Ipen na Mídia
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- 28/09/2023 - Nota de pesar - Shigueo WatanabeFonte: CNEN
Shigueo Watanabe é um renomado físico brasileiro que deu contribuições significativas para o avanço da ciência nuclear no Brasil. Sua carreira notável e dedicada à pesquisa e ao ensino influenciou profundamente a comunidade científica brasileira e deixou um legado duradouro no campo da física nuclear.
Uma das contribuições mais destacadas de Shigueo Watanabe foi sua pesquisa pioneira no desenvolvimento de detectores de partículas nucleares. Ele trabalhou incansavelmente na construção e aprimoramento de detectores de partículas, tornando-se uma figura-chave na física experimental de alta energia no Brasil. Seu trabalho nesse campo contribuiu significativamente para a compreensão das interações nucleares e da estrutura dos núcleos atômicos.
Seu trabalho sobre como o próton e o nêutron interagem formando o dêuteron, apresentando um potencial diferente dos potenciais individuais, teve grande destaque no meio científico. O potencial proposto para o dêuteron recebeu o nome de Potencial de Watanabe.
Além disso, Watanabe desempenhou um papel fundamental na formação de jovens cientistas brasileiros, atuando como orientador de várias gerações de estudantes de pós-graduação. Sua dedicação ao ensino e à orientação de pesquisadores em início de carreira ajudou a fortalecer a base científica do Brasil, no campo da física nuclear.
Outra área de destaque nas contribuições de Watanabe foi sua participação ativa na organização de conferências e eventos científicos, promovendo o intercâmbio de conhecimentos e o fortalecimento da colaboração entre cientistas brasileiros e estrangeiros na área da física nuclear.
Membro titular e ex-diretor executivo da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, organizou uma Olimpíada Paulista de Física (em paralelo à de matemática, que ele já organizava) entre 1985 e 87, mas, por falta de apoio, essa experiência não foi continuada.
Watanabe sempre mostrou preocupação em garantir que estudantes de baixa renda pudessem desenvolver seus estudos sem precisar trabalhar. Essa preocupação se transformou em um programa de bolsas de estudo para estudantes carentes que conquistassem medalhas de ouro nas olimpíadas de matemática do Estado de São Paulo, organizadas durante sua gestão como diretor-executivo da ACIESP.
Por meio de suas pesquisas, seu compromisso com o ensino e seu papel como facilitador da cooperação científica, Shigueo Watanabe deixou uma marca indelével na ciência nuclear brasileira. Sua dedicação e paixão pelo campo inspiraram e continuam a inspirar gerações de cientistas brasileiros a contribuir para o avanço da física nuclear e da ciência em geral no Brasil. Suas realizações são um testemunho do potencial científico do país e de sua capacidade de produzir pesquisadores de destaque internacional.
Por sua contribuição à ciência nuclear brasileira e às pesquisas no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), foi outorgado Pesquisador Emérito, em 2005, em cerimônia que contou com a presença do então ministro de C&T, Sérgio Rezende. Na ocasião, professor Shigueo plantou mudas de cerejeiras que florescem anualmente em agosto. Em 2022, foi homenageado com a criação do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese IPEN.
Nascido em 1924, na cidade de Araçatuba, interior paulista, Shigueo Watanabe, o primeiro nikkei do Departamento de Física da então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, morreu nesta terça-feira, 26 de setembro.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) expressa seu profundo pesar e solidariedade. Sua partida representa uma lacuna irremediável na comunidade científica e na pesquisa nuclear brasileira. Agradecemos imensamente pela cooperação, dedicação e contribuições ao IPEN, à CNEN e ao Programa Nuclear Brasileiro.
Francisco Rondinelli Júnior
Presidente da CNEN -
- 26/09/2023 - Brasil é destaque na 67ª Conferência da AIEA com projetos de inovação tecnológica e uso responsável da energia nuclearFonte: CNEN
Brasil mais uma vez ratifica seu compromisso com a inovação tecnológica e o uso responsável da energia nuclear ocupando um papel de destaque na 67ª Conferência da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O evento, que reúne especialistas e líderes globais na área nuclear, teve início nesta segunda-feira, 25, em Viena (Áustria) com mais de 2,8 mil participantes, sendo 2.575 representantes dos Estados-Membros.
A AIEA é conhecida por seu papel fundamental na promoção do uso seguro e pacífico da energia nuclear em todo o mundo. A conferência anual da AIEA é um ponto de encontro para discutir avanços tecnológicos, desafios globais e oportunidades de cooperação no campo nuclear, e também para considerar e aprovar o orçamento da Agência e decidir sobre outras questões levantadas pelo Conselho de Governadores, pelo Diretor-Geral e pelos Estados-Membros.
Um dos principais destaques da delegação brasileira, que conta com a participação do secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luis Fernandes, é a apresentação de projetos de inovação incorporando tecnologias de ponta para minimizar o impacto ambiental e maximizar o aproveitamento da energia nuclear, em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), à qual a AIEA está vinculada.
Além disso, o Brasil está compartilhando sua experiência e conhecimento em segurança nuclear, enfatizando a importância da cooperação internacional para garantir que a energia nuclear seja usada de maneira segura e responsável em todo o mundo.
Representando o MCTI, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) assumiu, este ano, a coordenação do Brasil na exposição da Conferência Geral, que começou nesta terça-feira, 26, e é uma espécie de "vitrine” para cada país. O estande brasileiro apresenta ao público as principais inovações de responsabilidade da CNEN, com destaque para dois projetos estruturantes, o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e o Centro Tecnológico Nuclear e Ambiental (CENTENA).
Luis Fernandes, do MCTI, e Francisco Rondinelli Júnior e Wilson Calvo, respectivamente presidente e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN, receberam o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, na inauguração do estande do Brasil. Também presentes na recepção a Grossi o embaixador e Chefe da Delegação Brasileira, Carlos Márcio Cozendey, a embaixadora Cláudia Viera Santos e o ministro Ricardo Maschietto Ayrosa, ambos da Missão Brasileira em Viena.
O desenvolvimento da área nuclear no Brasil, bem como os acordos regionais foram pontuados por Grossi, na visita ao estande. Ele destacou a colaboração Brasil e Argentina, a qual ele vê"com carinho”. Também ressaltou a importância do número de empresas envolvidas com a área nuclear no Brasil e a estreita cooperação entre elas, favorecida, em grande parte, pela CNEN.
Na visita, Rondinelli entregou um cheque simbólico de 50 mil euros referente à contribuição complementar para o projeto de cooperação ReNuAl (do inglês Renovation of the Nuclear Applications Laboratories, ou Renovação dos Laboratórios de Aplicações Nucleares, em tradução livre) de Seibersdorf, da AIEA, na Áustria.
Uma das finalidades é prestar assistência técnica aos Estados-Membros nas áreas da alimentação e da agricultura, da saúde humana, do ambiente e do desenvolvimento e utilização de instrumentos científicos nucleares. São essenciais para o apoio da Agência aos Estados-Membros na utilização de tecnologias nucleares pacíficas para alcançar os ODS. Reconhecendo a importância dos laboratórios de Seibersdorf, em setembro de 2020 Rafael Grossi anunciou a intenção de concluir sua a modernização.
Cinquenta e um Estados-Membros e vários doadores não-tradicionais fizeram contribuições extraorçamentárias, totalizando mais de 63 milhões de euros para a modernização dos laboratórios.
Projetos estruturantes
O RMB é um marco significativo no cenário científico e tecnológico do Brasil. Este projeto de grande envergadura representa um avanço notável na área nuclear, concebido para desempenhar múltiplos papéis, desde a produção de radioisótopos para uso médico e industrial até a pesquisa científica e o treinamento de profissionais na área nuclear.
"O RMB reflete o compromisso do Brasil em utilizar a energia nuclear de maneira responsável e benéfica para a sociedade, oferecendo uma plataforma versátil que contribuirá significativamente para o avanço da ciência, medicina e tecnologia no país e na região”, afirmou Wilson Calvo, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da CNEN
O projeto CENTENA tem como objetivo projetar, construir e comissionar a primeira instalação de tecnologia nuclear e ambiental para a eliminação de rejeitos radioativos de baixo nível na América do Sul. A CNEN é responsável pela regulamentação e fiscalização das atividades nucleares no Brasil, incluindo a gestão segura de rejeitos nucleares. O CENTENA é um núcleo de segurança e sustentabilidade para o Brasil.
Casos de sucesso
As diretrizes da CNEN para a inovação tecnológica compreendem três áreas: tecnologias nucleares” (reatores, instrumentação e materiais, ciclo do combustível etc.); aplicações das radiações ionizantes na saúde, indústria, agricultura e meio ambiente; e radioproteção e dosimetria. Em todas, a CNEN atua com excelência, e sua expertise está demonstrada em três casos de sucesso apresentados no Side Event de Inovação da Conferência: os projetos GraNioTer, Unidade Móvel e Aplicações de Radiotraçadores na Indústria de Petróleo e Gás.
O Caso 1 – projeto "Produção de Grafeno a partir da esfoliação química do grafite natural e aplicações (MGgrafeno)”, tem o propósito de desenvolver uma rota de produção de grafeno a partir do grafite natural, estabelecer e operar uma planta piloto, a partir de um acordo técnico firmado entre o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (CODEMGE).
Na esteira dos estudos de materiais avançados e minerais estratégicos, o CDTN lidera também o projeto Granioter, que tem o propósito de se estabelecer como um HUB tecnológico nacional para promover a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação baseadas em grafeno, nióbio, terras raras, dentre outros materiais e minerais com demanda global em crescimento.
Segundo Wilson Calvo, as indústrias nucleares e de energia podem obter vantagem do desenvolvimento de aplicações potenciais de nanomateriais de grafeno, além de nióbio e terras raras. O projeto resultou na proteção de dez ativos de propriedade intelectual: três softwares, três segredos de know-how, três pedidos de patentes e um desenho industrial.
O Caso 2: Projeto Técnica de radiotraçadores em plataformas offshore de petróleo e gás e plantas de processamento, é liderado pelo Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), em colaboração com a Empresa Brasileira de Petróleo (PETROBRAS) e uma pequena empresa spin-off de base tecnológica (ATOMUM). Tem como objetivo de desenvolver um protótipo e métodos para medir o fluxo de petróleo e gás em dutos.
As grandes vantagens das técnicas de radiotraçador são a possibilidade de realizar intervenções em tempo real, sem influenciar o funcionamento normal de uma instalação. Além disso, a utilização de baixas concentrações do radiotraçador, devido à alta sensibilidade de detecção do sistema, não apresenta risco radiológico aos trabalhadores nem causa danos ou contaminação aos equipamentos e ao meio ambiente.
