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Marcelo Linardi: 'Quero acreditar em um Brasil sério de novo'

Em seu segundo mandato, Linardi defende renovação na DPDE e se mantém otimista quanto ao futuro do Instituto. Para ele, o IPEN tem feito muito bem a ‘lição de casa’ e não pode esmorecer.

Você dirige uma Diretoria bastante plural e uma das mais importantes no IPEN. Como tem conseguido manter a sinergia com todos os grupos ligados a ela?

A política de condução da DPDE é a mesma para todas as suas subunidades, o Escritório de Gestão de Projetos, o Núcleo de Inovação Tecnológica, a Internacionalização, o Ensino... é uma gestão democrática, em que as decisões mais importantes e abrangentes são tomadas em conjunto com lideranças desses grupos, diretamente afetados. Ou seja, qualquer decisão envolve os gerentes ou algum gerente, dependendo do assunto, respeitando a origem e as especificidades de cada grupo, e assim tem dado certo. Nada é feito sem consulta, à revelia dos grupos, tudo é decidido em colegiado, e isso tem dado bastante sinergia à Diretoria.

Qual o balanço que faz da sua gestão, em termos de conquistas?

O balanço que faço é extremamente positivo. Desde que entrei, ainda na gestão do [ex-superintendente José Carlos] Bressiani, que decidiu alocar algumas atribuições de ensino na então Diretoria de Ensino, hoje Coordenação, a Diretoria passou a ter mais tempo para se dedicar às outras atividades. Isso foi muito bom, temos algumas conquistas importantes, projetos institucionais de milhões, que vão viabilizar equipamentos de última geração para oIPENe contribuir para melhorar sensivelmente a qualidade das publicações. Outra conquista foi a organização do NIT [Núcleo de Inovação Tecnológica] como um todo, com a regulação do setor e a criação e consolidação de documentos jurídicos pertinentes a vários tipos de inovação - claro que ainda não estamos em uma situação ideal, porque a administração pública é travada, são muitas etapas, muita burocracia, procuradoria necessária, mas ainda lenta etc... Outra conquista nessa área foi a concessão de bolsas para pesquisadores via inovação. Isso era permitido na universidade, mas não no IPEN. Então, o NIT está bem organizado. A internacionalização, que antes era tácita, começou a ser regulada, isso gera documentos importantes para relatórios de pós-graduação e para divulgação das nossas pesquisas e como moeda também na hora de pedir projetos. Temos o EGP [Escritório de Gestão de Projetos], que organizou projetos da casa, facilitando muito a vida dos nossos pesquisadores. Além disso, gerencia os editais internos, tão bem recebidos pela casa, como um apoio direto e responsável em pesquisas, e também a gestão dos diversos prêmios instituídos, incluindo o Prêmio de Inovação Tecnológica, como uma forma de reconhecer o sucesso da casa em várias áreas. Por fim, saliento a grande conquista da Biblioteca na implementação e consolidação do nosso Repositório Digital Institucional, seguindo uma tendência mundial moderna de divulgação dos nossos resultados científicos.

O que ainda pode ser feito em curto, médio prazo, na sua gestão?

Temos que consolidar a inovação, com um pouco mais de agressividade internamente, pois acho que oIPENainda pode fazer mais do que tem feito. Precisamos também integrar o grupo Embrapii [Associacāo Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial], ainda não conseguimos, e essa é uma meta a ser alcançada. Temos que ampliar o EGP, já está na casa de milhões o que é gerenciado, e isso precisa de uma mão- de-obra especializada para não termos problemas na prestação de contas. Desenvolver o novo programa de pós- graduação, para que seja de excelência... e finalmente, lutar para que haja concurso público, é uma tarefa importante da Diretoria fazer que esse concurso, quando vier, seja bem aproveitado, que as vagas sejam importantes e bem preenchidas.

Você está no segundo mandato na DPDE e se aposentou recentemente. Pretende concluir o ciclo dessa gestão do IPEN?

Não, não pretendo (...risos...). Acho que a DPDE está bem estruturada, suas subunidades também, e acho que tem que haver renovação na DPDE. Já falei isso com superintendente [Wilson Calvo],e seja quem for que assuma o cargo, terá todo o meu apoio para fazer essa transição e continuar as ações positivas da Diretoria.

Candidatar-se à Superintendência doIPEN, então, está fora de cogitação, apesar de colegas seus manifestarem publicamente apoio?

Sim. Completamente fora de cogitação.

Que mensagem deixaria para o seu sucessor na DPDE?

OIPENpassou por anos muito difíceis, tanto na gestão em si, quanto no orçamentário para a pesquisa e para a produção, muita burocracia, recursos que não vinham, aposentadorias, nenhum sinal de concurso público... tudo isso gerou um clima institucional muito ruim, a ponto de alguns dizerem que oIPENestá morrendo. Eu gostaria que essa frase não se perpetuasse, acho que tem que haver esperança, e claro que ela só vai vir, de fato, com o preenchimento de novas vagas. De resto, oIPENtem feito a lição de casa, tem produzido boa ciência, tem gerado produtos, tem atendido à sociedade - com muito sacrifício de todos, mas tem feito seu papel. O concurso vai ter que vir, independentemente de quem seja o novo presidente. OIPENnão vai morrer, ao contrário, vai seguir seu caminho. Eu quero ver o Brasil sério e feliz de novo. Quero acreditar.

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Entrevista publicada no Informativo Órbita.

 

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