos dar continuidade a esse projeto, que possibilitará a produção de radioisótopos para mais de 30 tipos diferentes de radiofármacos, vai dobrar, imediatamente, o número de procedimentos anuais em medicina nuclear e garantir a estabilidade do fornecimento de radioisótopos no País, além de contribuir para a ampliação do número de clínicas e hospitais que oferecem serviços em medicina nuclear e promover economia de mais de 15 milhões de dólares por ano com custos de importação”, pontuou a diretora substituta.
Costa acrescentou que tanto o projeto RMB quanto os trabalhos anteriores do Instituto têm sido realizados "tendo em vista a missão do IPEN”. "É o compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população brasileira: produzindo conhecimentos científicos, desenvolvendo tecnologias, gerando produtos de maneira segura e formando recursos humanos para a área nuclear”, destacou.
Antes da sessão solene, Costa e o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, Madison Almeida, representando o presidente Paulo Pertusi, receberam o ministro Alvim, sua comitiva e demais convidados no espaço cultural Marcelo Dammy. Na sequência, para conhecer as instalações do Reator IEA-R1, no Centro do Reator de Pesquisas (CRPq), onde foram recebidos pelo gerente da área, Frederico Genezini.
Após a visita ao Reator, foi dado início à sessão solene, com execução do hino nacional brasileiro e a formação da mesa de honra, com a presença de Costa, Alvim, Almeida, e da professora Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP, Zeina Latif, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, vice-Almirante (EN) Guilherme Dionízio Alves, diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), vice-almirante Newton de Almeida Costa Neto, diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S. A. (AMAZUL), e Sergio Freitas de Almeida, secretário Executivo do MCTI.
Missão e parcerias
Representando o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior, Arminda ressaltou a missão do Instituto e o notável "respeito em relação ao IPEN, por cumprir uma importantíssima missão que engrandece esse país”. "É a aplicação generosa dos resultados da pesquisa, na área da saúde, do meio ambiente e, ao mesmo tempo, sem se descurar da importância da ciência para a mudança e o desenvolvimento do país”, acrescentou.A secretária Zeina Latif ressaltou dois fatores do Instituto que chamaram a atenção. O primeiro foi "a clareza da missão do IPEN. Segundo ela, "isso não é tão presente nesse chamado ecossistema de inovação”, mas é um fator fundamental.O segundo fator é as parcerias: "tenho convicção que essas parcerias são essenciais.Quanto mais aprofundarmos essas parcerias, mais eficiente vai ser todo o investimento feito”
Latif também disse que o objetivo é aumentar essas parcerias e que espera que a visita seja o início de uma jornada de estreitamento das relações com o IPEN-CNEN. Por último, ressaltou o caráter inovador das pesquisas do instituto e disse pretender "usar da melhor forma o serviço público” e "trazer o setor privado” para atuar em conjunto.
Também falando sobre as parcerias, Almeida Costa destaca o vínculo com o IPEN-CNEN, como uma das formas de "superar uma série de dificuldades da cultura do país, para que a população entenda a importância das pesquisas realizadas no instituto”. "A história do IPEN sempre foi focada no limite da ciência e da tecnologia, daquilo que é o avanço, que não tem de onde tirar”, acrescentou.
Dionízio Alves ressaltou a importância da parceria existente entre a Marinha e o IPEN, que vem de "mais de quatro décadas”. Também destacou as qualidades e importância das competências do Instituto, como o domínio dos ciclos do combustível e do urânio. "Poucos têm, no mundo”, enalteceu
Madison Almeida mencionou que o IPEN é o maior instituto da América Latina edestacou todas as atividades do Instituto, que atribuiu ao legado do professor Marcelo Dammy."Hoje todos estão em prol da missão e, mais do que isso, da visão do IPEN. A CNEN é muito grata ao IPEN. Sempre lembramos e passamos para a sociedade e demais autoridades que o IPEN tem o seu famoso núcleo, seus 11 centros de pesquisa. Se o IPEN tem hoje os reatores nucleares, os aceleradores de partículas de elétrons e seus irradiadores gama, também tem as tecnologias correlatas intermediando a área nuclear. São inúmeras possibilidades”, disse.
Homenagens
Dando sequência ao evento, foi realizada uma "homenagem in memoriam” aos 19 servidores falecidos entreagosto de 2021 e agosto de 2022. Em seguida, o ministro Alvin entregou certificado de menção honrosa ao pesquisador Lalgudi Ramanathan, em nome dos aposentados, e a Mitiko Saiki e Rajendra Narain Saxena, representando os colaboradores voluntários após a aposentadoria. Após o pronunciamento do ministro, a solenidade foi encerrada.-------
Leonardo Novaes, estagiário
(Com supervisão) -
- 31/08/2022 - Colóquio, nova marca do IPEN e homenagens na pós-graduação encerram primeiro dia de comemoraçõesRepresentantes de áreas do IPEN envolvidas no RMB expuseram detalhes do projeto, desde a sua concepção, e CPG homenageia docentes que não orientam mais no programa. Nova 'cara' do Instituto também foi apresentada.
Representantes de áreas do IPEN envolvidas no RMB expuseram detalhes do projeto, desde a sua concepção, e CPG homenageia docentes que não orientam mais no programa. Nova 'cara' do Instituto também foi apresentada.
Como parte da programação do primeiro dia de aniversário do IPEN, nesta terça-feira, 30, o Colóquio "A contribuição do IPEN-CNEN para o RMB”, reuniu representantes de áreas do Instituto envolvidas no projeto. A mesa foi formada pelos gerentes Elita Urano, do Centro do Combustível Nuclear (CECON), e Frederico Genezini, do Centro do Reator de Pesquisa (CRPq), José Claúdio Dellamano, do Serviço de Gestão de Rejeitos Radioativos (SEGRR), Nilson Dias Vieira Junior, ex-superintendente do IPEN e pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), Patrícia Silvia Pagetti de Oliveira, atual coordenadora técnica do RMB, e Ulysses D’Utra Biteli, gerente adjunto do Centro de Engenharia Nuclear (CEENG).
O tema do Colóquio foi o mote para a homenagem ao ex-coordenador técnico do RMB, José Augusto Perrotta, que recebeu o título de "Pesquisador Emérito", abrindo a programação do dia. Ele também participou do diálogo com os pesquisadores. A mediadora foi a diretora de Produtos e Serviços (COPRS), Tereza Cristina Salvetti. Ela conta que buscou direcionar a conversa para trazer um pouco da história do RMB, partindo, desde o início, da ideia do projeto com Perrotta. "E fomos conduzindo até chegar na conclusão dos licenciamentos e a expectativa, quem sabe no futuro, de que realmente seja implementado”.
Salvetti ressaltou que, apesar de o RMB ser um projeto da DPD (Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento) e contar com a participação de outras instituições, dos próprios institutos da CNEN, o IPEN teve uma participação muito importante, "porque os líderes do sistema todo eram pessoas do IPEN”, destacando a interação e a importância do Instituto para a realização do empreendimento. Ela começou pedindo a Perrorra que detalhasse mais o começo de tudo.