Caso 3 – O projeto Unidade Móvel com Acelerador de Feixe de Elétrons é liderado pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN), em parceria com a TRUCVAN e apoio da AIEA. Em 2019, conquistou o prêmio Internacional Atomexpo, em Sochi, na Rússia, pelo caráter inovador e de contribuição ao meio ambiente.
Desenvolvida com o objetivo de ampliar a capacidade nacional de tratar efluentes industriais utilizando aceleradores de feixe de elétrons, a instalação itinerante visa melhorar a qualidade dá água nas áreas urbanas, um dos principais desafios que as sociedades enfrentam neste século.
"Desafios globais"
Durante a conferência, os representantes brasileiros estão participando ativamente de painéis de discussão, apresentando pesquisas e colaborando com outros países para enfrentar os desafios globais relacionados à energia nuclear, como a gestão de resíduos nucleares e a não proliferação de armas nucleares.
A presença marcante do Brasil na 67ª Conferência da AIEA demonstra o compromisso do país em promover a inovação e a excelência no setor nuclear. O Brasil reafirma seu papel como um ator global na área nuclear e seu compromisso com o uso pacífico da energia nuclear para benefício da humanidade.
A CNEN também integrou a mesa do Side Event sobre a recém-criada Rede Regional de Reatores de Pesquisa na América Latina e Caribe (RIALC, da sigal em espanhol)
"Átomos para a Paz e o Desenvolvimento”
Na abertura, o diretor-geral Rafael Mariano Grossi deu as boas-vindas à Gâmbia e a Cabo Verde como novos Estados-Membros da AIEA desde a última Conferência Geral – agora, são 177 Estados- Membros. Em seu segundo mandato, Grossi mencionou a pandemia e a guerra entre Rússia e Ucrânia como "acontecimentos trágicos por si só”, mas que também "tornam mais difícil – e urgente – enfrentar a calamidade cada vez mais presente das alterações climáticas e os desafios muito graves da pobreza, da doença, da fome e da alimentação, da água e da energia”.
O diretor-geral da AIEA também salientou consistência e transparências nas ações, e afirmou que "a energia nuclear é mais segura do que nunca e é mais segura do que quase qualquer outra fonte de energia”. Segundo ele, isso se deve em grande parte ao compromisso da área e ao papel da AIEA. "Setenta anos depois do famoso discurso que ajudou a fundar a AIEA, o sonho de ‘Átomos para a Paz’, agora Átomos para a Paz e o Desenvolvimento, continua vivo. Tornar isso realidade depende de todos nós”, concluiu.
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- 20/09/2023 - Nova diretoria da ACIESP toma posseEm cerimônia na FAPESP, também foram empossados os novos membros titulares e afiliados da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, além dos integrantes do Conselho Diretor para o próximo triênio
Em cerimônia na FAPESP, também foram empossados os novos membros titulares e afiliados da Academia de Ciências do Estado de São Paulo, além dos integrantes do Conselho Diretor para o próximo triênio
Fonte: Agência FAPESP
Maria Fernanda ZieglerEm cerimônia realizada no auditório da FAPESP na última quinta-feira (14/09), o professor da Universidade de São Paulo (USP) Adriano D. Andricopulo tomou posse como presidente da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) para o triênio 2023-2026, tendo como vice a bióloga Marie-Anne van Sluys, também da USP. Josué de Moraes, da Universidade Guarulhos (UNG), tornou-se o novo diretor-executivo da entidade e Norberto Peporine Lopes, da USP, assumiu como diretor financeiro.Também foram eleitos os membros do Conselho Diretor para o próximo triênio: Maria Lúcia Carneiro Vieira (Ciências Agrárias), Carlos Alfredo Joly (Ciências Biológicas), Isolda Costa (Ciências da Engenharia), Maria de Fátima Andrade (Ciências da Terra), Renato Janine Ribeiro (Ciências Humanas e Sociais), Flavio Ulhoa Coelho (Ciências Matemáticas), Hernan Chaimovich (Ciências Químicas), Paulo Artaxo (Ciências Físicas) e Vanderlan S. Bolzani (ex-presidente da Aciesp).Os suplentes eleitos são: Carlos F. O. Graeff (Ciências Físicas) e Ana Maria Fonseca de Almeida (Ciências Humanas e Sociais). Tomaram posse ainda os novos membros titulares e afiliados da academia. Com isso, a Aciesp fica com 274 membros titulares e 16 membros afiliados (grupo que inclui pesquisadores com menos de 40 anos)."Queremos nos estabelecer como um centro de pensamento sobre o Estado de São Paulo, com estudos aprofundados em busca de soluções tecnológicas, inovadoras e de propostas de políticas públicas para questões estratégicas da sociedade paulista, como educação, saúde, meio ambiente, energia, diversidade, igualdade de gênero, cidades sustentáveis, segurança alimentar, entre outros temas que levem a um futuro sustentável e socialmente justo. É um momento de reconhecimento da excelência da ciência paulista. A Aciesp se reestruturou. Temos de reconhecer que muito foi feito, mas há ainda muito a se fazer", disse Andricopulo no discurso de posse.O novo presidente da Aciesp foi vice de Bolzani na gestão anterior, quando foi aprovado o novo estatuto da Aciesp. Em seu discurso, ele ressaltou que a reestruturação ocorrida na entidade permitirá avançar em procedimentos administrativos, operacionais, financeiros, bem como no desenvolvimento de atividades mais amplas, como o estabelecimento de convênios e parcerias.No ano passado, a entidade firmou uma parceria com a FAPESP para a elaboração do livro FAPESP 60 Anos: A ciência no desenvolvimento nacional. Para a obra comemorativa, a Aciesp reuniu pesquisadores seniores do Brasil e do exterior, além de jovens cientistas vinculados a instituições paulistas, para uma análise crítica do estado da arte da ciência em São Paulo e no Brasil. Outro objetivo da obra foi examinar as grandes oportunidades de pesquisa nos próximos anos. Os temas analisados foram debatidos em sete webinários realizados no decorrer de 2022."Hoje é uma festa para a ciência paulista e a ciência paulista está em festa há um bom tempo, pois tem destaque grande no que diz respeito à ciência, tecnologia e inovação [CT&I]. Somos responsáveis por quase 40% da produção de CT&I no país. Recentemente, comemoramos o resultado do ranking QS das melhores universidades da América Latina e do Caribe [QS University Ranking Latin America & The Caribbean], no qual as três universidades paulistas e a UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro] aparecem entre as dez melhores. Esse resultado é compreensível, pois é fruto de gestão, trabalho, educação, mas também de uma política do povo do Estado de São Paulo, que há 30 anos possibilita a essas universidades receber recursos previsíveis e permanentes do tesouro do Estado. O mesmo acontece com a FAPESP. Esse é o modelo que precisa ser adotado em outros lugares. Dinheiro não é tudo, mas sem dinheiro não se faz ciência", sublinhou Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, durante a cerimônia.Zago também destacou os avanços da Aciesp no último triênio, quando ocorreu a reestruturação da entidade.Ao passar o cargo de presidente para Andricopulo, Vanderlan Bolzani falou sobre a importância política da Aciesp. "Nesses quatro anos como presidente aprendi que o cargo exige determinação, habilidade, entusiasmo e, sobretudo, o exercício da política. Só assim é possível destacar uma academia frente a diferentes grupos e a sociedade", disse.Coube à presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, ressaltar os problemas que a ciência brasileira e, por consequência, a ciência paulista enfrentam atualmente."Embora estejamos num momento de muita alegria por mudanças que ocorreram no país, há um cenário que preocupa e diversos dados mostram isso. Vou mostrar alguns números que nos preocupam. Hoje é um dia de festa, mas fazer ciência em um país como o nosso inclui também ter contato com a nação brasileira, que às vezes é um pouco diferente do Estado de São Paulo", avaliou Nader.A presidente da ABC pontuou dois aspectos preocupantes: a perda da janela demográfica e a queda no orçamento federal para a ciência. "O Brasil já perdeu a janela demográfica e não foi por falta de aviso. A ciência avisou. E, como bem disse o demógrafo José Eustáquio Diniz em artigo no Estadão, não há experiência histórica de um país que envelheceu antes e enriqueceu depois."No que concerne ao custeio da ciência, Nader focou no Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). "O FNDCT é a única fonte de financiamento da ciência no âmbito federal. Virou a tábua de salvação, mas a conta não vai fechar. O orçamento do ministério que está no congresso é vergonhoso", afirmou Nader.Artaxo, membro do Conselho Diretor, ressaltou a importância do trabalho dos novos membros da Aciesp frente aos desafios orçamentários. "Os desafios da ciência em uma sociedade cada vez mais complexa estão crescendo e se diversificando. Os cientistas se veem na obrigação de enfrentar negacionismo e fake news. Após seis anos de negacionismo, chegamos a ouvir que a ciência voltou. Mas olhando as últimas decisões do orçamento do país podemos dizer que não, a ciência não voltou. E por isso estamos trabalhando para que ela possa voltar. Nesse cenário de incerteza, os novos membros têm um papel importante", disse.Em seu discurso, Almeida destacou três aspectos importantes que devem guiar as ações da Aciesp para colocar a ciência a serviço do desenvolvimento de São Paulo e do país."Em primeiro lugar, a Aciesp está em condições de avançar na discussão sobre o que é desenvolvimento. De modo que a discussão não se restrinja apenas a seus aspectos mais estreitos, materiais. Nossa história recente mostrou que o desenvolvimento sem aprofundamento da experiência democrática, sem a garantia de direitos para aqueles que foram historicamente excluídos da cidadania plena não vai nos levar muito longe", opinou.Para a pesquisadora, cabe também ao cientista estabelecer um diálogo interdisciplinar que traga para o debate os impactos da ação humana, das relações sociais, da política sobre a segurança, o bem-estar e as oportunidades oferecidas à população."Em segundo lugar, importa apoiar ações que levem ao maior letramento científico da população. Investir esforços nas novas gerações, que é um alvo estratégico inquestionável, mas também investir na nossa população adulta, pois isso não é um desperdício", pontuou."Por fim, em terceiro lugar, vou falar de um aspecto que me é caro, e tomo a liberdade de expressar um argumento a favor de uma ciência mais inclusiva, pois o reconhecimento da ciência como um patrimônio coletivo, como ferramenta para avanços sociais, só é possível quando a população se vê representada no estabelecimento científico. Como sabemos, o ecossistema científico não está imune às desigualdades presentes na sociedade mais ampla."A Aciesp foi fundada em 1974, tendo como objetivo consolidar o Estado de São Paulo como principal centro regional de excelência científica da América Latina. O mandato dos novos membros é permanente e, entre as atribuições do cargo, estão a participação em reuniões, pautar o direcionamento da pesquisa científica no Estado e organizar debates em torno de temas ligados à política técnico-científica.Os novos membros foram eleitos por indicação dos demais titulares. Uma comissão seleciona as indicações, vota e elege os membros titulares de cada área do conhecimento.Novos membros titularesCiências AgráriasMaria Lúcia Carneiro Vieira (USP)Ciências BiológicasCristina Simão Seixas (Universidade Estadual de Campinas – Unicamp) e Dario Simões Zamboni (USP)Ciências BiomédicasEverardo Magalhães Carneiro (Unicamp)Ciências da EngenhariaIsolda Costa (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – Ipen) e Vahan Agopyan (USP)Ciências da SaúdeGabriela Marques Di Giulio (USP) e Josué de Moraes (UNG)Ciências da TerraLuiz Eduardo Oliveira e Cruz de Aragão (Inpe) e Maria de Fátima Andrade (USP)Ciências FísicasIberê Luiz Caldas (USP) e Kaline Rabelo Coutinho (USP)Ciências Humanas e SociaisAna Maria Fonseca de Almeida (Unicamp) e Renato Janine Ribeiro (USP)Ciências MatemáticasLuiz Renato Gonçalves Fontes (USP)Ciências QuímicasMaysa Furlan (Universidade Estadual Paulista – Unesp) e Norberto Peporine Lopes (USP)Novos membros afiliadosJuliana Ferreira de Brito (Unesp), Leandro Wang Hantao (Unicamp), Marilia Valli (USP), Micael Amore Cecchini (USP) e Raphael Nagao de Sousa (Unicamp). -
- 08/09/2023 - Licenciamento de dez candidatos da Marinha do Brasil a operador IPEN/IEA-R1Fonte: CNEN
Com o objetivo de aumentar o quantitativo de operadores no reator IPEN/IEA-R1, o IPEN solicitou à CNEN que a banca de licenciamento de operadores (BLOP) fosse formada para avaliar dez candidatos oriundos da Marinha do Brasil, dentre oficiais e praças. A prova prática oral foi aplicada entres os dias 30 de agosto e 01 de setembro, nas dependências do Reator IPEN/IEA-R1.
