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IPEN estreia no Pint Of Science falando de tecnologia nuclear aplicada ao meio ambiente e saúde

Frederico Genezini, do CRPq, explicou como a análise por ativação neutrônica permite a determinação de efeitos da poluição na saúde humana

Tudo começa em um reator nuclear. Mas falar de tema tão hard em um bar, para um público tão diversificado, não é tarefa fácil. O físico Frederico Genezini, do Centro do Reator de Pesquisas (CRPq) do IPEN, aceitou o desafio e foi ao Armazém 77, nesta segunda-feira, 20, falar de ciência no Pint Of Science São Paulo 2019, o maior festival de divulgação científica do mundo e que, no Brasil, acontece em 85 cidades nos dias 20, 21 e 22 de maio, a partir das 19h30.

O tema de Genezini foi "Ativação neutrônica para a determinação de efeitos da poluição na saúde humana”. Ele começou explicando o que é reator nuclear, os tipos existentes, suas múltiplas funções e aplicações sociais. Também mencionou pesquisas desenvolvidas em conjunto com o grupo do professor Paulo Saldiva, médico patologista da Faculdade de Medicina da USP, que abriu a noite falando sobre "O ar que você respira”.

A análise por ativação neutrônica é uma técnica analítica que permite a determinação da concentração de elementos em qualquer tipo de amostra por meio de reações nucleares. Genezini citou alguns tipos de amostras e salientou as vantagens da técnica, que é muito precisa. O pesquisador explicou que líquens são coletados ao longo de grandes avenidas visando estudo de concentrações e impactos na saúde pública.

Em sua apresentação, Saldiva afirmou que a poluição é um dos maiores causadores de morte. Segundo o médico, "morrem sete milhões de pessoas por ano devido à poluição, e dessas, 600 mil são crianças”. Transportes públicos de qualidade são um meio eficiente de reduzir a emissão de material particulado e, consequentemente, de diminuir os casos críticos de doenças, sobretudo as cardiovasculares.

Outros assuntos correlatos ao tema da noite ("A radiação que diminui a poluição”) foram comentados após as apresentações, no debate com os presentes. Entre eles, a necessidade de os cientistas se comunicarem mais e melhor com a sociedade, ou mesmo de profissionalizar cada vez mais esse campo, incorporando-o como estratégico para a ciência. "Nós não sabemos nos comunicar, e quando fazemos, a narrativa é falha”, disse Saldiva.

Genezini concordou, citando a tecnologia nuclear como exemplo. "Apesar dos enormes benefícios sociais, o que fica marcado para o público em geral são as questões associadas à bomba atômica e a acidentes radiológicos e nucleares. Temos que investir em uma narrativa focando no ganho social que a tecnologia nuclear oferece. O RMB é um projeto que contribuir muito para a saúde da população brasileira”, afirmou, referendo-se ao Reator Multipropósito Brasileiro, projeto que dará ao País autossuficiência na produção de radioisótopos.

O Pint no Amarzém 77 está sendo coordenado pelo jornalista Samuel Antenor. É a primeira vez que o evento acontece na Zona Leste de São Paulo. "Não tivemos o público esperado, mas, para uma primeira vez, numa segunda-feira, dia em o bar tradicionalmente não abre, estamos satisfeitos. É só um começo. E a qualidade das apresentações valeu muito a pena”, disse. Na abertura da noite, ele leu o manifesto do Pint Of Science em defesa da ciência brasileira.

Bar da Avareza– Nesta terça-feira, 21, a partir das 19h30, o IPEN será o dono da noite no Bar da Avareza, na temática "Nêutrons que não sabem nadar e insetos comestíveis”. O físico Marcos Carvalho, do CRPq, abre a série de três apresentações com o tema "Desmitificando um reator nuclear”, explicando o que é, como funciona e qual a sua importância. Para quem quiser ter uma ideia melhor desse tipo de instalação, o IPEN deixará exposta a maquete do IEA-R-1, o primeiro reator nuclear de pesquisa do Brasil, ainda em operação.

Na sequência, a física Maria Elisa Chuery Martins Rostelato, do Centro de Tecnologia das Radiações (CTR), abordará um tema muito sensível: "Fontes radioativas reduzindo a mortalidade em cirurgias de mama e próstata”, usadas para tratamento de tumores. Encerrando a noite, o químico Jorge Eduardo de Souza Sarkis, do Centro de Lasers e Aplicações (CLA), abordará "Tecnologia nuclear aplicada à segurança alimentar e as pesquisas com insetos comestíveis”.

Sarkis vai revelar algumas curiosidades, como, por exemplo, a presença – sem que saibamos – desses bichinhos no nosso alimento de cada dia. Haverá uma degustação de canapés com alguns tipos de insetos estudados, preparados pelo chef Casé Oliveira, pós-graduado em Gastronomia e Cozinha Autoral pela PUC/RS. A noite começa e termina ao som de Diogo Lima, voz e violão, com repertório pop/rock nacional e internacional.

O público poderá prestigiar uma exposição fotográfica do servidor Edvaldo Paiva, da Assessoria de Comunicação do Instituto. Com olhar sensível e diferenciado, se aventura pelo Campus para os mais diferentes registros. Nesse conjunto, vai mostrar um pouco do que chamou de "IPEN Cósmico”, "IPEN Natureza”, "IPEN Humano” e "IPEN Instalações”.

O Avareza fica na Rua Augusta, 591, Consolação. A coordenação desse bar no Pint Osf Science é de Malu Tippi, do Instituto de Física da USP (Ifusp). O festival é uma realização da Unifesp, Medhacker e Scientific American, com Patrocínio da Eppendorf.

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