Na época, o superintendente do IPEN/CNEN era Vieira Junior, que falou sobre a concepção do RMB e a interface em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, a CNEN e o MCTI. O desenvolvimento do elemento combustível para o RMB foi tema comentado principalmente por Elita e Ulysses, devido suas contribuições específicas. As aplicações também foi um dos aspectos comentados, e, por último, houve maior espaço para a atual coordenadora técnica e do licenciamento nuclear do projeto, Patrícia Pagetti.
"Transmitir os grandes feitos”
O colóquio abordou todos os tópicos do RMB, "desde as licenças legais, o planejamento para a montagem do reator, os laboratórios de apoio e as aplicações que o reator terá”. Para Genezini, o principal destaque ficou por conta de o evento ter proporcionado "transmitir os grandes feitos” e resultados obtidos até o momento. Segundo o gerente do CRPq, a riqueza de detalhes transmitidos proporcionou que os próprios servidores do IPEN/CNEN tivessem maior conhecimento do empreendimento."Grande parte da comunidade do IPEN não conhecia muito, foi interessante o retorno que tivemos”, disse, lamentando não ter sido possível, dentro do tempo previsto, falar sobre "todos os esforços já dedicados ao RMB, projeto que ressalta já vir de "muito tempo” e que considera "muito maduro”. "Foi possível ter uma ideia dos resultados que já atingimos, mas não do ‘trabalho de formiguinha’ de todos os líderes presentes no colóquio. Em especial o Perrotta, de ir em universidades, eventos e fazer palestras”, concluiu.
Patrícia Pagetti participou do colóquio representando a contribuição do CEENG para o projeto do RMB e também as atividades que conduz "na parte de licenciamento ambiental e licenciamento nuclear do RMB junto aos órgãos e às autoridades competentes”. "São vários servidores do CEENG – engenheiros e físicos –, que participaram desde o começo do projeto de concepção, das discussões sobre avaliação e da análise crítica do projeto básico dos sistemas do reator”, disse.
Segundo Pagetti, cerca de 50% dos servidos do CEENG participam da implantação do RMB. "Em fase mais recentes, foram realizadas muitas reuniões técnicas com as empresas contratadas, que estavam desenvolvendo o projeto. E o pessoal do CEENG participando da avaliação crítica do projeto, colaborando para melhorar, evoluir. Além disso, temos uma participação bem forte na parte do licenciamento ambiental e do licenciamento nuclear pelo órgão regulador nuclear, para poder "começar a produzir o RMB”.
De "cara nova”
Ainda como parte da programação, o chefe da Assessoria de Comunicação do IPEN, Edvaldo Paiva, apresentou o Manual de Aplicação da Marca IPEN, elaborado pelo Design Lab, Núcleo Experimental do curso de Design da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em parceria com o Instituto. Foram apresentados o símbolo – elipses estilizadas em tons de azul, o logotipo, que são a composição da logo nova, agora mais moderna e dinamizada.Paiva explicou que houve a preocupação de passar aos designers a importância de a logo do IPEN "conversar” com as de outras unidades técnico-científicas da CNEN, com a elipse "em movimento”, simulando a energia de órbitas de um átomo. Também mostrou as diferentes formas de aplicação e as submarcas. Para as diretorias, foi mantido um tom de azul. Já os centros de pesquisa são grafados na cor laranja, a mesma da marca CNEN. Por fim, os núcleos, que serão representados pela cor lilás.
O Manual completo estará disponível em breve no site do IPEN, para download e orientações aos usuários. Aos poucos, a logo antiga será substituída em todos os documentos, produtos, serviços e material de divulgação. "A importância de ter o manual de fácil acesso vai possibilitar a uniformização e a organização do conjunto de manifestações visuais do Instituto”, disse Paiva.
Homenagens
Dando sequência à programação, a Comissão de Pós-graduação (CPG) de Tecnologia Nuclear homenageou os docentes que orientavam de forma voluntária no programa e que decidiram não continuar por motivos diversos. "Eles optaram por tomar novos rumos, mas não podem ser esquecidos em sua contribuição para a formação de recursos humanos – inclusive muitos de nós somos egressos, e então quisemos fazer essa homenagem”, explicou Eduardo Landulfo, presidente da CPG.A diretora do Centro de Ensino, Martha Marques Vieira, acrescentou que os homenageados deram uma contribuição "muito relevante” nos últimos 15 anos. Foram chamados os pesquisadores Nilson Dias Vieira Junior e Marina Koskinas, que representaram todos os docentes que não estão mais credenciados. Na sequência, a CPG e a direção do IPEN fizeram uma surpresa à Martha Vieira, ofertando-lhe um buquê de flores, por sua dedicação ao ensino, em todos os níveis, no Instituto.
A cerimônia foi aberta pela diretora substituta do IPEN, Isolda Costa, e pelo superintendente do Instituto, Wilson Calvo, que fizeram uma saudação de boas-vindas aos convidados.
A celebração do 66o aniversário do IPEN continua na quarta-feira, 31, com as presenças confirmadas do ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, da secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo (SDE/SP), Zeina Latif, do diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S. A. (AMAZUL), vice-almirante (EN) Newton de Almeida Costa Neto, do secretário Executivo do MCTI, Sergio Freitas de Almeida, do titular da DPD/NEN, Madison Coelho de Almeida, do diretor do CTMSP, vice-almirante (EN) Guilherme Dionízio Alves e da vice-reitora da USP, professora Maria Arminda do Nascimento Arruda.
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- 31/08/2022 - 'Não desisti da minha missão na área nuclear e não abandonei o RMB', diz Perrotta, em celebração no IPENAposentado recentemente, ex-coordenador técnico do empreendimento é homenageado com o título de Pesquisador Emérito do IPEN no primeiro dia de ecelebração dos 66 anos de fundação do Instituto
Aposentado recentemente, ex-coordenador técnico do empreendimento é homenageado com o título de Pesquisador Emérito do IPEN no primeiro dia de ecelebração dos 66 anos de fundação do Instituto
"Não desisti da minha missão na área nuclear, não renunciei ao meu conhecimento adquirido e não abandonei a implantação do Empreendimento RMB. É uma forma de mudança de atitude para uma busca de soluções. Penso que devo me posicionar em defesa dos nossos ideais, das nossas instituições, da preservação da ética, da competência e da meritocracia nessa nossa área estratégica e importante da tecnologia nuclear.”
A afirmação é do engenheiro José Augusto Perrotta, a propósito de sua aposentadoria "não programada” e a consequente saída da coordenação técnica do Projeto Reator Multipropósito Brsileiro (RMB). Homenageado pelo IPEN/CNEN como "Pesquisador Emérito” no primeiro dia de celebrações do 66º aniversário do Instituto, terça-feira, 30, Perrotta fez um discurso emocionado e contundente sobre sua carreira e a importância do empreendimento para o Brasil.