Temas relacionados à condução de operação do reator, plano de emergência, proteção radiológica e gerência de rejeitos, dentre outros, foram abordados. Cinco diferentes cenários de acidentes e situações operacionais foram apresentados, no intuito de aferir o conhecimento dos candidatos e sua aderência aos procedimentos e especificações técnicas.
A equipe do BLOP, liderada pelo Dr. Marco Antonio Bayout, foi composta por especialistas de diferentes áreas do conhecimento tais como engenheiros eletricistas e engenheiros mecânicos, com mestrado e/ou doutorado em Engenharia Nuclear e vasta experiência na área.
Com o reforço desses novos dez operadores licenciados espera-se que a produção de radioisótopos, principalmente de Lutécio (Lu) e Iodo (I) seja aumentada, incluindo a substituição de importação desses elementos com o licenciamento de novas turmas de operadores nos próximo anos.
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- 02/09/2023 - Descobertas Brasileiras na Medicina Nuclear: Congresso Revela Inovações em RadiofármacosDestaque para trabalhos da AMAZUL e IPEN que prometem revolucionar o tratamento e diagnóstico de doenças.
Destaque para trabalhos da AMAZUL e IPEN que prometem revolucionar o tratamento e diagnóstico de doenças.
Fonte: Defesa em foco
A cidade de Porto de Galinhas, localizada no estado de Pernambuco, torna-se entre 21 e 23 de setembro o palco da inovação na área da saúde. Isso porque a cidade recebe o 37º Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, um evento que reúne grandes mentes da medicina, ciência e pesquisa para discutir os avanços mais recentes no setor. E o Brasil, representado pela AMAZUL e IPEN, tem lugar de destaque, com trabalhos pioneiros sobre radiofármacos que prometem revolucionar a maneira como encaramos o tratamento e diagnóstico de diversas doenças.
Radiofármaco Nacional para Câncer de Próstata
Um dos destaques do evento é o trabalho desenvolvido no Centro de Radiofarmácia do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) sobre um novo radiofármaco voltado para o tratamento docâncer de próstata. A pesquisa, sob coordenação da Dra. Elaine Bortoleti de Araújo, aborda um estudo sobre o peptídeo PSMA I&T associado ao radioisótopolutécio-177. O que torna esse estudo tão significativo é que, apesar de existirem radiofármacos com funções similares no mercado internacional, este é o primeiro do tipo desenvolvido em solo nacional com potencial para estudo clínico.
A meta da pesquisa é entender por quanto tempo o lutécio-177 se mantém eficazmente ligado a um peptídeo, garantindo suas propriedades terapêuticas desde sua produção até sua aplicação clínica. O químico Joel Mendes dos Santos, ligado à AMAZUL e atuante no IPEN desde 2018, tem este estudo como base de sua dissertação de mestrado, o que reforça a importância da pesquisa no cenário acadêmico e clínico.
Inovação em Diagnóstico por Imagem
O segundo trabalho a ser apresentado é igualmente impactante. Ele propõe uma forma inovadora de identificar a presença de estanho, elemento crucial no processo de produção dotecnécio-99m, um radiofármaco essencial para diagnósticos por imagem. A proposta é mudar o padrão atual, baseado no método europeu de colorometria, para um método mais preciso chamado espectrometria por emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). A Dra. Margareth M. N. Matsuda, que lidera essa pesquisa, destaca a precisão e a adequação desse novo método para garantir o controle de qualidade na produção do tecnécio-99m.
Brasil na Vanguarda da Medicina Nuclear
Os dois trabalhos, a serem apresentados por representantes da AMAZUL e IPEN, são mais do que estudos isolados: representam o comprometimento e a capacidade do Brasil de estar na vanguarda da medicina nuclear. Esse congresso é uma oportunidade não apenas de apresentar avanços, mas também de mostrar ao mundo que a ciência brasileira tem potencial para liderar descobertas e inovações.
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- 01/09/2023 - A radiação ionizante utilizada na preservação de bens culturaisFonte: [Informe) IEB
A edição nº 21 de setembro de 2023 do [Informe) IEB, publicação do Instituto de Estudos Brasileiros da USP, destaca a escolha da radiação ionizante como parte do processo de preservação de seu acervo e a importância da parceria com o IPEN-CNEN para garantir a segurança e integridade do patrimônio cultural brasileiro.O artigo de autoria de Mônica Aparecida Guilherme da Silva Bento, supervisora técnica do Laboratório de Conservação e Restauro do IEB, salienta ainda o uso do Irradiador Multipropósito de Cobalto-60, equipamento do Centro de Tecnologia das Radiações do IPEN, como um método eficiente e seguro para a preservação de bens culturais.
Link para a matéria completa aqui
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- 01/09/2023 - Sessão solene marca 67 anos do Instituto de Pesquisas Energéticas e NuclearesO Ipen foi fundado em 1956 como Instituto de Energia Atômica, por meio de um convênio entre o Conselho Nacional de Pesquisas, atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a USP
O Ipen foi fundado em 1956 como Instituto de Energia Atômica, por meio de um convênio entre o Conselho Nacional de Pesquisas, atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a USP
Fonte: Jornal da USP
Por Adriana Cruz
Uma sessão solene marcou a comemoração dos 67 anos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). A cerimônia, realizada no auditório do instituto, reuniu autoridades de instituições federais e estaduais, além de docentes, pesquisadores e servidores, e teve início com uma apresentação da superintendente do instituto, Isolda Costa.
O Ipen foi fundado em 1956 como Instituto de Energia Atômica, por meio de um convênio entre o Conselho Nacional de Pesquisas, atual Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e a USP. Atualmente, é uma autarquia estadual gerida técnica e administrativamente pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) do governo federal.
O Ipen está localizado dentro da Cidade Universitária, em São Paulo, e tem atuação em vários setores da atividade nuclear, entre elas, nas aplicações das radiações e radioisótopos, em reatores nucleares, em materiais e no ciclo do combustível, em radioproteção e dosimetria. É uma entidade associada à USP para fins de ensino, sendo responsável, junto com a Universidade, pela condução de programas de pós-graduação em nível de mestrado e doutorado.
"Sou neurocirurgião e opero pacientes com epilepsia de difícil controle. Para localizar a área cerebral responsável pelo início das crises, o paciente fica monitorizado, fazendo eletroencefalograma contínuo e uma enfermeira fica ao lado dele para, a qualquer sinal de crise, elétrica ou clínica, injetar um radiofármaco [o Ipen é o maior produtor de radiofármacos para a medicina nuclear do País]. É feito um exame, identificado o local onde o radiofármaco está e é ali que se localiza o início da crise. Isso ajuda muito na cirurgia. Essa foi minha primeira relação com o Ipen: utilizando os radiofármacos para fazer diagnóstico para a prática clínica”, contou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior.
"Na Universidade, eu reencontrei o Ipen na pós-graduação, quando era pró-reitor. E, depois como reitor, pude entender melhor essa parceria com a USP, que tem sido constante. Além da localização física do Ipen, durante todos esses anos, mantivemos a parceria no ensino e na pesquisa. Uma parceria viva e histórica”, considerou Carlotti.
O reitor também citou o vínculo da USP e do Ipen a partir da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de São Paulo, que sedia empresas que desenvolvem pesquisas para produtos e serviços com alto grau tecnológico, principalmente nas áreas de Biotecnologia, Biomedicina, Química, Materiais, Meio Ambiente, Técnicas Nucleares, Tecnologia da Informação e Softwares Especiais.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que também participou da cerimônia, defendeu o papel vital do Ipen para o Complexo Industrial de Saúde, sua importância para o desenvolvimento do país e o domínio nacional de uma base produtiva em saúde.
"Temos a compreensão do papel estratégico do Ipen para o fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde e a redução das desigualdades no acesso da população aos tratamentos e diagnósticos oferecidos pela medicina nuclear em nosso País”, afirmou a ministra. "Não temos dúvida do quanto o SUS é indutor de desenvolvimento e do quanto é decisivo para a qualidade de vida da população. É robusto, eficiente, e reduz a mortalidade no País”, completou.
No evento, foi anunciado o ganhador do Prêmio Shigueo Watanabe de Melhor Tese do Programa em Tecnologia Nuclear Ipen/USP a Fernando Gonçalves Morais, com a tese Estudo das propriedades de absorção de Brown Carbone Black Carbon utilizando sensoriamento remoto e medidas in situ na Amazônia, sob a orientação do pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações do Ipen, Eduardo Landulfo.
