Café virtual aborda mulheres na ciência nuclear e no meio ambiente
Evento mostrou como ciência nuclear contribui para conservação ambiental a partir do olhar de mulheres referência na área
A 16ª edição do Café Virtual (promovido pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e pelo Instituto Florestal) da última quinta-feira (13) debateu o tema "Mulher, sim. Nuclear, sim. Meio Ambiente, também: derrubando barreiras”.
O evento contou com as palestrantes Isolda Costa, coordenadora de Pesquisa, Desenvolvimento e Ensino do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/Cnen), Maria José Alves de Oliveira, pós-doutoranda Ipen/Cnen, Nélida Lúcia del Mastro, presidente da Women in Nuclear Brasil, e Isabelle Boemeke, modelo e influencer digital.
A ciência nuclear é mais que a produção de eletricidade, com ferramentas usadas para estudar recursos de água doce, sistemas biológicos, processos atmosféricos e sistemas oceânicos. A tecnologia nuclear melhora as práticas agrícolas, promove avaliação de impacto ambiental e o monitoramento da poluição e fornece soluções para combater a fome e melhorar a sustentabilidade ambiental. E as mulheres têm sido assíduas contribuidoras nesta área de conhecimento.
Na abertura, o diretor-geral do Instituto Florestal, Luis Alberto Bucci, ressaltou a importância da mulher e a contribuição em todas as áreas de conhecimento. "A mulher evolui muito, constantemente. Temos muito a aprender com todas elas”, afirmou.
Profissionais
Isolda Costa destacou que as mulheres representam 32% do quadro de profissionais no IPEN, onde inúmeras pesquisas são desenvolvidas com o uso da energia nuclear em favor do meio ambiente – entre elas, projetos envolvendo o impacto das atividades humanas na água, qualidade do ar, filtro solar em água do mar e problemática do plástico.
Maria José Alves de Oliveira disse que iniciou sua vida profissional como pesquisadora do IPEN, onde foi responsável por inúmeros trabalhos. Ela cita a pesquisa com hidrogel, um tipo de polímero ionizado que tem diversas aplicações, desde o tratamento de doenças como a leishmaniose até a limpeza de obras de arte.
Essa participação recebe o apoio da Woman in Nuclear (WiN), uma organização mundial, que encoraja as mulheres que trabalham nas indústrias nucleares em todo o mundo, em especial nas aplicações da energia e radiação.
Nélida Lúcia del Mastro, presidente da WiN Brasil, reforçou que a tecnologia nuclear e das radiações e suas aplicações são altamente benéficas para a humanidade, com muitas possibilidades de desenvolvimentos. E o desconhecimento do tema pela população geral é um entrave que precisa ser superado.
A divulgação do tema conta com o apoio da modelo e influencer Isabelle Boemeke. Ela contou que a energia nuclear entrou em sua vida por acaso, mas permaneceu por paixão e se tornou um propósito.
No encerramento do encontro, o superintendente do Ipen/Cnen, Wilson Aparecido Parejo Calvo, enfatizou que as mulheres no instituto ocupam posições de destaque. "Elas são muito dedicadas e competentes. Esse é um momento de desafio, principalmente na busca por recursos para as pesquisas, mas sem desanimar”, salientou.