Dizendo-se preocupado com "o futuro da instituição, do projeto RMB e da área de tecnologia nuclear do País", Perrotta mostrou os "números superlativos” do empreendimento: o investimento necessário de US$ 500 milhões, o terreno de 2 milhões de m2 com uma área de proteção ambiental de 730 mil m2, um reator de pesquisa de 30 MW e laboratórios de processamento e manuseio de radioisótopos, de feixe de nêutrons, de análise por ativação neutrônica e de análise pós-irradiação de combustíveis e materiais.
"São mais de 20 instalações suporte, mais de 60 mil m2 de construções e 10 Km de vias internas”, ressaltou Perrotta. E os números superlativos não param por aí. De acordo com Perrotta, já foram produzidos mais de 16 mil documentos de engenharia, com mais de 2 milhões de homens-hora de engenharia, mais de 2.500 reuniões técnicas realizadas e quatro projetos de encomenda do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e um total investido de R$ 280 milhões.
O pesquisador também mencionou as 10 mil mudas de árvores nativas plantadas para recomposição de mata ciliar do Ribeirão do Ferro, que corta o sítio do RMB, ratificando a preocupação para que o empreendimento seja "ambientalmente correto”, um dos pilares de sustentabilidade do projeto. Perrotta destacou a "grande missão” do RMB, de ser nuclear em dois sentidos, o de embrionário de um grande centro de pesquisas e tecnologia, na área nuclear.
"O RMB não é apenas o projeto de construção de um reator de pesquisa, mas sim, a exemplo do que ocorreu com a implantação do reator IEA-R1 para o IPEN, é o estabelecimento de um grande centro de tecnologia nuclear que nasce com a construção do reator de pesquisa e instalações associadas. Ele é efetivamente um projeto de arraste e estruturante para o Programa Nuclear Brasileiro. Ao redor do reator se expandirão laboratórios, conhecimento, desenvolvimento tecnológico, formação de recursos humanos, inovação e suprimento da sociedade com os produtos e serviços que trazem consigo os benefícios da utilização pacífica da energia nuclear”.
Em seu discurso, Perrotta fez um retrospecto da carreira e comentou que o interesse pela área nuclear surgiu quando ainda era criança, aos 10 anos. "Me lembro, ainda criança, talvez uns 10 anos, moleque de rua – eu vivia na rua jogando bola, soltando pipa –, no bairro do Engenho Novo, no Rio de Janeiro, que, numa dessas resenhas da molecada, veio a pergunta "o que eu seria quando crescesse”. Lembro, perfeitamente, até hoje, essa cena, e eu disse sem hesitar ENGENHEIRO NUCLEAR!!”, exclamou.
Vocação predestinada
Prestes a completar 69 anos (28 de outubro), Perrotta nasceu no "Dia do Funcionário Público” e dia de São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis, no mesmo ano do lançamento do Programa Átomos para a PAZ (8 de dezembro de 1953). Três anos depois, em 1956, veio a criação da CNEN, e, em 1957, a fundação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e do Instituto de Energia Atômica (IEA), atual IPEN. "Portanto, nasci na era da aplicação da energia nuclear para fins pacíficos em benefício da sociedade”, brincou.O pesquisador acredita ter nascido com a missão de atuar na área nuclear e de contribuir para esse fim. "A vida sempre me encaminhou nesse caminho. Vários foram os sinais de estímulos a perseverar, não desanimar, e os apoios e cuidados recebidos para que isso ocorresse foram muitos”, afirmou. Perrotta fez questão de mencionar que sempre estudou em escolas públicas, do então primário à faculdade, tendo se formado em dezembro de 1977 como engenheiro civil, no Instituto Militar de Engenharia (IME – Rio de Janeiro).
Em janeiro de 1978, casou-se com Rosângela, presente na cerimônia, e brincou que nem teve tempo de curtir o momento. "Nem tivemos lua de mel, pois já estava fazendo o mobralzinho do PRONUCLEAR para mestrado em Engenharia Nuclear no próprio IME. Ganhei a bolsa e fiz o mestrado especial que dava o direito de ir fazer doutorado nos Estados Unidos, mas preferi concluir no País”. Perrotta dedicou um agradecimento especial à esposa, a quem "deve grande parte do sucesso da carreira”.
Carreira de sucesso
O pesquisador mencionou sua passagem pelo Departamento do Combustível Nuclear de Furnas, onde acredita ter feito um trabalho "marcante” e "fantástico”, que se tornou metodologia padrão de Furnas para as curvas operacionais de valores de reatividade de barras de controle do reator. Gostava do trabalho, mas, após a morte do pai, a quem ajudava na função de jornaleiro, aceitou mudar para São Paulo e trabalhar no Programa Autônomo de Tecnologia Nuclear (PATN) e no IPEN.Com os dois filhos ainda pequenos – Gabriela tinha 3 anos e o André ainda não havia completado um ano – e sabendo que seria uma dificuldade maior para a esposa Rosangela, tinha consciência do grande desafio que lhe esperava, no auge de seus 29 anos. "Era para trabalhar no desenvolvimento autônomo da tecnologia nuclear nacional. Hoje tenho certeza de que esse era meu destino e foi uma decisão acertada”, disse, referindo-se à tarefa de projetar o combustível e o núcleo do reator de propulsão naval.
Foi na metade dos anos 90, em decorrência da famosa "pá de cal” no PATN, que passou a se dedicar à Divisão de Engenharia do Núcleo do Departamento de Reatores do IPEN (RT) e concluiu seu doutorado, sob a orientação de José Rubens Maiorino. "E convidamos, não por acaso, o Dr. Rex Nazareth, principal responsável do PATN, a fazer parte da banca da minha defesa”, afirmou. No final da década, ajudou na criação do Centro de Engenharia Nuclear, tendo sido o primeiro gerente eleito pelos pares no IPEN.
Em 2002, foi convidado a trabalhar na Seção de Segurança de Reatores de Pesquisa da AIEA, em Viena, onde atuou no esforço inicial do trabalho conjunto dos Departamentos de Segurança, de Energia e de Aplicações para organização de guias, documentos técnicos e serviços sobre os reatores de pesquisa para suporte aos países membros da Agência. "Hoje existem mais de cem documentos emitidos e vários serviços disponíveis aos países membros. O RMB também utiliza alguns desses documentos da IAEA”.
Em 2003, voltou ao Brasil para contribuir na estruturação do Programa de Células a Combustível, aglutinando os vários grupos técnicos que estavam se desenvolvendo na área. "Ganhamos projeção nacional e, através do MCTI, fomos indicados coordenadores do Programa Nacional de Células a Combustível (PROCAC) em projeto de encomenda através da FINEP”, contou.
Perrotta também falou de sua passagem pela Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Material Nuclear (ABACC), onde coordenou o desenvolvimento e a qualificação do método inovador de amostragem de UF6 em plantas de enriquecimento para determinação de teor isotópico. "Denominamos esse método de ABACC-Cristallini em homenagem ao Dr. Osvaldo Cristallini que trabalhava conosco. Esse é um fato relevante para a ABACC”.