Também foi revelada a vencedora do Prêmio Ipen de Inovação Tecnológica, a pesquisadora Monica Mathor, e outorgado o título de Pesquisadora Emérita a Letícia Lucente Campos Rodrigues.
Assista ao vídeo O IPEN e a Radiofarmácia
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- 01/09/2023 - Ministra Luciana Santos defende domínio nacional de uma base produtiva em saúdeRepresentantes do IPEN /CNEN pontuaram desafios a serem enfrentados, como a necessidade de investimentos em recursos humanos e modernização da infraestrutura
Representantes do IPEN /CNEN pontuaram desafios a serem enfrentados, como a necessidade de investimentos em recursos humanos e modernização da infraestrutura
Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou, nesta quinta-feira (31), em São Paulo (SP), de encontro com representantes do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN /CNEN), órgão vinculado ao MCTI que acaba de completar 67 anos. Durante a reunião, ouviu demandas sobre a necessidade de aumentar recursos humanos e financeiros para o instituto, defendeu o papel vital do IPEN para o Complexo Industrial de Saúde, sua importância para o desenvolvimento do país e o domínio nacional de uma base produtiva em saúde.
"Temos a compreensão do papel estratégico do IPEN para o fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde e a redução das desigualdades no acesso da população aos tratamentos e diagnósticos oferecidos pela medicina nuclear em nosso País”, afirmou a ministra. "Não temos dúvida do quanto o SUS é indutor de desenvolvimento e do quanto é decisivo para a qualidade de vida da população. É robusto, eficiente, e reduz mortalidade no país”, completou.
A ministra lembrou ainda algumas ações adotadas recentemente, como a recriação, pelo presidente Lula, do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde, do qual o MCTI faz parte, com a perspectiva de fortalecer o complexo produtivo e de inovação. Outra medida destacada pela ministra foi a inclusão do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e do laboratório de máxima contenção biológica NB4 no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. As iniciativas que buscam diminuir a dependência externa e garantir a autonomia brasileira no setor de medicina nuclear.
Demandas
Ao longo do encontro, representantes do IPEN pontuaram desafios a serem enfrentados, como a necessidade de investimentos em quadros pessoais. "Há mais de 10 anos não temos concursos públicos. Há uma grande demanda de recursos humanos para produção de radiofármacos”, avaliou Isolda Costa, diretora do IPEN. "Hoje temos 522 funcionários no total, mas 60% são aposentáveis imediatamente, e isso pode inviabilizar a questão de manter a produção e atender a demanda do país por radiofármacos”, acrescentou.
Outro ponto destacado foi a necessidade de investimentos para modernização da infraestrutura, que sofreu com a falta de investimentos nos últimos anos e com a chegada de alguns equipamentos ao fim da vida. "Sem instalações modernas, a Anvisa não vai autorizar a entrada dos radiofármacos, mesmo com produção do RMB”, alertou Wilson Calvo, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Além disso, Lorena Pozzo, chefe do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde do IPEN, lembrou que 70% dos procedimentos de medicina nuclear são realizados no SUS, mas que a medicina nuclear convencional esbarra em dificuldades de expansão e enfrenta grandes iniquidades de acesso regional, sobretudo nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Visita ao novo laboratório
Ao longo do dia, a ministra ainda visitou o Laboratório de Investigação e Produção de Lotes Piloto de Radiofármacos, no Centro de Radiofarmácia do Instituto.
Este subprojeto possibilitou ao IPEN desenvolver instalações destinadas à pesquisa e desenvolvimento de radiofármacos, de modo a criar um ambiente classificado, adequado para instalação de uma unidade blindada e certificada de produção de radiofármacos e módulo de síntese automatizado multipropósito, que possibilitará estudar o escalonamento dos métodos de radiomarcação utilizando diferentes radionuclídeos, da bancada de laboratório para o piloto de produção, e produzir lotes experimentais de novos radiofármacos, avaliados do ponto de vista de estabilidade e prazo de validade, destinados aos estudos clínicos de eficácia e segurança.
Radiofármacos são fármacos marcados com isótopos radioativos, utilizados para terapia e diagnóstico de diversas doenças. O IPEN/CNEN é o maior produtor de radiofármacos para a medicina nuclear do País.
Confira as fotos aqui
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- 31/08/2023 - Multifacetas da Energia NuclearPaís avança para ter o Reator Multipropósito Brasileiro, que vai atender a produção de radioisótopos, em especial para a medicina. Tecnologia nuclear é aplicada em cultivo de alimentos, piscicultura, irradiação de frutas, efluentes, sangue e até pneu de automóveis.
País avança para ter o Reator Multipropósito Brasileiro, que vai atender a produção de radioisótopos, em especial para a medicina. Tecnologia nuclear é aplicada em cultivo de alimentos, piscicultura, irradiação de frutas, efluentes, sangue e até pneu de automóveis.
Fonte: Revista Engenharia - edição 656
Editada desde 1942, a Revista Engenharia, edição nº 656, de agosto de 2023, é dedicada às múltiplas atividades nacionais na área da energia nuclear.
A publicação, órgão oficial do Instituto de Engenharia, abre com uma extensa entrevista com o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Francisco Rondinelli Jr., que reforça a necessidade do desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB).
Brasil se destaca na vanguarda da tecnologia nuclear na América Latina
A revista também destaca a vanguarda da tecnologia nuclear na América Latina reportando à instalação e operação do Reator Nuclear de Pesquisa IEA-R1, em operação desde 1957 e o pioneirismo na produção experimental, em 1959, de radiofármacos para medicina nuclear. Outras atividades de pesquisa e serviço prestados pelo IPEN mencionadas na edição estão a utilização de radiação ionizante para atenuação de de vírus da Covid-19 para as pesquisas com vacina no Instituto Butantan, as aplicações de análise por ativação com nêutrons para análise de cerâmicas pré-colonial na Amazônia e o uso de tecnologia nuclear para a preservação de patrimônio artístico e cultural.
Destaca-se também a importância da formação de recursos humanos pelo curso de Pós-Graduação no IPEN, em parceria com a USP.
A hora e a vez do setor nuclear
O projeto para a construção do RMB ganha novo impulso. A coordenadora técnica do projeto, Patrícia Pagetti de Oliveira comenta questões sobre segurança nuclear.
Capacitação e qualificação: porque a sociedade precisa de engenheiros nucleares
A formação acadêmica e a capacitação profissional com cursos de graduação em Engenharia Nuclear e Pós-Graduação são destacados. A gerente do Centro de Ensino do IPEN, Martha Marques Ferreira Vieira comenta sobre o Programa de Pós-Graduação em Tecnologia Nuclear em parceria com a USP e a outorga, desde 1976, de mais de 3.200 títulos entre Mestres e Doutores.
A edição da Revista Engenharia proporciona um painel das atividades nucleares e entrevista gestores de outras instituições como a AMAZUL, Eletronuclear, Diretoria Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha e Nuclep, entre outras.
Para acesso à íntegra da Revista Engenharia, acesse o link:
Revista Engenharia, agosto 2023 – edição 656
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- 23/08/2023 - Associação Brasileira de Cerâmica premia projeto que busca mitigar a emissão de CO2 no setor industrialTrabalho premiado foi conduzido no Ipen e contou com apoio do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar
Trabalho premiado foi conduzido no Ipen e contou com apoio do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais da UFSCar
Fonte: Agência Fapesp
A Associação Brasileira de Cerâmica (ABC) concedeu o prêmio de melhor trabalho apresentado no 67º Congresso Brasileiro de Cerâmica ao "Projeto e validação de arranjo experimental para avaliação de permeação gasosa em membranas cerâmicas”.O trabalho foi desenvolvido por Sabrina G. M. Carvalho, pós-doutoranda no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Eliana Navarro dos Santos Muccillo, pesquisadora do Ipen, e Reginaldo Muccillo, orientador do projeto no Ipen e integrante do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).O grupo projetou e construiu um sistema para medir a permeação de gases e a caracterização elétrica em membranas cerâmicas a diferentes temperaturas. O sistema tem sido utilizado para medir a eficiência de membranas para permeação de dióxido de carbono (CO2)."Essas membranas podem ser utilizadas na indústria para diminuir a quantidade de dióxido de carbono lançada na atmosfera [captura de CO2], diminuindo os impactos ambientais e contribuindo para a redução do efeito estufa”, explica Carvalho.* Com informações do CDMF, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP.
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- 18/08/2023 - IPEN comemora 67 anos de fundação lançando o livro sobre a economia do hidrogênioFonte: Tania Malheiros - JornalistaO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN), em São Paulo, inicia as comemorações pelos seus 67 anos de fundação nesta sexta-feira (18/8), com o workshop "O IPEN e a Economia do Hidrogênio”, título de livro que será lançado, de autoria do engenheiro químico Marcelo Linardi, pela editora SENAI, de São Paulo. Com 288 páginas é um importante trabalho sobre o tema, que no momento está sendo debatido no Brasil e no mundo. As mudanças climáticas apontam para a relevância do estudo da utilização do hidrogênio, considerado o pilar da descarbonização e, desde fevereiro de 2021, foram anunciados em todo o mundo 131 projetos de grande escala, em um total de 359, com investimentos estimados em cerca de US$ 500 bilhões até 2050.Segundo Marcelo Linardi, mais de 30 países possuem estratégias para o hidrogênio e a capacidade de sua produção pode ultrapassar 10 milhões de toneladas/ano, em 2030. Até 2050, a demanda por hidrogênio verde (de origem renovável) deverá chegar de 300 milhões de toneladas, segundo as previsões mais pessimistas, e a 800 milhões de toneladas, no cenário mais otimista, promovendo o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico, a sustentabilidade e a proteção do meio ambiente.Internamente, entre as maiores riquezas do Brasil estão as inúmeras fontes de produção de hidrogênio, em sua maioria renovável, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Temos sol, vento, água, biomassa, energia geotérmica, energia dos oceanos, biocombustíveis, e ainda vários tios de resíduos”, comenta Linardi.Para a diretora de Relações Institucionais da Associação da Associação Brasileira de Hidrogênio, Monica Saraiva Panik, o hidrogênio já está entre as mais importantes fontes de energia no futuro. "Vislumbramos o sonho do hidrogênio tornando-se realidade, quando tantos pesquisadores e especialistas do IPEN e de outros institutos de ensino e pesquisa têm trabalhado, incansavelmente, durante os últimos 30 anos, nesse tema, no Brasil. De fato, considerando a imensa porta de oportunidades que se abriu em 2021, o que importa que tenha demorado tanto tempo? As experiências bem sucedidas serviram de legado e as experiências frustradas, de aprendizado. E agora, é preciso aproveitar esse momento do nascer do sol do hidrogênio, pelo qual todos nós espetávamos e que é tão maravilhoso que parece que ainda estamos sonhando. Mas não estamos”, escreveu a diretora da Associação, ao prefaciar o livro.Hoje, segundo os pesquisadores, já está garantido que o hidrogênio passou a ser finalmente considerado veto energético importante e a sua demanda mundial está vinculada às metas de descarbonização. "Não se trata de mais uma onda ou moda, e sim de um processo sem volta”, afirmaram os pesquisadores”. Em fevereiro de 2021, segundo eles, o governo do Estado do Ceará lançou o primeiro hub de hidrogênio verde, atraindo outros estados.Para a presidente da ABH2, a obra de Marcelo Linardi, além de promover um resgate histórico, tem o mérito de demonstrar o legado cientifico, tecnológico e de formação de recursos humanos especializados que o IPEN deixou em áreas da economia do hidrogênio para o Brasil. Ela espera que o trabalho "estimule instituições de pesquisa e desenvolvimento do País a continuar contribuindo para a realizado do sonho, em parceria com órgãos do governo responsáveis”.No Brasil, segundo ela, o hidrogênio pode combinar a rota da eletrificação com a de biocombustíveis e o sonho brasileiro de ter um veículo a hidrogênio movido a etanol pode virar, finalmente, realidade, conforma descrito no livro, que contou com a coautoria de uma equipe formada por 27 pesquisadores. Entre os temas estão a infraestrutura e ensino, as células a combustível, o programa brasileiro, os resultados institucionais das pesquisas nos últimos 20 anos, publicações de estaque e patentes, os grandes projetos entre outros.MARCELO LINARDI – PERFILPesquisador emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Marcelo Linardi, é graduado em Engenharia Química pela Universidade Estadual de Campinas (1983), com mestrado em Ciências Nucleares pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (1987), doutorado em Engenharia Química - Universitat Karlsruhe (1992) e Pós-Doc pela Universidade de Darmstadt, Alemanha em 1998. Na área da Química, tem experiência em Eletroquímica, atuando principalmente nos seguintes temas: célula a combustível, eletroquímica, eletrocatálise, hidrogênio e etanol. Orientou 10 teses de doutorado, 10 dissertações de mestrado, 15 trabalhos de iniciação científica, 7 estágios e 5 pós-doc, na CPG USP/IPEN. Atuou no Programa Brasileiro de Células a Combustível e Hidrogênio do Ministério de Ciência e Tecnologia. Escreveu o primeiro livro em língua portuguesa sobre ciência e tecnologia de células a combustível. Possui atualmente mais de 100 publicações internacionais arbitradas, incluindo uma publicação na Advanced Materials, revista mais prestigiada na área de materiais do mundo. Participou de mais de 100 eventos científicos nacionais e internacionais e ministrou vária palestras e conferências como convidado. Ocupou o cargo de Diretor de P&D e Ensino do IPEN de 2013 a 2019, onde atuou em Inovação, Ensino, Projeto Institucionais e Gestão de Tecnologias. Coordena projetos institucionais na FAPESP, chamada da Secretaria do Estado de SP, na área de radiofarmácia e nanotecnologia; e na FINEP, de equipamentos multiusuários. É responsável por várias ações de Internacionalização do instituto, como o livro sobre o passado, presente e futuro da inovação tecnológica no IPEN; e o livro sobre o IPEN, entre outros. -
- 16/08/2023 - AMAZUL completa 10 anos hoje, revelando avanços no desenvolvimento do submarino nuclear e planos de expansãoFonte: PetroNotícias
O Petronotícias abre o noticiário desta quarta-feira com uma entrevista especial. Hoje (16), a empresa estatal Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) está completando 10 anos de existência. A companhia foi criada para absorver, promover, desenvolver, transferir e manter atividades sensíveis do Programa Nuclear da Marinha, do Programa de Desenvolvimento de Submarinos e do Programa Nuclear Brasileiro. Criada em 2013, a estatal já foi presidida por Ney Zanella (entre 2013 e 2019) e Antônio Guerreiro (entre 2019 e 2022). Para tratar das conquistas alcançadas até aqui e dos próximos desafios, conversaremos hoje com o atual diretor-presidente da Amazul, vice-almirante Newton Costa Neto (foto). Em relação ao submarino nuclear brasileiro, o entrevistado avalia que o projeto está chegando a um grande nível de maturidade – e, por isso, novos funcionários da companhia serão convocados para atuarem nesse desenvolvimento. A propósito, Costa prevê que cerca de 200 pessoas que participaram do último concurso da Amazul poderão ser convocadas até 2024. Paralelamente, a empresa também avança na construção do LABGENE – que será o protótipo em terra e em escala real do submarino com propulsão nuclear. "No início de agosto, a Amazul assinou contratos com empresas francesas. Tratam-se de acordos muito importantes na evolução da maturidade do projeto do LABGENE”, revelou. O diretor-presidente falou ainda sobre a participação da empresa no projeto de extensão da vida útil de Angra 1 e revelou o interesse da companhia em desenvolver uma tecnologia nacional de Pequenos Reatores Modulares (SMR). Por fim, Costa falou das expectativas de participação no projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) e comentou sobre o aspecto social da Amazul – que trabalha no desenvolvimento de um dispositivo inovador para pacientes com insuficiência cardíaca.
Para começar, como o senhor e os demais funcionários avaliam esses dez primeiros anos de existência da Amazul? Qual o balanço até aqui?
Ver a empresa ser criada e evoluir ao longo destes dez anos é um orgulho imenso, e me sinto muito satisfeito por estar, neste momento tão especial, na presidência da Amazul. A nossa empresa é muito interessante, pois apesar de possuir 10 anos de existência, alguns dos funcionários já estão trabalhando há mais de 30 anos em diversos projetos do Programa Nuclear da Marinha, pois trabalhavam anteriormente na EMGEPRON. Esses funcionários simbolizam, de forma significativa, as conquistas alcançadas até aqui. A empresa conta com um corpo técnico altamente capacitado e experiente.
A Amazul é uma empresa que participa de quase todos os projetos na área nuclear brasileira, englobando os três programas desse setor: o Programa Nuclear Brasileiro, o Programa Nuclear da Marinha e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). Nós somos capacitadores dessa mão de obra e do conhecimento que trabalha nas atividades-fim desses três programas.
O nosso maior patrimônio são as pessoas e o nosso conhecimento. Nossos funcionários fazem a diferença. São poucos os países no mundo que possuem uma empresa com quadro tão qualificado como o da Amazul. São pessoas que dedicam parte de suas vidas aos nossos projetos e que fazem a diferença para o país.
A Amazul possui quantos funcionários? Existem planos para expandir esse número?
Atualmente, a Amazul possui cerca de 1.800 funcionários. Com base na disponibilidade orçamentária, planejamos atingir a marca de 2 mil pessoas até o próximo ano. Esse aumento no número de colaboradores é essencial, pois todos os projetos da Amazul atingiram um nível de maturidade que demanda um considerável contingente de profissionais altamente qualificados. O último concurso da Amazul abrangeu 58 profissões, com fila de espera e cadastro de reserva. Temos até 2026 para seguir contratando pessoas dentro do âmbito desse concurso.
Aproveitando que o senhor já mencionou anteriormente o Programa Nuclear da Marinha, gostaria de detalhar mais esse tema. Poderia atualizar os nossos leitores sobre o desenvolvimento do LABGENE, em Iperó (SP)?
No início de 2022, foi atribuída à Amazul uma maior participação no Programa Nuclear da Marinha e no PROSUB. Com o amadurecimento dos projetos, cresceu a curva de carga de necessidade de pessoal para as atividades-fim. A Amazul conta com profissionais altamente qualificados, o que a Marinha começou a considerar, solicitando à nossa empresa que também participasse das contratações de serviços e materiais relacionados ao LABGENE.
Atualmente, estamos focados no chamado Bloco 40 – que será o "coração” do LABGENE. Este projeto é altamente tecnológico e exige componentes especiais, uma vez que o LABGENE será a referência para o futuro reator do submarino de propulsão nuclear.
Devido a isso, o sistema de garantia da qualidade nuclear aplicado ao projeto e às empresas envolvidas no Bloco 40 é robusto e rigoroso. A Amazul desempenha um papel inédito no país, atuando como empresa de gestão de projetos na área nuclear. Até o momento, os resultados obtidos pela empresa têm sido extremamente positivos.
Quais são as novidades mais recentes relacionadas ao desenvolvimento do LABGENE?
No início de agosto, a Amazul assinou contratos com empresas francesas. Tratam-se de acordos muito importantes na evolução da maturidade do projeto do LABGENE.
Para facilitar o licenciamento do projeto dentro da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), serão necessárias diversas comprovações e demonstrações. Por isso, precisaremos de empresas que tenham experiência e conhecimento comprovado nisso. No Brasil, ainda não existem empresas que possam atuar dessa forma. Mas, no futuro, a Amazul será capacitada para fazer algo semelhante. No entanto, hoje, precisaremos do apoio dessas empresas para uma série de atividades integradas ao Bloco 40.
Poderia também fazer uma atualização sobre a participação da Amazul no desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear?
O projeto está chegando a um grande nível de maturidade, caminhando em sintonia com o LABGENE. A Marinha está definindo o que a Amazul irá assumir dentro do programa do submarino de propulsão nuclear. Uma grande parcela do pessoal que trabalha dentro do projeto do submarino é formada por empregados da Amazul que trabalham no Centro de Projetos de Sistemas Navais (CPSN), que está sendo transferido para Itaguaí (RJ).
Por conta do nível de maturidade alcançado no projeto, estamos contratando mais pessoas, que participaram do último concurso da empresa, para complementar o quadro de funcionários que irá atuar em Itaguaí. A Marinha possui um novo prédio específico para esses profissionais que acompanharão a finalização do projeto e a construção e a fiscalização do submarino.
A Amazul também vários de seus empregados na Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear (COGESN). Então, de maneira geral, a companhia está muito integrada ao projeto e, provavelmente, será cada vez mais inserida dentro dos contratos que a Marinha possui com a França e com a Odebrecht.
Agora, gostaria de detalhar alguns dos vários projetos da Amazul dentro do Programa Nuclear Brasileiro. Vamos começar pela participação da empresa nos trabalhos para extensão da vida útil de Angra 1. Quais são os movimentos mais recentes dentro dessa iniciativa?