No seu retorno ao IPEN, passou a dirigir projetos especiais. Segundo Perrotta, a cronologia dos fatos de certa forma o empurrou para o que considera o grande projeto de sua carreira profissional e talvez a grande missão que teria a realizar e para a qual foi preparado ao longo dos vários anos de trabalho: o Projeto RMB. No Programa de Ação Em Ciência Tecnologia e Inovação (PACTI 2007-2010) do então MCT, havia destaque para a área nuclear com a recomendação de construir um reator para autonomia nacional na produção dos radioisótopos para a medicina nuclear.
Liderado pela Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da CNEN, o projeto seria tocado por líderes e executores oriundos dos institutos da CNEN e a parceria do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP). Perrotta foi designado como coordenador de gestão e coordenava os trabalhos dos vários especialistas. Chegou a ser titular da DPD de julho de 2011 a outubro de 2012, concomitantemente, e, pela função de direção, tornou-se membro do Conselho Superior do IPEN.
"Como diretor da DPD fui designado Membro do Conselho Superior do IPEN e contribuí para a renovação do convênio CNEN-IPEN-SDE-SP-USP que é de grande importância à CNEN, ao IPEN e ao RMB”, disse Perrotta. Para ele, "muito foi realizado no projeto RMB, mas, ainda, aquém do que foi inicialmente planejado”. Essa realização – COMPLEMENTA – existiu por vontade dos muitos que apoiaram o projeto desde seu início,” como é o caso do IPEN, instituição líder do projeto”.
Antes de encerrar seu discurso com os agradecimentos, Perrotta mencionou a expansão do acordo de parceria com a empresa de engenharia Amazônia Azul (AMAZUL), também da Marinha, em 2017, para apoio na implantação de engenharia do empreendimento. Citando algumas das realizações do empreendimento, afirmou que, nos últimos sete anos, a falta de recursos financeiros e a falta de apoio efetivo e político contribuíram para que a construção do RMB não fosse iniciada.
Por fim, agradeceu os pares, afirmando que "todos os trabalhos e realizações se devem ao grupo de pessoas, técnicos, e especialistas que comigo trabalharam”. Perrotta lembrou de apoiadores do projeto "que nos deixaram ao longo do caminho”, entre eles, Afonso Aquino, que foi colaborador na área de comunicação do RMB, fez uma saudação especial ao atual superintendente do IPEN, Wilson Calvo, e agradeceu à diretora substituta, Isolda Costa, e aos ex-superintendentes Claudio Rodrigues e Spero Morato, "entre outros de igual importância”.
Emocionado, dirigiu-se à espoca Rosângela, com quem está casado há 44 anos, dizendo que tudo que fez ou pode fazer profissionalmente foi porque teve o seu incentivo e suporte. "Toda vez que decidi mudar de serviço e cidade, viajar por longos períodos e me dedicar à minha profissão tive seu apoio e compreensão. Eu ficava tranquilo sabendo que ela realizava todo o necessário para cuidar de nossa família. Grande parte do sucesso da minha carreira se deve a você Rosangela. Muito Obrigado! Beijo”.
Também foram citados os filhos Maria Gabriela e André e as netas Isabella e Valentina, presentes na cerimônia, "por nos dar brilho nos olhos”. Fez um agradecimento à mãe, dona Maria, ainda viva, 99 anos) e à irmã Carmen, que sempre o ajudaram e o acolheram nas idas de trabalho ao Rio de Janeiro. "Casa da mamãe é hotel 10 estrelas”, brincou.
Encerrou com uma dedicatória especial: "Gostaria também de dedicar essa homenagem de pesquisador emérito ao meu pai. Imigrante italiano, na década de 30, ainda jovem, foi de verdade um grande brasiliano que criou raízes, constituiu família e contribuiu para o crescimento do país através do seu trabalho honesto e dedicado, e na criação e educação da geração que o sucedeu. Meu orgulho e admiração por ele, a quem dedico essa homenagem”.
"Perrotta é Multipropósito”
Antes de Perrotta receber o diploma de Pesquisador Emérito, coube ao amigo e testemunha de sua dedicação ao RMB e à área nuclear brasileira, Francisco Rondinelli Júnior apresentar o homenageado aos presentes. Atual coordenador geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da CNEN, Rondinelli mencionou aspectos da carreira de Perrotta e ressaltou o fato de ele ser oriundo da rede pública de ensino, um exemplo "do mérito do ensino público brasileiro”.Enquanto elencava os trabalhos realizados por Perrotta, Rondinelli brincou dizendo que "Perrotta é multipropósito”, levando a plateia ao riso. Destacou que o homenageado foi o engenheiro que concebeu o RMB e que "o desenho do seu pensamento” está preservado em um quadro e deve ser guardado para a posteridade. Mencionou ainda outros prêmios e honrarias concedidos a Perrotta e encerrou dizendo que ainda "faltam 30 páginas a serem preenchidas com coisas a fazer”, elogiando a "forma humana com a qual Perrotta dedicou ao País”.
A celebração do 66o aniversário do IPEN continua na quarta-feira, 31, com a presença do ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, da secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo (SDE/SP), Zeina Latif, do diretor-Presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S. A. (AMAZUL), vice-almirante (EN) Newton de Almeida Costa Neto, do secretário Executivo do MCTI, Sergio Freitas de Almeida, do titular da DPD/NEN, Madison Coelho de Almeida, do diretor do CTMSP, vice-almirante (EN) Guilherme Dionízio Alves e da vice-reitora da USP, professora Maria Arminda do Nascimento Arruda.
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Texto: Ana Paula Freire
Colaborou Leonardo Novaes, estagiário -
- 24/08/2022 - IPEN celebra 66 anos de criação destacando sua contribuição para o desenvolvimento científico nacionalO evento acontece nos dias 30 e 31 de agosto e contará com um colóquio sobre a contribuição científica e tecnológica desenvolvida por pesquisadores, tecnologistas e demais profissionais do Instituto para o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)
O evento acontece nos dias 30 e 31 de agosto e contará com um colóquio sobre a contribuição científica e tecnológica desenvolvida por pesquisadores, tecnologistas e demais profissionais do Instituto para o projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB)
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) completará 66 anos de existência na próxima quarta-feira (31). Para comemoração da data, será realizada cerimônia no auditório Prof. Dr. Rômulo Ribeiro Pieroni, anexo ao bloco da Administração da Instituição.
O evento acontecerá nos dias 30 e 31 de agosto de 2022. No primeiro dia, será realizado um colóquio com o tema "A contribuição do IPEN-CNEN para o Reator Multipropósito Brasileiro - RMB”. O objetivo é reunir pesquisadores, engenheiros e demais servidores que participaram ativamente do projeto para o RMB e apresentarem depoimentos que resgatem o legado em conhecimento, tecnologia, inovação produzidos no Instituto desde 2008.
A abertura será realizada pela diretora substituta Isolda Costa. Na ocasião, será apresentado o manual de uso da marca do novo logotipo do IPEN, desenvolvido pelo Design Lab da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
O Presidente da comissão de Pós-Graduação IPEN-USP, Eduardo Landulfo, e a gerente do Centro de Ensino, Martha Marques Ferreira Vieira, homenagearão docentes que após décadas de contribuição para formação acadêmica de aproximadamente três mil profissionais, deixam o curso.