Esse projeto é muito importante tanto para a Eletronuclear quanto para a Amazul. Cerca de 20 funcionários da nossa empresa participam da equipe que está preparando Angra 1 para entrar dentro dos requisitos necessários para a extensão da vida útil da usina por mais 20 anos. O nosso pessoal também está participando de uma série de atividades dentro da usina – incluindo a troca de combustível, que é uma tarefa bastante sensível. Isso trará experiência para a Amazul, que poderá no futuro atuar na troca de combustível do LABGENE, do submarino de propulsão nuclear e do RMB.
Por fim, esperamos que, até o final do ano, possamos assinar um novo contrato com a Eletronuclear para prestação de apoio ao programa de gestão do envelhecimento da usina nuclear de Angra 2.
De que forma a empresa está preparando-se para participar de projetos dos pequenos reatores modulares, que são apontados como a tecnologia do futuro da indústria nuclear mundial?
O Brasil precisa preparar-se para esse futuro. Existem mais de 80 projetos de SMR no mundo, com tecnologias e finalidades diferentes. Por isso, o Brasil precisa definir qual será a tecnologia que será utilizada no país. O SMR pode ser aplicado em diferentes situações – dessalinização, produção de hidrogênio, geração de energia em locais remotos, propulsão naval, entre outras. O país também precisa decidir qual será a aplicação dessa tecnologia em nosso território.
O que eu posso dizer é que já existem pessoas dentro da Amazul focadas no estudo sobre SMR, para que o Brasil tenha uma tecnologia autóctone. A Amazul está capacitando-se internamente para que, a depender da escolha brasileira, estejamos prontos para participar de projetos de SMR. Estaremos dentro de qualquer projeto do tipo no país. Mas, ao meu ver, é uma prioridade que o Brasil preserve o seu conhecimento.
O nosso país tem o domínio do ciclo de combustível nuclear e desenvolve um reator como o LABGNE. Então, devemos aproveitar essa experiência. Temos muitas empresas nacionais que podem ser beneficiadas dentro de um projeto nacional de SMR. Em breve, a Amazul, a Marinha e a Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN) realizarão um workshop sobre a capacidade brasileira para o desenvolvimento do SMR nacional.
A Amazul também já desenvolve há alguns anos uma parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN). Quais são os frutos mais recentes dessa ligação entre as empresas?
A Amazul e o IPEN são parceiros há mais de três anos na operação do Centro de Radiofarmácia, em São Paulo, onde ocorre a maior parte da produção brasileira de radiofármacos. Atualmente, cerca de 20 funcionários da Amazul estão quase que constantemente trabalhando com o IPEN. Em paralelo, estamos prospectando uma nova parceria com o instituto para a modernização do Centro de Radiofarmácia. As conversas sobre esse projeto estão bem avançadas e devemos assinar, entre setembro e outubro, os contratos de serviços para esse trabalho de modernização.
Adicionalmente, temos um segundo projeto com o IPEN para o desenvolvimento de Centros de Irradiação de Alimentos no Brasil. No momento, estamos prospectando possíveis usuários nos setores de agronegócio, aeroportos e portos para montar esses centros de irradiação, que darão maior tempo de vida útil aos alimentos produzidos no Brasil.
Já que o senhor mencionou a questão dos radiofármacos, gostaria de falar também sobre o Reator Multipropósito Brasileiro. A Amazul também atua nesse empreendimento. Como estão as perspectivas para que, enfim, as obras desse importante projeto sejam iniciadas?
O RMB é um projeto de extrema importância para a Amazul e é de caráter estratégico para o Brasil. A nação está cada vez mais ciente da relevância desse empreendimento. Naturalmente, a Amazul nutre grandes expectativas em relação à sua participação nesse projeto. O RMB é um empreendimento liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com enfoque na pesquisa e produção de radioisótopos, os quais têm aplicações na medicina, agricultura, indústria e testes de materiais. A empresa argentina Invap foi contratada para desenvolver o projeto detalhado do reator, ao passo que à Amazul cabe a responsabilidade de complementar e fiscalizar esse projeto.
No momento, estamos subsidiando o MCTI desde o final do ano passado com informações sobre o RMB que foram produzidas pelos nossos funcionários. Estamos na expectativa pelos próximos passos da CNEN e do MCTI daqui em diante. Inclusive, o secretário executivo do MCTI, Luis Fernandes, é membro do Conselho de Administração da Amazul. Apresentamos a ele uma grande quantidade de dados e os encaminhamentos necessários para, de fato, viabilizar a construção do reator.
Por fim, ainda dentro da temática da saúde, poderia falar aos nossos leitores em que fase está o desenvolvimento do Dispositivo de Assistência Ventricular?
Um dos nossos projetos em prospecção é uma parceria com o Instituto do Coração (InCor) para o desenvolvimento de um dispositivo de assistência ventricular (DAV), destinado a auxiliar o bombeamento sanguíneo em pacientes com insuficiência cardíaca. A Amazul está atualmente trabalhando no desenvolvimento de protótipos de motores que serão empregados no dispositivo.
O motor das ultra centrífugas desenvolvidas pela Marinha é singular. Trata-se de um equipamento de baixo consumo energético, que não aquece e demonstra alta confiabilidade. Essas características são essenciais para o desenvolvimento do DAV, uma vez que as células sanguíneas não podem ser sujeitas a variações consideráveis de temperatura ou pressão. Os profissionais da Amazul, com habilidades no desenvolvimento das ultra centrífugas, já criaram cinco protótipos desse motor para o DAV. O propósito é criar esse dispositivo de modo a disponibilizá-lo no âmbito do SUS, para atender à parcela da população que aguarda um transplante.
Atualmente, estamos fazendo diversos testes e trabalhando com os cientistas para chegar ao desenvolvimento de um modelo que possa ser testado e, no futuro, ser aprovado para implantação em seres humanos.
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br)
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- 08/08/2023 - Um novo impulso para o RMB - Revista Brasil Nuclear n°55 - Julho de 2023A Revista Brasil Nuclear, n° 55, de julho de 2023, é dedicada ao projeto do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Conta com o depoimento otimista do Presidente da ABEN, John M. Albuquerque Forman sobre os desafios existentes no Brasil "... podem ser enfrentados e vencidos, havendo determinação e persistência."
Nesta edição, há entrevista exclusiva do presidente da CNEN, Francisco Rondinelli, comentando sobre sua trajetória profissional e projetos com a Marinha e o IPEN, e os principais desafios que enfrenta no setor nuclear.
Patrícia Pagetti, coordenadora do projeto, traz detalhes sobre tudo que envolve o Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) como a importância de sua construção para a sociedade, a produção de insumos para radiofármacos e a contribuição para o avanço de pesquisas e procedimentos em medicina nuclear.Aposentado, o idealizador e ex-coordenador técnico do RMB, José Augusto Perrotta que continua trabalhando no projeto, também foi entrevistado e ressalta as principais estruturas para o êxito do empreendimento.
Outros assuntos abordados na edição da Revista BN é energia nuclear e energias renováveis: descarbonização pela complementaridade, política energética: sítios nucleares e a expansão da energia nuclear no Brasil e meio ambiente: CENTENA - Um núcleo de segurança e sustentabilidade para o Brasil. -
- 03/08/2023 - Patrícia Pagetti, pesquisadora do IPEN e coordenadora técnica do Projeto RMB, participa do programa Nova Economia da TV GGNPatrícia Pagetti apresentou o Projeto RMB e destacou sua importância estratégica para o Programa Nuclear Brasileiro, a produção dos radioisótopos utilizados na Medicina Nuclear e o desenvolvimento tecnológico do país.
Participaram também do programa Cláudio Geraldo Schön, coordenador do grupo que criou o curso de Engenharia Nuclear da Escola Politécnica da USP em parceria com o IPEN, e a jornalista Tania Malheiros.
Assista aqui o programa
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- 26/07/2023 - CNS Brings Together Women in STEM from Latin America and the Caribbean to Discuss Nonproliferation, Nuclear Security, and DEI InitiativesFonte: Middlebury Institute of International Studies at Monterey
On June 19-23, CNS and the Nuclear and Energy Research Institute (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, IPEN) conducted a week-long symposium titled "Nuclear Nonproliferation and Security for Women in STEM in Latin America and the Caribbean” in São Paulo, Brazil. To make it an all-inclusive event, organizers opened applications to all genders, and provided Portuguese and Spanish interpretation to accommodate all participants with different levels of English-language skills. IPEN hosted the symposium on its campus at the University of São Paulo. Drawing from the experience of its flagship capacity building and outreach programs for women technical experts and scientists from Africa and Black Sea, CNS invigorated discussion of gender equality, diversity, equity, and inclusion in the nonproliferation and nuclear security field in Latin America and the Caribbean.The purpose of the symposium was to provide women in STEM with a broader understanding of nonproliferation and nuclear security policies, as well as the various institutions, tools, and mechanisms necessary to address current nonproliferation and nuclear security challenges. CNS and IPEN partnered to support worldwide efforts in promoting women in the nuclear field in general, and in the areas of nuclear nonproliferation, peaceful uses, and nuclear security in particular. Led by Margarita Kalinina-Pohl, Jean duPreez, and Giovana Rodrigues Marfin of CNS and Dr. Jorge Sarkis of IPEN, the symposium gathered nearly 40 participants from seven counties, including Argentina, Brazil, the Bahamas, Costa Rica, Guatemala, Mexico, and Peru. Symposium participants represented government, industry, research, and academia from nuclear and other related sectors.
The symposium was opened by Dr. Wilson Calvo from the National Nuclear Energy Commission of Brazil (Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) and the IPEN Director Dr. Isolda Costa. Both speakers recognized the importance and relevance of the symposium for women in STEM to Brazil’s overall policies to promote diversity, equity, and inclusion in workplaces. Dr. Costa noted that as a woman and as the IPEN director she is very proud to support this event and welcome experts from Latin America and the Caribbean at her institution.
The program was offered in a hybrid format allowing virtual participation of senior officials and prominent experts from international organizations, nongovernmental organizations, and national laboratories. Mr. Rafael Grossi, Director General of the International Atomic Energy Agency, delivered a recorded welcome address and Ambassador Elayne Whyte (Costa Rica) joined virtually as a keynote speaker and a panelist.
In his video address, Grossi stated that theobjectives of promoting women in STEM are in line with IAEA objectives and gave some examples of theinitiativestaken by his office to promote women in the field, including Marie Sklodowska Curie Fellowship and Lise Meitner Programme. He noted the importance of engineers, scientists, and diplomats in the field of nonproliferation and their essential role in promoting peace and security. In her keynote speech, Ambassador Whyte noted that participation in the symposium for women in STEM from Latin America and the Caribbean is of a personal significance to her. Latin American and Caribbean countries played an important role in negotiating the Treaty on the Prohibition of Nuclear Weapons (TPNW) and they have been vocal and consistent supporters of the treaty. Being the chief TPNW negotiator, Ambassador Whyte observed that there is still more work to be done in supporting and fostering stronger representation of women in leadership positions during the negotiation and decision-making processes.
The symposium’s program was comprised of:
- Technical panels on nuclear weapons, nuclear nonproliferation and nuclear security mechanisms, and the nexus between science and technology and nuclear security. Presentations were delivered by a cohort of leading international and regional experts from the Agency for the Prohibition of Nuclear Weapons in Latin America and the Caribbean (OPANAL), Brazilian Nuclear Industries (INB), CNS, IPEN, Military Institute of Engineering (IME, Brazil), National Security Cabinet of the Presidency of the Republic (Brazil), Nuclear Regulatory Authority of Argentina,Nuclear Threat Initiative (USA), Office of Naval Research (ONR Global) and Vienna Center for Disarmament and Non-Proliferation.
- Panels devoted to the discussion of DEI policies and practices. The panel titled "Promoting Peace and Security Through Diversity, Equity, Inclusion, and Accessibility (DEIA)” had an illustrious line up of speakers including Dr. Renata Hessmann Dalaqua from the United Nations Institute for Disarmament Research (UNIDIR), former CNS visiting fellows from Mexico and the Bahamas – Ms. Martha Mariana Mendoza Basulto of OPANAL and Ms. Rolanda Davis, Ministry of Foreign Affairs – as well as Ms. Nomsa Michelle Ndongwe, CNS. Male speakers from Brazil, Türkiye and the United States joined the discussion on how men could be better allies to women in nuclear fields. Of a particular interest was a panel on DEI hiring policies organized with and attended by leading representatives from Brazil’s industry and government.
- Briefings on nonproliferation and nuclear security capacity building programs and initiatives aimed at supporting women in STEM. The session on education and training included programs offered by IME, the Federal University of Rio de Janeiro, and CNS. DEI initiatives were presented during the final day by speakers from the IAEA, WiN Brazil, the World Institute for Nuclear Security (WINS), Los Alamos and Oak Ridge National Laboratory, and INMM.
- Tours of three IPEN facilities including the Radiation Technologies Center, the Radiopharmaceutical Center, and the Research Reactor.
Several participants observed that the symposium was a first-of-its-kind event which they had attended wherein they could discuss gender issues while simultaneously increasing their professional understanding of the policies and practices related to nuclear nonproliferation and nuclear security. They also called for continuing engagement as a community through social media and the compiling of a document on best practices in DEI policies, and ways to address challenges for women in STEM. Camila Araujo, a radiation protection officer from Brazil, who originally proposed this idea, explained that "this document could serve as an inspirational guide, motivating [women] to join forces to strengthen nuclear non-proliferation and promote security. This initiative would help disseminate valuable information and encourage the active participation of women in STEM, contributing to building a more inclusive and engaged community.” To some participants, the symposium was an opportunity to share their experiences and challenges as black women working and studying in nuclear fields.
Below are some reflections and feedback provided by participants anonymously (original style and grammar are preserved).
"I felt at home. I could express my ideas without limitations. I learned a lot about the field and its connections with women’s issues and contributions. I was introduced to many opportunities that I will share with my students and professional networking. I am waiting for the next edition.”
"Enriching experience of empowering women to work in the area of non-proliferation of nuclear weapons.”
"The symposium provided an enriching experience, bringing women together to discuss strategies to prevent nuclear proliferation. Participants’ engagement resulted in valuable insights and an inspiring environment to promote greater female representation, contributing to a safer world.”
"I found the symposium super interesting, enriching and, above all, it allowed me to see other issues that I did not observe on a day-to-day basis, such as the struggle of women in different areas of work.”
"From the technical and informational point of view, it helped me a lot to understand the context of the region in terms of security and non-proliferation. The visits to the IPEN centers were very interesting. I liked knowing that women are not alone, that what happens to one in one part of the world also happens to another in a different country. The experience was very enriching, motivating and inspiring in general.”
Symposium organizers express their gratitude to the Norwegian Ministry of Foreign Affairs, the Carnegie Corporation of New York, and the U.S. Department of State’s Bureau of International Security and Nonproliferation for their financial support that ensured the successful outcome of this event."Participating in the first symposium on nuclear non-proliferation and safety for women in STEM in Latin America and the Caribbean, was a transformative experience. The event highlighted the importance of female participation in areas traditionally dominated by men, promoting diversity and gender equality in those strategic spheres. The symposium provided a unique environment to share knowledge, experiences and good practices among the women of the region. Meeting and interacting with inspiring women from the sector, who shared their journeys and challenges in the area of nuclear non-proliferation and safety, was a source of motivation. This was found to strengthen the collaboration networks and drive the advancement and female leadership in STEM.”
- Technical panels on nuclear weapons, nuclear nonproliferation and nuclear security mechanisms, and the nexus between science and technology and nuclear security. Presentations were delivered by a cohort of leading international and regional experts from the Agency for the Prohibition of Nuclear Weapons in Latin America and the Caribbean (OPANAL), Brazilian Nuclear Industries (INB), CNS, IPEN, Military Institute of Engineering (IME, Brazil), National Security Cabinet of the Presidency of the Republic (Brazil), Nuclear Regulatory Authority of Argentina,Nuclear Threat Initiative (USA), Office of Naval Research (ONR Global) and Vienna Center for Disarmament and Non-Proliferation.
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- 25/07/2023 - Brasil pode ser um dos maiores produtores de combustíveis nucleares no mundoCom a duplicação de Caetité e com o projeto Santa Quitéria, a INB passaria a produzir cerca de 3.100 t/ano de Yellow Cake, se tornando um player no mercado mundial de urânio.
Com a duplicação de Caetité e com o projeto Santa Quitéria, a INB passaria a produzir cerca de 3.100 t/ano de Yellow Cake, se tornando um player no mercado mundial de urânio.
Fonte: Energia Hoje
O Brasil tem um futuro promissor no que diz respeito ao desenvolvimento das atividades nucleares a partir da flexibilização da mineração e do potencial de venda de combustível para outros países em função do crescimento mundial. O país pode se tornar o principal produtor mundial de combustíveis para as usinas nucleares do mundo.
O planeta precisa de combustível, e esta demanda pode resultar em muitos ganhos para o Brasil, inclusive parar de importar. Há uma necessidade americana de ter este item essencial para suas usinas, além do momento com a guerra da Ucrânia.
O caminho que o Brasil tem construído até aqui pode ser responsável por levar o país a outro patamar. Precisamos dar continuidade ao que foi conquistado com muito trabalho, esforço e dedicação, conforme vem sendo feito nos últimos anos.
A Indústrias Nucleares do Brasil passa por um momento único, em que se juntam a sua independência financeira, a flexibilização do monopólio e a sua elevação ao status de Empresa Estratégica de Defesa (EED).
Além disso, os grandes projetos em andamento na INB se somam ao potencial de realização de parcerias nas atividades do Ciclo do Combustível, altamente promissoras. Com a duplicação de Caetité e com o projeto Santa Quitéria, a INB passaria a produzir cerca de 3.100 t/ano de U3O8 (Yellow Cake), tornando-se um player no mercado mundial de urânio, produzindo algo em torno de 4,5% desse mercado.
Tudo isso requer uma gestão comprometida com os resultados, com a sustentabilidade financeira da empresa, com o meio ambiente e com a geração de empregos em benefício de toda a sociedade.
Apesar do desejo do setor em dar segmento nas ações realizadas até o momento, atualmente estão sendo avaliadas pelo MME/Planalto as substituições nas diretorias das empresas vinculadas ao Ministério, dentre elas a INB. Ainda não se sabe se haverá alguma mudança. Além disso, esse é o primeiro ano fora do orçamento da União e da flexibilização do monopólio.
Retrospectiva
Nos últimos anos, o setor nuclear no Brasil deu um salto significativo, com destaque para as operações da INB, principalmente com a retomada da produção de urânio em Caetité, que havia sido paralisada desde 2015. Além disso, a empresa alcançou importantes marcos, concluindo a 1ª fase de implantação da fábrica de enriquecimento de urânio com a inauguração das Cascatas 8ª (2019), 9ª (2020) e 10ª (2022). Essas realizações permitiram que a Indústrias Nucleares do Brasil se tornasse independente do Orçamento Fiscal da União em novembro de 2022, sinalizando um novo patamar de autonomia.
Outro ponto relevante foi a homologação da INB como uma Empresa Estratégica de Defesa – EED. Esse reconhecimento veio em razão da produção do combustível para o reator do Protótipo em Terra da Planta de Propulsão do Submarino Nuclear da Marinha – LABGENE, abrindo caminho para o fornecimento desse combustível ao submarino à propulsão nuclear. Essa conquista impulsionou a companhia para uma posição ainda mais importante no cenário estratégico.
Além disso, a INB reativou o projeto Santa Quitéria, no Ceará, em parceria com a FOSNOR-GALVANI. A iniciativa é voltada para a produção de fosfato e urânio, e atualmente está em fase de licenciamento ambiental e nuclear. Os investimentos previstos alcançam R$ 2,3 bilhões e trarão consigo a geração significativa de empregos diretos e indiretos, estimados em 6.000 durante a fase de implantação e 2.800 na fase de operação.
No âmbito de suas atividades já estabelecidas, a INB também avançou no projeto de duplicação da unidade de Caetité, visando produzir 800 toneladas de Yellow Cake, quantidade suficiente para abastecer as 3 usinas de Angra. Além disso a empresa retomou – de forma planejada e alinhada com as demandas do MPF e dos órgãos de controle (CNEN e IBAMA) – as ações de descomissionamento da unidade Caldas. Nesse sentido, a INB tem atuado de forma responsável e consciente no gerenciamento de seus recursos e processos.
Internacionalmente, a empresa também expandiu seus serviços nos EUA, atuando em reatores e estabelecendo parcerias com a Westinghouse, fortalecendo sua presença global e reforçando seu compromisso com a indústria nuclear. Um momento de destaque também foi a participação ativa na regulamentação da flexibilização do monopólio de urânio, consolidada na Lei 14.524/2022, o que demonstra sua contribuição para o desenvolvimento do setor e do país como um todo.