Pesquisador Emérito
O evento também contará com anúncio do Pesquisador Emérito do IPEN 2022, José Augusto Perrotta, até recentemente coordenador técnico do empreendimento RMB. O coordenador Geral de Aplicações das Radiações Ionizantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Júnior, saudará Perrotta e prestará agradecimentos. O título de Pesquisador Emérito é concedido a pesquisadores aposentados e que tiveram valorosa contribuição na área do desenvolvimento científico e tecnológico no País.
Perrota foi tecnologista sênior da CNEN, exercendo a função de Coordenador Técnico do RMB, e se aposentou em 2022. Possui graduação em Fortificação e Construção pelo Instituto Militar de Engenharia (1977), mestrado em Engenharia Nuclear pelo Instituto Militar de Engenharia (1980) e doutorado em Tecnologia Nuclear pelo curso de Pós-Graduação IPEN-USP (1999).
O colóquio "A Contribuição do IPEN-CNEN para o RMB” será mediado pela coordenadora de Produtos e Serviços do IPEN,Tereza Cristina Salvetti. Ela anunciará os participantes que discorrerão sobre suas experiências no projeto e os desenvolvimentos alcançados.
Além de Perrotta e Salvetti, estão confirmadas as participações dos Drs. Elita Fontenelle Urano de Carvalho, Frederico Antônio Genezini, José Claudio Dellamano, Nilson Dias Vieira Junior, Patrícia da Silva Pagetti de Oliveira, e Ulysses D’Utra Bitelli.
Sessão Solene e homenagens
No dia 31, data de fundação do Instituto, a sessão solene comemorativa terá início às 10h, com a formação de uma mesa de honra e saudações de autoridades de instituições parceiras.
Isolda Costa, diretora substituta do IPEN-CNEN, destacará, na abertura, os principais desenvolvimentos realizados pelo Instituto cujos Centros de Ciência e Tecnologia dos Materiais e de Química e Meio Ambiente completam 60 anos de atividades. Também serão mencionados os 65 anos de operação do Reator Nuclear de Pesquisa IEA-R1.
A sessão contará com pronunciamentos de autoridades da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (AMAZUL), Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), Universidade de São Paulo (USP), Secretaria de Estado do Desenvolvimento econômico Sustentável (SDE/SP) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
O evento encerra-se com a homenagem aos servidores que completaram 20, 25, 35, 40, 45 e 50 anos de atividades no IPEN. O servidor com mais tempo de atividade no Instituto representará os demais ao receber Menção Honrosa das mãos do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim. Na sequência, serão lembrados os servidores aposentados e os colaboradores voluntários que prestam serviços ao Instituto, muitos ainda na orientação de trabalhos acadêmicos.
Leonardo de Novaes, estagiário
(com supervisão)
Arte: Mário Lima -
- 22/08/2022 - Pesquisadores do IPEN/CNEN têm participação de destaque em conferência da Agência de Energia AtômicaAlém dos dez trabalhos apresentados, pesquisadores foram convidados como palestrantes com o objetivo de mostrar as experiências de sucesso da tecnologia nuclear aplicada a diversos segmentos
Além dos dez trabalhos apresentados, pesquisadores foram convidados como palestrantes com o objetivo de mostrar as experiências de sucesso da tecnologia nuclear aplicada a diversos segmentos
Três pesquisadores do IPEN/CNEN estão em Vienna, Áustria, para apresentação de trabalhos na Second International Conference on Applications of Radiation Science and Technology – ICARST 2022 (Segunda Conferência Internacional sobre Aplicações da Ciência e Tecnologia da Radiação, em tradução livre). Financiado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o evento começou nesta segunda-feira, 22, e termina na sexta-feira, 26.
Pablo Vásquez, Yasko Kodama e Wilson Calvo, todos vinculados ao Centro de Tecnologia das Radiações (CETER) do IPEN/CNEN são os participantes em Vienna. Vásquez também integra o Comitê Científico do ICARST e é o pesquisador com o maior número de trabalhos a apresentar, cinco no total. O pesquisador é responsável pela linha de pesquisa para preservação de objetos de patrimônio cultural e pelo Irradiador Multipropósito de Cobalto-60 do CETER.
Outros três pesquisadores, Rafael H. Lazzari Garcia, do Centro do Combustível Nuclear (CECON), Solange Sakata, do CETER, e Nelida del Mastro, docente no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear IPEN/USP, também apresentaram trabalho, no caso de Garcia e Sakata, de forma remota.
O ICARST é uma conferência internacional promovida a cada quatro anos pelo Departamento de Ciência e Aplicações Nucleares da AIEA e tem como objetivo de promover o intercâmbio de informações e a troca de experiência entre pesquisadores e profissionais do setor nuclear de todo o mundo, no que se refere às aplicações da tecnologia nuclear nos mais diversos segmentos, entre eles, a preservação de acervos culturais, uma área na qual o IPEN/CNEN é muito atuante e reconhecido internacionalmente.
Os cinco trabalhos de Vásquez são (1) Desenvolvimento de uma metodologia para a conservação de negativos de chapas de vidro fotográficos históricos com processamento por radiação ionizante; (2) Aplicações de emergências de processamento de radiação para descontaminação de equipamentos de proteção individual na pandemia de COVID-19 – a experiência brasileira; (3) Mais que veneno: acervos contaminados do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE-USP); (4) Novas tendências e aplicações das radiações ionizantes para a preservação de materiais tangíveis do patrimônio cultural e (5) O que poderia acontecer além do uso de radiação em herança cultural.
Calvo apresentará dois trabalhos: (1) Desenvolvimento de um Sistema de Irradiação para produção de radioisótopos gasosos e da Perfilagem Gamma Tomográfica 2-D para solução de problemas em processos industriais no Brasil e (2) Desenvolvimento e construção de um Acelerador de Feixe de Elétrons Móvel para tratamento de reciclagem de efluentes industriais no Brasil.
Sakata e Kodama apresentarão um trabalho cada, respectivamente "Óxido de Grafeno reduzido obtido por radiação gama para a produção de biossensores de glicose” e "Efeitos da dose absorvida de radiação gama no enxerto de VBC em filmes de LDPE e no desempenho de células de combustível de membrana de troca aniônica” (ver abaixo os títulos originais de todos os trabalhos, no inglês).
"Temos muito orgulho dos nossos pesquisadores que nos representam em diferentes fóruns acadêmicos e científicos, mostrando a excelência das pesquisas do IPEN e ao mesmo tempo divulgando o Instituto para o mundo. Na conferência ICARST, são trabalhos de extrema relevância para o País, que vão ao encontro das propostas da Agência Internacional, dentre eles, melhorar a saúde humana e a segurança alimentar, contribuir para a preservação do patrimônio cultural e do nosso meio ambiente”, disse Isolda Costa, diretora substituta do IPEN/CNEN.
Todos os projetos apresentados são financiados pela AIEA, assim como a participação dos pesquisadores na Conferência. Para que houvesse maior número de profissionais da ciência e da indústria, a AIEA buscou parcerias junto a instituições e programas internacionais com atuação e/ou interesse no tema. No caso da América Latina, foi articulada parceria entre o Departamento de Cooperação Técnica da AIEA e o Acordo Regional de Cooperação para a Promoção da Ciência e da Tecnologia Nucleares da América Latina (ARCAL), do qual o Brasil é signatário.
Sobre o ICARST
O sucesso da primeira ICARST, em 2017, motivou a AIEA a partir para esta segunda edição. Dois conceitos básicos definem essa conferência: o primeiro é a oportunidade de rever os principais desenvolvimentos nas aplicações da ciência e tecnologia da radiação, bem como o "estado da ciência" neste campo, e também as iniciativas nacionais, regionais e globais para a implementação de aplicações industriais comprovadas que levam a benefícios socioeconômicos e fortalecem a capacitação nos Estados Membro da AIEA.A outra motivação é que a conferência possa servir como uma plataforma composta por meio da qual a indústria e a academia podem fomentar novas iniciativas para garantir o sucesso das tecnologias de radiação no enfrentamento dos desafios emergentes em várias áreas.
Os trabalhos do IPEN/CNEN
Pablo Vásquez:
· Development of a methodology for the conservation of historical photographic glass negatives with ionizing radiation processing;
· Emergency applications of radiation processing for decontamination of personal protective equipment in the COVID-19 pandemic – Brazilian experience
· More than poison: contaminated collections at the Museum of Archeology and Ethnology (MAE-USP)
· New trends and applications of ionizing radiation for the preservation of tangible cultural heritage materials
· What can go beyond the use of cultural heritageWilson Calvo:
· Development of an Irradiation System for production of gaseous radioisotopes and of a Tomographic 2-D Gamma Scanning for industrial process troubleshooting in Brazil
· Development and construction of a Mobile Electron Beam Accelerator for industrial effluent recycling treatment in BrazilSolange Sakata
· Reduced graphene oxide obtained by gamma radiation for the production of glucose biosensorsYasko Kodama
· Effects of gamma radiation absorbed dose on VBC grafting onto LDPE films and on anion exchange membrane fuel cells perfomanceRafael H. Lazzari Garcia
· The Influence of Gamma Radiation Doses on rGO/Pt for Energy Storage ApplicationsNelidaLucia del Mastro
· Sustainable Packaging Materials for the Food Industry: Role of Radiation Technology -
- 03/08/2022 - Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde inicia sua 4ª turmaA recepção aos novos alunos se deu na tarde de 3 de outubro, no prédio de Ensino e marcou a retomada das aulas presenciais do curso
A recepção aos novos alunos se deu na tarde de 3 de outubro, no prédio de Ensino e marcou a retomada das aulas presenciais do curso
A física Denise Zezell, coordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde e pesquisadora do Centro de Lasers e Aplicações do IPEN, abriu a cerimônia de abertura para a quarta turma informando sobre a retomada das aulas presenciais após o período mais agudo da pandemia de Covid-19. Ofereceu, também, orientações sobre o funcionamento do curso e seu regimento.
Isolda Costa, diretora substituta do IPEN-CNEN deu as boas-vindas aos novos alunos estimulando-os no desenvolvimento de atividades que proporcionem o fortalecimento de suas carreiras no mercado de trabalho. Wilson Aparecido Parejo Calvo, superintendente do IPEN, complementou as informações citando as possibilidades do Instituto em parcerias e oportunidades na carreira acadêmica.
A pesquisadora do Centro de Ciência e Tecnologia das Radiações (CETER), e vice-coordenadora do Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde, Maria Elisa Chuery M. Rostelato estava visivelmente emocionada ao receber os alunos da 4ª. Turma e com a possibilidade da retomada das aulas presenciais.
A aula inaugural do curso foi proferida pela pesquisadora do Centro de Radiofarmácia (CECRF) do IPEN e professora do Curso de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde, Elaine Bortoleti de Araújo.
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- 29/07/2022 - Mesa Redonda com participação de ex-diretor da CNEN marca o penúltimo dia da 74ª edição da SBPCIvan Salati, ex-diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN será o moderador
Ivan Salati, ex-diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN será o moderador
O penútimo dia da 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para Progresso da Ciência (SBPC) contará com palestra sobre "Emergências Radiológicas: Um Sistema de Resposta para Acompanhamento de Radioacidentados”. Nesta sexta-feira (29), a partir das 14h, o ex-diretor de radioproteção e segurança nuclear da CNEN, Ivan Salati, coordenará a Mesa Redonda, em Brasília.
A palestra será transmitida ao vivo no canal do Youtube da SBPC, das 14h às 16h. Os palestrantes serão os médicos Nelson Valverde (consultor da IAEA e da FEAM), Alexandre Maurmo (FEAM/Eletronuclear) e Maria Paula Curado (UFG e H.A.C. Camargo).
A atual edição do maior evento científico do país tem o tema "Ciência, independência e soberania nacional”, em alusão ao ano que marca o bicentenário da Independência do Brasil e o centenário da Semana de Arte Moderna. O evento acontece na Universidade de Brasília (UnB) e conta com atividades presenciais e remotas.
Acompanhe a mesa redonda pelo link: HTTPS://youtube.com/SBBNbiocienciasnucleares.
Mais informações no site: https://ra.sbpcnet.org.br/74RA/
Leonardo de Novaes
(estagiário com supervisão) -
- 24/07/2022 - IPEN e CNEN terão participantes na 74ª Reunião Anual da SBPCO evento será realizado de forma híbrida entre os dias 24 e 30 de julho na UnB
O evento será realizado de forma híbrida entre os dias 24 e 30 de julho na UnB
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) retornará suas Reuniões Anuais de maneira presencial após dois anos por conta da pandemia de Covid-19. Nesta edição, a reunião acontecerá de forma híbrida, com atividades presenciais e virtuais, nos quatro campi da Universidade de Brasília (UnB) - Brasília, Ceilândia, Gama e Planaltina.
O tema escolhido para este ano é "Ciência, independência e soberania nacional”, em alusão ao ano que marca o bicentenário da Independência do Brasil e o centenário da Semana de Arte Moderna.
A atual edição contará com uma Programação Científica composta por conferências, mesas-redondas, painéis, webminicursos e a sessão de pôsteres, que inclui a Jornada Nacional de Iniciação Científica. Outras atividades também serão realizadas, como a SBPC Cultural e a SBPC Jovem e o Dia da Família na Ciência.
A Reunião Anual da SBPC tem como objetivo debater políticas públicas nas áreas de Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação e difundir os avanços da Ciência para a população. O público reunido varia entre pesquisadores, gestores de ciência, tecnologia e inovação, autoridades públicas, professores, alunos, entre outros.
Dentre os participantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear estarão Wilson Aparecido Parejo Calvo (IPEN), Silvia Maria Velasques de Oliveira (CNEN), Ivan Salati (CNEN).
A CNEN também marcará presença com um estande na EXPOT&C, na segunda edição da Avenida da Ciência do MCTI, na EXPOT&C. Pesquisas e serviços realizados pelos institutos da CNEN são apresentados ao público visitante. Os servidores Antonio Rodriguez Alvarez, do Serviço de Comunicação Institucional (SECOI) e Fabio Menani Pereira Lima, da Coordenadoria de Planejamento e Gestão (COPLG) representarão o IPEN na mostra.