Olhando para o futuro, 2023 reserva importantes entregas para a Indústrias Nucleares do Brasil. Está previsto o primeiro Transporte de Yellow Cake produzido em Caetité, algo que não acontecia desde 2014, reforçando o avanço nas atividades de produção de urânio. A companhia renovará também o memorando de entendimento com o governo do Ceará, assegurando contrapartidas do estado para Santa Quitéria.
Outra medida que impactará positivamente os colaboradores da empresa é a implantação da participação nos lucros e resultados da empresa, decorrente da saída da INB do Orçamento da União, valorizando o trabalho e o comprometimento dos funcionários.
Por fim, a instituição pretende continuar suas parcerias e ações previstas nos memorandos de entendimento assinados com importantes instituições como o IPEN, Marinha do Brasil e CDTN, entre outras. Essas parcerias consolidam a posição da empresa no cenário nacional e reforçam sua relevância no campo da tecnologia nuclear.
Dessa forma, a INB segue em um caminho de crescimento, avanço tecnológico e contribuição estratégica para o Brasil, impulsionada por suas conquistas recentes e seus planos ambiciosos para o futuro.
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- 24/07/2023 - Doutorado em manufatura aditiva de metaisFonte: Agência FAPESP
Uma vaga de doutorado em manufatura aditiva de metais com bolsa da FAPESP está disponível pelo projeto "Desenvolvimento da cadeia de produção de produção de componentes metálicos por manufatura aditiva”. O prazo de inscrição acaba na sexta-feira (28/07).
O projeto é realizado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e tem como objetivo estudar a influência da microestrutura sobre o comportamento tribológico e eletroquímico do aço 17-4 PH modificado com nióbio, consolidado pelo processo de deposição por energia direcionada e submetido ao tratamento térmico de envelhecimento.
O bolsista participará de pesquisa que analisa a resistência à corrosão por ensaios de polarização, potenciostático e potenciodinâmico e pela técnica Scanning Vibrating Electrode Technique, que detecta processos eletroquímicos como gradientes de potencial na microestrutura.
Os candidatos devem enviar e-mail para mdneves@ipen.br.
Mais informações sobre a vaga em: www.fapesp.br/oportunidades/
6188 .A bolsa de Doutorado fornecida pela FAPESP tem duração de até 48 meses e valor mensal de R$ 3.694,80 no primeiro ano e R$ 4.572,90 no segundo. Um auxílio financeiro equivalente a 30% do valor anual da bolsa será concedido para despesas diretamente relacionadas às atividades de pesquisa. Os requisitos e benefícios estão disponíveis em fapesp.br/bolsas/dr.
Outras vagas de bolsas, em diversas áreas do conhecimento, estão no site FAPESP-Oportunidades, em www.fapesp.br/oportunidades.
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- 19/07/2023 - Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde no IpenEstá aberto processo seletivo para preenchimento de vagas remanescentes ao curso. Público-alvo é formado por profissionais graduados em medicina, farmácia, bioquímica, biomedicina, entre outras áreas
Está aberto processo seletivo para preenchimento de vagas remanescentes ao curso. Público-alvo é formado por profissionais graduados em medicina, farmácia, bioquímica, biomedicina, entre outras áreas
Fonte: Agência FAPESP
O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), por meio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação Stricto Sensu e da Coordenação do Programa de Mestrado Profissional em Tecnologia das Radiações em Ciências da Saúde (MP-TRCS), está com processo seletivo aberto para preenchimento de vagas remanescentes ao curso. O período de inscrições se encerra na sexta-feira (21/07).
O público-alvo é formado por profissionais graduados em medicina, farmácia, bioquímica, biomedicina, medicina veterinária, odontologia, radiologia, física, física médica, biologia, química, engenharias ou tecnólogos.
Um dos objetivos é tornar seus participantes aptos para o desenvolvimento, uso e implementação de técnicas ou processos inovadores que utilizem as radiações ionizantes e não ionizantes para diagnóstico, terapia e aplicações diversas na área da Saúde.
O MP-TRCS tem duração de 24 meses, com aulas no Ipen às quartas e quintas-feiras, das 14h às 19h30, e sextas-feiras das 14h às 16h30, durante o primeiro ano e, posteriormente, por período compatível com o tema da dissertação.
O número total de vagas do programa é de 25 vagas. As inscrições devem ser feitas se cadastrando no site do Programa de Pós-Graduação. Para a inscrição, o candidato deve enviar os seguintes documentos em formato PDF: formulário de inscrição preenchido e assinado eletronicamente, foto colorida 3x4, diploma do curso de graduação registrado, histórico escolar da graduação, documento de identificação, CPF, termo de compromisso de dedicação ao curso, proposta de pré-projeto, autoavaliação do currículo e link para o currículo Lattes.
O processo seletivo será composto de prova de proficiência em línguas, análise de currículo e entrevista. A lista de candidatos aprovados no processo seletivo será divulgada até dia 3 de agosto.
Mais informações:https://tinyurl.com/fsh4aw75, pelo telefone (11) 2810-1572 ou pelo e-mail: smp@ipen.br.
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- 10/07/2023 - Global learning collaboration: Internacional researchers, visitors connect at INLFonte: INL
Idaho National Laboratory’s International Researcher and Visitor Program drives cross-cultural exchange and promotes collaboration with worldwide scientists and academia inspiring creativity within INL’s scientific community. This program has enabled INL to bring several distinguished researchers and scientists to the lab to participate in vital programs and projects.
For several years, Idaho National Laboratory has partnered with Oak Ridge National Laboratory to bring nuclear doctoral students and their professors from United Kingdom universities to the U.S. for professional development and networking. After a pause due to COVID, visits restarted last September, with 17 students and faculty from Bangor University, Imperial College London, University of Bristol and University of Cambridge. The second group visited INL May 8 and 9 and had 20 members from five British universities: University of Liverpool, University of Manchester, Lancaster University, University of Sheffield and University of Leeds.
These visits provide information about U.S. programs, capabilities and facilities, and help the students develop their professional networks and identify opportunities for collaboration with American organizations. Those organizations include the Department of Energy Nuclear Energy University Programs, Nuclear Science User Facilities, INL’s internships and postdoctoral programs and more.
William Beaven, a doctoral student at University of Manchester, had the opportunity to see research fields not directly related to his doctoral studies and got insight into areas, equipment and techniques that he was unaware of. "The highlight for me was seeing the working hot cells (at the Materials and Fuels Complex) and looking down on to the spent fuel in the canal at the (Advanced Test Reactor) site. Additionally, the countless discussions with staff members were highly valuable networking and learning opportunities,” Beaven said.
"Visiting Idaho National Laboratory has profoundly changed my view of laboratories in the United States and my perspective on my future career,” said Federico Peruzzini, a doctoral student at University of Liverpool. "The vastness of the facilities, the impressive scientific research underway, and the level of commitment and dedication from the staff have opened my eyes to the extraordinary potential of this laboratory promoting technological innovation and scientific advancement. This has inspired me to consider career paths that can have a significant impact on society,” Peruzzini said.
Andrew Worrall, U.K. country coordinator for DOE’s Office of Nuclear Energy and section head of the Integrated Fuel Cycle at Oak Ridge, is the liaison between the two U.S. labs and U.K. universities. He organized and escorted both groups of visitors. INL will welcome the next cohort of British scholars in September.
The U.K. visits were one of many international collaborations at INL. The Department of Energy’s Visitor Program provides value to INL’s scientific community by encouraging research from diverse perspectives and fostering collaboration with researchers around the world. For over 40 years, this program has enabled DOE to bring researchers and scientists to the U.S. to participate in programs and projects at the national laboratories and DOE program offices.
The exchange visitor program is part of the Mutual Educational and Cultural Exchange Act of 1961, also known as the Fulbright-Hayes Act. The purpose of the Fulbright-Hayes Act is to increase communal understanding between the people of the United States and other countries through educational and cultural exchanges.
One of the international researchers who recently visited INL was Rafael Garcia, a Brazilian nuclear fuel postdoctoral researcher at the Nuclear and Energy Research Institute in São Paulo, Brazil. Garcia was awarded a grant from the Brazilian National Council for Scientific and Technological Development to come to INL as part of the lab’s International Researcher program. Garcia has a doctorate degree in nuclear technology from University of São Paulo and is working with the Advanced Characterization group at the Materials and Fuels Complex. "The lab is fully equipped. State-of-the-art facilities. And the maintenance work is incomparable to Brazil, where it takes more time to get the equipment repaired,” Garcia said.
INL has partnered with the Korea Nuclear International Cooperation Foundation (KONICOF) for many years to bring students from South Korea to the lab to complete this internship. The KONICOF internship provides a wide range of opportunities for students to develop their professional skills and acquire practical work experience in an international environment. INL’s current KONICOF international researcher is Jisuk Kim, who works at in the Human Factors and Reliability Department.
KONICOF provides global internships, scholarships and postdoctoral fellowships, giving nuclear experts valuable opportunities to gain experience at overseas institutions. Kim feels fortunate to receive support through the Global Postdoctoral Fellowships. "It’s fascinating that in the United States there is a strong emphasis on not only safety but also economic viability within the nuclear industry. This aspect has broadened my thinking and exposed me to new ideas. I look forward to embracing these experiences and leveraging them to enhance my understanding of the nuclear field,” Kim said.
"INL is impacting the world’s energy future through these international partnerships,” said Monica Towner, INL Visiting Scholar and International Researchers liaison. "Collaborating with and learning from our international partners is beneficial on all fronts. We look forward to both new and continued strategic partnerships with other global entities.”
The lab wasn’t the only highlight of the visit. "The area surrounding Idaho Falls is a breathtaking display of natural beauty. From the majestic snowy mountains to the rivers and clear lakes, the landscape is a paradise for nature enthusiasts,” Peruzzini said.
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- 10/07/2023 - Fontes radioativas de Césio-137 são localizadas em empresa de sucatas na capital paulistaA perícia, feita pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, constatou que as fontes estão íntegras. Os equipamentos tinham desaparecido no dia 29 de junho. Até agora, nenhum suspeito foi preso.
A perícia, feita pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, constatou que as fontes estão íntegras. Os equipamentos tinham desaparecido no dia 29 de junho. Até agora, nenhum suspeito foi preso.
Fonte: Jornal Nacional - Rede Globo
Por Jornal Nacional
A Comissão Nacional de Energia Nuclear localizou, nesta segunda-feira (10), as duas fontes radioativas de Césio-137 que sumiram de uma mineradora em Nazareno, Minas Gerais.
As caixas, classificadas como de baixo risco, estavam em uma empresa de sucatas da capital paulista.
A perícia, feita pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, constatou que as fontes estão íntegras. Elas tinham desaparecido no dia 29 de junho.
Até agora, nenhum suspeito foi preso.