Mais informações no link: https://ra.sbpcnet.org.br/74RA/sobre-a-reuniao/apresentacao/
Leonardo Novaes
(com supervisão) -
- 01/07/2022 - Primeiro encontro presencial de projeto sobre fontes radioativas seladas é sediado pelo IPEN-CNENInstituto foi palco para discussões sobre modelos de armazenamentos de fontes seladas para representantes de mais de 30 países
Instituto foi palco para discussões sobre modelos de armazenamentos de fontes seladas para representantes de mais de 30 países
O IPEN-CNEN sediou, de 27 de junho a 1º de julho, a "Reunião sobre o estabelecimento e manutenção de um Inventário Nacional de Fontes Radioativas Seladas (SRS, sigla em inglês) - INT9186”. O evento reuniu presencialmente, pela primeira vez, os participantes do projeto. Estiveram presentes membros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) além de representantes internacionais de mais de 30 países, das Américas, da África, da Ásia e de parte da Europa.
Com discussões sobre o armazenamento de fontes seladas e seu controle, o evento teve organização local por conta de Ítalo Henrique Alves, da Coordenação de Planejamento e Gestão (COPLG), Roberto Vicente, pesquisador do Serviço de Gestão de Rejeitos Radioativos (SEGRR) e Julio Takehiro Marumo, gerente do SEGRR. Foram recebidos pelo instituto os técnicos da AIEA, Vivian Pereira Campos e Walter Truppa, além dos cerca de 50 representantes internacionais. Campos, do Chile, é engenheira ambiental com pós-graduação em proteção radiológica e segurança das fontes seladas de radiação. O argentino Truppa, expert convidado da AIEA, é subgerente do Sistema de Intervenção em Emergências Radiológicas e Nucleares da Autoridade Regulatória Nuclear (ARN).
O evento consistiu na troca de informações sobre a situação do controle de fontes seladas em cada um dos países representados. As apresentações possibilitaram o intercâmbio de ideias e discussões sobre o controle regulatório dessas fontes.
Com a troca de experiências, a expectativa é de que todos os países sejam favorecidos a partir do conhecimento compartilhado de práticas, sistemas e marcos regulatórios. Os técnicos da AIEA avaliam que é de grande importância o compartilhamento das experiências entre os países para que as metodologias apresentadas possam ser replicadas.
"O encontro foi muito importante para conhecer a realidade dos outros países e também tomar como exemplo o que fazem, para poder ser implementado”, disseram Truppa e Campos.
Iniciado na segunda-feira, com abertura oficial de Wilson Calvo, superintendente do IPEN-CNEN, o evento também contou com outros atrativos. Houve uma apresentação sobre o RAIS - Sistema para Controle Regulatório que inclui os processos para controle de fontes seladas disponibilizado pela AIEA aos países membros -, além de discussões sobre os melhores caminhos para o controle destas fontes e uma apresentação do acervo de fontes seladas e da radiofarmácia do IPEN-CNEN.
No decorrer da semana, a busca foi por fornecer modelos e caminhos para a gestão de fontes seladas nos diferentes países visando mapear as diferenças e semelhanças entre os modelos e seguir aqueles utilizados pelos países mais desenvolvidos nesse aspecto. Segundo Alves, os principais países que podem servir de espelho para os demais são os que já usam sistemas informatizados próprios ou o RAIS – que atualmente está em sua versão RAIS+.
Na avaliação dos organizadores do evento, os objetivos deste encontro foram atendidos e a perspectiva é que haja ganhos para todos os países a partir das experiências trocadas.
Leonardo Novaes
Estagiário
(com supervisão) -
- 20/06/2022 - IPEN sedia primeira Escola Brasileira de Segurança Física Nuclear com chancela da AIEAForam selecionados 40 candidatos, de 14 estados diferentes. A expectativa futura é que possa haver outras edições para contemplar os candidatos que ficaram de fora.
Foram selecionados 40 candidatos, de 14 estados diferentes. A expectativa futura é que possa haver outras edições para contemplar os candidatos que ficaram de fora.
Pela primeira vez, acontece, no país, e em língua portuguesa, a Escola Nacional Brasileira de Segurança Física Nuclear (ENBSFN), desenvolvida pelo programa "International Nuclear Security Education Network" (INSEN) da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, da sigla em inglês). Destinado a jovens profissionais, o evento teve início nesta segunda-feira, 20, no auditório "Prof. Rômulo Ribeiro Pieroni", no bloco A do IPEN/CNEN, na Cidade Universitária.
A coordenação local da ENBSFN está a cargo dos pesquisadores Jorge Eduardo de Souza Sarkis, do Centro de Lasers e Aplicações (CELAP), e de Delvonei Alves de Andrade, do Centro de Engenharia Nuclear (CEENG). Apesar de prioritariamente destinado a quem está em início de carreira, o curso também abrange amplo espectro de pessoas envolvidas na área nuclear, como alunos, profissionais da área e jovens profissionais militares.
Foram selecionados 40 candidatos, de 14 estados diferentes. A expectativa futura é que possa haver outras edições para contemplar os candidatos que ficaram de fora.
Na abertura do evento, Andrade deu as boas-vindas aos participantes e na sequência apresentou os demais componentes da mesa. Ricardo Fraga Gutterres, diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da CNEN, Antônio Teixeira, pesquisador do Centro de Engenharia Nuclear do IPEN/CNEN, e Oum Hakam, diretora científica da IAEA, por parte do INSEN.
Em seguida, foram exibidos três vídeos com mensagens do presidente da CNEN, Paulo Roberto Pertusi, do diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD/CNEN), Madison Almeida, e da diretora substituta do IPEN/CNEN, Isolda Costa. Almeida também deus as boas-vindas e comentou que "a iniciativa traz protagonismo ao IPEN”.
O titular da DPD lembrou que todos os as unidades técnico-científicas da CNEN são partícipes em atividades de segurança física e nuclear e também de segurança radiológica. "E segurança física nuclear é um campo muito rico para várias orientações e trabalhos acadêmicos de forma que todas as iniciativas na área são muito bem-vindas”, completou.
Costa saudou a todos em nome do IPEN/CNEN e ressaltou "o interesse da instituição em celebrar a cooperação que envolva projetos e parcerias, sejam nacionais ou internacionais, e o grande potencial que temos para concretizar esstas colaborações”. "Temos as portas abertas e estamos dispostos a estimular e apoiar todos os tipos de colaboração, sejam científica, tecnológica ou regulatória”, finalizou.
Na sequência, Andrade passou a palavra a Sarkis, que deu um panorama geral do programa. Segundo ele, os objetivos do curso são apresentar aos alunos a segurança física nuclear como uma questão cultural. "Tão importante quanto você ter um núcleo técnico, objetivo, de infraestrutura, é ter a chamada cultura de segurança nuclear. Ou seja, não adianta ter uma ferramenta se você não sabe usá-la. Então, não adianta eu fornecer segurança se nós não tivermos uma cultura nuclear”, disse Sarkis.
Segundo ele, é o que a escola veio oferecer: a questão técnica muito forte, "mas também como traduzir essa questão técnica numa questão cultural”, afirmou. Ainda de acordo com Sarkis, há 54 módulos dentro do curso, os quais abordarão importantes aspectos da segurança nuclear. "O objetivo é não aprofundarmos muito, mas que os participantes conheçam todo o leque”, explica. Encerrando a abertura, Hakam fez uma breve apresentação da IAEA.
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- 20/06/2022 - Pioneira na produção de radiofarmácos no Brasil, Constância Pagano ganha homenagem no IPENPlaca com nome da pesquisadora foi descerrada no Centro de Radiofarmácia do Instituto. cerimônia contou com a presença do titular da DPD/CNEN, Madison Almeida.
Placa com nome da pesquisadora foi descerrada no Centro de Radiofarmácia do Instituto. cerimônia contou com a presença do titular da DPD/CNEN, Madison Almeida.
Ousadia e determinação. Palavras que marcaram a trajetória profissional da pesquisadora Constância Pagano Gonçalves da Silva, pioneira no desenvolvimento de radiofármacos no IPEN/CNEN com importante contribuição para a medicina nuclear no Brasil. Foi ela quem, na década de 60, atuou de forma decisiva na produção de Iodo-131. Na quarta-feira, 15, às 11h30, a Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da CNEN prestou-lhe homenagem, descerrando placa com seu nome no Centro de Radiofarmácia (CECRF) do Instituto.
A cerimônia contou com a presença da homenageada, do titular da DPD, Madison Almeida, da diretora substituta do IPEN/CNEN, Isolda Costa, do filho de Constância, Sergio Pagano Gonçalves da Silva, do gerente do CECRF, Emerson Soares Bernardes, e da pesquisadora Maria Elisa Rostelato, além de outros pesquisadores e técnicos do Instituto que tiveram a oportunidade de trabalhar com a homenageada. Profissionalismo, rigor, ética foram alguns dos adjetivos apontados pelos presentes, em seus depoimentos.
Almeida começou apresentando Constância e falando da satisfação em recebê-la no IPEN/CNEN. "Para nós, realmente é um momento muito rico. Vamos inaugurar esta placa onde está realmente registrada a importância da Dra. Constância. Ela representa, para o IPEN/CNEN, mais de 60 anos de produção de radiofármacos, sendo a pioneira no País. Acadêmica na década de 1950, nos anos 60 começou a fazer todas as entregas científicas que resultaram no protagonismo do IPEN/CNEN. Por conta disso, tem o Brasil hoje uma medicina nuclear tão extensa”, afirmou.
Pesquisadora emérita do IPEN/CNEN, Constância foi fundamental no desenvolvimento da radiofarmácia nacional e soma contribuições a partir de seus conhecimentos e experiências obtidas ainda na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). "Comecei no centro de medicina nuclear da Faculdade de medicina, onde importavam radioisótopos. Chegou o momento em que falei: – temos um reator nuclear em São Paulo, então, por que não vamos fazer os radioisótopos lá?”, costumava declarar Constância.
A pesquisadora seguiu questionando o porquê de se importar radioisótopos se o IPEN já tinha um reator nuclear de pesquisas capaz de produzir radiofármacos. Obstinada, foi para a França, onde fez estágio a fim de aprender os caminhos para concretizar seu objetivo. Na sua volta, produziu o Iodo-131 no Reator Nuclear de Pesquisa IEA-R1. De acordo com Sérgio Pagano, Constância sempre foi muito exigente. "Disso eu sei, porque sou o filho único dela”, brincou, acrescentando que frequentou o Instituto desde quando tinha apenas um ano de idade.
Para ele, a mãe é um "padrão de referência”. "Ela trabalhou no IPEN de 1958 até 1995 e depois ainda voltou em 1997, 1998, ficando até 2012. Até esse ano lembro dela vindo aqui todos os dias. E é engraçado que quando a gente fala do IPEN ela muda. É muito bom ver a forma como até hoje as pessoas lembram dela. Não só na placa, mas a presença vai estar sempre aqui. Então, eu gostaria de agradecer por tudo o que vocês fizeram e estão fazendo por ela. Muito obrigado”.
Isolda Costa destacou o papel feminino de liderança exercido por Constância, em uma época de predominância masculina. "Pesquisadora, mulher, pioneira, incentivadora, que soube honrar a confiança que o ex-superintendente, na época, o Dr. [Romulo Ribeiro] Pieroni, e o IPEN depositaram nela – incentivando-a a estagiar na França –, ao voltar e criar e estruturar toda a área da Radiofarmácia no Instituto”, afirmou a diretora substituta.
A pesquisadora Maria Elisa Rostelato, do Centro de Tecnologia das Radiações (CETER), falou de sua relação acadêmica com Constância Pagano e destacou seu papel como orientadora. Ela fez seu mestrado e doutorado estudando fontes radioativas para braquiterapia voltadas ao tratamento de diferentes tipos de câncer e comentou sobre a influência de Constância na formação de novos pesquisadores. "As pessoas ressaltam muito a pesquisadora e a gestora que a Dra. Constância foi, mas é importante também falar de seu papel na orientação de mestrandos e doutorandos”.
De acordo com Rostelato, Constância era "fantástica”, "rigorosa”. "E era também incentivadora, isso que deu certo. Com ela aprendi a levar muito a sério a responsabilidade da saúde das pessoas”.
Emerson Bernardes comentou que Constância "foi uma pessoa que estabeleceu um padrão de exigência que continua até hoje, no Centro de Radiofarmácia”. "Foi justamente o profissionalismo e a excelência estabelecidos o que mais me marcou. Não cheguei a trabalhar com ela, mas isso é o que posso dizer, diante de tudo o que ouvi”, acrescentou.
Na sequência, todos os presentes se dirigiram ao local do descerramento da placa, com Almeida, Isolda, Constância e seu filho removendo a capa. "Doutora Constância, aqui ficará seu nome gravado para sempre”, concluiu o titular da DPD/CNEN.
Sobre a homenageada
Constância Pagano Gonçalves da Silva bacharelou-se em química, em 1951, e licenciou-se na área em 1965. Pela Escola Politécnica da USP, concluiu seu mestrado em Tecnologia Nuclear (1970) e, no instituto de Química (IQ-USP), defendeu seu doutorado em química inorgânica (1974). Iniciou sua carreira na Divisão de Radioquímica do então Instituto de Energia Nuclear - IEA/USP, atual IPEN, no prédio do Reator IEA-R1. Logo em seus trabalhos iniciais, obteve destaque com a produção de Iodo-131, a partir da técnica de destilação úmida, utilizando-se o Reator Nuclear de Pesquisa IEA-R1 – operante no Instituto desde 1957. O radioisótopo Iodo-131 era usado para estudos da tireoide. Nos anos seguintes, Constância geriu a condução das pesquisas e a construção de um complexo de prédios, inaugurado em 1974, para produzir radiofármacos rotineiramente. Nascia a primeira radiofarmácia pública do Brasil.